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Anne Karolyne Morato – P4 Tutoria Conhecer os tipos de cânceres pulmonares (patogênese, histopatológica e prognostico): Introdução: → Tumores centrais: Localizados próximos a região hilar. Exemplo: carcinoma de pequenas células e carcinoma epidermoide. → Tumores periféricos: Lesões que se localizam longe dos brônquios principais, ou seja, se localizam mais próximo a pleura. Exemplo: adenocarcinoma e carcinoma de células não pequenas. → Há 2 principais tipos de câncer de pulmão: CPCP – câncer de pulmão de células pequenas. • Característica a apresentação de metástase no momento do diagnostico, não podendo ser curado por meio de cirurgia. CPCNP – câncer de pulmão de células não pequenas. • Inclui os adenocarcinomas, carcinoma de células escamosas e carcinoma de grandes células. • Caracterizados por uma grande propensão ao tratamento cirúrgico por não responderem bem a quimioterapia. • Entretanto, com o avanço das técnicas terapêuticas, os CPCNP são mais bem classificados com base em seu tipo histológico e características moleculares. → Em alguns casos pode ocorrer a combinação de diferentes tipos histológicos em um mesmo paciente. → O prognostico geralmente está associado ao nível de estadiamento. Carcinoma de não pequenas células: → O subtipo desse câncer depende da célula da qual se originou: ADENOCARCINOMA: → Começam nas células que revestem os alvéolos e produzem substancias como muco. → Tumor maligno, bastante invasivo, que conta com diferenciação glandular ou de produção de mucina por suas células. → É o mais comum tipo de câncer de pulmão em mulheres e em pacientes fumantes, ex-fumantes e não fumantes. → Em geral, tem o crescimento lento e tamanho diminuído em comparação com outros tipos tumorais, mas tendem a sofrer metástase ainda nos estágios iniciais de desenvolvimento. Pode ocorrer em disseminação para o cérebro (com maior frequência), para os ossos, fígado e para as adrenais. Anne Karolyne Morato – P4 → Síndromes paraneoplásicas e endócrinas são menos comuns que em carcinoma de pequenas células. → Histologicamente, são lesões firmes e brancacentas, com padrões de crescimento variável. → Subtipos: Acinar; • Estruturas glandulares com formação de lúmen; glândulas redondas/ovais invadindo o estroma (geralmente fibroso). Papilar; • Crescimento longo de eixo fibroconjuntivo; células cuboidais/colunares malignas substituem o revestimento alveolar; contem núcleos fibrovasculares. Micropapilar; • Arranjo papilar sem eixo fibroconjuntivo; projeção/tufagem mal definida sem núcleos fibrovasculare; • PIOR PROGNÓSTICO. Sólido; • Arranjo sólido com positividades para marcadores de pneumócitos a IH; camadas de células neoplásicas. • PIOR PROGNÓSTICO. Lepídico; • Proliferação na parede alveolar; pouca complexidade arquitetônica; sem invasão linfovascular ou perineural. Mucinoso; • VARIANTE. • Mucina intracitoplasmática. • Anteriormente chamada bronquioalveolar mucinosa; • Tende a se espalhar pelos espaços aéreos, formando tumores satélites. Podem surgir como nódulos solitários ou múltiplos, ou comprometer um lobo inteiro. → Marcadores moleculares do adenocarcinoma: Mutações de EGFR – detectadas entre 10 e 20%, sendo mais frequente em não fumantes. Rearranjos dos genes ALK – detectados em 3 a 7%, mais frequente em não fumantes. Mutações dos genes KRAS – ocorrem em 30%, sendo mais comum em fumantes. Mutação do TP53 – encontrado em 30 a 40%, mais comum em fumantes. CARCINOMA ESPINOCELULAR: → Também conhecido como carcinoma de células escamosas ou carcinoma epidermoide. → É um tumor epitelial maligno do pulmão (começa nas células epidermoides, que se caracterizam por serem planas e revestem o interior das vias aéreas), com evidencia de diferenciação escamosa, associado ao sexo masculino e ao histórico de tabagismo. Anne Karolyne Morato – P4 → Tem uma progressão sequencial das lesões bem caracterizadas, que avançam de acordo com o acúmulo de alterações