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PLANO DE AULA 1. DADOS DE IDENTIFICAÇÃO 1.1 Escola: Escola Estadual de Ensino Médio Morada do Vale I 1.2 Disciplina: Língua Portuguesa 1.3 Ano e turma: Turma 101 – 1° ano 1.4 Tempo estimado: 7-8 horas/aula 1.5 Professor estagiário: Suelen Silva dos Santos 1.6 Professora orientadora: Mariele Z. Bressan 2. TEMA: Crônica 3. OBJETIVOS A SEREM DESENVOLVIDOS: Ler e compreender o gênero crônica. Localizar informações explícitas no texto e recuperar informações implícitas, bem como compreender o sentido das palavras pelo contexto em que estão inseridas. 4. HABILIDADES DA BNCC: EF35LP29 (Identificar, em narrativas, cenário, personagem central, conflito gerador, resolução e o ponto de vista com base no qual histórias são narradas, diferenciando narrativas em primeira e terceira pessoas.) EF15LP16 (Ler e compreender, em colaboração com os colegas e com a ajuda do professor e, mais tarde, de maneira autônoma, textos narrativos de maior porte como contos (populares, de fadas, acumulativos, de assombração etc.) e crônicas.) EF35LP01 (Ler e compreender, silenciosamente e, em seguida, em voz alta, com autonomia e fluência, textos curtos com nível de textualidade adequado) 5. AVALIAÇÃO: A avaliação que se propõe é concebida de forma contínua, através de perguntas (orais e escritas) no início da aula. Posteriormente, também é avaliado a atenção e organização dos alunos durante a realização das atividades e questionamentos que poderão levantados. 6. CONTEÚDOS: Crônica 7. MATERIAIS NECESSÁRIOS: Cópias da crônica “Um mundo lindo” de Marina Colasanti (anexo 1), cópias da crônica “A volta” de Luis Fernando Veríssimo (anexo 3), impressão das perguntas referente ao texto (anexo 4), caixa, quadro, canetão e/ou giz. 8. MOMENTOS DA AULA: PRIMEIRO MOMENTO – Perguntar aos alunos o que eles sabem sobre crônica e se conseguem exemplificar ou citar algum cronista. Após a discussão inicial, explicar que: A palavra Crônica vem do grego, Chronos, e o gênero, de fato, possui uma ligação direta com o tempo, pois tem por base fatos simples, do cotidiano, expostos em linguagem literária. Os textos se caracterizam por serem narrativas curtas, com tempo, espaço e personagens reduzidos e predominância de linguagem coloquial, características que tornam a leitura envolvente e acessível aos leitores. Muitas vezes lançando mão de recursos humorísticos e ironia, a crônica tem sempre um caráter crítico e/ou reflexivo. (Escrever essa informação no quadro e solicitar que a coloquem no caderno). Entregar para os alunos cópias da crônica “Um mundo lindo” de Marina Colasanti (anexo 1) e realizar a leitura coletiva, selecionando alguns alunos para ler. Após a leitura realizar as atividades relacionadas ao texto com os alunos (anexo 2). SEGUNDO MOMENTO – Solicitar que os alunos trabalhem as páginas 54 e 55 da apostila referente à crônica “Visitante noturno” de Carlos Drummond de Andrade. Propor a correção conjunta. TERCEIRO MOMENTO – Com o intuito de relembrar o que foi estudado sobre crônicas perguntar: o Se quisermos ler crônicas, onde podemos buscá-las? Espera-se que relembrem que esses textos são comumente publicados em jornais, mas também podemos buscá-los em revistas e livros. o Geralmente, qual a intenção do autor ao escrever esses textos? Os cronistas buscam promover críticas ou reflexões acerca de assuntos e situações cotidianas. o Sobre quais assuntos costumam falar? Quaisquer assuntos, mesmo os mais simples e corriqueiros, podem servir de ponto de partida de uma crônica. Cenas cotidianas, esporte, questões políticas, culturais e comportamentais são temas comuns. o As crônicas são textos de caráter informativo ou narrativo? As crônicas são narrativas. São textos curtos, com tempo, espaço e personagens limitados. o Qual o tipo de linguagem comum nesses textos? Há predominância da linguagem simples e coloquial. QUARTO MOMENTO – Separar a turma em 3 grupos, que deverão trabalhar juntos até o final da atividade e entregar a primeira parte da crônica “A volta” de Luis Fernando Veríssimo (anexo 3) para cada grupo. Solicitar que leiam silenciosamente. Após a leitura cada grupo sorteará da caixa uma pergunta referente à primeira parte do texto (anexo 4), que deve ser respondida oralmente (disponibilizar um tempo – cerca de 2 a 3 minutos – para que os alunos cheguem em uma resposta coletiva). Entregar a segunda parte do texto e repetir o processo – leitura, perguntas e respostas – até finalizar a discussão da crônica. ANEXO 1 Um mundo lindo Morreu o último caracol da Polinésia. Havia um caracol da Polinésia, um caracol de árvore, e nenhum outro. Era o último. E morreu. Morreu de quê? Ninguém sabe me dizer. O jornal não acha importante revelar a causa mortis de um caracol da Polinésia. Notícia apenas que com ele extinguiu-se a sua espécie. Ninguém nunca mais verá em lugar algum, nem mesmo na Polinésia, um polinesiano caracol. Pois eu ouso dizer que sei o que foi que o matou. Ele morreu de ser o último. Morreu de sua extrema solidão. Sua vida não era acelerada, nada capaz de causar-lhe stress, mas era dinâmica; ao longo de um ano, graças a esforços e determinação e impulso fornecido pela própria natureza, o molusco lograva deslocar-se cerca de setenta centímetros. Mais, teria sido uma temeridade. Assim mesmo, de que adiantavam esses setenta centímetros suados, batalhados dia a dia, sem ninguém para medi-los, sem nenhum parente amigo companheiro que lhe dissesse, você hoje bateu sua marca? Sem ninguém para esperá-lo na chegada? O último caracol da Polinésia olhava ao redor e não via ninguém. Ali estava, frequentemente, seu tratador – o caracol vivia no Zoológico de Londres – mas o tratador não era ninguém, o tratador era qualquer coisa menos importante que o tronco sobre o qual o caracol se deslocava, o tratador era de outra espécie. E via, sim, de vez em quando via os pesquisadores que o examinavam, olho agigantado pela lente. Mas os pesquisadores não tinham uma concha rosada cobrindo-lhes as costas. Os pesquisadores também não eram ninguém. Então o caracol da Polinésia olhava o mundo, e o mundo estava vazio. E como pode alguém viver, como pode alguém querer viver num mundo esvaziado de seus semelhantes? Seguramente ele era muito bem tratado no Zoológico, comida não havia de lhe faltar – o que come, comia, um caracol da Polinésia? – e de dia e de noite estava livre de predadores. Seus antepassados, talvez ele mesmo na infância, tinham tido que lutar pela sobrevivência. E a vida era dura. Mas lutavam em companhia. Quando um deles era esmagado – quantos caracóis são esmagados mesmo na Polinésia! – outros lamentavam sua sorte. Quando um deles se atrasava em sua marcha – é tão fácil a um caracol se atrasar – outros esperavam por ele. Havia sempre companheiros. E o mundo, povoado de companheiros, era lindo. Mas os outros, os outros todos foram acabando aos poucos, vítimas do único predador disposto a transformar suas conchas em objetos turísticos. E o último caracol da Polinésia, cansado de ser o último, cansado de ser tão só, deixou-se pisar pela Morte que passava apressada, certo talvez de poder renascer em algum mundo lindo, em que milhares de ovos de caracol preparam-se para eclodir. Marina Colasanti In: A casa das palavras. São Paulo: Ática, 2002. p. 15-16 ANEXO 1 - Marina Colasanti, em seu texto, fala da locomoção dos caracóis, destacando a lentidão com que eles se deslocam. Destaque as frases em que ela faz referência a isso. 2- A autora do texto fica sabendo da morte do caracol por meio de uma notícia de jornal. a) A notícia cita o motivo pelo qual o animal morreu? O que a autora pensa disso? b) Para ela, qual foi a causa da morte do caracol? c) O que você entende pela expressão “morreu de ser o último”? 3- Por que, para o caracolda Polinésia, o tratador e os pesquisadores que o observavam não eram ninguém? 4- A autora compara a vida do caracol no zoológico à de seus antepassados na natureza. a) Cite uma vantagem que ela aponta na vida do caracol. b) Cite uma vantagem que ela aponta na vida dos antepassados dele. c) Para a autora, qual das duas formas de vida era mais vantajosa? Justifique sua resposta com elementos do texto. 5- No último parágrafo, a autora afirma que “os outros todos foram acabando aos poucos, vítimas do único predador disposto a transformar suas conchas em objetos turísticos”. a) Quem é esse predador? b) Por qual motivo ele matou os caracóis da Polinésia? 