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Edição 2015 Planejamento e gestão pública da cultura Articulação Federativa Elaboração e texto Cleise Campos disciplina 32 3 disciplina 32 A reta é uma curva que não sonha. Manoel de Barros Final do curso. Você atravessou um percurso de estudo, ao longo de nove meses, de trocas e refl exões, aqui no AVA e nas aulas presenciais. Chegamos à última disciplina, na qual proponho algumas refl exões: A primeira é que possamos considerar que você “encerra” o calendário acadêmico, mas não o seu processo de aprendizado, uma vez que esse continua no seu cotidiano, na sua prática como fazedor de cultura. O conjunto de conhecimentos agora tende a se alargar mais amplamente, e sua atuação no setor cultural (como animador ou agente cultural, conselheiro ou gestor público municipal de cultura) é que vai dar o “norte” da nova etapa de aprendizado. O Curso de Formação de Gestores Públicos e Agentes Culturais, realizado pela Secretaria de Estado de Cultura do Rio de Janeiro – SEC e pelo Ministério da Cultura – MinC, em parceria com a Fundação Cecierj/Cederj e Faetec (Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Inovação do Rio de Janeiro), por intermédio do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Cultural dos Municípios – Padec, faz parte do processo em construção da efetivação de políticas públicas de cultura no estado fl uminense, em especial, nas iniciativas em prol da formação e qualifi cação para o setor cultural. O curso é um exemplo de ação a partir de um pacto de articulação federativa, envolvendo as três instâncias de poder público (municipal, estadual e federal) e a sociedade civil. Ele contribui ainda para cumprir as metas e diretrizes dos planos nacional e estadual de Cultura quanto à qualifi cação e capacitação profi ssional e formação continuada para os trabalhadores da área cultural. Segundo normativa da Secretaria de Articulação Institucional do MinC, podemos classifi car “articulação federativa”, no âmbito da política, como o [...] exercício da relação com a sociedade, envolvendo instituições públicas executivas, em função de profícua interlocução, tendo o diálogo como elemento primordial de sua prática, para formulação de pactos. É o entendimento de um conjunto de regras de cooperação, que interligadas Articulação Federativa 4 disciplina 32 entre si (junto aos seus componentes integrantes – como municípios, Estados e União), objetivam tornar possível a distribuição coerente e justa, de tarefas, ações e recursos, entre os entes federados. Uma vez articulados, os entes federados podem exercitar o compartilhamento das decisões administrativas, aprimorando a prática da transparência, da moralidade e da legalidade, conceitos recentes no Brasil pós-ditadura. Tal exercício tende a estimular a cooperação com variados setores, movimentando os espaços de interlocução público-privada, com a criação de novos mecanismos de gestão entre as instâncias de governo e dos diversos setores da sociedade civil. Chegamos ao nome que defi ne nossa última disciplina – Articulação Federativa, que pode ser exemplifi cada na fi gura de um mosaico, uma colagem de fragmentos, na composição de várias aspirações e metas ajustadas, compondo favoravelmente entre si, em uma retroalimentação, uma da outra. Outros exemplos práticos que resultam de uma Articulação Federativa, por intermédio do Padec, podem ser conhecidos nos municípios de Belford Roxo; Mendes; Petrópolis; São Fidélis; e, Varre-Sai (acesso ao vídeo em: http://www.cultura.rj.gov.br/ projeto/padec). A imagem de uma espiral, em uma linha em círculo, em que se vê o cidadão, o município, o Estado e a União, é uma imagem interessante para visualizar o conceito de Articulação Federativa, tendo a política cultural como foco balizador. Para bom êxito desse círculo, é importante a presença de “articuladores”, que apresentem competências para estabelecer conexões entre as várias necessidades, com persistência para equilibrar com habilidade o trabalho colaborativamente, promovendo conexões e parcerias, continuadamente. Você percorreu ao longo de 31 (trinta e uma) disciplinas caminhos que podem levar a uma refl exão substancial para avaliar o quanto estamos vivendo, nesse momento da História, uma curva, em função da instalação dos Sistemas de Cultura. E aqui temos a segunda refl exão: Para que Sistemas de Cultura, conforme abordado na disciplina anterior, ministrada pelo Prof. Luiz Augusto Rodrigues, que você acabou de estudar? 