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Diligências investigatórias

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2 Investigação Preliminar 
Diligências investigatórias 
Previsão normativa 
Arts. 6º e 7º, CPP: rol exemplificativo de diligências 
investigatórias; algumas são de caráter obrigatório (p.e. 
realização de exame pericial quando a infração deixar 
vestígios); outras têm sua realização condicionada à 
discricionariedade da autoridade policial, que deve 
determinar sua realização de acordo com as 
peculiaridades do caso concreto (p.e. reconstituição do 
fato delituoso). 
Espécies 
• Preservação do local do crime – a autoridade 
policial deverá dirigir-se ao local, 
providenciando para que não se alterem o 
estado e conservação das coisas até a 
chegada dos peritos criminais (art. 6º, I, CPP); 
objetivo é preservar os vestígios deixados 
pela infração penal (corpo de delito), a fim de 
não prejudicar o trabalho dos peritos. 
Art. 169, CPP: para o efeito de exame do local onde 
houver sido praticada a infração, a autoridade 
providenciará imediatamente para que não se altere o 
estado das coisas até a chegada dos peritos, que 
poderão instruis seus laudos com fotografias, 
desenhos ou esquemas elucidativos. Os peritos 
registrarão, no laudo, as alterações do estado das 
coisas e discutirão, no relatório, as consequências 
dessas alterações na dinâmica dos fatos. 
Devem ser observados: 
1) O início imediato das investigações a partir do 
local onde ocorreu o crime, onde haverá mais 
possibilidades de se encontrar informações 
não só com relação à prova pericial, mas 
também às demais investigações subjetivas 
(testemunhas, relatos, avaliação de suspeitos 
et.). 
2) O tempo é fator importante para os 
investigadores e peritos, pois quanto mais 
tempo se gasta para iniciar a investigação, 
maior a possibilidade de perda de informações 
valiosas que, muitas vezes, podem ser 
essenciais para o resultado final da 
investigação. 
Acidente de trânsito: a autoridade ou agente policial 
pode autorizar (devendo lavrar boletim da ocorrência, 
contendo o fato, as testemunhas e demais 
circunstâncias necessárias – Lei n. 5.907/83, art. 1º), 
independentemente de exame do local, a imediata 
remoção das pessoas que tenham sofrido lesões, bem 
como dos veículos envolvidos, se estiverem no leito de 
via pública e prejudicarem o tráfego. 
• Apreensão de objetos – a autoridade policial 
deve apreender os objetos que tiverem 
relação com o fato, após liberados pelos 
peritos criminais; objetivo: futura exibição do 
instrumento utilizado para a prática do delito, 
necessidade de contraprova e eventual perda 
em favor da União como efeito da condenação 
(confisco). 
Os objetos podem ser apreendidos 
independentemente de sua origem, se lícita ou não; 
devem acompanhar os autos do inquérito policial (art. 
11 do CPP). 
Não poderão ser restituídas (arts. 118, 119 e 120 do 
CPP): 
a) As coisas apreendidas, enquanto 
interessarem ao processo; 
b) Os instrumentos do crime, desde que 
consistam em coisas cujo fabrico, alienação, 
uso, porte ou detenção constitua fato ilícito 
produto do crime; 
c) Qualquer bem ou valor que constitua proveito 
auferido pelo agente com a prática do fato 
criminoso; 
d) Objetos em relação aos quais haja dúvida 
quanto ao direito do reclamante. 
 
2 Investigação Preliminar 
Apreensão deve respeitar os requisitos da medida 
cautelar de busca pessoal e de busca domiciliar; 
Busca pessoal – independe de prévia autorização 
judicial quando realizada sobre o indivíduo que está 
sendo preso/quando houver fundada suspeita de que 
a pessoa esteja na posse de arma proibida ou de 
objetos ou papéis que constituam o corpo de 
delito/quando a medida for determinada no curso de 
busca domiciliar. (CPP, art. 244); 
Busca domiciliar – art. 5º, XI, CF: casa é asilo inviolável 
do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem 
consentimento do morador, salvo em caso de flagrante 
delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, 
durante o dia, por determinação judicial. 
