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AULA 6 • 3.4 CONCEITO DE AÇÃO, NATUREZA, ESPÉCI ES, PRINCÍPIOS, ELEMENTOS E AS CONDIÇÕES NECESSÁRIAS AO SEU REGULA R EXERCÍCIO. ELEMENTOS DA AÇÃO • PARTES – autor e réu • CAUSA DE PEDIR – próxima e remota • PEDIDO – mediato e imediato PRESSUPOSTOS PROCESSUAIS Os pressupostos processuais são requisitos que devem ser preenchidos, em cada caso concreto, para que o processo se constitua e desenvolva regular e validamente. São requisitos necessários à existência e validade da relação processual. A falta dos pressupostos processuais acarreta nulidade absoluta, insanável. • PRESSUPOSTOS DE EXISTÊNCIA OU CONSTITUIÇÃO ➢Órgão investido de jurisdição - A parte deve formular seu pedido a um órgão jurisdicional devidamente investido dos poderes inerentes a essa função estatal. ➢Demanda - A petição inicial é p instrumento da demanda, por meio do qual o autor exerce o direito de ação e invoca a prestação da tutela jurisdicional ➢Capacidade de ser parte – confunde-se com a capacidade civil, sendo, no entanto, mais ampla. • CAPACIDADE PROCESSUAL: toda pessoa que se acha no exercício dos seus direitos tem capacidade para estar em juízo. • Os menores de 16 deverão ser representados por seus responsáveis e aqueles que tem entre 16 e 18 deverão estar assistidos. Art. 70. Toda pessoa que se encontre no exercício de seus direitos tem capacidade para estar em juízo. • CAPACIDADE PROCESSUAL DAS PESSOAS CASADAS: Caso estejam no polo ativo, salvo quando casados sob o regime de separação absoluta de bens, é necessário o consentimento do cônjuge em ações que versem direitos reais imobiliários e ações possessórias em que haja composse ou discuta atos praticados por ambos os cônjuges. (OUTORGA UXÓRIA) Caso estejam no polo passivo, ambos figurarão como réus em ações que: • versem direitos reais imobiliários, • discutam atos praticados por ambos ou digam respeito a ambos, • fundadas em dívidas contraídas em favor da família, cuja execução tenha de recair sobre o produto do trabalho da outro cônjuge ou os seus bens reservados, • que tenham por objeto o reconhecimento, a constituição ou a extinção de ônus sobre imóveis de um ou de ambos os cônjuges. REPRESENTAÇÃO POR CURADOR ESPECIAL ➢Incapaz sem representante legal, ou em caso de colisão de interesses. ➢Réu preso ou réu revel citado por edital ou hora certa. Art. 72. O juiz nomeará curador especial ao: I - incapaz, se não tiver representante legal ou se os interesses deste colidirem com os daquele, enquanto durar a incapacidade; II - réu preso revel, bem como ao réu revel citado por edital ou com hora certa, enquanto não for constituído advogado. • Capacidade postulatória: é privativa do advogado devidamente inscrito junto a OAB, não podendo a própria parte elaborar e subscrever a petição inicial, exigindo-se que esta manifestação processual origine-se de profissional devidamente habilitado. Segundo o art. 133 da Constituição de 1988, o advogado exerce função essencial à administração da Justiça. • Exceções: Juizados Especiais nas causas inferiores a 20 salários mínimos, Justiça do Trabalho e Habeas Corpus. • PRESSUPOSTOS DE VALIDADE • Pressupostos intrínsecos consistem no respeito às regras procedimentais, a observância das regras procedimentais previstas na legislação. É por isso que se exige que a petição inicial seja apta, e também é por isso que se exige a citação. • Pressupostos extrínsecos consistem em fatos estranhos ao processo, que impedem a validade do processo, são chamados de pressupostos negativos (ou, ainda, impedimentos processuais). Pressupostos Processuais de Validade Negativos • 1. Litispendência • Quando já há ação idêntica previamente proposta, pendente de julgamento. • 2. Coisa Julgada • Quando já há ação idêntica previamente proposta, e já julgada. • 3. Perempção • Quando já há três ações idênticas previamente propostas e extintas sem resolução do mérito, pois o Autor deixou de dar andamento ao processo por mais de 30 dias. Aula 8 • 1.2 CLASSIFICAÇÕES DE PROCESSO E O CONCEITO DE PROCEDIMENTO • PROCEDIMENTO – sequência de atos processuais, visando alcançar um ato final • PROCESSO – é o procedimento em contraditório (Fazzalari). • Processo de Conhecimento: procedimento comum e procedimentos especiais • Processo de Execução AULA 09 • 1.3 SUJEITOS DO PROCESSO, AS ESPÉCIES D E LITISCONSÓRCIO E DE INTERVENÇÕES D E TERCEIROS E OS ATOS PROCESSUAIS SUJEITOS DO PROCESSO • Sujeito do Processo é todo agente público ou privado que reúne em suas atribuições função processual. JUIZ • É sujeito investido de jurisdição, é quem exerce a atividade jurisdicional. • Sua principal função é DIRIGIR O PROCESSO, em tempo razoável e garantindo a observância da igualdade processual das partes. Art. 139. O juiz dirigirá o processo conforme as disposições deste Código, incumbindo-lhe: I - assegurar às partes igualdade de tratamento; II - velar pela duração razoável do processo; III - prevenir ou reprimir qualquer ato contrário à dignidade da justiça e indeferir postulações meramente protelatórias; IV - determinar todas as medidas indutivas, coercitivas, mandamentais ou sub- rogatórias necessárias para assegurar o cumprimento de ordem judicial, inclusive nas ações que tenham por objeto prestação pecuniária; V - promover, a qualquer tempo, a autocomposição, preferencialmente com auxílio de conciliadores e mediadores judiciais; VI - dilatar os prazos processuais e alterar a ordem de produção dos meios de prova, adequando-os às necessidades do conflito de modo a conferir maior efetividade à tutela do direito; VII - exercer o poder de polícia, requisitando, quando necessário, força policial, além da segurança interna dos fóruns e tribunais; VIII - determinar, a qualquer tempo, o comparecimento pessoal das partes, para