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ACD2 TURMA IV 2021
QUESTÃO 01- Prof. Arthur - Situação Antonius Cirtus
STEM: Heitor e Tamires, estudantes de Medicina do 1º ano da UniPOLIS, realizaram visita domiciliária em uma de suas famílias que acompanham. Antonius Cirtus, 88 anos, mora com seu filho Ivan e sua nora Paola. A rotina do casal é intensa, pois trabalham diariamente e agora com a volta do trabalho presencial precisam organizar o cuidado de Antônio, uma vez que ele ficará sozinho em casa dois dias na semana. Os estudantes foram recebidos por Paola e Antonius. Paola agradece a visita e diz que está preocupada com o sogro, pois ele vem abusando do açúcar, comendo de tudo, bastante fruta, ingerindo sucos, pão e muito sorvete. Ela refere aos estudantes:
· Hoje quis tomar sorvete de damasco! Às vezes, parece que não se lembra o que comeu e aí come de novo. Como ontem ele ficou praticamente sozinho, deve ter tomado pouca água. Ele quase não toma água, a gente tem que ficar insistindo. Ele prefere cerveja ou refrigerante. Hoje ele está pouco falante, parece com baixa energia e está se queixando de dor de cabeça e boca seca, diz Paola.
· Tamires pergunta: Sr. Antonius, vejo que sua família está preocupada com sua saúde, me conta quantos copos de água o senhor toma por dia?
· Eu bebo água sim! De manhã tomo meio copo com o remédio; à tarde outro copo de água e à noite mais meio copo antes de dormir... se tiver muito calor eu tomo uma latinha de refrigerante ou cerveja, explica Antonius.
LEAD IN: Considerando a ingesta e perda de água informada por Antonius Cirtus, explique como o organismo atua nesse caso na manutenção da homeostase hídrica?
Conceito Satisfatório: Será considerada satisfatória a resposta que contemplar os elementos fisiológicos do organismo na manutenção da homeostase.
Intencionalidade educacional: O foco da questão é sobre as necessidades hídricas do organismo, refletindo sobre as formas como cada indivíduo reage em relação ao controle homeostático da água, por meio das relações entre as necessidades de ingesta e a perda de líquidos. Segundo Sterns (2009), como a água representa aproximadamente 60% do corpo humano de um adulto normal: “A vida acontece em meio a uma solução aquosa. As células, o sangue que leva nutrientes e oxigênio às mesmas e o líquido intersticial no qual ficam imersas são todos, em sua maior parte, constituídos por água. A cada dia, água e sais são perdidos e repostos. Para manter a estabilidade do meio interno, os líquidos corpóreos são processados pelo rim, orientados por intrincados sistemas de controle fisiológico que regulam o volume e a composição desses líquidos”.
A principal função dos rins é a filtragem do sangue, com o objetivo de eliminar substâncias nocivas ou escórias (por exemplo, a ureia, creatinina e ácido úrico) ou em excesso como ácidos produzidos pelo metabolismo.
Considerando os fluídos corporais, o sódio (Na+) é o principal cátion extracelular, o potássio (K+) é o principal cátion intracelular. O sódio é responsável pela manutenção do equilíbrio hidroeletrolítico e ácido-básico, do potencial da membrana plasmática e das funções de contração muscular e transmissão de impulsos nervosos, sendo absorvido no intestino delgado e tendo sua concentração orgânica endocrinamente controlada. O potássio, que é o eletrólito em maior quantidade no líquido intracelular, é absorvido em todos os segmentos do trato digestivo. Esse eletrólito apresenta baixa concentração plasmática, tendo participação importante na transmissão de impulsos nervosos para contração muscular, no equilíbrio ácido-básico, na síntese de proteínas e glicogênio e na manutenção do volume celular.
O principal regulador do equilíbrio hídrico no organismo é o hormônio antidiurético (ADH), que é liberado pela hipófise e promove a retenção de líquido, concentrando a urina.
Infelizmente, o processo de envelhecimento altera importantes sistemas de controle fisiológico associados à sede e à saciedade, pois com a idade ocorre uma diminuição da sensibilidade dos osmorreceptores, de modo que os idosos têm uma sensação de sede embotada, aumentando a linha de base osmolar, fato que eleva o gatilho para a sensação de sede. Assim, mesmo que o idoso seja exposto a um estímulo hiperosmótico (como por exemplo, comida salgada) pode não ser suficiente para estimular o centro da sede e disparar a sede.
Já a sede hipovolêmica é desencadeada por baixos níveis de água extracelular ou intravascular, levando a diminuição da pressão sanguínea e liberação da renina, com consequente produção de angiotensina I e II. A angiotensina II atua no órgão subfornical (OSF) - situado na linha média da parede do terceiro ventrículo - região livre de barreira hematoencefálica e que possui receptores que detectam a hipovolemia e disparam a sede. Assim, o OSF exerce função regulatória em diversos processos fisiológicos, participando do centro da sede que regula o balanço de fluidos, eletrólitos e a excreção de sódio e de vasopressina.
Além disso, após os 30 anos de idade, inicia-se a diminuição da função renal. E a perda de líquidos pode não ser tão bem controlada devido a capacidade de o rim concentrar urina e reter água estar comprometida devido a senilidade.
Adicionalmente, os idosos estão mais propensos a acumular comorbidades e consequentemente utilizarem polifarmácia e o uso contínuo de certos medicamentos aumenta a perda de líquidos por diurese excessiva, podendo levar a iatrogenia por polimedicamentos e a consequência imediata deste quadro é a alta prevalência de desidratação nesse grupo de pessoas. Isso faz surgir a necessidade de elaborar estratégias para reduzir a polifarmácia nessa população.
Outro motivo que contribui para desidratação é a capacidade de gustação diminuída pela idade, deixando preservado principalmente o sabor amargo e salgado, fazendo os idosos consumirem bebidas com alto teor de açúcar, sódio e produtos cafeinados, que aumentam a diurese. Ou ainda, uma saúde bucal negligenciada, em que a dentição em mau estado de conservação pode causar sensação de sabor adverso e uma ingestão oral inadequada, neste caso, como solução devemos estimular o paciente a colocar prótese dentária e a manter uma boa saúde bucal.
Referências:
AIRES, M. de M. Fisiologia. 4.ed. Rio de Janeiro: Guanabara-Koogan, 2017.
GUYTON, A.C. HALL, J.E. Tratado de Fisiologia Médica. Rio de Janeiro: Elsevier, 2017.
BARRET, Fisiologia médica de Ganong. Porto Alegre: AMHG, 2014.
QUESTÃO 02- Prof. Fernando - Situação Adenilde Suarez
STEM: A estudante do primeiro ano Nicolle, está retornando às atividades do Curso de Medicina na USF Tarento, na qual os estudantes estão iniciando visitas domiciliárias às famílias que eles acompanharão. Visita, então, a residência da família Suarez, na qual vivem Ermé, 38 anos, seu marido e seus dois filhos adolescentes. Ao coletar a história familiar, Ermé revela que sua mãe, Adenilde, vive com eles. Ademilde, viúva, 65 anos, passou a morar com a família há 4 meses, quando descobriu estar com diabetes mellitus. No decorrer da entrevista, Ermé diz:
- Veja aqui o último exame da minha mãe. Estamos fazendo de tudo para controlar a diabetes, mas a glicemia, há quinze dias, estava 230.
- Entendo… e se pensarmos que o limite de normalidade deve estar entre 70-99 mg/dlE, realmente está alto. E como está a alimentação dela?
- Difícil de controlar… ela não aceita muito bem a dieta e nem os exercícios que recomendaram… compartilha Nicolle.
- E ela fez outros exames? interroga Nicolle.
- Neste último mês só esse. Falaram que é bom fazer exame de urina. Seria mesmo bom fazer esse exame? pergunta Ermé.
LEAD IN: Diante da solicitação de Ermé, que alterações poderiam ser detectadas no exame de urina simples (urina I) de Adenilde em razão da última glicemia realizada? Explique os mecanismos envolvidos de modo contextualizado ao caso.
Intencionalidade educacional: A questão possibilita abordar a situação de uma mulher ingressando na faixa da pessoa idosa, que tem diagnóstico de diabetes mellitus e é acompanhada na USF, deparando-se o estudante com um questionamentosobre o exame de urina e suas alterações decorrentes da elevação glicêmica, revelada no corpo da questão. Permite que o estudante averigue as possíveis alterações em exames bastante simples nestes quadros clínicos. Possibilita ainda que apresente os fundamentos fisiopatológicos destas alterações.
Conceito Satisfatório: Será considerada satisfatória a resposta que apresentar a presença de glicose na urina (glicosúria), e explorar sua correlação fisiopatológica, por meio da correlação entre glicosúria e hiperglicemia, em virtude da saturação da reabsorção ativa de glicose no túbulo proximal (TM). Poderá discutir ainda, a presença de outras anormalidades como a cetonúria e a proteinúria, sem vinculação terminativa com o conceito satisfatório.
QUESTÃO 03- PROFA. VERA GARCIA - SITUAÇÃO MARINEIA CARPOS - I
STEM: Marineia Carpos, 63 anos, dona de casa e, sua filha, Isidora, 30 anos, auxiliar de dentista, compareceram à Unidade de Saúde da Família Saramenha, para consulta agendada com a médica Katherine Balta. Na consulta, Isidora relatou que Marineia teve um Acidente Vascular Cerebral Isquêmico. Ficou internada dez dias, sendo 4 dias na Unidade de Terapia Intensiva. Há três dias recebeu alta hospitalar. Na alta do hospital, foi orientada a fazer acompanhamento na USF Saramenha e atendimento fisioterápico e fonoaudiológico. Nos antecedentes pessoais, verificou que Marineia é hipertensa há 15 anos e tem hipercolesterolemia. Fazia uso irregular da medicação e caminhadas esporádicas. Ao exame clínico, Katherine Balta identificou que Marineia, embora mostrasse compreender as falas ditas, apresentava dificuldade para se comunicar. Igualmente, mostrava dificuldades para andar, em função de uma hemiparesia à direita, com maior ênfase no braço. 
