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VENDEDOR APOSTILASMEDICINA@HOTMAIL.COM PRODUTOS http://lista.mercadolivre.com.br/_CustId_161477952 VENDEDOR APOSTILASMEDICINA@HOTMAIL.COM PRODUTOS http://lista.mercadolivre.com.br/_CustId_161477952 BIOMECÂNICA NO ESPORTE .. _ --R~sr~it~ <> dir~it<> autoral VENDEDOR APOSTILASMEDICINA@HOTMAIL.COM PRODUTOS http://lista.mercadolivre.com.br/_CustId_161477952 Grupo Editorial -------------- Nacional O GEN I Grupo Editorial Nacional reúne as editoras Guanabara Koogan, Santos, Roca, AC Farmacêutica, Forense, Método, LTC, E.P.U. e Forense Universitária, que publicam nas áreas científica, técnica e profissional. Essas empresas, respeitadas no mercado editorial, construíram catálogos inigualáveis, com obras que têm sido decisivas na formação acadêmica e no aperfeiçoamento de várias gerações de profissionais e de estudantes de Administração, Díreito, Enferma- gem, Engenharia, Fisioterapia, Medicina, Odontologia, Educação Física e muitas outras ciências, tendo se tornado sinônimo de seriedade e respeito. Nossa missão é prover o melhor conteúdo científico e distribuí-lo de maneira flexível e conveniente, a preços justos, gerando beneficios e servindo a autores, docentes, livrei- ros, funcionários, colaboradores e acionistas. Nosso comportamento ético incondicional e nossa responsabilidade social e ambiental são reforçados pela natureza educacional de nossa atividade, sem comprometer o cres- cimento contínuo e a rentabilidade do grupo. VENDEDOR APOSTILASMEDICINA@HOTMAIL.COM PRODUTOS http://lista.mercadolivre.com.br/_CustId_161477952 A BIOMECANICA NO ESPORTE PERFORMANCE DO DESEMPENHO E PREVENÇÃO DE LESÃO IX VOLUME DE A ENCICLOPÉDIA DE MEDICINA DO ESPORTE UMA PUBLICAÇÃO DA COMISSÃO MÉDICA DO COI EM COLABORAÇÃO COM A CONFEDERAÇÃO INTERNACIONAL DE MEDICINA DO ESPORTE EDITORIADE VLADIMIR M. ZATSIORSKY *** ~ & GUANABARA \g:;r... KOOGAN VENDEDOR APOSTILASMEDICINA@HOTMAIL.COM PRODUTOS http://lista.mercadolivre.com.br/_CustId_161477952 No interesse de difusão da cultura e do conhecimento, os autores e os editores envidaram o máximo esforço para localizar os detentores dos direitos autorais de qualquer material utilizado, dispondo-se a possíveis acertos posteriores caso, inadvertidamente, a identificação de algum deles tenha sido omitida. Os direitos de Vladimir M. Zatsiorsky, identificado como autor desta obra, foram-lhe assegurados de acordo com a lei de Direitos Autorais, Projetos e Patentes de 1988. Traduzido de Copyright @ 2000 by Intemational Olympic Committee First Edition BIOMECHANICS IN SPORT: Performance Enhancement and lnjury Prevention Published by arrangement with Blackwell Science Limited, Oxford Ali rights reserved Direitos exclusivos para a língua portuguesa Copyright @ 2004 by EDITORA GUANABARA KOOGAN LTDA. Uma editora integrante do GEN I Grupo Editorial Nacional Travessa do Ouvidor, 11 Rio de Janeiro - RJ - CEP 20040-040 Tels.: (21) 3543-0770/(11) 5080-0770 I Fax: (21) 3543-0896 www.editoraguanabara.com.br I www.grupogen.com.br I editorial.saude@grupogen.com.br Reservados todos os direitos. É proibida a duplicação ou reprodução deste volume, no todo ou em parte, em quaisquer formas ou por quaisquer meios (eletrônico, mecânico, gravação, fotocópia, distribuição pela Internet ou outros), sem permissão, por escrito, da EDITORA GUANABARA KOOGAN LTDA. Editoração Eletrônica: Per(ornu& CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ B513 Biomecânica no esporte : performance do desempenho e prevenção de lesão I Vladimir M. Zatsiorsky ; tradução Carnila Tanaka ... [et ai.) . - 1. ed., 2. reimpr. - Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 20 13. il. (A enciclopédia de medicina do esporte ; 9) Tradução de: Biomechanics in sport ISBN 978-85-277-0886-9 1. Esportes- Aspectos fisiológicos. 