inquiri-las sobre os fatos da causa, hipótese em que não incidirá a pena de confesso; IX - determinar o suprimento de pressupostos processuais e o saneamento de outros vícios processuais; X - quando se deparar com diversas demandas individuais repetitivas, oficiar o Ministério Público, a Defensoria Pública e, na medida do possível, outros legitimados a que se referem o art. 5o da Lei no 7.347, de 24 de julho de 1985, e o art. 82 da Lei no 8.078, de 11 de setembro de 1990, para, se for o caso, promover a propositura da ação coletiva respectiva. REQUISITOS DE ATUAÇÃO DO JUIZ ➢Jurisdicionalidade: deve estar investido de jurisdição; ➢Competência: deve atuar dentro de sua faixa de atribuição; ➢Imparcialidade: é terceiro imparcial, não deve ter qualquer interesse na lide; ➢ Independência: exerce suas funções sem qualquer subordinação hierárquica; ➢Processualidade: deve observar a ordem processual instituída por lei. Poderes do juiz: • Instrutórios (poderes-meio) ou probatórios – presidir a colheita de provas, determinar as diligências, ouvir testemunhas não apresentadas, etc. • Disciplinares (poder de polícia) ou administrativo – de ordem processual e administrativa • Decisórios (poderes-fins) – despachos, decisões e sentenças. • Anômalos – àqueles não jurisdicionais. Deveres do Juiz: • a) Celeridade processual (velar pela rápida prestação jurisdicional); • b) Imparcialidade; • c) Tratar as partes com urbanidade. Garantias ou Prerrogativas Constitucionais (art. 95 da CF): • a) Vitaliciedade - só perde cargo por sentença judicial; • b) Inamovibilidade - só se ocorrer motivo de interesse público, reconhecido por 2/3 do tribunal competente; • c) Irredutibilidade de subsídios - com vistas a preservar a imparcialidade nos processos, dentro e fora dele. Art. 143. O juiz responderá, civil e regressivamente, por perdas e danos quando: I - no exercício de suas funções, proceder com dolo ou fraude; II - recusar, omitir ou retardar, sem justo motivo, providência que deva ordenar de ofício ou a requerimento da parte. Parágrafo único. As hipóteses previstas no inciso II somente serão verificadas depois que a parte requerer ao juiz que determine a providênciae o requerimento não for apreciado no prazo de 10 (dez) dias. PARTES • Polo ativo: autor • Polo passivo: réu • Parte é aquele que pleiteia e em face de quem se pleiteia a tutela jurisdicional. Art. 77. Além de outros previstos neste Código, são deveres das partes, de seus procuradores e de todos aqueles que de qualquer forma participem do processo: I - expor os fatos em juízo conforme a verdade; II - não formular pretensão ou de apresentar defesa quando cientes de que são destituídas de fundamento; III - não produzir provas e não praticar atos inúteis ou desnecessários à declaração ou à defesa do direito; IV - cumprir com exatidão as decisões jurisdicionais, de natureza provisória ou final, e não criar embaraços à sua efetivação; V - declinar, no primeiro momento que lhes couber falar nos autos, o endereço residencial ou profissional onde receberão intimações, atualizando essa informação sempre que ocorrer qualquer modificação temporária ou definitiva; VI - não praticar inovação ilegal no estado de fato de bem ou direito litigioso. Art. 78. É vedado às partes, a seus procuradores, aos juízes, aos membros do Ministério Público e da Defensoria Pública e a qualquer pessoa que participe do processo empregar expressões ofensivas nos escritos apresentados. § 1o Quando expressões ou condutas ofensivas forem manifestadas oral ou presencialmente, o juiz advertirá o ofensor de que não as deve usar ou repetir, sob pena de lhe ser cassada a palavra. § 2o De ofício ou a requerimento do ofendido, o juiz determinará que as expressões ofensivas sejam riscadas e, a requerimento do ofendido, determinará a expedição de certidão com inteiro teor das expressões ofensivas e a colocará à disposição da parte interessada. LITISCONSÓRCIO • É uma pluralidade de pessoas atuando como parte no mesmo pólo da relação processual. • São considerados, em suas relações com a parte adversa, como litigantes distintos; os atos e as omissões de um não prejudicarão nem beneficiarão os outros. • Cada litisconsorte tem o direito de promover o andamento do processo e todos devem ser intimados dos respectivos atos • Ativo é quando há mais de um autor; passivo quando há mais de um réu. • No simples, cada litisconsorte tem uma lide distinta e, por isso, o juiz pode decidir de forma diferente para cada litisconsorte. No unitário, a decisão do juiz deve ser igual (unitária) para todos os litisconsortes. Há uma única lide com relação ao demandado, por isso unitário. • Tem-se litisconsórcio necessário quando é obrigatória a presença de mais um autor ou de mais de um réu no processo, sob pena de nulidade; sendo facultativo a parte voluntariamente escolhe propor a ação contra mais de um réu ou litigar, no polo passivo, conjuntamente com outra parte. • Facultativo Art. 113. Duas ou mais pessoas podem litigar, no mesmo processo, em conjunto, ativa ou passivamente, quando: I - entre elas houver comunhão de direitos ou de obrigações relativamente à lide; II - entre as causas houver conexão pelo pedido ou pela causa de pedir; III - ocorrer afinidade de questões por ponto comum de fato ou de direito. Necessário Art. 114. O litisconsórcio será necessário por disposição de lei ou quando, pela natureza da relação jurídica controvertida, a eficácia da sentença depender da citação de todos que devam ser litisconsortes. No litisconsórcio necessário, é obrigatória a citação de todos os réus, sob pena de extinção do feito. • LITISCONSÓRCIO MULTITUDINÁRIO: Ocorre quando o litisconsórcio facultativo apresenta um número excessivo de litisconsortes, que dificulta a defesa ou a rápida solução do