5 disciplina 32 Renan, meu sobrinho de nove anos, é um menino muito perguntador. Faz milhares de perguntas. Outro dia mencionou que ia “desistir” de perguntar, porque nem sempre tem as respostas que deseja, ou no tempo que deseja. Enfatizei que era importante manter suas perguntas e repeti a lição recebida de um professor, na graduação em História (FFP-Uerj), nos idos de 1984: “O melhor das perguntas não são as respostas, e sim o processo de investigação e vivência que atravessamos para chegar até elas”. Cito Renan e o ex-professor para enfatizar a importância das nossas repetidas perguntas no campo da política cultural, em especial, a mesma que muitos de nós temos feito recentemente – Para que Sistemas de Cultura? A Constituição, no seu artigo 215, assegura a Cultura como direito inalienável para todos. Se a Constituição brasileira já estabelece o que deve ser cumprido, no tocante à Cultura, para que os Sistemas de Cultura? Podemos pensar na utilidade dos sistemas, justamente para que o direito à cultura se efetive, para que seja uma realidade sob guarda e proteção dos seus respectivos protagonistas – conhecedores de sua realidade local (nos municípios e estados), onde a União assume papel norteador, com um padrão que integre e articule todos os entes federados. Os sistemas de cultura seriam, sob este ponto de vista, o conjunto de instrumentos para que aquele desejo – estabelecido na Constituição brasileira – do direito à cultura, tenha mecanismos reais de se materializar. Com os sistemas, temos mais chance de aprimorar o que já existe, a partir da Constituição, considerando a institucionalização da cultura como política de Estado. Bernardo Mata Machado, pesquisador mineiro, destaca que, ao instituir os Sistemas, mantendo harmônica articulação federativa integrando municípios, estados e a união, em especial na elaboração dos Planos de Cultura: [...] é possível ter uma real radiografi a do que temos, o que queremos ter, e o que é preciso fazer para ter, para chegar lá, para onde orienta nosso desejo. Tal ação é medida indiscutível na potencial ampliação do acesso e democratização da cultura, desejo comum entre todos que atuam na área cultural – gestores públicos e conselheiros de cultura, agentes e animadores culturais. Aprofundamos a democracia, vivendo plenamente 6 disciplina 32 nossa condição cidadã, do direito exercido, a cada passo que a política cultural é aprimorada. Para cumprir o que está determinado no citado artigo constitucional, na realização de prestação de serviços ao público no acesso às atividades culturais (na sua condição dinâmica e complexa), que articulamos a implantação dos sistemas de cultura. Perseguindo esse objetivo geral e unifi cador aos diversos entes federados: a promoção do acesso e a democratização da cultura – como fruição, mas, sobretudo, como conquista dos meios de produção para todos (BOAL, 2011), como um dos benefícios diretos a ser considerado pelos municípios, quando da instalação dos seus sistemas, e mesmo os estados brasileiros, como o fl uminense, a partir da Lei 7035/2015 – que instituiu o Sistema Estadual de Cultura do RJ, é possível operar a transposição do discurso institucional para execução da ação. Outro benefício a ser destacado é o repasse formal de recursos, que se estabelece de modo automático, com a transferência de verba “fundo a fundo” dentro da determinação constitucional. Além dorepasse de recursos, a mesma medida pode ser aplicada para programas, projetos, editais ou prêmios, de modo a estimular a integração dos municípios, estados e união. Para os demais entes federados, ainda não integrados ao sistema, o repasse voluntário de recursos é expediente efetivado por meio de convênios ou parcerias técnicas específi cas entre partes. Deste modo, convém reafi rmar que, para os repasses entre os fundos, é necessário que os estados e municípios constituam os seus instrumentos. O estado do Rio de Janeiro já tem o seu, conforme os artigos 35 a 42 da já citada Lei 7035/2015. Sabemos da resistência do setor administrativo-fi nanceiro das prefeituras em encaminharem essa questão, mas esse é um instrumento concreto de fomento institucional à cultura e, acreditamos que cabe aos agentes culturais e conselheiros acompanhar e/ou apoiar os gestores municipais, para que estes tenham condições de conduzir a temática com os prefeitos e secretários (governo, fazenda, planejamento etc.) No conjunto de disciplinas ministradas por Tatiana Richard, Laura Chicayban, Eveli Ficher, Henilton Menezes, Carlos Marinho e Emanuel Vieira, você reuniu valiosos instrumentos de estudo e pôde entender mais sobre os mecanismos disponíveis para o fi nanciamento à cultura, tais como: leis estadual e federal de Incentivo à Cultura, Pró-Cultura (em discussão no nível federal – nos poderes legislativo e executivo) e acesso ao Salic-Web – sistema utilizado para esse fi m. Pôde também reconhecer características essenciais das leis orçamentárias: 7 disciplina 32 Lei de Diretrizes Orçamentárias, Plano Plurianual, gestão fi nanceira, prestação de contas e programas de apoio, aprofundando substancialmente seus conhecimentos. Quase sempre é a parte que menos interessa (pois é para muitos, a mais penosa), mas é imprescindível a necessidade de se apropriar desses conceitos para avançar na gestão cultural, mudando aquele roteiro de dependência. Essas diversas frentes e instrumentos se relacionam, por exemplo, com os planos municipais de Cultura, que para efetivarem as suas diretrizes, metas e ações decorrentes, necessitam de recursos. Estabelecer diálogo e articulação entre os entes federados e a própria sociedade é um exercício novo, uma prática recente, considerando a própria História Política Brasileira, sobretudo a das políticas culturais, permeada durante séculos pelo dirigismo, sem qualquer condição de diálogo ou participação social nas esferas de poder. A presença da sociedade civil é um dos mais importantes aspectos nesse processo de efetivação das políticas culturais, modernizando e ampliando a prática