patogênicas, sendo frequentemente precedidos por metaplasia escamosa, ou displasia do epitélio brônquico, em seguida transformado em carcinoma in situ (fase que pode durar vários anos), e, finalmente, aparece o carcinoma de células escamosas invasivo. A partir desse momento o tumor pode seguir vários caminhos: Causar obstrução brônquica, inflamação do tecido peribrônquico, atingindo a carina ou o mediastino, podendo haver também a formação de massa intraparenquimatosa, empurrando a substancia pulmonar a sua frente. → Se apresenta como tecido branco- acinzentado, firme e endurecido de tamanho variável. → Quando há tumores volumosos, focos de hemorragia e necrose podem produzir um pontilhado vermelho ou amarelo-esbranquiçado, esses grandes tumores também podem apresentar necrose central, originando cavitações. → Histologicamente, as células apresentam queratinização e/ou pontes intercelulares. → Tem localização majoritariamente central, atingindo os brônquios principais, contudo, a incidência do carcinoma epidermoide na periferia pulmonar está aumentando. CARCINOMA DE GRANDES CÉLULAS (INDIFERENCIADO): → Conhecido também como carcinoma neuroendócrino de grandes células. → Corresponde a cerca de 10% das neoplasias pulmonares, sendo o tipo histológico menos comum. → Histologicamente são pouco diferenciadas, suas células possuem muito citoplasma e núcleos grandes. → Pode aparecer em qualquer parte do pulmão e tende a crescer e se disseminar rapidamente, o que pode tornar o tratamento mais difícil. → O crescimento desse tumor é rápido, muito semelhando ao câncer de pulmão de pequenas células. OUTROS SUBTIPOS: → Carcinoma adenoescamoso; → Carcinoma sarcomatoide. Carcinomas de pequenas células: → Esse tipo tende a crescer e se disseminar mais rápido que o câncer de pulmão de não pequenas células. É frequentemente diagnosticado já na forma de doença metastática (75%). → É considerado o PIOR prognóstico, pois é inoperável mesmo em tumores pequenos. Ele tende a responder bem a quimioterapia e radioterapia. No entanto, a maioria dos pacientes terá reaparecimento da doença em algum momento. Anne Karolyne Morato – P4 → É o mais agressivo dentre as neoplasias pulmonares, sendo um tumor indiferenciado. → A patogênese desta neoplasia possuo uma intima relação com a elevada carga tabágica (consumo de cigarros por dia/ano) e é rara em pacientes não tabagistas e em jovens. → Histologicamente, possui celulas pequenas e azuis de citoplasma praticamente ausente e núcleo muito hipercromático. → Do ponto de vista radiológico, apresenta grandes massas mediastinais e metástases a distância, ocorrendo mais frequentemente em ossos, fígado, pulmão, adrenal e SNC. → É muito comum manifestar-se clinicamente através de síndromes paraneoplásicas, já que esse tumor indiferenciado é na verdade uma massa de células que sintetizam grande quantidade de hormônios. Patogênese (Tratado de Oncologia): → O câncer se desenvolve a partir da ativação e inativação de genes chaves, essenciais no controle de vias regulatórias, tais como de transdução de sinais, de ciclo celular, de reparo de DNA e de apoptose. → No câncer de pulmão, alterações genéticas e hipergenéticas concorrem na sua patogênese, afetando a função de proto-oncogenes e de genes supressores tumorais. Proto-oncogenes – são genes que normalmente ajudam as células a crescer. Quando ele sofre mutação ele se torna um gene “ruim” (oncogene), que pode ficar permanentemente ligado ou ativado quando não deveria. Quando isso acontece, a célula cresce fora de controle, o que pode levar ao câncer. Geralmenteos oncogenes são ativados por: • Rearranjos cromossômicos – alterações nos cromossomos que colocam um gene ao lado de outro, o que permite que um ative o outro. • Duplicação – ter copias extras de um gene, pode fazer com que se produza maior quantidade de determinada proteína. Genes supressores de tumor – são genes normais que retardam a divisão celular, reparam erros do DNA ou indicam quando as células