litígio. Nesse caso, pode o juiz, de ofício ou a requerimento, limitar o número de litisconsortes. ADVOGADO • O advogado é essencial ao regular desenvolvimento do processo. • É a pessoa versada em Direito com a função de orientar e patrocinar aqueles que têm direitos ou interesses jurídicos a pleitear ou defender em juízo. • Art. 133, CF: O advogado é indispensável à Administração da Justiça. Art. 103. A parte será representada em juízo por advogado regularmente inscrito na Ordem dos Advogados do Brasil. Parágrafo único. É lícito à parte postular em causa própria quando tiver habilitação legal. Art. 104. O advogado não será admitido a postular em juízo sem procuração, salvo para evitar preclusão, decadência ou prescrição, ou para praticar ato considerado urgente. • Exige-se que o advogado seja devidamente constituído como PROCURADOR da parte, por meio de mandato judicial. • O advogado pode atuar sem procuração somente para praticar atos urgentes, sendo concedido o prazo de 15 dias, prorrogáveis por mais 15, para juntar aos autos a procuração. Art. 105. A procuração geral para o foro, outorgada por instrumento público ou particular assinado pela parte, habilita o advogado a praticar todos os atos do processo, exceto receber citação, confessar, reconhecer a procedência do pedido, transigir, desistir, renunciar ao direito sobre o qual se funda a ação, receber, dar quitação, firmar compromisso e assinar declaração de hipossuficiência econômica, que devem constar de cláusula específica. • O advogado pode renunciar ao seu mandato – deve cientificar seu cliente e ainda fica responsável pelo processo por 10 dias. • A parte também pode revogar o mandato, constituindo, no mesmo ato, novo procurador. Art. 112. O advogado poderá renunciar ao mandato a qualquer tempo, provando, na forma prevista neste Código, que comunicou a renúncia ao mandante, a fim de que este nomeie sucessor. § 1o Durante os 10 (dez) dias seguintes, o advogado continuará a representar o mandante, desde que necessário para lhe evitar prejuízo § 2o Dispensa-se a comunicação referida no caput quando a procuração tiver sido outorgada a vários advogados e a parte continuar representada por outro, apesar da renúncia. Art. 107. O advogado tem direito a: I - examinar, em cartório de fórum e secretaria de tribunal, mesmo sem procuração, autos de qualquer processo, independentemente da fase de tramitação, assegurados a obtenção de cópias e o registro de anotações, salvo na hipótese de segredo de justiça, nas quais apenas o advogado constituído terá acesso aos autos; II - requerer, como procurador, vista dos autos de qualquer processo, pelo prazo de 5 (cinco) dias; III - retirar os autos do cartório ou da secretaria, pelo prazo legal, sempre que neles lhe couber falar por determinação do juiz, nos casos previstos em lei. MINISTÉRIO PÚBLICO • Ministério Público é uma instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo- lhe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis (CF, art. 127). • Pode atuar como parte (legitimidade extraordinária) ou como fiscal da lei (custos legis). Art. 176. O Ministério Público atuará na defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses e direitos sociais e individuais indisponíveis. Art. 177. O Ministério Público exercerá o direito de ação em conformidade com suas atribuições constitucionais. Art. 178. O Ministério Público será intimado para, no prazo de 30 (trinta) dias, intervir como fiscal da ordem jurídica nas hipóteses previstas em lei ou na Constituição Federal e nos processos que envolvam: I - interesse público ou social; II - interesse de incapaz; III - litígios coletivos pela posse de terra rural ou urbana. Princípios institucionais (CF art. 127, § 1º): • a) unidade - MP é um só órgão sob a mesma direção. • b) indivisibilidade - os membros podem ser substituídos sem quebra das tarefas. • c) independência - apesar de hierarquizados, são autônomos no uso de suas funções. • d) autonomia funcional – liberdade, nos limites da lei, para exercício da função. Garantias ou Prerrogativas Constitucionais (CF art. 128, I, a, b e c): • a) vitaliciedade- só perde cargo por sentença judicial; • b) inamovibilidade- só se ocorrer motivo de interesse público, reconhecido por 2/3 do Colégio de Procuradores;• c) irredutibilidade- com vistas a preservar a imparcialidade nos processos, dentro e fora dele. • d) garantia de foro por prerrogativa de função (CF 96, III; 52, II; 102, I, b; 105, I; 108, I, a). Vedações (CF, art. 128, §2º, II): • a) receber, a qualquer título e sob qualquer pretexto, honorários, percentagens ou custas processuais; ou exercer a advocacia; • c) participar de sociedade comercial, na forma da lei; • d) exercer, ainda que em disponibilidade, qualquer outra função pública, salvo uma de magistério; e • e) exercer atividade político-partidária, salvo exceções previstas em lei. • Obs. Hipóteses de impedimento ou suspeição (art. 258) AUXILIARES DA JUSTIÇA • Escrivão É aquele que comanda, dirige a secretaria do cartório judicial, e por conseqüência, coordena o trabalho exigido para o desenrolar de todos os atos processuais, e é ele o responsável pela guarda dos autos dos processos, respondendo assim por eles. É quem auxilia o magistrado na direção do processo. Art. 152. Incumbe ao escrivão ou ao chefe de secretaria: I - redigir, na forma legal, os ofícios, os mandados, as cartas precatórias e os demais atos que pertençam ao seu ofício; II - efetivar as ordens judiciais, realizar citações e intimações, bem como praticar todos os demais atos que lhe forem atribuídos pelas normas de organização judiciária; III - comparecer às audiências ou, não podendo fazê-lo, designar servidor para substituí-lo; IV - manter sob sua guarda e responsabilidade os autos, não permitindo que