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AULAS 5-6-7-8 REGIME GERAL DA PREVIDÊNCIA SOCIAL RGPS (1) (2) (3) (4)

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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO 
FACULDADE DE DIREITO DE RIBEIRÃO PRETO - FDRP 
 
 
 
 
DIREITO PREVIDENCIÁRIO – SEGURIDADE SOCIAL - 2020 
PROFA. ASS. MARIA HEMÍLIA FONSECA 
 
 
AULAS 5-6-7-8 – REGIME GERAL DA PREVIDÊNCIA SOCIAL – RGPS (1) (2) (3) (4) 
 
BENEFICIÁRIOS DO RGPS: SEGURADOS E DEPENDENTES 
MANUTENÇÃO, PERDA E REAQUISIÇÃO DA QUALIDADE DE SEGURADO 
CARÊNCIA 
 
 
 
■ BENEFICIÁRIOS DA PREVIDÊNCIA SOCIAL: SEGURADOS E DEPENDENTES 
 
Beneficiários do RGPS 
- Segurados 
 - Segurados obrigatórios 
 - Segurados facultativos 
- Dependentes 
 
 
São beneficiários do RGPS os segurados da previdência social (obrigatórios e facultativos) e 
seus dependentes. 
 
São pessoas naturais que fazem jus ao recebimento de prestações previdenciárias, no caso de 
serem atingidas por algum dos infortúnios previstos em lei. 
 
Mantêm vínculo com a Previdência Social, com direitos e deveres. 
 
Os direitos são representados pela entrega das prestações previdenciárias sempre que 
constatada a ocorrência da situação protegida. 
 
As prestações previdenciárias subdividem-se em benefícios → com conteúdo pecuniário e 
os serviços → habilitação e reabilitação profissional e ao serviço social. 
 
Os deveres são representados pela obrigação de pagamento das contribuições previdenciárias. 
 
Segurados e dependentes são sujeitos ativos da relação jurídica cujo objeto seja o 
recebimento de prestação de natureza previdenciária. 
 
São diferentes as relações jurídicas que se estabelecem entre segurado e Previdência Social e entre 
dependente e Previdência Social. 
 
A relação jurídica entre segurado e Previdência Social se inicia com seu ingresso no sistema, e se 
estenderá enquanto estiver filiado. 
 
A relação jurídica entre dependente e Previdência Social só se formaliza se não houver mais a 
possibilidade de se instalar a relação jurídica com o segurado porque não há, no sistema 
previdenciário, nenhuma hipótese de cobertura concomitante para segurado e dependente. 
 
 
SEGURADOS 
 
A ideia de segurado vem do contrato de seguro do direito civil, no qual o segurado faz um 
contrato com a seguradora para ficar coberto contra certo risco. 
 
Segurados são pessoas que mantém um vínculo com a previdência social, decorrem destes 
vínculos direitos, como o de entrega da prestação previdenciária, e deveres, tal como a 
obrigação de pagamento das contribuições previdenciárias. 
 
O Segurado sempre será uma pessoa física, no caso o trabalhador. 
 
Nem todo contribuinte é segurado. Exemplo: pessoa jurídica não ser considerada 
“segurado”, apesar da lei determinar que a pessoa jurídica deve pagar certa contribuição à 
seguridade social. Ela não irá se aposentar, pois ela não é pessoa física. 
 
É segurado toda pessoa que usufrui ou pode usufruir de benefícios. 
 
Segurado não é apenas aquele que exerce atividade remunerada. Exemplo: dona de casa, o 
síndico não remunerado de condomínio, assim como o estudante e o desempregado podem se 
filiar ao sistema como segurados facultativos e pagar contribuição se assim desejarem, sendo 
este um ato volitivo - Facultativo 
 
Não é necessário de ter um vínculo empregatício para a configuração da condição de 
segurado. Também são segurados: o trabalhador avulso e o autônomo, dentre outros. 
 
 
Aquisição da qualidade de segurado: filiação e inscrição 
 
Filiação ao sistema → marco inicial da história previdenciária do segurado → vínculo que se 
estabelece entre o segurado e a Previdência Social. 
 
Para os trabalhadores celetistas, a anotação do contrato de trabalho na CTPS os torna 
automaticamente filiados ao RGPS, ou seja, afiliação não depende de um ato formal 
praticado entre a autarquia e o segurado. 
 
Outros → segurados contribuintes individuais e os facultativos → devem formalizar a 
filiação ao RGPS, praticando um ato formal → perante o INSS → inscrição 
 
 
 
 
 
Também não pode deixar de se mencionar que para ser segurado é necessário ter a idade 
mínima de 16 anos, que é a idade mínima permitida para trabalhar (Artigo 7°, XXXIII da CF), 
uma exceção a esta norma é a condição de aprendiz, pois este poderá ter no mínimo 14 anos 
de idade. 
 
OBS: ACP – PORTARIA CONJUNTA Nº 7, DE 9 DE ABRIL DE 2020 
 
No caso do trabalhador alegar desconhecimento da obrigatoriedade da contribuição ou ser 
contrário a ela, nada poderá ser feito, pois não há possibilidade de exclusão voluntária da 
contribuição ao sistema. 
 
Também não importa se o trabalhador já é aposentado ou se exerce outra atividade que o 
vincule a regime previdenciário distinto, como, por exemplo, no caso de um militar; isso 
porque a filiação ao sistema pode ser múltipla. 
 
Cabe ainda ressaltar que a atividade exercida pelo trabalhador deve ser lícita e que a ilicitude 
não deve ser confundida com o chamado trabalho proibido. 
 
No caso de trabalho proibido a Constituição Federal veda expressamente certas características 
presentes no emprego em questão e não a atividade em si, um exemplo que pode ser citado é 
o caso de menores de 18 anos trabalhando em condições insalubres, fato este que configura 
um claro desrespeito à Constituição. 
 
Nesses casos o trabalhador não poderá ser prejudicado pela irregularidade de seu empregador, 
assim as normas previdenciárias são aplicáveis, há uma filiação automática. 
 
Os segurados são classificados como obrigatórios ou facultativos. 
 
SEGURADOS OBRIGATÓRIOS 
 
I) Segurados Obrigatórios Comuns: empregado, empregado doméstico, trabalhador 
avulso. 
 
