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Prof. Francisco Araujo A Síndrome do Desfiladeiro Torácico (SDT) representa um conjunto de sinais e sintomas decorrentes de compressão contínua ou intermitente do plexo braquial e/ou da artéria e veia subclávias, em seu trajeto no canal (desfiladeiro) cervicotorácico para o membro superior Síndrome do Desfiladeiro Torácico Síndrome do Desfiladeiro Torácico • Estruturas envolvidas: – Primeira costela torácica – Clavícula – Escaleno anterior (anteriormente) – Escaleno médio (posteriormente) – Peitoral menor Anatomia Apresenta três estreitamentos anatômicos: 1. O espaço interescalênico, limitado anteriormente pelo músculo Escaleno Anterior, posteriormente pelo músculo Escaleno Médio, e inferiormente pela primeira costela; 3. O espaço costoclavicular, limitado anteriormente pela clavícula, músculo subclávio e ligamento costocoracóide, póstero-medialmente pela primeira costela, póstero-lateralmente pela borda superior da escápula; 5. O espaço retropeitoral, limitado ântero-superiormente pelo músculo peitoral menor, seu tendão e o processo coracóide, póstero- medialmente pelo gradil costal, e póstero-lateralmente pelo corpo da escápula, glenóide e cabeça umeral. Anatomia Síndrome do Desfiladeiro Torácico • Compressão mais comum: – Tronco inferior do plexo braquial (C8-T1). – Artéria subclávia. Causas • Anomalias congênitas: • Variações anatômicas dos escalenos (hipertrofia, fibrose); • Costela cervical; • Anomalias vasculares; • Megapófise de C7; • Músculos supranumerários (m. subclácio póstico; m. escaleno mínimo). • Fraturas da clavícula e da primeira costela; • Formação de calo ósseo exuberante; • Tumores do ápice pulmonar e regiões próximas ao desfiladeiro cervicotorácico; • Cicatrizes traumáticas ou cirúrgicas; • Compressão por uso de mochila (??); • Trauma (distensão muscular por atividades repetitivas sobre a cabeça)… Costela Cervical Síndrome do Desfiladeiro Torácico • Sintomas: – Variam de leves a graves; – Dor difusa no braço e no ombro, principalmente com a abdução acima de 90°; – Dor localizada no pescoço, cabeça, tórax, ombro e axila; – Parestesia; – Dormência; – Fraqueza; – Edema ou descoloração; – Fenômeno de Raynaud (episódios reversíveis de vasoespasmos de extremidades, associados a palidez, seguido por cianose e rubor de mãos e pés, que ocorrem usualmente após estresse ou exposição ao frio). Neurais + comuns que vasculares!! Síndrome do Desfiladeiro Torácico • 5 padrões principais de sintomas: 1. Tronco inferior comprimido: • Dor na fossa supraclavicular e infraclavicular. • Dor na região posterior do pescoço, nos rombóides (C8-T1). • Dor na axila e região medial do braço (T1). • Dor irradiada para dedos anular e mínimo (C8). • Sensação de frio ou choque elétrico na distribuição do nervo ulnar (C8-T1). Síndrome do Desfiladeiro Torácico • 5 padrões principais de sintomas: 2. Tronco superior comprimido: • Dor ântero-lateral no pescoço (C3-C4). • Dor no ombro, mandíbula e ouvido (C3-C4-C5). • Parestesias na parte superior do tórax e braço lateral (C5, C6 e C7). Síndrome do Desfiladeiro Torácico • 5 padrões principais de sintomas: 3. Compressão venosa: • Edema de todo membro superior. • Edema não-depressível. • Coloração azulada. • Sensação de peso • Dor • Aumento da temperatura da pele Síndrome do Desfiladeiro Torácico • 5 padrões principais de sintomas: 4. Compressão arterial: • Resfriamento do MS • Episódios isquêmicos • Fadiga por esforço • Dor • Palidez • Parestesia • Alterações tróficas como úlceras e gangrenas 5. Padrão misto Avaliação do Paciente • Inspeção: – Coluna – Tórax – Cintura escapular – Membros superiores – Anormalidades posturais – Assimetrias – Atrofias musculares – Posicionamento da cintura escapular Avaliação do Paciente • Palpação: – Fossa supraclavicular (bandas fibromusculares); – Percussão do plexo braquial. • Exame Físico: – ADM ativa e passiva de cervical e cintura escapular; – Sensibilidade; – Reflexos; – Avaliação da respiração. Por que?? Avaliação do Paciente • Exame Físico: – Avaliação dos músculos levantadores: • Trapézio médio e superior • Levantador da escápula • Esternocleidomastoideo – Avaliação dos músculos escápulotorácicos: • Escaleno anterior e médio. • Peitoral maior. • Peitoral menor. Normalmente fracos! Normalmente encurtados! Teste de Função Muscular Trapézio Teste de Função Muscular Esternocleidomastoideo Teste de Função Muscular Levantador da Escápula Teste para encurtamento do peitoral maior Teste para encurtamento do peitoral menor Alongamento dos escalenos anterior e médio Avaliação do Paciente • Exame Físico: – Presença de costela cervical. – Posicionamento da clavícula. – Posicionamento e mobilidade da escápula. – Testes especiais para excluir: • Compressão nervosa periférica. • Radiculopatia cervical (hérnia). Avaliação do Paciente • Exame Físico: – Testes especiais para confirmar: • Teste de Roos • Teste de Adson • Teste de Wright • Manobra costoclavicular Teste de Roos Teste de Adson Teste de Wright Manobra Costoclavicular Diagnóstico Diferencial • Hérnia de disco cervical; • Tumores locais e medulares; • Compressão do nervo ulnar ou mediano; • Lesão do manguito rotador; • Fibromialgia; • Vasculite. Exames Complementares • RX coluna cervical, cintura escapular e tórax, (excluir anormalidades ósseas como megapófise de C7, costela cervical….); • RNM da coluna cervical está indicada na suspeita de radiculopatia e doença discal degenerativa; • ENMG geralmente é normal e não contribui para o diagnóstico (uma vez que a compressão depende de determinados movimentos ou posições…) Tratamento Conservador • Tromboembolíticos • Injeção botox (escalenos) • Fisioterapia Tratamento Conservador • Fisioterapia: – Relaxamento muscular. – Realinhamento postural: » Cervical. » Cintura escapular. – Fortalecimento muscular: » Levantadores da escápula. Tratamento Conservador • Fisioterapia: – Alongamento muscular: » Escapulotorácicos. – Mobilização: » Ombro. Tratamento Conservador – Alongamento: • Peitoral Menor e Maior. • Escaleno Anterior e Médio. Tratamento Conservador – Fortalecimento: • Trapézio Médio e Superior. • Levantador da Escápula. • Esternocleidomastoideo. Tratamento Cirúrgico • Após 4 meses de tratamento conservador sem sucesso. • Remoção da costela cervical; • Angioplastia; • Escalenectomia; • Ressecção 1º costela; • Tenotomia do peitoral menor. Poucas evidências de qualidade sobre qualquer tratamento (tanto conservador como cirúrgico)!
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