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UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDONÓPOLIS – UFR INSTITUTO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E TECNOLÓGICAS - ICAT ENGENHARIA AGRÍCOLA E AMBIENTAL – EAA DANIELY DE LIMA PIMENTA SISTEMA DE SECAGEM E AERAÇÃO DE GRÃOS CONSTRUINDO UM CONHECIMENTO RONDONÓPOLIS – MT JANEIRO DE 2021 DANIELY DE LIMA PIMENTA SISTEMA DE SECAGEM E AERAÇÃO DE GRÃOS CONSTRUINDO UM CONHECIMENTO Trabalho apresentado à disciplina de Sistema de Secagem e Aeração de Grão, do curso de Engenharia Agrícola e Ambiental da Universidade Federal de Rondonópolis, como requisito de avaliação da disciplina, sob orientação do Professor Dr. Adriano Ferreira Rozado RONDONÓPOLIS – MT JANEIRO DE 2021 ÍNDICE DE FIGURAS Figura 1:Vista de um secador de camada fixa (Modelo UFV) ......................................... 6 Figura 2: Funcionamento de um secador de fluxos cruzados, podendo operar de forma contínua ............................................................................................................................ 7 Figura 3: Sistema de armazenamento com silo-secador em fluxos contracorrentes ........ 7 Figura 4: Secador de fluxos contracorrentes (Modelo UFV) ........................................... 8 Figura 5: Secador de fluxos mistos ou em cascata com calhas ........................................ 8 Figura 6: Secador rotativo com tambor horizontal para secagem de lote ......................... 9 Figura 7: Secador por convecção natural .......................................................................... 9 Figura 8: Secador de leito fluidizado .............................................................................. 10 Sumário ÍNDICE DE FIGURAS .................................................................................................. 3 1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 5 2 DESENVOLVIMENTO ........................................................................................... 6 2.1 Sistemas de secagem e tipos de secadores de grãos .......................................... 6 2.2 Aeração de grãos .............................................................................................. 11 2.3 Custos para secagem e aeração de grãos.......................................................... 13 2.4 Transportadores de grãos ................................................................................. 14 3 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................... 16 5 1 INTRODUÇÃO As operações de secagem e aeração de grãos em unidades de armazenamento são de extrema importância no “preparo” e na manutenção da qualidade do produto durante a armazenagem. A secagem tem como objetivo diminuir o conteúdo de umidade dos grãos e sementes a um nível adequado para que sejam efetuadas as operações de beneficiamento (PERES, 2015). Assim, a secagem impede o crescimento de microbiano, retarda as alterações enzimáticas, aumenta de forma considerável a vida de armazenamento, e também representa o processo de transferência simultânea de calor e de massa entre o ar de secagem e o produto, ou seja, a alteração do estado físico, remoção de uma fase líquida para o sólido (VILLELA E SILVA, 1992). A aeração de grãos consiste em proporcionar a passagem de ar natural ou resfriado através de ventiladores por meio da massa granular com propósito de baixar e uniformizar a temperatura dos grãos armazenados, causar a imigração de umidade, e conforme as condições climáticas pode promover a secagem ou reumedecimento dos grãos (ELIAS, M. C, 2009). A aeração pode ter vários efeitos sobre a massa de grãos, de acordo com as condições do ambiente e do próprio produto. Assim, antes de colocar o sistema de aeração em funcionamento, é necessário fazer suposição sobre os prováveis resultados da operação (SILVA et a., 2000) 6 2 DESENVOLVIMENTO 2.1 Sistemas de secagem e tipos de secadores de grãos A secagem consiste na retirada do excesso de água dos grãos, em um processo de transferência de calor e massa, sendo pela diferença de pressão de vapor de água entre o ar de secagem com a superfície de produto, podendo ocorrer de modo natural ou artificial. A