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Resenha do filme Políticas de saúde no Brasil um século de luta pelo direito à saúde

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Jade Mattos Faria Coelho
Resenha do filme “Políticas de saúde no Brasil: um século de luta pelo direito à
saúde”
Em 1900, o Brasil estava repleto de epidemias de febre amarela, varíola, cólera e
malária. O receio de alguns países em importar produtos brasileiros, devido às epidemias,
fez com que a produção agrícola caísse. A saúde era voltada para os ricos, que tinham
condição de pagar o alto valor cobrado pelos médicos. Enquanto isso, os mais pobres
tinham que buscar ajuda em instituições filantrópicas ou com benzedeiras.
O médico sanitarista Oswaldo Cruz foi nomeado pelo presidente da época,
Rodrigues Alves, como diretor-geral de Saúde Pública. Ele implantou medidas sanitárias e
fez campanhas de saneamento. Com os vários surtos de varíola, Oswaldo Cruz tentou
promover a vacinação obrigatória. Contudo, a forma de vacinar (entravam nas casas das
pessoas e as vacinavam à força) indignou a população, resultando na Revolta da Vacina.
Os jornais incentivavam as pessoas a tomar alguma atitude contra essa lei. O governo
derrotou a revolta, mas suspendeu a obrigatoriedade da vacina.
Com o capitalismo no Brasil, a industrialização e o número de imigrantes cresceram.
Várias greves de operários, no RJ e SP, buscavam melhores condições de trabalho e de
acesso à saúde. O CAPs foi criado para garantir assistência médica aos trabalhadores.
Em 1930, com a presidência de Getúlio Vargas, as elites do café perderam poder, o
Ministério da Educação e Saúde Pública e o CLT foram criados, e o Estado passou a gerir
os recursos do CAPs por meio do IAPs que igualaria as estruturas de saúde.
Em 1945, a oposição a Vargas cresceu e ele foi deposto, passando o poder para
Dutra. O modelo de saúde brasileira foi influenciado pelo modelo americano. A saúde
brasileira passou a contar com hospitais modernos, mais equipados e com médicos
especialistas (atendimento por parte do corpo). 
Em 1950, Getúlio Vargas retorna a presidência com o voto popular. O Ministério da
Saúde e a TV Tupi são criados. Diversas propagandas dos laboratórios Saratudo são
disseminadas. Vargas comete suicídio.
Na década de 1960, no governo de JK, houve maior desenvolvimento econômico e
Brasília foi criada. Houve a expansão de um novo sistema (medicina em grupo, de lucro),
empresas médicas prestando serviços médicos privados.
Em 1964, quando Jango assume a presidência e tenta fazer a Reforma da Saúde, os
militares tomam o poder e instauram a ditadura militar. Foi criado o INPS, que assegura a
previdência social aos trabalhadores urbanos e rurais. Os hospitais privados receberam
altos investimentos.
O número de manifestações a favor da liberdade de expressão (devido à censura
dos meios de comunicação que escondia, inclusive, os casos de epidemia) e da qualidade
de vida cresceu, como a Revolução Sanitarista (1980) que lutava por saúde a todos, e o
movimento diretas já. O regime militar chega ao fim e Tancredo Neves é eleito.
Em 1986 ocorreu a 8ª Conferência Nacional de Saúde, que lutava por um sistema
único de saúde. Na Constituição de 88, o SUS nasce com princípios de universalidade,
integralidade e equidade, com participação popular. Acontece o projeto da Reforma
Previdenciária mas isso não afeta o SUS, pois este não depende mais da previdência social.
Em 2006, com 20 anos da 8ª Conferência, o SUS se torna disponível a todos, chegando nos
hospitais que vai se integrando as redes básicas, sem precisar que as pessoas adoeçam.
O filme mostra quanto tempo foi preciso para que o Brasil conquistasse um sistema
único de saúde. Infelizmente, o que foi idealizado sobre o SUS não condiz com a realidade:
filas gigantes nos hospitais, demora no atendimento e desvio de dinheiro público, por
exemplo. Na época, quem tinha plano de saúde era beneficiado. Hoje, a diferença entre ter
ou não um plano já não está tão distante, visto que há dificuldades até onde não existia.
Ao ver o que o filme relata, percebe-se que, por mais que seja um processo lento em
nosso país, é com a luta/reação da população, com uma participação ativa do povo, que
os direitos e benefícios são “atendidos” e um maior espaço é conquistado.

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