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Procedimentos da Reclamação trabalhista - Resumo

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Prévia do material em texto

Wesley Carlos dos Santos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PROCEDIMENTOS DA RECLAMAÇÃO TRABALHISTA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Centro Universitário Toledo 
Araçatuba – SP 
2017 
 
 
Wesley Carlos dos Santos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PROCEDIMENTOS DA RECLAMAÇÃO TRABALHISTA 
 
 
 
 
 
Monografia Jurídica apresentada, como requisito parcial 
para obtenção do grau de Bacharel em Direito, à Banca 
Examinadora do Centro Universitário Toledo – 
Unitoledo de Araçatuba – SP, sob a orientação 
doProfessor Mestre Daniel Baggio Maciel. 
 
 
 
 
Centro Universitário Toledo 
Araçatuba – SP 
2017 
 
 
 
RESUMO 
 
O presente trabalho monográfico trata dos procedimentos da reclamação trabalhista, desde a 
inicial até a sentença. O estudo tem por objetivo retratar todas as etapas que um profissional 
da área jurídica, trabalhador ou empregador deverão passar ao postular suas demandas na 
Justiça do Trabalho, tratando de todos os procedimentos de acordo com o que norteiam as 
súmulas e orientações jurisprudenciais desse ramo especializado da justiça. 
Paravras-chave: Procedimento. Processo trabalhista. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ABSTRACT 
 
The present monographic work deals with the procedures of the labor claim, from the initial 
to the sentence. The objective of this study is to go through all the stages that a legal 
professional, worker or employer should pass when applying their demands in the Labor 
Court, dealing with each procedure according to the guiding principles and jurisprudential 
guidelines of this specialized branch of the justice. 
 
Key words: Procedure. Labor process
 
 
SUMÁRIO 
INTRODUÇÃO ................................................................................................... 7 
I – AÇÃO TRABALHISTA ............................................................................... 8 
1.1 GENERALIDADES SOBRE AS AÇÕES E PROCEDIMENTOS TRABALHISTAS. ......................................................... 8 
1.2INQUÉRITO PARA APURAÇÃO DE FALTA GRAVE. .............................................................................................. 8 
1.3AÇÃO RESCISÓRIA........................................................................................................................................... 9 
1.4 AÇÃO DE CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO. ................................................................................................... 10 
1.5RECLAMAÇÃO TRABALHISTA. ....................................................................................................................... 12 
II – PROCEDIMENTOS APLICÁVEIS A FASE COGNITIVA DAS 
AÇÕES TRABALHISTAS. .............................................................................. 15 
2.1 AS ESPÉCIES DE PROCEDIMENTOS ................................................................................................................ 15 
2.1.1Ordinário ou comum. ............................................................................................................................ 15 
2.1.2 Procedimento sumário (dissídio de alçada) ......................................................................................... 16 
2.1.3 Procedimento Sumaríssimo. ................................................................................................................ 17 
III – O PROCEDIMENTO ORDINÁRIO ..................................................... 21 
3.1 PETIÇÃO INICIAL E SEUS REQUISITOS. ........................................................................................................... 21 
3.1.1 Petição Escrita. .................................................................................................................................... 21 
3..1.1.1 Aditamento da inicial. .................................................................................................................................... 22 
3.1.1.2 Emenda da inicial. .......................................................................................................................................... 23 
3.1.2 Petição Verbal. ..................................................................................................................................... 23 
3.2 ATIVIDADES DAS SECRETARIAS DAS VARAS DO TRABALHO. ........................................................................ 24 
3.2.1 Notificação do reclamado. ................................................................................................................... 26 
3.2.1.1 Citação por edital. ........................................................................................................................................... 27 
3.2.1.2 Citação por precatória e rogatória. .................................................................................................................. 27 
3.3 RESPOSTAS DO RÉU. ..................................................................................................................................... 27 
3.3.1 Contestação .......................................................................................................................................... 28 
3.3.2 Reconvenção ........................................................................................................................................ 30 
3.3.3 Exceções .............................................................................................................................................. 32 
3.3.3.1 Incompetência ................................................................................................................................................. 33 
3.3.3.2 Exceção de suspeição. .................................................................................................................................... 34 
3.3.3.3 Impedimento. .................................................................................................................................................. 35 
3.4 AUDIÊNCIA UNA. .......................................................................................................................................... 36 
3.5 INSTRUÇÃO. ................................................................................................................................................. 38 
3.5.1 Do atraso do juiz. ................................................................................................................................. 39 
3.5.2 Do comparecimento obrigatório das partes. ........................................................................................ 40 
3.5.3 Representação processual do empregador. .......................................................................................... 41 
3.5.4 Representação processual do empregado. ............................................................................................ 42 
3.5.5 Do não comparecimento das partes no dia da audiência. ..................................................................... 43 
3.5.6 Tentativa obrigatória de conciliação. ................................................................................................... 44 
3.5.7 Prova pericial. ...................................................................................................................................... 46 
3.5.8 Prova documental ................................................................................................................................ 48 
3.5.9 Depoimento pessoal das partes. ........................................................................................................... 49 
3.5.10 Prova testemunhal. ............................................................................................................................. 52 
3.6 ALEGAÇÕES FINAIS. .....................................................................................................................................54 
3.7 SENTENÇA TRABALHISTA. ............................................................................................................................ 55 
CONCLUSÕES. ................................................................................................ 60 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................ 65 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
7 
 
INTRODUÇÃO 
O direito de ação é assegurado a todo cidadão, ou seja, todos têm o direito de levar 
suas demandas ao conhecimento do judiciário a fim de resolvê-las. Para Alvim (2013, p. 159). 
“Os conflitos de interesse do mundo sociológico interessam ao direito, tais como venham 
deduzidos ao Estado-juiz através do pedido (e respectivos fundamentos de fato e de direito) 
que fixa a lide ou objeto litigioso, sobre o qual se desenvolverá a atividade jurisdicional.” 
Para que a ação se desenvolva é necessário o processo, pois este determinará os 
caminhos a serem seguidos, objetivando a melhor prestação jurisdicional. As partes ao 
conhecer o processo e seus procedimentos não são pegas de surpresa, pois sabem exatamente 
todos os possíveis trâmites pelos quais terão que passar, gerando assim uma enorme 
segurança jurídica. 
O Direito Trabalhista, tanto material como processual, se diferencia pelo elevado 
número de súmulas, orientações jurisprudenciais, instruções normativas e enunciados editados 
pelos tribunais da área trabalhista. Devido a essa densidade normativa, o operador do direito 
deve estar sempre atento as atualizações da própria lei e aos novos entendimentos dos 
tribunais. 
Conhecer os procedimentos da ação de maneira detalhada possibilita que o operador 
utilize o seu direito de ação da melhor forma possível. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
8 
 
I – AÇÃO TRABALHISTA 
 
1.1 Generalidades sobre as ações e procedimentos trabalhistas 
 
Além das reclamações trabalhistas, a justiça do trabalho é competente para julgar 
outros tipos de ações, desde que sejam decorrentes da relação de trabalho. 
A emenda constitucional 45/2004 ampliou a competência da justiça do trabalho, 
deixando claro que podem ser apreciadas pelo juiz do trabalho ações como: habeas corpus, 
mandado de segurança entre outras. 
Antes de abordarmos as ações compatíveis com a justiça do trabalho, vale destacar o 
conceito de jurisdição. Na visão de Martins (2010, p. 92) “ jurisdição é o poder que o juiz tem 
de dizer o direito nos casos concretos a ele submetidos, pois está investido desse poder pelo 
Estado.” 
Visto o conceito em referência, seguem ações e procedimentos que competem à justiça 
do trabalho. 
 
1.2 Inquérito para apuração de falta grave 
 
Sobre o tema, temos o seguinte conceito segundo Martins ( 2010, p. 4880) “ é a ação 
apropriada para se rescindir o contrato de trabalho do empregado estável, que não pode ser 
despedido diretamente, dada sua estabilidade”. 
Podemos observar, então, que trata-se de procedimento para a dispensa de empregado 
revestido de algum tipo de estabilidade. 
Ainda sobre o tema, conceitua Pereira (2014, p. 865) “é a ação de conhecimento, de 
natureza desconstitutiva, de rito especial, que tem por escopo a resolução de contrato 
individual de trabalho de um empregado portador de estabilidade, após a comprovação 
judicial de falta grave por ele cometida.” 
A CLT trata do tema nos arts. 494, 853 a 855. 
 Uma vez verificada a falta grave cometida pelo empregado estável, pode o 
empregador suspendê-lo, nesse caso, abre-se prazo de 30 dias para que se instaure o inquérito. 
9 
 
O empregador também pode optar pela não suspensão do empregado, no entanto, deve 
instaurar o inquérito o quanto antes, sob pena de ocorrer o perdão tácito. 
O referido inquérito não se faz necessário para a dispensa de todo tipo de funcionário 
estável, pois existem alguns tipos de estabilidade que dispensam a instauração deste para que 
haja o desligamento do funcionário. São os casos em que não é necessário o inquérito: 
gestante, cipeiro (representante dos empregados membro da CIPA - Comissão Interna de 
Prevenção de Acidentes) e acidentado. 
Será necessário o inquérito, para a dispensa dos seguintes funcionários: 
I- Estável decenal. 
II- Dirigente sindical. 
III- Diretor de sociedade cooperativa. 
IV- Representante dos empregados membro do Conselho Curador do FGTS. 
V- Representante dos empregados membro do Conselho Nacional da Previdência 
Social. 
VI- Representante dos empregados membro da Comissão de Conciliação Prévia. 
 
A instrução do inquérito é muito semelhante a do procedimento comum, tendo como 
principal diferença o numero de testemunhas, que neste caso é de seis para cada parte, 
diferente do rito comum que possibilita a oitiva de 3 testemunhas. 
 
