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Linkedin: @LLNADV - Instagram @luizlunaneto – E-mail: Luiz.araujo@grupounibra.com AULA 04 – TEMA: INRQUÉRITO POLICIAL DIREITO PROCESSUAL PENAL I - A persecução penal se desenvolve, ordinariamente, em duas fases: a) Investigação Preliminar; e b) Processo Judicial. - Regra geral, a persecução penal será formada por essas duas fases, exceto quando essa investigação preliminar, realizada através do IPL for desprezível ou inútil para elucidação do fato criminoso. Ex: Crime contra honra cometido pela imprensa, em uma matéria assinada. - Ou ainda, em casos em que os elementos de informação podem ser colhidos por outros meios que não o IPL. Ex: PAD, ICP, CPI e etc. Inquérito Policial – Noções Gerais • O inquérito Policial é uma atividade realizada pela Polícia Judiciária, visando a investigação de um delito e sua autoria. • Divisão da Polícia: a) Polícia de Segurança: É aquela que irá exercer uma atividade preventiva ou ainda de repressão imediata ao delito, ou seja, seria a função exercida pela Polícia Militar. Inquérito Policial – Noções Gerais b) Polícia Judiciária: Também tem uma característica repressiva por ser algo inexorável a sua atividade investigativa. Então a função principal da Polícia Judiciária é exercer a atividade de investigar o delito. Essas serão, portanto, atribuições para a Polícia Civil dos Estados e, nos crimes de natureza federal, da Polícia Federal. C) Polícia Penal: Esse tipo de polícia foi recentemente criada pela Emenda Constitucional n°104 de 04.12.2019. Ela tem atuação nos âmbitos Federal, Estadual e do DF. Previsão legal: art.144, caput, VI. A PP está vinculada ao sistema penitenciário, tendo como atribuição a segurança desses estabelecimentos penais. Inquérito Policial – Noções Gerais -> A Polícia de segurança, a Polícia Judiciária e a Polícia Penal, em quaisquer dos seus âmbitos de atuação, são órgãos administrativos não integrando, portanto, o Poder Judiciário. -> E porque o nome Polícia Judiciária se ela não é um órgão do Poder Judiciário? -> O inquérito Policial será, portanto, atribuição da Polícia Judiciária. Ela irá ser a responsável pela prática de atos investigativos com a finalidade de possibilitar, no futuro, a instauração do processo penal perante o judiciário. -> Conforme dispõe o art. 2 da Lei n°12.830/2013 é atribuição da polícia judiciária apurar o cometimento de quaisquer infrações penais, sob a presidência de um Delegado (Esse delegado deve ser de carreira). -> Já o art.144, §1º, IV da CF/88 será o responsável por atribuir essa competência investigativa à Polícia Federal. OBS: Mas a CF diz que essa competência de Polícia Judiciária é exclusiva da PF, e agora? -> Qual a finalidade do Inquérito Policial ou dessa chamada investigação preliminar? - Apurar a ocorrência de uma infração penal e sua autoria, a fim de que o titular da ação penal possa exercê-la de forma plena. Isto é, realizar a Denúncia e requerer as medidas cautelares. - Atenção! Para Aury Lopes Jr. a finalidade do IPL não é a descoberta plena da existência de um crime e de sua autoria, mas sim, a colheita de informações que permitam um juízo de “probabilidade” da existência do crime e de sua autoria. Inquérito Policial – Finalidade -> Em virtude de algumas previsões legais, vão existir espécies de inquéritos (investigações preliminares) que não estarão sendo conduzidos pela Polícia Judiciária. -> Exemplos: i) Código Florestal – Lei 4.771/1965 – Art.33, b.; ii) Crimes Militares – Art.8. CPPM Quem será o presidente do inquérito nesse caso ? Resposta: art.7 do CPPM; iii) CPI – Comissões Parlamentares de Inquérito – Lei n° 11.579/1952 Inquéritos Extrapoliciais - O IPL é um procedimento administrativo, de natureza inquisitória (investigativa), escrito e sigiloso. - Atos sequenciais praticados pela autoridade policial. Ex: Meios de início da investigação, diligências a serem realizadas, forma dos atos investigatórios, prazos e término do IPL. - Natureza inquisitória – Entendimento predominante na doutrina. Isto é, não é um