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E-BOOK 3

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e-Book 3
Flávio Pajanian
PESQUISA EM 
EDUCAÇÃO FÍSICA
Sumário
INTRODUÇÃO ������������������������������������������������� 3
POSSIBILIDADES DE PESQUISA EM 
EDUCAÇÃO FÍSICA, ESPORTES E ÁREAS 
AFINS ������������������������������������������������������������� 4
CONSTRUÇÃO DA PESQUISA CIENTÍFICA �������������������������� 4
ESTRUTURA DO PROJETO DE PESQUISA ������������������������� 22
CONSIDERAÇÕES FINAIS ����������������������������28
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS & 
CONSULTADAS ��������������������������������������������29
3
INTRODUÇÃO
Neste módulo, estudaremos a estrutura e os meios 
de condução de pesquisas científicas. Em outras 
palavras, falaremos sobre a construção do projeto 
de pesquisa, as etapas de preparação para avançar 
na investigação científica e o detalhamento dos 
tópicos e capítulos do trabalho.
Por ser um elemento fundamental na preparação 
para o desenvolvimento de qualquer trabalho aca-
dêmico, detalharemos a estrutura e o conteúdo do 
projeto de pesquisa, abordando o conteúdo dos 
tópicos e capítulos�
Em seguida, passaremos a tratar dos pontos mais 
importantes da estrutura do relatório final de uma 
pesquisa, detalhando o passo a passo da escrita 
acadêmica, ou seja, demonstraremos de que 
modo podemos desenvolver os capítulos e o que 
precisamos evitar quando o assunto é a redação 
acadêmica�
44
POSSIBILIDADES DE 
PESQUISA EM EDUCAÇÃO 
FÍSICA, ESPORTES E 
ÁREAS AFINS
CONSTRUÇÃO DA PESQUISA 
CIENTÍFICA
O conhecimento se materializa quando o sujeito se 
apropria do objeto da investigação, proporcionan-
do-lhe grandes descobertas, que historicamente 
são as responsáveis pelo desenvolvimento das 
civilizações. O ponto de partida para essas desco-
bertas é a curiosidade do pesquisador, a motivação 
incansável pelo novo�
Na ciência, para que os achados sejam validados, 
é fundamental que haja planejamento, atenção aos 
procedimentos e normas� E essa é precisamente a 
função da pesquisa científica, isto é, estabelecer o 
direcionamento, definir os objetivos, possibilitar a 
correção das rotas e redefinição das metas.
No entanto, observe que no início das investiga-
ções existe o caos, pois o pesquisador tem uma 
vaga ideia daquilo que quer estudar, dificuldade 
em estabelecer qual linha seguir para abordar o 
problema, tem dúvidas na definição de hipóteses, 
pressupostos e proposições, dúvidas de qual mé-
55
todo é o mais adequado etc� Dito de outra forma, 
parece que o mais difícil é exatamente começar.
Considerando as dificuldades iniciais e, diferente-
mente do que possa parecer, o mais importante é 
estabelecer os meios para sair desse momento de 
incertezas. É o momento de planejar, de delinear 
a pesquisa científica.
Nesse sentido, um bom planejamento envolve 
uma cuidadosa atenção às suas etapas, ao deli-
neamento do estudo, à construção do projeto de 
pesquisa� Assim, partiremos dessa questão para 
detalhar todas as etapas, bem como aprofundar 
nossas conversas sobre os procedimentos para a 
construção de uma pesquisa científica.