Proferida a sentença, no caso de procedência do pedido, o contrato de trabalho estará 
rescindido, da data da suspensão do empregado. No caso de não ter havido suspensão, o 
contrato estará suspenso da data da sentença. No caso de improcedência do pedido, o 
funcionário fará jus à reintegração no emprego, sem o prejuízo dos salários/benefícios do 
tempo em que ficou afastado, podendo ainda a reintegração ser convertida em indenização, 
nos casos em que o juiz observar ser incompatível a reintegração. 
1.3 Ação rescisória 
Vamos iniciar com o conceito de ação rescisória. Segundo Martins (2010, p. 494). “É 
uma ação especial, que tem por objetivo desconstituir ou anular uma decisão transitada em 
julgado, por motivo da existência de vícios em seu bojo. Deve-se destacar que a ação 
rescisória é ação e não recurso.” 
10 
 
Para fins de fixação, vejamos o conceito de Pereira (2014, p. 836) “ é a ação de 
procedimento especial que tem por escopo a desconstituição da coisa julgada material, nas 
hipóteses expressamente prevista no ordenamento jurídico.” 
A referida ação encontra previsão legal na CLT no art. 836, in verbis: 
Art. 836. É vedado aos órgãos da Justiça do Trabalho conhecer de questões já 
decididas, excetuados os casos expressamente previstos neste Título e a ação 
rescisória, que será admitida na forma do disposto no Capítulo IV do Título IX da 
Lei n
o
 5.869, de 11 de janeiro de 1973 – Código de Processo Civil, sujeita ao 
depósito prévio de 20% (vinte por cento) do valor da causa, salvo prova de 
miserabilidade jurídica do autor. 
Parágrafo único. A execução da decisão proferida em ação rescisória far-se-á nos 
próprios autos da ação que lhe deu origem, e será instruída com o acórdão da 
rescisória e a respectiva certidão de trânsito em julgado. 
 
A CLT não trás especificadamente os procedimentos da referida ação, logo por força 
do art. 769 da CLT, será usado de forma subsidiaria o CPC, que disciplina a matéria nos arts. 
966 a 975. No demais a instrução normativa n°27/2005do TST, dispõe dentre outras coisas, 
que a ação rescisória por se tratar de procedimento especial, seguirá seu rito peculiar. 
 Para que se possa ajuizar a rescisória, é preciso que haja qualquer decisão ou acórdão 
de mérito, e que estes já tenham transitado em julgado. Destacamos ainda, que a competência 
originaria desta ação é dos tribunais trabalhistas, ou seja, impossível seu ajuizamento nas 
varas do trabalho. 
Por ser de competência originaria dos tribunais, da decisão proferia pelo TRT, cabe 
recurso ordinário para o TST. Destacamos a súmula 158 do TST “Da decisão do Tribunal 
Regional do Trabalho, em ação rescisória, cabível é o recurso ordinário para o Tribunal 
Superior do trabalho, em face da reorganização judiciária trabalhista.” 
Uma vez proposta no Tribunal Superior do Trabalho, cabem embargos infringentes, se 
houver voto divergente, para o mesmo órgão. 
 
1.4 Ação de consignação em pagamento 
A ação de consignação em pagamento é geralmente utilizada quando há recusa do 
credor em receber o que lhe é devido, logo, o devedor para se exonerar de maiores custas em 
relação ao não pagamento do débito, utiliza-seda referida ação. De maneira sumária, trata-se 
de um deposito da quantia que se acha devida, em benéfico do credor. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L5869.htm#tixciv
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L5869.htm#tixciv
11 
 
Vejamos o conceito da matéria, por Martins (2010, p. 519) “ A ação de consignação 
em pagamento é proposta pelo devedor em relação ao credor para extinguir a obrigação de 
entregar determinada quantia ou coisa.” 
A Consolidação das Leis do Trabalho nada dispõe sobre a referida ação, no entanto, é 
plenamente aceitável seu uso na Justiça do Trabalho por não haver conflito com os princípios 
que regem esse ramo especializado do direito, logo, aplica-se de maneira subsidiaria o Código 
de Processo Civil, como dispõe o art.769 da CLT. É certo que se deve fazer uma adaptação ao 
processo trabalhista. 
O CPC trata da matéria nos arts.539 a 549. 
O devedor tem a faculdade de depositar a quantia que acha devida, desde que o faça 
em banco oficial, uma vez depositado o dinheiro, deverá o devedor comunicar o credor para 
levantar a quantia ou recusá-la, no prazo de 10 dias. Se houver recusa, deverá ser feita por 
escrito. 
No caso de o credor levantar a quantia e nada alegar, dá-se por satisfeita a dívida, mas 
havendo recusa, abre-se prazo de 1 mês para que o devedor proponha a ação. Não ajuizando a 
ação, o deposito perde efeito, podendo ser levantado pelo devedor. 
Sendo proposta a ação, o autor irá requerer ao juiz o depósito do valor devido, no caso 
de deferimento desse pedido abra-se prazo de 5 dias, a contar do deferimento, para que o 
autor efetue o depósito, na hipótese de já não tê-lo feito. Não é necessário o pedido para 
citação do réu, pois na Justiça do Trabalho o mesmo é feito de ofício. 
O art. 544 do CPC trás as matérias que podem ser alegadas na contestação vejamos: 
Art. 544. Na contestação, o réu poderá alegar que: 
I - não houve recusa ou mora em receber a quantia ou a coisa devida; 
II - foi justa a recusa; 
III - o depósito não se efetuou no prazo ou no lugar do pagamento; 
IV - o depósito não é integral. 
Parágrafo único. No caso do inciso IV, a alegação somente será admissível se o réu 
indicar o montante que entende devido. 
 
Se o credor alegar ser insuficiente o valor, haverá prazo de 10 dias para que o autor o 
complete, e neste caso, pode o réu levantar o montante depositado liberando o autor quanto a 
esse valor, prosseguindo com o processo quanto a quantia faltante. No caso de a sentença 
reconhecer a insuficiência do valor, se possível deve apontara quantia restante, valendo a 
mesma como título executivo, podendo o credor promover a execução nos próprios autos. 
Julgando procedente o pedido ou no caso de o réu receber e dar quitação, será declarada 
extinta a obrigação, com a devida condenação do réu ao pagamento de custas e honorários. 
12 
 
Além dessas ações que foram citadas, a Justiça do Trabalho também é competente 
para julgar outras ações, que por serem de menos incidência não serão analisadas no presente 
trabalho. 
 
1.5 Reclamação trabalhista 
 
Reclamação trabalhista ou dissídio trabalhista é a ação movida pelo empregado contra 
o empregador na intenção de reaver direito adquirido na relação de emprego. 
Sobre a reclamação trabalhista vejamos o que diz Martins (2014, p. 236): 
 
No processo do trabalho, é comum serem utilizadas como sinônimo as 
expressões dissídio trabalhista, reclamação trabalhista, ação trabalhista, que 
expressam a ação individual intentada pelo trabalhador contra o empregador. O certo 
não seria utilizar a expressão reclamação trabalhista, mas ação, pois a palavra 
reclamação é muito ampla e ação é mais especifica, pois qualquer pessoa reclama. O 
filho reclama do pai, este do primeiro etc., mas tal conceito não coincide com o de 
ação. O uso da palavra reclamação é, porém, comum na prática, pois é oriundo da 
época em que a Justiça do Trabalho pertencia ao Poder Executivo, mostrando a 
natureza administrativa do procedimento. Também ao se empregar o termo 
reclamação está-se pretendendo justificar a autonomia do processo do trabalho, com 
o emprego de termos próprios. 
 
Como o direito de ação é assegurado a todos pela Constituição no art. 5°, XXXV, 
sempre que o empregado considerar que teve algum direito que a CLT lhe garante negado ou 
diminuído, terá a faculdade de levar tal demanda ao conhecimento do judiciário, e a 
reclamatória trabalhista será o meio pelo qual ele exercerá tal direito. Aliás, a lide consiste 
nesse conflito de interesses, em que um resiste ao outro. 
São três os elementos da ação: 
a) Os sujeitos: são as pessoas que pode demandar perante o judiciário. 
b) O objeto: é o próprio pedido, ou seja, a pretensão da parte levada ao judiciário 
para que este se posicione. 
c) Causa de pedir: é o direito do autor propriamente dito, ou seja, o direito 
material. 
Ao ajuizar a ação no judiciário a parte deve reunir as condições da ação, pois sem elas 
não há que se falar em pleito judicial e o processo será extinto sem resolução do mérito. São 
duas as condições que devem estar presentes: 
a) Interesse de agir, que é a vontade do autor em obter um reconhecimento 
jurídico de um direito. 
13 
 
b) Legitimidade da parte, que consiste na relação entre o postulante e o titular do 
direito expresso em lei, é necessário que haja identidade entre essas pessoas. Legitimidade da 
parte também se aplica ao reclamado, pois é incabível alguém reclamar contra pessoa que não 
lhe deve. 
Existem ainda os pressupostos processuais de existência e de validade, que são 
elementos necessários para uma válida existência da relação processual, e sem o devido 
preenchimento desses o processo também será extinto sem a resolução do mérito, ou seja, sem 
que o juiz resolva a lide. 
São pressupostos de existência do processo: a) jurisdição, pois a inicial deve ser 
encaminhada ao Poder Judiciário, que é o poder do Estado competente para aplicar o direito; 
b) petição inicial, pois é com ela que se inicia a relação processual, na petição é que o autor 
irá formular seu pedido e expor suas razões; c) citação, uma vez que a relação jurídica é 
triangular e através da citação é que se da ciência ao réu do processo. 
Já os pressupostos de validade são: a) competência e imparcialidade do juiz, pois o 
magistrado deve ser competente para apreciar a demanda (competência material e territorial), 
e imparcial em relação às partes; b) capacidade processual, ou seja, é a capacidade de estar em 
juízo sem representação; c) petição inicial apta, que decorre da regularidade formal da peça 
vestibular; d) citação válida, pois o réu deve ser regularmente citado de acordo com a 
legislação. 
Deve-se observar ainda a inexistência de litispendência e coisa julgada. A 
litispendência decorre do fato de já estar em andamento uma ação idêntica a que foi proposta, 
ou seja, mesmo pedido, mesmas partes e causa de pedir, o que impossibilita o judiciário de 
apreciar duas ações iguais. Já a coisa julgada ocorre quando uma causa já foi decidida, 
tornando-a assim indiscutível novamente. 
As ações trabalhistas podem ser classificas quanto ao número de autores, quanto a 
providência que se deseja obter ou quanto ao procedimento. 
Quanto ao número de autores elas podem ser classificadas em: 
a) Individuais: que são aquelas com um único autor. 
b) Plúrimas: que são aquelas com mais de um autor no polo ativo, ou seja, as 
ações em que há litisconsórcio. 
c) Coletivas: as ações coletivas beneficiam um número indeterminado de 
pessoas. 
 