secagem natural requer um longo período e grandes áreas para a movimentação do produto (SILVA, 2008). E a secagem artificial tem utilização de aparelhos como os secadores, onde o produto úmido é exposto a uma corrente de ar forçada e aquecida que passa no interior de uma câmara de secagem, assim reduzindo a umidade do produto que está dentro desse secador (DALBELLO, 1995). Em função da temperatura do ar de secagem, a secagem artificial é subdividida em: secagem a baixa temperatura e secagem a alta temperatura. Nos sistemas de secagem com alta temperatura, os secadores podem ser classificados, no que se refere aos fluxos do produto e do ar (SILVA, J.S.S.; AFONSO. A.D.L.; DONZELLES, S.M.L., 2000). - Secador de Camada fixa horizontal: O produtor permanece em um compartilhamento de fundo perfurado, aonde passa o ar de secagem por um ventilador. Figura 1:Vista de um secador de camada fixa (Modelo UFV) Fonte: SILVA, J.S.S.; AFONSO. A.D.L.; DONZELLES, S.M.L, 2000. 7 - Secador em camada fixa vertical (Coluna) e secador de fluxos cruzados: O produto permanece em colunas verticais construídas em chapas perfuradas e passa a um fluxo de ar sendo perpendicular à camada do produto. E quando os grãos estão em total movimento, se chama secador de fluxos cruzados. Figura 2: Funcionamento de um secador de fluxos cruzados, podendo operar de forma contínua Fonte: SILVA, J.S.S.; AFONSO. A.D.L.; DONZELLES, S.M.L, 2000. - Secador de fluxos contracorrentes: A secagem é realizada em silos secadores em que os grãos e o ar de secagem movimentam-se em sentido contrário. Figura 3: Sistema de armazenamento com silo-secador em fluxos contracorrentes Fonte: SILVA, J.S.S.; AFONSO. A.D.L.; DONZELLES, S.M.L, 2000. 8 O secador em fluxos contracorrentes em torres, opera com um sistema de aquecimento e ventilação abaixo dos tubos de saída do ar de secagem. Figura 4: Secador de fluxos contracorrentes (Modelo UFV) Fonte: SILVA, J.S.S.; AFONSO. A.D.L.; DONZELLES, S.M.L, 2000. - Secador em cascada ou de fluxos mistos: É composto por diversas calhas invertidas em forma de V, distribuídas em linhas laterais paralela ou transversalmente, dentro da estrutura do secador. Figura 5: Secador de fluxos mistos ou em cascata com calhas Fonte: SILVA, J.S.S.; AFONSO. A.D.L.; DONZELLES, S.M.L, 2000. 9 - Secador rotativo: Formado por um cilindro tubular horizontal ou ligeiramente inclinado, girando em torno de seu eixo longitudinal com uma velocidade de 1 e 15 rpm. Figura 6: Secador rotativo com tambor horizontal para secagem de lote Fonte: SILVA, J.S.S.; AFONSO. A.D.L.; DONZELLES, S.M.L, 2000. - Secador por convecção natural: O ar, se desloca por convecção natural, podendo ser uma opção para solucionar os problemas de secagem de pequeno produtor, pois esse tipo de secador não precisa de ventiladores e pode ser construído com materiais regionais e mão-de-obra pouco especializada. Figura 7: Secador por convecção natural Fonte: SILVA, J.S.S.; AFONSO. A.D.L.; DONZELLES, S.M.L, 2000. 10 - Secador de leito fluidizado: O ar de secagem atravessa umaplaca perfurada, ocorrendo assim turbulência no produto que está presente sobre ela. E quando o produto começa e continua a flutuar sobre a placa, o conjunto passa a ser chamada de leito fluidizado. Figura 8: Secador de leito fluidizado Fonte: SILVA, J.S.S.; AFONSO. A.D.L.; DONZELLES, S.M.L, 2000. 11 2.2 Aeração de grãos A aeração é considerada uma das operações do pré-processamento de grãos, no qual, através da passagem de um fluxo de ar, em condições ambiente, pela massa de grãos é renovado o ar do espaço intergranular, trazendo benefícios, como: remoção de odores, homogeneização do teor de água do produto, e uniformização da temperatura do produto. Sendo que esses benefícios são atingidos se o sistema foi devidamente projetado, operado e implantado de forma correta (SILVA, 2014). A aeração promove uma boa conservação dos grãos, sucedendo a remoção da umidade e do calor excessivo, garantindo condições de armazenagem segura por tempo prolongados. Sendo que os espaços intergranulares que se encontra entre os grãos armazenados, são essenciais para que a aeração se torna possível VASCONCELLOS, 2012). O sistema de aeração é composto pelo ambiente