Buscar

SOP -PROB1MT2 Thaiane Barros - SOP

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 15 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 15 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 15 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Thaiane Barros - MEDICINA P4 - @thaianebarros__ 
 
♥ Objetivos:
 
1♥ Compreender o ciclo menstrual normal e 
suas alterações; 
 
2♥ Entender a SOP (etiopatologia, 
fisiopatologia, quadro clínico, diagnóstico, 
tratamento); 
 
3♥ Correlacionar o mecanismo de ação da 
Metformina com o tratamento da SOP; 
 
4♥ Relacionar as alterações dos níveis 
insulínicos com a fisiopatologia da SOP; 
 
5♥ Associar a SOP com outras comorbidades 
(Obesidade, Dislipidemia, Hirsutismo...) 
 
1♥ Compreender o ciclo menstrual normal e 
suas alterações; 
 
Fases e duração do ciclo menstrual 
-O primeiro dia de menstruação representa o 
primeiro dia do ciclo (dia 1). 
- O ciclo menstrual é regulado pela 
complexa interação dos hormônios 
pituitários (LH e FSH) (hormônio luteinizante 
e hormônio foliculoestimulante) com as 
hormônios sexuais ovarianos (estradiol e 
progesterona). 
 
-O ciclo ovariano é dividido em duas fases: 
folicular e lútea. 
• Fase folicular: começa com o início da 
menstruação e termina no dia anterior 
ao aumento do (LH) hormônio 
luteinizante = apresenta uma duração 
variável, sendo responsável pela 
regularidade (ou irregularidade) 
menstrual. 
• Fase lútea: começa no dia do pico de 
LH e termina no início da próxima 
menstruação = apresenta uma duração 
fixa de 14 dias. 
O ciclo menstrual dura de 28 a 35 dias, com 
aproximadamente 14 a 21 dias na fase 
folicular e 14 dias na fase lútea. Há pouca 
variabilidade do ciclo entre as mulheres com 
idades entre 20 e 40 anos, porém é 
comumente irregular nos primeiros anos 
após a menarca e nos últimos anos antes 
da cessação da menstruação. 
• FASE FOLICULAR (↓ESTRADIOL ↓PROGESTERONA) 
A fase folicular inicial: É o momento em que o 
ovário é menos ativo hormonalmente, 
resultando em baixas concentrações séricas 
de estradiol e progesterona. Os baixos 
níveis de estradiol e de progesterona no 
início desta fase fazem com que o 
revestimento uterino (endométrio) 
degenere/descame e se desprenda na 
menstruação. 
 
-O efeito do feedback negativo dos 
hormônios da fase lútea anterior resulta 
em um aumento da frequência de pulso do 
hormônio liberador de gonadotrofina (GnRH) 
Thaiane Barros - MEDICINA P4 - @thaianebarros__ 
e um aumento subsequente no hormônio 
folículo estimulante sérico (FSH). 
 
- Esse pequeno aumento na secreção de 
FSH inicia o recrutamento da próxima 
coorte de folículos, (fase folicular tardia) 
cada um dos quais contendo um óvulo. 
Porém apenas um único folículo é 
selecionado e continua a desenvolver-se se 
tornando o folículo dominante, enquanto o 
resto para de se desenvolver e sofre atresia. O 
folículo dominante aumenta de tamanho em 
aproximadamente 2 mm por dia até que seu 
tamanho maduro seja alcançado, 20 a 26 mm. 
- As concentrações crescentes de estradiol 
sérico resultam em espessamento gradual 
do endométrio uterino e um aumento na 
quantidade e espessura do muco cervical. 
↓E, ↓P (ciclo anterior) → feedback- → ↑GnRH 
→ ↑FSH → recrutamento (novo ciclo) → ↑FSH 
→ crescimento folículos → ↑E → ↓FSH, ↓LH → 
↑E → folículo dominante. 
 
• FASE OVULATÓRIA (↑ LH ↑FSH menor 
quant)→(pico EST + ↑ PROGEST) 
 
-Um aumento nos níveis do LH e FSH marca o 
início da fase ovulatória. A liberação do 
óvulo (ovulação) ocorre normalmente entre 
16 e 32 horas depois do aumento no nível 
hormonal. O nível de estradiol chega ao seu 
ponto máximo e o nível de progesterona 
começa a subir. 
Ovulação e meio do ciclo 
- As concentrações séricas de estradiol 
continuam a aumentar até aproximadamente 
um dia antes da ovulação. 
 
- Mudança do controle de feedback 
negativo da secreção do LH pelos 
hormônios ovarianos para um efeito de 
feedback positivo repentino resultando em 
um aumento de 10 vezes nas 
concentrações séricas de LH e um aumento 
menor de FSH. 
• Fase lútea (↓ LH ↓FSH) 
→ FOLICULO FAZ 1°/MEIÓTICA→ ECLODE → 
LIBERA OÓCITO Formação Corpo Lúteo → Secreta 
PROGEST: PROGEST + ESTRADIOL espessam e 
vascularizam endométrio → SN fertilizar óvulo = 
Corpo Lúteo Degenera (X 
PROGESTERONA)(estradiol cai) → forma CORPO 
BRANCO → ↓ ESTRADIOL → novo ciclo. 
 