A esse respeito, Souza et al. (2019, p. 197) afirmam 
que, “para a realização de uma pesquisa científica, é 
importante fazer uma avaliação da proposta inicial, 
considerando: interesse pessoal; relevância social 
da investigação a ser feita; viabilidade política e 
técnica; criatividade e ética”�
Com o intuito de facilitar a organização e o fluxo do 
pensamento científico durante o desenvolvimento 
da pesquisa, Thomas, Nelson e Silverman (2012) 
elaboraram um fluxograma com as principais ações 
envolvidas no processo da investigação científica 
(Figura 1):
66
Figura 1: O cenário total da pesquisa�
Problema
Hipótese
Achados
Discussão
Método
Teórico
Leitura da literatura relevante
Definições operacionais
Coleta e análise de dados
Raciocínio 
dedutivo
Partici-
pantes
Procedi-
mentos
Delinea-
mento
Técnicas 
de coleta 
de dados
Empírico
Raciocínio 
indutivo
Fonte: Adaptada de Thomas, Nelson e Silverman (2012, p. 42).
Projeto de pesquisa
O primeiro passo para a elaboração de uma pesquisa 
consistente é a construção de um Pré-projeto ou 
77
Projeto de pesquisa� Nele, devem estar previstas 
as etapas da pesquisa apresentadas em forma 
de cronograma, o que possibilita a previsão dos 
passos da pesquisa localizados no tempo em que 
serão executados.
Com a definição de um tema inicial, a primeira 
etapa consiste no levantamento da literatura 
que apoia o estudo� Obviamente, quanto maior a 
quantidade de obras consultadas, maior é a base 
de conhecimento e teorias que dão sustentação 
à sua pesquisa�
Contudo, o excesso de leituras pode mais atrapa-
lhar do que ajudar, pois uma quantidade enorme 
de informações no início do projeto pode resultar 
em confusão de conceitos e teorias, bem como 
dificultar ainda mais a definição de uma linha de 
pensamento clara e objetiva�
É fundamental que essa busca seja feita priorizando 
uma análise mais profunda sobre o conteúdo, ao 
invés de simplesmente acumular obras. É preferível 
realizar leituras mais profundas de textos cuida-
dosamente escolhidos a consultas superficiais de 
uma grande quantidade de obras. Por isso, reflita 
antecipadamente sobre o que e como estudar�
Em linhas gerais, um projeto de pesquisa deve 
responder a estas perguntas:
88
 y O que fazer? abrange a definição do tema do 
estudo e seu título, a formulação do problema, assim 
como a construção de hipóteses, pressupostos ou 
proposições, conforme o caso.
 y Por que fazer? está diretamente associado à 
justificativa da pesquisa, configurando-se como 
a relevância científica do estudo, tanto para a 
academia quanto para a prática� Nessa mesma 
perspectiva, temos os objetivos gerais e os ob-
jetivos específicos, a fundamentação teórica e a 
fonte dos dados�
 y Como fazer? está vinculado à metodologia 
escolhida. Salientamos que o cronograma dá a 
dimensão do tempo em que o estudo acontecerá�
A fim de responder, o pesquisador precisa estru-
turar o projeto de pesquisa incluindo os tópicos 
necessários ao delineamento da pesquisa� Quivy 
& Campenhoudt (1995 apud GERHARDT; SILVEIRA, 
2009, p� 47) apresentam as etapas para a elabora-
ção da pesquisa científica organizadas (Figura 2):
99
Figura 2: Etapas da pesquisa científica.
Etapa 1 - Questão de pesquisa
Etapa 3 - Fundamentação teórica
Etapa 4 - Construção do modelo de análise
Etapa 5 - Coleta de dados
Etapa 6 - Análise das informações
Etapa 7 - Conclusões
Etapa 2 - Exploração
Leituras Coleta exploratória
Fonte: Adaptado de Quivy e Campenhoudt (1995 apud GERHAR-
DT; SILVEIRA, 2009, p. 47).
Na figura 3, temos o fluxograma da pesquisa:
1010
Figura 3: Fluxograma da pesquisa.