de armazenagem, ventilador com motor, dutos, silos, e dispositivos para monitoramento. O ventilador, fornece a quantidade de ar necessária ao resfriamento do produto e tem capacidade de vencer a resistência apresentada à passagem deste ar pela massa de grãos armazenada (SILVA, J. S.; FILHO, A. F. L.; DEVILHA, I. A.; LOPES, D. C, 2000). Os dutos podem ser divididos em duto de suprimento ou principal, que tem a função de conectar os ventiladores aos dutos de aeração, distribuindo o ar o mais uniformemente possível e dutos secundários ou de aeração. A diferença entre esses dutos é que o duto principal não possui perfurações (SILVA, J. S.; FILHO, A. F. L.; DEVILHA, I. A.; LOPES, D. C, 2000). Existem três tipos de aeração (WEBER, 2005): A aeração de manutenção pode ser denominada corretiva, pelo fato de ter similaridade das funções e tem em vista assegurar a qualidade dos grãos armazenados em silos. Ou seja, os grãos são armazenados secos, frios e limpos, assim a aeração tem como propósito evitar que ocorra aquecimento, fazendo com que na menor elevação de temperatura, os ventiladores possam ser ligados para manter a massa fria (VASCONCELLOS, 2012). 12 Aeração de resfriamento os grãos recebidos para armazenagem estão limpos, secos, porém quentes e que a aeração necessitará de um fluxo de ar que resfrie os grãos sem risco de perda. E a aeração de secante mantém os grãos em temperatura baixa, enquanto seca lentamente o próprio silo (VASCONCELLOS, 2012). 13 2.3 Custos para secagem e aeração de grãos Os custos auxiliam o produtor rural na tomada de decisão quando à escolha da cultura a ser produzida ou quanto as técnicas de produção a serem adotadas. Assim, com base nas condições de produção (física e tecnológicas) e com os preços unitários dos insumos utilizados na produção, os custos são classificados em custo fixos e custos variáveis (Silveira et al., 2008): Os custos fixos são aqueles que são livres da quantidade produzida ou armazenada tais como manutenção, salários, seguro da infraestrutura, e a depreciação entre outros. Assim os custos são aqueles que cuja a quantidade não altera o valor, então quanto mais unidades forem produzidas ou armazenadas em maiores partes esse custo será rateado e deste modo reduzido (BATALHA, 2007). E os custos variáveis estão relacionados ao volume de produção, sendo assim, quanto maior a quantidade armazenada maior o consumo (custo), como por exemplo (energia elétrica, mão de obra temporária, consumo de lenha e etc). Existem alguns custos variáveis necessários para a uniformização e armazenagem de grãos, como a mão de obra temporária sendo comum em todas as empresas que trabalham diretamente com a colheita de grãos, considerada como mão de obra sazonal, a contratação de funcionários permanente não é considerável viável, e também considera que esse custo só é conseguido durante o período de safra cerca de um mês, podendo chegar até quaro meses da armazenagem (SILVA; QUEIROZ; FLORES, 2006). O custo total é obtido através da soma dos custos fixos totais como os custos variais totais: CT = CF + CV Onde: CT = custos totais; CF = custos fixos totais; CV = custos variáveis totais. 14 2.4 Transportadores de grãos A função dos transportadores é ligar as estruturas e maquinários, mobilizando a massa de grãos nos sentidos: horizontal, vertical ou inclinada. Para a execução destas funções é indispensável a efetuação de manutenções cuidadosamente planejadas e executadas, na qual: minimiza a possibilidade de quebra os equipamentos, e reduz a perda de tempo em paralisações (SILVA, 2005). A escolha de transportadores está relacionada a fatores, sendo a capacidade dos transportadores, a forma do produto a ser transportado, friabilidade e a massa especifica do produto, tamanho do material, plano de transporte (horizontal ou vertical), condições de trabalho (temperatura e umidade relativa), distância a ser coberta pelo transportadores, espaço disponível pelo transportador e a configuração do terreno. Se as perspectivas não forem efetuadas, pode ocorrer problemas nas operações, como: paralização nas operações e logo em seguida, o aumento do consumo energético, e congestionamento de fluxo. Os principais tipos de