• Colheita de outras provas – a autoridade 
policial deve colher todas as provas que sirvam 
para o esclarecimento do fato e suas 
circunstâncias (art. 6º, III, CPP); 
Casos de violência doméstica e familiar contra a mulher 
(art. 11 da Lei nº 11.340/06) – a autoridade policial 
deverá, entre outras providências: 
I) Garantir proteção policial, quando 
necessário, comunicando de imediato ao 
MP e ao Poder Judiciário; 
II) Encaminhar a ofendida ao hospital ou 
posto de saúde e ao IML; 
III) Fornecer transporte para a ofendida e 
seus dependentes para abrigo ou local 
seguro, quando houver risco de vida; 
IV) Se necessário, acompanhar a ofendida 
para assegurar a retirada de seus 
pertences do local da ocorrência ou do 
domicílio familiar; 
V) Informar à ofendida os direitos a ela 
conferidos nesta Lei e os serviços 
disponíveis. 
* Feito o registro da ocorrência, deverá a autoridade 
policial adotar, de imediato, os seguintes 
procedimentos, sem prejuízo daqueles previstos no 
CPP: 
I) Ouvir a ofendida, lavrar o B.O. e tomar a 
representação a termo, se apresentada; 
II) Colher todas as provas que servirem para o 
esclarecimento do fato e de suas 
circunstâncias; 
III) Remeter, no prazo de 48 horas, expediente 
apartado ao juiz com o pedido da ofendida, 
para a concessão de medidas protetivas de 
urgência; 
IV) Determinar que se proceda ao exame de 
corpo de delito da ofendida e requisitar outros 
exames periciais necessários; 
V) Ouvir o agressor e as testemunhas; 
VI) Ordenar a identificação do agressor e fazer 
juntar aos autos sua folha de antecedentes 
criminais, indicando a existência de mandado de 
prisão ou registro de outras ocorrências 
policiais contra ele; 
VI-A) Verificar se o agressor possui registro de porte 
ou posse de arma de fogo e, na hipótese de existência, 
juntar aos autos essa informação, bem como notificar 
a ocorrência à instituição responsável pela concessão 
do registro ou da emissão do porte, nos termos do 
Estatuto do Desarmamento (Incluído pela Lei n. 
13.880/19); 
VII) Remeter, no prazo legal, os autos do IP ao juiz 
e ao MP. 
* O pedido da ofendida será tomado a termo pela 
autoridade policial e deverá conter.: 
I) Qualificação da ofendida e do agressor; 
II) Nome e idade dos dependentes; 
III) Descrição sucinta do fato e das medidas protetivas 
solicitadas pela ofendida; 
IV) Informação sobre a condição de a ofendida ser 
pessoa com deficiência e se da violência sofrida 
resultou deficiência ou agravamento de deficiência 
preexistente. 
 
2 Investigação Preliminar 
* A autoridade policial deverá anexar ao pedido da 
ofendida o B.O. e cópia de todos os documentos 
disponíveis em posse da mesma. 
* Nos casos de violência doméstica e familiar contra a 
mulher, são admitidos como meios de prova os laudos 
ou prontuários médicos fornecidos por hospitais e 
postos de saúde. 
• Oitiva do ofendido – deve a autoridade policial 
proceder à oitiva do ofendido, quando possível; 
se intimado, o ofendido se recusa a 
comparecer para a oitiva, há a possibilidade da 
autoridade determinar sua condução 
coercitiva (art. 201, §1º, do CPP); 
• Oitiva do indiciado – a autoridade policial 
deverá ouvir o indiciado, devendo o respectivo 
termo ser assinado por duas testemunhas 
que lhe tenham ouvido a leitura; é direito do 
investigado ser ouvido pela autoridade 
competente antes da conclusão das 
investigações preliminares; 
* É possível a nomeação de curador para o indígena 
não adaptado ao convívio social, assim como para o 
inimputável do art. 26, caput, do CP (art. 151 do CPP); 
Marco Civil da Primeira Infância – acrescentou uma 
nova diligência policial ao rol exemplificativo do art. 6º 
do CPP: a colheita de informações sobre a existência 
de filhos, respectivas idades e se possuem alguma 
deficiência e o nome e o contato de eventual 
responsável pelos cuidados dos filhos, indicado pela 
pessoa presa (inciso X); objetivo: conferir ao 
magistrado informações mais completas acerca da 
pessoa presa para fins de possível concessão de 
prisão domiciliar (CPP, art. 318, III, V,e VI); 
(Des) necessidade de presença de defensor por 
ocasião da realização do interrogatório na fase 
investigatória (posição doutrinária) – não é necessária 
presença de advogado durante o interrogatório policial 
(mero procedimento de natureza administrativa); 
EAOAB – impossibilidade de se negar ao advogado 
presente o direito de acompanhar interrogatórios 
realizados em sede policial. 
