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AO EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA __ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE SÃO PAULO-SP
Processo nº XXX.XX.XXXXX-X
SOLON, brasileiro, solteiro, microempresário, residente e domiciliado à Rua X, nº 1000, Bairro Y, São Paulo-SP, nos autos da Ação de Indenização por Danos Morais e Materiais que lhe é movida por CLIO, vem, por seu advogado in fine firmado, interpor o presente RECURSO DE APELAÇÃO, mediante as razões anexas, requerendo que sejam recebidos e, após os devidos trâmites legais, remetido ao Egrégio Tribunal de Justiça.
1. DO PREENCHIMENTO DOS REQUISITOS FORMAIS DE ADMISSIBILIDADE
1.1. Da tempestividade
O presente Recurso se encontra tempestivo, eis que interposto no devido prazo legal, antes do término de uma quinzena contados da publicação da intimação do título judicial, conforme determina o art. 508, do Código de Processo Civil;
1.2. Do preparo 
O preparo se encontra devidamente satisfeito, nos termos determinados pelo art. 511, do Diploma Processual Civil, requerendo-se a juntada das guias de recolhimento em anexo;
1.3. Da representação
O Advogado subscritor da presente peça possui mandato ad judicia, eis que se encontra devidamente constituído mediante procuração anexada à peça contestatória.
Nestes termos, pede deferimento.
São Paulo, 25 de novembro de 2013.
NOME DO ADVOGADO
OAB/SP XXX.XXX
AO EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DA COMARCA DE SÃO PAULO-SP
RECORRENTE: SOLON
RECORRIDA: CLIO
ORIGEM: Processo nº XXX.XX.XXXXX-X, em trâmite na __ Vara Cível da Comarca de São Paulo-SP
RAZÕES DE APELAÇÃO
1. DOS FATOS
O Apelante é proprietário de um apartamento situado no Condomínio Edifício Stella Maris, na Rua do Carbunculo, nº 17, subdistrito de Penha de França, nesta Capital, locado ao Sr. Quilon, por prazo determinado.
O jovem Pitaco, filho da Recorrida, caminhava em frente ao imóvel quando foi acidentalmente atingido por um vaso de metal contendo flores naturais, que caíram do parapeito do imóvel em que residia o locatário, 1º Acionado. 
A genitora da vítima, ora Acionante, ajuizou a presente ação, requerendo a condenação do possuidor direto e indireto do bem ao pagamento de indenização por danos morais e materiais pelo fato da morte de seu filho.
O d. Juízo a quo julgou procedente a referida ação, condenando os Réus, de forma solidária, ao pagamento das despesas com funeral, danos morais no valor de 50 salários mínimos, e danos matérias correspondentes à prestação alimentar mensal equivalente a 10 salários mínimos, pelo tempo de duração provável da vida do menor, estimado em 65 anos, além dos honorários advocatícios no importe de 20% sobre o valor da condenação, além de impor a obrigação de compor patrimônio hábil a garantir o êxito da condenação.
Data venia, não agiu com acerto o sapientíssimo Juízo de 1º grau, conforme se expõe em linhas abaixo.
2. DO DIREITO
2.1 PRELIMINAR DE CARÊNCIA DE AÇÃO POR ILEGITIMIDADE PASSIVA AD CAUSAM
Ab initio, suscita o 2º Vindicado a preliminar em epígrafe, haja vista que não é pessoa legítima para figurar no polo passivo da demanda, uma vez que não teve qualquer relação com o ocorrido, de modo que restam ausentes dois dos requisitos para a caracterização da responsabilização civil, quais sejam, a conduta culposa e o nexo de causalidade. Ou seja, não há correlação entre qualquer ato do Apelante e o evento danoso, eis que o pacto realizado entre os réus é um contrato transmissivo da posse direta.
O Recorrente não deu causa à tragédia e sequer estava no local no momento do ocorrido. Não houve qualquer ação ou omissão por parte do 2º Réu que pudesse ensejar, direta ou indiretamente, o fato.
