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Anne Karolyne Morato – P4 
 
Tutoria 
 
 
Descrever o ciclo menstrual 
normal e suas alterações: 
Anatomia funcional do trato genital 
feminino: 
 
 
 
 
Definições: 
→ Folículo = base do sistema reprodutor 
feminino. É uma estrutura que contém 
uma célula em seu interior que é capaz 
de originar um ovócito. 
→ FSH = hormônio folículo estimulante. 
→ LH = hormônio luteinizante. 
 
Oogênese: 
→ Antes do nascimento: 
 Já ocorre a produção folicular na 
mulher, no período intrauterino. 
 Ocorre mitose. 
 Por volta do 6º mês de vida 
intrauterina, os ovários contêm cerca 
de 7 bilhões folículos. 
→ Infância: inatividade no ovário. 
 Dictióteno = interrupção da divisão 
celular. Os ovócitos ficam congelados 
nessa fase até a puberdade. 
• Em cada ovócito primário é 
circundado por células foliculares, 
gerando folículo, denominado de 
folículo primordial. 
→ Puberdade até menopausa: 
 Como alguns folículos sofrem atresia, 
ao atingir a menarca, a mulher tem 
cerca de 300 mil folículos. 
 Durante a puberdade, o hipotálamo 
inicia gradualmente a liberação do 
GnRH, que estimula a hipófise a 
secretar de hormônios 
gonadotróficos (LH e FSH). Esses 
hormônios estimulam os ovários a 
produzir os hormônios sexuais 
femininos, levando à menarca, a 
primeira menstruação de uma 
mulher, que marca o início de sua 
vida reprodutiva. Os primeiros ciclos 
menstruais costumam ser irregulares 
e podem permanecer assim por até 
2 ou 3 anos. 
 
 
 
Anne Karolyne Morato – P4 
 
→ A duração média do ciclo menstrual é 
de 28 dias, variando entre 25 e 35 dias. 
Nesse período de 28 dias, existem 2 
diferentes ciclos que ocorrem ao 
mesmo tempo: o ciclo ovariano e o ciclo 
endometrial. 
→ Para que o ciclo sexual mensal feminino 
ocorra, é necessário um bom 
funcionamento do eixo hipotálamo-
hipófise-gonadal. 
→ O ciclo ovariano ocorre devido às 
alterações cíclicas dos hormônios 
gonadotróficos (FSH e LH) secretados 
pela hipófise anterior (adenohipófise), que 
estimulam as células-alvo ovarianas. 
→ O ciclo ovariano é divido em 2 partes: a 
fase folicular (do desenvolvimento do 
folículo até a ovulação) e a fase lútea (a 
partir da ovulação). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
→ A ovulação ocorre no 14º dia de um 
ciclo de 28 dias. Um pouco antes da 
ovulação, a parede externa do folículo 
forma um bico que rompe e libera o 
líquido folicular 
 A fase folicular dura cerca de 14 dias. 
 A fase lútea é fixa e dura 14 dias. 
 
Meiose: 
→ Meiose I – reducional: 
 Ovócito primário precisa continuar 
sua divisão, para isso ocorre a 
OVULAÇÃO → o ovócito primário 
tem a primeira meiose → dá origem 
a 1 ovócito secundário e 1 primeiro 
corpo polar (morre) → o ovócito 
secundário congela novamente a sua 
divisão e só termina a meiose 
quando o espermatozoide fecundar. 
→ Meiose II – equacional: 
 Depois da fecundação, ocorre a 
formação do zigoto (célula diploide) e 
o segundo corpo polar. 
 
 
A primeira etapa da foliculogênese é o 
recrutamento de folículos primordiais 
para reiniciar o desenvolvimento. Isso 
ocorre entre os dias 1 e 4 do ciclo 
menstrual. O  da secreção de FSH, 
cerca de 1 dia antes da menstruação, 
permite a iniciação desse processo. 
Anne Karolyne Morato – P4 
 