• Empregado 
O conceito é mais abrangente do que o trazido pelo direito do trabalho, a legislação procurou 
abarcar o maior número possível de trabalhadores urbanos e rurais, não importando para os 
requisitos de natureza trabalhista que caracterizam o vínculo empregatício. 
 
O aposentado que volta a trabalhar como empregado será segurado obrigatório. 
 
O Art. 11 da Lei 8213/91 lista os trabalhadores incluídos no presente conceito de empregado: 
a) aquele que presta serviço de natureza urbana ou rural à empresa, em 
caráter não eventual, sob sua subordinação e mediante remuneração, 
inclusive como diretor empregado; 
b) aquele que, contratado por empresa de trabalho temporário, definida em 
legislação específica, presta serviço para atender a necessidade transitória de 
substituição de pessoal regular e permanente ou a acréscimo extraordinário 
de serviços de outras empresas; 
c) o brasileiro ou o estrangeiro domiciliado e contratado no Brasil para 
trabalhar como empregado em sucursal ou agência de empresa nacional no 
exterior; 
d) aquele que presta serviço no Brasil a missão diplomática ou a repartição 
consular de carreira estrangeira e a órgãos a elas subordinados, ou a 
membros dessas missões e repartições, excluídos o não-brasileiro sem 
residência permanente no Brasil e o brasileiro amparado pela legislação 
previdenciária do país da respectiva missão diplomática ou repartição 
consular; 
e) o brasileiro civil que trabalha para a União, no exterior, em organismos 
oficiais brasileiros ou internacionais dos quais o Brasil seja membro efetivo, 
ainda que lá domiciliado e contratado, salvo se segurado na forma da 
legislação vigente do país do domicílio; 
f) o brasileiro ou estrangeiro domiciliado e contratado no Brasil para 
trabalhar como empregado em empresa domiciliada no exterior, cuja maioria 
do capital votante pertença a empresa brasileira de capital nacional; 
g) o servidor público ocupante de cargo em comissão, sem vínculo efetivo 
com a União, Autarquias, inclusive em regime especial, e Fundações 
Públicas Federais. 
 
•Empregado doméstico 
Aquele que presta serviço de natureza contínua a pessoa, a família ou a entidade familiar, 
mediante remuneração, no âmbito residencial desta, em atividades sem fins lucrativos. São 
exemplos de empregados domésticos: cozinheira, arrumadeira, mordomos, babás, motoristas 
particulares, jardineiro,porteiros, dentre outros. 
 
•Trabalhadores avulsos 
São trabalhadores que prestam serviços de natureza urbana ou rural, a diferentes tomadores de 
serviço, sem vínculo empregatício, com intermediação do órgão gestor de mão de obra ou 
sindicato da categoria profissional. Distingue-se do contribuinte individual pela intermediação 
obrigatória. Caso se trate de serviço prestado diretamente pelo trabalhador, não se trata de 
trabalhador avulso, mas sim de contribuinte individual. 
 
II) Segurados Obrigatórios Individuais: autônomos, equiparados a autônomos, eventuais, 
empresários. 
 
OBS: Essa espécie de segurados é bastante genérica, pode-se dizer que todo trabalhador 
excluído das demais características de segurado obrigatório será contribuinte individual. 
 
•Contribuintes individuais (autônomos e empresários) 
 
Figura criada pela Lei 9876/99, que englobou em uma única categoria os empresários, 
autônomos e equiparados. 
 a) Empresários – são aqueles que exercem atividades gerenciais ou de direção em 
grupos empresariais, além de pessoas físicas que exploram atividades agropecuárias, 
pesqueiras e de extração mineral em garimpo. 
 b) Autônomo – são aqueles que exerce atividade econômica por conta própria, com 
fins lucrativos ou não. A Lei 10403/02 inclui nessa categoria os ministros de confissão 
religiosa, padres, pastores e membros de instituto de vida consagrada. 
 
III) Segurados Obrigatórios Especiais: produtor rural, pescador artesanal. 
 
OBS: Uma contradição presente no sistema normativo que envolve esta categoria é que a lei 
previdenciária determina que esse segurado não tenha empregados, atuando em regime de 
economia familiar, sendo possível o auxilio eventual de terceiros em condições de mútua 
colaboração, dessa forma não pode haver subordinação nem remuneração; enquanto a 
Constituição permite que tenham empregados desde que não permanentes. 
 
•Segurados especiais 
São os trabalhadores rurais que exerçam suas atividades individualmente ou em sistema de 
economia familiar ainda que com auxílio eventual de terceiros. Nesse grupo se encontram o 
produtor rural, meeiro, arrendatário rural e pescadores artesanais. É considerado regime de 
economia familiar: o regime de economia familiar a atividade em que o trabalho dos membros 
da família é indispensável à própria subsistência e é exercido em condições de mútua 
dependência e colaboração, sem a utilização de empregados (art. 11 § 1° Lei 8213/91). 
 
SEGURADOS FACULTATIVOS 
 
IV) Segurados Facultativos: dona de casa, estudante, desempregado. 
 
A qualidade de segurado facultativo surge na manifestação de vontade da criação do vínculo 
previdenciário e do pagamento da contribuição. 
 
São maiores de 16 anos os não exercentes de atividade remunerada mas que voluntariamente 
se vinculam ao INSS. 
 
Segurados facultativos 
 
São aquelas pessoas que exercem atividades não enquadradas como segurados obrigatórios e 
por opção filiam ao regime de previdência social. 
 
A regra básica do seguro social é a compulsoriedade de filiação e a consequente contribuição. 
 
Pelo princípio da universalidade no atendimento, existe a possibilidade de inclusão no sistema 
daqueles indivíduos que não se encaixam como segurados obrigatórios do RGPS. 
 
Exige-se que seja maior de 16 anos cuja atividade não seja ilícita. Não pode estar filiado 
como segurado obrigatório. São exemplos de segurado facultativo: a dona de casa, o 
estudante, síndico não remunerado de condomínio, bolsista, dentre outros. 
 