deveriam entrar em apoptose. Quando eles não funcionam corretamente, as células podem se desenvolver fora de controle, o que pode levar ao câncer. A maioria das mutações de genes supressores do tumor é adquirida, não herdada. Por exemplo, anormalidades do gene TP53 (que codifica a proteína P53) foram encontradas em mais da metade dos canceres humanos. Anne Karolyne Morato – P4 → Esses eventos desenvolvem-se de forma progressiva e em múltiplos estágios. → Além da sua importância na patogênese do câncer de pulmão, as alterações moleculares podem também determinar a capacidade de invasão, formação de metástases e resistência ao tratamento antineoplásico. → As células de câncer de pulmão tipicamente apresentam instabilidade cromossômica (alterações nos números de cromossomos ou anormalidades estruturais). Esses tipos de alterações ocorrem, por exemplo, em regiões onde se localiza o gene TP53. → Por outro lado, aumento do número de copias genéticas ou amplificações são fenômenos capazes de alterar a expressão de proto-oncogeneses como EGFR e MYC. → Várias alterações genéticas são conhecidas no desenvolvimento do câncer de pulmão, entre elas, mutações ativadoras ou amplificações de proto- oncogenes tais como BRAF, EGFR, ERBB2, KRAS, NRAS, PIK3CA e família MYC. → Por outro lado, mutações inativadoras, deleções ou hipermetilação de regiões promotoras podem afetar a função dos genes supressores tumorais como LKB1, BRG1, MYC, PTEN, P16, RB e TP53. → A presença dessas alterações esta correlacionada com os subtipos histológicos de câncer de pulmão, bem como o habito de fumar. → Os dois proto-oncogenes mais frequentemente mutados em carcinomas pulmonares são EGFR em 10 a 30% e KRAS (que é a isoforma mais encontrada do oncogene RAS) em cerca de 20% dos tumores. → A atividade da via EGFR é desencadeada através da atuação de vários ligantes (exemplo, EGF, TGF-α, e outros). O efeito observado é a ativação de cascatas de sinalização (como a via de MAPK, PI3K) e de outros transdutores de sinais e fatores de transcrição, responsáveis por proliferação celular, invasão e metástases. → A maioria das mutações especificas de EGFR ocorre entre os éxons (sequencias de bases transcritas e traduzidas) 18 e 21, sendo as mais características a substituição de leucina por arginina na posição 858 do éxon 21 (L858R) e deleção no éxon 19. → As mutações causam ativação típica da atividade de tirosina-quinase de EGRF por desestabilizar sua conformação de autoinbição, que é normalmente mantida na ausência de estimulo por um ligante. Anne Karolyne Morato – P4 → Os genes supressores tumorais CDKN2 e RB (retinoblastoma) estão envolvidos no controle do ciclo celular e estão comumente inativos no CPNPC e no CPPC, respectivamente. RB se localiza na região cromossomial 13p14 e codifica uma fosfoproteína que, em sua forma ativa, é essencial na regulação da transição G1/S no ciclo celular. → Mutações de perda de função estão presentes em até 90% dos casos de CPPC, e em 15 a 30% dos CPNPC. Por outro lado, CDKN2 codifica p16, uma quinase dependente de ciclina (família CDK), que inibe a atividade dos complexos CDK4 ou 6/ciclina D e CDK2/ciclina E. Essa inibição resulta no bloqueio da fosforilação de RB, portanto, levando à inibição do ciclo celular. Patogênese (Sanar): → As neoplasias pulmonares estão intimamente relacionadas com o tabagismo, ocorrendo pelo acúmulo progressivo de mutações patogênicas, que transformam células progenitoras pulmonares em células neoplásicas. → A sequencia de alterações moleculares inclui a inativação dos genes supressores de tumores (localizados no braço curto do cromossomo 30), mutações no TP53 (gene que codifica a proteína P53) ou a ativação do oncogene KRAS, entre outras. → A identificação de alterações genéticas abre uma porta para a terapia personalizada para neoplasia pulmonar, no qual suas características genéticas nortearão a seleção de drogas. → As alterações epiteliais iniciam com hiperplasia das células