transportadores são: elevadores de caçambas, transportadores helicoidais, transportadores de corrente, e fitas transportadoras. Os elevadores de caçambas são equipamentos preparados para movimentar os produtos no sentindo vertical, tendo uma estrutura de caçambas fixadas sobre uma correia estendida entre duas polias posicionadas na vertical. As caçambas podem ter diferentes formatos e pode ser construída em matérias metálicos ou plásticos, ou metálicos com revestimento plásticos (SILVA, 2005). Os transportadores helicoidais são equipamentos simples e muito utilizados para realizar a movimentação de materiais granulares e farelos, que consiste de um helicoide com movimento rotativo e de um condutor estacionário (tubo ou calha). O transporte é executado quando o material, colocado em uma abertura de recebimento do condutor fixo, se desloca ao longo do helicoide através do movimento de rotação (SILVA, J. S.; FILHO, A. F. L.; VIEIRA, G., 2000). Os transportadores de corrente, também chamado de redler, são equipamentos aplicado ao transporte de produtos na horizontal ou em inclinações de até 40º, mas a capacidade operacional diminui em 33%. Esses equipamentos são montados em calhas metálicas com formato retangular ou em “U” (SILVA, 2005). 15 As fitas transportadoras são equipamentos com uma grande eficiência mecânica em que os danos por atrito ou impacto ocorrem durante a carga e descarga. A correia é desenvolvida por uma polia motora, polia-guia com esticador, roletes ou plataforma de deslizamento, chassis ou estrutura de suporte e sistemas para carga e descarga. Com uma operação e instalação simples, efetua os transportes leves de frutas ou mais pesados como grãos, brita, minerais, entre outros. Pode operar em altas velocidades e transportar produtos em grandes distâncias, porém o limite de sua inclinação para o transporte é de 15º (SILVA, J. S.; FILHO, A. F. L.; VIEIRA, G., 2000). 16 3 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS DALBELLO, O.; Eficiência do processo de secagem do amendoim; UNICAMP; 1995. Dissertação (Mestrado em Engenharia Agrícola) – Universidade Estadual de Campinas, 1995. ELIAS, M. C. Manejo tecnológico da secagem e do armazenamento de Grãos. Pelotas: Editora Santa Cruz,2009. 372p. NUNES, M.A.M. Modelo mecânico de automação no controle do desacionamento da correia transportadora. Erechim, 2016. 36 p. Monografia (Trabalho de Graduação II em Engenharia Agrícola) - Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões. PERES, W. Beneficiamento de Grãos. 2015. 63p. Dissertação Pós Graduação. Cascavel, PR:FAG. SILVA, J. S.; FILHO, A. F. L.; DEVILHA, I. A.; LOPES, D. C. Aeração de Grãos Armazenados. Viçosa, Cap 11, p.269-294, 2000. SILVA, J. S.; FILHO, A. F. L.; DEVILHA, I. A.; LOPES, D. C. Aeração de Grãos Armazenados. Viçosa, Cap 11, p.269-294, 2000. SILVA, J. S.; FILHO, A. F. L.; VIEIRA, G. Manuseio de grãos. Viçosa, Cap 12, p.279- 306, 2000. SILVA, J.S. Secagem e armazenamento de produtos agrícolas. Viçosa: Aprenda Fácil, 2008. SILVA, L.C. Aeração de grãos – aplicabilidade e riscos. Boletim técnico: AG, V. 1, n. 14, 2014. SILVA, L.C. Armazenagem: Transporte de Grãos. Boletim técnico: AG, V. 6, n. 5, 2005. SILVEIRA, S.F.R.; SILVA, J.S.; PINTO, F.A.C.; REZENDE, R.C. Composição do custo de secagem. In: SILVA, J.S. (Ed.) Secagem e armazenagem de produtos agrícolas, Viçosa: Aprenda Fácil, 2008. cap. 9, p. 229-247. 17 VASCONCELLOS, M. B. T. Modelagem Matemática do escoamento do ar em meio particulado em condições não homogêneas e anisotrópicas. Dissertação de Mestrado em Modelagem Matemática da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul (UNIJUÍ), Ijuí, 2012. VASCONCELLOS, M. B. T. Modelagem Matemática do escoamento do ar em meio particulado em condições não homogêneas e anisotrópicas. Dissertação de Mestrado em Modelagem Matemática da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul (UNIJUÍ), Ijuí, 2012. VILLELA, F.A; SILVA, W.R. Curvas de secagem de sementes de milho utilizando o método intermitente. 1992. Scientia Agrícola, Piracicaba, v.49, n.1, p.145-153. WEBER, E. A. Excelência em Beneficiamento e Armazenagem de Grãos. Ed. Salles. 2005.
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