-Os níveis de hormônio LH e FSH caem. 
- O folículo se rompe soltando o óvulo 
(oócito), formando um corpo amarelo (lúteo), 
O oócito é liberado na superfície do ovário 
aproximadamente 36 horas após o pico de 
LH. Em seguida, desce pela trompa até a 
cavidade uterina. 
- O corpo lúteo (amarelo) secreta 
progesterona. A progesterona e o estradiol 
provocam o espessamento do endométrio. 
Se o óvulo não for fertilizado, o corpo lúteo 
degenera e deixa de produzir progesterona, o 
nível de estradiol desce e começa um novo 
ciclo menstrual. 
- Se o oócito for fertilizado, ele se implanta 
no endométrio dias após a ovulação. O 
embrião inicial começa a produzir 
gonadotrofina coriônica humana, que 
mantém o corpo lúteo (hCG) e a produção 
de progesterona. 
• não fecundado → ↓LH → ↓P, ↓E → ↑FSH 
= novo ciclo 
• fecundado → ↑ hCG → mantém corpo 
lúteo → ↑P = gestação 
O declínio na liberação de estradiol e 
progesterona do corpo lúteo em resolução 
resulta na diminuição do suprimento 
sanguíneo endometrial, descamação 
endometrial e início da menstruação 14 dias 
após o pico de LH. 
Thaiane Barros - MEDICINA P4 - @thaianebarros__ 
- Em resposta à queda da produção 
hormonal do corpo lúteo, o eixo 
hipotálamo-hipófise é liberado do 
feedback negativo e os níveis do hormônio 
folículo-estimulante (FSH) aumentam, 
iniciando assim o próximo ciclo. 
 
- As principais causas de distúrbio 
menstruais são decorrentes de alterações 
físicas (como tumores, cistos, miomas), 
hormonais (Síndrome do Ovário 
policístico, hiperandrogenismo, alterações 
da tireóide, aumento da prolactina e 
menopausa precoce) e psicológicas 
(estresse, anorexia, etc). 
PRINCIPAIS DISTÚRBIOS MENSTRUAIS: 
Amenorreia Primária: 
É também considerada como atraso da 
menarca. Ela é diagnostica em meninas 
magras demais ou que praticam esporte 
em excesso e chegam aos 16 anos sem 
menstruar por falta de gordura no corpo. 
Alguma gordura corporal é importante para 
ativar o processo de produção hormonal 
necessário ao estabelecimento do ciclo 
reprodutivo. 
Sangramento Uterino Disfuncional: 
Sangramento uterino anormal é aquele que 
apresenta uma alteração em um ou mais 
parâmetros: ou seja, um sangramento 
excessivo em duração, freqüência ou 
quantidade. Com relação a quantidade, se o 
sangue menstrual formar coágulos, 
provavelmente a perda é maior que o normal 
e quanto mais coágulos maior a perda. 
Os padrões anormais de sangramento são: 
• Polimenorréia: menstruação 
demasiado frequente com intervalo 
menor de 25 dias. 
• Oligomenorréia: menos de nove ciclos 
menstruais ao ano, apresenta as 
mesmas causas de amenorréia 
secundária e deve receber, portanto, 
avaliação idêntica. 
• Hipomenorréia: fluxo escasso. 
• Menorragia/hipermenorréia: volume 
superior a 80 ml ou sangramento 
superior a 7 dias com intervalos 
regulares. 
• Metrorragia: sangramento com 
intervalos irregulares, mas frequentes, 
com volume e duração variáveis. 
• Menometrorragia: sangramento 
prolongado ocorrendo a intervalos 
irregulares. 
• Sangramento intermenstrual: 
sangramento entre ciclos regulares. 
→ Entre as causas possíveis do sangramento 
uterino irregular se destacam: distúrbios 
hormonais, excesso de exercícios ou de peso, 
presença de miomas, estresse emocional, 
menarca recente ou aproximação da 
menopausa. 
Thaiane Barros - MEDICINA P4 - @thaianebarros__ 
A falha na ovulação (ou anovulação) está por 
trás da maioria dos sangramentos irregulares. 
Síndrome dos Ovários Policísticos: 
A síndrome de ovário policístico (SOP) é uma 
doença na qual há um desequilíbrio nos 
hormônios sexuais femininos. Esse 
desequilíbrio hormonal pode causar 
alterações no ciclo menstrual, alterações na 
pele, pequenos cistos nosovários, dificuldade 
para engravidar e outros problemas. 
Geralmente está associada ao excesso de 
peso, alterações da glicose, colesterol e 
predisposição genética. 
Medicamentos usados para tratar dos 
hormônios e ciclos menstruais anormais 
decorrentes da síndrome de ovário policístico 
incluem: 
• Pílulas anticoncepcionais ou 
comprimidos de progesterona, para 
ajudar os ciclos menstruais a se 
tornarem mais regulares 
• Metformina, um medicamento que 
aumenta a sensibilidade do corpo à 
insulina, pode melhorar os sintomas da 
síndrome de ovário policístico e às 
vezes fará com que os ciclos 
menstruais sejam normalizados. Para 
algumas mulheres, ele também pode 
ajudar com a perda de peso. 
• Análogos do hormônio liberador do 
hormônio luteinizante (LHRH). 
Hiperprolactinemia: 
É uma condição em que a prolactina 
(hormônio produzido pela hipófise durante a 
gestação e lactação) é liberada em 
quantidades excessivas. O maior efeito nocivo 
do excesso de prolactina é a redução nos 
níveis dos hormônios sexuais, estrogênio na 
mulher e testosterona nos homens. A 
hiperprolactinemia pode causar sintomas em 
decorrência do excesso de prolactina, como 
falta de menstruação, baixa libido, secreção 
de leite pelas mamas, dificuldade de ereção 
nos homens, ou podem causar sintomas 
devido efeitos compressivos do tumor sobre 
as estruturas ao seu redor, causando dor de 
cabeça e alterações na visão. É preciso 
lembrar que existem outras causas para 
produção excessiva de prolactina além do 
tumor hipofisário, como algumas medicações, 
hipotireoidismo, insuficiência renal, etc. Uma 
vez confirmado o diagnóstico de 
prolactinoma, seu médico irá orientá-lo sobre 
a melhor forma de tratamento. Geralmente 
utilizamos medicações, conhecidas como 
agonistas dopaminérgicos para reduzir a 
prolactina, melhorar os sintomas e reduzir o 
tamanho do tumor. A cirurgia fica reservada 
apenas para algumas situações. 
 