saiam do cartório, exceto: a) quando tenham de seguir à conclusão do juiz; b) com vista a procurador, à Defensoria Pública, ao Ministério Público ou à Fazenda Pública; c) quando devam ser remetidos ao contabilista ou ao partidor; d) quando forem remetidos a outro juízo em razão da modificação da competência; V - fornecer certidão de qualquer ato ou termo do processo, independentemente de despacho, observadas as disposições referentes ao segredo de justiça; VI - praticar, de ofício, os atos meramente ordinatórios. • O Oficial de Justiça É responsável pela execução dos procedimentos que tenham repercussão externa ao juízo. Os oficiais de justiça são os mensageiros e executores de ordens judiciais. Art. 154. Incumbe ao oficial de justiça: I - fazer pessoalmente citações, prisões, penhoras, arrestos e demais diligências próprias do seu ofício, sempre que possível na presença de 2 (duas) testemunhas, certificando no mandado o ocorrido, com menção ao lugar, ao dia e à hora; II - executar as ordens do juiz a que estiver subordinado; III - entregar o mandado em cartório após seu cumprimento; IV - auxiliar o juiz na manutenção da ordem; V - efetuar avaliações, quando for o caso; VI - certificar, em mandado, proposta de autocomposição apresentada por qualquer das partes, na ocasião de realização de ato de comunicação que lhe couber. Parágrafo único. Certificada a proposta de autocomposição prevista no inciso VI, o juiz ordenará a intimação da parte contrária para manifestar-se, no prazo de 5 (cinco) dias, sem prejuízo do andamento regular do processo, entendendo-se o silêncio como recusa. Art. 155. O escrivão, o chefe de secretaria e o oficial de justiça são responsáveis, civil e regressivamente, quando: I - sem justo motivo, se recusarem a cumprir no prazo os atos impostos pela lei ou pelo juiz a que estão subordinados; II - praticarem ato nulo com dolo ou culpa. • Perito O perito é o profissional que, em razão de seus conhecimentos técnicos e científicos, é chamado para auxiliar o juiz no descobrimento da verdade sobre determinado fato. • Os peritos serão nomeados entre os profissionais legalmente habilitados e os órgãos técnicos ou científicos devidamente inscritos em cadastro mantido pelo tribunal ao qual o juiz está vinculado. • Na localidade onde não houver inscrito no cadastro disponibilizado pelo tribunal, a nomeação do perito é de livre escolha pelo juiz e deverá recair sobre profissional ou órgão técnico ou científico comprovadamente detentor do conhecimento necessário à realização da perícia. Art. 157. O perito tem o dever de cumprir o ofício no prazo que lhe designar o juiz, empregando toda sua diligência, podendo escusar-se do encargo alegando motivo legítimo. § 1o A escusa será apresentada no prazo de 15 (quinze) dias, contado da intimação, da suspeição ou do impedimento supervenientes, sob pena de renúncia ao direito a alegá-la. § 2o Será organizada lista de peritos na vara ou na secretaria, com disponibilização dos documentos exigidos para habilitação à consulta de interessados, para que a nomeação seja distribuída de modo equitativo, observadas a capacidade técnica e a área de conhecimento. Art. 158. O perito que, por dolo ou culpa, prestar informações inverídicas responderá pelos prejuízos que causar à parte e ficará inabilitado para atuar em outras perícias no prazo de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, independentemente das demais sanções previstas em lei, devendo o juiz comunicar o fato ao respectivo órgão de classe para adoção das medidas que entender cabíveis. • Intérprete A qualidade de intérprete pode ser classificada como tradutor, ou seja, aquele que traduz para outrem o conteúdo escrito em linguagem estrangeira ou outro código de comunicação; e intérprete que revela o pensamento de alguém que não consegue se expressar por uma deficiência orgânica ou física ou porque não conhece o idioma. Não é funcionário público e exerce suas funções mediante remuneração, escolhido livremente pelo juiz. Art. 162. O juiz nomeará intérprete ou tradutor quando necessário para: I - traduzir documento redigido em língua estrangeira; II - verter para o português as declarações das partes e das testemunhas que não conhecerem o idioma nacional; III - realizar a interpretação simultânea dos depoimentos das partes e testemunhas com deficiência auditiva que se comuniquem por meio da Língua Brasileira de Sinais, ou equivalente, quando assim for solicitado. Art. 163. Não pode ser intérprete ou tradutor quem: I - não tiver a livre administração de seus bens; II - for arrolado como testemunha ou atuar como perito no processo; III - estiver inabilitado para o exercício da profissão por sentença penal condenatória, enquanto durarem seus efeitos. Art. 164. O intérprete ou tradutor, oficial ou não, é obrigado a desempenhar seu ofício, aplicando-se-lhe o disposto nos arts. 157 e 158. DEPOSITÁRIO E ADMINISTRADOR • São terceiros nomeados para guardar e administrar bem penhorado, arrecadado, sequestrado ou arrestado em procedimento judicial, mediante o pagamento de remuneração. Art. 159. A guarda e a conservação de bens penhorados, arrestados, sequestrados ou arrecadados serão confiadas a depositário ou a administrador, não dispondo a lei de outro modo. Art. 160. Por seu trabalho o depositário ou o administrador perceberá remuneração que o juiz fixará levando em conta a situação dos bens, ao tempo do serviço e às dificuldades de sua execução. Parágrafo único. O juiz poderá nomear um ou mais prepostos por indicação do depositário ou do administrador. Art. 161. O depositário ou o administrador responde pelos prejuízos que, por dolo ou culpa, causar à parte, perdendo a remuneração que lhe foi arbitrada, mas tem o direito a haver o que legitimamente despendeu no exercício do