Ciclo menstrual normal: 
→ Colocando a menstruação como o start 
do ciclo, temos primeiramente a 
descamação do epitélio endometrial, ou 
seja, ocorre uma descamação do 
epitélio que estava sendo preparado 
para gestar. Com o epitélio descamando, 
significa que não teve implantação do 
embrião (blastocistos), e 
consequentemente, não tem a 
produção de hCG (hormônio 
gonadotrofina coriônica). 
→ O hCG é importante para manter o 
corpo lúteo mais de 14 dias, ou seja, 
quando um blastocisto estiver 
produzindo hCG fazendo com que o 
corpo lúteo se mantenha durante toda a 
gestação, produzindo progesterona. 
→ Quando não existe o blastocisto 
produzindo hCG, temos a regressão do 
corpo lúteo. O corpo lúteo é 
responsável por produzir ESTRÓGENO 
e PROGESTERONA. Se ocorre uma 
regressão desse corpo lúteo, 
consequentemente ocorre uma queda 
de estrógeno e progesterona. 
→ Com a queda dos níveis de estrógeno e 
progesterona, ocorre alta liberação do 
FSH e diminuição do feedback negativo. 
E com isso, a produção de GnRH. 
→ Ocorre estimulo de GnRH (hormônio 
liberador de gonadotrofina) no 
hipotálamo, para a produção de FSH e 
LH na adenohipófise. A depender da 
frequência do GnRH (tem a produção 
pulsátil), pode-se gerar um hormônio 
diferente. Na baixa frequência de GnRH 
ocorre uma  nos níveis de FSH. 
 Estimula o crescimento do folículo. 
→ Ocorre rápido crescimento folicular. A 
célula folicular produz estrógeno e inibina. 
→ A inibina diminui a secreção de FSH. 
→ Para crescer, os folículos precisavam do 
FSH, então se ocorre uma diminuição 
na secreção de desse hormônio, 
consequentemente ocorre uma atresia 
(fica sem função) de QUASE todos os 
folículos. Apenas UM folículo não entra 
em atresia, o chamado folículo 
dominante (tem mais receptor de FSH). 
 Por ter muito receptor de FSH, o 
folículo dominante consegue 
absorver todo esse hormônio e se 
manter funcionando. 
 Esse folículo continua aumentando a 
produção de estrógeno e inibina. 
→ A manutenção dos altos níveis de 
estrógeno leva a um pico de LH 
(hormônio luteinizante) – feedback +. 
→ Esse  na produção de LH faz com que 
o ovócito termine a fase de Meiose I → 
produza o ovócito secundário e libere o 
corpo polar → ocorra a ovulação. 
→ Depois da ovulação ocorre a formação 
do corpo lúteo (é a reorganização do 
que sobrou do folículo). Durante a 
formação do corpo lúteo ocorre a alta 
produção de progesterona e estrógeno. 
→ O estrógeno e a progesterona 
preparam o corpo da mulher para 
receber o blastocisto (feto). 
Anne Karolyne Morato – P4 
 
→ Depois disso (14 dias) pode ocorrer: 
fecundação ou ausência de fecundação. 
 Fecundação: 
• O ovócito secundário termina a 
Meiose II → forma o zigoto junto 
com o espermatozoide → o 
blastocisto se implanta no 
endométrio. 
• Com o blastocisto implantado, ele 
produz hCG (embrião) → isso 
mantem o corpo lúteo (produção 
de estrógeno e progesterona 
durante toda a gravidez). 
 Ausência de fecundação: 
• O epitélio que estava preparado 
no útero para receber o 
blastocisto sofre descamação, ou 
seja, ocorre a menstruação. 
• Ocorre regressão do corpo lúteo 
→ diminuição dos níveis de 
estrógeno e progesterona → 
diminuição do feedback negativo 
sob o FSH, ou seja, o GnRH em 
sua frequência baixa volta a 
produzir o FSH → reinicia o ciclo. 
 
Funções hormonais: 
→ Osso – estrógeno: 
 Fechamento das placas epifisárias. 
 Induz a síntese óssea: 
  absorção intestinal de cálcio. 
 Sobrevivência dos osteoblastos. 
 Apoptose dos osteoclastos. 
 Menopausa = ausência de estrógeno 
→ osteoporose (não ocorre a 
síntese óssea). 
→ Fígado – estrógeno: 
  LDL (colesterol ruim). 
  HDL (melhora o perfil lipídico). 
  incidência de doenças 
cardiovasculares. 
 Regula as proteínas de transporte, do 
cortisol, hormônios tireoidianos e 
globulina ligadora de hormônios 
sexuais (SHBG). 
→ Pele – estrógeno e progesterona: 
 Deixam a pele saudável e lisa. 
  a apoptose dos queratinócitos. 
  a síntese de colágeno. 
 
