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MEDICINA VETERINÁRIA - EMILLY S. FERREIRA DA SILVA GENÉTICA - AVD 1 Organização GênicaOrganização GênicaOrganização Gênica No DNA existem quatro tipos de bases nitrogenadas: » Adenina (A) » Guanina (G) » Citosina (C))) » Timina (T) As bases nitrogenadas são compostos químicos que possuem ni- trogênio em sua composição. Elas, juntamente com um açúcar e áci- do fosfórico, formam o ácido ribonucleico (RNA) e o ácido desoxir- ribonucleico (DNA), encontrados nas células dos seres vivos. EXPRESSÃO GÊNICA E SEU CONTROLE EMEXPRESSÃO GÊNICA E SEU CONTROLE EMEXPRESSÃO GÊNICA E SEU CONTROLE EM PROCARIONTES E EUCARIONTESPROCARIONTES E EUCARIONTESPROCARIONTES E EUCARIONTES Se nós, humanos (Homo sapiens), partilhamos cerca de 98,7% dos genes dos macacos bonobos (Pan paniscus), como somos tão diferentes? -Essa diferença ocorre pela expressão de nossos genes. Apesar de sermos geneticamente parecidos, fenotipicamente somos muito dife- rentes. O DNA contém a "receita" de cada indivíduo, e compartilhamos parte de nosso DNA com muitos animais (e até com vegetais). ELEMENTOS GENÉTICOS MÓVEISELEMENTOS GENÉTICOS MÓVEISELEMENTOS GENÉTICOS MÓVEIS São 3 os tipos de elementos genéticos móveis: plasmídeos, fagos e elementos transponíveis/transposons. são fragmentos de DNA que podem se mover para novas localizações do cromossomo e geralmente produzem cópias de si mesmos no pro- cesso. Esse mecanismo, conhecido como transferência horizontal de genes, é mais frequente nos organismos unicelulares, por exemplo, bactérias. GENOMAGENOMAGENOMA é a sequência completa de DNA (ácido desoxirribonucleico) de um or- ganismo, ou seja, o conjunto de todos os genes de um ser vivo. Estudar o genoma é como estudar a anatomia molecular de uma es- pécie. O genoma bacteriano é pequeno e se encontra no citoplasma, pois não existe a carioteca (membrana que separa o núcleo do cito- plasma da célula). As informações genéticas das bactérias estão conti- das em um único cromossomo. Outras informações também são encon- tradas em plasmídeos, transpósons e integrons. Duplicação de uma bactéria e seuDuplicação de uma bactéria e seuDuplicação de uma bactéria e seu plasmídeo. plasmídeo. plasmídeo. Os plasmídeos são pequenos fragmentos de DNA circular com capacida- de de se duplicar independentemente. Em geral, apresentam poucos genes. Os plasmídeos contêm informação genética que não costuma ser essencial para a sobrevivência da bactéria. Estão relacionados, normalmente, com alguma função adaptativa para situações especiais. Processo de conjugação entre bactérias.Processo de conjugação entre bactérias.Processo de conjugação entre bactérias. Os plasmídeos podem ser conjugativos, que podem trocar seu material genético com outra bactéria, e não conjugativos, os quais não permi- tem o início da conjugação. Na figura, podemos observar o processo de conjugação. A bactéria à esquerda contém um plasmídeo conjugati- vo, o qual tem genes para realizar a conjugação. Já a bactéria à direi- ta não tem o plasmídeo conjugativo. A conjugação pode ocorrer entre as bactérias, desde que apenas uma tenha o plasmídeo conjugativo A conjugação é o processo de transferência do DNA de uma bactéria para outra, envolvendo o contato entre elas. . Existem, além desses dois, outros tipos de plasmídeos, como o grupo de plasmídeos denominado fator R, que significa resistência bacteriana a alguns antibióticos. Um plasmídeo pode transportar a informação que determina a capacidade de um micro-organismo ser causador de doença. Os outros tipos de plasmídeos são: F (sexual ou fertilidade), V (virulência) e M (metabólico). obs: Os transpósons, assim como os plasmídeos, são um conjunto de seg- mentos lineares encontrados no DNA cromossômico. Além de realocar ou introduzir cópias de si mesmos no genoma, eles têm a capacidade de inativar, levar a uma mutação