encargo. Parágrafo único. O depositário infiel responde civilmente pelos prejuízos causados, sem prejuízo de sua responsabilidade penal e da imposição de sanção por ato atentatório à dignidade da justiça. CONCILIADOR E MEDIADOR - Conciliadores e mediadores serão cadastrados junto aos órgãos jurisdicionais, sendo que o cadastro pode ser precedido de concurso público. - Os conciliadores e mediadores judiciais cadastrados na forma do caput, se advogados, estarão impedidos de exercer a advocacia nos juízos em que desempenhem suas funções. - O tribunal poderá optar pela criação de quadro próprio de conciliadores e mediadores, a ser preenchido por concurso público de provas e títulos, observadasas disposições deste Capítulo. Art. 169. Ressalvada a hipótese do art. 167, § 6o, o conciliador e o mediador receberão pelo seu trabalho remuneração prevista em tabela fixada pelo tribunal, conforme parâmetros estabelecidos pelo Conselho Nacional de Justiça. § 1o A mediação e a conciliação podem ser realizadas como trabalho voluntário, observada a legislação pertinente e a regulamentação do tribunal. Art. 173. Será excluído do cadastro de conciliadores e mediadores aquele que: I - agir com dolo ou culpa na condução da conciliação ou da mediação sob sua responsabilidade ou violar qualquer dos deveres decorrentes do art. 166, §§ 1o e 2o; II - atuar em procedimento de mediação ou conciliação, apesar de impedido ou suspeito. § 1o Os casos previstos neste artigo serão apurados em processo administrativo. § 2o O juiz do processo ou o juiz coordenador do centro de conciliação e mediação, se houver, verificando atuação inadequada do mediador ou conciliador, poderá afastá-lo de suas atividades por até 180 (cento e oitenta) dias, por decisão fundamentada, informando o fato imediatamente ao tribunal para instauração do respectivo processo administrativo. - O conciliador, que atuará preferencialmente nos casos em que não houver vínculo anterior entre as partes, poderá sugerir soluções para o litígio, sendo vedada a utilização de qualquer tipo de constrangimento ou intimidação para que as partes conciliem. - O mediador, que atuará preferencialmente nos casos em que houver vínculo anterior entre as partes, auxiliará aos interessados a compreender as questões e os interesses em conflito, de modo que eles possam, pelo restabelecimento da comunicação, identificar, por si próprios, soluções consensuais que gerem benefícios mútuos. Art. 166. A conciliação e a mediação são informadas pelos princípios da independência, da imparcialidade, da autonomia da vontade, da confidencialidade, da oralidade, da informalidade e da decisão informada. § 1o A confidencialidade estende-se a todas as informações produzidas no curso do procedimento, cujo teor não poderá ser utilizado para fim diverso daquele previsto por expressa deliberação das partes. § 2o Em razão do dever de sigilo, inerente às suas funções, o conciliador e o mediador, assim como os membros de suas equipes, não poderão divulgar ou depor acerca de fatos ou elementos oriundos da conciliação ou da mediação. § 3o Admite-se a aplicação de técnicas negociais, com o objetivo de proporcionar ambiente favorável à autocomposição. § 4o A mediação e a conciliação serão regidas conforme a livre autonomia dos interessados, inclusive no que diz respeito à definição das regras procedimentais. ADVOCACIA PÚBLICA • A Advocacia Pública é a responsável por defender os interesses dos entes do próprio Estado, seja judicialmente ou extrajudicialmente. • É composta pela Advocacia Geral da União (CRFB, 131) chefiada pelo Advogado-Geral da União, escolhido e destituído, a qualquer tempo, pelo Presidente da República. Trata-se de cargo de confiança e político. No âmbito estadual e no Distrito Federal, a atividade é exercida por Procuradores. Art. 182. Incumbe à Advocacia Pública, na forma da lei, defender e promover os interesses públicos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, por meio da representação judicial, em todos os âmbitos federativos, das pessoas jurídicas de direito público que integram a administração direta e indireta. Art. 183. A União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e suas respectivas autarquias e fundações de direito público gozarão de prazo em dobro para todas as suas manifestações processuais, cuja contagem terá início a partir da intimação pessoal. § 1o A intimação pessoal far-se-á por carga, remessa ou meio eletrônico. § 2o Não se aplica o benefício da contagem em dobro quando a lei estabelecer, de forma expressa, prazo próprio para o ente público. Art. 184. O membro da Advocacia Pública será civil e regressivamente responsável quando agir com dolo ou fraude no exercício de suas funções DEFENSORIA PÚBLICA • Segundo a Constituição Federal, a Defensoria Pública é instituição essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a orientação jurídica e a defesa, em todos os graus, dos necessitados, na forma do art. 5º, LXXIV.) Art. 185. A Defensoria Pública exercerá a orientação jurídica, a promoção dos direitos humanos e a defesa dos direitos individuais e coletivos dos necessitados, em todos os graus, de forma integral e gratuita. Art. 186. A Defensoria Pública gozará de prazo em dobro para todas as suas manifestações processuais. § 1o O prazo tem início com a intimação pessoal do defensor público, nos termos do art. 183, § 1o. § 2o A requerimento da Defensoria Pública, o juiz determinará a intimação pessoal da parte patrocinada quando o ato processual depender de providência ou informação que somente por ela possa ser realizada ou prestada. § 3o O disposto no caput aplica-se aos escritórios de prática jurídica das faculdades de Direito reconhecidas na forma da lei e às entidades que prestam assistência jurídica gratuita em razão