Definição do tema
Problema de pesquisa
Elaboração do projeto de pesquisa
Início da execução do projeto de pesquisa
Desenvolvimento do plano de pesquisa
Coleta de dados
Apuração e organização dos dados
Discussão e análise dos dados
Interpretação dos dados obtidos
Conclusões ou Considerações finais
Publicação da pesquisa
Reformulação do projeto e ajustamento do(s) 
instrumentos(s) de pesquisa
Fonte: Adaptado de Silva (2015, p� 76)�
A partir dessas estruturas, para efeitos didáticos, 
aprofundaremos os tópicos mais importantes de 
ambas na sequência�
1111
Tema inicial
Definir um bom tema inicial é a melhor forma de 
iniciar uma pesquisa científica. A escolha do tema 
deve agradar ao pesquisador, algo capaz de manter 
seu entusiasmo durante o aprofundamento dos 
estudos, porque é ele quem estará debruçado sobre 
livros, artigos e publicações durante um bom tempo.
Além disso, o tema deve ser suficientemente rele-
vante, tanto para a academia quanto para a socie-
dade, o que facilita a formulação da justificativa da 
pesquisa� Uma pesquisa atenta às bases de dados 
de artigos científicos pode ajudar o pesquisador 
com a escolha de um tema pertinente e relevante.
A redação deve ser clara e precisa, para comu-
nicar exatamente o que se pretende esclarecer, 
possibilitando a melhor compreensão. Deve ser 
realista e transmitir a certeza deque o estudo não 
só é possível de ser conduzido, como também 
produzirá resultados.
Problema de pesquisa
O problema de pesquisa representa a dúvida do 
pesquisador em relação ao tema escolhido. Algo 
que se pretende descobrir sobre o tema e que, ao 
final da pesquisa, se espera responder.
Por ser uma dúvida, o problema de pesquisa deve 
ser representado por uma pergunta que indique a 
1212
relação entre variáveis definidas em conformidade 
com o rigor científico.
A pergunta bem formulada deve indicar claramente 
a relação a ser estudada� Sendo assim, a formulação 
de um bom problema de pesquisa é decisiva para 
o desenvolvimento de um bom trabalho.
Objetivos
A definição dos objetivos da pesquisa está direta-
mente vinculada ao problema de pesquisa, portanto, 
um problema bem construído facilita a definição 
dos objetivos, que por sua vez facilitarão a análise 
e interpretação dos dados�
Na maioria dos casos, as pesquisas têm um obje-
tivo geral e objetivos específicos. O objetivo geral 
indica o que se pretende com a pesquisa, ou seja, 
qual é a sua finalidade, o “Para quê?” da pesquisa. 
Deve expressar uma ação, por isso, sua construção 
deve ser iniciada com um verbo no infinitivo.
Por seu turno, os objetivos específicos devem ex-
pressar a maneira pela qual se pretende alcançar 
o objetivo geral�
Justificativa
A justificativa responde o “Por quê?” da pesquisa. 
Nessa parte, o pesquisador deve explicar a motivação 
de estudar determinado fenômeno� Dessa maneira, 
1313
sua construção deve discutir qual é a importância da 
pesquisa, bem como apontar sua relevância para o 
próprio pesquisador, para a instituição que fornece 
apoio (verba), para a academia e para a sociedade, 
além de apontar a viabilidade do estudo�
Exploração do tema 
A exploração do tema consiste na coleta e análi-
se da maior quantidade possível de informações 
relevantes e com forte vínculo ao tema que se 
pretende estudar. É feita por meio de leituras de 
obras disponíveis na literatura científica.
Essa etapa deve ser conduzida considerando os 
critérios de relevância e confiabilidade, pois de nada 
adianta o levantamento de uma grande quantidade 
de obras pouco relacionadas ao tema e a partir de 
bases pouco confiáveis.
Deve-se realizar, para isso, uma seleção criteriosa 
de obras sustentarão a pesquisa que se pretende 
conduzir, a partir de bases de dados bem-concei-
tuadas e que contenham, por exemplo, periódicos 
indexados em níveis mais altos.