e, até mesmo, quebrar uma sequência de um gene, independentemente de haver correlação entre a região genômica onde se encontram inseridos e o local ao qual se destinam MEDICINA VETERINÁRIA - EMILLY S. FERREIRA DA SILVA GENÉTICA - AVD 2 BACTÉRIAS E GENES DE RESISTÊNCIASBACTÉRIAS E GENES DE RESISTÊNCIASBACTÉRIAS E GENES DE RESISTÊNCIAS As bactérias conferem resistências umas às outras pela capacidade de transmissão de seu material genético entre elas. Quando uma bactéria sofre a ação de um antibiótico ou um anticorpo, ela pode transmitir essa sua "experiência" para uma nova bactéria. Essa nova bactéria torna-se mais preparada para novos ataques A comunicação entre as bactérias é o principal mecanismo de resistên- cia a antibióticos. A causa primária de resistência bacteriana é seu al- to poder de mutação espontânea e sua capacidade de recombinar seu próprio material genético, possível de ser transmitido durante a repli- cação bacteriana. Além disso, os transpósons podem mover genes do DNA do cromosso- mo para o DNA extracromossômico, que é o plasmídeo. Esse plasmídeo, agora com novas informações do DNA, poderá ser transmitido para outra bactéria. A figura a seguir mostra como ocorre a incorporação de genes em um plasmídeo. O plasmídeo contendo um ou mais transpósons de genes de resistência é considerado plasmídeo R (de resistência). Os antibióticos são com- postos que destroem as bactérias ou que interferem em seu metabo- lismo, sem causar dano ao hospedeiro. Os antibióticos bactericidas atuam na parede celular ou membrana plasmática das bactérias, impe- dindo sua formação e, consequentemente, levando a destruição da bactéria. Os antibióticos bacteriostáticos atuam impedindo a multiplica- ção e proliferação bacterianas. Esses antibióticos podem agir no DNA bacteriano e na replicação, transcrição e tradução bacterianas. resistencia a antibioticoresistencia a antibioticoresistencia a antibiotico O uso indiscriminado de antibióticos permitiu que as bactérias reco- nhecessem essas substâncias e se prevenissem da ação desses medi- camentos. Hoje vemos patógenos cada vez mais resistentes aos antibióticos. Por esse motivo, usamos o teste de sensibilidade antimicrobiana (TSA). Nesse teste, é possível conhecer a bactéria causadora da infecção e determinar qual o antibiótico mais indicado para eliminá-la ou deter seu crescimento. A figura a seguir mostra bactérias verdes que não se multiplicaram, indicando que são sensíveis ao antibiótico utilizado, e bactérias amarelas que cresceram, indicando que são resistentes ao antibiótico. O uso indiscriminado de antibióticos permitiu que as bactérias reconhecess em ess por que precisa saber sobre a resis- tência a antibióticos? Na agropecuária, utilizamos algumas classes de antibióticos como me- lhoradores de desempenho na ração de animais, sejam eles bovinos, suínos ou aves. Não conhecemos os meca- nismos de transmissão desse material genético resistente entre a proteína animal e os humanos. Esse caminho de transmissão de micro- organismos resistentes ainda é desconhecido. Para a prevenção do uso indiscriminado de antibióticos, há, no Brasil, o Programa Nacional de Prevenção e Controle da Resistência aos Antimicrobianos na Agropecuária (Agro- Previne), as substâncias e se prevenissem da ação desses medicamentos. Hoje vemos patógenos cada vez mais resistentes aos antibióticos. Por esse motivo, usamos o teste de sensibilidade antimicrobiana (TSA A s é o principal mecanismo de resistência a antibióticos. A causa pri-A s é o principal mecanismo de resistência a antibióticos. A causa pri-A s é o principal mecanismo de resistência a antibióticos. A causa pri- mária de resistência bacteriana é seu alto poder de mutação espontâ-mária de resistência bacteriana é seu alto poder de mutação espontâ-mária de resistência bacteriana é seu alto poder de mutação espontâ- nea e sua capacidade de