LEAD IN: Analise o quadro apresentado por Marineia após o AVC Isquêmico, justificando o mesmo com conhecimentos científicos a partir dos dados da história clínica. Correlacionar as características, causas, fatores de risco e de cuidado após um AVC isquêmico considerando o quadro clínico de Marineia.
Intencionalidade educacional: Esta questão aborda o acidente vascular cerebral, suas características, fatores de risco e etiologia.
Conceito Satisfatório: Será considerada satisfatória a resposta que identificar as características e as sequelas do quadro pós-avc isquêmico. O estudante poderá também identificar a necessidade de reabilitação com foco no trabalho interdisciplinar e redução das sequelas. Características desejáveis a serem discutidas: identificar a hemiparesia à direita com maior ênfase no braço, em que há lesão hemisférica contralateral e a dificuldade de comunicação. 
Referências
Almeida LG, Vianna JBM. Perfil epidemiológico dos pacientes internados por acidente vascular cerebral em um hospital de ensino. Revista Ciências em Saúde, 2018;8(1):12-17.
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Diretrizes de atenção à reabilitação da pessoa com acidente vascular cerebral / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. – Brasília: Ministério da Saúde, 2017.
Ortiz KZ. Distúrbios neurológicos adquiridos: linguagem e cognição. 2a ed. Barueri: Manole, 2010.
QUESTÃO 04- Profa. Daniela - Situação Marineia Carpos - II
STEM: Nas atividades curriculares da USF Saramenha, a médica Katherine Balta propôs discutir o atendimento de Marineia Carpos, 63 anos, com os estudantes. Eurico, estudante do primeiro ano de Medicina da Uni POLIS, apresentou o caso para a equipe de saúde da unidade. (1) Identificação da paciente: M.D., 63 anos; (2) Queixa principal na consulta: Compreende, mas apresenta dificuldade para se comunicar e sente-se insegura para andar. Perda da força no membro superior direita e braço dormente; (3) História da doença atual: HAS e hipercolesterolemia, em uso irregular de medicação. Acidente Vascular Cerebral Isquêmico. Ficou internada dez dias, sendo quatro dias na Unidade de Terapia Intensiva e há três dias recebeu alta hospitalar. Foi encaminhada para acompanhamento na USF Saramenha e avaliação da fisioterapia e fonoaudiologia. (4) Exame físico: Peso: 75,0 kg; Altura: 1,58; IMC: 30, 12 (Obesidade grau I); Regular Estado Geral , hidratada, afebril, consciente, orientada. Dados vitais: PA 150 x 95 mmHg; FC: 80 bpm; FR: 18 ipm.
Lead in: Na reunião com a equipe de saúde, a preceptora Katherine Balta solicita ao estudante que ANALISE os dados do exame físico, IDENTIFICANDO pelo menos dois sinais que deveriam ser acompanhados no processo de recuperação pós-AVC isquêmico. ESTABELEÇA as ações de cuidado iniciais.
Conceito satisfatório: Será considerada satisfatória a resposta que identificar o que deve ser considerado no exame físico inicial de paciente pós-AVC e relacionar com o caso da paciente, incluindo pelo menos 2 parâmetros como: avaliação da consciência, orientação temporal, presença ou ausência de dificuldade de comunicação - compreensão ou emissão da fala, expressão facial e a comparação dos dois lados (hemicorpo), por meio da investigação do tônus postural (sentado e em pé), força muscular, locomoção (marcha) e sensibilidade.
Intencionalidade Educacional: Considerando-se que a paciente apresentou acidente vascular cerebral isquêmico, a análise da consciência, orientação temporal, presença ou ausência de dificuldade de comunicação - compreensão ou emissão da fala, expressão facial e a comparação dos dois lados (hemicorpo), por meio da investigação do tônus postural (sentado e em pé), força muscular, locomoção (marcha) e sensibilidade são fundamentais para a verificação do exame neurológico e das orientações para atender as necessidades de saúde da paciente, incluindo as ações iniciais para encaminhamento da paciente para UBS, seguimento com a fisioterapia e fonoaudiologia e orientações de cuidados para a prevenção de outro AVC.
Referências
Almeida LG, Vianna JBM. Perfil epidemiológico dos pacientes internados por acidente vascular cerebral em um hospital de ensino. Revista Ciências em Saúde, 2018;8(1):12-17.
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Diretrizes de atenção à reabilitação da pessoa com acidente vascular cerebral / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. – Brasília: Ministério da Saúde, 2017.
Ortiz KZ. Distúrbios neurológicos adquiridos: linguagem e cognição. 2a ed. Barueri: Manole, 2010.
QUESTÃO 05 - Profa. Ana Clara - Situação Sabrine Aragão Vicalis
 
STEM: Cinco estudantes de Medicina do 1º ano da UniPOLIS finalizaram a atividade em comemoração ao “Setembro Amarelo” na escola estadual Bionis Kaurous localizada no território de responsabilidade da UBS Saramenha. Ao arrumarem o material utilizado para a atividade, um dos estudantes é procurado por uma adolescente, Sabrine Aragão Vicalis, 14 anos, querendo conversar.
- Eu moro com meus avós idosos e meus pais. Durante a pandemia, fiquei em casa, meus pais me proibiram de sair por causa dos meus avós. Não encontrei minhas amigas e participava das aulas pelo celular. Apesar de conseguir acessar as aulas, não estava indo bem nas matérias e agora na volta ao presencial, a situação piorou. Não consigo me concentrar. Em duas semanas haverá prova. Uns dias atrás, enquanto tentava estudar comecei a me sentir muito mal.
- O que você sentiu? pergunta a estudante.
- Eu nunca fico doente, mas nesse dia pensei que fosse morrer. Senti um aperto no peito, fiquei com falta de ar, meu coração disparou e comecei a tremer, meu corpo não conseguia se mexer….. Parecia que eu ia desmaiar… e senti muito medo, meus pensamentos ficaram confusos, não conseguia parar de pensar... mil coisas ao mesmo tempo. Chamei meu pai e ele me levou para a Unidade de Pronto Atendimento.
- E como foi o atendimento? Você fez algum exame?
- O médico fez muitas perguntas, escutou meu peito, fez vários exames e disse que estava tudo normal, viu minha pressão e disse que também estavanormal. Ele receitou um calmante e falou para meu pai procurar um psicólogo na unidade de saúde do nosso bairro, para conversar. 
- E como você está agora? 
- Eu melhorei. Mas as provas estão chegando e cada vez que eu penso nisso meu coração dispara, me sinto mal e tenho medo de sentir tudo aquilo de novo. Eu quero saber o que aconteceu comigo e se o que tive pode se repetir? 
LEAD IN: Considerando a situação relatada por Sabrine A.V., explique o quadro físico e emocional apresentado, respondendo às perguntas por ela elaboradas.
Conceito satisfatório: Será considerada satisfatória a resposta que explicar os fenômenos físicos (aperto no peito, falta de ar, meu coração disparou e comecei a tremer, meu corpo não conseguia se mexer) e fenômenos emocionais como medo, pensamentos confusos e acelerados relacionados ao excesso de ansiedade apresentada por Sabrine, considerando que os resultados dos exames realizados se encontram normais. É possível que o estudante relacione estes fenômenos a situação de isolamento social em decorrência da Pandemia do Covid 19. 
 
Intencionalidade educacional: A questão aborda algumas dificuldades apresentadas pelos estudantes no período da pandemia do Covid-19 e as possibilidades de resposta do organismo humano à estes desafios, considerados como fatores desencadeantes da crise de ansiedade: isolamento social, medo de contrair e transmitir Covid 19 e de transmitir aos familiares, o baixo desempenho escolar em decorrência da dificuldade de acesso a tecnologias digitais e ausência do convívio no ambiente educacional importante para a aprendizagem desses estudantes.
Na dimensão biológica deve ser identificado os mecanismos psicofisiológicos apresentados pelo organismo no enfrentamento da crise de ansiedade.
Na dimensão psicossocial pode ser destacada as mudanças ocorridas no modo de vida em decorrência da pandemia do Covid-19 e como estas mudanças podem acarretar necessidades de saúde específicas no cuidado a essas pessoas.
A ansiedade é vista como uma sensação desagradável de apreensão caracterizado por tensão ou desconforto derivado de antecipação de perigo, de algo desconhecido ou estranho. Pode estar relacionada a uma necessidade de adaptação, como uma entrevista de emprego, competição esportiva e outras, sendo, portanto, justificável. 
A ansiedade pode provocar no indivíduo tanto sintomas cognitivos quanto somáticos estando, portanto, relacionada a uma resposta psicofisiológica a uma situação considerada como estressante. Muitos fatores que influenciam a ansiedade são singulares a cada indivíduo. Observar a duração da reação ansiosa pode ser importante para se diferenciar a ansiedade normal da ansiedade patológica (Castilho et al, 2001; Clemente et al, 2017; Santos et al, 2018).
Quanto a ansiedade se torna excessiva, prejudicando o desempenho ocupacional, social ou biológico e interfere na qualidade de vida, o conforto emocional ou o desempenho diário do indivíduo, pode ser considerado o transtorno de ansiedade (Castilho et all, 2001; Gusso e Lopes, 2012, Clemente et al, 2017).
 
Referência: 
CASTILHO et al. Transtorno de Ansiedade. Rev Bras Psiquiatr 2000;22(Supl II):20-3. Disponível em:https://www.scielo.br/j/rbp/a/dz9nS7gtB9pZFY6rkh48CLt/?lang=pt&format=pdf . Acesso 16/10/2021
CLEMENTE, KAP et al. Ansiedade no Contexto Esportivo e de Exercício Físico: uma revisão sistemática. PsicolArgum. 2017 ju./dez, 35 (90),1-19. Disponível em doi: http://dx.doi.org/10.7213/psicolargum. 35.90.23388. Acesso em 15/10/2021.