basais, metaplasia escamosa, progredindo para displasia escamosa e carcinoma in situ até atingir o estágio de câncer invasivo. → O câncer de pulmão em não fumantes, ocorrem com maior prevalência em mulheres e a maioria é de adenocarcinomas. Apresentam alta ocorrência de mutações em EGFR, e quase nunca tem mutações KRAS, as mutações TP53 não são incomuns, mas ocorrem com menos frequência do que em canceres relacionados ao uso de tabaco. Entender os exames laboratoriais e quadro clinico (baqueteamento digital, caquexia e sintomas): Exames laboratoriais: → A bioquímica sanguínea nos pacientes com câncer de pulmão de células não pequenas deve incluir hemograma, coagulograma, TGO/TGP/Bilirrubinas (fígado), cálcio iônico/fosforo (osso). → Caso a bioquímica de fígado ou óssea esteja alterada, deve-se realizar ultra- sonografia de abdome ou cintilografia óssea, respectivamente, ndependentemente do estádio precoce ou avançado. → Nível de cálcio: Níveis normais = de 8,8 a 10,4 mg/dL. Anne Karolyne Morato – P4 Níveis do paciente do caso clinico = 14,3 mg/dL (elevado, hipercalcemia). As células no câncer de pulmão podem secretar grande quantidade de uma proteína, tal como o hormônio da paratireoide aumenta os níveis de cálcio no sangue. Esses efeitos, chamados de hipercalcemia humoral maligna, são considerados como uma síndrome paraneoplásica. O cálcio também pode ser liberado no sangue quando o câncer se dissemina ate o osso (metástase) e destrói as células ósseas. → Concentração de fósforo: Níveis normais = de 2,5 a 4,5 mg/dL. Níveis do paciente do caso clinico = 2,4 mg/dL (baixo, hipofosfatemia). Pode ser causada por alcoolismo, queimaduras, inanição e uso de diuréticos. Considerada também uma síndrome paraneoplásica. → Nível de albumina: Níveis normais = de 3,5 a 5,2 g/dL. Níveis do paciente do caso clinico = 3,9 g/dL. Quadro clinico: → A história clinica no paciente com câncer de pulmão pode revelar sintomas inespecíficos (emagrecimento), de invasão local e de metástase a distância. → O curso clínico dessa patologia inclui: Tosse; Rouquidão; Falta de ar; Hemoptise; Dor torácica; Perda de peso. → A tosse crônica e expectoração apontam para tumores localizados e ressecáveis, entretanto existem alguns sinais que alertam para um prognostico mais sombrio, podendo-se citar: Rouquidão; Dor/pressão torácica; Síndrome da veia cava superior; Derrame pericárdio; Atelectasia segmentar persistente; Pneumonia. Baqueteamento digital: → Descrito também como hipocratismo digital associado à doença pulmonar incapacitante, provavelmente enfisema pulmonar (por Hipócrates). A partir dessa apresentação, vem sendo descrito associado a varias doenças, entre elas, as neoplasias malignas pulmonares. → O baqueteamento digital caracteriza-se pelo aumento do diâmetro das falanges distais e alterações das unhas. → Acredita-se que ocorra vasodilatação das veias das pontas dos dedos, aumentando a pressão hidroestática nos capilares que, por sua vez, promove movimentação do fluido para dentro do interstício, resultando no aumento das partes moles. → É a síndrome paraneoplásica mais comum dos tumores broncogênicos. Pode estar associada commais de duas Anne Karolyne Morato – P4 paraneoplásias extremamente raras, a síndrome de Cushing e a síndrome de Eaton-Lambert. → Entre os tipos histológicos, o adenocarcinoma é o mais frequente associado, apresentando o baqueteamento como manifestação inicial de neoplasia broncogênica rara. Caquexia: → É uma síndrome multifatorial que ocorre entre 50 a 80% dos pacientes com câncer avançado. → Caracteriza-se por perda de tecido adiposo e muscular, associado a proesso inflamatório sistêmico e consequente redução de massa corpórea. → Essas alterações metabólicas levam a perda da funcionalidade e diminuição da qualidade de vida. Entender como é realizado o diagnóstico do câncer de pulmão: Rastreamento: → Entre os possíveis riscos de rastreamento, destaca-se a possibilidade de resultados falsos-negativos em função da alta