Além disso, é importante considerar critérios como: 
evitar selecionar uma quantidade excessiva de 
obras, selecionar artigos de revisão e síntese, assim 
como autores que apresentem visões diferentes 
sobre o mesmo tema�
1414
A partir de uma análise prévia e comparativa das 
obras, uma técnica muito eficiente para uma leitura 
organizada é o fichamento. O fichamento é um registro 
detalhado dos pontos principais da obra, que pode 
conter a identificação da obra (referência completa), 
ideia geral do texto, citações diretas relevantes, em-
basamento teórico do estudo, contribuições da obra 
tanto para a academia quanto para a sociedade e 
uma avaliação pessoal concisa sobre a obra� Esses 
registros permitem uma consulta rápida ao conteúdo 
da obra no momento em que for necessário, além 
de uma fácil comparação entre elas�
A coleta exploratória de dados complementa a 
leitura, uma vez que permite ao pesquisador uma 
análise mais aprofundada das informações rele-
vantes acessadas pela leitura�
Pode ser realizada por intermédio de testes, entre-
vistas (com especialistas e pessoas diretamente 
envolvidas), observações ou busca em fontes 
secundárias de dados�
Fundamentação teórica
Na seção de fundamentação teórica, estabelece-se 
o diálogo entre a teoria e o problema de pesquisa 
(SILVA, 2015). Com isso, fornece a base para os 
aspectos teóricos da pesquisa, por meio de con-
ceitos desenvolvidos por autores referenciais�
1515
A fundamentação teórica é a base (daí o “funda-
mento”) para a análise dos dados coletados e a 
interpretação dos resultados obtidos, ou seja, a 
discussão final dos resultados deve ser feita à luz 
da(s) teoria(s) selecionada(s)�
Dada a sua relevância para a pesquisa, a funda-
mentação teórica merece um capítulo específico 
dentro da estrutura, no qual se detalham as par-
ticularidades das teorias utilizadas e sua relação 
com o objeto do estudo� Uma boa fundamentação 
teórica aumenta a credibilidade da pesquisa�
Construção do modelo de análise
A partir da fundamentação teórica, são construídas 
as hipóteses, a formulação de pressupostos e as 
proposições, que se pretende responder, confirmar 
ou refutar� Em outras palavras, são as prováveis 
respostas ao problema de pesquisa�
Note que as hipóteses são frequentemente utili-
zadas nas pesquisas quantitativas, ao passo que 
os pressupostos e as proposições constituem as 
pesquisas qualitativas�
Podemos definir hipóteses como “[...] respostas 
possíveis e provisórias em relação às questões 
de pesquisa� Tornam-se também instrumentos 
importantes como guias na tarefa de investigação” 
(LAKATOS; MARCONI, 2017, p. 103).
1616
Uma hipótese pode ser:
 y Nula: pressupõe que não há relação entre as 
variáveis do estudo�
 y Geral ou teórica: corresponde a pressupostos 
ou proposições, pois é formulada conceitualmente, 
sem quantificar variáveis.
 y Operacional: pode ser verificada experimentalmente.
 y Atributiva: é composta por uma única variável 
e descreve os fatos�
 y Associativa: estabelece a relação entre duas 
variáveis, a primeira conhecida possibilita a pre-
visão da segunda�
 y Causal: estabelece relação de causa e efeito 
entre duas variáveis�
 y Alternativa: procura explicações diferentes para 
o mesmo problema das hipóteses operacionais.
 y Relativa: avalia a influência de duas ou mais 
variáveis em outras�
 y Condicional: assume que uma variável depende 
do valor de outras duas�
 y Probabilística: sugere que uma relação entre 
variáveis é verdade na maior parte da população 
estudada�
 y Determinística: sugere relações entre variáveis 
sempre atendidas�
1717
Coleta de dados
A coleta de dados envolve todos os procedimentos 
em busca das informações que serão confrontadas 
com o modelo de análise para a produção dos re-
sultados� Os dados coletados devem ser tabulados 
por meio da técnica mais adequada ao método 
escolhido para, em seguida, serem analisados, com 
o cuidado de não os manipular, isto é, produzir os 
resultados esperados pelo pesquisador�
Quivy e Campenhoudt (1995 apud GERHARDT; 
SILVEIRA, 2009, p. 47) apresentam três questões 
a serem respondidas na elaboração desta etapa:
 y O que coletar? Os dados a coletar são aqueles 
úteis para testar hipóteses, por serem determina-
dos pelas variáveis e pelos indicadores� Podemos 
chamá-los de “dados pertinentes”.