GUSSO, G. e LOPES, C. M. (org). Tratado de medicina de família e comunidade: princípios, formação e prática. Porto Alegre: Artmed,2012.
GYTON, A.C e HALL, J.E. Tratado de Fisiologia Médica. Elsevier Editora LTDA.13ª edição. 2017.
NABUCO G, Oliveira MHPP, Afonso MPD. O impacto da pandemia pela COVID-19 na saúde mental: qual é o papel da Atenção Primária à Saúde? Rev Bras Med Fam Comunidade. 2020;15(42):2532. https://doi.org/10.5712/rbmfc15(42)2532. Acesso em 28/09/2021.
SANTOS, ACZ et all. Aspectos Neurológicos da Ansiedade: Estudo de casos em alunos de medicina. Revista Interdisciplinar do Pensamento Científico. ISSN: 2446-6778 No 3, volume 4, artigo no 04, Julho/Dezembro 2018 Disponível em: D.O.I: http://dx.doi.org/10.20951/2446-6778/v4n3a4. Acesso em 15/10/2021
 
QUESTÃO 06 - Prof. Ricardo Hakime - Situação Abílio Karkoulos
STEM: Abílio Karkoulos, 53 anos, trabalha há 25 anos em um escritório de contabilidade em POLIS e há 15 anos é portador de diabetes mellitus, sendo usuário de hipoglicemiantes orais. Em uma consulta com a médica Katharine Balta da USF Saramenha, queixou-se de inchaço nas pernas e mal-estar físico associado a episódios de desmaios. A médica solicitou alguns exames laboratoriais, sendo coletadas urina e amostras de sangue. Após uma semana, Abílio retornou com os seguintes resultados: glicemia de 230 mg/dL (VR de 69 a 99 mg/dL); ureia plasmática de 65 mg/dL (VR de 10 mg/dL a 45 mg/dL), cetonúria e proteinúria.
LEAD IN: Baseado em conhecimentos científicos, justifique do ponto de vista bioquímico todos os resultados encontrados.
Intencionalidade educacional: Esta questão aborda a capacidade do estudante em interpretar, de forma crítica e reflexiva, os achados clínicos e contextualizá-los com os fundamentos bioquímicos que norteiam a homeostasia metabólica e fisiopatológica. A Diabetes Mellitus (DM) não é uma única doença, mas um grupo heterogêneo de distúrbios metabólicos que apresenta em comum a hiperglicemia, a qual é o resultado de defeitos na ação da insulina, na secreção de insulina ou em ambos (NELSON, D. L.; COX, M. M; 2014). A Nefropatia diabética (ND) é a principal causa de doença renal em pacientes que entram os programas de diálise, principalmente pela lesão dos glomérulos devido a hiperglicemia e hipertensão arterial decorrente (DAMIANI; DAMIANI, 2008). Tradicionalmente, ND é caracterizada por alterações fisiopatológicas resultantes da DM que começam com a hiperfiltração glomerular e a hipertrofia renal, e tendem a progredir para a proteinúria, devido a lesão glomerular e a redução de Taxa filtração glomerular progressiva. A hiperglicemia pode acarretar a cetoacidose diabética (CAD) que é uma complicação aguda do DM, o CAD é caracterizado também pela acidose metabólica, desidratação e cetose, na vigência de deficiência profunda de insulina. A hiperglicemia presente na CAD é causada por diminuição da utilização periférica de insulina, aumento da secreção hepática de glicose, por gliconeogênese e glicogenólise (NELSON, D. L.; COX, M. M; 2014). A consequência é o aumento da osmolaridade plasmática, o que leva a um deslocamento de fluidos do espaço intracelular para o extracelular, com desenvolvimento de edema. A CAD ocorre quando há déficit de insulina, absoluto ou relativo, estimulando a liberação de hormônios contra-reguladores, como glucagon, adrenalina, cortisol e hormônio de crescimento. Essas respostas hormonais estimulam lipólise tecidual, com oxidação hepática de ácidos graxos e a formação de corpos cetônicos (Cetose), que é evidenciada na urina (cetonúria) (NELSON, D. L.; COX, M. M; 2014; DAMIANI; DAMIANI, 2008)
Conceito de desempenho satisfatório: Será considerada satisfatória a resposta que contemplar que a hiperglicemia e o aumento da ureia sérica evidenciam proteólise muscular, utilizada para a gliconeogênese hepática e que, juntamente com a lipólise tecidual, aumentam os níveis de corpos cetônicos, notados pela cetonúria. A hiperglicemia e a uremia potencializam a hipertensão arterial, causando lesões glomerulares que são evidenciadas pela proteinúria.
Bibliografia:
NELSON, D. L.; COX, M. M. Lehninger: Princípios de Bioquímica. 6ª ed. São Paulo: Sarvier, 2014. 
DAMIANI, D.; DAMIANI, D. Complicações hiperglicêmicas agudas no diabetes melito tipo 1 do jovem. Arq Bras Endocrinol Metab, São Paulo, v. 52, n. 2, p. 367-374, 2008.
QUESTÃO 07- Prof. Juliana Tamião - Situação Maximiniano Elloy Barbalhos
STEM: Maximiniano E.B., 57 anos, fazia acompanhamento médico irregular, indo ao médico quando sua esposa insistiae agendava a consulta. Na UBS Saramenha, em POLIS, o registro da avaliação inicial do paciente mostrava: bom estado geral, peso de 106 kg e altura de 1,70 m. Frequência cardíaca de 68 batimentos por minuto. Pressão arterial na posição supina 160/104 mmHg e na ortostática de 120/88 mmHg, sem variação da frequência cardíaca. Ausência de edemas na extremidade. Foram solicitados alguns exames que Maximiniano fez por cobrança de sua esposa.
Exames laboratoriais: Glicemia de jejum: 172 mg/dl; Colesterol total: 230 mg/dl, LDL colesterol não calculado devido aos valores elevados de triglicérides (450 mg/dl); Potássio: 3,7 mmol/L. Creatinina sérica: 1,8 mg/dl; Uréia: 96 mg/dl; Exame de Urina Rotina: presença de proteínas. Como plano de cuidados foi proposta uma readequação alimentar e prescrito: hidroclorotiazida (diurético) em dose baixa, associada a inibidor da enzima de conversão da angiotensina e hipoglicemiante oral.
LEAD IN: Como estudante do primeiro ano de medicina, justifique os resultados laboratoriais informados considerando a condição clínica do paciente. Analise a terapêutica proposta, levando em conta as alterações fisiológicas excretoras encontradas nesta condição.
Conceito de Satisfatório: Será considerada satisfatória a resposta que contemplar diabetes mellitus e dislipidemia. O aumento nos níveis de colesterol e triglicerídeos no plasma acarreta hipertensão, que pode vir a culminar em uma doença renal. Os altos índices glicêmicos serão compensados a partir de maior excreção urinária, devido a glicose não ser transportada para o interior da célula por difusão facilitada, acarretando a hiperglicemia. Para manter a homeostasia o rim aumenta a taxa de filtragem glomerular reduzindo a reabsorção nos túbulos renais. Esta ação fisiológica compensatória acarreta a proteinúria que em situações fisiológicas não estão presentes na urina. A saída de proteína nos capilares glomerulares faz com que gere a hipoalbubinemia e com isso não ocorre pressão coloidosmótica aumentando ainda mais a pressão efetiva de filtragem. Esta ação compensatória, aumento na diurese pela inativação da atividade do hormônio antidiurético, a longo prazo gera lesão glomerular acarretando a doença renal com sua perda de função, justificando o aumento nos níveis de creatinina e uréia plasmáticas que em situações fisiológicas devem ser excretadas pois são tóxicas ao organismo. A prescrição medicamentosa tem o objetivo de aumentar a diurese para o controle da glicemia, excreção de sódio e hídrica. Ainda, o inibidor da ECA impede a vasoconstrição da arteríola aferente reduzindo a pressão arterial. 
QUESTÃO 08- Prof. Helio/Luis Gustavo - Situação Mireia Naboia Filandes
STEM: Mireia N.F., 81 anos, mora com seu marido no Distrito Norte de POLIS. Deu entrada na unidade de Pronto Atendimento Bitínia queixando-se de dores no corpo, vômitos e náusea, além de tosse com secreção que teve início cinco dias atrás. O marido relata que normalmente sua esposa é bem ativa, realizando tarefas domésticas, caminhadas e trabalhos de artesanato todos os dias. Nos últimos dias ela estava abatida e reduziu suas atividades, permanecendo mais tempo em repouso. Mireia alega que, em função da tosse excessiva e dores no corpo, tem tido dificuldade de manter sua rotina e relata que na noite anterior à consulta, apresentou febre (38°C) e usou dipirona sódica. Relata que está urinando e evacuando normalmente. Durante a consulta, foram solicitados exames laboratoriais, dentre eles um exame de Urina I, cujo resultado está apresentado abaixo. 
LEAD IN: Analise o quadro da paciente, considerando os resultados obtidos na prova de urina 1. Justifique sua resposta baseando-se nos parâmetros analisados do exame.
Intencionalidade educacional: Nesta questão o estudante deverá abordar sobre os aspectos gerais a respeito das etapas e critérios utilizados nas provas laboratoriais do exame de Urina 1. Além disso, deve ser capaz de interpretar os resultados do exame relacionando-os ao quadro clínico da paciente.
Conceito satisfatório: será considerada satisfatória a resposta analisar os resultados relacionados às características de coloração e aspecto do material, medida de densidade e parâmetros químicos que não revelam alterações significativas na urina de modo a justificarem o quadro apresentado pela paciente. A presença de bactérias na amostra pode estar associada com uma coleta inadequada da amostra, evidenciada pela presença excessiva de muco, sendo portanto sugestivo de contaminação com  microbiota normal, uma vez que não há presença de leucócitos em níveis elevados. Os sintomas da paciente, principalmente o quadro febril, estão provavelmente associados ao quadro de infecção respiratória, sendo que o exame de urina em questão, descarta hipótese de eventual infecção de trato urinário.  