Já a classificação quanto a providência que se deseja obter temos: 
14 
 
a) Ações de conhecimento: são as que se pretende solucionar a lide. As ações de 
conhecimento podem ser subdivididas em três: 
a.1) Condenatórias: onde se busca a garantia do direito pretendido. 
a.2)Constitutivas: nas constitutivas há a criação, modificação ou extinção de alguma 
relação jurídica. 
a.3)Declaratórias:aqui se deseja que a relação jurídica seja declarada existente ou 
inexistente. 
b) Ações executórias: nas executórias se pretende apenas que a parte sucumbente 
cumpra o que foi determina na fase de conhecimento. Por exemplo, pode-se executar uma 
sentença trabalhista transitada em julgado. 
c) Ações cautelares: nas cautelares se deseja obter uma providencia acautelatória, 
ou seja, a preservação de algo para que no momento oportuno se formule o pedido principal 
(art. 305 e seguintes). 
d) Ações mandamentais: nas mandamentais pretende-se que a autoridade mande 
que se pratiquem determinados atos. 
Em relação aos procedimentos pelos quais as ações poderão ser processadas, temos o 
procedimento ordinário/comum, sumário e sumaríssimo. 
O estudo dos procedimentos aplicáveis às reclamatórias trabalhistas e o 
desdobramento dos mesmos é o objetivo maior do presente trabalho. 
O procedimento ordinário, por ser o mais utilizado e também por ser o alicerce dos 
demais, será analisado mais detalhadamente. O objetivo principal é o de dominar o 
procedimento comum, objetivando a excelência na prestação jurisdicional. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
15 
 
II – PROCEDIMENTOS APLICÁVEIS A FASE COGNITIVA DAS 
AÇÕES TRABALHISTAS 
2.1 As espécies de procedimentos 
Relevante, antes de entrarmos nos procedimentos aplacáveis a fase de conhecimento, é 
diferenciarprocedimento de processo. 
Procedimento segundo Leone Pereira (2014, p. 549) é “a forma pela qual o processo se 
desenvolve. É o modo mais complexo ou mais singelo de o conjunto e atos processuais 
coordenados se sucederem no tempo. É a maneira do desenrolar do tramite processual.” 
 Processo também segundo Leone Pereira (2014, p. 549)é “o instrumento de jurisdição 
( caráter instrumental do processo ). É o conjunto de atos processuais coordenados que se 
sucedem no tempo, objetivando a entrega da prestação jurisdicional.” 
 
2.1.1Ordinário ou comum 
 
São vários os procedimentos existentes na esfera dos dissídios individuais, são eles: 
 Ordinário ou comum. 
 Sumaríssimo, criado pela lei n° 9.957/2000. 
 Sumário. 
 E os especiais. 
Até a década de 70, o rito ordinário prevalecia como o único, nos processos 
envolvendo dissídios individuais. No entanto em 22 de junho de 1970, surgiu com a lei 
n°5584 o procedimento sumário, e posteriormente em 12 de janeiro de 2000, o procedimento 
sumaríssimo, ambos com intenção de dar ainda mais celeridade ao processo trabalhista. 
O procedimento ordinário encontra-se regulamentado nos artigos837 a 852 da CLT. É 
o procedimento aplicado para as ações em que o valor da causa, exceda a 40 vezes o salário 
mínimo. É considerado um rito mais completo e complexo, pela possibilidade de assegurar 
um maior conhecimento do mérito da demanda. 
São características marcantes deste, dentre outras; 
 A possibilidade de citação por edital. 
 Sem qualquer vedação explícita, a possibilidade de prova pericial. 
 Viabilidade de fracionamento da audiência. 
16 
 
 Possibilidade de figurar como reclamada as entidades públicas. 
 
Nesse trabalho, veremos com detalhes todo o procedimento ordinário/comum. 
 
2.1.2 Procedimento sumário (dissídio de alçada) 
 
A lei n° 5.584/70 institui o rito sumário no processo trabalhista. Trata-se de uma 
tentativa de aperfeiçoamento do processo na Justiça do Trabalho, buscando dar a esse ramo do 
direito mais efetividade, simplicidade, e sem dúvida alguma, mais celeridade, como dispõe o 
princípio de mesmo nome, que é um dos mais importantes princípios norteadores do processo 
trabalhista. 
A lei determina o rito no art. 2°, §§ 3° e 4°, in verbis: 
 
Art. 2º Nos dissídios individuais, proposta a conciliação, e não havendo acordo, o 
Presidente, da Junta ou o Juiz, antes de passar à instrução da causa, fixar-lhe-á o 
valor para a determinação da alçada, se este for indeterminado no pedido. 
(…) 
§ 3º Quando o valor fixado para a causa, na forma deste artigo, não exceder de 2 
(duas) vezes o salário-mínimo vigente na sede do Juízo, será dispensável o resumo 
dos depoimentos, devendo constar da Ata a conclusão da Junta quanto à matéria de 
fato. 
§ 4º - Salvo se versarem sobre matéria constitucional, nenhum recurso caberá das 
sentenças proferidas nos dissídios da alçada a que se refere o parágrafo anterior, 
considerado, para esse fim, o valor do salário mínimo à data do ajuizamento da ação. 
 
Nota-se que o valor da causa é o ponto importante para a determinação do 
procedimento a ser aplicado no caso concreto. Vale destacar que o Tribunal Superior do 
Trabalho, através da Súmula 356, entendeu que a vinculação do salário mínimo a aplicação do 
rito foi recepcionado pela Constituição Federal de 1988. 
Súmula nº 356 do TST 
ALÇADA RECURSAL. VINCULAÇÃO AO SALÁRIO MÍNIMO (mantida) - Res. 
121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003 
O art. 2º, § 4º, da Lei nº 5.584, de 26.06.1970, foi recepcionado pela CF/1988, sendo 
lícita a fixação do valor da alçada com base no salário mínimo. 
 
Outro ponto importante deste rito diz respeito à impossibilidade de recursos das 
decisões proferidas para solucionar conflitos que a ele se subordina. É bem verdade que tal 
regra não é absoluta, uma vez que, se houver na sentença matéria constitucional, prevalece na 
doutrina e jurisprudência, que dessa decisão cabe recurso extraordinário, embora também haja 
17 
 
entendimento que dela é cabível o recurso ordinário (minoritário). Não esquecendo que os 
embargos de declaração são cabíveis às sentenças no dissídio de alçada. 
A legislação também dispõe que se for indeterminado o valor do pedido, o juiz fixar-
lhe-á valor. Oportuno destacar que tal valor fixado pelo juiz, poderá ser impugnado por 
qualquer das partes, e que se mantido pelo magistrado, há a possibilidade de se pedir revisão, 
no prazo de 48 horas, para o presidente do tribunal regional. Tal pedido de revisão, não é 
dotado de efeito suspensivo, e deverá ser apreciado também no prazo de 48 horas, contadas a 
partir do recebimento pelo presidente do tribunal. 
Outra peculiaridade é o fato de ser dispensável constar da ata o resumo dos 
depoimentos, podendo apenas conter a conclusão da junta quanto à matéria de fato. 
No mais, o procedimento sumário se assemelha ao ordinário ou comum. 
 
2.1.3 Procedimento Sumaríssimo 
 
A lei 9.957/2000 introduziu na CLT os artigos 852-A ao 852-I, que disciplinam o 
procedimento sumaríssimo. Mais uma vez, a intenção do legislador foi a de imprimir mais 
fortemente no processo trabalhista os princípios da celeridade, da efetividade e da 
simplicidade. Princípios esses, que dentre outros, alicerçam o Direito Processual Trabalhista, 
dai a busca incessante em alcançá-los. 
Mais uma vez, o valor da causa foi usado como parâmetro, para determinar a qual 
procedimento a reclamação será submetida. Como podemos ver no art. 852-A transcrito 
abaixo: 
Art. 852-A. Os dissídios individuais cujo valor não exceda a quarenta vezes o salário 
mínimo vigente na data do ajuizamento da reclamação ficam submetidos ao 
procedimento sumaríssimo. 
Parágrafo único. Estão excluídas do procedimento sumaríssimo as demandas em que 
é parte a Administração Pública direta, autárquica e fundacional. 
 