O segurado facultativo tem direito a todas as prestações compatíveis com sua condição de não 
exercente de atividade profissional (aposentadoria por tempo de contribuição, idade e 
invalidez, salário-maternidade, auxílio doença e auxílio acidente). O segurado facultativo não 
tem direito a aposentadoria especial, benefícios decorrentes de acidente de trabalho e salário 
família. 
 
A filiação como segurado facultativo só produz efeitos a partir da inscrição e do primeiro 
recolhimento e não pode ser retroativa, isto é, para computar período anterior ao da inscrição. 
A lei veda o recolhimento de contribuições relativas a competências anteriores à inscrição 
(Dec. n. 3.048/99, art. 11, § 3º), não sendo possível recolher contribuições não pagas na época 
oportuna, para fins de comprovação de tempo de contribuição. Depois da filiação, o segurado 
facultativo só pode recolher contribuições em atraso se não tiver perdido a qualidade de 
segurado (art. 11, § 4º, do RPS) 
 
 
DEPENDENTES 
 
São beneficiários indiretos. 
 
Trata-se daquelas pessoas vinculadas a um segurado, surgindo desse vínculo seu vínculo com 
a Previdência Social. 
 
Os dependentes do segurado falecido estão expressamente relacionados na legislação 
previdenciária. 
 
A relação jurídica entre dependentes e INSS só se instaura quando deixa de existir relação 
jurídica entre este e o segurado, o que ocorre com sua morte ou recolhimento à prisão. 
 
Não existe hipótese legal de cobertura previdenciária ao dependente e ao segurado, 
simultaneamente. 
 
A inscrição do dependente se dá por ocasião do requerimento do benefício a que tiver direito 
(art. 17, § 1º, do PBPS), e mediante a apresentação dos documentos exigidos pelo art. 22 do 
RPS. 
 
OBS: A partir de 13.11.2019 (EC n. 103/2019), a condição de dependente pode ser 
reconhecida antes do óbito do segurado, quando se tratar de dependente inválido ou com 
deficiência intelectual, mental ou grave. Nesse caso, o dependente deverá ser submetido a 
avaliação biopsicossocial realizada por equipe multiprofissional e interdisciplinar, com 
revisões periódicas na forma da lei. Contudo, a relação jurídica previdenciária entre 
dependente e INSS só será aperfeiçoada com o óbito do segurado (art. 23, § 5º, da EC n. 
103/2019). 
 
A legislação os divide em classes no art. 16 caput da Lei 8213/91, sendo que a existência de 
dependente de qualquer das classes deste artigo exclui do direito às prestações os das classes 
seguintes, podendo ser transferido apenas dentro da mesma classe. 
 
Os dependentes previdenciários são aqueles que mantém vínculo de dependência jurídico ou 
econômico com os segurados da previdência social. Estão postos em: 
 
Classe I: cônjuge, companheiro(a) e filho não emancipado de qualquer condição, menor de 21 
anos ou inválido. 
 
Classe II: pais. 
 
Classe III: irmão, não emancipado, de qualquer condição, menor de 21 anos ou inválido. 
 
Art. 16. São beneficiários do Regime Geral de Previdência Social, na condição de 
dependentes do segurado: 
 
I - o cônjuge, a companheira, o companheiro e o filho não emancipado, de qualquer condição, 
menor de 21 (vinte e um) anos ou inválido ou que tenha deficiência intelectual ou mental ou 
deficiência grave; (Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015) 
 
II - os pais 
 
III - o irmão não emancipado, de qualquer condição, menor de 21 (vinte e um) anos ou 
inválido ou que tenha deficiência intelectual ou mental ou deficiência grave; (Redação dada 
pela Lei nº 13.146, de 2015) 
 
§ 1º A existência de dependente de qualquer das classes deste artigo exclui do direito às 
prestações os das classes seguintes. 
 
§ 2º O enteado e o menor tutelado equiparam-se a filho mediante declaração do segurado e 
desde que comprovada a dependência econômica na forma estabelecida no Regulamento. 
(Redação dada pela Lei nº 9.528, de 1997) 
 
§ 3º Considera-se companheira ou companheiro a pessoa que, sem ser casada, mantém união 
estável com o segurado ou com a segurada, de acordo com o § 3º do art. 226 da Constituição 
Federal. 
 
§ 4º A dependência econômica das pessoas indicadas no inciso I é presumida e a das demais 
deve ser comprovada 
 
§ 5º As provas de união estável e de dependência econômica exigem início de prova material 
contemporânea dos fatos, produzido em período não superior a 24 (vinte e quatro) meses 
anterior à data do óbitoou do recolhimento à prisão do segurado, não admitida a prova 
exclusivamente testemunhal, exceto na ocorrência de motivo de força maior ou caso fortuito, 
conforme disposto no regulamento. (Incluído pela Lei nº 13.846, de 2019) 
 
§ 6º Na hipótese da alínea c do inciso V do § 2º do art. 77 desta Lei, a par da exigência do § 5º 
deste artigo, deverá ser apresentado, ainda, início de prova material que comprove união 
estável por pelo menos 2 (dois) anos antes do óbito do segurado. (Incluído pela Lei nº 13.846, 
de 2019) 
 
§ 7º Será excluído definitivamente da condição de dependente quem tiver sido condenado 
criminalmente por sentença com trânsito em julgado, como autor, coautor ou partícipe de 
homicídio doloso, ou de tentativa desse crime, cometido contra a pessoa do segurado, 
ressalvados os absolutamente incapazes e os inimputáveis. (Incluído pela Lei nº 13.846, de 
2019) 
 
 
■ MANUTENÇÃO, PERDA E REAQUISIÇÃO DA QUALIDADE DE SEGURADO 
 
 
■ Manutenção da qualidade de segurado: o “período de graça” 
 
A regra geral é a de que a qualidade de segurado se mantém enquanto forem pagas as 
contribuições previdenciárias para o custeio do RGPS. 
 
Manter a qualidade de segurado significa manter o direito à cobertura previdenciária prevista 
na Lei n. 8.213/91. 
 
Porém, a lei prevê situações em que, mesmo sem o pagamento de contribuições 
previdenciárias, é mantida a qualidade de segurado. É o que se denomina período de 
graça, durante o qual o segurado faz jus a toda a cobertura previdenciária. 
 
