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Controle de Expressão Gênica As células possuem o mesmo genoma, mas expressam RNAs e proteínas diferentes. Uma típica célula diferenciada expressa apenas cerca de metade dos genes de seu repertório total. Proteínas de Manutenção (proteínas comuns a todas as células do organismo): - Proteínas estruturais dos cromossomos - RNA-polimerases - Enzimas de reparo do DNA - Proteínas dos ribossomos - Enzimas envolvidas na glicólise e outros processos metabólicos básicos. - Muitas das proteínas que formam o citoesqueleto Uma célula pode alterar a expressão dos seus genes em resposta a sinais externos. Glândulas suprarrenais podem aumentar expressão de cortisol em resposta a jejum, estresse e exercício físico intenso, causando no fígado aumento na produção de glicose a partir de aminoácidos como tirosina pela enzina tirosina-aminotransferase e já os adipócitos respondem de forma diferente, diminuindo produção de tirosina-aminotransferase. Diferentes tipos celulares podem responder de maneiras diferentes para o mesmo sinal extracelular. Seis etapas nas quais a expressão gênica eucariótica pode ser controlada. Reguladores Pré-Transcricionais: Ativadores e Repressores Na bactéria E. Coli, em situações de baixos níveis de glicose, aumenta a quantidade do sinalizador AMP que se liga a proteína ativadora CAP, sinalizando a região promotora para a RNA Polimerase. Quando aumenta a quantidade intracelular de lactose, o repressor na região operadora muda sua conformação em contato com ela, liberando o Óperon LAC para transcrição. Conforme caem os níveis de lactose, ela se desliga do receptor que volta a inativar o óperon. O uso de um ativador (pode aumentar a taxa de transcrição até mil vezes) e um repressor permitem que o gene seja expresso apenas quando a glicose está ausente e a lactose está presente. Quando regiões da eucromatina são convertidas ao estado de heterocromatina, seus genes geralmente são desligados Em contrapartida, a regulação da transcrição em eucariotos envolve dezenas de reguladores controlando um único gene, com sequências reguladoras espalhadas ao longo de dezenas de milhares de pares de nucleotídeos, com a formação de alças de DNA possibilitando que interajam umas com as outras e com a RNA-polimerase no promotor. Região promotora (TATA-box) é uma região rica em timina e adenina pois facilita a abertura da fita e é onde a RNA-Polimerase vai se ligar. Para algumas proteínas as células possuem uma taxa basal de produção, mas em algumas situações é necessário o aumento na produção, como no caso do cortisol, que irá levar uma proteína ativadora a se ligar na região estimuladora no DNA, que então se dobra e faz contato com a RNA-Polimerase e fatores gerais de transcrição através de uma proteína mediadora, ativando a RNA-Polimerase aumentando o início da transcrição, no caso de tirosina-aminotransferase. Proteínas modificadoras de cromatina Modificação da estrutura da heterocromatina é feita pela proteína complexo de remodelagem de cromatina, que cria um espaçamento entre os nucleossomos, e pelas enzimas histona- acteiltransferase e histona-metiltransferase que acetila as histonas, neutralizando sua carga positiva, que atraía o DNA, e afrouxando a cromatina, tornando o promotor acessível aos fatores gerais de transcrição e à RNA-polimerase. Controle combinatório: Reguladores transcricionais, proteínas modificadoras de cromatina, fatores gerais de transcrição e RNA-Polimerase atuam em conjunto formando um mesmo complexo através do mediador para regular a expressão de um gene individual. Cada regulador transcricional também pode controlar a expressão de muitos genes, de modo que a diferente combinação entre eles permite a formação de diferentes tipos celulares, mesmo que os reguladores sejam os mesmos. Dessa forma, a expressão artificial de três reguladores transcricionais específicos de neurônios em células hepáticas pode converter essas células hepáticas em células nervosas funcionais Herança epigenética Mudanças na expressão gênica que podem ser herdadas, mas que não alteram a sequência do DNA. Uma célula de músculo liso, por exemplo, possui uma combinação de reguladores transcricionais que garantem as características dessa célula mediante a expressão e inibição de certos genes e, na divisão celular, as células filhas herdam esse padrão e também se desenvolvem em células de músculo liso. Isso se chama memória celular. Esses reguladores transcricionais também irão sempre transcrever seu próprio gene, o que cria um ciclo de retroalimentação positiva que mantém essa característica. Outro mecanismo epigenético é a metilação do DNA, feita pela adição de um radical metil na posição 5’ de uma citosina seguida por uma guanina e esse mecanismo se propaga pela enzima metiltransferase de manutenção que metila a citosina da fita complementar se a citosina da fita parental estiver metilada. A metilação auxilia a reprimir a transcrição interferindo na ligação de reguladores transcricionais e fatores gerais de transcrição, silenciando o gene, além de atrair enzimas modificadoras de histonas, fazendo com que a cromatina se enovele mais fortemente nas histonas e torne o gene menos acessível. Esse mecanismo é muito presente em células tumorais onde a metilação das ilhas CG na região promotora silencia genes supressores de tumores, favorecendo a progressão do câncer. As células contêm um conjunto de genes herdado do pai e um da mãe. A expressão de uma pequena minoria de genes depende de ele ser herdado da mãe ou do pai: quando a cópia herdada do pai é ativa, a herdada da mãe é silenciosa, ou vice-versa. Esse fenômeno é denominado imprinting genômico. Aproximadamente 300 genes sofrem imprinting em humanos. Como somente uma cópia de cada um desses genes é expressa, o imprinting pode “desmascarar” mutações que normalmente seriam suprimidas pela cópia funcional. Por exemplo, a síndrome de Angelman, um distúrbio do sistema nervoso em humanos que causa redução da capacidade mental e prejuízos graves na fala, resulta de uma deleção gênica em um homólogo cromossômico e o silenciamento, por imprinting, do gene intacto no cromossomo homólogo correspondente. (Síndrome de Prader Willi também ocorre por imprinting). Imprinting é o silenciamento por metilação, que dependendo da origem pode ser metilado ou não, como o gene Igf2 no camundongo. A cópia materna sempre é metilada, enquanto que a paterna não. Se houver uma mutação na cópia materna nada acontece, mas se a mutação for na cópia de origem paterna irá afetar o crescimento da prole porque a metilação da cópia da mãe impede transcrição e compensação. Durante a formação da célula germinativa a metilação é apagada, se o indivíduo for do sexo feminino em cada cópia do gene no ovócito maturo ocorrerá metilação, porém se o indivíduo for do sexo masculino não haverá metilação nas cópias do gene dos espermatozoides maduros, mesmo que o indivíduo tenha herdado uma cópia materna metilada.
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