6- Nessa crônica, Marina Colasanti: ( ) narra uma história ( ) expõe sua opinião sobre um fato 7- Reflita e responda: o que motivou a autora a escrever essa crônica? ANEXO 3 A Volta PARTE 1: Da janela do trem o homem avista a velha cidadezinha que o viu nascer. Seus olhos se enchem de lágrimas. Trinta anos. Desce na estação - a mesma do seu tempo, não mudou nada - e respira fundo. Até o cheiro é o mesmo! Cheiro de mato e poeira. Só não tem mais cheiro de carvão porque o trem agora é elétrico. E o chefe da estação, será possível? Ainda é o mesmo. Fora a careca, os bigodes brancos, as rugas e o corpo encurvado pela idade, não mudou nada. O homem não precisa perguntar como se chega ao centro da cidade. Vai a pé, guiando-se por suas lembranças. O centro continua como era. A praça. A igreja. A prefeitura. Até o vendedor de bilhetes na frente do Clube Comercial parece o mesmo. - Você não tinha um cachorro? - O Cusca? Morreu, ih, faz vinte anos. PARTE 2: O homem sabe que subindo a rua Quinze vai dar num cinema. O Elite. Sobe a rua Quinze. O cinema ainda existe, mas mudou de nome. Agora é o Rex. Do lado tem uma confeitaria. Ah, os doces da infância… Ele entra na confeitaria. Tudo igual. Fora o balcão de fórmica, tudo igual. Ou muito se engana ou o dono ainda é o mesmo. - Seu Adolfo, certo? - Lupércio. - Errei por pouco. Estou procurando a casa onde nasci. Sei que ficava ao lado de uma farmácia. - Qual delas, a Progresso, a Tem Tudo ou a Moderna? - Qual delas é a mais antiga? - A Moderna. - Então é essa. - Fica na rua Voluntários da Pátria. Claro. A velha Voluntários. Sua casa está lá, intacta. Ele sente vontade de chorar. A cor era outra. Tinham mudado a porta e provavelmente emparedado uma das janelas. Mas não havia dúvida, era a casa da sua infância. Bateu na porta. A mulher que abriu lhe parecia vagamente familiar. Seria… - Titia? - Puluca! - Bem, meu nome é… - Todos chamavam você de Puluca. Entre. Ela lhe serviu licor. Perguntou por parentes que ele não conhecia. Ele perguntou por parentes que ela não se lembrava. Conversaram até escurecer. Então ele se levantou e disse que precisava ir embora. Não podia, infelizmente, demorar-se em Riachinho. Só viera matar a saudade. A tia parecia intrigada. PARTE 3: - Riachinho, Puluca? - É, por quê? - Você vai para Riachinho? Ele não entendeu. - Eu estou em Riachinho. - Não, não. Riachinho é a próxima parada do trem. Você está em Coronel Assis. - Então eu desci na estação errada! Durante alguns minutos os dois ficaram se olhando em silêncio. Finalmente a velha perguntou: - Como é mesmo o seu nome? Mas ele já estava na rua, atordoado. E agora? Não sabia como voltar para a estação, naquela cidade estranha. ANEXO 4 Etapa 1: 1) Após a leitura atenta do título e da primeira parte do texto, respondam: Sobre o que fala esse texto? Explique como vocês chegaram a essa conclusão. 2) O narrador faz parte da história ou apenas a está contando? Citem uma frase do texto que os levou a essa conclusão. Como chamamos esse tipo de narrador? 3) Levantem hipóteses: o que acontecerá na história daqui pra frente? Como vocês imaginam que será a visita do homem à sua cidade natal? Etapa 2: 1) O homem passeia pela cidade, revendo pessoas e lugares de sua infância. Como ele se sente com essa vivência? Citem 2 frases do texto (parte 2) que confirmem a sua resposta. 2) O autor não descreve a personagem principal, mas o texto nos dá algumas “pistas” de como ela é. Com base nas duas partes que vocês leram do texto, falem tudo o que vocês puderam descobrir sobre o homem. 3) Que outras personagens apareceram no texto até agora? Como é a interação do homem com cada uma? Etapa 3: 1) O texto apresenta em seu desfecho uma quebra de expectativas; ou seja, algo que foge daquilo que era esperado. Qual é essa quebra de expectativa? Por que ela foge do que era esperado para o final desse texto? 2) O homem fica surpreso e atordoado ao descobrir que não estava na cidade que queria visitar. Porém, ao longo do texto, vários acontecimentos poderiam servir de pista para que ele percebesse que estava no lugar errado. Citem três dessas pistas. 3) A crônica narra uma situação engraçada e fora do comum vivida por um homem que pretendia visitar a sua cidade natal. Quais são os fatores e acontecimentos responsáveis por garantir o humor do texto?
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