Exemplo: se, durante o período de graça, o segurado ficar incapaz total e definitivamente 
para o trabalho, terá direito à cobertura previdenciária de aposentadoria por invalidez, se 
cumprida a carência, quando for o caso. 
 
O período de graça pode ou não ter duração determinada, conforme dispõe a lei. 
 
As hipóteses de manutenção da condição de segurado sem contribuição estão taxativamente 
enumeradas no art. 15 do PBPS, e no art. 13 do RPS. 
 
Mantém a qualidade de segurado: Sem limite de prazo: quem está em gozo de benefício, 
exceto do auxílio-acidente, restrição imposta pela Lei n. 13.876, de 18.06.2019, publicada na 
mesma data. 
 
Estar em gozo de benefício significa estar em período de recebimento de cobertura 
previdenciária, durante o qual o segurado não paga contribuições para o custeio do sistema. 
 
Exemplificando: enquanto estiver em gozo do benefício de auxílio-doença — o que ocorre 
quando o segurado está total e temporariamente incapacitado para o trabalho ou para suas 
atividades habituais (arts. 59 a 63 do PBPS) — mantém essa qualidade sem o pagamento de 
contribuições porque está, justamente, recebendo a cobertura previdenciária decorrente da 
contingência incapacidade total e temporária para o trabalho ou atividade habitualmente 
exercida. Artigo 15: 
Art. 15. Mantém a qualidade de segurado, independentemente de contribuições: 
I - sem limite de prazo, quem está em gozo de benefício; 
I - sem limite de prazo, quem está em gozo de benefício, exceto do auxílio-acidente; 
(Redação dada pela Lei nº 13.846, de 2019) 
II - até 12 (doze) meses após a cessação das contribuições, o segurado que deixar de 
exercer atividade remunerada abrangida pela Previdência Social ou estiver suspenso 
ou licenciado sem remuneração; 
II - até doze meses após a cessação das contribuições, o segurado que deixar de 
exercer atividade remunerada abrangida pela Previdência Social, que estiver 
suspenso ou licenciado sem remuneração ou que deixar de receber o benefício do 
Seguro-Desemprego; (Redação dada pela Medida Provisória nº 905, de 2019) 
(Revogada pela Medida Provisória nº 955, de 2020) Vigência encerrada 
II - até doze meses após a cessação das contribuições, o segurado que deixar de 
exercer atividade remunerada abrangida pela Previdência Social, que estiver 
suspenso ou licenciado sem remuneração ou que deixar de receber o benefício do 
Seguro-Desemprego; (Redação dada pela Medida Provisória nº 905, de 2019) 
(Revogada pela Medida Provisória nº 955, de 2020) (Vigência encerrada) 
II - até 12 (doze) meses após a cessação das contribuições, o segurado que deixar de 
exercer atividade remunerada abrangida pela Previdência Social ou estiver suspenso 
ou licenciado sem remuneração; 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13846.htm#art24
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Mpv/mpv905.htm#art50
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2020/Mpv/mpv955.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2020/Congresso/adc-113-mpv955.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Mpv/mpv905.htm#art50
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2020/Mpv/mpv955.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2020/Congresso/adc-127-mpv905.htm
III - até 12 (doze) meses após cessar a segregação, o segurado acometido de doença 
de segregação compulsória; 
IV - até 12 (doze) meses após o livramento, o segurado retido ou recluso; 
V - até 3 (três) meses após o licenciamento, o segurado incorporado às Forças 
Armadas para prestar serviço militar; 
VI - até 6 (seis) meses após a cessação das contribuições, o segurado facultativo. 
§ 1º O prazo do inciso II será prorrogado para até 24 (vinte e quatro) meses se o 
segurado já tiver pago mais de 120 (cento e vinte) contribuições mensais sem 
interrupção que acarrete a perda da qualidade de segurado. 
§ 2º Os prazos do inciso II ou do § 1º serão acrescidos de 12 (doze) meses para o 
segurado desempregado, desde que comprovada essa situação pelo registro no órgão 
próprio do Ministério do Trabalho e da Previdência Social. 
§ 3º Durante os prazos deste artigo, o segurado conserva todos os seus direitos 
perante a Previdência Social. 
§ 4º A perda da qualidade de segurado ocorrerá no dia seguinte ao do término do 
prazo fixado no Plano de Custeio da Seguridade Social para recolhimento da 
contribuição referente ao mês imediatamente posterior ao do final dos prazos 
fixados neste artigo e seus parágrafos. 
 
■ Perda da qualidade de segurado: consequências 
 
Regra geral, transcorrido o período de graça, sem que o segurado volte a pagar contribuições 
destinadas ao custeio do RGPS, opera-se a perda da qualidade de segurado. 
 
Perder a qualidade de segurado significa perder o direito a toda e qualquer cobertura 
previdenciária para o segurado e seus dependentes (art. 102 do PBPS). 
 
Necessário, porém, atentar para o disposto no § 4º do art. 15 do PBPS: a perda da qualidade 
de segurado ocorrerá no dia seguinte ao do término do prazo fixado no Plano de Custeio da 
Seguridade Social para recolhimento da contribuição referente ao mês imediatamente 
posterior ao do final dos prazos fixados neste artigo e seus parágrafos. 
 
Há situações em que a perda da qualidade de segurado não acarreta a perda do direito à 
cobertura previdenciária. São hipóteses taxativamente enumeradas na lei: 
 
 
a) Aposentadorias por tempo de contribuição (regras de transição da EC n. 103/2019) e 
especial. 
 
O art. 3º da Lei n. 10.666/200398 e o § 5º do art. 13 do RPS preveem que a perda da 
qualidade de segurado não impede a concessão das aposentadorias por tempo de contribuição 
e especial. O dispositivo só pode ser compreendido se analisado de forma sistemática. 
 
O regime previdenciário é eminentemente contributivo, tanto que, como será analisado (item 
5.3.4.1, infra), impõe o cumprimento de carências para que se aperfeiçoe o direito à proteção 
previdenciária, salvo exceções expressamente previstas na lei. 
 
Se o segurado cumpriu a necessária carência para a obtenção desses benefícios, a posterior 
perda da qualidade de segurado não pode impedi-lo de usufruir o benefício, sob pena de 
enriquecimento ilícito do orçamento previdenciário. 
 