de convênios firmados com a Defensoria Pública. § 4o Não se aplica o benefício da contagem em dobro quando a lei estabelecer, de forma expressa, prazo próprio para a Defensoria Pública. Art. 187. O membro da Defensoria Pública será civil e regressivamente responsável quando agir com dolo ou fraude no exercício de suas funções. ATOS PROCESSUAIS ATOS PROCESSUAIS Entende-se por ATO PROCESSUAL todo ato emanado das partes, dos agentes da jurisdição ou de algum terceiro ligado ao processo, suscetível de criar, modificar ou extinguir efeitos processuais. Forma • É o conjunto de solenidades necessárias e indispensáveis para a validade e eficácia dos atos processuais. • SOLENES: são aqueles atos para os quais a lei prevê uma determinada forma como condição de validade. NÃO SOLENES: são os atos de forma livre, que podem ser praticados independentemente de qualquer solenidade e que se provam por quaisquer dos meios de convencimento admitidos em direito. • Art. 188. Os atos e os termos processuais independem de forma determinada, salvo quando a lei expressamente a exigir, considerando-se válidos os que, realizados de outro modo, lhe preencham a finalidade essencial. • PRINCÍPIO DA INSTRUMENTALIDADE DAS FORMAS: Os atos e termos processuais não dependem de forma determinada senão quando a lei expressamente a exigir, reputando-se válidos os que, realizados de outro modo, Ihe preencham a finalidade essencial. • É obrigatório o uso da língua oficial: PORTUGUÊS – art. 192 do CPC. • Se a parte pretende juntar aos autos documento redigido em língua estrangeira, deve-se providenciar que sua apresentação em juízo se faça acompanhada de versão em português, firmada por tradutor juramentado – art. 192, parágrafo único, do CPC. Publicidade • A publicidade dos atos processuais garante a sua transparência, lisura e a moralidade. • São públicos os atos processuais no sentido de que as audiências se realizam a portas abertas, com acesso franqueado ao público, e a todos é dado conhecer os atos e termos que no processo se contêm, obtendo traslados e certidões a respeito deles. • Os feitos que se sujeitam às restrições do procedimento em segredo de Justiça, de acordo com o art. 189 são: I - em que o exija o interesse público ou social; II - que versem sobre casamento, separação de corpos, divórcio, separação, união estável, filiação, alimentos e guarda de crianças e adolescentes; III - em que constem dados protegidos pelo direito constitucional à intimidade; IV - que versem sobre arbitragem, inclusive sobre cumprimento de carta arbitral, desde que a confidencialidade estipulada na arbitragem seja comprovada perante o juízo. Tempo • O tempo hábil à prática dos atos processuais é o previsto no art. 212 do CPC, que determina sejam eles realizados em dias úteis, de 6 às 20 horas. • Durante as férias e nos feriados, não se praticarão atos processuais. • Sempre que o atofor daqueles que se praticam por meio de petição, como os recursos, a manifestação da parte terá de ser protocolada, dentro do horário de expediente estabelecido pela lei de organização judiciária local (art. 212, § 3). • A prática de diligência em horário excepcional dependerá dos seguintes requisitos: a) pedido da parte, que demonstre a excepcionalidade do caso e a urgência da medida; b) autorização expressa do juiz; c) observância do disposto no art. 5°, inc. XI, da Constituição Federal: “A Casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou durante o dia, por determinação judicial”. • Feitos que se processam no período de férias/recesso forense: I - os procedimentos de jurisdição voluntária; II – ações de alimentos e de nomeação ou remoção de tutores e curadores; III - todas as causas que a lei federal determinar (desapropriação, falência, etc). Lugar • Os atos processuais realizam-se de ordinário na sede do juízo. • Prevê o art. 217 (segunda parte) exceção à regra de que os atos se devem realizar na sede do juízo, em razão de: a) deferência, por exemplo, a tomada de depoimento de um Deputado; b) interesse da justiça (inspeção judicial); c) obstáculo arguido pelo interessado e acolhido pelo juiz (testemunha enferma). PRAZOS PROCESSUAIS • Prazo é o espaço de tempo em que o ato processual da parte pode ser validamente praticado. • Dispõe o art. 218 do CPC: “os atos processuais realizar-se-ão nos prazos prescritos em lei”. • Contam-se os prazos somente em dias úteis; • Férias ou recesso forense suspende o prazo processual (art. 220); • A contagem do prazo exclui o dia do começo e inclui o termo final (art. 224); • Também suspendem os prazos: a) o obstáculo criado pela parte contrária; b) a morte ou a perda da capacidade processual da parte, de seu representante legal ou de seu procurador; c) a convenção das partes, se o prazo for dilatório; d) a exceção de incompetência, bem como de suspeição ou de impedimento do juiz, salvo no processo de execução. • Contagem inicial dos prazos - art. 231 do CPC; a) quando a citação ou intimação for pessoal ou com hora certa, o prazo se inicia a partir da juntada aos autos do mandado devidamente cumprido; b) quando a citação ou a intimação for eletrônica, o prazo se inicia no dia útil seguinte à consulta ao teor da citação ou da intimação ou ao término do prazo para que a consulta se dê; c) se a comunicação for feita por edital, o prazo para a prática do ato processual terá início a partir do termo final do prazo estipulado pelo juiz no edital para aperfeiçoamento da diligência; d) se o ato de comunicação se der através de carta de ordem, precatória ou rogatória, o termo a quo do prazo será a data de sua juntada aos autos, depois de realizar a diligencia; e) se a intimação for por via postal, a contagem do prazo será feita a partir da juntada aos autos do aviso de recebimento. • Prazo para o Ministério