 
 
 
 
 
 
→ Tecido adiposo – estrógeno: 
  a quantidade de tecido adiposo. 
→ Não circulam livremente no plasma: 
 Estrógeno = transporte por SHBG, 
albumina e forma livre. 
 Progesterona = transcortina/albumina. 
Existem contraceptivos progestinicos 
(não tem o estrógeno), que é 
sintetizado em laboratório. As vezes 
podem conter hormônios similares a 
testosterona (mais androgênico) → 
ocorre aumento da acne. 
 
Anne Karolyne Morato – P4 
 
Alterações: 
→ Duração: 
 Hipermenorreia = fluxo sanguíneo + 
de 8 dias. 
 Hipomenorreia = fluxo sanguíneo 
dura - de 3 dias. 
→ Quantidade: 
 Menorragia= não se altera período, 
mas é grande quantidade de fluxo. 
 Oligomenorreia = escassez no fluxo. 
→ Intervalo: 
 Opsomenorréia = intervalo  35 dias. 
 Polimenorreia = frequência  24 dias. 
→ Metrorragia = perda de sangue atípica, 
fora do período menstrual. 
→ Amenorreia = falta da menstruação. 
→ Dismenorreia = menstruação dolorosa 
ou cólica menstrual, intensa, podendo 
estender-se por todo o período 
menstrual. 
 Primaria = cólica sem doença pélvica. 
 Secundaria = cólica relacionada a 
doença pélvica (endometriose, DIU, 
mioma uterino). 
→ TPM – tensão pré-menstrual: 
 Sintomas pré-menstruais; 
 Fase lútea do ciclo; 
 Melhoram com o início do fluxo 
menstrual; 
 80% das mulheres em idade 
reprodutiva apresentam algum 
sintoma pré-menstrual que não 
interfere no dia a dia. 
 os sintomas podem ser diferentes a 
cada mês, podem ou não ser 
percebidos e pode ser mais de um. 
→ SDPM – síndrome disfórica pré-
menstrual: 
 3 a 8% tem grande interferência no 
seu dia a dia como consequência dos 
sintomas pré-menstruais. 
 Necessário a presença de no mínimo 
5 sintomas, e 1 deles sendo 
obrigatoriamente comportamental 
(depressão, ansiedade, irritabilidade...) 
 
Causas da irregularidade: 
→ Considerada normal no primeiro ano 
após a menarca, devido a imaturidade do 
eixo hipotálamo-hipófise-gonadotrofinas. 
Após isso, deve-se considerar 
irregularidade menstrual em períodos 
acima de 90 dias sem menstruarão ou 
menos de 8 ciclos por ano. 
 
Descrever os critérios diagnósticos 
e quadro clinico da SOP: 
Introdução: 
→ A Síndrome dos Ovários Policísticos 
(SOP) é uma das doenças endócrino-
metabólicas mais comuns nas mulheres 
em idade reprodutiva. 
→ Essa desordem endócrina é 
caracterizada por disfunção ovulatória e 
hiperandrogenismo, além de relacionar-
se com complicações metabólicas e 
cardiovasculares. 
→ A etiologia ainda é desconhecida. 
 Acredita-se que sua origem pode ser 
genética, poligenética ou multifatorial. 
 
Anne Karolyne Morato – P4 
 
→ Síndrome: conjunto de sinais e sintomas. 
 Ciclos anovulatórios; 
• Paciente que não ovula de forma 
regular, causa alterações tanto no 
padrão menstrual quanto na 
infertilidade. 
 Hiperandrogenismo; 
•  dos níveis de androgênios = 
hormônios masculinos. 
 Ovários micro policísticos. 
→ A SOP é uma doença metabólica, pois 
aumenta os riscos de: 
 Alterações lipídicas – colesterol e 
triglicerídeos. 
 Diabetes. 
 Hipertensão arterial. 
 Doença cardiovascular. 
 