É o que dispõem os arts. 102, § 1º, do PBPS, e 180, do RPS. O benefício será, então, 
concedido na forma da legislação em vigor nadata em que todos os requisitos foram 
cumpridos. É a garantia constitucional do direito adquirido, respeitada pela legislação 
previdenciária. 
 
 
b) Aposentadoria por idade. O § 1º do art. 3º da Lei n. 10.666/2003 dispõe que: “Na hipótese 
de aposentadoria por idade, a perda da qualidade de segurado não será considerada para a 
concessão desse benefício, desde que o segurado conte com, no mínimo, o tempo de 
contribuição correspondente ao exigido para efeito de carência na data do requerimento do 
benefício”. 
 
A Lei n. 10.666/2003 apenas acolheu o que a jurisprudência há muito decidia, garantindo o 
direito à aposentadoria por idade ao segurado que, tendo perdido essa condição, contasse com, 
no mínimo, o tempo de contribuição exigido para efeito de carência na data do requerimento 
do benefício. Note-se que o dispositivo legal determina que a carência a considerar é a da data 
do requerimento do benefício e não a da data em que o segurado completou a idade. A nosso 
ver, o dispositivo não se aplica a todas as situações. 
 
É que nem sempre a data do requerimento do benefício coincide com a data em que se 
completou a idade para esse tipo de aposentadoria. Pode ocorrer que o segurado humilde, sem 
informação, complete todos os requisitos para se aposentar por idade — carência + idade —, 
mas só faça o requerimento algum tempo depois. Se levada em consideração a carência 
exigida na data do requerimento, que pode ser maior, pode ocorrer de o segurado não 
conseguir cumpri-la. 
 
Se isso ocorrer, restará violado o seu direito adquirido de se aposentar pela norma vigente 
quando completou todos os requisitos. 
 
Não se deve perder de vista que a aposentadoria por idade só é concedida aos trabalhadores 
urbanos conforme as regras de transição da EC n. 103/2019, uma vez que o implemento da 
idade deixa de ser contingência protegida com aposentadoria. 
 
As regras, contudo, continuam valendo para os trabalhadores rurais, que continuam tendo 
direito à aposentadoria por idade aos 60 anos, se homem, e 55 anos, se mulher. 
 
 
c) Pensão por morte após a perda da qualidade de segurado. Regra geral, perdida a qualidade 
de segurado, tanto este quanto seus dependentes deixam de ter direito a toda e qualquer 
cobertura previdenciária. 
 
Há situações, porém, em que a perda da qualidade de segurado ocorre quando já cumpridos, 
pelo segurado, todos os requisitos para a aposentadoria, em qualquer de suas espécies. Nesses 
casos, se vivo estivesse, o segurado teria direito adquirido de se aposentar. 
 
Então, a morte, nesse caso, após a perda da qualidade de segurado continua sendo 
contingência geradora de necessidade protegida pelo sistema previdenciário, ficando 
garantido aos dependentes o benefício de pensão por morte (art. 102, § 2º, do PBPS e art. 180, 
§ 2º, do RPS). 
 
Em Recurso Especial julgado sob o rito dos Recursos Repetitivos, o STJ adotou esse 
entendimento: “(...) I — A condição de segurado do de cujus é requisito necessário ao 
deferimento do benefício de pensão por morte ao(s) seu(s) dependente(s). Excepciona-se essa 
regra, porém, na hipótese de o falecido ter preenchido, ainda em vida, os requisitos 
necessários à concessão de uma das espécies de aposentadoria do Regime Geral de 
Previdência Social — RGPS. Precedentes. II —In casu, não detendo a de cujus, quando do 
evento morte, a condição de segurada, nem tendo preenchido em vida os requisitos 
necessários à sua aposentação, incabível o deferimento do benefício de pensão por morte aos 
seus dependentes (...)” (REsp 1.110.565, 3ª Seção, Rel. Min. Felix Fischer, DJe 03.08.2009). 
 
 
d) Aposentadoria por invalidez (incapacidade total e permanente). Não perde a qualidade de 
segurado aquele que deixa de contribuir em razão de incapacidade para o trabalho, fazendo 
jus à aposentadoria por invalidez (incapacidade permanente, na forma da EC n. 103/2019). 
 
A incapacidade, total ou parcial, temporária ou permanente, é contingência geradora de 
necessidade protegida pela Previdência Social, que, uma vez configurada, faz nascer direito 
subjetivo a um benefício por incapacidade (auxílio-doença ou aposentadoria por invalidez, 
conforme se trate de incapacidade temporária ou permanente), que, por várias razões, pode 
não ter sido exercido pelo segurado durante o período de graça. 
 
 
■ Reaquisição da qualidade de segurado 
 
Findo o período de graça, configura-se a perda da qualidade de segurado. 
 
Se este desejar impedir que isso aconteça, deverá providenciar o recolhimento da contribuição 
previdenciária referente ao mês imediatamente posterior ao do final dos prazos fixados no art. 
15 do PBPS (§ 4º do art. 15 e art. 14 do Dec. n. 3.048/99). Exemplificamos: se o período de 
graça findou em 13 de outubro e o segurado deseja manter essa qualidade, deve proceder ao 
recolhimento da contribuição referente ao mês de novembro no prazo fixado no Plano de 
Custeio (Lei n. 8.212/91). 
 
 
■ Perda da qualidade de dependente 
 
As hipóteses de perda da qualidade de dependente estão relacionadas no art. 17 do RPS, 
modificado pelo Decreto n. 6.939, de 18.08.2009. Porém, o dispositivo deverá ser adequado 
às alterações do art. 16 decorrentes das Leis ns. 13.135 e 13.146, de 2015. 
 