recombinar seu próprio material genético,nea e sua capacidade de recombinar seu próprio material genético,nea e sua capacidade de recombinar seu próprio material genético, possível de ser transmitido durante a replicação bacteriana. Os trans-possível de ser transmitido durante a replicaçãobacteriana. Os trans-possível de ser transmitido durante a replicação bacteriana. Os trans- pósons codificam as transposases responsáveis por clivar o DNA dopósons codificam as transposases responsáveis por clivar o DNA dopósons codificam as transposases responsáveis por clivar o DNA do hospedeiro, consubstanciando a invasão bacteriana.hospedeiro, consubstanciando a invasão bacteriana.hospedeiro, consubstanciando a invasão bacteriana. A comunicação entre as bactérias é o principal me- canismo de resistência a antibióticos. A causa pri- mária de resistência bacteriana é seu alto poder de mutação espontânea e sua capacidade de recombi- nar seu próprio material genético, possível de ser transmitido durante a replicação bacteriana. Os MEDICINA VETERINÁRIA - EMILLY S. FERREIRA DA SILVA GENÉTICA - AVD 3 transpósons codificam as transpos Ferramentas Moleculares O conhecimento da Biologia Molecular estuda o DNA das diferentes espécies animais. Hoje podemos manipular o DNA de várias maneiras, por eliminação de um gene, adição de um gene de uma espécie diferente, ou reconhecimento de um gene ruim, também chamado de deletério clonagem molecularclonagem molecularclonagem molecular Os transpósons, assim como o uA clonagem refere-se a uma cópia geneticamente exata, seja ela de um organismo inteiro, ou seja ela de apenas uma parte do DNA. A clonagem molecular, também chamada de técnica do DNA recombinan- te, permite selecionar uma parte do DNA e replicá-lo em muitas cópias. Essa técnica somente se tornou possível com o desenvolvimento das enzimas de restrição (endonucleases de restrição) e de ligação (DNA- ligase). Enquanto as endonucleases de restrição são capazes de clivar a molécula de DNA em pontos específicos, as DNA-ligases unem frag- mentos de DNA Dessa forma, depois de selecionar o gene de interesse, utilizamos as enzimas de restrição, que cortam o fragmento de DNA onde se locali- za o gene selecionado. Esse fragmento é então inserido em um vetor, geralmente um plasmídeo. O fragmento do gene-alvo une-se ao DNA do vetor, por meio da DNA-ligase, e forma o plasmídeo recombinante con- tendo o gene que selecionamos. A molécula de DNA recombinante produzida é introduzida em um orga- nismo hospedeiro, podendo consistir em replicadas, processo chamado de transformação. sequencia: Isolar o gene de interesse; unir o gene ao vetor; transformar; selecionar os clones recombinantes; e multiplicar o gene Exemplos de células hospedeiras são as bactérias Escherichia coli e Bacillus subtilis e a levedura Saccharomyces cerevisiae. Algumas células transformadas devem ser separadas das células normais, as quais não contêm o gene exógeno obs As bactérias produzem grandes quantidades de proteína expressa pe- lo gene. Se fosse o gene da insulina humana, por exemplo, as bactérias produziriam muitas moléculas de insulina. Depois, essas moléculas seri- am purificadas, e teríamos como produto a insulina. PROJETO GENOMA ANIMALPROJETO GENOMA ANIMALPROJETO GENOMA ANIMAL O Projeto Genoma Humano o objetivo era descobrir a exata sequência de bases do genoma das células humanas Para o mapeamento, são fei- tos diagramas descritivos de cada cromossomo, dividindo-os em frag- mentos menores, ordenados em suas respectivas posições nos cro- mossomos. O passo seguinte é determinar a sequência das bases de cada um dos fragmentos ordenados, a fim de descobrir todos os ge- nes na sequência do DNA. Um mapa genômico descreve, ainda, a ordem dos marcadores e o espaçamento entre eles, em cada cromossomo MARCADORESMARCADORESMARCADORES O marcador molecular é uma sequência do DNA que é