 y Com quem coletar? Deve-se recortar o campo 
das análises empíricas em um espaço geográfico 
e social, bem como em um espaço de tempo� De 
acordo com o caso, o pesquisador pode estudar 
a população total ou somente uma amostra re-
presentativa (quantitativamente) ou ilustrativa 
(qualitativamente) dessa população�
 y Como coletar? Esta questão refere-se aos 
instrumentos de coleta de dados, que comportam 
três operações:
1818
 � Conceber um instrumento capaz de fornecer 
informações adequadas e necessárias para testar 
as hipóteses. Por exemplo, um questionário ou 
roteiro de entrevistas ou de observações.
 � Testar o instrumento antes de utilizá-lo sis-
tematicamente, a fim de assegurar seu grau de 
adequação e precisão�
 � Colocar sistematicamente em prática e proceder 
assim à coleta de dados pertinentes�
Portanto, perceba que tanto a escolha do método 
para a coleta de dados quanto a escolha do instru-
mento mais adequado dependem das hipóteses e 
dos objetivos da pesquisa�
Análise e interpretação dos dados
Ao final da coleta de dados, o pesquisador tem à dis-
posição uma grande quantidade de informações que 
precisa de organização para ser analisada e interpretada.
Esse processode organização é chamado de 
tabulação de dados� Nesse momento, o pesqui-
sador deve adotar critérios de organização com o 
intuito de agrupar dados semelhantes que serão 
utilizados posteriormente na confrontação com a 
fundamentação teórica�
A análise dos dados coletados e tabulados à luz da 
teoria produz resultados que possibilitam o teste 
das hipóteses. Esse teste, por seu turno, possibi-
1919
lita ao pesquisador “[...] verificar se os resultados 
observados correspondem aos resultados espe-
rados pelas hipóteses ou questões de pesquisa” 
(GERHARDT; SILVEIRA, 2009, p. 58).
Quivy e Campenhoudt (1995 apud GERHARDT; 
SILVEIRA, 2009, p. 58) definem a análise e inter-
pretação dos dados da seguinte maneira:
[...] a etapa que faz o tratamento das informações 
obtidas pela coleta de dados para apresentá-la de 
forma a poder comparar os resultados esperados 
pelas hipóteses. No cenário de uma análise de 
dados quantitativos, essa etapa compreende três 
operações. Entretanto, os princípios deste método 
podem ser transpostos, em grande parte, a outros 
tipos de métodos�
Assim, os mesmos autores consideram que:
 y A primeira operação consiste em descrever os 
dados� Isso remete, por um lado, a apresentá-los 
(agregados ou não) sob a forma requerida pelas 
variáveis implicadas nas hipóteses e, por outro lado, 
de apresentá-los de forma que as características 
dessas variáveis sejam evidenciadas pela descrição�
 y A segunda operação consiste em mensurar 
as relações entre as variáveis, da maneira como 
essas relações foram previstas pelas hipóteses.
 y A terceira operação consiste em comparar as 
relações observadas com as relações teoricamente 
2020
esperadas pela hipótese e mensurar o distanciamento 
entre elas� Se o distanciamento é nulo ou muito pequeno, 
pode-se concluir que a hipótese está confirmada; caso 
contrário, será preciso examinar de onde provém esse 
distanciamento e tirar as conclusões apropriadas. Os 
principais métodos de análise das informações são a 
análise estatística dos dados (método quantitativo) e 
a análise de conteúdo (método qualitativo).
Conclusão ou Considerações finais
No capítulo final do relatório da pesquisa, o pesqui-
sador faz uma breve recapitulação dos caminhos 
percorrido na construção da investigação, desde 
os aspectos referentes ao tema, passando pelo 
problema de pesquisa em sua redação final, carac-
terísticas do modelo de análise e sua relação com 
hipóteses, pontos principais relacionados à coleta, 
tabulação e análise dos dados, até a comparação 
dos resultados obtidos em relação aos esperados 
à luz da base teórica.