da participação e escuta da sociedade civil, garantindo o controle social (fi scalização das ações e efetivação das decisões tiradas nos conselhos, fóruns e conferências de cultura). Albino Rubim (2007) nos diz que: A trajetória brasileira das políticas culturais produziu tristes tradições e enormes desafi os. Estas tristes tradições podem ser emblematicamente sintetizadas em três palavras: ausência, autoritarismo e instabilidade. Enfrentando a tradição do autoritarismo, acima citada, que tem como um dos traços ainda presentes nas gestões culturais a ausência de diálogo, é justamente a partir das trocas e das parcerias, com a participação de vários atores, que o processo tende a ser efetivado. Cabe ao poder executivo atenuar a condição de inibição – e em alguns casos de desconfi ança – de boa parte dos participantes da sociedade civil nas discussões e encaminhamentos sobre políticas e ações culturais. Presidente da Fundação Casa de Rui Barbosa – FCRB, a historiadora Lia Calabre, com sua valorosa participação em várias disciplinas, fez importante contextualização do período “inaugurador” das políticas culturais no Brasil, destacando as principais características da pioneira e ao mesmo tempo inovadora experiência de gestão pública cultural implementada 8 disciplina 32 no município de São Paulo, com a presença de Mario de Andrade no Departamento de Cultura da Municipalidade de São Paulo (1935–1938). Tal registro é para que você possa considerar o tempo que temos percorrido no processo de construção de políticas culturais no país. A cultura com base em um conceito mais amplo, antropológico, com efetividade da democratização da gestão e das políticas públicas, tem espaço recentíssimo na história republicana do Brasil, em uma sucessão de fatos, ao longo das últimas oito décadas. Outros marcos emblemáticos, além da gestão de Mario de Andrade, merecem atenção, como: • As transformações ocorridas no fi nal da década de 1970, no âmbito federal, em plena ditadura militar, sob a direção de Aloísio Magalhães à frente da Secretaria Nacional de Cultura do Ministério da Educação e Cultura – MEC. O gestor, um prestigiado designer, que galgou espaço na estrutura do governo federal, após realizar e estimular pesquisas no Centro Nacional de Referência Cultural. • A criação do próprio Ministério da Cultura – MinC (1985). • A promulgação da Constituição em 1988 – contribuindo com uma estrutura um pouco mais democrática, combinando com o período político de redemocratização, iniciado em 1985. • A presença de Marilena Chauí como titular na Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo (1989–1992), gerando as formulações de cidadania cultural que orientam diversos programas e políticas culturais no Brasil. • A chegada de Gilberto Gil, à frente do Ministério da Cultura (2003), ampliando em escala nacional a discussão da política cultural, antes restrita às áreas de Artes e do Patrimônio, e a partir de então, incorporando outras dimensões, como a simbólica, a econômica e a cidadã, como vimos ao longo do curso. • A realização, nos diversos estados brasileiros, dos seminários Cultura para Todos (2003 e 2004), provocando debates e discussões sobre políticas e ações estruturantes para o campo da cultura. • A convocação das primeiras conferências municipais, estaduais e setoriais de cultura, bases para a 1ª Conferência Nacional de Cultura e palco de discussão do Plano Nacional de Cultura – PNC (2005). 9 disciplina 32 Foram estas articulações que possibilitaram a consolidação do PNC e o começo de uma maior integração das ações do Poder Público com a sociedade civil. A partir desse conjunto de marcos, foram sendo estabelecidas outras ações signifi cativas em uma perspectiva sistêmica e estruturante para o setor cultural. O rico processo das demais conferências nacionais de Cultura realizadas em 2010 e 2013 foi decisivo para o avanço da comunicação, potencializando a escuta e a fala do cidadão e da cidadania da sociedade civil (importante destacar que os delegados eleitos pela sociedade civil foram maioria nessas conferências em todas as suas etapas – municipais, estaduais e na nacional, em uma conta percentual propositadamente estabelecida pelo MinC). O Conselho Nacional de Política Cultural (Decreto nº 5.520/24 agosto de 2005 – Presidência da República), inova com a eleição de seus representantes da sociedade civil, mudando a antiga tradição da indicação, estabelecendo uma nova composição paritária – governo e sociedade, com caráter consultivo e deliberativo. Vários estados e municípios passam a aderir esse novo formato para os Conselhos – a exemplo do estado do Rio de Janeiro, que teve seu processo eleitoral fi nalizado em março do corrente, após seis meses de eleição dos conselheiros das dez regionais do estado fl uminense, e segmentos artísticos, que vão se somar a outros 16 (dezesseis) nomes, na composição fi nal de 32 (trinta e dois) conselheiros de cultura do estado, e respectivos suplentes. É nesse novo cenário de participação social e ampliação do debate e do raio de ação sobre as políticas de cultura no Brasil que tem sido construído o Sistema Nacional de Cultura – SNC, que articula ofi cialmente uma agenda de planos e ações no/para opaís, em que cada ente federativo, nos três