Intencionalidade educacional: Evidenciar a compreensão dos procedimentos de realização do exame de Urina Tipo 1, considerando os parâmetros realizados através da tira reativa ou testes automatizados que se baseiam na semi-quantificação dos analitos a partir de reações químicas e enzimáticas específicas que revelam-se na tira reativa por alteração de coloração. Após centrifugação do material o sedimento urinário é analisado por microscopia para a visualização e quantificação dos elementos figurados como células (leucócitos, hemácias, células epiteliais), cilindros e verificação da presença de cristais, microrganismos e parasitas. Correlacionar os dados obtidos na prova de Urina tipo 1 e o quadro clínico da paciente.
Referências 
RAVEL, R. Laboratório clínico: aplicações clínicas dos dados laboratoriais.. 6. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1997. 616 p. 
STRASINGER, S. K. Uroanálise e fluidos biológicos. 3. ed. São Paulo: Premier, 2000. 233 p. 
QUESTÃO 09 - Prof. João Francisco - Situação Diógenes Anastasiadis
STEM: Diógenes Anastasiadis, 8 anos, vem acompanhado por seu pai para um exame de rotina. O pai refere que Diógenes é ativo e estudioso estando sempre dentro da faixa normal de peso esperado para a idade. Sua mãe é técnica de enfermagem e como faz plantão, geralmente é o pai quem o traz para as consultas. Na ausculta cardíaca foi notado um ruído tipo sopro na altura da válvula mitral, embora esse achado não esteja anotado no prontuário. O pai de Diógenes foi orientado sobre a possibilidade de ser um "prolapso de válvula mitral" e encaminhado para um cardiologista realizar mais exames e confirmar essa hipótese. O pai mostra-se extremamente preocupado com a situação e solicita melhores explicações por temer um risco de morte do filho em função do sopro identificado.
LEAD IN: Elabore uma explicação sobre a condição apresentada por Diógenes A., considerando e explicitando o caminho percorrido pelo sangue na pequena e grande circulação. Como você responderia ao pai sobre o seu principal temor?
INTENCIONALIDADE EDUCACIONAL: Esta questão visa explorar as estruturas anatômicas percorridas pelo sangue no coração (ciclo cardíaco), assim como explorar o conhecimento do aluno sobre modificações das valvas que regulam o fluxo sanguíneo e algumas consequências ocasionadas em caso de alterações nas mesmas.
Conceito SATISFATÓRIO: será considerada satisfatória a resposta que: 1. Elaborar uma explicação que correlacione o caminho percorrido pelo sangue na pequena e grande circulação com a hipótese de sopro por prolapso de válvula mitral. 2. Explicar que considerando o desenvolvimento de Diógenes dentro dos parâmetros normais e sendo ativo e com bom rendimento escolar, a condição apresentada, mesmo se confirmada, não apresenta maiores consequências, em especial risco de morte. 
 
REFERÊNCIAS
TORTORA, Gerard J.; DERRICKSON, Bryan. Corpo Humano-: Fundamentos de Anatomia e Fisiologia. Artmed Editora, 2016.
QUESTÃO 10- Prof. Ricardo Hakime - Situação Molinário Augustus Rocha
STEM: Molinário A.R., 22 anos, 165 cm, 65 kg, frequenta a Academia de Musculação Olympikus em POLIS. Começou a usar suplementos à base de creatina por orientação de colegas da academia. Após 2 anos de uso começoua apresentar dores lombares na região renal e procurou a Unidade Básica de Saúde Tarento. Na consulta, foram solicitados exames laboratoriais: dosagem sérica de ureia, creatinina e urinálise tipo 1, além dos exames de função renal. No retorno com os resultados, Molinário foi informado que o uso de suplementos produziu uma lesão renal, evidenciada pelo aumento sérico de creatinina, ureia e proteinúria, sem alterações significativas na depuração renal. 
LEAD IN: Baseado em seus conhecimentos bioquímicos, explique a relação causal estabelecida pela suplementação de creatina na gênese da lesão renal observada no caso de Molinário.
Intencionalidade educacional: Esta questão aborda a fisiologia do corpúsculo renal, estrutura localizada na porção cortical do rim, na qual compreende as estruturas histológicas como a cápsula glomerular e os glomérulos. Esta estrutura é de vital importância para o equilíbrio hidroeletrolítico, uma vez que é fundamental no processo de filtração do plasma sanguíneo, processo inicial da formação da urina. A lesão dos corpúsculos renais, principalmente causado pela hipertensão arterial e uso descontrolados de creatinina por esportista desorientados, implica em destruição da histoarquitetura glomerular, com liberação de proteínas na urina (proteinúria) e cicatrização não funcionais, que implica na redução filtrante dos glomérulos, acumulando ureia e creatinina no plasma sanguíneo (BASTOS & KIRSZTAJN, 2011; SILVA et al, 2010)
Conceito satisfatório: Será considerada satisfatória a resposta que contemplar que houve uma lesão nos corpúsculos renais (glomérulos), principalmente causado pelo excesso de creatinina da suplementação, que implica em destruição da histoarquitetura glomerular, com liberação de proteínas na urina (proteinúria) e redução na capacidade filtrante dos glomérulos, acumulando ureia e creatinina no plasma sanguíneo
Bibliografia: 
BASTOS, M. G;  KIRSZTAJN, G. M. Doença renal crônica: importância do diagnóstico precoce, encaminhamento imediato e abordagem interdisciplinar estruturada para melhora do desfecho em pacientes ainda não submetidos à diálise. J. Bras. Nefrol. [online]. Vol.33, n.1, pp.93-108,2011. 
SILVA, A. B. T. et al. Correlação entre a depuração plasmática de creatinina utilizando urina coletada durante 24 horas e 12 horas. J. Bras. Nefrol. [online]. vol.32, n.2, pp.165-172, 2010.
BURTIS, C.A.; ASHWOOD, E.R; BRUNS, D.E.(Ed.) Tietz – Fundamentos de Química Clínica. 6ª Ed. Editora Elsevier, pag. 373, 2008.
QUESTÃO 11 - Profa. Erica - Situação Alceu A. Mirivus 
Alceu Amaparo Mirivus, 13 anos, natural de POLIS e sua mãe Mirna A. M. comparecem à USF Tarento, para uma consulta. Alceu cursa o Ensino Médio, mora com os pais, Marco Antônio e Nórvia e, nos últimos 02 anos, sua avó materna Arlete veio morar com a filha Mirna. A casa tem dois quartos, sala, cozinha e um banheiro. Para acomodar a mãe, Mirna colocou uma cama a mais no quarto de Alceu. Recentemente, Marco Antônio perdeu o emprego como encarregado de produção em uma fábrica de copos. Atualmente, sobrevive de bicos na vizinhança. Mirna faz faxina em três casas, semanalmente. O orçamento da casa gira em torno de três mil reais por mês. Alceu tem dois amigos da mesma idade e os encontra somente na escola. Relata que sofre bullying escolar porque está acima do peso e é tímido. Alceu gosta de jogar Free Fire. Sua mãe diz que se deixar ele fica só jogando isso o dia inteiro. Mirna deixa o almoço pronto todos os dias e Alceu ou seu pai Marco Antônio esquentam a refeição e servem para a avó, acamada. Alceu almoça todos os dias e come um pacote de salgadinho frito todas as tardes enquanto joga vídeo game. Recentemente, Alceu começou a apresentar poliúria (aumento anormal da produção de urina); polidipsia (aumento da ingestão de água, compensatório à poliúria); polifagia (aumento anormal do apetite e ingestão de alimentos).
Registro no prontuário: Retorno em Julho de 2021. Após resultado da glicemia em jejum: 300 mg/dl foi encaminhado à UPA Bitínia para compensação, sendo a dose diária de insulina subcutânea aumentada.
- Vi que você veio à USF em julho, e que foi encaminhado à UPA porque estava com a glicemia alta, foi isso mesmo?
- Sim, mas eu não estava com tantos problemas como agora...
- Então, apareceram sintomas que mostram que o seu diabetes está descontrolado, você não está fazendo um controle do diabetes?
- Só eu tenho diabetes na minha família e na minha classe também. Essa doença é muito chata… eu queria ser normal como os outros meninos da minha classe...
- Eu entendo seu descontentamento, mas se você controlar sua alimentação e atividade física e usar a dose correta do medicamento, você poderá ter uma vida normal...
- É que depois que minha avó chegou em casa, as despesas aumentaram com os remédios dela e às vezes falta insulina na farmácia da unidade e minha mãe é obrigada a comprar… então, se eu dividir mais as doses, eu economizo, entende, e o remédio dura mais.
1A. Analise, de modo sintético (máximo de uma página), a situação de Alceu, articulando as dimensões biológica, psicológica e sociocultural, com vistas à promoção de um cuidado integral em saúde, considerando o Quadro 1.
Quadro 1 – Focos para identificação de necessidades de saúde nos ciclos de vida, UniMAX.