prevalência de tuberculose no Brasil, gerando imagens radiológicas que criam dificuldades no diagnostico diferencial. → Além disso, resultados falso-negativos, resultarão em nova tomografia computadorizada (TC), biópsia para descartar o câncer, podendo levar a complicações, achados incidentais, além da possibilidade do sobrediagnóstico (canceres que não causariam danos a vida). → Pacientes submetidos ao rastreamento com TC de baixa dose tem nódulos pulmonares não calcificados detectados em cerca de 15 a 20% dos casos. No entanto, apenas 1 em cada 20 nódulos detectados é realmente câncer de pulmão. → Até o momento, não há uma recomendação oficial do INCA sobre a modalidade de rastreamento. → A Força Tarefa de Serviços Preventivos dos Estados Unidos recomenda o rastreamento anual com TC de baixa dose em indivíduos de alto risco, com idade entre 50 e 80 anos e história de tabagismo com carga tabágica de 20 maços por ano, que atualmente fumam ou que pararam nos últimos 15 anos. Definição do diagnostico: → É realizado um exame de imagem (radiografia de tórax) + um exame histopatológico (biópsia) para definir qual o tipo e guiar na escolha do melhor tratamento. 1. Biópsia transtorácica: − Guiada por TC, é inserida uma agulha e feita a biópsia do nódulo, é indicada para nódulos periféricos. 2 Broncospcopia: − Após a sedação, há indrodução do broncoscópio pelas vias aéreas e a Anne Karolyne Morato – P4 biópsia por visualização direta da lesão. − Ideal para lesões centrais e hilares (broncoscópio não atinge os brônquios periféricos). → Citologia de escarro ou do liquido pleural: Método menos invasivo. Em pacientes com tosse produtiva, as amostras do escarro obtidos ao despertar podem conter altas concentrações de células malignas, mas o rendimento desse método é de <50% como um todo. O liquido pleural é outra fonte conveniente de células. Exames para pesquisa de metástases à distância: → TC de tórax, abdômen e pelve. → Ressonância magnética (RM) de crânio, especialmente em caso de sintomas neurológicos ou alterações ao exame clinico. → PET-CT, exame com maior sensibilidade para detectar metástases, indicado em casos que seja necessário excluir pequenos focos de doença metastática, quando o paciente sera submetido a alguma modalidade de tratamento local com intuito curativo, como cirurgia radical. → Cintilografia óssea, pode ser útil no vigência de sintomas ósseos e se for detectada elevação de fosfatase alcalina (vai indicar obstrução do fluxo biliar).. Apontar os tratamentos para o câncer de pulmão: Carcinoma pulmonar de pequenas células: → Em qualquer estagio costuma ser responsivo ao tratamento no início, mas geralmente as respostas são de curta duração. → Administra-se quimioterapia, com ou sem radioterapia, em função do estado da doença. → Em geral, a cirurgia não tem qualquer papel no tratamento desse tipo de câncer, embora possa ser curativa nos raros pacientes que tenham tumor pequeno, focal e sem metástase. Carcinoma pulmonar de não pequenas células: → Normalmente envolve a avaliação da elegibilidade para a cirurgia, seguida pela opção por cirurgia, quimioterapia, radioterapia, ou uma combinação de modalidades conforme apropriado dependendo do tipo de estágio do tumor. → Cirurgia: Retirada do tumor com uma margem de segurança, além da remoção dos linfonodos próximos ao pulmão e localizados no mediastino. É necessário o estadiamento pré- operatório (nesses casos está indicado o Pet-Scan – PET-CT) para Anne Karolyne Morato – P4 excluir metástase e evitar uma intervenção cirúrgica desnecessária. → Lobectomia: Cirurgia de escolha para o tratamento de câncer de pulmão. Retira-se todo o lobo pulmonar (grupo de segmentos), onde o tumor está situado. É mais adequado por remover toda a doença de forma anatômica. → Pneumectomia: É a retirada de um pulmão inteiro. A indicação é limitada e restrita. Procedimento com maior morbidade e não tolerado por alguns pacientes. → Quimioterapia: Pode ser usada como terapia