O locador se encontrava tão-somente uma vez por mês com o locatário, de modo a receber a contraprestação mensal pactuada no contrato de locação, de modo que não é do conhecimento do Recorrente qualquer atitude por parte do Sr. Quilon. 
Deste modo, requer se dignem Vossas Excelências a acolher a preliminar em epígrafe e extinguir o processo sem resolução de mérito quanto ao ora postulante, nos termos do art. 301, X, c/c o art. 267, VI, ambos do Código de Ritos.
2.2 MÉRITO
Vencida a preliminar suscitada, em respeito ao princípio da eventualidade, cumpre observar que, data máxima venia, equivocou-se o Juízo de base em três quesitos.
a) Da impossibilidade de condenação solidária do locador
Primeiramente, não existe argumento jurídico que fundamente a condenação do Recorrente ao pagamento de indenização por dano causado pelo locatário, 1º Réu. Como já ressaltado, o Apelante é possuidor indireto e não teve qualquer relação com o trágico acontecimento. Nem mesmo a “responsabilidade pelo fato das coisas” pode dar ensejo à condenação do Recorrente, conforme lição de Sérgio Cavalieri Filho, segundo quem: 
“Cabe, normalmente, ao proprietário o poder de direção sobre a coisa, pelo que é o guarda presuntivo da coisa. Cuida-se, todavia, de presunção relativa, que pode ser elidida mediante prova de ter transferido juridicamente a outrem o poder de direção da coisa, ou de tê-lo perdido por motivo justificável. É o que ocorre, por exemplo, nos casos de locação e comodato, contratos que têm por efeito jurídico transferir a posse da coisa para o locatário ou comodatário, que a exercem com independência, sem subordinação ao locador ou comodante. A guarda jurídica da coisa, nesses casos, em princípio, cabe ao locatário ou comodatário, sendo, consequentemente, os responsáveis pelo fato das coisas, e não o proprietário. O mesmo ocorrerá nos casos de depósito e penhor, por idênticas razões” (CAVALIERI FILHO, 2012, p. 229-230)[footnoteRef:1] – grifos aditados. [1: CAVALIERI FILHO, Sérgio. Programa de Responsabilidade Civil. 10. ed. rev. ampl. São Paulo: Atlas, 2012.] 
Deste modo, deve ser reformada a r. Sentença de 1º grau, para excluir a responsabilidade solidária do ora Recorrente, nos termos da fundamentação supra.
b) Da impossibilidade de condenação ao pagamento de indenização por dano material
Não fosse isto argumento suficiente, importa, ainda, ressaltar que o entendimento predominante na jurisprudência é que, em regra, não cabe dano material pela morte de filho menor, haja vista que é este quem depende dos pais, e não o oposto. O Superior Tribunal de Justiça tem como única ressalva a hipótese de morte de filho componente de família da classe trabalhadora ou de baixa renda, caso em que se presume que o filho passaria a contribuir para as despesas domésticas e para o sustento dos pais quando tivesse idade para exercer atividade remunerada. É o que se depreende da lição do doutrinador acima citado, bem como dos arestos em seguida colacionados:
“O Superior Tribunal de Justiça, que também nesta matéria tem a palavra final, adotou uma posição eclética: (1ª) sendo os pais de classe média ou alta, a reparação não traz consequência material eventual ou presumida, à medida que a presunção é a de que os pais apoiem os filhos até mesmo após o casamento, sendo justo, assim, que recebam tão-somente, a reparação pelo dano moral; nesses casos, em tese, não há dano material algum, nem expectativa de que tal venha a ocorrer, diante da realidade de hoje; (2ª) sendo os pais da classe trabalhadora, com baixa renda, a presunção opera no sentido contrário, ou seja, além do dano moral, há também dano material, pela só razão de contar os pais com a renda do filho, presente ou futura, pouco importando, desse modo, que exerça a vítima no momento da atividade remunerada” (Ibid. p. 112) – grifos aditados.