Epidemiologia: 
→ É a endocrinopatia mais comum na 
menacme. Pode acometer até 10% 
dessas mulheres. 
→ A SOP é a causa mais comum da 
anovulação crônica, hiperandrogenismo, 
infertilidade de fator ovulatório e 
hirsutismo. 
 
Quadro clinico: 
→ Essa patologia traz consequência não só 
fisiológicas, caracterizada por distúrbios 
metabólicos importantes, mas também 
impactos psicossociais. 
→ A acne e o hirsutismo, por exemplo, são 
manifestações clinicas do 
hiperandrogenismo que afetam 
diretamente a autoestima das mulheres 
e consequentemente sua qualidade de 
vida. 
→ Além desses sintomas, que interferem 
no bem-estar social dessas pacientes, 
existem certas condições que as 
portadoras da SOP apresentam maior 
probabilidade de desenvolver, como: 
 Doenças cardiovasculares; 
 Resistência insulínica; 
 Obesidade; 
 E até mesmo infertilidade. 
DISFUNÇÃO MENSTRUAL: 
→ Amenorreia/oligomenorreia: 
→ Sangramento uterino anormal: 
 Variam de intensidade e duração e 
aparecem de maneira imprevisível. 
 Esses sangramentos se devem a 
estimulação do endométrio pelos 
estrógenos, sem contraposição da 
progesterona, levando ao surgimento 
do endométrio espesso e instável. 
HIPERANDROGENISMO: 
→ Acne: 
 Se deve por 4 fatores: 
1 Bloqueio da abertura folicular por 
hiperceratose; 
2 Produção excessiva de cebo; 
3 Proliferação de propiomibacterium acnes 
comensal; 
4 Inflamação por ação androgênica. 
→ Alopecia: 
 Ocorre devido a ação da 5-alfa-
redutase no folículo piloso, gerando a 
queda de cabelo. 
 
Anne Karolyne Morato – P4 
 
→ Hirsutirmo: 
 Presença de pelos mais escuros e 
ásperos em padrão de distribuição 
tipicamente masculino. 
 Dentro do folículo piloso, a 
testosterona é convertida em di-
hidrotestosterona (DTH) pela enzima 
5-alfa-redutase. 
 A testosterona e principalmente a 
DTH são responsáveis por engrossar 
e escurecer os pelos em áreas 
sensíveis a androgênios. 
 A quantificação da distribuição de 
pelos pode ser feita utilizando a 
Escala de Ferriman-Gallwey que 
possui 9 imagens com diferentes 
padrões de hirsutismo e o grau é 
pontuado de 0 a 4. A pontuação 
para considerar o hirsutismo varia de 
acordo com a etnia, sendo 
considerados o valor de 4 para 
orientais ou 6 para outras etnias. 
 
 
DISFUNÇÕES ENDÓCRINAS: 
→ Resistência insulínica: 
 Um dos marcadores é a Acantose 
Nigricans, que é a consequência doe 
estimulo insulínico no 
desenvolvimento de queratinócitos e 
fibroblastos da pele, levando ao 
escurecimento em áreas de flexão 
da pele, principalmente axilas e nuca. 
→ DM2/intolerância a glicose: 
 O risco elevado para o 
desenvolvimento desses problemas, 
é devido a disfunção das células beta 
pancreáticas. 
DISLIPIDEMIA: 
 Níveis  de LDL, triglicerídeos e 
colesterol, além dos níveis  de HDL. 
OBESIDADE: 
 O padrão típico é andrógeno,  da 
relação cintura/quadril que contribui 
para o  do risco cardiovascular. 
INFERTILIDADE: 
→ Devido ao processo de alteração do 
eixo hipotálamo-hipófise-ovariano, ocorre 
anovulação, visto que o desenvolvimento 
folicular não é completado. 
→ Responsável por cerca de 80% dos 
casos de infertilidade anovulatória. 
 