2. Mecânica humana. 3. Traumatismos em atletas. I. Zatsiorsky, Vladimir M. , 1932-. li. Série. 13-02785 CDD: 617.1027 CDU: 616-001 VENDEDOR APOSTILASMEDICINA@HOTMAIL.COM PRODUTOS http://lista.mercadolivre.com.br/_CustId_161477952 Revisão Técnica Clarice Tanaka Fisioterapeuta. Profe.ssora Assistente Doutora do Curso de Fisioterapia do Departamento de Fisioterapia, Fonoaudiologia e Terapia Ocupacional da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo Tradução Camila Tanaka Caps. 7, 8 , 20, 22 e 28 Glasfira Antas Caps. 1, 2 , 6, 11,14, 17, 18, 23,24 e 29 José Eduardo Ferreira de Figueiredo Caps. 27 e 30 Samira Tanaka Caps. 3, 4, 5, 9 , 10, 12, 13, 15, 16, 19, 21,25 e 26 VENDEDOR APOSTILASMEDICINA@HOTMAIL.COM PRODUTOS http://lista.mercadolivre.com.br/_CustId_161477952 COMISSÃO MÉDICA DO COI SUBCOMISSÃO DE PUBLICAÇÕES NAS CIÊNCIAS DO ESPORTE Howard G. Knuttgen PhD (Coordenador) Boston, Massachusetts, EUA Francesco Conconi MD F errara, Itália Harm Kuipers MD, PhD Maastricht, Países Baixos Per A. F. H. Renstrõm MD, PhD Estocolmo, Suécia Richard H. Strauss MD Los Angeles, Califórnia, EUA VENDEDOR APOSTILASMEDICINA@HOTMAIL.COM PRODUTOS http://lista.mercadolivre.com.br/_CustId_161477952 Conteúdo Parte 1: Ação Muscular no Esporte e no Exercício 1 Contribuições Neurais para as Modificações na Força Muscular, 3 J .G. SEMMLER E R.M. ENOKA 2 Propriedades Mecânicas e Desempenho nos Músculos Esqueléticos, 17 W.HERZOG 3 Arquitetura Músculo-Tendão e Desempenho do Atleta, 26 J.H. CHALUS 4 Ação Muscular Excêntrica no Esporte e no Exercício, 44 8.1. PRILUTSKY 5 Ciclo de Alongamento-Encurtamento da Função Muscular, 68 P.V. KOMI E C. NICOL 6 Fundamentos Biomecãnicos do Treinamento de Força e de Potência, 81 M.C. SIFF Parte 2: Locomoção 7 Fatores que Afetam as Freqüências de Movimento Preferidas em Atividades Cíclicas, 111 P.E. MARTIN, DJ. SANDERSON E B.R. UMBERGER 8 A Dinâmica da Corrida, 125 K.R. WILLIAMS 9 Forças Resistivas na Natação, 143 A.R. VORONTSOV E V.A. RUMYANTSEV 10 Forças Propulsoras na Natação, 159 A .R. VORONTSOV E V .A. RUMYANTSEV 11 Fatores Determinantes do Desempenho na Patinação de Velocidade, 179 JJ. DE KONING E GJ. VAN INGEN SCHENAU 12 Esqui de Fundo: Técnica, Equipamento e Fatores Ambientais que Afetam o Desempenho, 191 G.A. SMITH Parte 3: Salto e Movimento A éreo 13 Movimento Aéreo, 213 M.R. YEADON 14 O Salto em Altura, 222 J. DAPENA 15 Salto na Patinação Artística, 244 O .L. KING 16 Mergulho de Trampolim e de Plataforma, 255 0.1. MILLER 17 Determinantes da Execução Bem-sucedida do Salto com Esquis, 273 P.V. KOMJ EM. VIRMAVIRTA Parte 4: Lançamento e Rebate 18 Princípios do Lançamento, 287 R. BARTLE'IT 19 O Vôo de Projéteis no Esporte, 299 M. HUBBARD 20 Lançamento de Dardo: Uma Abordagem ao Desenvolvimento do Desempenho, 314 K. BARTONIETZ 21 Arremesso de Peso, 340 J. LANKA 22 Arremesso de Martelo: Problemas e Perspectivas, 358 K.BARTONIETZ 23 Rebate e Chute, 381 B.C.EWOTT Parte 5: Prevenção e Reabilitação da Lesão 24 Mecanismos de Lesão Musculoesquelética, 397 R.F. ZERNICKE E W .C. WHITING 25 Carga no Sistema Musculoesquelético Durante a Aterrissagem,409 J .L. MCNTIT -GRA Y 26 Lesões da Coluna Relacionadas ao Esporte e sua Prevenção, 432 G.