	Focos segundo ciclos de vida
	Dimensões biológica, subjetiva, socioeconômica, cultural e ambiental
	Nutrição e excreção
	Alimentação, digestão e excreção
Crescimento; desenvolvimento
Metabolismo; Circulação de nutrientes e excretas
Dietas geral e específicas; Interdições culturais na alimentação
Acesso e qualidade dos alimentos e da água utilizada
	Respiração
	Inspiração, expiração, troca e circulação de gases
Crescimento, desenvolvimento; Qualidade do ar
	Proteção/segurança
	Mecanismos biológicos de defesa (pele e fâneros, sistema imunológico, sono, repouso); Mecanismos psicológicos de defesa;
Segurança e integridade física e mental nos ambientes domiciliar, sociais e do trabalho; Biossegurança; Acesso à educação, à informação, à habitação, ao emprego/trabalho, ao lazer e bens culturais, às redes de apoio social
	Autonomia
	Locomoção: movimento e atividade física
Sentidos: visão, audição, gustação, tato, olfato
	Interação social
	Comunicação; Vínculos; Reprodução; Desenvolvimento; Linguagem e Aprendizagem; Relações interpessoais e Interação de papéis sociais
	Auto
percepção
	Consciência, identidade pessoal, desenvolvimento da personalidade, desenvolvimento profissional, estrutura e funcionamento mental, ética, sexualidade, inserção e papéis sociais; exercício de cidadania
	Perfil de saúde-doença
	Frequência e distribuição de condições de saúde-doença de pessoas e de grupos sociais e sociedade, segundo sexo, idade, perfil genético e hereditariedade; condição e determinação socioeconômica e cultural; características e trajetória do nascimento à morte;
	Atenção à saúde
	Modelo da atenção à saúde e qualidade dos serviços de saúde
Autocuidado; Acesso aos serviços de saúde
	Fonte: Lima e Gomes, 2004
1B - Considerando as necessidades de saúde de Alceu, destaque 02 necessidades percebidas e 02 necessidades referidas, construindo um Plano de Cuidados que integre as dimensões biopsicossociais e utilize os focos para elaboração de um plano de cuidado (Quadro 2)?
Quadro 2 - Focos para a elaboração de planos de cuidado nos ciclos de vida, UniMAX.
	Individual e coletivo
	Dimensões de promoção, prevenção, tratamento, reabilitação e paliativa
	Singularização
	necessidades referidas pelo paciente/responsável, incluindo desejos e interesses, ou percebidas pelos profissionais de saúde
	Contextualização
	acesso, condições socioeconômicas e culturais do paciente e família
	Evidência científica
	factibilidade, eficácia, eficiência, efetividade, melhores práticas, implicações na qualidade de vida e prognóstico 
	Negociação e pactuação
	comunicação acessível, com negociação e pacto voltados ao menor dano com pacientes, família/responsável, cuidadores e profissionais de saúde
	Monitoramento
	acompanhamento oportuno de dificuldadese conquistas
	Avaliação
	revisão e ajustes; análise de processos e resultados alcançados
Conceito de Satisfatório: Será considerada satisfatória a resposta que observar a vulnerabilidade e o pouco entendimento do adolescente sobre sua doença, bem como a observação que a presença de uma doença crônica como o DM1 na vida de um adolescente, interfere no contexto escolar e social, uma vez que são percebidas queixas relativas convívio escolar. É importante que sejam desenvolvidas estratégias educativas junto ao paciente, em busca de que se evitem prejuízos no desenvolvimento. Na dimensão social, deve ser considerada a lógica de economia utilizada por Alceu e explicar que o acesso à insulina no SUS é um direito e as canetas de insulina (de melhor controle e manuseio) começaram a ser fornecidas gratuitamente no Sistema Único de Saúde (SUS) a partir de 2018 e, recentemente, o Ministério da Saúde ampliou o acesso, disponibilizando as canetas preferencialmente a pessoas portadoras de diabetes tipo 1 e tipo 2 com menos de 19 anos ou com mais de 50 anos (Campanha Caneta da Saúde www.canetadasaude.com.br). No Plano de Cuidado é desejável que abordem as recomendações para o controle domiciliar que incluem auto-monitorização: da glicemia capilar, das doses de insulina, das alterações nos padrões dietéticos a partir de reeducação alimentar e da realização de atividades físicas programadas, a fim de manter os níveis glicêmicos satisfatórios. Estas recomendações implicam em mudanças de comportamento do paciente e familiares e como isso tudo afeta sua vida a partir de então, além da sua motivação pessoal, considerar as questões financeiras relatadas. Embora a Diabetes Mellitus tipo 1 seja acompanhada em serviços especializados, é de crucial importância o acolhimento de necessidades educacionais sobre a doença na atenção primária, tanto em relação ao paciente como à sua família. O Plano de Cuidado precisa contemplar, necessariamente, todos os focos discriminados no Quadro 2.
Intencionalidade Educacional: A medicina necessita de ajuda para realizar o controle da doença para que não haja complicações, pois além de exames e medicamentos, é necessário dieta, exercícios físicos e um equilíbrio emocional, pois estes fatores influenciam diretamente sobre a doença, descontrolando-a e agravando o quadro (MARCELINO e CARVALHO, 2005). O paciente em questão apresentou uma certa rebeldia com o diagnóstico da doença, o que afetou diretamente também sua relação familiar. O impacto de uma doença crônica afeta o âmbito familiar tanto no comportamento, como na esfera social e financeira. A família influencia no controle da doença quanto ao seguimento do tratamento, da dieta, contribuindo satisfatoriamente para promoção de uma melhor qualidade de vida do familiar portador da diabetes (GÓES, VIEIRA E JÚNIOR,2007). Nesse sentido, é importante que o acompanhamento do adolescente diabético envolva também seus familiares, a equipe de saúde deve compreender o processo de viver da família, que é dinâmico e sujeito a modificações ao longo dos diferentes estágios do ciclo de vida familiar. Isto possibilitará um convívio harmonioso. É reconhecido, por exemplo, casos em que o paciente tem consciência da importância de um bom controle sobre a doença, das consequências de um mau controle, mas, ainda assim, não se ajuda e burla o tratamento. A doença física atinge diretamente o emocional, causando uma difícil adesão ao tratamento e consequentemente sua qualidade de vida. O controle depende da aprendizagem sobre a doença, da dieta, do uso de insulina, etc. Para Carvalho (2005) os pacientes diabéticos têm sentimentos de inferioridade devido aos cuidados constantes exigidos para controlar a doença. Ajuriaguerra (1976) relata que o controle do diabetes é muito intenso e desgastante, e classifica a criança diabética como escrava de seu tratamento. Debray (1995) considera que o diabetes será enfrentado diferentemente por cada indivíduo, pois dependerá da estrutura psíquica e mental de cada um. Diante do exposto é necessário refletir a respeito da influência dos aspectos emocionais sobre o diabetes tipo 1 e a importância de um atendimento multidisciplinar e como isso afeta na aceitação e no controle da doença. O diabetes mellitus é uma doença crônica, caracterizada pela elevação da glicose no sangue acima da taxa normal (60 a 110mg/dl). Ele é causado por fatores genéticos e ambientais. Quando, aliado a isso, se traz fatores como obesidade, infecções bacterianas e viróticas, traumas emocionais, a doença pode surgir mais cedo (MARCELINO e CARVALHO, 2005). Os principais sintomas do diabético são, polidipsia, poliúria, polifagia e emagrecimento. Outros sintomas são: sonolência, dores generalizadas, cansaço, câimbras, nervosismo, indisposição, desânimo, visão turva, cansaço físico e mental. Se não ocorrer um bom controle podem ocorrer complicações como retinopatia, nefropatia, neuropatia que muitas vezes são irreversíveis. As complicações a nível cerebral ocorrem porque o principal combustível do cérebro é a glicose devido a demanda excessiva de energia que as funções cerebrais necessitam. (MARCELINO E CARVALHO, 2005). Há uma maior incidência de DM1 em crianças, adolescentes e adultos jovens. Já o DM tipo 2 é 10 [Digite aqui] mais frequente em pessoas com mais de 30 anos, e presente em cerca de 80% dos pacientes obesos. (BRASIL, 2009).
QUESTÃO 12 - Prof. Sergio - Situação Isadora Rodrigues Luz
STEM: Merila Rodrigues Luz, acompanha sua filha Isadora, 14 anos, após a suspeita de seu educador físico de que Isadora apresentasse alguma deformidade na coluna. Foi solicitada pelo médico da UBS Tarento uma radiografia de coluna de Isadora, cujos achados encontram-se na figura abaixo.
LEAD IN: Caracterize o exame realizado e descreva os achados na imagem apresentada na radiografia da paciente Isadora.
Conceito de desempenho satisfatório: será considerada satisfatória a resposta que evidenciar tratar-se de uma Radiografia de coluna tóraco-lombar ou dorso-lombar, na incidência Antero-posterior, que apresenta escoliose torácica com ápice à direita entre os níveis de T8 e T9. 
Referências:
FERNANDO APPEL e cols, Coluna Vertebral Conhecimentos básicos, AGE Editora – Porto Alegre, 2002.
HEBERT Sizínio,/XAVIER Renato e cols.; Ortopedia e Traumatologia, Princípios e Prática, 3ª. Edição, Artmed Editora S.A. 2003. 
 CLAUDIO SANTILLI, Manual de ORTOPEDIA PEDIÁTRICA DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE ORTOPEDIA E TRAUMATOLOGIA, capítulo 11 – Escolioses idiopáticas, Editora Revinter. 
QUESTÃO 13 - Profa. Renata Rosa - Situação Antonieta Ralph 
STEM: Antonieta Ralph, 59 anos, recebe dois estudantes de Medicina da UniPOLIS em sua residência para uma VD. Relata que há 2 anos, começou a ficar preocupada com sua condição de saúde, após o diagnóstico de Diabetes Mellitus tipo 2. Foi medicada com Metformina 850 mg, 2 comprimidos ao dia nas refeições. Realiza o controle desta condição de saúde na UBS Tarento, e decidiu então, promover as mudanças de hábitos sugeridas pela equipe multiprofissional de saúde. Assim, no último 1 ano e meio, emagreceu 13kg, adequando uma dieta balanceada e associada a exercícios físicos regulares de caminhadas diárias de 40 minutos e exercícios de Pilates 2 vezes por semana. Antonieta pergunta por quanto tempo deve fazer esse tratamento. No seu prontuário consta: Estatura de 1,54m; Peso de 57 Kg; Circunferência abdominal de 88 cm; IMC: 24 Kg/m²; PA: 100/70 mmHg; FC: 64 bpm; FR: 24 irpm; T: 36,2 °C. Hemoglobina Glicada 6% (exame realizado há 30 dias. Glicemia de jejum de 95 mg/dl.