 
Anne Karolyne Morato – P4 
 
Critérios diagnósticos: 
→ Em 2003, no Consenso de Rotterdam, 
foram definidos os critérios mais 
amplamente aceitos e abrangentes para 
diagnosticar a SOP. De acordo com 
Rotterdam, para o diagnóstico da 
síndrome é necessário que a paciente 
tenha pelo menos 2 dos 3 critérios: 
 Hiperandrogenismo clinico e/ou 
laboratorial; 
 Oligo-amenorreia; 
 Critérios ultrassonográficos. 
→ Com base nisso é possível observar a 
formação de 4 fenótipos de SOP: 
1. Oligoovulação ou anovulação, 
hiperandrogenismo e ovários policísticos; 
2. Oligoovulação ou anovulação e ovários 
policísticos; 
3. Hiperandrogenismo e ovários policísticos; 
4. Oligoovulação ou anovulação e 
hiperandrogenismo. 
→ No período pós-puberal as mudanças 
fisiológicas do eixo hipotálamo-hipófise-
ovário ainda não estão completamente 
consolidadas, resultando em 
irregularidades menstruais e ciclos 
anovulatórios, fato que dificulta o 
diagnóstico da SOP na adolescência. 
→ Desse modo, para a definição desta 
síndrome na pós-menarca é necessário 
que a adolescente tenha os 3 critérios 
de Rotterdam completos, não apenas 2, 
além da presença de hiperandrogenismo 
e anovulação após 2 anos da menarca. 
→ Já no período de transição da 
menopausa, os distúrbios endócrinos se 
sobrepõem aos ginecológicos. Nessa fase 
ocorre uma  na produção androgênica, 
fato que torna difícil o diagnóstico. Em 
razão disso e das alterações clinicas 
marcantes do período, a caracterização 
dessa desordem é confirmada com base 
na história clínica da paciente, que ocorre 
antes da menopausa. 
 
 
 
Correlacionar a SOP com outras 
comorbidades: 
Obesidade: 
→ A obesidade é uma doença 
caracterizada pelo acúmulo de gordura 
corporal de forma excessiva, 
prejudicando a saúde do indivíduo. 
→ Segundo a OMS, uma pessoa é 
considerada obesa quando o IMC é 
maior ou igual a 30 kg/m². 
Anne Karolyne Morato – P4 
 
→ Frequentemente a obesidade faz parte 
do quadro clinico da SOP, estando 
presente em 30% a 70% das mulheres 
com essa síndrome. 
→ A correlação entre a SOP e a obesidade 
é complexa, mas alguns estudos 
sugerem que existe uma relação entre 
a adiposidade e a severidade das 
manifestaçõesclinicas das mulheres com 
essa síndrome, ou seja, a obesidade 
pode agravar o quadro clinico da 
paciente, exacerbando distúrbios 
metabólicos e reprodutivos que estão 
associados comumente a SOP. 
→ Segundo uma análise de Rehme, Pontes, 
Corrente, Franco Júnior e Pontes (2013): 
A obesidade por si só interfere no ciclo 
menstrual das mulheres, alterando o seu 
padrão, já que, neste estudo, todas as 
mulheres obesas que apresentavam 
SOP manifestaram anovulação, e 
mesmo nas mulheres obesas que não 
tem SOP, a anovulação estava presente. 
→ O mesmo estudo ainda mostrou que 
todas as mulheres obesas com SOP 
apresentavam hiperandrogenismo, já o 
grupo de mulheres obesas sem a SOP 
não apresentavam essa manifestação 
característica as síndromes. 
→ Na tentativa de explicar essa 
interferência da obesidade na severidade 
clínica da SOP, vários estudos analisaram 
a fisiopatologia do tecido adiposo. 
Segundo Rehme, Pontes, Corrente et al., 
(2013), o tecido adiposo é 
metabolicamente ativo e, na obesidade 
em vigência de SOP, há uma 
predominância da obesidade hipertrófica, 
em que há um  no tamanho dos 
adipócitos, em prejuízo da obesidade 
hiperplásica, caracterizada pelo  do 
número dessas células. 
→ Essa predominância da obesidade 
hipertrófica em mulheres com SOP 
sugere que a capacidade lipolítica dos 
adipócitos esteja desequilibrada e, assim, 
esse prejuízo no metabolismo de lipídios 
nessas mulheres poderia exacerbar os 
distúrbios metabólicos como resistência a 
insulina e síndrome metabólica. 
→ Outro estudo que tenta explicar essa 
relação é o de Tavares e Barros (2019): 
segundo o qual há 2 aspectos 
importantes na fisiopatologia da 
síndrome e da obesidade que formam 
uma espécie de retroalimentação: 
 Hiperandrogenismo e hiperinsulinemia. 
→ De acordo com os autores, o 
hiperandrogenismo da SOP aumenta a 
expressão dos genes envolvidos com a 
lipogênese, o que predispõe o acumulo 
de gordura. Assim, é favorecido o 
desenvolvimento ou agravo de 
obesidade, situação já estabelecida de 
agravo de RI. Além disso, na SOP, a RI 
com a hiperinsulinemia compensatória 
estimula os ovários e as adrenais a 
produzir andrógenos, agravando o 
quadro de hiperandrogenismo. 
→ Em pesquisa de Sales et al. (2015), ainda 
pode-se observar a relação da 
obesidade com o desequilíbrio de 
hormônios sexuais nas mulheres. Nesse 
estudo, fala-se que os níveis de SHBG 
Anne Karolyne Morato – P4 
 