2♥ Entender a SOP (etiopatologia, 
fisiopatologia, quadro clínico, diagnóstico, 
prognóstico, tratamento); 
♥INTRODUÇÃO: 
 
- A síndrome do ovário policístico (SOP) é uma 
endocrinopatia comum que se caracteriza por 
oligo-ovulação ou anovulação crônica, 
sinais de excesso androgênico 
(hiperandrogenismo) e múltiplos pequenos 
cistos ovarianos. 
 
♥EPIDEMIOLOGIA: 
- Afeta mulheres na menacme (idade fértil), 
com prevalência entre 6 e 16% das mulheres 
nesse período da vida. 
♥DEFINIÇÃO: 
 
- Foi redefinido o conceito de SOP pela ESHRE/ 
ASRM (2003), para obedecer a alguns critérios: 
As mulheres afetadas devem ter 
Thaiane Barros - MEDICINA P4 - @thaianebarros__ 
pelo menos dois dos seguintes critérios: 
 
(1) oligo-ovulação e/ou anovulação; 
(2) hiperandrogenismo (clínico e/ou 
bioquímico) e 
(3) ovários policísticos identificados ao exame 
ultrassonográfico. 
 
- A conferência do NIH definiu SOP como 
disfunção ovulatória com hiperandrogenismo 
clínico e/ou hiperandrogenemia, sem levar em 
consideração o aspecto ultrassonográfico dos 
ovários. 
 
 
 
♥ETIOPATOGÊNESE: 
 
- A causa subjacente à SOP não é concreta. 
Entretanto, suspeita-se de origem genética 
multifatorial e poligênica (estando 
envolvidos fatores endócrinos e genéticos, 
além de fatores ambientais como dieta e 
atividade física); 
 
- Alguns especialistas sugeriram a 
possibilidade de transmissão autossômica 
dominante, com expressão em indivíduos do 
sexo feminino e masculino. 
 
- Os genes supostamente envolvidos são 
aqueles relacionados com a síntese de 
androgênios e à resistência à insulina. 
 
- Possibilidade de desregulação do gene 
CYP11a em pacientes com SOP. Esse gene 
codifica a enzima de clivagem da cadeia lateral 
do colesterol, ou seja, a enzima que executa a 
etapa limitante da taxa de biossíntese de 
esteroides. 
 
- Evidências também sugerem 
suprarregulação de outras enzimas na via 
androgênica biossintética. Além disso, é 
possível que haja envolvimento do gene 
receptor de insulina do cromossomo 19p13.2 
 
♥FISIOPATOLOGIA: 
• GONADOTROFINAS: 
- A anovulação em mulheres com SOP é 
caracterizada por secreção inadequada de 
gonadotrofinas. Especificamente, alterações 
na pulsatilidade do hormônio liberador da 
gonadotrofina (GnRH, de gonadotropin-
releasing hormone) resultam na produção 
preferencial de hormônio luteinizante (LH) 
em detrimento do hormônio folículo-
estimulante (FSH). 
 
- Atualmente, não se sabe se a disfunção 
hipotalâmica é causa primária de SOP ou se é 
secundária a feedback anormal dos esteroides. 
 
- Em qualquer dos casos, os níveis séricos de 
LH aumentam, e tal aumento é observado 
clinicamente em cerca de 50% das mulheres 
afetadas. Da mesma forma, a proporção 
LH:FSH aumenta e fica acima de 2 em cerca de 
60% das pacientes. 
 
Ou seja, hipersecreção de hormônio 
luteinizante (LH) e hiposecreção do hormônio 
folículo estimulante (FSH). 
A hipersecreção de LH leva à estimulação 
excessiva das células da teca, aumentando a 
produção de androgênios, principalmente 
Thaiane Barros - MEDICINA P4 - @thaianebarros__ 
testosterona, de modo desproporcional à sua 
conversão em estradiol, de modo que ocorre 
o hiperandrogenismo observado nas 
pacientes com SOP. Devido à baixa secreção 
de FSH, o completo crescimento e 
amadurecimento dos folículos é dificultado, de 
modo que estes interrompem seu 
desenvolvimento em estágios intermediários, 
conferindo ao ovário a morfologia policística 
característica. 
Em mulheres diagnosticadas com SOP, 
observa-se diminuição da sensibilidade dos 
neurônios hipotalâmicos secretores de GnRH à 
retroestimulação negativa normalmente 
estimulada pelos níveis elevados de 
estrogênios e progesterona, de modo que se 
justifica o aumento da secreção de GnRH e LH. 
A essa redução de sensibilidade, se atribui a 
deficiência na expressão de receptores de 
progesterona nos neurônios secretores de 
GnRH. 
 
• ANDROGÊNIOS: 
Tanto a insulina como o LH estimulam a 
produção androgênica das células da teca 
ovariana. Como resultado, os ovários afetados 
secretam níveis elevados de testosterona e 
androstenediona. Por outro lado, níveis 
elevados de androstenediona contribuem para 
o aumento nos níveis de estrona em razão da 
conversão periférica de androgênios em 
estrogênios por meio da atividade aromatase. 
 