Perdem a condição de dependentes: 
 
a) O cônjuge: pela separação judicial ou divórcio, se não tiver direito à pensão alimentícia; 
pelo decurso do prazo de pagamento de alimentos temporários fixados por decisão judicial; 
pela anulação do casamento, uma vez que, dissolvido o vínculo conjugal, o casamento 
anulado não pode gerar relação jurídica previdenciária; pelo óbito; por sentença transitada em 
julgado. 
 
b) A(o) companheira(o): quando cessar a união estável com o(a) segurado(a), se não tiver 
direito à pensão alimentícia, ou decorrer o pagamento de alimentos temporários fixados por 
decisão judicial. 
 
c) Os filhos e irmãos, de qualquer condição: quando completarem 21 anos, salvo se forem 
inválidos ou com deficiência mental ou intelectual ou deficiência grave, ou se emanciparem. 
Se, embora inválidos ou com deficiência mental ou intelectual ou deficiência grave, se 
emanciparem e a emancipação se der em decorrência de colação de grau em curso superior, 
não se opera a perda da qualidade de dependente (art. 114, II, do RPS). 
 
O Decreto n. 6.939/2009 modificou a redação do art. 108 do RPS: a pensão por morte 
somente será devida ao filho e ao irmão cuja invalidez tenha ocorrido antes da emancipação 
ou antes de completar a idade de 21 anos, desde que reconhecida ou comprovada, pela perícia 
médica do INSS, a continuidade da invalidez até a data do óbito do segurado. 
 
d) Os filhos e irmãos, de qualquer condição, com deficiência intelectual ou mental: pelo 
levantamento da interdição. Atente-se, porém, para a nova redação dada ao art. 16 do PBPS, 
que deixou de exigir a declaração judicial de incapacidade. 
 
e) Os dependentes em geral: quando cessar a invalidez, quando cessar a condição de 
deficiência ou pelo seu falecimento. 
 
 
■ CARÊNCIA 
 
Segundo o artigo 24 da Lei n. 8.213/1991: “período de carência é o número de contribuições mensais 
indispensáveis para que o beneficiário faça jus ao benefício, consideradas a partir do transcurso do 
primeiro dia dos meses de suas competências” (art. 24 da Lei n. 8.213/1991). 
Daniel Machado da Rocha: “Neste comando legal jaz uma norma protetiva do sistema impondo um 
período mínimo durante o qual o obreiro, cuja qualidade de segurado foi adquirida, não poderá 
usufruir de determinados benefícios, a fim de se preservar o sistema de previdência social, 
essencialmente contributivo, daqueles que só acorrem a ele quando atingidos pelo risco social”. 
 
A EC n. 103/2019 não cita a necessidade de cumprimento de períodos de carência para a concessão 
das aposentadorias reguladas pelas regras transitórias da Reforma da Previdência. Entretanto, não 
significa quetenha revogado ou afastado a aplicação do cumprimento desse requisito. 
 
Isto porque, durante o período de carência, o beneficiário ainda não tem direito à prestação 
previdenciária. 
 
Como se cogita de Previdência, isto é, cobertura de danos futuros e incertos, e não de assistência, que 
seria a atividade de amparo a qualquer manifestação de necessidade decorrente de risco social, a 
presença do dano no próprio momento da vinculação distorceria a finalidade do sistema e levaria a 
Previdência Social a tornar-se uma instituição de caráter assistencial. 
 
O dia do início da contagem do período de carência é feito observando-se as seguintes regras: 
 
- para o segurado empregado, inclusive o doméstico, trabalhador avulso e contribuinte individual (este 
a partir de abril de 2003, quando prestar serviços à empresa, que possui a obrigação de retenção e 
recolhimento): o primeiro dia do mês de filiação ao RGPS, ou seja, desde o primeiro dia do mês em 
que iniciou a execução de atividade remunerada nesta condição, sendo presumida a contribuição; 
 
- para o segurado contribuinte individual (observado o disposto no § 4º do art. 26 do Decreto n. 
3.048/1999), especial (este enquanto contribuinte individual na forma do disposto no § 2º do art. 200 
do mesmo Decreto), e facultativo: da data do efetivo recolhimento da primeira contribuição sem 
atraso, não sendo consideradas para esse fim as contribuições recolhidas com atraso referentes a 
competências anteriores, observado, quanto ao segurado facultativo, o disposto nos §§ 3º e 4º do art. 
11 do Decreto n. 3.048/1999. 
 
O cálculo da carência é considerado a partir do primeiro dia do mês correspondente à competência a 
que se refere o recolhimento da contribuição. Isto é, mesmo o segurado que tenha começado a exercer 
atividade no dia 31 de um mês tem contabilizado, para efeitos de carência, todo o período daquele 
mês. 
 
As contribuições recolhidas em atraso devem ser consideradas para efeito de carência, desde que 
posteriores à primeira paga sem atraso, conforme regra prevista no art. 27, II, da Lei n. 8.213/1991. No 
entanto, existe a possibilidade de cômputo das contribuições recolhidas com atraso pelo contribuinte 
individual, relativas ao período entre a perda da qualidade de segurado e a sua reaquisição, para efeito 
de carência? 
 
Entendemos que sim, pois decorre da interpretação do art. 27, II, da Lei de Benefícios, que não exige a 
manutenção da qualidade de segurado nessa hipótese. Entretanto, o tema é polêmico no âmbito 
jurisprudencial. 
 
A concessão das prestações pecuniárias do RGPS depende dos seguintes períodos de carência, de 
acordo com o art. 25 da Lei n. 8.213/1991: 
 
- 12 contribuições mensais, nos casos de auxílio-doença e aposentadoria por invalidez; 
 - 24 contribuições mensais, no caso do auxílio-reclusão (incluído pela MP n. 
871/2019, convertida na Lei n. 13.846/2019); 
- 180 contribuições mensais, nos casos de aposentadoria por idade, por tempo de 
serviço (transformada em aposentadoria por tempo de contribuição pela EC n. 20/1998 
e extinta pela EC n. 103/2019) e especial; 
- 10 contribuições mensais, no caso do salário-maternidade para as seguradas 
contribuintes individuais e seguradas facultativas; 
- 12 meses de exercício de atividade rural, imediatamente anteriores ao do início do 
benefício, no caso do salário-maternidade das seguradas especiais (art. 25, III, com 
redação conferida pela Lei n. 13.846/2019, c/c art. 39, parágrafo único, da LBPS). 
 