Art. 15, parágrafo único, inciso II, da Lei de Abuso de 
Autoridade (Lei n. 13.869/19) – passa a tipificar a 
conduta do agente público que prossegue com o 
interrogatório de pessoa que tenha optado por ser 
assistida por advogado ou defensor público, sem a 
presença de seu patrono; pena: ilicitude das provas 
assim obtidas, tipificar a figura delituosa. 
• Reconhecimento de pessoas e coisas e 
acareações – incumbe à autoridade policial 
proceder ao reconhecimento de pessoas e 
coisas e a acareações; 
Reconhecimento de pessoa: art. 226 do CPP; 
Reconhecimento de coisas: ato ligado à identificação 
dos instrumentos empregados na prática delituosa, dos 
objetos utilizados para auxiliar no delito e daqueles que 
constituem o produto do crime; art. 227 do CPP; 
Acareação: confrontação de duas ou mais 
testemunhas, entre si ou com as partes, cujos 
depoimentos anteriores não foram suficientemente 
esclarecedores; é admitida entre investigados, entre 
investigado e testemunha, entre testemunhas, entre 
investigado ou testemunha e a pessoa ofendida, e 
entre as pessoas ofendidas, sempre que divergirem, 
em suas declarações, sobre fatos ou circunstâncias 
relevantes.; os acareados serão reperguntados para 
que expliquem os pontos de divergências, reduzindo-se 
a termo o ato de acareação. 
* Investigado tem o direito de não colaborar na 
produção da prova sempre que se lhe exigir um 
comportamento ativo – direito de não produzir provas 
contra si mesmo; 
* Reconhecimento pessoal – comportamento passivo; 
ainda que o acusado não queira voluntariamente 
participar, admite-se sua execução coercitiva. 
• Determinação de realização de exame de 
corpo de delito e quaisquer outras perícias – 
CPP, art. 6º, VII; 
* Quando a infração deixar vestígios, será 
indispensável o exame de corpo de delito, direto ou 
 
2 Investigação Preliminar 
indireto, não podendo supri-lo a confissão do acusado 
(art. 158 do CPP); 
* Prioridade da realização do exame de corpo de delito 
quando se tratar de crime que envolva violência 
doméstica e familiar contra a mulher (arts. 5º e 7º da 
Lei Maria da Penha) e quando envolver violência contra 
criança, adolescente, idoso ou pessoa com deficiência. 
• Identificação do indiciado e juntada da folha de 
antecedentes criminais – a autoridade policial 
deve ordenar a identificação do indiciado pelo 
processo datiloscópico, se possível, e fazer 
juntar aos autos sua folha de antecedentes 
(art. 6º, VIII, do CPP); deve constar da folha de 
antecedentes a correta qualificação do 
acusado e informações quanto aos crimes 
pelos quais foi condenado, assim como a data 
do trânsito em julgado de eventuais sentenças 
condenatórias; 
Súmula n. 636 do STJ: “A folha de antecedentes 
criminais é documento suficiente a comprovar os maus 
antecedentes e a reincidência”. 
• Averiguação da vida pregressa do investigado 
– incumbe à autoridade policial averiguar a vida 
pregressa do indiciado, sob o ponto de vista 
individual, familiar e social, sua condição 
econômica, sua atitude e estado de ânimo 
antes e depois do crime e durante ele, e 
quaisquer outros elementos que contribuírem 
para a apreciação do seu temperamento e 
caráter. 
• Reconstituição do fato delituoso – art. 7º do 
CPP: a fim de verificar a possibilidade de haver 
a infração sido praticada de determinado 
modo, a autoridade policial poderá proceder à 
reprodução simulada dos fatos, desde que 
esta não contrarie a moralidade ou a ordem 
pública; não se pode exigir um comportamento 
ativo do acusado (direito de não produzir prova 
contra si mesmo – a recusa do acusado em 
se submeter a tais provas não configura o 
crime de desobediência nem o de desacato, 
nem desta pode-se extrair presunção de 
culpabilidade); não se faz necessária a 
intimação do investigado ou de seu advogado 
para participar da reconstituição do fato 
delituoso feita em sede de investigação policial. 