níveis, estrutura o seu próprio sistema. O Prof. Luiz Augusto Rodrigues apresentou estudo sobre o Plano Nacional de Cultura – PNC (2010), peça estruturante do Sistema Nacional de Cultura – SNC (2012), na maior disciplina do curso, proporcionando para você mais conhecimentos sobre os componentes obrigatórios do SNC: o PNC, o Sistema Nacional de Indicadores Culturais – SNIIC, a Conferência Nacional de Cultura – CNC, e o Conselho Nacional de Política Cultural – CNPC, bem como tratou da importância da adesão ao acordo de cooperação e Plano de Trabalho do SNC. Dessa forma, você teve (ou terá) mais propriedade para participar, de modo ainda mais protagonista, na discussão de instalação dos Sistemas de Cultura em seu município, participando especialmente, da elaboração dos planos municipais de Cultura. 10 disciplina 32 Fortalecendo os sistemas de cultura no estado do Rio de Janeiro, com outro expediente de estímulo à qualifi cação da gestão cultural, mais de 30 (trinta) prefeitos assinaram termos de compromisso com a Secretária de Estado de Cultura, Eva Doris Rosental, para ação articulada entre municípios e Secretaria de Estado de Cultura, no apoio à elaboração dos Planos Municipais de Cultura, pela dinamização dessas tarefas nas cidades fl uminenses (http://sec. cecierj.edu.br/dinamizadores.php). Quanto à dinamização proposta pela SEC, apoiando a elaboração de planos de cultura nos municípios, em parceria com o Ministério da Cultura, além do executivo (prefeituras, governo estadual e federal), a sociedade civil tem papel estratégico, assumindo uma participação decisiva, em que a articulação, a gestão, a informação e a promoção de políticas públicas de cultura avançam na construção, pactuadas entre todos. Toda essa prática, recente e nova, é a própria democracia brasileira em evidência, em que as conferências, os conselhos, as trocas entre os órgãos culturais, a destinação de recursos, o acesso à fruição aos bens e meios de produção culturais consolidam as articulações possíveis para que o direito à cultura seja materializado, se tornando uma realidade. Quando enxergamos as peças integradas, com a forma de um conjunto harmônico (conselho, plano, fundo e instrumentos de ação – participação social, levantamento de dados, ofertas de formação), o quebra-cabeça montado, com a devida localização das atribuições de cada ente federado, o processo, ainda que recente, tende a avançar. Identifi car nesse tempo de “primeiras vezes” o que cabe aos municípios, ao estado do Rio de Janeiro e à União, é aliviar em parte, as tensões, frente às tarefas que estão postas. É fundamental identifi car as respectivas competências, em uma nova forma de interação entre os entes federados e a sociedade, impactando positivamente as relações. Passada mais de uma década da atual fase de debate das políticas culturais, iniciada em 2003, é bom refl etir sobre o atual cenário cultural: neste tempo contemporâneo, no qual a linha do tempo do Facebook deixa escapar informações que nunca param de “passar” na tela do seu computador, notebook, tablet ou celular, em que os eventos digitais que alimentam as redes sociais exigem pressa, tamanha a rapidez e pulverização da notícia-acontecimento, ou mesmo pelo acúmulo de tantas informações, sem às vezes potencializar de fato a própria informação, no avesso do objeto da comunicação em si, é fundamental manter interesse à pauta cultural nos municípios, alimentando o já citado Sistema Estadual de Cultura. 11 disciplina 32 Terceira refl exão: Como integrar mais os municípios fl uminenses, nesta pauta estadual, frente a esse cenário de pressa e imediatismo, mantendo a “tarefa” produtiva, sem gosto de inservível? A pesquisadora Eliane Costa, ex-diretora de cultura da Petrobras, que inovou nos anos 1990 implantando um estratégico modelo de fi nanciamento cultural, com a implantação da política de editais, abordou a complexidade da proposição da cultura como o quarto pilar da sustentabilidade. Com mais acúmulo para compreender o tempo que atravessamos na construção de políticas culturais, após os debates nos fóruns em sua turma, e o conjunto de conhecimento adquirido a cada disciplina, você tem mais propriedade para pensar na resposta à indagação apresentada: Como integrar os municípios, nesta pauta estadual, com este cenário de pressa e imediatismo, mantendo a “tarefa” produtiva, sem gosto de inservível? Em resposta a estas urgências, deve ser considerada a necessidade de um planejamento, tarefa indiscutível para quem atua na gestão cultural, como bem exemplifi cado pela Prof.a Katia Macabu e a pesquisadora Heloisa Bueno no debate sobre o processo organizacional do setor, com destaque para a construção de um plano de ação (prático e exequível), para alcance real das ações propostas, com a elaboração de projetos culturais focados na organização do novo setor cultural (detalhando etapas de conceituação, análise, estruturação, viabilização técnica e fi nanceira). Na sequência, as professoras e produtoras culturais Ana Luisa Lima e Ana Lúcia Pardo discorreram, em suas disciplinas, sobre os artistas, que de igual forma necessitam de planejamento para o bom êxito das suas iniciativas culturais, com aplicação de metodologia na atuação profi ssional. Apontaram questionamentos sobre