diferente entre os organismos estudados. Essa diferença é chamada de poliformismo, que é o estudo das diferenças entre os genes. Por exemplo, as cores das pelagens dos cachorros são controladas basicamente por quatro tipos diferentes de genes principais. Se são somente quatro genes, como temos uma variação cromática enorme da pelagem em cães? Cada um desses genes pode apresentar uma quantidade ou uma sequência diferente das letrinhas que os compõem, os alelos. Os ale- los são versões do mesmo gene e, exatamente por esse fato, ao cruzar dois cachorros de duas cores, os filhotinhos gerados podem apresentar cores não encontradas nos país. MEDICINA VETERINÁRIA - EMILLY S. FERREIRA DA SILVA GENÉTICA - AVD 4 REAÇÃO EM CADEIA DE POLIMERASEREAÇÃO EM CADEIA DE POLIMERASEREAÇÃO EM CADEIA DE POLIMERASE o bioquímico Kary Mullis desenvolveu uma técnica a reação em cadeia de polimerase (PCR). A PCR é uma técnica que permite copiar pedaços de DNA, o que tam- bém chamamos de amplificação do DNA. Com isso, em laboratório, po- demos realizar de maneira mais rápida as cópias de trecho do DNA do que com o uso de células transformadas (por exemplo, as bac- térias com o DNA recombinante). Para essa técnica, utilizamos um equipamento chamado termociclador, que realiza ciclos de temperaturas para induzir a formação das cópias de DNA. No termociclador, a fita dupla de DNA se abre quando a temperatura está entre 94 °C e 96 °C − essa fase é chamada de des- naturação. Depois da abertura, os primers reconhecem a sequência a ser estudada por pareamento (identificam as bases do DNA-molde) e se ligam ao DNA-molde quando o termociclador está com temperatura em torno de 50°C (dependendo do primer) − essa fase é chamada de anelamento. Por fim, o termocicla- dor realiza a fase chamada extensão, em que a enzima Taq-DNA polimerase se liga aos primers, reconhece as bases e coloca as dNTPs complementares. PRIMERSPRIMERSPRIMERS Primers são segmentos de ácidos nucleicos, com um a sessenta ribonu- cleotídeos, necessários à iniciação da replicação do DNA. DNTPS COMPLEMENTARESDNTPS COMPLEMENTARESDNTPS COMPLEMENTARES Os desoxirribonucleosídeos trifosfatados compõem-se de uma base azotada (adenina, citosina, guanina e timina), um açúcar (desoxirribose) e três grupos fosfato. Formam dATP, dCTP, dGTP, ou dTTP, conforme a base usada. É o início das novas cadeias formadas durante o PCR. Aplicamos a técnica de PCR para: estudo do padrão de expres- são gênica; seleção de clones recombinantes; detecção de mutações em genes específicos; estudos diagnósticos de doenças infecciosas e detecção de bactérias, vírus e protozoários pa- rasitas; elucidação de relações evolutivas entre espécies, com a utili- zação de material arqueológico; e investigação de crimes (Medicina Fo- rense). HIBRIDIZAÇÃOHIBRIDIZAÇÃOHIBRIDIZAÇÃO Um exemplo da utilização da hibridização é a genotipagem de bovinos, a qual rastreia 500 mil posições variáveis na configuração genética de cada vaca. Por meio desse pro- cesso, os cientistas poderão registrar com precisão a estrutura das células, ajudando-as a determinar carac- terísticas hereditárias, como fertilidade, produção de leite e qualidade da carne em vacas individuais. CRISPR-CAS9CRISPR-CAS9CRISPR-CAS9 abreviação de repetições palindrômicas curtas agrupadas com intera- ções regulares e proteína 9 associada a CRISPR – é uma técnica recente para a edição do genoma. Ela é mais barata, mais precisa e mais eficiente do que outros métodos de edição de genoma existentes. é utilizada para cortar o DNA onde podemos inserir ou ex- cluir pedaços do material genético e fazer a edição do DNA com uma sequência personalizada, usando a própria máquina de reparo de DNA da célula Organização Gênica EXPRESSÃO GÊNICA E SEU CONTROLE EM PROCARIONTES E EUCARIONTES ELEMENTOS GENÉTICOS MÓVEIS PROJETO GENOMA ANIMAL
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