 
 
EXPLICANDO A IMAGEM: 
- Alterações na liberação pulsátil do hormônio 
liberador da gonadotrofina (GnRH) podem 
resultar em aumento relativo na biossíntese e 
na secreção de hormônio luteinizante (LH) 
versus hormônio folículo-estimulante (FSH). 
 
- O LH estimula a produção androgênica 
ovariana, enquanto a escassez relativa de FSH 
evita a estimulação adequada da atividade 
aromatase dentro das células da granulosa, 
reduzindo, consequentemente, a conversão de 
androgênio no estrogênio potente estradiol. 
- Níveis elevados de androgênios 
intrafoliculares resultam em atresia folicular. 
Níveis circulantes elevados de androgênios 
contribuem para anormalidades nos perfis 
lipídicos das pacientes e para o 
desenvolvimento de hirsutismo e acne. 
 
- O aumento de androgênios circulantes 
também pode ter origem na glândula 
suprarrenal. Os níveis séricos elevados de 
androgênios (principalmente 
androstenediona) são convertidos a 
estrogênios (principalmente estrona) na 
periferia. Como a conversão ocorre 
Thaiane Barros - MEDICINA P4 - @thaianebarros__ 
principalmente nas células estromais do tecido 
adiposo, a produção estrogênica será maior 
em pacientes obesas com SOP. 
 
- Essa conversão resulta em retroalimentação 
crônica do hipotálamo e da hipófise, 
diferentemente das flutuações normais na 
retroalimentação observadas na presença de 
folículos em crescimento com níveis de 
estradiol variando rapidamente. A estimulação 
do endométrio por estrogênios sem oposição 
pode levar à hiperplasia endometrial. 
 
- A resistência insulínicacausada por 
anormalidades genéticas e/ou aumento do 
tecido adiposo contribui para a atresia folicular 
nos ovários e para o desenvolvimento de 
acantose nigricante na pele. 
 
- A ausência de desenvolvimento folicular 
resulta em anovulação e subsequente 
oligomenorreia ou amenorreia. É importante 
observar que essa síndrome pode se 
desenvolver a partir de disfunção primária de 
qualquer órgão do sistema. Por exemplo, a 
produção elevada de androgênio ovariano 
pode ser causada por alguma anormalidade 
intrínseca na função enzimática e/ou 
estimulação hipotálamo- -hipofisária anormal 
por LH ou FSH. 
- O denominador comum é o desenvolvimento 
de um padrão hormonal não cíclico 
autoalimentado. 
• GLOBULINA DE LIGAÇÃO AO HORMÔNIO 
SEXUAL: 
- Mulheres com SOP apresentam níveis 
elevados de globulina de ligação ao hormônio 
sexual (SHBG, de sex hermone-binding 
globulin). Essa glicoproteína, produzida no 
fígado, liga-se a maior parte dos esteroides 
sexuais. 
 
 
- A síntese de SHBG é suprimida por insulina e 
por androgênios, corticoides, progesterona e 
hormônio do crescimento. Devido à produção 
suprimida de SHBG, há menos androgênios 
circulantes ligados a proteínas e mais circulam 
livres e disponíveis para ligarem-se aos 
receptores nos órgãos-alvo. Por essa razão, 
algumas mulheres com SOP apresentam níveis 
de testosterona total na faixa normal, embora 
sejam clinicamente hiperandrogênica sem 
razão dos níveis elevados de testosterona livre. 
 
- Além do hiperandrogenismo, níveis baixos 
de SHBG também foram associados a 
problemas no controle da glicose e a risco de 
desenvolvimento de DM tipo 2. O mecanismo 
dessa associação não está totalmente 
explicado e talvez reflita um papel para a SHBG 
na homeostase da glicose. 
 
•ANOVULAÇÃO: 
 
- Embora os níveis androgênicos normalmente 
estejam elevados em mulheres com SOP, os 
níveis de progesterona são baixos em razão 
dos ciclos anovulatórios. O mecanismo preciso 
que leva à anovulação não foi esclarecido, 
porém a hipersecreção de LH tem implicações 
na irregularidade menstrual. Além disso, a 
anovulação pode resultar de resistência 
insulínica, levando em consideração que 
grande parte das pacientes anovulatórias com 
SOP retoma os ciclos ovulatórios após iniciar 
tratamento com metformina, um agente 
sensibilizador da insulina. 
 
- Sugeriu-se que mulheres com SOP oligo-
ovulatória apresentem um fenótipo mais 
brando de disfunção ovariana do que aquelas 
com SOP anovulatória e tenham resposta mais 
favorável aos agentes indutores da ovulação. 
Finalmente, a enorme coorte de folículos 
antrais observadas nas pacientes com SOP 
pode contribuir para a anovulação. 
Thaiane Barros - MEDICINA P4 - @thaianebarros__ 
 
- Algumas pacientes que se submeteram à 
ressecção em cunha ovariana ou à perfuração 
ovariana laparoscópica, obtiveram melhora 
significativa na regularidade menstrual. Um 
estudo demonstrou que 67% das pacientes 
com SOP apresentam menstruações regulares 
após a cirurgia, em comparação com apenas 
8% antes da cirurgia. 
 