A concessão das seguintes prestações pecuniárias do RGPS independe de carência, de acordo com o 
art. 26 da Lei n. 8.213/1991: 
I - pensão por morte, salário-família e auxílio-acidente; (Redação dada pela Lei nº 
13.846, de 2019) 
II - auxílio-doença e aposentadoria por invalidez nos casos de acidente de qualquer 
natureza ou causa e de doença profissional ou do trabalho, bem como nos casos de 
segurado que, após filiar-se ao RGPS, for acometido de alguma das doenças e 
afecções especificadas em lista elaborada pelos Ministérios da Saúde e da Previdência 
Social, atualizada a cada 3 (três) anos, de acordo com os critérios de estigma, 
deformação, mutilação, deficiência ou outro fator que lhe confira especificidade e 
gravidade que mereçam tratamento particularizado; (Redação dada pela Lei nº 13.135, 
de 2015) 
III - os benefícios concedidos na forma do inciso I do art. 39, aos segurados especiais 
referidos no inciso VII do art. 11 desta Lei; 
IV - serviço social; 
V - reabilitação profissional. 
VI – salário-maternidade para as seguradas empregada, trabalhadora avulsa e 
empregada doméstica. (Incluído pela Lei nº 9.876, de 26.11.99) 
 
Artigos 24 e 25 da Lei n. 8213/91: 
Art. 24. Período de carência é o número mínimo de contribuições mensais 
indispensáveis para que o beneficiário faça jus ao benefício, consideradas a partir do 
transcurso do primeiro dia dos meses de suas competências. 
Parágrafo único. Havendo perda da qualidade de segurado, as contribuições 
anteriores a essa data só serão computadas para efeito de carência depois que o 
segurado contar, a partir da nova filiação à Previdência Social, com, no mínimo, 1/3 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13846.htm#art24
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13846.htm#art24
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13135.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13135.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9876.htm#art2
(um terço) do número de contribuições exigidas para o cumprimento da carência 
definida para o benefício a ser requerido. (Vide Medida Provisória nº 242, de 2005) 
(Revogado pela Medida Provisória nº 739, de 2016) (Vigência encerrada) 
Parágrafo único. Havendo perda da qualidade de segurado, as contribuições 
anteriores a essa data só serão computadas para efeito de carência depois que o 
segurado contar, a partir da nova filiação à Previdência Social, com, no mínimo, 1/3 
(um terço) do número de contribuições exigidas para o cumprimento da carência 
definida para o benefício a ser requerido. (Vide Medida Provisória nº 242, de 2005) 
(Revogado pela Medida Provisória nº 767, de 2017) (Revogado pela lei nº 13.457, 
de 2017) 
Art. 25. A concessão das prestações pecuniárias do Regime Geral de Previdência 
Social depende dos seguintes períodos de carência, ressalvado o disposto no art. 26: 
I - auxílio-doença e aposentadoria por invalidez: 12 (doze) contribuições mensais; 
II - aposentadoria por idade, aposentadoria por tempo de serviço, aposentadoria 
especial e abono de permanência em serviço: 180 (cento e oitenta) contribuições 
mensais. 
II - aposentadoria por idade, aposentadoria por tempo de serviço e aposentadoria 
especial: 180 contribuições mensais. (Redação dada pela Lei nº 8.870, de 1994) 
III - salário-maternidade para as seguradas de que tratam os incisos V e VII do art. 
11 e o art. 13: dez contribuições mensais, respeitado o disposto no parágrafo único 
do art. 39 desta Lei. (Incluído pela Lei nº 9.876, de 26.11.99) 
III - salário-maternidade para as seguradas de que tratam os incisos V e VII do caput 
do art. 11 e o art. 13: dez contribuições mensais, respeitado o disposto no parágrafo 
único do art. 39; e (Redação dada pela Medida Provisória nº 871, de 2019) 
III - salário-maternidade para as seguradas de que tratam os incisos V e VII do 
caput do art. 11 e o art. 13 desta Lei: 10 (dez) contribuições mensais, respeitado o 
disposto no parágrafo único do art. 39 desta Lei; e (Redação dada pela Lei nº 
13.846, de 2019) 
IV -auxílio-reclusão: vinte e quatro contribuições mensais. (Incluído pela Medida 
Provisória nº 871, de 2019) 
IV - auxílio-reclusão: 24 (vinte e quatro) contribuições mensais. (Incluído pela Lei 
nº 13.846, de 2019) 
Parágrafo único. Em caso de parto antecipado, o período de carência a que se refere 
o inciso III será reduzido em númerode contribuições equivalente ao número de 
meses em que o parto foi antecipado. (Incluído pela Lei nº 9.876, de 26.11.99) 
Art. 26. Independe de carência a concessão das seguintes prestações: 
I - pensão por morte, auxílio-reclusão, salário-família, salário-maternidade, auxílio-
acidente e pecúlios 
I - pensão por morte, auxílio-reclusão, salário-família e auxílio-acidente; (Redação 
dada pela Lei nº 9.876, de 26.11.99) 
I - pensão por morte, salário-família e auxílio-acidente; (Redação dada pela Medida 
Provisória nº 871, de 2019) 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2005/Mpv/242.htm#art3
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2016/Mpv/mpv739.htm#art11
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2016/Congresso/adc-058-mpv739.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2005/Mpv/242.htm#art3
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Mpv/mpv767.htm#art12
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13457.htm#art13
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13457.htm#art13
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8870.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9876.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Mpv/mpv871.htm#art25
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13846.htm#art24
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13846.htm#art24
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Mpv/mpv871.htm#art25
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Mpv/mpv871.htm#art25
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13846.htm#art24
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13846.htm#art24
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9876.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9876.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9876.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Mpv/mpv871.htm#art25
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Mpv/mpv871.htm#art25
I - pensão por morte, salário-família e auxílio-acidente; (Redação dada pela Lei nº 
13.846, de 2019) 
II - auxílio-doença e aposentadoria por invalidez nos casos de acidente de qualquer 
natureza ou causa e de doença profissional ou do trabalho, bem como nos casos de 
segurado que, após filiar-se ao Regime Geral de Previdência Social, for acometido 
de alguma das doenças e afecções especificadas em lista elaborada pelos Ministérios 
da Saúde e do Trabalho e da Previdência Social a cada três anos, de acordo com os 