Público, Defensoria Pública e Fazenda Pública: em dobro • Prazo para partes com advogados distintos: em dobro. Classificação • PRÓPRIOS: são prazos preclusivos, que dizem respeito às praticas de atos processuais pelas partes. • IMPRÓPRIOS: O descumprimento não gera qualquer desvalia em matéria processual, nem mesmo a preclusão. • LEGAIS: estabelecidos pela lei – art. 218. • JUDICIAIS: determinados pelo juiz – art. 218, § 1º. Ex.: designação da audiência • CONVENCIONAIS: convencionados pelas partes. • DILATÓRIOS: ainda que fixados na lei, admitem ampliação pelo juiz ou que, por convenção das partes podem ser ampliados ou reduzidos. • PEREMPTÓRIOS: é o que a convenção das partes e, ordinariamente, o próprio juiz, não podem alterar. • A ampliação ou redução dos prazos dilatórios pela convenção das partes só tem eficácia se: a) for requerida antes do vencimento do prazo; b) estiver fundada em motivo legítimo; c) for objeto de aprovação do juiz, a quem compete fixar o dia do vencimento do prazo da prorrogação. PRECLUSÃO É a perda da possibilidade de praticar um ato processual pela parte. O processo desenvolve-se em fases. Após passar para a próxima fase, somente se retorna à anterior em casos de nulidade absoluta. •TEMPORAL: perda do prazo processual. Art. 223. Decorrido o prazo, extingue-se o direito de praticar ou de emendar o ato processual, independentemente de declaração judicial, ficando assegurado, porém, à parte provar que não o realizou por justa causa. •LÓGICA: decorre da incompatibilidade do ato praticado e outro, que se queria praticar também. •CONSUMATIVA: ocorre da prática do ato. Ex.: recurso interposto nos primeiros dias do prazo não permite que haja substituição por outro igual ou adição ao pedido, mesmo que ainda dentro do prazo previsto pela lei. COMUNICAÇÃO DOS ATOS PROCESSUAIS • Atos fora dos limites territoriais do juízo: a) Carta de ordem - a requisição de ato de juiz de categoria superior a juiz de categoria inferior se faz por carta de ordem. • b) Carta rogatória - A carta rogatória será remetida à autoridade estrangeira, por via diplomática, depois de traduzida para a língua do país em que há de praticar- se o ato. • c) Carta precatória - a carta precatória circula entre juízes do mesmo grau de jurisdição, sendo lícito ao juiz deprecado recusar-lhe cumprimento e devolvê-la ao juiz deprecante, por irregularidades formais da carta, nos termos do art. 209. CITAÇÃO Art. 238. Citação é o ato pelo qual são convocados o réu, o executado ou o interessado para integrar a relação processual. É o ato de convocação inicial do processo, capaz de formalizar a relação processual, trazendo para ela a(s) pessoa(s) em face de quem se pede a atuação do direito. Art. 239. Para a validade do processo é indispensável a citação do réu ou do executado, ressalvadas as hipóteses de indeferimento da petição inicial ou de improcedência liminar do pedido. ➢Falta de citação ou citação nula produzem as mesmas consequências: nulo é o processo. • Para ser considerada válida, a citação deve ser: 1. Pessoal ao réu, seu representante legal ou procurador com poderes especiais; 2. Não pode ser efetuada durante culto religioso ou a até 7 dias da morte do cônjuge ou parente consangüíneo ou afim, aos noivos nos 3 primeiros dias das bodas, aos doentes em estado grave. • A citação pode ser feita em qualquer lugar que o réu seja encontrado (art. 243), porém, preferencialmente no seu endereço. O militar em serviço ativo só será citado na unidade em que estiver servindo, se não for conhecida a sua residência ou nela não for encontrado (art. 243, parágrafo único). EFEITOS DA CITAÇÃO – art. 240 do CPC ➢Torna litigiosa a coisa; ➢Induz litispendência; ➢Constitui o devedor em mora; No CPC de 1973, a citação ainda produzia outros dois efeitos: interrompia o prazo prescricional e tornava prevento o juízo. No novo CPC, a prevenção é determinada pela distribuição da ação e a prescrição é interrompida pelo despacho citatório. Modalidades • Citação real pelo correio: a regra geral é a citação pelo correio, mediante carta registrada com “AR” (Aviso de Recebimento). Exceções: ações de estado, quando o réu for incapaz ou pessoa jurídica de direito público, nos processos de execução, quando o réu residir em local não atendido pela entrega domiciliar de correspondência ou quando o autor a requerer de outra forma. • Citação real por oficial de justiça: em todos os casos em que seja inadequada a citação por correio ou quando esta for frustrada, deverá a citação ser feita por mandado. Munido do mandado, o oficial de justiça procurará o citando, lendo-lhe e entregando-lhe a contrafé. • Citação ficta por edital: aqui o autor deve demonstrar que esgotou todas as hipóteses para localizar o réu. O réu é desconhecido ou não se pode individualizá-lo (réu incerto), ou que este se encontra em local ignorado, incerto ou inacessível. • Citação fictacom hora certa: é a hipótese em que o oficial de justiça por duas vezes não encontra o réu e suspeita que o mesmo está se ocultando. O oficial de justiça, então, informa a qualquer pessoa da família ou a qualquer vizinho que no dia imediato voltará a fim de efetuar a citação, na hora que designar. INTIMAÇÃO • Intimação é, na definição legal, “o ato pelo qual se dá ciência a alguém dos atos e dos termos do processo.” (art. 269). • As intimações podem ser feitas pelo escrivão, pelo correio, pelo oficial de justiça e por publicação na imprensa. Admite-se também por edital e com hora certa. • Devem ser feitas preferencialmente por meio eletrônico; • Se não realizadas dessa forma, serão publicadas em diário oficial; • Também podem ser realizadas por carta registrada ou pessoalmente. DA INTERVENÇÃO DE TERCEIROS • Terceiro é quem não seja parte, quer nunca o tenha sido, que haja