♥ QUADRO CLÍNICO 
O quadro clínico da SOP é caracterizado por: 
 
- irregularidade menstrual; 
- oligo-amenorréia (ausência de 
menstruação por 90 dias ou mais) ou 
amenorréia decorrentes da anovulação 
crônica; 
- presença de acne; 
- seborréia; 
- alopecia; 
- hirsutismo. 
Devido à anovulação crônica pode também 
ocorrer infertilidade, achado coerente com as 
alterações hormonais do eixo hipotálamo-
hipófise-ovário observadas na síndrome. Em 
adolescentes, destaca-se a ocorrência do 
hirsutismo e a irregularidade menstrual, com 
ciclos maiores que 45 dias ou menores que 21 
dias. 
• DISFUNÇÃO MENSTRUAL: 
 
 A disfunção menstrual em mulheres com SOP 
varia de amenorreia a oligomenorreia até 
menometrorragia episódica com anemia. 
- Em muitas mulheres com SOP, a amenorreia e à 
oligomenorreia resultam de anovulação (x 
ovulação). Nesse cenário, a ausência de ovulação 
impede a produção de progesterona e, 
evidentemente, a queda da progesterona que 
desencadeia a menstruação. 
 
- A amenorreia pode ser causada por níveis 
elevados de androgênios nas pacientes com 
SOP. Especificamente, os androgênios podem 
neutralizar o estrogênio e produzir endométrio 
atrófico. Portanto, é comum observar amenorreia 
e camada fina de endométrio em pacientes 
portadoras de SOP com níveis androgênicos 
elevados. 
 
- Além de amenorreia, as pacientes com SOP 
podem se apresentar com sangramento intenso e 
imprevisível. Nessas mulheres, não há produção 
de progesterona em função da ausência de 
ovulação, o que resulta em exposição crônica 
aos estrogênios e devido a isso, há uma 
estimulação mitogênica constante do endométrio. 
 
- A instabilidade do endométrio espessado 
resulta em sangramento com padrão 
imprevisível. Caracteristicamente, a 
oligomenorreia (menos de oito períodos 
menstruais em um ano) ou a amenorreia 
(ausência de menstruação durante três meses 
consecutivos ou mais) com SOP inicia-se com a 
menarca. 
 
* Em relação ao quadro clínico do problema - 
Aproximadamente 50% de todas as meninas na 
pós-menarca apresentam períodos irregulares por 
até dois anos em razão da imaturidade do eixo 
hipotálamo-hipófise-ovário. Entretanto, nas 
meninas com SOP, os ciclos menstruais ovulatórios 
mensais não se estabelecem no meio da 
adolescência, e elas caracteristicamente continuam 
a ter ciclos irregulares. Finalmente, há algumas 
evidências que pacientes com SOP com ciclos 
menstruais irregulares podem desenvolver ciclos 
regulares à medida que o tempo passa. A redução 
da coorte de folículos antrais à medida que as 
mulheres entram na faixa dos 30 e 40 anos de 
idade, pode levar à diminuição simultânea na 
produção androgênica. 
 
• HIPERANDROGENISMO: 
 
- O hiperandrogenismo em geral se manifesta 
clinicamente na forma de: 
- hirsutismo 
- acne e/ou alopecia androgênica. 
 
Thaiane Barros - MEDICINA P4 - @thaianebarros__ 
• ACNE: 
 
- A patogênese da acne vulgar envolve quatro 
fatores: bloqueio da abertura folicular por 
hipercerato se, produção excessiva de sebo, 
proliferação de Propionibacterium acnes 
comensal e inflamação. Em mulheres com 
excesso androgênico, a estimulação excessiva 
dos receptores androgênicos na unidade 
pilossebácea resulta em aumento da produção 
de sebo, que, finalmente, causa inflamação e 
formação de comedão. 
 
- Assim como no folículo piloso, a 
testosterona é convertida no interior das 
glândulas sebáceas a seu metabólito mais 
ativo (DHT) pela 5a-redutase. 
A 5a-redutase possui duas isoenzimas: tipo 1 e 
tipo 2. A isoenzima tipo 1 predomina nas 
glândulas sebáceas. Nos tipos de pele 
propensos à acne, como na pele facial, a 
atividade da isoenzima tipo 1 é mais intensa 
e, consequentemente, essas glândulas 
sebáceas produzem mais DHT. 
 
- ALOPECIA: 
 
- A perda de cabelos evolui lentamente e se 
caracteriza por afinamento difuso na coroa, 
com preservação do contorno frontal do couro 
cabeludo e pela recessão bitemporal. 
 
- Sua patogênese envolve excesso de 
atividade da 5a-redutase no folículo piloso, 
resultando em aumento nos níveis de DHT. 
 
- Há aumento na expressão de receptores 
androgênicos nessas mulheres . 
 
- ACANTOSE NIGRICANTE. 
 
- Essa doença de pele caracteriza-se por placas 
aveludadas espessas de cor marrom 
acinzentada que se localizam nas áreas de 
flexão, como parte posterior do pescoço, 
axilas, dobra abaixo dos seios e região 
inguinal. 
 
-Considerada um marcador cutâneo de 
resistência insulínica, a acantose nigricante é 
encontrada em pessoas com ou sem SOP. A 
resistência à insulina leva à hiperinsulinemia, 
que provavelmente estimula o crescimento de 
queratinócitos e fibroblastos dérmicos, 
produzindo mudanças características na pele. 
 
-A acantose nigricante é encontrada com 
maior frequência em mulheresobesas com 
SOP (50%) do que em mulheres de peso 
normal com SOP (5 a 10%). 
 
DIAGNÓSTICO DA SOP: 
 
- Com frequência, a SOP é considerada um 
diagnóstico de exclusão. Portanto, há 
indicação de excluir rotineiramente outros 
distúrbios potencialmente graves que possam 
ser confundidos clinicamente com a SOP. Para 
as mulheres que se apresentem com queixa de 
hirsutismo, pode-se utilizar um algoritmo. 
 
 
 
Thaiane Barros - MEDICINA P4 - @thaianebarros__ 
 
Para fins diagnósticos, a dosagem sérica de 
testosterona pode ser usada para excluir 
tumores ovarianos. A dosagem da 
testosterona livre é mais sensível que os níveis 
de testosterona total como indicador de 
hiperandrogenismo. 
 