“Indenização. Morte de filho menor. Súmula nº 07 da Corte. Pensionamento devido e fixado em padrões acolhidos pela jurisprudência da Corte. 1. Está alcançada pela Súmula nº 07 da Corte a afirmação do acórdão recorrido sobre a ausência de qualquer excludente de responsabilidade, identificada a culpa exclusiva do réu. 2. Em famílias de baixa renda, possível é o pagamento de pensão, considerando a realidade econômica da participação de todos para a manutenção presente e futura do lar, tal e qual acolhido na jurisprudência da Corte. 3. Recurso especial não conhecido. (STJ - REsp: 528232 CE 2003/0046639-0,Relator: Ministro CARLOS ALBERTO MENEZES DIREITO, Data de Julgamento: 28/10/2003, T3 - TERCEIRA TURMA, Data de Publicação: DJ 16.02.2004 p. 251)” – grifos aditados.
“Processual civil. Recurso especial. Ação de indenização. Morte de filho menor. Limite do dano material. Matéria não prequestionada. I. - O entendimento desta Corte é no sentido de ser cabível a indenização por dano material por morte de filho menor, que não exercia atividade remunerada, especialmente sendo a vítima de família de baixa renda. II. - O limite do cálculo da indenização não foi apreciado pelo acórdão recorrido. Não prequestionada a matéria, não pode ela ser objeto de recurso especial. III. - Agravo regimental desprovido. (STJ - AgRg no REsp: 244628 SP 2000/0000701-3, Relator: Ministro ANTÔNIO DE PÁDUA RIBEIRO, Data de Julgamento: 11/02/2003, T3 - TERCEIRA TURMA, Data de Publicação: DJ 10/03/2003 p. 185)” – grifos aditados.
Assim, não se desincumbindo a Autora do ônus de demonstrar a hipossuficiência econômica e a provável relação de dependência financeira que passaria a ter com seu filho, descabida é a condenação do Apelante ao pagamento de indenização por danos materiais, razão pela qual requer a reforma do r. Julgado, neste particular.
c) Do valor da indenização
Ultrapassados os argumentos aduzidos nas linhas acima, faz-se imperioso destacar, ainda, que o valor arbitrado pelo Juízo a quo para fins de indenização, tanto por dano material quanto por dano moral, viola escancaradamente os princípios da proporcionalidade e razoabilidade, e está em total desacordo com a jurisprudência predominante neste egrégio Tribunal de Justiça.
As indenizações decorrentes de morte de filho menor são limitadas até à data em que o de cujus completaria 25 (vinte e cinco) anos de idade, momento em que se presume que se casará e deixará a casa dos pais. Condenar o Recorrente ao pagamento de indenização até o momento em que o falecido completaria 65 (sessenta e cinco) anos de idade é onerar demasiadamente o Apelante, ensejando prejuízo para o sustento próprio e o de sua família, bem como o enriquecimento ilícito da Recorrida. Destaque-se que no termo final do pagamento, fixado pelo d. Juízo de base, o Recorrente, homem de meia idade, sequer estará vivo.