LEAD IN: Analise os RESULTADOS das medidas realizadas, correlacionado-os às PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS da Diabetes tipo 2 no organismo e responda com justificativa a pergunta da paciente. 
Conceito satisfatório: Será considerada satisfatória a resposta que considerando mecanismos fisiológicos da Diabetes Mellitus tipo 2, indicar que o plano de cuidados está alcançando um bom resultado e que as medidas estão dentro do padrão de normalidade. Explicar de modo justificado porqueo DM é considerado uma doença crônica, passível apenas de ser controlada.
Intencionalidade educacional: Esta questão aborda a Diabetes Mellitus tipo 2, dentro de uma situação controlada por mudanças de hábitos.
O diabetes mellitus (DM) pode ser definido como um conjunto de alterações metabólicas caracterizada por níveis sustentadamente elevados de glicemia, decorrente de deficiência na produção de insulina ou sua ação, levando a complicações em longo prazo. Pessoas com diabetes apresentam risco aumentado para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares (DCV), oculares, renais e neurológicas resultando em altos custos médicos associados, redução na qualidade de vida e mortalidade. O DM do tipo 2 (DM2) representa 90-95% dos casos e caracteriza-se como uma doença de etiologia multifatorial, associada a predisposição genética, idade avançada, excesso de peso, sedentarismo e hábitos alimentares não saudáveis. De acordo com a International Diabetes Federation (IDF) a prevalência mundial de DM é de 8,8%, o que significa que há 415 milhões de pessoas vivendo com DM, e dessas, a metade, não sabe que tem a doença. A mesma organização coloca o Brasil no quinto lugar no ranking mundial do DM com mais de 16,8 milhões de pessoas vivendo com a doença, uma a cada 9 pessoas com DM e quase metade desconhecendo o diagnóstico No Brasil o DM, juntamente com câncer, DCV e doenças respiratórias, é responsável por 80% da mortalidade por doenças crônicas. A alta prevalência da doença, envelhecimento populacional, urbanização rápida e o elevado número de indivíduos obesos no país faz com que a doença se torne muito onerosa ao sistema público de saúde. O termo “tipo 2” é usado para designar um tipo de diabetes que têm como denominador comum uma relativa e progressiva deficiência de secreção de insulina associada a uma resistência à ação de insulina. O DM2 costuma ter evolução insidiosa, podendo permanecer assintomático por vários anos. Ao diagnóstico o paciente pode apresentar complicações como: retinopatia, neuropatia, doença renal, e doenças macrovasculares (doença ateromatosa cardiovascular [DACV] coronariana, cerebral e periférica [DAP]). O desenvolvimento e a perpetuação da hiperglicemia ocorrem concomitantemente com hiperglucagonemia, resistência dos tecidos periféricos à ação da insulina, aumento da produção hepática de glicose, disfunção incretínica, aumento de lipólise e consequente aumento de ácidos graxos livres circulantes, aumento da reabsorção renal de glicose e graus variados de deficiência na síntese e na secreção de insulina pela célula β pancreática. Sua fisiopatologia, diferentemente dos marcadores presentes no DM1, não apresenta indicadores específicos da doença. Em pelo menos 80 a 90% dos casos, associa-se ao excesso de peso e a outros componentes da síndrome metabólica. Na maioria das vezes, a doença é assintomática ou oligossintomática por longo período, sendo o diagnóstico realizado por dosagens laboratoriais de rotina ou manifestações das complicações crônicas. Com menor frequência, indivíduos com DM2 apresentam sintomas clássicos de hiperglicemia (poliúria, polidipsia, polifagia e perda de peso). Raramente a cetoacidose diabética consiste na manifestação inicial do DM2. O tratamento do paciente com DM2 inclui educação e conscientização a respeito da doença, estímulo para uma alimentação saudável, prática de atividade física regular, orientação para metas de um controle adequado de pressão arterial, peso, lipides e glicêmico, através de modificações de estilo de vida associada a monoterapia ou combinação de agentes antidiabéticos orais ou injetáveis, respeitando o perfil individual de cada pessoas.
Referências
Brasil, Ministério da Saúde, Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas do Diabete Melito Tipo 2, Brasília – DF 2020
Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes 2019-2020, Sociedade Brasileira de Diabetes, Clannad Editora Científica, 2019.
Fatores associados ao controle glicêmico em amostra de indivíduos com diabetes mellitus do Estudo Longitudinal de Saúde do Adulto, Brasil, 2008 a 2010*. Moraes, HAB et all. Epidemiol. Serv. Saude, Brasília, 29(3), 2020
QUESTÃO 14 - Profa. Juliana Delalibera - Situação Hamilton Nordon 
STEM: Hamilton Nordon, 46 anos, marido de Franciely Marine Nordon. O casal tem dois filhos de 10 e 05 anos. Hamilton era mecânico e foi demitido durante a pandemia. Investiu o dinheiro da rescisão trabalhista na compra de um carro e se cadastrou como motorista de aplicativo de mobilidade urbana. Não teve sucesso, pois os gastos com combustível não compensavam os valores ganhos com as corridas. Atualmente, encontra dificuldade para arrumar um novo emprego. 
Em visita domiciliar à família Nordon, a ACS Zélia e o estudante de Medicina Nicholas verificaram a carteirinha vacinal das duas crianças considerando que no mês de dezembro será realizada a Campanha Nacional de Multivacinação para menores de 15 anos. Foi quando Franciely relatou que Hamilton, depois que parou de trabalhar com o aplicativo, passou a se queixar de dificuldade para dormir, fraqueza para se levantar, episódios de diarreia e vômito, boca seca, tontura, perda de apetite e queda de cabelo. Ao serem verificados os sinais vitais de Hamilton, foram encontrados: FC: 115 bpm; PA: 130x80 mmHg. 
LEAD IN: Explique os mecanismos fisiológicos do quadro apresentado por Hamilton?
Conceito Satisfatório: Será considerada satisfatória a resposta que conseguir relacionar os sinais e sintomas de Hamilton ao estresse, entendendo que o organismo de Hamilton está respondendo a situação estressante que ele está vivendo, como as preocupações em arrumar um novo emprego, em sustentar a família e etc. É importante explicar os mecanismos fisiológicos ao estresse, como a ativação do eixo neural, do sistema nervoso autônomo e do sistema nervoso periférico, e os seus efeitos: aumento do ritmo cardíaco, aumento da pressão arterial, secura na boca, sudorese intensa entre outros.
Intencionalidade educacional: O termo “stress” no campo da saúde é responsável por designar uma resposta geral e inespecífica do organismo a um estressor ou a uma situação estressante. A resposta ao estresse é resultado da interação entre as características da pessoa e as demandas do meio, ou seja, as discrepâncias entre o meio externo e interno e a percepção do indivíduo quanto a sua capacidade de resposta. Esta resposta ao estressor compreende aspectos cognitivos, comportamentais e fisiológicos, visando a propiciar uma melhor percepção da situação e de suas demandas, assim como um processamento mais rápido da informação disponível, possibilitando uma busca de soluções, selecionando condutas adequadas e preparando o organismo para agir de maneira rápida e vigorosa. A sobreposição destes três âmbitos (fisiológico, cognitivo e comportamental) é eficaz até certo limite, o qual uma vez ultrapassado, poderá desencadear um efeito desorganizador (MARGIS et al., 2003). Na dimensão biológica pode ser identificado os mecanismos fisiológicos do corpo no enfrentamento de elementos estressores, como também os fatores de riscos à saúde da pessoa submetida a estresse prolongado (HORA, 2013).
Como tentativa de adaptação, o organismo passa por três fases: alarme, resistência e exaustão. Na primeira fase, iniciada por estímulo nervosos provenientes do hipotálamo, é ativada catecolaminas em resposta ao hormônio adrenocorticotrófico (ACTH). Este fato intensifica a circulação, promove a produção de ATP e reduz as atividades não essenciais. Na segunda fase, a resistência, o ACTH ainda permanece aumentado. As reações são mais duradouras, com produção de ATP para neutralizar o estresse. A exaustão resulta na depleção das fontes corporais, sendo bastante agressiva para os sistemas circulatórios, digestivos e imunológicos (GYTON, 2017; TORTORA, 2016).
A resposta fisiológica ao estresse pela ativação do eixo neural, o qual se ativa imediatamente, frente a uma situação de estresse, implica a ativação principalmente do sistema nervoso autônomo (feixe simpático) e do sistema nervoso periférico.Seus efeitos são: aumento do ritmo cardíaco (SNA), aumento da pressão arterial (SNA), secura na boca (SNA), sudorese intensa (SNA), “nó” na garganta (SNA), formigamento dos membros (SNP), dilatação das pupilas (SNP) e dificuldade para respirar. A glicose é aumentada para o suprimento de energia, o indivíduo apresenta pés frios, pele fria, tensão muscular e palpitações. O sistema simpático-adrenal-medular aumenta o nível glicêmico, o sistema hipotalâmico – hipofisário entre outras reações, retém sódio e água e afetam o humor. Estas respostas, se prolongadas ou excessivas, pode levar a Hipertensão Arterial, Doenças Arterioscleróticas e a Doenças cardiovasculares (TORTORA, 2016).
Referências:
GYTON, A.C e HALL, J.E. Tratado de Fisiologia Médica. Elsevier Editora LTDA.13ª edição. 2017. 
HORA, KPHS; FERREIRA, M.G.L; SILVA A.P.F. Elementos desencadeadores do estresse no trabalho do enfermeiro hospitalar: uma revisão integrativa de literatura. Cadernos de Graduação - Ciências Biológicas e da Saúde | Maceió | v. 1 | n.2 | p. 167-180 | nov. 2013. https://periodicos.set.edu.br/fitsbiosaude/article/view/1227. Acesso em 18/09/2021.
MARGIS, R. et all. Relação entre estressores, estresse e ansiedade. Rev. psiquiatr. Rio Gd. Sul 25 (suppl 1) • Abr 2003.