- Valores limítrofes de testosterona total além 
de 200 ng/mL justificam a realização de 
investigação complementar para lesão 
ovariana. 
- Nos casos de mulheres com níveis 
androgênicos excessivamente elevados, a 
ultrassonografia pélvica é o método 
preferencial para excluir a presença de 
neoplasia ovariana. Como alternativa, pode-se 
utilizar tomografia computadorizada (TC) ou 
ressonância magnética (RM). 
 
Diagnóstico: 
- Diagnóstico da SOP é frequentemente 
clínico, por conta dos fatores a serem 
analisados e dos sintomas que levam as 
pacientes a procurarem o profissional de 
saúde. 
 
- A maioria possui ciclo menstrual irregular e 
hiperandrogenismo clínico, sendo o primeiro 
sintoma caracterizado pela ausência de 
menstruação por 90 dias ou mais, dando o 
mesmo um caráter mais objetivo. 
O PROTOCOLO MAIS UTILIZADO PARA 
DIAGÓSTICO DE SOP É DO CRITÉRIO DE 
ROTTERDAM, que levará em consideração a 
presença de ao menos dois critérios 
diagnósticos dentre os seguintes: 
 
1) hiperandrogenismo clínico ou laboratorial, 
2) oligo-amenorréia 
3) ou morfologia ultrassonográfica de 
policistose ovariana, além da exclusão de 
outras doenças possíveis diagnósticos 
diferenciais. 
-O diagnóstico dos sinais e sintomas de 
hiperandrogenismo é mais subjetivo, 
necessitando de certos parâmetros para 
auxiliar a avaliação, como o Índice de 
Ferriman-Galleway, uma escala utilizada para 
quantificar pelos em regiões androgênios 
dependentes, avaliando nove áreas no total, 
podendo cada uma dessas somar de 0 à 4 
pontos (sendo 0 correspondente à ausência 
de pelos e 4 ao crescimento acentuado de 
pelos terminais). 
 
- Outra forma de avaliar o hiperandrogenismo 
é através de exames laboratoriais, ao solicitar 
a dosagem de testosterona total e globulina 
carreadora de hormônios sexuais (SHBG) para 
cálculo do índice androgênico livre (IAL) por 
meio da fórmula de Vermeulen, em pacientes 
com hirsutismo moderado à grave ou 
hirsutismo de qualquer outro grau relacionado 
à obesidade, distúrbio menstrual, infertilidade, 
ou de início súbito ou progressão rápida. 
- Por fim, pode-se utilizar critérios 
ultrassonográficos para avaliar os ovários e 
descartar possibilidade de tumores. Para 
diagnóstico de SOP, de acordo com o 
consenso de Rotterdam, os critérios 
ultrassonográficos incluem a existência de 12 
Thaiane Barros - MEDICINA P4 - @thaianebarros__ 
ou mais folículos medindo entre 2 a 9 mm 
de diâmetro e/ou volume ovariano acima 
de 10cm³. A presença de ao menos um 
ovário com as características anteriores é 
suficiente para o diagnóstico. 
 
TRATAMENTO 
- Em adolescentes o tratamento é feito com 
base nas principais manifestações clínicas da 
SOP, como: irregularidade menstrual, 
obesidade, resistência à insulina e 
hirsutismo/acne. 
 
- As opções terapêuticas são diversas, e 
costumam agir sobre mais de um sintoma, 
como o que é descrito abaixo. A escolha do 
tratamento adequado deverá ser realizada de 
maneira individualizada, com base nos 
sintomas descritos pela paciente e seu 
histórico. 
- O tratamento NÃO FARMACOLÓGICO: 
costuma estar diretamente relacionado à 
alterações no estilo de vida, buscando a 
diminuição do peso em torno de 5-10%, que é 
comprovadamente uma forma de reduzir os 
níveis de testosterona, aumento da 
concentração de SHBG e a normalização dos 
ciclos menstruais, além de diminuir a 
resistência periférica à insulina e dislipidemia. 
- Tratamento Farmacológico: 
Para o tratamento da irregularidade menstrual 
e outros efeitos androgênicos, é preconizado 
o uso de contraceptivos orais combinados, 
que podem ser associados a drogas 
antiestrogênicas, como o acetato de 
ciproterona, a espironolactona, flutamida, 
finasterida dentre outros, de acordo com as 
indicações e contraindicações de cada 
paciente. O contraceptivo oral de escolha 
deve ser o de maior ação androgênica, além 
disso, consensos sugerem a utilização de 
contraceptivos orais combinados contendo de 
20 a 30 mcg de etinil estradiol (EE) ou 
equivalente. 
- Em associação a essas drogas, pode ser 
usada também a METFORMINA, um insulino-
sensibilizador utilizado principalmente entre 
adolescentes com resistência à insulina, 
melhorando os parâmetros metabólicos 
relacionados à SOP: padrão menstrual, com 
favorecimento da ovulação e níveis de insulina, 
androgênios e lipídeos. 
-Considerando que a SOP é responsável por 
cerca de 80% dos casos de infertilidade 
anovulatória, é importante realizar o manejo 
dessas pacientes, em que o tratamento, além 
das mudanças no estilo de vida incluem a 
indução farmacológica da ovulação, 
considerada a primeira linha de abordagem. 
Para este fim, podem ser utilizadas drogas 
antiestrogênicas, inibidores da aromatase 
ou gonadotrofinas. 
Como última linha de tratamento para a 
infertilidade provocada por SOP tem-se a 
fertilização in vitro, indicada para as mulheres 
que não engravidam após a indução de 
ovulação para coito programado, ou na 
presença de outras causas de infertilidade. 
 