o futuro da carreira, mercado de trabalho, sobre os segmentos que carecem de fomento e mais investimento (longe de cobertura por parte do mercado e/ou iniciativa privada), sobre a criatividade e subjetividade do artista, sobre as diversas formas pelas quais o contexto social infl uencia a produção artística e vice-versa e as relações entre arte e política. Ou seja: é arte, é simbólico, mas é preciso tentar se adaptar ao novo contexto do recorte organizacional da política cultural. É importante tecer ajustes entre o frio das exigências protocolares e o subjetivo das linguagens artísticas. Tentar composição entre a intuição e 12 disciplina 32 o talento criador do artista, o imprevisto natural da arte, com a rigidez necessária dos planejamentos, sem perder a potencialidade da arte, sem perder a rota do caminho do bem- estar e da felicidade – lugar comum desejado no ambiente cultural. Em especial na gestão pública, equilibrar o abstrato da arte com a formalidade dos ritos burocráticos é tarefa espinhosa. Com a necessidade da elaboração de projetos, desenvolvidos e “aplicados” dentro de programas culturais, na prática, dando corpo às ações contínuas de médio e longo prazo, como preveem os Planos de Cultura, o artista também está sendo “convidado” a repensar seu papel, transitando entre um e outro campo. A prática de “organização de eventos”, ou a espera/expectativa de apoios relâmpagos para essa ou aquela atividade, que marcaram por um bom tempo a gestão cultural nos municípios, deve ser aprimorada para a efetivação de programas contínuos, nos quais os projetos – devidamente planejados – serão o objeto da ação cultural em si. Para realizar um bom projeto cultural, que dá corpo aos programas culturais, é preciso trabalhar com análises de dados. Para consolidar políticas culturais de médio e longo prazo, com planejamento pautado em projeções futuras, é preciso estar calçado em informações, fruto de diagnóstico, de pesquisa. A aplicação de um embasamento teórico, a partir dos resultados apontados pelos indicadores culturais, com diagnóstico da cultura local, foi assunto do pesquisador Frederico Silva. Esse círculo de ações (mapeamento da cultura local, projetos e programas) envolve todos os atores do setor cultural. Nesse movimento de articulações, o Estado deve atuar, sobretudo, como um motivador, um mobilizador, incentivando gestores e agentes culturais, comunidades e sociedade em geral. No cenário de urgências apresentado pelos municípios, a descentralização das ações e competências do “fazer cultural”deve ser assumido por todos os atores. As trocas e parcerias no mapa local, regional, estadual e nacional (e internacionalmente) é a articulação federativa na prática, considerando o objetivo comum na defesa dos bens culturais, na valorização da identidade cultural. No roteiro das aulas presenciais, Deborah Lima, pesquisadora da Fundação Casa de Rui Barbosa, provocou discussão oportuna sobre a dinâmica que atravessamos e enfatizou que para compreender o lugar da cultura é necessário vislumbrar as características deste tempo, “onde o cheio provoca o oco, a saciedade gera angústia, o permanente é trocado pelo atual, o ‘mais novo’, ‘o mais moderno’ (OLIVEIRA, 1999. p. 16). 13 disciplina 32 Um pacto de adesão real, exequível, com regras para todos, com propostas integradoras, fruto de um tratamento igualitário, observando o tempo de cada ente federado, no seu próprio tempo de construção, é uma das respostas às últimas indagações, dando conta de manter integrado o seu município na pauta cultural, mesmo com esse tempo de pressa e imediatismo, no qual o cheio provoca o oco. Aloísio Magalhães (1976) sempre potencializou o tamanho dos municípios, destacando que é na cidade o lugar primeiro de se pensar a cultura, buscando proteger, apoiar, promover e garantir o acesso e a manutenção dos bens culturais, como pontua: É na cidade que estão os blocos de rua, as manifestações culturais populares, os artistas, os artesãos... É na cidade que vivenciamos o despertar das artes, onde preservamos a memória, que nos apropriamos do saberes e fazeres culturais, nas suas diferentes expressões. É na cidade que a determinação de resolver os problemas deve ser o primeiro pré-requisito da ação de proteção do bem cultural, desenhando um caminho, mais do que detalhar uma trilha. Reconhecendo que uma das difi culdades para a efetivação de tais ações articuladas entre os entes federados é a falta, e/ou inexistência de atuação nos próprios governos (municipais, estaduais e federal), em função de realidade semelhante nas três esferas, desde a ausência de pessoal qualifi cado, falta de estrutura e recursos, descontinuidade das ações ou, ainda, ausência de vontade política ou personalismo extremado, é necessário localizar as fragilidades que difi cultam a ação, para a superação das lacunas que emperram o processo, que não “deixam a máquina” andar. Despersonalizar os espaços do poder público, empoderando as instituições a bem de consolidar as políticas públicas de cultura, para que fi quem a salvo das descontinuidades da presença de pessoas em determinadas funções, é um exemplo para ser considerado. Estabelecer critérios de composição da equipe, a partir de currículo qualifi cado, e instalar concursos públicos com atesto de formação para o setor são outras medidas para atenuar o quadro das difi culdades. 