procedimento que privilegia, em tese, o contraditório. Porém, com o advento da Lei n° 13.245/2016 levantou novamente a discussão sobre uma possível natureza contraditória do IPL. Natureza Jurídica e Características - Art.9 do Código de Processo Penal – IPL é um procedimento administrativo escrito e sigiloso. Essa, aliás, é uma característica nítida de procedimentos de natureza inquisitiva. - A questão relativa ao sigilo está prevista no art. 20 c/c art.79, §2º do Código de Processo Penal. Exceções: art.7, XIV da Lei n° 8.906/1994 – Estatuto da OAB - Da restrição ao comando do Art.7 do Estatuto da OAB aos processos que tramitam sobre “segredo de justiça”. Natureza Jurídica e Características -> O Inquérito Policial é obrigatório para oferecimento da Denúncia por parte do Ministério Público ? -> Resposta: Art.12, art.39,§5º e art.46,§1º todos do Código de Processo Penal. -> Possibilidade de envio tão somente das peças de informação. -> ATENÇÂO: Necessidade de formação de Justa Causa para protocolo de Denúncia (MP – APP) e/ou Queixa-Crime. Dispensabilidade do Inquérito Policial -> Polícia tem competência? -> Art.4º do Código de Processo Penal e a expressão “Competência” e sua alteração legislativa. -> Circunscrição Policial; -> Critérios de Distribuição: a) Territorial; e b) Material. -> E como fica essa questão para a Polícia Federal? Atuação da Autoridade Policial -> ATENÇÃO!!! -> Lavratura de auto de prisão em flagrante por autoridade policial não tinha atribuição de fazê-lo poderia ser válido? Resp.: Art. 307 do Código de Processo Penal. Atuação da Autoridade Policial -> Formas de instauração do IPL: (i) Nos crimes de Ação Penal Pública Incondicionada – Art. 5º do CPP: - De ofício, pela autoridade Policial (Portaria); - Mediante requisição do MP; - Mediante requerimento do ofendido; - Hipótese do Art. 10 do CPP – Auto de prisão em flagrante – Art.8 do CPP. -> Considerações sobre a instauração do IPL por requerimento do MP e pelo requerimento do ofendido; INÍCIO DO INQUÉRITO POLICIAL -> O Juiz pode requisitar a instauração do IPL de Ofício? Resp: Art. 5º, II do CPP vs Art. 5º da CF/88. Resp 2: Art. 3- A do CPP trazido pelas alterações promovidas pela Lei 13.964/2019. (ii) Nos crimes de Ação Penal Pública condicionada: -> Art. 5º, §4º do Código de Processo Penal (iii) Nos crimes de Ação Penal por iniciativa privada: -> Art.5º, §5º do CPP – Cuidado com a sistemática da Lei n° 9.099. INÍCIO DO INQUÉRITO POLICIAL -> Casos de investigados que detenham foro por prerrogativa de função, o IPL só será instaurado caso haja autorização do tribunal competente. -> Denúncia anônima é suficiente para instauração do IPL? OBS: Caso de investigados que detenham foro por prerrogativa de função. INÍCIO DO INQUÉRITO POLICIAL • Conceitos e espécies: -> Conhecimento espontâneo ou provocado, pela autoridade policial, de um fato que se afigure crime. -> Cognição imediata (espontânea) – Meios não formais: (i) Atividade rotineira da polícia; (ii) Imprensa; (iii) Delatio Criminis – Informação levada pelo povo. -> Cognição Mediata (provocada) – Meios formais: (i) Requerimento do ofendido; (ii) Requerimento do MP -> Cognição Coercitiva: (i) Prisão em flagrante. NOTITIA CRIMINIS -> Art. 6º do Código de Processo Penal: Art. 6º. Logo que tiver conhecimento da prática da infração penal, a autoridade policial deverá: I - dirigir-se ao local, providenciando para que não se alterem o estado e conservação das coisas, até a chegada dos peritos criminais; II - apreender os objetos que tiverem relação com o fato, após liberados pelos peritos criminais; III - colher todas as provas que servirem para o esclarecimento do fato e suas circunstâncias; IV - ouvir o ofendido; V - ouvir o indiciado, com observância, no que for aplicável, do disposto no Capítulo III do Título Vll, deste Livro, devendo o respectivo termo ser assinado por duas testemunhas que Ihe tenham ouvido a leitura; VI - proceder a reconhecimentode pessoas e coisas e a acareações; VII - determinar, se for caso, que se proceda a exame de corpo de delito e a quaisquer