 
 
4♥ Relacionar as alterações dos níveis 
insulínicos com a fisiopatologia da SOP 
- Resistência à insulina: 
 
Embora não seja bem caracterizada, a 
associação entre resistência insulínica, 
hiperandrogenismo e SOP foi reconhecida há 
algum tempo. É difícil determinar a incidência 
precisa de resistência à insulina em mulheres 
com SOP em razão de não haver um método 
simples para verificar a sensibilidade à insulina 
nos consultórios médicos. Embora a 
Thaiane Barros - MEDICINA P4 - @thaianebarros__ 
obesidade seja um dos fatores que agravam a 
resistência insulínica, em um estudo clássico 
demonstrou-se que tanto mulheres magras 
como obesas com SOP apresentam taxas 
elevadas de resistência à insulina e DM tipo 2, 
em comparação com controles de mesmo 
peso sem SOP. 
 
- Intolerância à glicose e diabetes tipo 2. 
Mulheres com SOP apresentam maior risco de 
intolerância à glicose (IGT, de impained 
glucose tolerance) e DM tipo 2. Com base em 
testes orais de intolerância à glicose em 
mulheres obesas com SOP, as prevalências de 
IGT e DM são de aproximadamente 30 e 7%, 
respectivamente. 
 
5♥ Associar a SOP com outras comorbidades 
(Obesidade, Dislipidemia, Hirsutismo...) 
• HIRSUTISMO: 
 
- Nas mulheres, o hirsutismo é definido como 
presença de pelos terminais escuros e ásperos 
distribuídos com padrão masculino. 
 
- O hirsutismo deve ser distinguido de 
hipertricose, que é o aumento lanuginoso 
generalizado, ou seja, presença de pelos 
macios e ligeiramente pigmentados associado 
ao uso de alguns medicamentos e a 
malignidades. 
 
- A SOP é responsável por 70 a 80% dos casos 
de hirsutismo. 
 
- Mulheres com SOP normalmente relatam 
que o hirsutismo se inicia na fase final da 
adolescência. 
 
• Fisiopatologia do hirsutismo: 
 
- O aumento nos níveis dos androgênios 
desempenha papel importante na 
determinação do tipo e da distribuição de 
pelos. 
 
- Dentro de um folículo piloso, a 
testosterona é convertida em di-
hidrotestosterona (DHT) pela enzima 5a-
redutase. 
 
- Embora tanto a testosterona como a DHT 
convertam pelos finos, curtos e não 
pigmentados em pelosásperos, a DHT é mais 
eficaz que a testosterona. 
 
- A conversão é irreversível, e apenas os 
pelos de áreas sensíveis a androgênios são 
alterados dessa forma em pelos terminais. 
 
- Como resultado, as áreas mais comuns 
afetadas com excesso de crescimento 
piloso em mulheres com SOP incluem lábio 
superior, queixo, costeletas, tórax e linha 
alba da parte inferior do abdome. 
 
- Especificamente, escutiforme é o nome 
utilizado para descrever o padrão de 
distribuição de pelos no abdome inferior. 
 
- Nas mulheres, observa-se padrão 
triangular sobre o monte pubiano, e nos 
homens, os pelos se estendem sobre a linha 
alba assumindo a forma de diamante. 
 
***Sistema de pontuação de Ferriman-
Gallwey: 
 
- Para fins de pesquisa, a quantificação do grau 
de hirsutismo é feita com base no sistema de 
pontuação de Ferriman-Gallwey. 
 
-De acordo com o sistema modificado, a 
distribuição anormal de pelos é avaliada em 
nove áreas do corpo e pontuadas de 0 a 4. 
 
- Aumentos na pontuação numérica 
Thaiane Barros - MEDICINA P4 - @thaianebarros__ 
correspondem a maior densidade pilosa em 
uma determinada área. 
 
- A pontuação pode ser útil para acompanhar 
a resposta individual aos tratamentos. Como 
alternativa, muitos especialistas optam por 
classificar o hirsutismo de forma mais 
genérica, como brando, moderado ou grave, 
dependendo da localização e da densidade do 
crescimento piloso. 
 
- DISLIPIDEMIA: 
 
- O perfil lipoproteico aterogênico clássico 
observado na SOP se caracteriza por níveis 
elevados de lipoproteína de baixa densidade 
(LDL), de triglicerídeos e aumento na razão 
entre colesterol total e lipoproteína de alta 
densidade (HDL), e por níveis reduzidos de 
HDL. Independentemente do colesterol total, 
essas alterações aumentam o risco de doença 
cardiovascular em mulheres com SOP. A 
prevalência de dislipidemia nos casos de SOP 
se aproxima de 70%. 
 
- OBESIDADE: 
 
- Em comparação com controles de idade 
comparável, as mulheres com SOP têm maior 
probabilidade de serem obesas, o que se 
reflete em aumentos no IMC e na proporção 
entre cintura e quadril. Essa proporção indica 
padrão androide ou central de obesidade, que, 
por sua vez, é fator de risco independente para 
doença cardiovascular. Esse padrão com 
aumento da circunferência abdominal e 
pregas cutâneas subcapsulares espessas 
também se mostrou preditivo de resistência à 
insulina. Como observado, supõe-se que a 
resistência à insulina desempenhe papel 
importante na patogênese da SOP e, 
frequentemente, é agravada por obesidade. As 
pacientes afetadas apresentam aumento da 
relação cintura-quadril, adipócitos volumosos, 
níveis séricos reduzidos de adiponectina e 
menor atividade da lipase de lipoproteínas. 
Portanto, a obesidade exerce efeito sinérgico 
em relação à SOP e pode agravar a disfunção 
ovulatória, o hiperandrogenismo e o 
surgimento de acantose nigricante. 
 