critérios de estigma, deformação, mutilação, deficiência, ou outro fator que lhe 
confira especificidade e gravidade que mereçam tratamento particularizado; 
II - auxílio-doença e aposentadoria por invalidez nos casos de acidente de qualquer 
natureza ou causa e de doença profissional ou do trabalho, bem como nos casos de 
segurado que, após filiar-se ao Regime Geral de Previdência Social, for acometido 
de alguma das doenças e afecções especificadas em lista elaborada pelos Ministérios 
da Saúde e da Previdência Social, de acordo com os critérios de estigma, 
deformação, mutilação, deficiência ou outro fator que lhe confira especificidade e 
gravidade que mereçam tratamento particularizado; (Redação dada pela Medida 
Provisória nº 664, de 2014) (Vigência) 
II - auxílio-doença e aposentadoria por invalidez nos casos de acidente de qualquer 
natureza ou causa e de doença profissional ou do trabalho, bem como nos casos de 
segurado que, após filiar-se ao RGPS, for acometido de alguma das doenças e 
afecções especificadas em lista elaborada pelos Ministérios da Saúde e da 
Previdência Social, atualizada a cada 3 (três) anos, de acordo com os critérios de 
estigma, deformação, mutilação, deficiência ou outro fator que lhe confira 
especificidade e gravidade que mereçam tratamento particularizado; (Redação dada 
pela Lei nº 13.135, de 2015) 
III - os benefícios concedidos na forma do inciso I do art. 39, aos segurados 
especiais referidos no inciso VII do art. 11 desta Lei; 
IV - serviço social; 
V - reabilitação profissional. 
VI – salário-maternidade para as seguradas empregada, trabalhadora avulsa e 
empregada doméstica. (Incluído pela Lei nº 9.876, de 26.11.99) 
Art. 27. Para cômputo do período de carência, serão consideradas as contribuições: 
I - referentes ao período a partir da data da filiação ao Regime Geral de Previdência 
Social, no caso dos segurados empregados e trabalhadores avulsos referidos nos 
incisos I e VI do art. 11; 
II - realizadas a contar da data do efetivo pagamento da primeira contribuição sem 
atraso, não sendo consideradas para este fim as contribuições recolhidas com atraso 
referentes a competências anteriores, no caso dos segurados referidos nos incisos II, 
III, IV, V e VII, este enquanto contribuinte facultativo, do art. 11 e no art. 13 desta 
lei. 
II - realizadas a contar da data do efetivo pagamento da primeira contribuição sem 
atraso, não sendo consideradas para este fim as contribuições recolhidas com atraso 
referentes a competências anteriores, no caso dos segurados empregado doméstico, 
contribuinte individual, especial e facultativo, referidos, respectivamente, nos 
incisos II, V e VII do art. 11 e no art. 13. (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 
26.11.99) 
Art. 27. Para cômputo do período de carência, serão consideradas as contribuições: 
(Redação dada pela Lei Complementar nº 150, de 2015) 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13846.htm#art24
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13846.htm#art24
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2014/Mpv/mpv664.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2014/Mpv/mpv664.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2014/Mpv/mpv664.htm#art5iii
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13135.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13135.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9876.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9876.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9876.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/LCP/Lcp150.htm#art37
I - referentes ao período a partir da data de filiação ao Regime Geral de Previdência 
Social (RGPS), no caso dos segurados empregados, inclusive os domésticos, e dos 
trabalhadores avulsos; (Redação dada pela Lei Complementar nº 150, de 2015) 
II - realizadas a contar da data de efetivo pagamento da primeira contribuição sem 
atraso, não sendo consideradas para este fim as contribuições recolhidas com atraso 
referentes a competências anteriores, no caso dos segurados contribuinte individual, 
especial e facultativo, referidos, respectivamente, nos incisos V e VII do art. 11 e no 
art. 13. (Redação dada pela Lei Complementar nº 150, de 2015) 
Parágrafo único. No caso de perda da qualidade de segurado, para efeito de carência 
para a concessão dos benefícios de auxílio-doença, de aposentadoria por invalidez e 
de salário-maternidade, o segurado deverá contar, a partir da nova filiação à 
Previdência Social, com os períodos previstos nos incisos I e III do caput do art. 25. 
(Incluído pela Medida Provisória nº 739, de 2016) (Vigência encerrada) 
Art. 27-A. No caso de perda da qualidade de segurado, para efeito de carência para a 
concessão dos benefícios de auxílio-doença, de aposentadoria por invalidez e de 
salário-maternidade, o segurado deverá contar, a partir da nova filiação à 
Previdência Social, com os períodos previstos nos incisos I e III do caput do art. 25. 
(Incluído pela Medida Provisória nº 767, de 2017) 
Art. 27-A. No caso de perda da qualidade de segurado, para efeito de carência para 
a concessão dos benefícios de que trata esta Lei, o segurado deverá contar, a partir 
da nova filiação à Previdência Social, com metade dos períodos previstos nos 
incisos I e III do caput do art. 25 desta Lei.(Incluído pela lei nº 13.457, de 2017) 
Art. 27-A. Na hipótese de perda da qualidade de segurado, para fins da concessão 
dos benefícios de auxílio-doença, de aposentadoria por invalidez, de salário-
maternidade e de auxílio-reclusão, o segurado deverá contar, a partir da data da nova 
filiação à Previdência Social, com os períodos integrais de carência previstos nos 
incisos I, III e IV do caput do art. 25. (Redação dada pela Medida Provisória nº 871, 
de 2019) 
Art. 27-A Na hipótese de perda da qualidade de segurado, para fins da concessão 
dos benefícios de auxílio-doença, de aposentadoria por invalidez, de salário-
maternidade e de auxílio-reclusão, o segurado deverá contar, a partir da data da nova 
filiação à Previdência Social, com metade dos períodos previstos nos incisos I, III e 
IV do caput do art. 25 desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 13.846, de 2019) 
 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/LCP/Lcp150.htm#art37
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/LCP/Lcp150.htm#art37
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2016/Mpv/mpv739.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2016/Congresso/adc-058-mpv739.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Mpv/mpv767.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13457.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Mpv/mpv871.htm#art25
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Mpv/mpv871.htm#art25
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13846.htm#art24

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