Como já visto o Tribunal Superior do Trabalho, através da Súmula 356, entendeu que 
a vinculação do salário mínimo a aplicação do rito, é constitucional. 
Com o surgimento do procedimento sumaríssimo, criou-se na doutrina e 
jurisprudência uma discussão em torno da revogação ou não, do procedimento sumário, uma 
vez que o art. 852-A dispõe que os dissídios individuais cujo valor da causa não exceda 40 
salários mínimos, serão processados sob o rito sumaríssimo, nada dizendo a respeito do 
procedimento sumário. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del5452.htm#art852a
18 
 
Logo, surgiram duas interpretações: 
A primeira concluindo que o rito sumário foi revogado, com a entrada em vigor da lei 
9.957/00. 
Defendeessa corrente: José Augusto Rodrigues Pinto e Rodolfo Pomplona Filho 
(2001, apud PEREIRA, 2014, p. 558) 
 
Observa-se também que, se considerarmos não ter havido derrogação da lei 
n. 5584/70, na parte que trata das causas de pequeno valor, ficaríamos submetidos a 
dois critérios de incoerência incompreensível: um pequeno valor menor, que 
sujeitará a causa a procedimento sumario, com ampla possibilidade de produção de 
prova, sem comportar recurso; e um pequeno valor maior, que sujeitará a causa a 
procedimento sumaríssimo, portanto, com uma limitação da dilação probatória e 
ampliação dos poderes de direção do juiz, comportando recurso. 
(…). 
 
Perceba-se a desarticulação processual e lógica a ser provocada pela 
convivência das duas normas. Haverá dois pequenos valores, um para fim de 
recurso, outro para fim de procedimento; num nível de valor, impede-se o acesso ao 
duplo grau, formalmente vetado para o outro nível; no novo nível de valor, 
restringe-se o acesso ao TST, aberto, sem nenhuma restrição, às causas de valor 
ainda menor, desde que versem sobre matéria constitucional. Isso para não falarmos 
na própria disparidade de critérios de fixação e impugnação do conceito de pequena 
causa, a ser especificamente analisado mais adiante. 
Tudo nos leva, pois, à conclusão de que, embora as duas leis não 
disponham diretamente sobre a mesma matéria, as normas da Lei n. 9957/00, 
relativas a causas de pequeno valor, entram em conflito disciplinar com as do art. 2° 
e parágrafos da lei n. 5.584/70. E, se entram, derrogam-nas. 
Não admitir isso é, ultima ratio, desprezar um dos princípios fundamentais 
do Direito Processual, a simetria de tratamento das partes pelo processo. 
 
Já uma outra corrente defende que lei 9.957/00 não revogou o procedimento sumário, 
pois não o fez, expressa nem tacitamente. 
Acompanha esse entendimento o Prof. Estêvão Mallet (2002, apud PEREIRA, 2014, 
p. 559) 
 
Superado o problema da inconstitucionalidade do critério de correção 
imposto pelo art. 852-A, da CLT, outro logo se apresenta. Isso porque cuidou o 
legislador de fixar apenas o limite máximo do valor da causa para adoção do 
procedimento sumaríssimo, nada dispondo a respeito do limite mínimo. Mas para as 
causas de valos ainda mais reduzido já havia a previsão de outro procedimento, 
estabelecido pela lei n. 5.5.84, segundo mencionado linhas atrás. Teria o novo 
procedimento sumaríssimo abolido o procedimento da lei n. 5.584? 
Revogação expressa da lei n. 5.584 não houve. De ouro lado, a lei n. 9.957 
não regulou inteiramente a matéria tratada pela lei n. 5.584, que cuida não apenas do 
procedimento aplicável a determinadas causas como, também, de outras matérias, 
como por exemplo, remição e assistência jurídica. Ademais, a lei n. 9.957 silencia 
por completo sobre as regras para a fixação do valor da causa, e exclui de seu âmbito 
de aplicação a Administração Pública (parágrafo único, do art. 852-A, da CLT), o 
que não se verifica n procedimento da lei n. 5.584. 
Ambas as normas legais podem ser aplicadas simultaneamente. 
19 
 
As regras do caput e dos §§ 1° e 2°, do art. 2°, da lei n. 5.584, regulando a 
fixação do valor da causa, aplicam-se a todo dissídio individual, ate mesmo aos de 
valor mais elevado. Já os preceitos sobre a irrecorribilidade da sentença (§4° do art. 
2°) e sobre a forma de registro dos depoimentos (§3° do art. 2°), não atritam com o 
procedimento estabelecido pela lei n. 9.957. 
Em consequência, para as causas inseridas no limite da lei n. 5.584 aplica-
se o procedimento da lei n. 9.957, regulando-se o registro dos procedimentos e a 
recorribilidade da sentença pelos critérios da primeira lei. 
 
Prevalece na doutrina que o procedimento sumário não foi revogado pela lei 
9.957/2000, sendo assim, temos para os dissídios individuais os três procedimentos, o 
ordinário, sumário e o sumaríssimo, além dos especiais de ações distintas da reclamação 
trabalhista. 
O parágrafo único do art. 852-A exclui a possibilidade de aplicação desse 
procedimento nas demandas em que é parte a Administração Pública direta, autárquica e 
fundacional. 
Sobre essa exclusão, relevante destacar o entendimento de Amador Paes de Almeida 
(2015, p. 165-166) 
A exclusão, a nosso ver, não se justifica, criando-se ao Poder Público mais 
um privilegio incompatível com a igualdade entre as partes, sobretudo quando se 
cogita, na reforma administrativa, já aprovado no Congresso Nacional, submetero 
servidor publico ao regime da CLT. 
Ressalta-se que, na esfera do poder judiciário como um todo, é exatamente 
o poder público que abarrota os pretórios com recursos manifestamente 
protelatórios, não bastassem os sucessivos escândalos de precatórios que se arrastam 
por anos a fio sem ser solucionados, contribuindo sobremaneira para a 
desmoralização da justiça. 
Observa-se que no processo sumario, instituído na Justiça Estadual, não se 
excluiu a Administração pública (arts. 275 a 281 do CPC). Nem se afirme que a 
exclusão esteja vinculada aos prazos fixados em quádruplo quando a parte for a 
Fazenda Pública (art. 188 do CPC; art. 180 do CPC/2015). 
Nada impediria que o legislador adotasse prazo diverso no procedimento 
sumaríssimo. Nota-se que no sumário da Justiça Estadual, houve redução desse 
mesmo prazo, de quádruplo para o dobro (art. 277do CPC). 
 
O rito da lei 9.957 determina que a inicial traga dois requisitos específicos, um deles é 
o pedido líquido, isto é, certo e determinado já com o valor correspondente. Tal requisito no 
entanto, conflita fortemente com o jus postulandida na justiça do Trabalho (art. 791 CLT), 
uma vez que obriga a parte a realizar cálculos, e nem sempre o reclamante tem facilidade para 
aferir tais resultados. 
O outro requisito diz da obrigação do autor fazer a correta indicação do nome e 
endereço do reclamado, e ainda salienta a lei, que nesse procedimento, não se fará citação por 
edital. A petição inicial não atendendo a esses dois requisitos, resultará o arquivamento da 
20 
 
reclamação, bem como, a condenação do autor ao pagamento de custas sobre o valor da 
causa. 
A lei também dispõe que a reclamação terá prazo de 15 dias para ser apreciada, 
podendo constar de pauta especial se houver necessidade. No entanto, a prática forense de 
alguns centros encontra elevado grau de dificuldade para cumprir a disposição, dado o grande 
numero de processos que tramitam na justiça do trabalho. 
Seguindo o princípio da concentração, o art.852-C também trás como regra, a 
audiência única para os dissídios sujeitos ao referido rito, devendo, inclusive, todas as provas 
serem produzidas na audiência. Ocorre que, existem situações em que se faz necessária a 
interrupção do procedimento, como por exemplo, a produção de prova pericial. Nesses casos 
a lei da prazo de 30 dias para o prosseguimento e solução do conflito, salvo motivo relevante. 
O número de testemunhas para cada parte é reduzido de três para duas, que 
comparecerão sem que haja necessidade de intimação, podendo apenas ser intimada a 
testemunha que comprovadamente foi convidada e não compareceu. Vale mencionar, que o 
juiz tem liberdade total para determinar as provas a serem produzidas. 
A sentença também é mais simplificada, dispensando o relatório, contendo os 
elementos de convicção do juízo e narrando apenas os fatos relevantes ocorridos em 
audiência. 
Havendo recurso ordinário, será imediatamente distribuído e o relator em 10 dias 
deverá liberá-lo, sem a necessidade de revisor. Já o parecer o Ministério Público do Trabalho, 
se este entender necessário, será oral. O acórdão consistente apenas na certidão de 
julgamento, com indicação do processo e parte dispositiva, contendo também a 
fundamentação do voto vencedor. 
Já o recurso de revista, só será admitido se houver disposição em contrário a súmula 
do TST, ou contrariar a Constituição Federal. 
 
 
 
 
 
 
 
 
21 
 
III – O PROCEDIMENTOORDINÁRIO 
 
3.1 Petição inicial e seus requisitos 
A petição inicial é a peça com que se inaugura toda a relação processual, provocando a 
prestação jurisdicional do estado. 
Temos o seguinte conceito da peça inicial: 
A petição inicial pode ser conceituada como o ato processual praticado pelo 
autor de rompimento da inércia do Poder Judiciário, na qual pleiteia a tutela 
jurisdicional do seu direito com a entrega do bem da vida, trazendo os motivos 
fáticos e jurídicos que embasa essa pretensão e indicando em face de quem a atuação 
estatal é pretendida. (Pereira, 2014, p. 407) 
 
Importante destacarmos o que dispõe Martins (2010, p. 240), sobre a petição inicial: 
A petição inicial é uma das peças mais importantes do processo. É dela que 
irão decorrer as demais consequências do processo. Por isso, deve ser redigida 
cuidadosamente, de modo que, não só a parte contrária a entenda perfeitamente, 
como também o juiz ao proferir a sentença compreenda o que está sendo postulado 
pelo autor. Petições iniciais malfeitas geram contestações ainda piores, e sentenças 
iguais, pois se o juiz entende o que está na inicial e na defesa terá dificuldades para 
prolatar decisão. 
 