Além disso, o pesquisador deve salientar os achados 
adicionais sobre o tema, incluindo as confirmações 
e controvérsias, as principais contribuições da 
pesquisa à ciência e sociedade e suas limitações.
Na Figura 4, temos um esquema com o resumo 
das etapas da construção da pesquisa científica, 
detalhando as ações em cada uma delas:
2121
Figura 4: Etapas da pesquisa científica.
Etapa 1 - Questão de pesquisa
Formular a questão inicial respeitando:
• Clareza
• Exequibilidade
• Pertinência
Etapa 3 - Fundamentação teórica
• Fazer uma revisão bibliográfica sobre as teorias aplicáveis
• Construir a problemática do estudo
Etapa 4 - Construção do modelo de análise
• Construir as hipóteses e o modelo precisando:
 - as relações entre os conceitos
 - as relações entre as hipóteses 
• Construir os conceitos precisando:
 - as dimensões
 - os indicadores
Etapa 2 - Exploração
As leituras
• Selecionar os textos
• Ler com método
• Resumir
• Comparar os textos entre eles e com a coleta de informações
A coleta de informações
• Preparar a coleta por meio de entrevistas ou observação
• Consultar especialistas, informantes e pessoas envolvidas
• Adotar uma atitude de escuta e de abertura
• Decodificar os discursos
2222
Etapa 5 - A coleta de dados
• Delimitar o campo de coleta
• Elaborar o instrumento de coleta
• Testar o instrumento de coleta
• Proceder a coleta de informações
Etapa 6 - A análise das informações
• Descrever e preparar os dados para a análise
• Mensurar as relações entre as variáveis
• Comparar os resultados esperados com os encontrados
• Buscar o significado do distanciamento entre eles
Etapa 7 - As conclusões
• Retomar o caminho metodológico
• Apresentar os resultados colocando em evidência:
 - os conhecimentos novos
 - as perspectivas práticas
Fonte: Adaptado de Quivy e Campenhoudt (1995 apud GERHAR-
DT; SILVEIRA, 2009, p. 62).
ESTRUTURA DO PROJETO DE 
PESQUISA
A estrutura do projeto de pesquisa pode variar 
em função das exigências da instituição, mas em 
geral contém introdução, problema de pesquisa, 
objetivo(s), justificativa(s), revisão da literatura, 
metodologia, referências bibliográficas e crono-
grama� Note que os nomes dos tópicos/capítulos 
também podem variar�
2323
Dependendo do tipo de trabalho, o relatório final 
da pesquisa deve ter além dos elementos textuais 
(capítulos diretamente ligados ao seu desenvolvi-
mento), uma parte pré-textual, que contenha capa, 
lombada, folha de rosto, errata (conforme o caso), 
folha de aprovação, dedicatória, agradecimentos e 
epígrafe, resumo em língua portuguesa e resumo 
em língua estrangeira, lista de ilustrações, lista 
de tabelas, abreviaturas, siglas e sumário� A parte 
pós-textual deve contar com referências, glossário, 
apêndice e anexos e índice.
Normalmente, cada instituição publica as próprias 
regras para a estruturação dos projetos de pes-
quisa� Portanto, antes de iniciar a confecção do 
trabalho, deve-se consultar atentamente o manual 
de trabalhos acadêmicos da sua instituição.
Redação científica
A construção do texto científico requer prática e 
dedicação. A maneira mais eficiente de melhorar 
a redação científica é ler mais e melhor. Quanto 
maior for a quantidade de boas leituras, melhor 
será a escrita e mais fácil será a construção do 
seu texto.
A boa escrita científica requer alguns cuidados, 
por essa razão, apresentamos a Tabela 1:
2424
Tabela 1: Palavras e expressões a evitar.