14 disciplina 32 Para ampliar as condições de ações em nossos municípios, saindo da solidão que às vezes limita e enquadra o extrato simbólico potencial da cultura, frente às difi culdades que se repetem de “sem” (sem recursos, sem equipamentos culturais, sem equipe, sem planejamento, sem espaço nas pautas dos chefes do executivo, sem alternativas efi cientes de comunicação e estrutura), é necessário conversar, dialogar, ver, visitar, buscar, se articular, enfi m, estar em movimento, gerar movimento – se movimentar. Nas disciplinas de Luciana Guilherme e Eveli Ficher, você que atua como gestor público, conselheiro de cultura, agente ou animador cultural, refl etiu sobre a participação e as problemáticas contemporâneas, articulando a cultura com dinâmicas de conexão em redes, territórios criativos, potencializando estratégias de desenvolvimento e de inovação locais. Conheceu as principais características das organizações do terceiro setor, com dois tipos de processos de modelos de cogestão (OS e OSCIP), ou seja: tem mais elementos, bastante substanciais, para pensar a cultura em sua cidade, e se movimentar. Se a nossa maior riqueza são as nossas diferenças, e o município – ponto chave onde a cultura “começa” – é o melhor guardião do seu próprio patrimônio – conforme nos ensinava o já citado Aloísio Magalhães em seus discursos – valorizar potencialmente a identidade cultural local é atribuição primordial dos órgãos e entidades municipais, cabendo ao Estado criar as condições para proteger os seus bens culturais, não só os materiais, assim como os imateriais. Uma questão simples, para nossa ponderação e melhor entender a preocupação do gestor de Cultura do MEC, é nossa quarta refl exão: Como fazer sobreviver o Jongo, o Mineiro Pau, o Candomblé, a Folia de Reis, as diversas manifestações culturais populares, diante da invasão eletrônica, que quase atropela a cultura dos municípios, em tempos do III Milênio? O empobrecimento que representa, para cada município, a perda de parte da sua identidade cultural deveria ser “medido” e exposto em um gráfi co para conhecimento de todos, a tal ponto que tal exposição promovesse imediata ação para a salvaguarda do patrimônio cultural. O historiador do Instituto Estadual do Patrimônio Cultural – Inepac, Sergio Linhares, apresentou na sua disciplina os principais conceitos do Patrimônio Cultural, com sua legislação básica e os princípios da Educação Patrimonial, e Deborah Lima trouxe componentes fundamentais para a compreensão sobre a diversidade cultural no Brasil, capaz de ampliar sua dimensão, bem como seu reconhecimento, proteção, promoção e necessidade de preservação. 15 disciplina 32 Tomando como referência a premissa da preservação do patrimônio cultural, dois exemplos de ausência de uma prática articulada entre os entes federados pesam na condição primária de proteção de importantes patrimônios culturais, apresentando quadro de fragilidade, em função da ausência de uma divisão de atribuições, articulados harmonicamente. A Fazenda Colubandê, situada no município de São Gonçalo, Região Metro III – Leste Fluminense, onde prefeitura, governo estadual e união ainda não avançaram na composição de ações em prol da preservação do patrimônio de posse do estado do Rio de Janeiro, tombado pelo Iphan desde 1940, com a saída do Batalhão Florestal da PMERJ, em 2012, um valioso patrimônio histórico cultural, construída em 1618, apresenta preocupante cenário de abandono. O mesmo cenário é realidade no Solar Del Rey, na Ilha de Paquetá, Regional Metro I – Capital, patrimônio estadual, mas cedido ao município do Rio de Janeiro por tempo indeterminado desde 1976. O prédio histórico, que recebeu o tombamento federal em 1938, encontra-se interditado desde 2009 e a comunidade reivindica, desde então, que além de restaurado seja transformado no primeiro centro cultural público da localidade, já tendo realizado diversas ações com esse reclame. Já como um bom exemplo de ação articulada entre os entes federados, no mesmo expediente de preservação do patrimônio cultural, destaca-se a Casa Casimiro de Abreu, em Barra de São João/Casimiro de Abreu, na Regional Baixada Litorânea, onde município, estado e União desempenham com êxito a divisão de tarefas, na especifi cidade das atribuições de cada um. Na cartilha da Educação para o Patrimônio Cultural, como cidadãos, todos temos responsabilidades públicas, sendo classifi cados como coresponsáveis pela preservação do patrimônio material e imaterial dos nossos municípios fl uminenses. O cientista social e produtor cultural Flavio Aniceto trouxe interessante visão na sua refl exão, com propostas de ação fruto de processos construídos a partir do diálogo, destacando as parcerias criativas institucionais, públicas ou da sociedade civil, que combinadas tendem a contribuir para o desenvolvimento, a gestão e as ações culturais em suas realidades socioculturais. Aniceto destacou que as redes e coletivos culturais, como uma forma contemporânea de organização fazem, na prática, valer osconceitos de cidadania e autonomia cultural e as relações entre os direitos à cultura e à cidade. 