tendem a diminuir na medida em que a 
gordura corporal aumenta, o que causa 
um  da fração livre de andrógenos no 
sangue, podendo agravar o quadro de 
hiperandrogenismo. 
 
Hiperandrogenismo e hirsutismo: 
→ Os achados fundamentais para o 
diagnóstico da SOP durante a 
adolescência se evidenciam por critérios 
delimitados, como o ciclo menstrual 
irregular representado pela 
oligomenorreia e/ou amenorreia por, 
pelo menos, dois anos após a menarca, 
a ultrassonografia apresentando ovários 
policísticos e volume ovariano maior ou 
igual a 10 cm³ e sinais clínicos e/ou 
bioquímicos de hiperandrogenismo 
(Rehme, Pontes, Goldberg et al., 2013). 
→ Nesse contexto, na SOP, a produção 
exacerbada de androgênios se relaciona 
com a atuação das adrenais e dos 
ovários. O aumento dos androgênios 
ovarianos é o mais evidente e provoca 
especialmente a elevação da 
testosterona, advinda do hiperestímulo 
do LH, fortalecida pela ampliação 
intrínseca da secreção destes 
androgênios nas células da teca ou pela 
ação da insulina. 
→ Com efeito, ainda não estão 
inteiramente esclarecidos os mecanismos 
do hiperandrogenismo adrenal na SOP, 
todavia, a maior proposição tem sido o 
catabolismo do cortisol e/ou a resposta 
aumentada dos androgênios adrenais a 
níveis normais do hormônio 
adrenocorticotrófico (ACTH). 
→ Nas mulheres, o hiperandrogenismo 
acarreta manifestações clínicas de 
diferentes intensidades, como acne, 
alopecia, seborréia, irregularidades 
menstruais, puberdade precoce, 
distúrbios psicológicos, síndrome 
metabólica, virilização e hirsutismo. 
 
Síndrome metabólica e risco 
cardiovascular: 
→ De acordo com a I Diretriz Brasileira de 
Diagnóstico e Tratamento da Síndrome 
Metabólica (2005), a SM é uma condição 
complexa, normalmente relacionada à 
deposição central de gordura e à 
resistência à insulina e que resulta no 
aumento do risco cardiovascular. 
→ O diagnóstico da SM baseia-se 
fundamentalmente em cinco 
parâmetros, dos quais a presença de 
pelo menos três determina o 
diagnóstico: 
1. pressão arterial (PA); 
a.  130 mmHg para PA sistólica e de 
85 mmHg para PA diastólica. 
2. HDL- colesterol; 
a.  de 50 mg/dL. 
3. Triglicerídeos; 
a.  150 mg/dL. 
4. Glicemia de jejum; 
a.  100 mg/dL. 
5. Circunferência abdominal (CA). 
a. Variam conforme a referência 
utilizada,  ou igual a 80 ou 88 cm. 
Anne Karolyne Morato – P4 
 