• Acesso aos dados cadastrais de vítimas e 
suspeitos – art. 13-A do CPP: permite o 
acesso imediato do Delegado de Polícia e do 
órgão do MP aos dados e informações 
cadastrais da vítima ou de suspeitos da prática 
dos crimes de sequestro e cárcere privado, 
redução a condição análoga à de escravo, 
tráfico de pessoas, extorsão qualificada pela 
restrição da liberdade da vítima, extorsão 
mediante sequestro (CP, arts. 148, 149, 149-
A, 158, § 3º e 159, respectivamente), e 
também do crime do art. 239 do Estatuto da 
Criança e do Adolescente (“promover ou 
auxiliar a efetivação de ato destinado ao envio 
de criança ou adolescente para o exterior com 
inobservância das formalidades legais ou com 
o fito de obter lucro”); aplicação, por analogia, 
da mesma amplitude prevista nos arts. 17-B 
da Lei nº 9.613/98 e 15 da Lei nº 12.850/13; 
Independentemente de prévia autorização judicial, é 
possível que a Polícia e o MP tenham acesso 
exclusivamente aos dados cadastrais do investigado 
contendo as seguintes informações: 
a) Qualificação pessoal; 
b) Endereço. 
* Especificamente em relação às informações 
prestadas pelas empresas telefônicas, esses dados 
cadastrais não podem fazer referência à data de início 
e fim de utilização da linha telefônica, números para os 
quais foram efetuadas (ou recebidas) ligações, data, 
hora e tempo da duração das ligações feitas e 
recebidas; nesse caso, será necessária prévia 
autorização judicial; 
* Em relação às instituições financeiras e 
administradoras de cartão de crédito, o acesso estará 
restrito aos dados cadastrais que informem 
qualificação pessoal, filiação e endereços utilizados 
 
2 Investigação Preliminar 
para abertura de contas correntes, aplicações 
financeiras ou solicitações de cartões de créditos (sigilo 
bancário); 
* A requisição policial ou ministerial deverá conter: 
a) o nome da autoridade requisitante; 
b) o número do inquérito policial (ou do procedimento 
investigatório criminal, no caso de investigação 
presidida pelo MP); 
c) a identificação da unidade de polícia judiciária (ou 
Promotoria de Justiça) responsável pela investigação 
(CPP, art. 13-A, parágrafo único). 
• Requisição de informações acerca das 
estações rádio base (ERB’s) – art. 13-B do 
CPP: “se necessário à prevenção e à 
repressão dos crimes relacionados ao tráfico 
de pessoas, o membro do MP ou o Delegado 
de Polícia poderão requisitar, mediante 
autorização judicial, às empresas prestadoras 
de serviço de telecomunicações e/ou 
telemática que disponibilizem imediatamente os 
meios técnicos adequados – como sinais, 
informações e outros – que permitam a 
localização da vítima ou dos suspeitos do delito 
em curso”; 
Discussão doutrinária: 
a) o acesso ao posicionamento das estações 
rádio base (ERB’s) não depende de prévia 
autorização judicial: interceptação das 
comunicações telefônicas ≠ obtenção de 
informações quanto ao posicionamento das 
ERB’s (dados telefônicos); a desnecessidade 
de prévia autorização judicial para que a Polícia 
e o Ministério tenham acesso a tais 
informações é corroborada pelo teor dos 
próprios parágrafos do art. 13-B; pronunciou-
se, nesse sentido, a 6ª Turma do STJ; 
b) o acesso ao posicionamento das estações 
rádio base (ERB) depende de prévia 
autorização judicial: explícita referência à 
necessidade de prévia autorização judicial – 
proteção do direito à intimidade e à vida 
privada; § 4º do art. 13-B seria inconstitucional. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Autoria: Gabriela Medeiros 
Doutrina: LIMA, Renato Brasileiro de. Manual de processo 
penal: volume único / Renato Brasileiro de Lima – 8. ed. 
rev., ampl. e atual. – Salvador: Ed.JusPodivm, 2020.

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