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Sedação - Resumo Anestesiologia

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Beatriz Cunta – @biaemedicina 
INDICAÇÕES DE SEDAÇÃO 
 Intubação orotraqueal 
 Ansiedade grave 
 Agitação 
 Crise convulsiva 
 Hipertensão Intracraniana 
 
 BENEFÍFICIOS DA SEDAÇÃO: 
 Conforto e seguraça 
 Melhor adaptação a aparelhos e 
procedimentos 
 Evitar retirada de dispositivos 
 Evitar aumento de consumo de CO2 
 
OBS – SEDAÇÃO PROFUNDA é necessária 
nos casos de: 
 - Hipoxemia grave 
 - Distúrbios obstrutivos graves 
- Hipertensão intracraniana grave 
Mas, num geral, deve ser evitada na maioria 
dos pacientes. 
 
MITOS DA SEDAÇÃO 
 Todo paciente em ventilação 
mecânica precisa ficar sedado 
 A sedação melhora a sincronia 
paciente-ventilador 
 Volume corrente baixo e PEEP alta 
são indicações de sedação profunda 
 Manter o paciente profundamente 
sedado é mais seguro 
 A sedação permite que o paciente 
durma na UTI 
 A sedação previne transtornos 
psicológicos após a alta da UTI 
 
Menos sedação é melhor (menor tempo em 
ventilação mecânica, de UTI e de internação 
geral), é seguro, e não há evidências de 
maior incidência de transtornos psicológicos 
após alta da UTI em pacientes com menos 
sedação. 
 
COMPLICAÇÕES DA SEDAÇÃO 
EXCESSIVA 
 Aumento do tempo de ventilação 
mecânica 
 Aumento da prevalência de delirium 
 Aumento de custos 
 Aumento da dissincronia com VM 
 Maior mortalidade 
 
MONITORAÇÃO DA SEDAÇÃO 
Utilizam-se escalas para a avaliação: 
 Ramsay: 
Como desvantagens, ela não separa 
ansiedade de agitação e os tipos de estímulo 
aos quais o paciente é submetido. 
 SAS (sedation-agitation scale): 
Já diferencia os tipos de estímulo e a 
ansiedade da agitação (além de graduar a 
agitação). 
 
 RASS (Richmond Agitation-Sedation 
Scale): 
Escala mais objetiva, que avalia paciente 
sem estímulos e a sua resposta a estímulos 
verbais e físicos. Objetivo é manter entre 0 e 
-2. 
 
Beatriz Cunta – @biaemedicina 
 
 
 Atividade cerebral: bispectral index 
(EEG contínuo) e entropia (ideal 
manter entre 60-80). 
 
CONDUZIR A SEDAÇÃO 
 FÁRMACOS: 
Os mais usados e estudados são os 
benzodiazepínicos (representado pelo 
Midazolam no Brasil), o Propofol e a 
Dexmedetomidina. 
 
 Midazolam: 
Age se ligando a receptores do GABA e age 
causando sedação, ansiólise e relaxamento. 
Início de ação de 2-3min e duração de 15-20 
min. Tem efeito anticonvulsivante, amnésico 
e é potencializado por opioides. 
Provoca queda do volume/minuto, apneia e 
queda da língua (usar cânula de Guedel ou 
IOT). Tem risco de reações paradoxais, 
insônia, pesadelo, agitação ao acordar; risco 
de hipotensão em “bolus”; risco de agitação, 
delirium (maiores doses e infusão contínua). 
Apresenta metabolismo hepático, mas a 
excreção é renal (metabólitos ativos em 
insuficiência renal). 
OBS – BENZODIAZEPÍNICOS estão 
relacionados a maior tempo de VM e de 
internação. 
 Proporfol: 
Também age em receptores GABA. Tem 
início (30s) e duração (8min) da ação rápidos 
(lipossolúvel). Também tem ação ansiolítica, 
amnésica e anticonvulsivante. 
Causa cardiodepressão e vasodilatação 
(pode cursar com instabilidade 
hemodinâmica em pacientes críticos), além 
de reduzir o volume/minuto e provocar 
apneia. Por ser muito lipossolúvel, com usos 
longos e doses mais altas tem risco de 
hipertrigliceridemia (incomum). 
Cursa com maior controle da HIC, sendo 
muito utilizado em unidades neurológicas. A 
metabolização é hepática e a excreção é 
renal, mas não tem metabólito ativo. 
OBS – Síndrome da infusão de propofol: 
condição muito rara e associada a grandes 
doses de propofol. Provoca: bradicardia, 
acidose metabólica refratária, rabdomiólise, 
hiperlipidemia e hiperesplenismo. 
 Dexmedetomidina (Precedex): 
É um agonista alfa2-central (sem efeitos 
periféricos), tendo propriedades sedativas e 
analgésicas, além de início de 5-10min e 
duração da ação de 2h. A metabolização é 
hepática, não tem metabólitos ativos e a 
excreção é renal. Tem alto custo. 
Não interfere no drive respiratório, podendo 
ser usado no desmame e em pacientes 
extubados. Contudo, tem risco de 
hipotensão e bradicardia (mais comum que 
nos outros sedativos). 
OBS – CUIDADO COM ASSISTOLIA 
 Cetamina: 
Age nos receptores NMDA. Tem início de 
ação de 30-60s, duração curta (10min), além 
de efeito hipnótico e analgésico. Pode ser 
feita IM. 
Pode causar taquicardia, e frequentemente 
queda do volume/minuto e apneia. Ainda 
pode causar agitação e sonhos vívidos 
Beatriz Cunta – @biaemedicina 
(comum usar gabaérgico pra modular o 
efeito adverso), e nistagmo na ectoscopia. 
 Etomidato 
Atua nos receptores GABA A, com início de 
ação (30s) e duração (8-10min) curtos; causa 
hipnose. 
Provoca queda do volume/minuto e pode 
provocar apneia. Cuidados importantes: 
pode causar mioclonias e insuficiência 
adrenal (baixa da 21-hidroxilase) quando 
usado por longos períodos. 
 ESTRATÉGIAS DE SEDAÇÃO: 
 Protocolo de sedação 
Exemplos: protocolos de sedação mínima 
 Interrupção diária da sedação 
Interromper diariamente a sedação, 
normalmente pela manhã  aguardar o 
paciente acordar (responder comandos) ou 
agitar, e religar sedação com metade da 
dose. Há evidências que diminui o tempo de 
ventilação mecânica e de internação.

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