TORTORA, G.J e DERRICKSOM. B. Princípios de Anatomia e Fisiologia. Editora Guanabara koogan, 2016.
QUESTÃO 15 - Prof. Adalberto - SITUAÇÃO Hamilton Nordon na UBS Saramenha
STEM: A ACS Zélia e o estudante Nicholas agendaram uma consulta ambulatorial na USF Saramenha para Hamilton. Na consulta, acompanhada pelo estudante Nicholas, Hamilton reafirmou que continua sem forças para se levantar da cama e persistem os episódios de diarreia, vômito, tontura e perda de apetite. Diz que continua com a sudorese nas mãos, boca seca, dificuldade de dormir e a queda de cabelo. Os sinais vitais estão mantidos: FC: 115 bpm; PA: 130 X 80 mmHg; Peso: 83 Kg. 
LEAD IN: ELABORE e APRESENTE um Plano de Cuidados contextualizado e orientado às necessidades de saúde apresentadas por Hamilton Nordon.
 Quadro - Elaboração de planos de cuidado nos ciclos de vida, UniMAX.
	Individual e coletivo
	Dimensões de promoção, prevenção, tratamento, reabilitação e paliativa
	Singularização
	necessidades referidas pelo paciente/responsável, incluindo desejos e interesses, ou percebidas pelos profissionais de saúde
	Contextualização
	acesso, condições socioeconômicas e culturais do paciente e família
	Evidência científica
	factibilidade, eficácia, eficiência, efetividade, melhores práticas, implicações na qualidade de vida e prognóstico 
	Negociação e pactuação
	comunicação acessível, com negociação e pacto voltados ao menor dano com pacientes, família/responsável, cuidadores e profissionais de saúde
	Monitoramento
	acompanhamento oportuno de dificuldades e conquistas
	Avaliação
	revisão e ajustes; análise de processos e resultados alcançados
Conceito Satisfatório: Será considerado como desempenho satisfatório a resposta que construir um Plano de Cuidados contextualizado e singularizado para o paciente Hamilton, a partir das necessidades de saúde identificadas. É desejável que o Plano de Cuidados leve em consideração as condições socioeconômicas e culturais do paciente e família, que seja factível com eficácia, eficiência e efetividade com a proposta de melhores práticas que impliquem na qualidade de vida e prognóstico do paciente, que apresente comunicação clara e acessível, que seja negociado e pactuado com o paciente e família, apresentando como será o monitoramento e avaliação do plano.
Intencionalidade Educacional: A palavra estresse para a medicina e a biologia é colocado como sinônimo de esforço contínuo do organismo para se adaptar a situações ameaçadoras à sua vida e ao seu equilíbrio interno, denominado Síndrome da Adaptação Geral (SAG), que pode progredir em três fases: reação de alarme ou alerta, adaptação ou resistência e exaustão. Na fase de alarme ou alerta, o corpo reconhece o estressor e ativa o sistema neuroendócrino; na fase adaptação ou resistência, o organismo repara os danos causados pela reação de alarme, reduzindo os níveis hormonais; se o agente ou estímulo estressor continuar, ocorre a terceira fase, de exaustão, provocando uma doença associada à condição estressante.
Para a Organização Mundial de Saúde (OMS), o estresse é uma epidemia global, pois se vive em um tempo de enormes exigências de atualização e a constante necessidade de lidar com novas informações. O ser humano, cada vez mais, se depara com inúmeras situações às quais precisa se adaptar.
Os sinais e sintomas que ocorrem com maior frequência são do nível físico como: aumento da sudorese, nó no estômago, tensão muscular, taquicardia, hipertensão, aperto da mandíbula e ranger de dentes, hiperatividade, mãos e pés frios, náuseas.
Em termos psicológicos, vários sintomas podem ocorrer como: ansiedade, tensão, angústia, insônia, alienação, dificuldades interpessoais, dúvidas quanto a si próprio, preocupação excessiva, inabilidade de concentrar-se em outros assuntos que não o relacionado ao estressor, dificuldades de relaxar, tédio, ira, depressão, hipersensibilidade emotiva.
É fundamental descobrir a causa do problema e desenvolver estratégias de enfrentamento para lidar não só com o episódio presente, mas também com futuras ameaças de estresse excessivo.
Referências
JACQUES, M.G. Trabalho & saúde/doença mental: aspectos históricos e contexto atual. Porto Alegre: FEENG/UFRGS/EE/PPGEP; 2004.
LIPP, M.E.N. O stress está dentro de você. São Paulo: Contexto; 2000.
MARGIS, R. et all. Relação entre estressores, estresse e ansiedade. Rev. psiquiatr. Rio Gd. Sul 25 (suppl 1), Abr 2003.
QUESTÃO 16 - Profa. Juliana Tamião Situação Esdras Leonel
STEM: Esdras Leonel, 65 anos, caminhoneiro, viaja por dias ou até um mês sem retornar a POLIS, onde mora. Após a última viagem, procurou a UBS Tarento. O estudante da primeira série fez o acolhimento de Esdras:
- O que está acontecendo com o senhor?
 - Tenho me sentido cansado mais do que o normal. Também tenho ido poucas vezes ao banheiro e perdi três quilos. 
- Desde quando?
- Nos últimos 6 meses mas, no último mês, também comecei a sentir enjoos e perdi completamente o apetite, nem consigo me alimentar direito.
- Como está sua alimentação?
- Costumava comer pratos feitos em restaurantes nas estradas.
- E a ingestão de água?
- É pouca para não parar muito para urinar quando estou viajando. Acho que uns 4 copos de água por dia.
- E nos dias de folga, faz alguma atividade física?
- Não, porque me sinto exausto.
Antecedentes pessoais: hipertensão há 20 anos e uso irregular da medicação. Nefrolitíase há 5 anos; Tabagista, 1 maço/dia, há quarenta anos;
Antecedentes familiares: pai, diabético e hipertenso, faleceu aos 55 anos em decorrência de IAM. É. Nega etilismo e uso de substâncias psicoativas. Sinais vitais e antropométricos: altura: 1,78 metros, peso: 72 kg; IMC: 22,7 kg/m²; circunferência abdominal: 78cm; PA: 145×90 mmHg; FC: 105bpm; FR: 24ipm e temperatura: 36,8 ºC.
Exame vascular periférico: presença de edema bilateral em membros inferiores. Ao avaliar o caso, o médico da unidade solicitou exames complementares. No retorno, foi verificada a presença de eritropenia e anemia. Na análise eletrolítica: hiponatremia, hipercalemia e ligeira hipocalcemia; Glicemia: 90 mg/dL. Urina tipo 1: proteinúria. A gasometria arterial: pH = 7,2; [HCO3–] = 20 mEq/L; pCO2 = 37 mmHg. 
LEAD IN: Baseado na situação exposta, justifique as queixas do paciente a partir de uma hipótese diagnóstica de doença cardíaca. Fomente seu apontamento a partir das alterações fisiológicas evidenciadas e suas compensações e relacionando os achados laboratoriais evidenciados. 
Conceito satisfatório: Será considerada satisfatória a resposta que contemplar uma possível insuficiência cardíaca congestiva, devido ao histórico do paciente de hipertensão e tabagismo. As queixas do paciente de cansaço e redução da diurese ocorrem em decorrência da redução da atividade cardíaca devido a uma possível doença coronarianaapresentada. Como o paciente em questão é hipertenso e tabagista, o mesmo deve apresentar placas de ateroma, onde estes dois fatores aumentam a resistência vascular com redução de fluxo sanguíneo e aumento da pressão arterial. Nesta situação há uma compensação fisiológica por meio da taquicardia que visa melhorar o fluxo sanguíneo e consequentemente ocorre o aumento da pressão. Esta maior atividade cardíaca requer oxigenação, que não ocorrerá devido a redução do débito cardíaco e volemia, justificando o cansaço relatado. Também ocorrerá uma redução na taxa de filtração glomerular explicando a menor diurese. O edema nas extremidades pode ocorrer em consequência na redução do retorno venoso devido à menor atividade cardíaca e muscular aumentando a pressão hidrostática local, promovendo a saída de proteínas plasmáticas para o interstício e redução da pressão coloidosmótica nos capilares sanguíneos causando edema no interstício. A hipercalemia, hiponatremia e hipocalcemia influenciam o potencial de ação, causando hiperpolarização e geram fraqueza no músculo cardíaco. A acidose metabólica ocorre pelo fato do organismo estar realizando metabolismo anaeróbico para manter a demanda energética. 
Referências Bibliográficas
HALL, John E. Tratado de Fisiologia Médica. 13. ed. Rio de janeiro: Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2017.
SILVERTHON, D. U. Fisiologia humana: uma abordagem integrada. 5. ed. Porto Alegre: Artmed, 2010.
TORTORA, Gerard J.; GRABOWSKI, Sandra Reynolds. Princípios de anatomia e fisiologia. Tradução Alexandre Lins Werneck, Charles Alfred Esbérard e Marco Aurélio Fonseca Passos. 9. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2002.
QUESTÃO 17 - Profa. Adriana SCol - Situação Hesíodo Beratli
STEM: O dentista Hesíodo Beratlis, natural de POLIS, mora sozinho no distrito Norte e fez 51 anos. Na festa comemorativa, o aniversariante exagerou na comida, sobretudo nos doces. No dia seguinte, ao entrar no banheiro, teve uma surpresa: o vaso sanitário estava rodeado de formigas. Era um sinal clássico de que ali havia excesso de açúcar na urina. Na segunda-feira foi ao médico e suas suspeitas se confirmaram. Tinha diabetes mellitus do tipo 2. Hesíodo Beratlis relata não ter histórico familiar de diabetes e que estava boquiaberto com a notícia. O médico que o atendeu resumiu: “nós somos o que comemos, menos a quantidade de exercício que fazemos, além do tipo de bactéria que temos no intestino”.