Jargão Uso preferencial Jargão
Uso 
preferencial
A bem da 
verdade Na verdade
Considerável 
quantidade de Muito
A fim de Para De cor vermelha Vermelho
A grande 
maioria A maioria
De grande importân-
cia teórica e prática Útil
A partir do pon-
to de vista de Para
De modo 
satisfatório
Satisfatoria-
mente
A questão 
de se Se
Definitivamente 
provado Provado
A respeito de Sobre Deve-se notar, no entanto, que Mas
A sua opinião 
era que
Acreditava 
que Deve-se notar que Note que
Absolutamente 
essencial Essencial Devido a Porque
Acredita-se 
que
Eu penso 
que
Devido ao fato de 
que Porque
Apesar do fato 
de que Embora
Durante o decorrer 
de
Durante, 
enquanto
Apresento 
a seguinte 
opinião
Eu penso 
que
Devido ao fato de 
que Porque
Baseado no 
fato de que Por causa de
Durante o decorrer 
de
Durante, 
enquanto
Bastante 
singular Singular É definido como É
Com a possível 
exceção de Exceto
É desnecessário 
dizer
(Deixar de 
fora e questio-
nar a inclusão 
do que houver 
a seguir)
Com base em Por É evidente que A produziu B A produziu B
Com frequên-
cia, o caso é 
que
Com 
frequência
É interessante notar 
que (deixar fora)
2525
Jargão Uso preferencial Jargão
Uso 
preferencial
Com o objetivo 
de Para Efeito resultante Resultado
Com o resulta-
do de que
De modo 
que
Eliminar 
inteiramente Eliminar
Com referên-
cia a Sobre Elucidar Explicar
Como conse-
quência de Por causa de Em alguns casos Às vezes
Como costuma 
acontecer Como ocorre Em conexão com
Sobre, relativo 
a
Como hoje em 
dia Hoje
Em estreita 
proximidade Próximo
Completamen-
te cheio Cheio Em favor de Para
Consenso de 
opinião Consenso
Em minha opinião 
essa não é uma 
pressuposição 
injustificável
Eu penso que
Em muitos 
casos
Com 
frequência Modos e maneiras
Modos, ma-
neiras (não os 
dois)
Em número 
inferior Menos
Não tinha capacida-
de de Não podia
Em posição de Pode Neste momento Agora
Em relação a Sobre No caso de SeEm termos de Sobre No momento presente Agora
Em um sentido 
muito real
No sentido 
de No tocante a Sobre
Em uma base 
diária Diariamente
O motivo está em 
que Porque
Em uma época 
anterior Previamente
O nosso conheci-
mento é insuficiente Não sabemos
Em uma série 
de casos Alguns O primeiro de todos O primeiro
2626
Jargão Uso preferencial Jargão
Uso 
preferencial
Esse resultado 
parece indicar
Esse resulta-
do indica
O que chamou nos-
sa atenção foi o fato 
de que
Descobrimos 
tardiamente
Está claro que Claramente Para o propósito de Para
Está claro que 
ainda serão ne-
cessários ou-
tros trabalhos 
antes de se 
chegar à plena 
compreensão
Eu não 
compreendi Pela razão de que
Já que, 
porque
Executar Fazer Pelo uso de Por, com
Fabricar Fazer Por meio de Por
Fica aparente 
que
Aparente-
mente Previamente Antes
Final Último Quanto a Dentre, para
Finalizar Terminar Referido aqui como Chamado de
Foi observado, 
no decorrer do 
experimento, 
que
Nós 
observamos Relativo a Sobre
Foi relatado 
por
����relatou 
que Reunido junto Reunido
Foram 
executadas 
determinações 
de proteínas
Proteínas 
foram deter-
minadas
São da mesma 
opinião Concordam
Graças ao fato 
de que
Uma vez 
que, porque Segundo o teor de Conforme
Grande em 
termos de 
tamanho
Grande Subsequentemente Depois
Gostaríamos 
de agradecer
Agradece-
mos Suficiente Bastante
Há dúvidas 
sobre se
Possivel-
mente Sugere-se que Eu penso
2727
Jargão Uso preferencial Jargão
Uso 
preferencial
Há motivos 
para acreditar 
que
Eu penso 
que
Tendo em vista o 
fato de
Por causa de, 
uma vez que
Há muito se 
sabe que
Eu não me 
preocupei 
em procurar 
a referência
Ter capacidade de Poder
Iniciar Começar Terminar por resul-tar em Resultar em
Levar a Causar Uma ordem de mag-nitude mais rápida
Dez vezes 
mais rápido
Levar em 
consideração Considerar Uma série de Muitos
Menor em 
tamanho Menor Utilizar Usa
Militar contra Proibir Visto que Como
Fonte: Adaptado de Day e Gastel (2006 apud THOMAS; NELSON; 
SILVERMAN, 2012, p. 62).