O art. 840 da Consolidação das Leis do Trabalho trás em seu enunciado um fato 
interessante, e que pode causar até certa estranheza para quem não esta habituado com esse 
ramo especializado da justiça, ele dispõe que, “a reclamação poderá ser escrita ou verbal.” 
Justificável tal observação da lei, lembrando que na justiça do trabalho impera o princípio do 
jus postulandi, ou seja, as partes poderão reclamar pessoalmente perante a justiça do trabalho, 
como bem explicita o art. 791 da CLT. 
 
3.1.1 Petição Escrita 
 
O parágrafo primeiro do art. 840 fala dos elementos que devem constar da petição 
escrita, são esses os elementos estruturais da peça. Vale destacar, que o referido dispositivo é 
muito mais brando do que o art. 319 do CPC de 2015, que trata da mesma matéria, no entanto 
de maneira muito mais formal. 
22 
 
Exige-se da exordial escrita, segundo o §1° do art. 840, a designação do juízo a que for 
dirigida, qualificação do reclamante e reclamado, breve exposição dos fatos, o pedido, e a 
data e assinatura do reclamante ou representante. Nota-se que o artigo não faz referência aos 
seguintes requisitos: 
a) Fundamentos jurídicos do pedido: justificável pelo jus postulandi, pois não se pode 
exigir que a parte não assistida por um advogado tenha esses conhecimentos. 
b) Valor da causa: nesse caso, dado a importância do requisito em questão para a 
escolha do rito, subsidiariamente aplica-se o inciso V do art. 319 do CPC, muito embora, o 
juiz na falta dele pode fixá-lo. Sobre o valor da causa, importante destacar o que diz Martins 
(2010, p. 242.). Mesmo inexistindo previsão da CLT sobre o valor da causa, é necessário 
indicá-lo na inicial. O valor da causa é fundamental na petição inicial, para que o reclamante 
possa saber quanto o autor pretende receber, proporcionando defesa à ré e inclusive 
facilitando conciliação em audiência, que é o fim primordial da Justiça do Trabalho. 
c) Protesto por provas: isso pelo fato de as provas no processo trabalhista, se 
concentrarem na audiência. 
d) Requerimento de citação do réu: o chefe de secretaria o fará de ofício, como dispõe 
o art. 841 CLT. 
Portanto, devem-se observar na inicial os requisitos formais, ou seja, no caso do 
processo trabalhista a petição poderá ser escrita ou verbal, bem como os requisitos 
essenciais/estruturais, que estão elencados no art. 840 §1° da CLT (subsidiariamente os 
requisitos do art. 319 CPC), e os requisitos externos/extrínsecos, que são aqueles mais 
relacionados com a propositura da ação, como por exemplo o preparo, procuração, 
documentos etc. 
 
3.1.1.1 Aditamento da inicial 
 
Quando falamos em aditamento da inicial, estamos falando em modificação/alteração 
do pedido. A CLT é omissa em relação a tal procedimento, razão pela qual, por força do art. 
769CLT se aplica o disposto no CPC. 
O Código de Processo Civil trata do assunto no art. 329, dispondo que o aditamento 
poderá ocorrer até a citação, independentemente de consentimento do réu, e que após a 
23 
 
citação poderá ocorrer até o saneamento, mas nesse casso com o consentimento do réu, 
assegurando-lhe o contraditório. 
Ocorre que, pelas especificidades do processo trabalhista, como por exemplo, a 
notificação automática do reclamado de oficio por parte do diretor de secretaria, bem como a 
contestação ser apresentada em audiência (una), se fez necessário adaptar o disposto no CPC 
ao procedimento trabalhista. 
Pelos motivos citados, a doutrina convencionou ser possível o aditamento da inicial 
trabalhista até a apresentação da defesa do réu em audiência, sem a anuência do reclamado, no 
entanto, após a apresentação da defesa, o aditamento ficará condicionado a anuência do 
reclamado. Nos dois casos, o juiz deverá suspender a audiência, dando prazo para o 
reclamado completar a defesa, tal prazo deve respeitar o limite mínimo de 5 dias, conforme o 
art.841 da CLT. 
3.1.1.2 Emenda da inicial 
Sempre que houver algum vício sanável na inicial o autor será citado para emendar a 
petição, ou seja, terá a oportunidade de sanar o defeito. 
De acordo com o que dispõe o art. 321 do CPC, o magistrado ao verificar a falta dos 
requisitos dos art. 319 e 320 deve determinar que o autor emende a inicial no prazo de 15 
(quinze) dias, sob pena de ter a peça indeferida. O dispositivo ainda determina que o juiz deve 
indicar com precisão o que deve ser corrigido ou completado. 
Vale ressaltar que caso o vício seja insanável a petição será indeferida. As hipóteses de 
indeferimento da inicial estão no art. 330 do CPC. 
3.1.2 Petição Verbal 
O art. 840 §2° nos apresenta a reclamação verbal, ou seja, feita diretamente pela parte 
perante um servidor da secretaria da Vara do Trabalho ou do cartório. Trata-se de uma clara e 
acertada manifestação dos princípios da simplicidade, oralidade, informalidade e jus 
postulandi, que dentre outros norteiam o processo trabalhista, garantindo um maior acesso das 
partes à prestação jurisdicional do Estado. 
A reclamação deverá ser reduzia a termo, em 2 vias datadas e assinadas pelo escrivão 
ou chefe de secretaria, como dispõe o §2° do art. 840. 
24 
 
Como determina o art.786, a reclamação verbal será distribuída antes de sua redução a 
termo, com isso, abre-se o prazo de 5 dias, para que o reclamante compareça ao cartório ou à 
secretaria, para reduzi-la a termo, salvo motivo de força maior. 
O não comparecimento do reclamante à Vara ou Juízo, dentro do prazo legal, para 
reduzir a termo a reclamação, fará com que ele perda pelo prazo de 6 meses, o direito de 
pleitear perante a justiça do trabalho, como assevera o art. 731 da CLT. 
3.2 Atividades das secretarias das varas do trabalho 
As secretarias das varas fazem parte dos serviços auxiliares da justiça do trabalho, e 
desempenham papel semelhante aos dos cartórios da justiça comum, no entanto, com algumas 
atribuições diferentes. Tem previsão no art. 710 da CLT, que dispõe que cada vara contará 
com uma secretaria, sob a supervisão de um funcionário denominado diretor de secretaria, que 
será livremente escolhido pelo Juiz Titular da vara. 
Segundo o art. 711 da CLT, competem à secretaria das juntas: 
a) o recebimento, a autuação, o andamento, a guarda e a conservação dos processos e 
outros papéis que lhe forem encaminhados; 
b) a manutenção do protocolo de entrada e saída dos processos e demais papéis; 
c) o registro das decisões; 
d) a informação, às partes interessadas e seus procuradores, do andamento dos 
respectivos processos, cuja consulta lhes facilitará; 
e) a abertura de vista dos processos às partes, na própria secretaria; 
f) a contagem das custas devidas pelas partes, nos respectivos processos; 
g) o fornecimento de certidões sobre o que constar dos livrosou do arquivamento da 
secretaria; 
h) a realização das penhoras e demais diligências processuais; 
i) o desempenho dos demais trabalhos que lhe forem cometidos pelo Presidente da 
Junta, para melhor execução dos serviços que lhe estão afetos. 
Como já mencionado, o art. 710 dispõe que cada secretaria contará comum chefe de 
secretaria, atualmente denominado diretor de secretaria. Esse funcionário, além dos 
vencimentos correspondentes ao seu padrão, receberá uma gratificação de função fixada em 
lei. 
O diretor de secretaria tem suas atribuições descritas no art. 712 da CLT, e são elas: 
a) superintender os trabalhos da secretaria, velando pela boa ordem do serviço; 
25 
 
b) cumprir e fazer cumprir as ordens emanadas do Presidente e das autoridades 
superiores; 
c) submeter a despacho e assinatura do Presidente o expediente e os papéis que devam 
ser por ele despachados e assinados; 
d) abrir a correspondência oficial dirigida à Junta e ao seu Presidente, a cuja 
deliberação será submetida; 
e) tomar por termo as reclamações verbais nos casos de dissídios individuais; 
f) promover o rápido andamento dos processos, especialmente na fase de execução, e a 
pronta realização dos atos e diligências deprecadas pelas autoridades superiores; 
g) secretariar as audiências da Junta, lavrando as respectivas atas; 
h) subscrever as certidões e os termos processuais; 
i) dar aos litigantes ciência das reclamações e demais atos processuais de que devam 
ter conhecimento, assinando as respectivas notificações; 
j) executar os demais trabalhos que lhe forem atribuídos pelo Presidente da Junta. 
 
O parágrafo único do art. 712 trás uma penalidade para os serventuários que sem justo 
motivo, não realizarem os atos dentro dos prazos fixados. Esses funcionários terão 
descontados dos seus vencimentos, em tantos dias quantos os do excesso. 
O art. 713 faz menção a figura do distribuidor, que nada mais é que o responsável pela 
distribuição das ações nas localidades em que haja mais de uma vara ou turma no tribunal, 
suas atribuições estão elencadas no art. 714 da CLT. A lei dispõe que o distribuidor será 
designado pelo Presidente do Tribunal Regional dentre os funcionários das juntas e do 
tribunal, subordinados a mesma autoridade superior. 
A respeito do tema, vale destacar os apontamentos do Prof. Mauro Schiavi, que atua 
também como magistrado na Justiça do Trabalho. 
Atualmente, não só a doutrina como a jurisprudência vem defendendo 
maior aperfeiçoamento e prestigio dos servidores da Justiça do Trabalho, como 
medida para melhorar a tramitação processual e ate mesmo a efetividade do 
processo. 
A experiência nos tem mostrado que um grupo de funcionário valorizados e 
motivados contribui, em muito, para o aperfeiçoamento dos serviços, bem como 
para a melhoria da tramitação processual e dos serviços judiciários como um todo. 
A hipertrofia dos serviços judiciais nas mãos do magistrado, diante do 
aumento significativo do numero de processos, não tem trazido bons resultados. Por 
isso, paulatinamente, de lege ferenda, os servidores da justiça do trabalho, muitos de 
grande competência e produtividade, apos um período de treinamento, poderiam 
assumir uma parcela dos serviços que envolvem pequenas decisões no processo 
(despachos com algum conteúdo decisório), sob supervisão do magistrado, bem 
como serem mais aproveitados no assessoramento dos juízes das varas. (citação). 
 