Relacionar a fisiopatologia da 
resistência a insula com a SOP: 
Definição: 
→ De acordo com Pontes et al. (2012), 
define-se a resistência a insulina (RI) 
como um estado metabólico no qual 
ocorre desequilíbrio da homeostase dos 
níveis glicêmicos, levando a uma falha no 
metabolismo da glicose. 
→ Síndrome metabólica associada a 
obesidade visceral → resistência 
insulínica. 
→ Acúmulo de tecido adiposo visceral. 
 Outras consequências além da 
resistência à insulina, seria também 
uma dislipidemia e/ou hipertensão. 
→ O estado de hiperinsulinêmia resultante 
da RI é responsável pela  da produção 
androgênica no organismo feminino, 
devido a ação desse hormônio 
estimulando diretamente as células da 
teca ovariana. Além disso, a insulina 
também atua na  da produção da 
proteína carregadora de androgênios no 
fígado. Assim, com base nesses 
processos, ocorre uma  da 
concentração da testosterona livre, o 
principal androgênio, na circulação 
sanguínea. 
→ Existe a resistência à insulina periférica 
(exemplo: músculos) e a resistência a 
insulina central (hepática). 
 
 
 
Processo normal: 
→ O processo normal da captação de 
glicose pela célula, ocorre da seguinte 
maneira: 
 A célula possui receptores para 
insulina, quando a insulina se liga ao 
receptor → ela fosforiza a tirosina. 
 A tirosina atua sobre o GLUT 4, que 
quando ativado, funciona como uma 
porta de entrada da glicose na célula. 
• É uma proteína que capta a 
glicose. 
 
 
 
Fisiopatologia: 
→ A resistência à insulina ocorre quando as 
células do corpo (principalmente do 
fígado e do músculo), não captam a 
glicose que está no sangue. 
→ O que acontece no processo patológico 
é que a insulina não tem a capacidade 
de sinalizar a tirosina, então não ocorre 
ativação da GLUT 4. 
→ A insulina vai acabar ativando outro 
aminoácido, por exemplo, a serina, que 
não tem tanta afinidade com o GLUT 4. 
Ou seja, ela não consegue ativar o 
GLUT 4, então a glicose ao invés de 
entrar na célula, fica na circulação. 
Anne Karolyne Morato – P4 
 
→ Com a  dos níveis de glicose sérica 
ocorre a resistência à insulina. 
→ No caso da resistência a insulina central 
ocorre um prejuízo na sinalização da 
insulina no fígado, onde a captação não 
é eficaz, pois a via glicolítica está 
prejudicada. Quando a glicose entra no 
fígado ela é convertida em glicose-6-
fosfato por meio da enzima glicocinase. 
No caso ocorre um prejuízo na função 
dessa enzima. 
→ Além disso, existe outros fatores 
envolvidos, como o  da produção 
hepática de glicose por ativação de 
enzimas da gliconeogênese. 
→ Ou seja, a mulher apresenta 2 tipos de 
alterações/resistência à insulina: 
 Não capta glicose pelo músculo e 
tecido adiposo. 
 Produção  de glicose pelo fígado. 
 
Relação entre RI e SOP: 
→ Nem todas as mulheres com SOP 
apresentarão a RI. 
→ As evidencias cientificas demonstram 
que há forte correlação entre a 
presença do mecanismo de RI e o 
desenvolvimento da SOP. 
→ Uma manifestação importante consistena Acantose Nigricante (NA), que 
corresponde a um marcador cutâneo da 
condição de  taxa glicêmica no 
organismo e possui grande associação 
com a RI. Caracterizada por uma mancha 
aveludada e acastanhada na pele, a NA 
possui relevante prevalência na SOP. 
 A NA deve ter uma inspeção 
rotineira, pois sua presença qualifica 
um fenótipo de gravidade na SOP e 
possui relação intrínseca com 
disfunções metabólicas. 
→ A paciente que apresenta resistência à 
insulina, terá mais insulina disponível no 
sangue → o que leva a maior produção 
de androgênios. 
→ Esses andrógenos ficam circulando no 
sangue, mas para que ocorra a 
circulação adequada, existem proteínas 
que transportam esses hormônios. 
 No caso das pacientes com 
resistência a insulina, ocorre grande 
chance de uma redução dessas 
proteínas transportadoras. 
 Consequentemente existe uma 
fração maior do hormônio livre e 
maior a sinalização/resposta do 
hormônio em excesso. 
 