outras perícias; VIII - ordenar a identificação do indiciado pelo processo datiloscópico, se possível, e fazer juntar aos autos sua folha de antecedentes; IX - averiguar a vida pregressa do indiciado, sob o ponto de vista individual, familiar e social, sua condição econômica, sua atitude e estado de ânimo antes e depois do crime e durante ele, e quaisquer outros elementos que contribuírem para a apreciação do seu temperamento e caráter. X - colher informações sobre a existência de filhos, respectivas idades e se possuem alguma deficiência e o nome e o contato de eventual responsável pelos cuidados dos filhos, indicado pela pessoa presa DILIGÊNCIAS GERAIS • Observações gerais: (i) Preservação do local do crime; (ii) Apreensão de objetos e instrumentos do crime; (iii) Oitiva do ofendido; (iv) Oitiva do investigado; (v) Exame de corpo de delito; (vi) Antecedentes. DILIGÊNCIAS GERAIS • Identificação Criminal: -> Conceito: -> Identificar criminalmente alguém consiste em reunir informações acerca de uma pessoa envolvida em uma prática criminosa, com objetivo de se criar uma identidade criminal. Isto é, por meio dessa identificação, se levantam dados válidos e confiáveis das características do provável autor de um ilícito penal, uma vez que dele são extraídas informações peculiares (qualificação, características e sinais físicos, modo de agir, etc.), dentre outras de interesse policial (registro policial e folha de antecedentes). -> As diretrizes estão previstas no art.3º da Lei n° 12.037/2009. -> Critérios – 1) necessidade da investigação; 2) Dúvida quanto à identidade Civil. DILIGÊNCIAS GERAIS • Indiciamento: -> Conceito: -> É o ato de indicar. -> A indicação do autor do crime deve ser feita em conformidade com os elementos de informação colhidos ao longo do IPL. DILIGÊNCIAS GERAIS -> O IPL se encerra através da apresentação de Relatório Conclusivo pela Autoridade Policial competente por aquela investigação preliminar. -> O relatório conclusivo é, portanto, a peça final do IPL. -> As diretrizes para sua elaboração encontram-se estampadas no Art. 10, §1º do Código de Processo Penal. OBS: Envio dos objetos e instrumentos apreendidos ao longo da investigação – Art. 11 do CPP. -> Prazo: O prazo para conclusão do IPL é de 10 dias se o indiciado estiver preso e de 30 (trinta) dias se estiver solto – Art. 10 do CPP. TÉRMINO DO INQUÉRITO POLICIAL • Observações quanto aos prazos: 1 – No âmbito da PF – Art. 6, caput, da Lei nº 5.010/1966 – Prazo de 15 (quinze) dias estando o investigado preso podendo ser prorrogado por igual período mediante fundamentação plausível. No entanto, estando o investigado solto, o prazo será de 30 (trinta) dias (regra geral do CPP). 2- Nos crimes pertencentes a Lei de Drogas (11.343/2006): 30 dias para casos em que o investigado estiver preso e de 90 (noventa) dias em casos em que o investigado estiver solto, conforme consta do Art.51 da Lei. -> No entanto, esses prazos poderão ser duplicados, conforme parágrafo único do Art. 51. TÉRMINO DO INQUÉRITO POLICIAL • Observações quanto aos prazos: 3 – Nas situações gerais, caso vencido o prazo de 30 (trinta) dias, em caso de investigado solto, se o fato for de difícil elucidação, o art. 10, §3º do CPP permite o retorno dos autos para a Autoridade Policial para realizações de demais diligências. 4 – O MP poderá requerer a prorrogação do prazo de finalização do IPL para realização de diligências que entender necessárias para formação da “justa causa”. -> Afinal, como funciona na prática ? TÉRMINO DO INQUÉRITO POLICIAL -> Art.17 e Art.18 do CPP; -> Necessidade de fundamentação – “Razões invocadas” – Art.28 do CPP. -> Arquivamento implícito; -> Discordância do Juiz do pedido de arquivamento – Art. 28 do CPP; OBS: Nos casos de prerrogativa de função, como funciona? -> Uma vez arquivado, haverá a possibilidade de reabertura do IPL? -> Ação Penal fundada em IPL já arquivado? Súmula 524 do STF. ARQUIVAMENTO DO INQUÉRITO POLICIAL FIM DE PAPO! ARQUIVAMENTO DO INQUÉRITO POLICIAL
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