LEAD IN: De acordo com os conhecimentos adquiridos no Laboratório de Saúde Coletiva e considerando que o DM atinge 463 milhões de pessoas no mundo sendo 16 milhões de brasileiros, descreva com suas próprias palavras dois fatores relacionados à transição nutricional e demográfica que impactaram no aumento no número de casos de diabetes tipo 2 no Brasil nas últimas décadas e pelo menos duas das principais consequências dessa condição clínica. 
Conceito satisfatório: O aumento das taxas de sobrepeso e obesidade associado às alterações do estilo de vida e ao envelhecimento populacional, são os principais fatores que explicam o crescimento da prevalência do diabetes tipo 2. As modificações no consumo alimentar da população brasileira - baixa frequência de alimentos ricos em fibras, aumento da proporção de gorduras saturadas e açúcares da dieta - associadas a um estilo de vida sedentário compõem um dos principais fatores etiológicos da obesidade, diabetes tipo 2 e outras doenças crônicas. Como consequências: Doença cardíaca e enfarte; Lesões renais (nefropatia diabética); Lesões oculares (retinopatia diabética); Lesões neurológicas; Problemas de cicatrização (pé diabético); Doença periodontal; Disfunção sexual.
Bibliografia de referência:
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Análise de Situação de Saúde. Plano de ações estratégicas para o enfrentamento das doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) no Brasil 2011-2022. Serie B. Textos Básicos de Saúde. Brasília: Ministério da Saúde; 2011.
MONTEIRO, C. A.; MONDINI, L. & COSTA, R. L.,2000a. Mudanças na composição e adequação nutricional da dieta familiar nas áreas metropolitanas do Brasil (1988-1996). Revista de SaúdePública, 34:251-258.
Oliveira AF, Valente JG, Leite IC. Fraction of the global burden of diabetes mellitus attributable to overweight and obesity in Brazil. Rev Panam Salud Pública 2010; 27(5): 338-44.
Sartorelli DS, Franco LJ. Tendências do diabetes mellitus no Brasil: o papel da transição nutricional. Cad Saude Publ 2003; 19(Supl.1):S29-S36.  
QUESTÃO 18 - Profa. Mildred - Situação Enrico Zasper
STEM: Animara Zasper fez o pré-natal de Enrico, 6 meses, como também o de Luana, 4 anos, na UBS onde você está fazendo as atividades de PMSUS. Você estava na praça de alimentação do shopping em POLIS quando encontra com a família comendo pizza. Enrico, que parecia encantado com as cores dos tomatinhos cereja e das azeitonas, subitamente começa a tossir, apresenta palidez e uma máscara de discreta cianose ao redor da boca e nariz, tornando-se hipotônico. Ele não respira, mas tem pulso braquial rápido (>60bpm).
LEAD IN: Considerando a condição em que Enrico se encontra, descreva as ações de socorro imediato.
Intencionalidade: A questão requer do estudante o reconhecimento da obstrução de vias aéreas por corpo estranho em bebês, sem parada cardíaca, assim como o conhecimento das manobras para a desobstrução das vias aéreas e eliminação do corpo estranho.
Conceito Satisfatório: Será considerada Satisfatória a reposta que apontar o reconhecimento de obstrução completa das vias aéreas por corpo estranho sem parada cardíaca, acionar o SAMU e descrever as seguintes ações: segurar o tórax do bebê entre as mãos, mantendo a cabeça em posição neutra, virá-lo em decúbito ventral sobre seu antebraço, mantendo tórax e cabeça abaixo do restante do corpo e fazer 5 tapas entre as escápulas, em seguida, colocar o bebê em decúbito dorsal sobre seu antebraço e realizar 5 compressões sobre o esterno, 1cm abaixo da linha mamilar, observar se o corpo estranho está na boca e é possível retirá-lo com os dedos em pinça, sem inserir o dedo na boca do bebê. O procedimento deve ser repetido até a eliminação do corpo estranho, percebida por choro forte do bebê.
Referência
Berg et al Part 13: Pediatric Basic Life Support. 2010 American Heart Association Guidelines for Cardiopulmonary Resuscitation and Emergency Cardiovascular Care. Relief of Foreign Body Airway Obstruction (FBAO) S874 Circulation November 2, 2010, pag.8 Downloaded from http://ahajournals.org by on October 19, 2021.
Bernoche C, Timerman S, Polastri TF, Giannetti NS, Siqueira AWS, Piscopo A et al. Atualização da Diretriz de Ressuscitação Cardiopulmonar e Cuidados de Emergência da Sociedade Brasileira de Cardiologia – 2019. Arq Bras Cardiol. 2019; 113(3):449-663.
Silva FL, Galindo Neto NM, Sá GGM, França MS, Oliveira PMP, Grimaildi MRM. Technologies for health education about foreign-body airway obstruction: an integrative review. Rev Esc Enferm USP. 2021;55:e03778. https://doi.org/10.1590/S1980-220X2020035103778.
QUESTÃO 19 - Profa. Mildred - Situação Um dia difícil
STEM: Ao retornar de uma visita domiciliar por volta do meio-dia, a estudante de Medicina de primeiro ano vem comentando os casos com a Agente Comunitária de Saúde. Está um dia quente de verão em POLIS. Ao passar em frente de uma longa fila na lotérica, observaram uma senhora caindo ao chão. Ela estava pálida, desacordada, porém com respiração espontânea. As pessoas ao redor não sabem o que fazer. 
LEAD IN: Explique como deve ser o atendimento inicial desta senhora e como você investigaria as possíveis causas dessa emergência.
Intencionalidade: A questão mobiliza os conhecimentos que permitem identificar uma situação de síncope em ambiente extra hospitalar e a realização dos primeiros socorros nesta condição.
Conceito Satisfatório: A vítima apresenta respiração espontânea, porém está desacordada, o que caracteriza uma condição de síncope. O local deve ser avaliado quanto à segurança e o socorrista deve apresentar-see solicitar consentimento para prestar os primeiros socorros. Ao identificar perda da consciência, pulso carotídeo e respiração normal o socorrista busca por sinais de sangramento ou deformidades, se tiver um esfigmomanômetro disponível, deve aferir a PA, frequência cardíaca, frequência respiratória, características do pulso periférico (cheio, filiforme, regular, rápido ou lento). Investigar com a paciente após recuperar a consciência, ou com seu acompanhante: sinais e sintomas, alergias, medicamentos em uso, doenças (diabetes), última refeição, ingestão de álcool ou drogas, eventos associados. Colocar a vítima em posição de recuperação, deitada de lado. A síncope é caracterizada por perda transitória da consciência e do tônus postural, que ocorre de forma súbita e com recuperação espontânea. O episódio de síncope pode ser originado por várias causas: reflexo vasovagal, induzido por calor excessivo, dor intensa, tosse, posição ortostática prolongada, esforço ao urinar ou evacuar, por medo ou estados de ansiedade extrema e por esforço físico demasiado; síndrome do seio carotídeo; alterações do sistema autônomo, desencadeadas pelo uso de álcool, diabetes e hipovolemia. Pode ser induzida pelo uso de antidepressivos e antipsicóticos, entre outros. A síncope pode ser de origem cardíaca devido a arritmias e cerebrovascular, ocasionadas por cefaléia, isquemia cerebral e epilepsia. O tratamento da síncope está relacionado à sua causa. A síncope vasovagal é a mais frequente, correspondendo a 50% dos diagnósticos. 
Referência
Bernoche C, Timerman S, Polastri TF, Giannetti NS, Siqueira AWS, Piscopo A et al. Atualização da Diretriz de Ressuscitação Cardiopulmonar e Cuidados de Emergência da Sociedade Brasileira de Cardiologia – 2019. Arq Bras Cardiol. 2019; 113(3):449-663 Capítulo 19. Primeiros Socorros e Emergências Ambientais.
Gudkova Svetlana et al. Prevalência de perda de consciência temporária ao longo da vida. Arq Bras Cardiol. 2016; 106(5):382-388.
QUESTÃO 20 - Prof. João Francisco - Situação Perseu Inácio Licci
STEM: Penélope Batista Licci, 80 anos, acaba de sair de um centro cirúrgico e está, há 7 dias, em um quarto em repouso com boa evolução. Penélope é frequentemente visitada por seus familiares, em especial seu filho, Perseu. Numa das visitas, Perseu encontrou um plantonista nos corredores do hospital e considerou que sua mãe tem apresentado algumas dificuldades, principalmente motoras, que parece que o lado esquerdo do corpo e que não tem o mesmo controle que o lado direito. Como falaram que ela teve um AVC hemorrágico, Perseu perguntou quais seriam as possíveis causas desta manifestação e se tem cura.
LEAD IN: Considerando as questões de Perseu Inácio, explique o quadro apresentado por Penélope relacionando-o às regiões cerebrais. Discuta os possíveis motivos da dificuldade apresentada e o potencial prognóstico.
Intencionalidade Educacional: Esta questão exige o estabelecimento da relação entre a função de regiões cerebrais específicas e o seu controle contralateral do corpo.
Conceito Satisfatório: será considerada satisfatória a resposta que correlacionar as áreas relacionadas ao controle motor do movimento, como lobo frontal, em especial o giro pré-central (córtex motor primário) como afetadas pelo AVC hemorrágico. Pode-se ressaltar que a área afetada é usualmente contralateral à lesão, devido ao cruzamento dos neurônios na decussação das pirâmides, localizado no bulbo do tronco encefálico. Com relação ao prognóstico da lesão deve-se ser cauteloso. A lesão é recente e o AVC hemorrágico têm pior prognóstico do que os isquêmicos e não se pode descartar sequelas permanentes, uma vez que os neurônios têm capacidade muito limitada de regeneração.
Referências
TORTORA, Gerard J.; DERRICKSON, Bryan. Corpo Humano-: Fundamentos de Anatomia e Fisiologia. Artmed Editora, 2016.
MOORE, Keith L. Anatomia orientada para a clínica. In: Anatomia orientada para a clínica. 2013. p. 1104-1104.
DRAKE, Richard L. Gray ́s anatomia para estudantes. Elsevier Brasil, 2005.

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