26 
 
3.2.1 Notificação do reclamado 
Antes de abordarmos o assunto, vejamos o que diz Alvim (2013, p. 190) 
 
A relação jurídica processual, de acordo com o posicionamento adotado, é 
triangular. Por isso, não existirá, ao menos de forma completa, sem a citação, que é 
o ato processual por intermédio do qual se chama a juízo o réu ou o interessado a 
fim de se defender. 
 
Começamos destacando que diferente do que ocorre no processo civil, que para 
comunicar os atos processuais se utiliza da citação (que é o chamamento da parte para 
apresentar ou não defesa em ação proposta contra si), e da intimação ( que é o ato pelo qual se 
da ciência a alguém dos atos e termos do processo, para que este faça ou não alguma coisa). O 
processo trabalhista apenas utiliza a expressão notificação para comunicar todos os atos 
processuais. Vale ressaltar que o CPC/2015 excluiu a notificação como forma de 
comunicação processual, substituindo-a pela intimação. 
Essa notificação independe de qualquer requerimento do reclamante, como também 
determina o novo CPC, e de qualquer despacho do juiz, que aliás, como já visto, só terá 
contato com os autos do processo na audiência. 
A referida notificação seguirá o rito disposto no art. 841da CLT, ou seja, protocolada a 
reclamação o funcionário da secretaria, no prazo de 48 horas, remeterá a segunda via da 
inicial ao reclamado, dando-lhe ciência da ação e notificando-o para comparecer à audiência. 
Como regra no processo trabalhista, essas notificações são feitas pelo correio, através 
de registro postal com franquia, como podemos observar na primeira parte do §1° do art. 841. 
Por força da súmula 16 do TST presume-se recebida a notificação postal pelo 
reclamado 48 horas após a sua postagem. O caso de não recebimento ou entrega após o prazo 
de 48 horas constitui ônus da prova do destinatário. 
Nesse sentido, importante destacarmos o que dispõe o parágrafo único do art. 774 da 
CLT, que em caso de não ser encontrado ou de haver recusa de recebimento por parte do 
destinatário, deve o correio no prazo de 48 horas devolver a postagem ao tribunal de origem, 
sob pena de responsabilidade do servidor. 
Não há necessidade de a carta ser entregue pessoalmente ao reclamado, podendo 
qualquer funcionário da empresa recebê-la ou mesmo ser depositada na caixa de 
correspondência da empresa, sendo assim não se aplica o disposto no art.248 do atual CPC. 
Fica a cargo do destinatário provar que não foi entregue a quem de direito. 
 
27 
 
 
3.2.1.1 Citação por edital 
Prevista no parágrafo 1° do art. 841, será feita a citação por edital nos casos em que o 
reclamado não for encontrado ou dificultar o recebimento da citação postal. Tal edital deve 
ser inserto no jornal oficial ou no que se costuma publicar o expediente forense. Não havendo 
jornais na localidade poderá ser fixado na sede da Vara ou Juízo. 
Mesmo que a CLT apenas traga expressamente a citação por oficial de justiça somente 
na fase de execução pode o juiz do trabalho antes de determinar a citação por edital se utilizar 
do oficial de justiça para tanto, a fim de garantir um melhor resultado do ato processual. 
Antes ainda da citação por edital poderá ser utilizada a citação por hora certa, prevista 
nos arts. 252 a 254 do CPC, mesmo havendo omissão na CLT pois tal citação não é 
incompatível com os princípios gerais do processo trabalhista, e também por ser um meio 
mais eficaz de atingir o objetivo do ato. 
3.2.1.2 Citação por precatória e rogatória 
A citação por carta precatória ocorre quando o reclamado encontra-se em outra 
localidade sobre a qual o juízo processante não possua jurisdição. 
A carta rogatória é utilizada quando o reclamado reside no estrangeiro. Sua aplicação 
deve seguir o regime previsto no CPC. 
3.3 Respostas do réu 
De maneira introdutória, vejamos o que diz Alvim (2013, p. 429) 
 
O direto de defesa é um direito público, autônomo e abstrato. É público 
porque exige do estado a prestação jurisdicional que leve à composição da lide. É 
autônomo pela independência entre o direito processual e o direito material. É 
abstrato porque desvinculado do resultado do processo. Ou, por outras palavras, o 
efetivo exercício do direito de defesa independe de a ação ser julgada procedente ou 
improcedente, vale dizer, independe da juridicidade da defesa. 
 
O direito de defesa do réu é garantido pela Constituição Federal que em seu art. 
5°elenca dentre outros tantos direitos fundamentais o contraditório ea ampla defesa, parte 
indispensável para alcançarmos o prestigiado principio do devido processo legal. 
Importante destacarmos que por conta das mudanças do novo CPC o Tribunal 
Superior do Trabalho editou a instrução normativa número 39 de 2016, nela encontramos os 
28 
 
dispositivos do NCPC aplicáveis ao processo do trabalho (sobre a ótica do TST). Destacamos 
o art. 4° da IN que dispõe: 
 
Art. 4° Aplicam-se ao Processo do Trabalho as normas do CPC que regulam o 
princípio do contraditório, em especial os artigos 9º e 10, no que vedam a decisão 
surpresa. 
§ 1º Entende-se por “decisão surpresa” a que, no julgamento final do mérito da 
causa, em qualquer grau de jurisdição, aplicar fundamento jurídico ou embasar-se 
em fato não submetido à audiência prévia de uma ou de ambas as partes. 
§ 2º Não se considera “decisão surpresa” a que, à luz do ordenamento jurídico 
nacional e dos princípios que informam o Direito Processual do Trabalho, as partes 
tinham obrigação de prever, concernente às condições da ação, aos pressupostos de 
admissibilidade de recurso e aos pressupostos processuais, salvo disposição legal 
expressa em contrário. 
 
A CLT utiliza de maneira genérica o termo defesa para tratar das respostas do réu, 
sendo assim, o termo engloba a contestação, as exceções e a reconvenção. De maneira 
simplória o assunto é tratado nos arts. 847 e 799 a 802, sendo necessário utilizar o CPC de 
maneira subsidiaria por força do art. 769 da CLT. 
De acordo com o art. 847 o momento de o réu apresentar sua defesa será logo após a 
tentativa de conciliação feita pelo magistrado e a leitura da reclamação, e ainda de acordo 
com o referido artigo ele terá vinte minutos para tanto. 
 A CLT estabelece a defesa oral, o que compactua claramente com os princípios da 
oralidade, informalidade e jus postulandi. Todavia, como forma de agilidade processual os 
magistrados tem admitido a defesa escrita. 
3.3.1 Contestação 
A contestação é o principal meio de impugnação da pretensão do autor, nela o réu irá 
atacar o mérito da demanda expondo os fatos que acredita desqualificar o pedido do 
reclamante. 
Sobre o tema, importante analisarmos o que diz Theodoro Junior (2014, p. 425) 
 
O direito de ação, como direito subjetivo publico, autônomo e abstrato, que 
visa à tutela jurisdicional do estado, não cabe apenas ao autor. Assim como este o 
exercita, através da petição inicial, o réu, da mesma forma, também o faz através da 
contestação, pois tanto no ataque do primeiro como na defesa do segundo, o que se 
busca é uma só coisa: a providencia oficial que há de por fim à lide, mediante 
aplicação da vontade concreta da lei à situação concreta. 
 
29 
 
Ao elaborar sua peça de contestação, o reclamado não deve deixar de observar os dois 
princípios fundamentais que regem a matéria, são eles, o princípio da impugnação específica, 
e o princípio da eventualidade. 
O princípio da impugnação específica encontra fundamento legal no art. 341 do CPC, 
que dispõe ser necessário que o réu manifeste-se sobre todos os fatos contidos na inicial, sob 
pena de presumirem-se verdadeiros os que não forem contestados. 
Vale ressaltar que existem exceções à regra contida no caput do art. 341, ou seja, casos 
em que mesmo não havendo a impugnação específica do fato, não resultará em presunção de 
veracidade, são os casos em que: 
a) Não for admissível, a seu respeito, a confissão: são os que envolvem direitos 
indisponíveis. 
b) A inicial não estiver acompanhada de instrumento que a lei considerar da 
substância do ato: são os casos em que se faz necessária a apresentação de 
instrumento público para se provar o ato. 
c) Os fatos estiverem em contradição com a defesa, considerada em seu conjunto. 
 