deixado de sê-lo em momento anterior àquele que se profira a decisão. • Intervenção de terceiros consiste na atuação de pessoas estranhas a determinado processo judicial, quando esta não se dá por litisconsórcio. • A intervenção de terceiros é fato jurídico processual que transforma pessoa estranha ao processo pendente em parte dele integrante. Não gera processo novo, mas tão só efeitos subjetivos e ou objetivos no processo em curso. ASSISTÊNCIA Art. 119. Pendendo causa entre 2 (duas) ou mais pessoas, o terceiro juridicamente interessado em que a sentença seja favorável a uma delas poderá intervir no processo para assisti-la. Parágrafo único. A assistência será admitida em qualquer procedimento e em todos os graus de jurisdição, recebendo o assistente o processo no estado em que se encontre. Art. 120. Não havendo impugnação no prazo de 15 (quinze) dias, o pedido do assistente será deferido, salvo se for caso de rejeição liminar. Parágrafo único. Se qualquer parte alegar que falta ao requerente interesse jurídico para intervir, o juiz decidirá o incidente, sem suspensão do processo. ASSISTÊNCIA LITISCONSORCIAL Art. 124. Considera-se litisconsorte da parte principal o assistente sempre que a sentença influir na relação jurídica entre ele e o adversário do assistido. DENUNCIAÇÃO DA LIDE • Modalidade de Intervenção de Terceiro relacionada ao direito de regresso. • Direito de regresso é o direito exercido pelo sucumbente da ação indenizatória contra um terceiro responsável pela existência desta. • UTILIDADE DA DENUNCIAÇÃO DA LIDE: a) notificar a existência de um litígio a terceiro; b) propor antecipadamente a ação de regresso contra quem deva reparar os prejuízos do denunciante, na eventualidade de sair vencido na ação originária. Art. 125. É admissível a denunciação da lide, promovida por qualquer das partes: I - ao alienante imediato, no processo relativo à coisa cujo domínio foi transferido ao denunciante, a fim de que possa exercer os direitos que da evicção lhe resultam; II - àquele que estiver obrigado, por lei ou pelo contrato, a indenizar, em ação regressiva, o prejuízo de quem for vencido no processo. (OCORRE EVICÇÃO QUANDO O ADQUIRENTE DE UM BEM VEM A PERDÊ-LO EM VIRTUDE DE SENTENÇA JUDICIAL QUE RECONHECE A OUTREM DIREITO ANTERIOR SOBRE ELA. O EVICTO TEM DIREITO DE REAVER O PREÇO PAGO PELA COISA, INDENIZAÇÃO PELOS FRUTOS QUE TENHA SIDO OBRIGADO A RESTITUIR, INDENIZAÇÃO PELAS DESPESAS DO CONTRATO, RESSARCIMENTO PELOS PREJUÍZOS QUE RESULTAM DIRETAMENTE DA PERDA DA COISA, ALÉM DO REEMBOLSO DAS DESPESAS PROCESSUAIS E HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS). • Da obrigatoriedade da denunciação à lide: • “Se o adquirente não lançar mão da denunciação da lide e vier a sucumbir perante a reivindicação da outra parte, não poderá exercitar, contra o transmitente, o direito de garantia que da evicção lhe resultaria.” Humberto Theodoro Júnior Vide art. 456 do CC de 2002 CHAMAMENTO AO PROCESSO • É espécie de intervenção de terceiros, qualificada como o “incidente pelo qual o devedor demandado chama para integrar o mesmo processo os coobrigados pela dívida, de modo a fazê-los também responsáveis pelo resultado do feito”. • Cabimento : apenas nos processos de conhecimento que se funda em um vínculo de solidariedade entre chamante e chamado. • Somente pode ser manejada pelo RÉU Art. 130. É admissível o chamamento ao processo, requerido pelo réu: I - do afiançado, na ação em que o fiador for réu; II - dos demais fiadores, na ação proposta contra um ou alguns deles; III - dos demais devedores solidários, quando o credor exigir de um ou de alguns o pagamento da dívida comum. • INCIDENTE DE DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA Art. 133. O incidente de desconsideração da personalidade jurídica será instaurado a pedido da parte ou do Ministério Público, quando lhe couber intervir no processo. § 1o O pedido de desconsideração da personalidade jurídica observará os pressupostos previstos em lei. § 2o Aplica-se o disposto neste Capítulo à hipótese de desconsideração inversa da personalidade jurídica. AMICUS CURIAE Terceiro que ingressa em juízo, nos casos previstos em lei, sem que tenha pretensão direta, pessoal e imediata no resultado da demanda. Sua participação em geral visa auxiliar o Judiciário na interpretação da norma, sobretudo em processos objetivos (de controle da constitucionalidade). Com a promulgação do novo CPC, admite-se o amicus curiae em qualquer procedimento • (GLOSSÁRIO JURÍDICO, site STF): Amigo da Corte. “Intervenção assistencial em processos de controle de constitucionalidade por parte de entidades que tenham representatividade adequada para se manifestar nos autos sobre questão de direito pertinente à controvérsia constitucional. Não são partes dos processos; atuam apenas como interessados na causa. Plural: Amici curiae (amigos da Corte)”. Art. 138. O juiz ou o relator, considerando a relevância da matéria, a especificidade do tema objeto da demanda ou a repercussão social da controvérsia, poderá, por decisão irrecorrível, de ofício ou a requerimento das partes ou de quem pretenda manifestar-se, solicitar ou admitir a participação de pessoa natural ou jurídica, órgão ou entidade especializada, com representatividade adequada, no prazo de 15 (quinze) dias de sua intimação. § 1o A intervenção de que trata o caput não implica alteração de competência nem autoriza a interposição de recursos, ressalvadas a oposição de embargos de declaração e a hipótese do § 3o. § 2o Caberá ao juiz ou ao relator, na decisão que solicitar ou admitir a intervenção, definir os poderes do amicus curiae. § 3o O amicus curiae pode recorrer da decisão que julgar o incidente de resolução de demandas repetitivas.
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