 
 
 
■ Apneia obstrutiva do sono A apneia 
obstrutiva do sono é mais comum em 
mulheres com SOP e provavelmente está 
relacionada com obesidade central e 
resistência insulínica. Entretanto, algumas 
pesquisas determinaram que o risco de apneia 
do sono é 30 a 40 vezes maior em mulheres 
com SOP, em comparação com controles de 
peso equivalente. Essa evidência indica ligação 
Thaiane Barros - MEDICINA P4 - @thaianebarros__ 
entre apneia obstrutiva do sono (AOS) e 
anormalidades metabólicas e hormonais 
associadas à SOP. Há dois subtipos de SOP, ou 
seja, com ou sem apneia obstrutiva do sono. 
As mulheres com SOP e AOS têm risco muito 
maior de DM e doença cardiovascular do que 
aquelas com SOP que não apresentem apneia 
obstrutiva do sono. 
■ Síndrome metabólica e doença 
cardiovascular: 
 
 Esta síndrome caracteriza-se por resistência à 
insulina, obesidade, dislipidemia aterogênica e 
hipertensão arterial. 
 
A síndrome metabólica está associada a 
aumento no risco de doença cardiovascular 
(DCV) e DM tipo 2. A prevalência de síndrome 
metabólica é de aproximadamente 45% em 
mulheres com SOP, em comparação com 4% 
em controles ajustados de acordo com a 
idade. A SOP compartilha várias características 
endócrinas da síndrome metabólica, embora 
não haja evidências definitivas de aumento na 
incidência de DCV em mulheres com SOP. 
 
 
 
■ Infertilidade Infertilidade e subfertilidade: 
 
- Resultam de ciclos anovulatórios. Além disso, 
em mulheres com infertilidade secundária à 
anovulação, a SOP é a causa mais comum. 
 
 
 ■ Perda de gravidez: 
 
Mulheres com SOP que engravidam 
apresentam taxa elevada (30 a 50%) de 
abortamento precoce, em comparação com a 
taxa média de aproximadamente 15% para a 
população geral. A etiologia dos 
abortamentos precoces em mulheres com SOP 
não é muito clara. Inicialmente, estudos 
retrospectivos e observacionais mostraram 
associação entre hipersecreção de LH e 
abortamento. Entretanto, em um estudo 
prospectivo demonstrou-se que as tentativas 
de reduzir os níveis de LH com agonistas de 
GnRH não causaram efeito benéfico. Outros 
autores sugeriram que a resistência insulínica 
talvez esteja relacionada ao abortamento 
nessas mulheres. Para reduziras taxas de 
perda, tem-se pesquisado o uso de 
metformina, um medicamento usado para 
reduzir os níveis de insulina. A metformina, 
pertencente ao grupo das biguanidas, reduz 
os níveis séricos de insulina diminuindo a 
produção de glicose hepática e aumentando a 
sensibilidade de fígado, músculos e outros 
tecidos à absorção e aos efeitos da insulina. 
 
3♥ Correlacionar o mecanismo de ação da 
Metformina com o tratamento da SOP; 
• A metformina é um antidiabético da 
classe das biguanidas e é considerado o 
tratamento farmacológico de primeira 
linha para diabetes tipo 2 (sozinho ou 
em combinação com terapias para a 
redução da glicose. 
 
Thaiane Barros - MEDICINA P4 - @thaianebarros__ 
 
Sabe-se que o medicamento atua no 
fígado realizando a inibição da via 
gliconeogênica por bloquear uma 
lançadeira redox mitocondrial, além de 
ser um sensibilizador de insulina e 
também atuar no lúmen intestinal 
 
-METFORMINA A metformina, é uma 
dimetilbiguanida, proveniente da 
guanidina composto ativo da Galega 
officinalis, cuja formula molecular 
C4H11N5HCl, é um dos medicamentos 
mais prescrito em casos de diabetes 
melittus tipo 2, atua no metabolismo da 
glicose através dos seguintes 
mecanismos: 
 
1) reduz a produção de glicose 
hepática; 
2) reduz a absorção intestinal 
3) aumenta a captação e utilização de 
glicose periférica. 
 
Seu mecanismo de ação consiste em 
estimular a proteína quinase ativada 
pela monofosfato de adenosina, 
diminuindo a produção de glicose 
hepática, melhorando a captação de 
glicose periférica, além de inibir a 
lipogênese, e por efeito supressor do 
apetite, diminui a ingestão de alimentos 
 
-Possui ação anti-hiperglicemiante, 
diminuindo os níveis de glicose 
sanguíneo e a gliconeogênese 
hepática. 
 
-A metformina que vem sendo muito 
utilizada atualmente é para a síndrome 
do ovário policístico, devido grande 
parte das portadoras apresentarem 
resistência insulínica. 
 
 
O tratamento com a metformina, tem 
se mostrado muito eficaz, dentre os 
benefícios estão a diminuição a 
resistência à insulina, a redução de 
níveis de glicose, a diminuição dos 
níveis de androgênios, como a 
testosterona, além de regular os ciclos 
menstruais e também ser eficaz como 
um indutor da ovulação. Como um 
agente insulino-sensibilizador, possui a 
capacidade de aumentar sensibilidade 
à insulina no tecido adiposo, músculo 
esquelético e no fígado diminuindo a 
gliconeogênese, além disso é um 
agente anti-hiperglicemiante, que 
diminui níveis elevados de glicose no 
sangue.

Outros materiais