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AO JUÍZO DA XXX VARA CÍVEL DA COMARCA DE XXX DO ESTADO DE XXX XISTO DA SILVA, brasileiro, solteiro, administrador, portador da carteira de identidade n..., inscrito no CPF n..., endereço eletrônico, domiciliado/residente na Rua X, nº ..., bairro Z, Município Y, Estado F, CEP ..., vem por seu advogado, com endereço profissional ..., que indica para os fins do artigo 106, inciso I do CPC, com fundamento no artigo 539 e seguintes do CPC, propor: AÇÃO DE CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO pelo rito especial, em face do MUNICÍPIO Y, pessoa jurídica de direito público, com sede na Rua ..., n..., bairro ..., Município ..., Estado ..., CEP ..., pelos fatos e fundamentos a seguir: DOS FATOS O Autor recebeu cobrança simultânea, por meio de uma mesma guia de documento fiscal, de dois tributos: IPTU e Taxa de Conservação das Vias e Logradouros Públicos (TCVLP). No caso da referida taxa, certo é que o contribuinte não concorda com sua cobrança, o que o levou, por meio de seu advogado, a ajuizar ação judicial a fim de declarar sua inconstitucionalidade, havendo pedido liminar, ainda não apreciado, para afastar a obrigatoriedade do recolhimento da referida exação fiscal. Por outro lado, em relação à cobrança do IPTU, pretende o contribuinte efetuar o seu pagamento. No entanto, a guia de pagamento é única e contém o valor global dos referidos tributos, tendo o banco rejeitado o pagamento parcial relativo somente ao IPTU. Nesse caso, considerando que o IPTU ainda não está vencido, bem como o contribuinte não obteve êxito para solucionar seu problema na esfera administrativa, com isto esta aqui recorrendo ao Judiciário para que componha este conflito. DOS FUNDAMENTOS O Autor faz jus a Consignação em pagamento, vez que houve recusa no recebimento do pagamento do tributo, por entender que só poderia ser pago o IPTU em conjunto com a taxa de conservação das Vias e Logradouros Públicos (TCVLP) – Permissão para consignação Art. 164, I do CTN. Esclarece que Autor não concorda em pagar a TCVLP junto com o IPTU, motivo pelo qual ajuizou ação específica para discutir a inconstitucionalidade da referida cobrança, com pedido de liminar não apreciado ainda. Cumpre esclarecer que há uma certa diferença entre o fato gerador do Imposto de IPTU e da taxa (Conservação das Vias e Logradouros Públicos), e, consequentemente, a impossibilidade de atrelar o pagamento de um ao pagamento doutro. No imposto não há uma destinação específica para os recursos obtidos por meio do recolhimento deles. Em geral, é utilizado para o financiamento de serviços universais, como educação e segurança. Eles incidem sobre o patrimônio renda e consumo. Já a taxa é um tipo de tributos que já está vinculado (contraprestação) a um serviço público específico prestado ao contribuinte e prestado pelo poder público, por isso não há condições e nem nexo atrelar o pagamento de um ao pagamento de outro. Diante da recusa do recebimento, o autor não teve outra escolha a não ser ajuizar a presente ação, uma vez que o depósito em consignação é modo de extinção da obrigação, com força de pagamento, e a correspondente ação consignatória tem por finalidade ver atendido o direito – material – do devedor de liberar-se da obrigação e de obter quitação. Sobre o tema são pertinentes os seguintes julgados, ambos do STJ e extraídos da obra Processo Tributário (Hugo de Brito Machado Segundo, 2009): “É cabível a ação de consignatória para pagamento dos valores devidos a título de IPTU, independentemente do recolhimento das taxas de coleta e remoção de lixo e de combate a sinistros, constantes dos mesmos carnês de cobrança, desde que o contribuinte entenda indevida a cobrança das referidas taxas e pretenda discuti-las judicialmente. - Inteligência do art. 164, I do CTN. - O STF pacificou o entendimento no sentido de que são inconstitucionais as taxas nomeadas, por não terem por objeto serviço público divisível, mensurável e específico, devendo ser custeado por meio do produto da arrecadação dos impostos gerais. - Recurso especial conhecido e provido” (STJ, 2ª T., REsp 169.951/SP, Rel. Min. Peçanha Martins, j. em 21/9/2004) “Cabe ação de consignação quando a entidade tributante subordinar o pagamento do IPTU ao pagamento de taxas municipais (inciso I, do art. 164, do CTN). […] Propriedade da ação proposta com o fito de consignar o valor relativo ao IPTU enquanto se discute, em demanda própria, a constitucionalidade das taxas municipais cobradas. [...]” (STJ, 2ª T., REsp 197.922/SP, Rel. Min. Castro Meira, j. em 22/3/2005) DOS PEDIDOS Diante do exposto, requer: 1- Depósito da quantia, artigo 893, I cpc e 893, II CPC; 2- Suspensão da exigibilidade do crédito, artigo 151, II CTN; 3- Citação do Réu para levantar o valor ou oferecer resposta nos termos do art. 893, II do CPC; 4- Seja julgado procedente o pedido a fim de extinguir o crédito tributário referente ao IPTU, nos termos do art. 156, VIII do CTN; 5- A utilização de todos os meios de provas admitidas em direito; 6- Condenação de custas e honorários em desfavor do réu no valor de 20% da causa; DO VALOR DA CAUSA Dá-se à causa o valor de R$... (valor por extenso). Termos em que, Pede deferimento. Local e data ... ADVOGADO ... OAB/UF ...
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