neoadjuvante, ou seja, para redução do tumor e para posteriormente realizar a remoção cirúrgica. O carcinoma de pequenas células responde muito bem a quimioterapia. → Radioterapia: Também pode ser usada como terapia adjuvante para redução tumoral ou após a cirurgia para destruir as células tumorais persistentes, já que possui efeito regional, limitada a região escolhida. Relatar como as substancias químicas do cigarro contribuem para o câncer pulmonar: → Cerca de 90% dos tipos pulmonares ocorrem em fumantes ativos ou que pararam com o habito recentemente, havendo uma relação quase linear entre o risco aumentado de câncer e a duração e intensidade (numero de cigarros por dia) do tabagismo, diminuindo progressivamente após interrupção. → Os fumantes passivos tem cerca de duas vezes mais chances de desenvolverem câncer de pulmão do que não fumantes. → Sabe-se que nem todos os indivíduos fumantes desenvolvem neoplasia no trato pulmonar, podendo haver condicionamentos hereditários aos efeitos de substancias carcinogênicas. No entanto, neoplasias em não fumantes representam cerca de 25% dos casos de câncer pulmonar, tendo maior prevalência o adenocarcinoma. → Os tipos histológicos com maior associação a exposição ao tabaco são carcinoma epidermoide e carcinoma de pequenas células. → Ocorrem em canceres de pequenas células. → O tabaco contem cerca de 60 substancias cancerígenas. A grande maioria pertence a 3 grupos: Hidrocarbonetos aromáticos policíclicos; Aminas aromáticas; Nitrosaminas. → A nicotina não é uma substancia que causa diretamente o câncer. Entretanto, a nicotina participa da carcinogênese por atuar como intermediaria de macromoléculas pela sua nitrosação Anne Karolyne Morato – P4 (ligações entre grupos nitrosos e moléculas orgânicas, produzindo como resultado as nitrosaminas – compostos químicos cancerígenos produzidos a partir de nitritos e aminas) especificas do tabaco. → Por outro lado, na sua metabolização no fígado, pode se formar um subproduto, que participa da síntese de substancias cancerígenas. Recentemente, estudos evidenciam que a nicotina possui propriedade de angiogênese (formação de novos vasos), que favorece a proliferação das células cancerosas. → As nitrosaminas derivadas da nicotina formam-se durante o procedimento da cura do tabaco, consequentemente, são encontradas na fumaça. São 4 as principais nitrosaminas do tabaco: NNK2, NNN, NAT, NAB. • A NNK2 possui o maior potencial cancerígeno. • A NNK2 e a NNN se encontram em maior porpoção na fumaça ao redor da ponta do cigarro, o que contribui com a poluição da atmosfera ambiental e o mais relevante, constituem importantes agentes cancerígenos para os fumantes passivos. → A nitrosação acontecedurante a cura do tabaco e no ato de fumar, entretanto, existem evidencias de sua formação endógena no organismo. Nesse sentido, por algumas reações químicas da nicotina no fígado, podem se formar percursores cancerígenos no pulmão. → Por outro lado, a propriedade angiogênica da nicotina favorece o desenvolvimento do câncer no meio da proliferação e amplificação da rede de vasos para nutrir as células cancerosas. Ou seja, propicia a multiplicação mais rápida das células neoplásicas e sua disseminação. → Nos tabagistas, uma forma pela qual o tabaco desencadeia o câncer do pulmão, seria a interação da nicotina com os receptores de nicotina sobre as celulas epiteliais e as celulas que no futuro serão cancerosas. Além disso, a nicotina provoca dependência física e psíquica, o que faz com que o tabagista fume cada vez mais e, com isso, introduza no organismo substancias cancerígenas, além das nitrosaminas. Cada tragada de fumaça do cigarro introduz no organismo 4 trilhões de radicais livres. Anne Karolyne Morato – P4 → A exposição constante a fumaça do tabaco pode sobrecarregar os mecanismos de reparo do DNA e desencadear alterações genéticas que interrompem o crescimento e a regulação celular normal, ocasionando o câncer. → Entre as substâncias que