-P. BRÜGGEMANN 27 Propagação do Impacto e seus Efeitos sobre o Corpo Humano, 452 A.S. VOLOSHIN 28 Neuromecânica da Fase Inicial da Lesão Muscular Induzida por Contração Excêntrica, 461 M.D. GRABINER Parte 6: Esportes Olímpicos E speciais 29 Propulsão Manual da Cadeira de Rodas, 479 L.H.V. VAN DER WOUDE, H.E.J. VEEGER E AJ. DALLMEIJER 30 Esportes Pós-amputação, 501 A.S. ARUIN fndice Alfabético, 512 VENDEDOR APOSTILASMEDICINA@HOTMAIL.COM PRODUTOS http://lista.mercadolivre.com.br/_CustId_161477952 VENDEDOR APOSTILASMEDICINA@HOTMAIL.COM PRODUTOS http://lista.mercadolivre.com.br/_CustId_161477952 Lista de Colaboradores A.S. ARUIN PhD, Motion Analysis Laboratory, Rehabilitation Foundalion Inc., 26WJ71 Roosevelt Road, Wheaton, IL 60189, USA R.M. BARTLEIT PhD, Sport Science Research Instilute,Sheffield Hallam University, Collegiate Hall, Sheffield SIO 2BP, UK K. BARTONIEIZ PhD, Olympic Training Center Rhineland- Palatinare!Saarland, Am Sportzenrrum 6, 67105 Schifferstadt, Germany G .-P. BRÜGGEMANN PhD, Deutsche Sporthochschule Koln, Carl- Diem-Weg 6, 50933 Koln, Germany J .H. CHALLIS PhD, Biomechanics Laboratory, Department of Kinesiology, 39 Rec. Hall, The Pennsylvania State Universiry, University Park, PA 16802-3408, USA A.J. DALLMEUER PhD,lnstitute for Fundamental and Clinicai Human Movement Sciences, Faculty of Human Movement Sciences, Vrije Universileit Amsterdam, The Netherlands J. DAPENA PhD, Biomechanics Laboratory, Department of Kinesiology, Indiana Universiry, Bloomington,IN 47405, USA B. ELLIOIT PhD, The Department of Human Movement and Exercise Science, The Universiry of Western Australia, Nedlands, Westem Australia 6907, Australia R.M. ENOKA PhD, Department of Kinesiology and Applied Physiology, Universiry o f Co/orado, Boulder, CO 80309-0354, USA M.D. GRABINER PbD, Department of Biomedical Engineering, The Cleveland Clinic Foundation, 9500 Euclid Avenue, Cleveland, Ohio 44195, USA W. HERZOG PbD, Faculty of Kinesiology, The University ofCalgary, 2500 Universiry Drive NW, Calgary, Alberta T2N 1N4, Canada M. HUBBARD PhD, Department of Mechanical and Aeronautical Engineering, Universiry ofCalifornia, Davis, CA 95616, USA G.J. VAN INGEN SCHENAU PhD,/nstitutefor Fundamental and Clinicai Human Movement Sciences, Faculty of Human Movement Sciences, Vrije Universiteit Amsterdam, The Netherlands (O Professor GJ. van Jngen Schenau, infelizmente faleceu durante a produção desta obra.) D.L. KING PhD, Department of Health and Human Development, Montana State Universiry, Bozeman, MT 59717, USA P.V. KOMI PhD, Neuromuscular Research Centre, Department of Biology of Physical Activity, Universiry of Jyviiskylii, 40351 Jyviiskylii, Finland J J. DE KONING PhD, Institute for Fundamental and Clinicai Human Movement Sciences, Faculty of Human Movement Sciences, Vrije Universiteit Amsterdam, The Netherlands J . LANKA PhD, Department of Biomechanics, Latvian Academy of Sport Education, Brivibas 333, Riga LV-1006, Latvia P.E. MARTIN PhD, Exercise and Sport Research lnstiture, Arizona State Universiry, Tempe, Arizona 85287, USA J.L. McNIIT-GRA Y PhD, Biomechanics Research Laboratory, Department of Exercise Sciences, Universiry of Southern California, Las Angeles, CA 90089-0652, USA D.I. MlLLER PhD, School of Kinesiology, Faculty of Health Sciences, Universiry ofWestern Ontario, London, Ontario, N6A 3K7, Canado C. NICOL PhD, UMR 6559 Mouvement & Perception, CNRS- Université de la Méditerranée, Faculté des Sciences du Sport, 163, avenue de Luminy CP 910, F-13288 Marseille Cedex 9, F rance B.I. PRILUTSKY PhD, Center for Human Movement Studies, Department