16 disciplina 32 Associar tal conceito às práticas de produção de ações culturais comunitárias, ou à criação de redes (fóruns presenciais ou nas redes sociais, e mais recentemente, no WhatsApp), é buscar como estes conceitos podem contribuir para as realidades socioculturais de gestores públicos e conselheiros de cultura, agentes e animadores culturais, investindo em retornos mais consistentes e efetivos para as políticas culturais. Ainda no destaque da cidade como ponto chave do fazer cultural, o economista Mauro Osório endossou, na sua disciplina, a importância histórica das cidades, evidenciando as políticas desenvolvimentistas e clientelistas que não se encaixam com as necessidades reais do Estado, questionando sobre a necessidade de uma defi nição precisa do papel dos municípios, nesse “quadro de necessidades” no cenário nacional. Citada nas referências da historiadora Lia Calabre, a fi lósofa Marilena Chauí (2006) oferece uma cartilha “guia” para a nova administração/gestão da cultura, pautada na “cidadania cultural” – conceito que dada a sua importância apareceu reiteradas vezes nessa disciplina e ao longo do curso – como alternativa possível para a implementação de políticas culturais de caráter mais universal, do “direito a ter direitos”. Ampliando nosso olhar para o mundo, sem perder de vista o tamanho – importância da cidade nesse mapa mundial – cabe a refl exão da obra do sociólogo francês Pierre Bourdieu, mais um destaque apontado pela historiadora Lia Calabre quanto à necessidade de enfrentar o desafi o da “desigualdade natural das necessidades culturais”. Nas dez regiões do estado fl uminense, com municípios que apresentam diferentes cenários culturais, não cabe o simplismo de afi rmar que uma realidade é mais importante ou desenvolvida do que a outra, seja pela quantidade de equipamentos e investimentos culturais ou de artistas e manifestações existentes nelas, o que seria negar os próprios direitos e a cidadania cultural dos seus munícipes. É preciso associar o marco do desenvolvimento, como uma condição de oportunidades, potencializando-as. É por esse prisma que devemos pautar nossa prática cultural, buscando ampliar as oportunidades, e fazendo valer a prática cotidiana, os conceitos que adquirimos ou revemos ao longo do curso que ora encerramos. Por exemplo, uma das oportunidades de refl exão, de pensar sobre e agir a partir de, vocês tiveram com as pesquisadoras Eliane Costa e Eliane Sousa e Silva, na compreensão sobre as relações entre cultura e desenvolvimento regional, as dimensões singular, particular e global 17 disciplina 32 das manifestações artísticas e culturais, sobre a identifi cação das convenções internacionais que são referenciais para articular os dois temas e as concepções contemporâneas relativas a ambos. O objetivo das duas Elianes pesquisadoras – e realizadoras, diga-se de passagem – nessa abordagem, foi auxiliá-lo na importante localização de oportunidades de desenvolvimento no seu contexto de atuação local e regional, uma vez que o mapa do mundo começa na sua própria rua, bairro, localidade, município, estimulando uma análise do papel das instituições culturais e das práticas dos indivíduos, numa perspectiva integrada. Nesse caso, o “indivíduo” aqui é você, que é acima de tudo um sujeito cultural conforme a perspectiva de cidadania e dos direitos culturais. Na composição Mundo & Cidade, estude um pouco mais o relatório do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento – PNUD/2004 (Unesco), que trata dos direitos e liberdades culturais no centro da temática sobre o desenvolvimento. O documento destaca que, para o mundo atingir os objetivos de desenvolvimento do milênio e acabar por erradicar a pobreza, precisa enfrentar primeiro o desafi o da construção de sociedades culturalmente diversifi cadas e inclusivas. Essa tarefa do “mundo” é sobretudo um desafi o a ser encarado nas cidades, com o exercício da democracia, na prática dos direitos culturais. A própria Unesco tem trabalhado nessa tarefa, ao longo de oitenta anos (desde a década de 1940), com quinze documentos formulados que tratam dos direitos culturais. Nossa quinta refl exão: Com todas as constatações do lugar de importância da cultura no mundo (e o que temos lavrado em lei, que estabelece a cultura como direito), o que é necessário fazer para que a cultura saia do patamar de desimportância nas pautas e decisões políticas? Nas publicações do especialista em políticas culturais, Teixeira Coelho, autor do livro- referência Dicionário crítico de Política Cultural (1997), a provocação de que “todos querem a cultura, mas ninguém quer pagar pela cultura” é um alerta na contramão do que aponta o relatório da Unesco. É uma provocação frente à constatação de cientistas sociais das grandes nações europeias, em 2001, que potencializa a cultura como quarto pilar de crescimento e desenvolvimento mundial, atrás da economia e do meio ambiente. Antonio Albino Canelas Rubim, pesquisador, professor da área de políticas culturais da Universidade Federal da Bahia – UFBA, que presidiu o Conselho Estadual de Cultura da Bahia, e também secretário de Estado da Cultura, participou do último eixo de disciplinas, apresentando 18 disciplina 32 questionamentos sobre a gestão cultural e a compreensão do cenário histórico-político; abordou