Compreender o mecanismo de 
ação da Metformina no 
tratamento da SOP: 
→ A principal ação da Metformina é o 
efeito anti-hiperglicemiante na redução 
da glicogênese hepática. 
→ Ademais, a Metformina diminui a 
absorção de glicose no aparelho 
digestivo, aumenta a sensibilidade a 
insulina nos tecidos muscular e adiposos 
e melhora indiretamente a resposta da 
célula β a glicose. 
→ Nos tecidos periféricos, ocorre um 
aumento do transporte de glicose, por 
Anne Karolyne Morato – P4 
 
aumentar a concentração da GLUT 4 
na membrana das células que 
respondem a insulina. 
→ Além disso, gera muitos dos seus efeitos 
a partir de uma proteína quinase ativada 
por adenosina monofosfato (AMPK), que 
tem uma importante função no 
metabolismo, controlando o gasto de 
energia e o apetite. 
→ A metformina é administrada por via 
oral, sendo absorvida lentamente pela 
parte superior do intestino delgado 
(duodeno-jejuno), é importante lembrar 
que a presença de alimento na bolsa 
estomacal retarda a sua absorção, mas 
não prejudica, visto que boa parte da 
administração esse fármaco é pós-
prandial. 
→ Sua biodisponibilidade é da ordem de 50 
a 60% e sua excreção é, 
principalmente, por via urinaria. 
→ A redução glicêmica ocorre devido suas 
ações no tecido hepático e muscular, 
possuindo efeito sensibilizador a insulina. 
→ É importante ressaltar que, ao contrário 
dos fármacos secretagogos, a 
metformina não aumenta os níveis 
séricos de insulina, sendo bem menos 
passível de causar hipoglicemia. 
 
 
 
 
 
→ O mecanismo de ação não é bem 
conhecido; ela diminui a glicemia 
produzindo efeitos tipo insulina em 
diversos tecidos. Atua na presença de 
insulina aumentando a utilização de 
glicose e reduzindo a mesma, portanto 
contrabalançando a resistência à insulina. 
→ Os efeitos incluem a elevação da 
utilização da glicose, oxidação e 
glicogênese pelos músculos sem 
modificar a síntese de glicogênio do 
musculo esquelético. 
→ Aumenta o metabolismo da glicose a 
lactato em nível intestinal, diminui a 
glicogênese hepática e, possivelmente, a 
taxa de absorção intestinal de glicose. 
→ Pode haver perda de peso, já que 
diminui a hiperglicemia pós-prandial por 
aumento da captura de glicose pelo 
musculo e tecido adiposo, e isto 
possivelmente diminui o apetite. 
→ Incrementa a captura da glicose em 
pacientes obesos e diminui lentamente 
ou não modifica em pacientes não 
obesos. Por isso a redução de peso 
corporal ocorre apenas em pacientes 
obesos. 
→ Causa baixa na glicose e insulina 
plasmática em jejum, melhora a 
tolerância a glicose e eleva os níveis 
plasmáticos dos lipídios de forma 
independente as alterações do peso 
corporal. 
→ Diminui triglicérides, colesterol total e 
lipoproteínas de baixa densidade. 
→ Não incrementa as lipoproteínas de alta 
densidade. 
 
A fertilidade e o desempenho 
reprodutor não são afetados pela 
Metformina. 
Anne Karolyne Morato – P4 
 
Descrever as outras possibil idades 
terapêuticas para a SOP: 
→ Tratamento dietético: 
 Controlando a alimentação da 
paciente → controle do excesso de 
gordura → não ocorre resistência a 
insulina → não eleva os níveis de 
androgênios livres. 
→ Modificações no estilo de vida: 
 Cessação do tabagismo e do uso 
abusivo de álcool; 
 Pratica de atividade física regular; 
 Alimentação saudável; 
 Perda de peso (obesidade). 
• Melhora os índices de ovulação, 
contribuindo para redução da 
infertilidade, além de se relacionar 
com a redução de abortos e 
doenças gestacionais. A perda de 
peso é fundamental, pois a 
Metformina (principal 
medicamento utilizado no 
tratamento da SOP) é mais eficaz 
quando ajustada a uma 
intervenção no estilo de vida.

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