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UESB - 2022 CLÍNICA ODONTOLÓGICA I MAISLLA M. S. RAMOS FARMACOLOGIA DOS VASOCONSTRITORES Antes de adentramos nas particulares propriamente ditas dos vasoconstritores, precisamos ressaltar alguns pontos gerais sobre anestésicos. Todos os anestésicos locais injetáveis clinicamente eficazes são vasodilatadores! - Essa dilatação varia de acordo com alguns quesitos: * O tipo de anestésico usado; * O local de injeção; * Resposta individual de cada paciente; Após a aplicação do anestésico local em determinada região, os vasos sanguíneos dessa área irão dilatar. Essa dilatação provoca o aumento da perfusão sanguínea e ocasiona as seguintes reações: - A absorção do anestésico local será maior pelo sistema cardiovascular, ou seja o anestésico deixará de atuar localmente a região de aplicação e será redistribuído para as demais partes do corpo; - Se o nível do anestésico aumenta exageradamente na circulação sanguínea, aumenta também o risco de toxicidade; - Devido a maior difusão do anestésico o controle da dor não será efetivo no local de aplicação; - Se aumenta a perfusão, aumenta o sangramento naquele local da injeção. Agora vamos abordar de fato as propriedades dos vasoconstritores. DEFINIÇÃO: Fármacos que contraem os vasos sanguíneos e, portanto, controlam a perfusão tecidual; FUNÇÃO: São adicionados às soluções anestésicas locais para equilibrar as ações vasodilatadoras intrínsecas dos anestésicos locais; - Diminui a perfusão do anestésico, ajudando a manter a solução limitada ao local de injeção; - Diminui a absorção pelo sistema cardiovascular, ou seja, os níveis de anestésicos no sangue são menores, consequentemente reduz o risco de toxicidade; Os vasoconstritores comumente utilizados em conjunto com os anestésicos locais injetáveis são quimicamente idênticos ou semelhantes aos mediadores do sistema nervoso simpático adrenalina e noradrenalina. PORTANTO, OS VASODILATADORES SINTÉTICOS ATUAM COMO AGENTES SIMPÁTICOMIMÉTICOS OU ADRENÉRGICOS. * A adrenalina, noradrenalina e dopamina são as catecolaminas naturais do sistema nervoso simpático. Vasoconstritores combinados a Anestésicos locais pertencem a dois grupos farmacológicos: ➢ Agentes adrenérgicos incluem epinefrina, norepinefrina, fenilefrina e corbadrina (levonordefrina), ➢ enquanto felipressina, análogo sintético da vasopressina (hormônio liberado pela hipófise posterior), é o único agente não-adrenérgico em uso. ADRENALINA - A adrenalina é o vasoconstritor mais potente e mais amplamente utilizado na odontologia. - Clinicamente, a adrenalina é usada com frequência como vasoconstritor para hemostasia durante procedimentos cirúrgicos; Modo de Ação: A adrenalina atua diretamente nos receptores a- e b-adrenérgicos; os efeitos b predominam. Metabolismo: Fígado Efeitos colaterais e superdosagem: Estão relacionadas com a estimulação do SNC e incluem aumento do temor e ansiedade, tensão, agitação, cefaleia pulsátil, tremor, fraqueza, tontura, palidez, dificuldade respiratória e palpitação. - Quando disponível, lidocaína com adrenalina a 1:200.000 ou 1:300.000 é preferida para o controle da dor; UESB - 2022 CLÍNICA ODONTOLÓGICA I MAISLLA M. S. RAMOS - Em pacientes com comprometimento cardiovascular, parece prudente limitar ou evitar, se possível, a exposição a vasoconstritores. Hemostasia: - As soluções de anestésico local contendo adrenalina são utilizadas, através de infiltração no local da cirurgia, para prevenir ou minimizar a hemorragia durante procedimentos cirúrgicos ou outros. - São consideravelmente mais eficazes em restringir a perda sanguínea durante a cirurgia do que outros anestésicos locais sem adição de vasoconstritores. NORADRENALINA (LEVARTERENOL) - A noradrenalina é disponível nas formas sintética e natural. A forma natural constitui aproximadamente 20% da produção de catecolamina da medula adrenal. - Ela não deve ser recomendada como vasoconstritor em odontologia, porque suas desvantagens superam suas vantagens. Mecanismo de Ação: - As ações da noradrenalina são quase que exclusivamente sobre os receptores alfa (90%). - Ela também estimula as ações beta no coração (10%). - A noradrenalina apresenta um quarto da potência da adrenalina. Ações Sistêmicas: - Aumenta as contrações no miocárdio; - Produz aumento no fluxo sanguíneo nas artérias coronárias por meio de um efeito vasodilatador; - Redução na frequência cardíaca; - Aumento das pressões sistólica e diastólica, principalmente da sistólica; - O grau e a duração da isquemia observada após a infiltração de noradrenalina no palato podem levar à necrose dos tecidos moles; - A noradrenalina não é clinicamente eficaz no tratamento do broncoespasmo; - Alterações no SNC são como no caso da adrenalina decorrentes de superdosagem e quando ocorrem não são tão severas como de adrenalina. Metabolismo: é metabolizada, principalmente, pela enzima MAO. Aplicações Clínicas: A noradrenalina é utilizada como vasoconstritor em anestésicos locais e para tratamento da hipotensão. ▪ A noradrenalina deve ser administrada apenas para controle da dor, não havendo justificativa de seu uso para se obter hemostasia. ▪ Possui aproximadamente 25% da potência de um vasopressor como a adrenalina e, portanto, é utilizada na concentração de 1:30.000. FELIPRESSINA (OCTAPRESSIN) ➢ A felipressina é um análogo sintético do hormônio antidiurético vasopressina. Ela é uma amina não simpaticomimética, classificada como um vasoconstritor. Mecanismo de Ação: A felipressina age como estimulante direto da musculatura lisa vascular. Vasculatura: Em altas doses (maiores do que as terapêuticas), a constrição dos vasos sanguíneos cutâneos induzida pela felipressina pode produzir palidez facial. SNC: Não apresenta efeito na transmissão nervosa adrenérgica, portanto, pode ser administrada com segurança a pacientes com hipertireoidismo e àqueles que recebem inibidores da MAO ou antidepressivos tricíclicos. Útero: Apresenta ações antidiuréticas e ocitóxicas, as últimas contraindicando seu uso a pacientes grávidas, pode ocasionar contração uterina e consequente parto prematuro. ▪ A fenilefrina não está incluída nos tubetes de anestésicos locais odontológicos. ▪ Como não é um vasoconstritor tão potente quanto a adrenalina, a hemostasia durante o procedimento não é tão eficaz; contudo, devido à longa duração de ação da fenilefrina comparada com a da adrenalina, o período pós-operatório segue com menos sangramento. CONDIÇÕES DO PACIENTE A depender das condições sistêmicas do paciente, o cirurgião dentista tem que avaliar o que seria mais adequado: a utilização do vasoconstritor ou do anestésico puro. Atenção redobrada para os seguintes grupos: - Pacientes com doença cardiovascular mais significativa (ASA 3 e 4). - Pacientes com certas doenças não cardiovasculares (p. ex., disfunção da tireoide, diabetes, alergia a sulfito). - Pacientes que fazem uso de inibidores da MAO, antidepressivos tricíclicos e fenotiazínicos. adrenalina noradrenalina (levarterenol) felipressina (octapressin) condições do paciente
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