Outro não é o entendimento deste e. Tribunal, senão vejamos:
“RESPONSABILIDADE CIVIL – VEÍCULO DE PASSEIO COLHIDO POR CAMINHÃO DE TRANSPORTADORA QUE ADENTROU NA PISTA CONTRÁRIA DE DIREÇÃO, VINDO A CAUSAR O ACIDENTE – INDENIZAÇÃO POR MORTE DE FILHA MENOR - ALEGAÇÃO DE FALHA MECÂNICA- FORÇA MAIOR, A CARGO DA REQUERIDA,NÃO DEMONSTRADA NOS AUTOS - DANO MATERIAL - PENSÃO DEVIDA AOS PAIS DA VÍTIMA - FIXAÇÃO DE UM SALÁRIO MÍNIMO ATÉ QUE A VÍTIMA VIESSE A COMPLETAR 25 ANOS DE IDADE - DANO MORAL CONFIGURADO, CUJO MONTANTE DEVE REPRESENTAR UMA COMPENSAÇÃO AOS PAIS, PELA DOR DA PERDA DA FILHA -RECURSO PROVIDO EM PARTE PARA JULGAR PARCIALMENTE PROCEDENTE A AÇÃO. [...] No caso, a vítima era menor impúbere e, por presunção legal, passaria a contribuir para o sustento do lar porquanto é reconhecida a possibilidade de trabalho de menores a partir dos 14 anos de idade, circunstância esta que persistiria até a data em que completaria 25 anos, idade presumida estatisticamente na qual constituiria família própria, deixando de contribuir na renda familiar de seus pais. Assim considerando, é de se reconhecer que a pensão há de ter, como termo final, o dia em que a menor falecida completaria os 25 anos. (TJ-SP - APL: 9081227442009826 SP 9081227-44.2009.8.26.0000, Relator: Francisco Thomaz, Data de Julgamento: 30/03/2011, 29ª Câmara de Direito Privado, Data de Publicação: 04/04/2011) – grifos aditados”
“RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO Atropelamento ao cruzar linha férrea. Passagem tolerada. Falta de segurança, de controle e de orientação no local. Culpa da CPTM. Pai da vítima que optou por travessia cômoda e não se atentou à segurança de seu filho. Culpa concorrente bem reconhecida. DANOS MORAIS Presentes os pressupostos necessários à concessão de indenização a esse título. Razoável, à luz dos elementos existentes nos autos e, em especial, da culpa concorrente, reduzir o valor. DANOS MATERIAIS Impõe-se limitar pensão decorrente de morte de filho menor à idade em que a vítima atingiria 25 anos, segundo orientação segura desta Eg. 6ª Câmara de Direito Público quanto ao ponto. SUCUMBÊNCIA Razoável manter os encargos na forma fixada. Recurso provido, em parte. (TJ-SP - APL: 1241116620088260005 SP 0124111-66.2008.8.26.0005, Relator: Evaristo dos Santos, Data de Julgamento: 10/10/2011, 6ª Câmara de Direito Público, Data de Publicação: 11/10/2011) – grifos aditados”
Deste modo, merece reforma o r. Decisum, para reduzir o limite temporal da condenação até o momento em que o menor falecido completaria 25 anos de idade.
d) Dos honorários advocatícios
Insurge-se, ainda, o Recorrente, contra a condenação ao pagamento de honorários advocatícios no importe de 20%, haja vista que fixado sem observância do princípio da razoabilidade, bem como em desacordo ao quanto previsto no art. 20, § 4º, do Código de Processo Civil.
O grau de complexidade da causa não é suficiente para ensejar tamanha condenação. O litígio versa unicamente sobre matéria de direito e as provas produzidas consistem basicamente em documentos juntados aos autos pelas partes.
Deste modo, requer ainda o Apelante se digne esta Eg. Câmara a reduzir o valor da condenação ao pagamento de honorários advocatícios de 20% para 5%.
3. CONCLUSÃO
Por todo o exposto, o Apelante requer que o presente recurso de apelação seja conhecido e, quando de seu julgamento, seja acolhida a preliminar de ilegitimidade passiva ad causam, com a consequente extinção do processo sem julgamento de mérito, nos termos do art. 301, X c/c o art. 267, VI, do Código de Processo Civil e, no mérito, lhe seja dado integral provimento para reforma da sentença recorrida, julgando a ação totalmente improcedente em relação ao ora Apelante.
 
Nestes termos,
pede deferimento.
São Paulo, 25 de novembro de 2013.
NOME DO ADVOGADO
OAB/SP XXX.XXX

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