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Famílias Poliafetivas

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O Reconhecimento da Família Poliafetiva
 Com o decorrer dos séculos, décadas e anos a sociedade tem passado por profundas mudanças sociais, culturais e comportamentais. Essas metamorfoses podem ser observadas, por exemplo, na formatação das famílias brasileiras, onde no início do século XX eram dominadamente patriarcais, compostas por um homem e uma mulher, e que nem sempre era consequência de uma escolha, mas de um acordo, entre famílias, para atender uma obrigação social em se constituir família. Com os avanços e mudanças sociais, essa realidade tem se transformado cada vez mais, e novos tipos de arranjos familiares surgiram, algumas até já reconhecidas pelo Direito, como é o caso da união homoafetiva. 
O Direito de Família é um ramo do direito que está em constante transformação. De acordo com as relações, os comportamentos e os valores se modificam na sociedade, o direito de família vai se adequando a essas novas realidades que surgem e vão se estabelecendo de forma natural. Essas relações contemporâneas vem lutando pela Juricidade no modo de ser nos fazendo refletir, qual seria o conceito de justiça? 
A Constituição federal, destaca em seu preâmbulo, que o Brasil é um Estado democrático destinado a assegurar o exercício dos direitos sociais e individuais, sem preconceitos e assegurando a igualdade e a justiça, constituindo a valorização da dignidade da pessoa humana, se propondo em construir uma sociedade plural, e reafirmando em seu Art. 5º, que todos (sem destição de gênero) são iguais perante a lei sem distinção de qualquer natureza, CLAÚSULA PETRÉA. A garantia da dignidade da pessoa humana que é constituída na nossa Magna Carta foi espelhada em diversas Declarações Fundamentais dos Direitos Humanos. Então porque duas pessoas ou mais, do mesmo sexo ou não, não podem formar uma família?
A criação das normas jurídicas gerais são reguladas pela Constituição federal, as leis formais ou processuais, por sua vez, exercem por regular a aplicação das leis materiais pelos tribunais e autoridades administrativas. Enquanto as ciências jurídicas apresentam a conduta humana através de normas jurídicas, as normas jurídicas representam uma exposição interpretativa normativa dos fatos de conduta. 
O grande Jurista e professor Brasileiro, Miguel Reale, criador da teoria tridimensional, nos instrui em uma de sua obra ilustre a “Filosofia do Direito”:
“... uma norma jurídica, uma vez emanada, sofre alterações semânticas, pela superveniência das mudanças no plano dos fatos e valores, (…) perante fatos sociais, tento em vista a realização de determinados valores” (REALE, 1994).
Reale nos instrui ao entendimento deque o homem através da mudança de época ou através do fervor de sua época está em constante transformação, então deve aplicar o direito como valor do justo pelos fatos através delas expostos a aplicação de uma norma geral a um caso concreto.
 Entende-se que o reconhecimento das famílias Poliafetivas é um fato da vida essa busca pela juricidade da maneira de ser está amparado por diversos princípios constitucionais como o Principio da Dignidade (a família só tem a validade concedida sob o ângulo da dignidade humana), Principio da Solidariedade, Principio da Liberdade (da maneira de ser), Principio da Igualdade (sem distinção de qualquer natureza), Principio da Isonomia (todos são iguais perante a lei), Principio da Proteção (que o Estado deve a essas famílias) entre outros Princípios Constitucionais. Violar esse direito seria violar acima de tudo as Leis dos Tratados internacionais do Direitos Humanos. Que Justiça é essa que determina a maneira de ser do Cidadão?
Sob essa ótica o “homem” se encontra sob o centro do ordenamento jurídico, a dignidade da pessoa humana é uma das maiores conquistas jurídicas e nunca deverá um Estado fazer um juízo de valor sobre a genética, a privacidade, a intimidade do individuo. Nos Estados Unidos as famílias Poliafetivas são reconhecidas, isso nos mostra que a sociedade está em constante mudança e evolução, pleitear essa equiparação é garantir a essas famílias poliafetivas o direito ao núcleo central da família que é o Amor, projetos de vida, sonhos, a vida privada, o direito de registrar seus bens materiais, de registrar seus filhos, direito de casar ou união estável entre tantos outros. 
Toda forma de amor é valida e nunca poderá o Estado determinar sobre a privacidade e a vida intima da pessoa humana, é possível olhar para frente para a criação de uma sociedade mais justa de um novo tempo, uma nova era onde qualquer forma de amor seja impetrado em nosso ordenamento jurídico. 
A vida que determina o direito e não o direito que determina a vida.
(autor desconhecido)
A equiparação das famílias Poliafetiva a famílias “tradicionais” é um direito amparado pelos tratados internacionais e constitucional.

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