O parágrafo único do referido artigo dispensa o ônus da impugnação específica para os 
defensores públicos, advogados dativos e curador especial. 
Como já mencionado, ao se confeccionar a peça de contestação também deve ser 
observado o princípio da eventualidade, o referido princípio encontra amparo legal no art. 336 
do CPC. 
Seguindo o princípio da eventualidade o réu deve trazer na contestação toda a matéria 
de defesa, podendo o magistrado não acolhendo uma, examinar a próxima. Por tanto, via de 
regra o autor não poderá deixar para posterior apresentação qualquer matéria de defesa, sob 
pena de preclusão consumativa. 
Ainda no bojo da contestação o réu pode fazer uso da compensação, que trata-se de 
meio indireto de extinção de obrigação nos casos em que duas pessoas são credoras e 
devedoras uma da outra, ou seja, quando há reciprocidade de dívidas. A referida dívida deve 
ser liquida, certa e exigível. 
Na Consolidação das Leis do Trabalho encontramos referência ao instituto da 
compensação no art. 767, que estabelece que a compensação só poderá ser arguida como 
matéria de defesa. 
30 
 
Também trata da matéria a súmula 48 do TST, dispondo que tal instituto só poderá ser 
arguido com a contestação, e a súmula 18 também do TST, que restringe a utilização da 
compensação na justiça do trabalho às dívidas de natureza trabalhista. 
Para melhor entendimento da matéria, imaginemos o seguinte exemplo: Um 
empregado pede demissão e deixa de cumprir o aviso prévio de 30 dias, estabelecido no art. 
487, logo nasce para o empregador o direito de descontar os salários correspondentes ao prazo 
estabelecido, como assevera o §2° do art. 487. Nesse caso, ingressando o empregado com 
uma reclamação trabalhista pleiteando qualquer verba não paga, pode o empregador alegar 
como defesa a compensação, pois como se observa ambas as pretensões são de natureza 
trabalhista. 
Vale também analisar o fenômeno da retenção, que se trata da possibilidade de alguém 
reter uma coisa para garantir a satisfação de um credito que lhe é devido, ou seja, o credor 
mantém em seu poder algo que pertence ao devedor, para garantir que este pague o credito 
devido. 
É um meio de defesa do réu, no entanto, a posse do objeto deve ser de boa-fé, e 
também que haja uma relação de conexidade entre o credito e o objeto. 
Um bom exemplo dado pela doutrina é o caso de um empregado que retém mostruário 
do empregador, porque este lhe deve dinheiro. 
3.3.2 Reconvenção 
A reconvenção trata-se da possibilidade do réu manifestar pretensão própria, conexa 
com a ação principal ou com o fundamento de defesa contra o autor na mesma relação 
processual, ou seja, um contra-ataque do réu, que na reconvenção passa a denominar-se 
reconvinte, contra o autor, que na reconvenção é denominado reconvindo. 
A CLT não trata da reconvenção, no entanto o seu uso no processo trabalhista é 
largamente aceito por força do art. 769 da CLT e por não haver incompatibilidade com os 
princípios que regem o processo do trabalho. O código de processo civil trabalha a 
reconvenção no art. 343. 
Sobre o tema dispõe Martins (2010, p. 302); 
 
Penso ser plenamente cabível a reconvenção no processo do trabalho, pois 
há omissão na CLT, sendo o caso de se utilizar das disposições do CPC (art. 769 da 
CLT). A CLT não veda o institutoda reconvenção em ao menos regula o assunto, 
não sendo aquela incompatível com os princípios do processo do trabalho. Ao 
contrário, com a reconvenção há andamento mais célere do processo, economia 
processual e brevidade na solução do litígio, evitando a dualidade de ações conexas 
31 
 
e provas repetidas, se as ações tivessem sido propostas em separado, inclusive com o 
apensamento de reclamações diversas. Duas ações que poderiam ser propostas em 
separado são reunidas num só processo, como ocorria com a reunião do inquérito 
para apuração de falta grave e a reclamação para pagamento de indenização; na 
consignação em pagamento de verbas rescisórias e uma reclamação em que o 
reclamante pede as verbas rescisórias. De outro lado, a compensação e a retenção 
são institutos de direito material, enquanto que a reconvenção é matéria de direito 
instrumental.Devem ser observados alguns requisitos na utilização da reconvenção, como por 
exemplo, a competência para o julgamento, ou seja, o juiz deve ser competente para julgar a 
causa principal e a reconvenção. Outro ponto importante é que o procedimento deve ser o 
mesmo para a ação principal e para a reconvenção. É imprescindível que haja um causa 
pendente, ou seja, a ação principal e que haja uma conexão da reconvenção com essa ação 
principal. 
O CPC de 2015 manteve o aspecto autônomo da reconvenção, sendo assim mesmo 
que haja desistência da ação principal, ou a ocorrência de causa extintiva que impeça o exame 
de seu mérito a reconvenção prosseguirá normalmente. 
Como ordena o art. 847 da CLT, o reclamado terá vinte minutos para aduzir sua 
defesa, após a leitura da reclamação, sendo assim esse é o momento para se apresentar a 
reconvenção, junto com a defesa do réu. No entanto, o art. 343 do CPC em seu §1° preconiza 
que, proposta a reconvenção, o autor será intimado para apresentar resposta no prazo de 15 
dias, logo fazendo uma adaptação para o processo trabalhista, por força do art. 841 da CLT, o 
juiz nesse casso deverá adiar a audiência remarcando-a com antecedência mínima de 5 dias, 
para que o reconvindo prepare uma defesa. 
Existe uma divergência doutrinária em relação ao recurso cabível nas situações de 
rejeição da reconvenção. A corrente minoritária defende o cabimento do recurso ordinário, 
por entender se tratar de decisão terminativa de feito, portanto essa corrente se apoia no art. 
895, I da CLT. Já a corrente majoritária entende não ser cabível recurso imediato ou direto, 
pois uma das particularidades do processo na justiça do trabalho é a irrecorribilidade imediata 
das interlocutórias, como bem dispõe o art. 893 em seu parágrafo primeiro, sendo assim só 
seria possível atacar tal decisão em futuro recurso de uma decisão definitiva. 
Sobre o assunto pontua Pereira (2014, p. 450): 
 
Com o devido respeito às posições em sentido contrário, entendemos que 
não é cabível a interposição de recurso imediato ou direto da decisão do magistrado 
trabalhista que rejeita liminarmente a petição da reconvenção, somente sendo 
admitido a apreciação do seu merecimento em recurso da decisão definitiva (recurso 
mediato ou direto), pelos seguintes argumentos: 
32 
 
 Uma das grandes características dos recursos trabalhistas é a 
irrecorribilidade imediata ou direta das decisões interlocutórias, somente sendo 
admitida a interposição de recurso mediato ou indireto, que é o recurso da decisão 
definitiva; 
 Prestígio aos princípios da celeridade, simplicidade, informalidade e 
oralidade, que vigoram no Direito Processual do Trabalho; 
 Embora a reconvenção tenho natureza jurídica de ação, 
consubstancia mais uma demanda dentro da mesma relação jurídica processual, o 
que não autoriza a interposição de recurso imediato. 
 
A meu ver a corrente majoritária é acertada, pois o processo trabalhista busca a 
celeridade, dada a natureza do credito que se pretende ser alimentar, ou seja, as soluções dos 
conflitos devem ser rápidas, dentro da qualidade que se espera das sentenças. Logo, ao se 
fazer uso da irrecorribilidade imediata, não estamos causando nenhum dano irreparável para o 
réu, que via de regra tem maior poder econômico que o autor, já para o autor a demora na 
solução do conflito é angustiante e perigosa para a sua própria subsistência, dada a natureza 
alimentar do crédito. 
3.3.3 Exceções 
Antes de iniciarmos o estudo do assunto, oportuno observar o que diz Marins (2010, p. 
281): 
A exceção é uma defesa contra defeitos, irregularidades, ou vícios do 
processo, que impedem o seu desenvolvimento normal, não se discute o mérito da 
questão. Vem a ser, portanto, uma forma de defesa indireta em que o réu, sem negar 
os fatos articulados pelo autor, opõe fatos extintivos ou impeditivos ligados ao 
processo, mas pode também ser oferecida pelo autor em certos casos. 
 
Logo podemos observar que as exceções são defesas de cunho processual, ou seja, não 
vamos tratar do mérito da questão, tratando apenas de fatos impeditivos do prosseguimento 
normal do processo. 
A Consolidação das Leis do Trabalho trata do assunto nos arts. 799 a 802, no entanto 
também se utiliza de maneira subsidiaria o CPC, por força do art. 769 da CLT. 
Por questão de melhor entendimento da matéria, importante ressaltar que na exceção, 
o autor é chamado de excipiente e o réu de exceto ou excepto. 
Importante destacarmos que a apresentação da exceção, acarreta a suspensão do 
processo, como determina o art. 799, caput da CLT. 
33 
 
3.3.3.1 Incompetência 
São duas as modalidades de incompetência, absoluta e relativa. A absoluta diz respeito 
a matéria (por exemplo uma adoção ou divorcio etc), ou a pessoa (por exemplo em 
funcionário publico estatutário), essa incompetência pode ser alegada em qualquer tempo ou 
grau de jurisdição, por viciar todo processo, inclusive ser arguida de oficio. A incompetência 
relativa diz respeito ao lugar, ou seja, aonde a ação deve ser proposta, deve ser alegada pelo 
litigante sob pena de não o fazendo ocorrer a prorrogação da competência. 
A CLT trata da competência em razão do lugar no art. 651. Vale como regra que a 
competência é determinada pela localidade onde o empregado, reclamante ou reclamado, 
prestou serviços ao empregador, independente do local onde foi contratado. Mesmo essa 
sendo a regra, vale uma leitura completa do artigo por existirem algumas exceções. 
De acordo com o art. 800 da CLT, apresentada a exceção de incompetência, abre-se 
prazo de 24 horas para o exceto se manifestar devendo a decisão ser proferido logo na 
próxima audiência a ser realizada. 
A incompetência deve ser levantada junto com a defesa do réu, ou seja, logo após a 
leitura da inicial. 
O CPC de 2015 inovou ao tratar da exceção de incompetência. O art. 64 do atual CPC 
determina que a incompetência relativa ou absoluta, será alegada como questão preliminar de 
contestação. Tal inovação causou dúvida sobre a aplicação ou não do referido dispositivo no 
processo do trabalho. 
A Instrução Normativa n° 39 do TST, que trata exatamente dos dispositivos do 
CPC/2015 aplicáveis ao processo trabalhista, nada menciona, o que causa discussão na 
doutrina. 
Sobre o tema, o TRT da 10° Região aprovou o enunciado n° 19 no sentido de aplicar o 
art. 340, caput do CPC ao processo trabalhista veja: 
Enunciado 19 
PROCESSO JUDICIAL ELETRÔNICO. EXCEÇÃO DE INCOMPETÊNCIA. 
RÉU DOMICILIADO FORA DA JURISDIÇÃO. POSSIBILIDADE DE 
ARGUIÇÃO PELA PARTE E DE ANÁLISE PELO JUIZ DO TRABALHO 
ANTES DA AUDIÊNCIA INICIAL. 
1. Em razão de omissão parcial da CLT (artigos 799 e 800), aplica-se 
analogicamente ao processo do trabalho o procedimento previsto no artigo 
340, caput, do CPC, com adaptações, de modo a possibilitar que a exceção de 
incompetência arguida pela parte ré domiciliada fora do juízo em que tramite a ação 
seja apresentada e processada antes da realização da audiência inicial ou una, 
diretamente no processo eletrônico onde a ação foi ajuizada. 
2. Neste caso, a exceção deverá ser apresentada com a devida justificativa e 
requerimento específico de apreciação antecipada. 
34 
 
3. Após a oitiva da parte contrária (no prazo de 24 horas) e não havendo necessidade 
de dilação probatória, a questão poderá ser decidida pelo magistrado antes da 
realização da audiência. 
 