contribuem para o risco de câncer pela inalação da fumaça do tabaco estão: Nicotina, alcatrão, amônia, óxido de nitrogênio (NOx), nitrosaminas (NNK, NNN, NAT), HCN (cianeto de hidrogênio), PAH e metais tóxicos como chumbo, arsênico, berílio, cádmio, cromo e níquel. Embora mais recentemente a nicotina não esteja sendo colocada no rol de substâncias cancerígenas presentes no cigarro. → Após sua ativação, o NNK interfere em diferentes vias de sinalização envolvidas com o crescimento e a diferenciação, resultando em proliferação celular descontrolada e tumorigênese. Relacionar as síndromes paraneoplásicas com o câncer de pulmão: Síndromes paraneoplásicas: → É uma síndrome endócrina que ocorre juntamente com as neoplasias, seja pela produção hormonal ou pela compressão gerada pelo crescimento do tumor. → São sintomas que ocorrem em locais distantes de um tumor ou de sua metástase. → Síndrome de Horner: Sintomas – ptose palpebral, miose, anidrose, enoftalmia. Sintomas causados em decorrência da compressão pelo tumor do tronco simpático. → Síndrome de Pancoast: Sintomas – dor no ombro homolateral a lesão tumoral e paresia. Causados pelo tumor no sulco superior que comprime o plexo braquial (C7-T11). Pode ocorrer simultaneamente com a síndrome de Horner. É causada principalmente pelo carcinoma broncogênico. → Síndrome da Veia Cava Superior (VCS): Sintomas – edemas em faces e membros superiores, turgência jugular, dispneia que se agrava quando paciente se deita ou se inclina (ortopneia), sensação de aumento do volume da cabeça. Sintomas causados pelo crescimento do tumor que leva a obstrução/compressão do fluxo sanguíneo na VCS. Causada principalmente pelo carcinoma broncogênico. → Hipercalcemia: Devido a produção de proteína relacionada com o hormônio paratireoideo pelo turmo ou razão de metástases osseas extensas que Anne Karolyne Morato – P4 causam a produção de fatores ativadores de osteoclastos. Mais frequente em carcinomas epidermoides. → Osteoartropatia hipertrófica: Artropatia dolorosa, simétrica de extremidades. Associada ao baqueteamento digital. → Secreção inapropriada de hormônio antidiurético (SIADH): Mais frequente nos carcinomas de pequenas células caracterizada pelo quadro de hiponatremia grave, além de manifestações neurológicas, como ataxia cerebelar, neuropatia sensorial, encefalite límbica, síndrome de Eaton-Lambert ou ainda encefalomielite. → Síndrome de Cushing: Resulta do excesso da produção de hormônio adrenocorticotrófico (ACTH) que é secretado pelo carcinoma de pequenas células. Conhecer o PNCT: → O Programa tem como objetivo reduzir a prevalência de fumantes e a consequente morbimortalidade relacionada ao consumo de derivados do tabaco no Brasil seguindo um modelo lógico no qual ações educativas, de comunicação, de atenção à saúde, junto com o apoio, a adoção ou cumprimento de medidas legislativas e econômicas, se potencializam para prevenir a iniciação do tabagismo, principalmente entre crianças, adolescentes e jovens; para promover a cessação de fumar; e para proteger a população da exposição à fumaça ambiental do tabaco e reduzir o dano individual, social e ambiental dos produtos derivados do tabaco. → O PNCT articula a Rede de tratamento do tabagismo no SUS, o Programa Saber Saúde, as campanhas e outras ações educativas e a promoção de ambientes livres. → O Programa Nacional de Controle do Tabagismo se destaca na articulação para implementação principalmente dos seguintes artigos da CQCT/OMS: 12 - Educação, comunicação, treinamento e conscientização do público; e 14 - Medidas de redução de demanda relativas à dependência e ao abandono do tabaco. Além disso, por meio de seu trabalho em rede, cria uma capilaridade que contribui na promoção e no fortalecimento de um ambiente favorável à implementação de todas as medidas e diretrizes de controle do tabaco no país, ainda que não estejam diretamente sob a governabilidade do setor saúde.
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