conceitos e o perfi l profi ssional de quem atua na área; enfatizou a discussão sobre os elementos que levam ao reconhecimento social da profi ssão/atuação no setor cultural. Lucas Van de Beuque, na sua explanação sobre os processos de gestão e produção para o setor, tratando da aplicação das ferramentas da administração ao universo cultural, dos papéis e funções de gestores, produtores, conselheiros e agentes culturais, trouxe boa soma aos questionamentos do pesquisador baiano, remetendo-nos à manutenção e sustentabilidade de grupos e espaços. Menciono os dois colaboradores conteudistas juntos – um com larga experiência e trajetória, que ocupou o posto mais alto da hierarquia da máquina estadual (fora o governador), e o segundo – mais jovem, diretor do singelo Museu Casa do Pontal, resistente na defesa da cultura popular, para atestar que tanto um, como o outro, nas suas diferentes caminhadas, respondem a nossa quinta refl exão: estão atuando, seguindo, sem desistir. Sexta e última refl exão: Os meses de estudo no Curso de Formação de Gestores Públicos e Agentes Culturais contribuíram – ou poderão contribuir – para um novo comportamento na sua prática cultural? Não existe uma fórmula, um “pulo do gato”, para “dominar” os assuntos da cultura. Até pouco tempo antes, se aprendia “fazendo”. Agora existem instrumentos com mais solidez para atuar, tanto na gestão pública, como nas instituições e entidades da sociedade civil. Se o curso equipou você com tais instrumentos, é possível que tenha hoje uma nova prática no seu espaço-local de atuação. Desta feita, acreditando que “que o caminho se faz, entre o alvo e a seta” (ABRUNHOSA), que você possa fazer bom uso desses instrumentos e refl exões. 19 disciplina 32 Agradecimentos Aos tutores Aline Andrade, Ana Sobral, Carla Marques, Carolina Rocha, Flavia Junqueira, Giordanna Santos, Juliana Lopes, Marcella Carvalho, Mariana Carvalho, Rosemeri Maria da Conceicão, Rubens Ramos, Theotonio de Paiva e Thiago Ramires, que atuaram como “ponte”, facilitando, estimulando a participação dos alunos no AVA e nas aulas presenciais em Duque de Caxias, Rio de Janeiro, Campos dos Goytacazes, Casimiro de Abreu, Vassouras, Mangaratiba, Bom Jardim e Itaperuna; e a toda a equipe Cecierj e Faetec, parceiros de alta conta nesse investimento da qualifi cação da gestão cultural no estado fl uminense. Para todos os gestores, conselheiros, animadores e agentes culturais, parabéns pelacaminhada até aqui. Com especial registro, pedimos sua licença para homenagear: Prof.a Cascia Frade – por sua incansável atuação ao longo de décadas, desde a organização da Divisão de Cultura na Secretaria de Estado de Educação do RJ, em 1975, até recentíssima participação no Departamento Cultural da Sub-Reitoria de Extensão e Cultura da UERJ. Juareis Mendes – o animador cultural de São Gonçalo, com 70 (setenta) anos e muita disposição para continuar seus rabiscos e desenhos pelo Brasil. Marina – o bebê de Paraíba do Sul (fi lha da aluna Verônica – Turma 1), presente em várias aulas do curso. E ainda, in memorian: Rosinéa Belmont, de São Francisco do Itabapoana; e Wellington Lyra, de Cachoeiras de Macacu. 20 disciplina 32 ABRUNHOSA, Pedro. Quem me leva os meus fantasmas. Lisboa, 2007. BOTELHO, Isaura. Romance de formação: Funarte e Política Cultural. 1976-1990. Rio de Janeiro: Edições Casa de Rui Barbosa, 2000. BOAL, Augusto. Teatro do Oprimido e outras poéticas políticas. 22. ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2011. BOURDIEU, Pierre; DARBEL, Alain. O amor pela arte: os museus de arte na Europa e seu público. São Paulo: Edusp/Zouk, 2003. BRASIL. O dia a dia da cultura. Protocolo disponível em: http://www.cultura.gov.br. CHAUÍ, Marilena. Cidadania cultural: o direito à cultura. São Paulo: Fundação Perseu Abramo, 2006. COELHO, Teixeira. Dicionário crítico de Política Cultural. São Paulo: Iluminuras, 1997. CALABRE, Lia. Políticas públicas culturais de 1924 a 1945: o rádio em destaque. In Revista Estudos Históricos. Rio de Janeiro, 2003. CANCLINI, Nestor Garcia. Culturas híbridas. São Paulo: Edusp, 1998. FONSECA, Maria Cecília Londres. Da modernização à participação: a política federal de preservação nos anos 70 e 80. In Revista do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. n. 24, 1996. GOVERNO DO RIO DE JANEIRO, SISTEMA ESTADUAL DE CULTURA – Lei 7053/2015, Rio de Janeiro. 2015. MAGALHÃES, Aloísio. E Triunfo? A questão dos bens culturais no Brasil. Rio de Janeiro: Nova Fronteira; Fundação Roberto Marinho, 1997. MOISÉS, José Álvaro. Estrutura institucional do setor cultural no Brasil. In Cadernos do Nosso Tempo, Cultura e Democracia, Rio de Janeiro, Funarte, 2001. Bibliografi a 21 disciplina 32 NOGUEIRA, Marco Aurélio. Um Estado para a Sociedade Civil: temas éticos e políticos da gestão democrática. São Paulo: Cortez, 2005. PROGRAMA DAS NAÇÕES UNIDAS PARA O DESENVOLVIMENTO (PNUD). Relatório do Desenvolvimento Humano – Unesco, 2005. RUBIM, Antonio Albino Canelas. Políticas culturais no Brasil: tristes tradições, enormes desafi os. In RUBIM, Antonio Albino Canelas; BARBALHO, Alexandre. Políticas Culturais no Brasil. Salvador, Edufba, 2007. Disciplina 32E3 Iniciais 2 Disciplina 32E3 2
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