O tema ainda é novo e controvertido, de modo que é necessário que doutrina e 
jurisprudência se posicionem de maneira mais solida. 
3.3.3.2 Exceção de suspeição 
A exceção de suspeição diz respeito diretamente à pessoa do juiz, ou seja, da 
proximidade do magistrado com a parte litigante. O art. 801 da CLT trás um rol de situações, 
vejamos: 
 Inimizade pessoal; 
 Amizade íntima; 
 Parentesco por consanguinidade ou afinidade até o terceiro grau civil; 
 Interesse particular na causa. 
Logo, o juiz deve dar-se por suspeito,ou pode ser recusado quando incorrer nessas 
situações. Não podemos analisar o rol do art. 801 de maneira exaustiva, existem outras 
situações que ameaçam a imparcialidade do magistrado. De maneira complementar o art. 145 
do CPC nos apresenta outras situações. 
Importante destacar que tendo o recusante praticado algum ato pelo qual haja 
consentido na pessoa do juiz, não mais poderá levantar a exceção, ressalvada a hipótese de 
ocorrer novo motivo. 
Se o recusante deixou de apresentar a exceção quando já a conhecia, não mais poderá 
alegá-la, ou mesmo se após o conhecimento do fato aceitou o juiz, ou ainda se de propósito 
procurou o motivo de que ela se originou. Como assevera o art. 801. em seu parágrafo único. 
Uma vez levantada a exceção, o juiz ou tribunal designará audiência no prazo de 48 
horas para julgá-la. 
Se ficar comprovada a exceção, na mesma audiência ou na próxima será convocado o 
suplente do suspeito, esse então continuará com o processo ate o fim. 
Se a suspeição for contra juiz de direito, a substituição ocorrerá na forma da 
organização judiciária local, como determina o §2° do art. 802 da CLT. 
35 
 
3.3.3.3 Impedimento 
A CLT é totalmente omissa em relação ao fenômeno do impedimento, por esse motivo 
o seu cabimento no processo trabalhista causou divergência na doutrina. 
Uma parte da doutrina diz não ser aplicável a exceção de impedimento por falta de 
previsão legal. Entendendo ainda que a suspeição engloba todo o assunto. 
Defensor dessa postura é Almeida (2015, p. 239) 
A exceção de suspeição, como o próprio nome esclarece, envolve fatos que 
tornam suspeito de parcialidade o juiz de 1° grau e, eventualmente, o Tribunal. A 
expressão suspeição empregada no dispositivo consolidado é abrangente, 
envolvendo, via de consequência, todos os fatos relacionados no impedimento e na 
suspeição (CPC, arts. 134 e 135; arts. 144 e 145 doCPC/2015). 
 
Já outro lado da doutrina diz ser plenamente aplicável tal dispositivo na Justiça do 
Trabalho, pois o fato de não constar o instituto na CLT é mais relacionado à questão histórica, 
como bem explica Martins (2014, p. 443): 
 
A explicação requer interpretação histórica dos diplomas em comento. A 
CLT é de 1943, instituída por Getúlio Vargas na era do Estado Novo, e o Diploma 
Consolidado teve por inspiração a Carta Del Lavoro italiana de 1927, com viés 
corporativista. No âmbito processual, a CLT teve por arrimo o CPC de 1939, que 
não previa o instituto processual da exceção de impedimento. Com o advento do 
CPC de 1973 (Código Alfredo Buzaid), esse instituto foi previsto e atualmente é 
perfeitamente aplicável ao processo do trabalho. 
 
No meu ponto de vista o impedimento é totalmente aceitável, pois como sustenta parte 
da doutrina o CPC de 1973 especificou o instituto, dando mais objetividade ao fenômeno do 
impedimento, que antes não existia. 
No atual código de processo civil o assunto é tratado no art. 144, que elenca situações 
em que o juiz é vedado de exercer suas funções no processo, vejamos: 
Art. 144. Há impedimento do juiz, sendo-lhe vedado exercer suas funções no 
processo: 
I - em que interveio como mandatário da parte, oficiou como perito funcionou como 
membro do Ministério Público ou prestou depoimento como testemunha; 
II - de que conheceu em outro grau de jurisdição, tendo proferido decisão; 
III - quando nele estiver postulando, como defensor público, advogado ou membro 
do Ministério Público, seu cônjuge ou companheiro, ou qualquer parente, 
consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau, inclusive; 
IV - quando for parte no processo ele próprio, seu cônjuge ou companheiro, ou 
parente, consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau, 
inclusive; 
V - quando for sócio ou membro de direção ou de administração de pessoa jurídica 
parte no processo; 
 
VI - quando for herdeiro presuntivo, donatário ou empregador de qualquer das 
partes; 
36 
 
VII - em que figure como parte instituição de ensino com a qual tenha relação de 
emprego ou decorrente de contrato de prestação de serviços; 
VIII - em que figure como parte cliente do escritório de advocacia de seu cônjuge, 
companheiro ou parente, consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o 
terceiro grau, inclusive, mesmo que patrocinado por advogado de outro escritório; 
IX - quando promover ação contra a parte ou seu advogado. 
§ 1
o
 Na hipótese do inciso III, o impedimento só se verifica quando o defensor 
público, o advogado ou o membro do Ministério Público já integrava o processo 
antes do início da atividade judicante do juiz. 
§ 2
o
 É vedada a criação de fato superveniente a fim de caracterizar impedimento do 
juiz. 
§ 3
o
 O impedimento previsto no inciso III também se verifica no caso de mandato 
conferido a membro de escritório de advocacia que tenha em seus quadros advogado 
que individualmente ostente a condição nele prevista, mesmo que não intervenha 
diretamente no processo. 
 
Importante destacarmos a interpretação que a maioria da doutrina e jurisprudência 
aplica ao art. 802 da CLT, pois segundo o próprio dispositivo, uma vez apresentada a 
suspeição/impedimento o juiz ou tribunal designará audiência dentro de 48 horas, para a 
instrução e julgamento da exceção. No entanto, causa estranheza um magistrado julgar uma 
exceção contra ele mesmo. Ocorre que como a representação classista foi extinta em todos os 
graus de jurisdição, não mais é possível tal julgamento ocorrer em primeiro grau, sendo assim 
a competência passa a ser do tribunal correspondente. 
3.4 Audiência una 
Para iniciarmos esse tema vejamos a definição de audiência por Giglio (2005, p. 175) 
 
Audiência, em sentido amplo, é o ato jurídico consistente, como indico o 
vocábulo, na sessão da corte para serem ouvidos os litigantes, colhidas as provas, 
realizados os debates e o julgamento do feito. Na prática, usa-se também o termo 
“audiência”, strictu sensu, para designar a ocasião em que cada processo é 
submetido à Corte reunida para os mesmos fins. 
 
Vejamos também pelo olhar de Pereira (2014, p. 4770) 
 
A audiência trabalhista é o ato solene, formal, caracterizado pelo 
comparecimento das partes, dos advogados e dos auxiliares do juízo. Nela são 
realizados diversos atos processuais, como as tentativas obrigatórias de conciliação, 
o interrogatório e o depoimento pessoal das partes, a oitiva de testemunhas e de 
peritos, em que o magistrado formará seu conhecimento e, ao final prolatará a sua 
sentença. 
 
A audiência na justiça do trabalho é o ponto mais importante do processo, pois nela se 
busca clarear os elementos que irão ajudar no convencimento do juiz, lembrando que apenas 
nesse momento é que o juiz tem o primeiro contato com o processo. Portanto, as partes devem 
37 
 
nesse momento do mais alto valor, se utilizarem de todos os meios disponíveis para defender 
suas pretensões. 
De acordo com a Consolidação das Leis do Trabalho a audiência deve ser una, como 
assevera o art. 849, somente podendo ser desmembrada por motivo de força maior. 
 
Art. 849 - A audiência de julgamento será contínua; mas, se não for possível, por 
motivo de força maior, concluí-la no mesmo dia, o juiz ou presidente marcará a sua 
continuação para a primeira desimpedida, independentemente de nova notificação. 
 
Impera nessa fase do processo o princípio da concentração dos atos processuais, que 
busca reunir em uma única audiência todos os fatos necessários para que se chegue a uma 
sentença. Também estão presentes os princípios da oralidade, simplicidade, celeridade e 
economia processual. Essa tentativa de agilizar o processo, para que se chegue o mais rápido 
possível em uma solução se justifica pelo caráter alimentar do pleito trabalhista, e da 
necessidade do reclamante prover sua própria subsistência. 
Mesmo a audiência una sendo regra na CLT, grande parte das varas trabalhista optam 
pelo fracionamento

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