Conheça dicas de como melhorar a escrita científica, 
consultando Manual de redação técnica e científica, 
de Maria do Carmo Soares (São José dos Campos: 
INPE, 2011), disponível em: http://mtc-m16d.sid.inpe.
br/col/sid�inpe�br/mtc-m19/2011/12�12�11�52/doc/
publicacao�pdf�
Consulte ainda Notas e reflexões sobre redação cientí-
fica, de Rogério Lacaz-Ruiz, disponível em: http://www.
hottopos.com/regeq2/notas_e_reflex_sobre_reda.htm
SAIBA MAIS
28
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Neste módulo, exploramos os aspectos do trabalho 
científico. Com isso, aprofundamos os conheci-
mentos relacionados à condução da pesquisa 
científica, detalhando os procedimentos para cada 
etapa da construção do projeto de pesquisa e do 
relatório final da investigação científica.
Nesse sentido, destacamos o conteúdo de cada 
tópico ou capítulo dos trabalhos científicos, ana-
lisando os meios e os procedimentos para sua 
construção�
Em seguida, discutimos pontos importantes da 
escrita e, por fim, apresentamos os termos e 
as expressões que devemos evitar na produção 
científica.
Referências Bibliográficas 
& Consultadas
APPOLINÁRIO, F. Metodologia científica� São 
Paulo: Cengage, 2016 [Minha Biblioteca].
CERVO, A. L.; BERVIAN, P. A.; SILVA, R. 
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downloadsSerie/derad005.pdf. Acesso em: 05 
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do trabalho científico: projetos de pesquisa / 
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dissertações de mestrado, trabalhos de 
conclusão de curso� 8� ed� São Paulo: Atlas, 
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São Paulo: Cengage Learning, 2011 [Minha 
Biblioteca].
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ZECHMEISTER, J. S. Metodologia de pesquisa 
em psicologia. 9. ed. Porto Alegre: AMGH, 2012 
[Minha Biblioteca].
SILVA, A. M. Metodologia da Pesquisa� 2� ed� 
Fortaleza: Universidade Aberta do Brasil, 2015.
SOUZA, E. L. et al� (Orgs�)� Metodologia da 
pesquisa: aplicabilidade em trabalhos científicos 
na área da saúde. 2. ed. Natal: EdUFRN, 2019.
TEIXEIRA, J. S.; FERREIRA, M. E. C. Metanálise 
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Porto Alegre: Artmed, 2012�
TRIVIÑOS, A. N. S. Introdução à pesquisa em 
ciências sociais: a pesquisa qualitativa em 
educação� São Paulo: Atlas, 1987�
ZANELLA, L. C. H. Metodologia da pesquisa� 
Florianópolis: SEAD/UFSC, 2006�
	INTRODUÇÃO
	POSSIBILIDADES DE PESQUISA EM EDUCAÇÃO FÍSICA, ESPORTES E ÁREAS AFINS
	CONSTRUÇÃO DA PESQUISA CIENTÍFICA
	ESTRUTURA DO PROJETO DE PESQUISA
	CONSIDERAÇÕES FINAIS
	Referências Bibliográficas & Consultadas

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