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EIA - ATIVIDADE

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1) Quais os benefícios de se realizar a consulta pública nas diferentes
fases do processo de avaliação de impacto ambiental (AIA)?
Idealmente a consulta pública ocorreria em diferentes fases do processo de
AIA, com objetivos próprios em cada momento. Assim, se na fase decisória
uma audiência pública pode representar uma ferramenta adequada, na fase
de acompanhamento grupos de supervisão ou comitês de cidadãos podem
revelar-se os mecanismo mais viáveis para atingir os objetivos de
participação. É claro que o momento crucial é o da tomada de decisão, mas é
importante compreender que a influência real que o público poderá exercer
dependerá muito de seu envolvimento nas etapas anteriores. Do mesmo
modo, o efetivo cumprimento das promessas contidas no EIA e dos
compromissos assumidos por meio da licença ambiental só pode ser
garantido se também o público estiver envolvido nas etapas pós aprovação.
Assim, os objetivos instrumentais da participação pública nas etapas
pré-decisão inserem-se na lógica de que é preciso fortalecer todo o processo
de AIA para que melhores decisões sejam tomadas. Contudo, não se pode
perder de vista que a consulta pública pode questionar o próprio projeto,
seus fundamentos e justificativas. Em algumas ocasiões, a melhor decisão
pode ser justamente a recusa.
2) Por que, na prática, a consulta pública ocorre na maioria das vezes
somente no final do processo de AIA, ou seja, ocorre apenas para
cumprir uma obrigação legal ou uma formalidade administrativa?
Observa-se muita resistência a realização de consultas públicas e um receio
de que, ao invés de reduzir o tempo de análise, a consulta o prolongue, ou
ainda sob, o ponto de vista do empreendedor, que uma decisão “técnica”
sobre a viabilidade ambiental do projeto torne-se "político" quando há um
debate público. Por outro lado, é também o fato que muitos investidores
privados têm receio de alocar recursos em projetos que não tenham boa
aceitação pública. A expressão "licença social para operar” é usada com
frequência para designar a aceitação pública de um projeto,
independentemente da existência de autorizações ou licenças
governamentais.
3) Como uma audiência pública é estruturada e quais seus objetivos?
Audiências públicas ambientais são eventos formais, convocados e
conduzidos por um ente governamental, cuja dinâmica segue regras
previamente estabelecidas. Em MG: Deliberação Normativa Nº 225/2018
(Dispõe sobre a convocação e realização de audiências públicas).
As audiências públicas tem como finalidade realizar um debate público,
aberto a todos os cidadãos, sobre um projeto e seus impactos, dessa forma
fornecem aos cidadãos informações sobre o projeto; dão a oportunidade de
se expressarem, de serem ouvidos e de influenciarem nos resultados;
identificam as preocupações e os valores do público; avaliam a aceitação
pública de um projeto com vistas a aprimorá-lo; identificam a necessidade de
medidas mitigadoras ou compensatórias; legitimam o processo de decisão;
aprimoram as decisões e atendem requisitos legais de participação pública.
4) Quais são as principais limitações das audiências públicas?
As principais limitações das audiências públicas são:
- Tempo que os cidadãos podem se dedicar;
- Têm uma dinâmica que favorece um clima de confronto;
- Devido à confrontação, raramente se consegue convergir para algum
ponto em comum;
- Dão margem à manipulação por aqueles que têm mais poder
econômico ou maior capacidade de mobilização;
- Ocorrem muito tarde no processo de AIA, quando muitas decisões
importantes sobre o projeto já foram tomadas;
- A maior parte do público dispõe de pouquíssima informação sobre o
projeto e seus impactos; os processos de informação pública que
deveriam preceder a audiência são deficientes;
- Grande parte do público não tem condições de decodificar e
compreender a informação de caráter técnico e científico colocada à
sua disposição;
- Os tomadores de decisão raramente estão presentes (somente seus
assessores);
- Há um “déficit comunicativo implícito”, uma vez que os “técnicos se
colocam em um degrau superior ao dos cidadãos”;
- Uso frequente de argumentos de cunho técnico-científico em um
contexto político no qual a verdade não pode ser verificada (Parenteau,
1988);
- Uso frequente de argumentos jurídicos e ameaças de ações na Justiça,
tentando invalidar ou tornar ilegítimas decisões tomadas anteriormente
ou a serem tomadas.

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