of Health and Performance Sciences, Georgia lnstitute ofTechnology, Atlanta, GA 30332, USA V .A. RUMY ANTSEV PhD, Department of Swimming, Russian State Academy of Physical Culture, 4 Sirenevy Boulevard, Moscow 105122, Russian Federation D.J. SANDERSON PbD, School o f Human Kinelics, University of British Columbia, Vancouver, British Columbia, V6T 1Z1, Canado J.G. SEMMLER PhD, Department of Kinesiology and Applied Physiology, Universiry ofColorado, Boulder, CO 80309-0354, USA M.C. SIFF PhD , School of Mechanical Engineering, Universiry of the Witwatersrand, South Africa G.A. SMITH PhD, Biomechanics Laboratory, Department of Exercise and Sport Science, Oregon State University, Corvallis, OR 97331, USA B.R. UMBERGER MS, Exercise and Sport Research lnstitute, Arizona State Universiry, Tempe, Arizona 85287, USA H.EJ. VEEGER PhD, Institute for Fundamental and Clinicai Human Movement Sciences, Faculty of Human Movement Sciences, Vrije Universiteit Amsterdam, The Netherlands M. VlRMA VIRTA PhUc, Neuromuscular Research Centre, Department of Biology of Physical Activity, Universiry of Jyviiskylii, 4035 I Jyviisky/ii, Finland VENDEDOR APOSTILASMEDICINA@HOTMAIL.COM PRODUTOS http://lista.mercadolivre.com.br/_CustId_161477952 X USTADECOLABORADORES A.S. VOLOSHIN PhD, Department of Mechanical Engineering and Mechanics, Institute for Mathematical Biology and Biomedical Engineering, Lehigh University, Bethlehem, PA /8015, USA A.R. VORONTSOV PhD, Department of Swimming, Russian State Academy of Physical Culture, 4 Sirenevy Boulevard, Moscow /05122, Russian Federation W .C. WlflTING PhD, Department o f Kinesiology, California State University, Northridge, 18111 Nordhoff Street, Northridge, CA 91330-8287 USA K.R. WTI...LIAMS PhD, Department of Exercise Science, University of Califomia, Davis, CA 95616, USA L.H.V. v AN DER WOUDE PbD, Institui e for Fundcmumtal and Clinicai Human Movement Sciences, Faculty of Human Movement Sciences, Vrije Universiteit Amsterdam, The Netherlands M.R. YEADON PhD, Department of Sports Science, Loughborough University, Ashby Road, Loughborough, LEI 1 3TU, UK V M. ZATSIORSKY PhD , Department of Kinesiology, Ihe Pennsylvania State University, University Park, PA 16802, USA R.F. ZERNICKE PhD, Faculty of Kinesiology, University of Calgary, 2500 University Drive NW, Calgary, AB,nN JN4, Canada VENDEDOR APOSTILASMEDICINA@HOTMAIL.COM PRODUTOS http://lista.mercadolivre.com.br/_CustId_161477952 Introdução Em nome do Comitê Olímpico Internacional, parabenizo a pu- blicação do IX Volume da série da Comissão Médica do COI, A Enciclopédia de Medicina lÚJ Esporte. Citius, Altius, Fortius é o nosso lema, bem sugestivo do re- sultado vitorioso que todos os atletaS almejam. O papel do movimento olfmpico é fornecer a esses atletaS tudo o que precisam para alcançar esse objetivo. A Biomecânica contribui para esse fim através da pesquisa dos movimentos corretos e da conseqüente melhora no equipa- mento e nas técnicas de treinamento, sempre procurando formas de aperfeiçoar o desempenho, enquanto mantém respeito abso- luto pela saúde dos atletas. JUAN ANTONIO SAMARANCH Presidente do COI Marquês de Sama.rancb Na área da ciência do esporte, os últimos 20 anos testemunha- ram o desenvolvimento de um número admirável de avanços em nosso conhecimento sobre o desempenho da habilidade, os pro- jetos dos equipamentos, a construção de vilas esportivas e a pre- venção de lesão, com base na aplicação dos princípios biomecâ- nicos no esporte. O acúmulo dessa riqueza do conhecimento biomecânico exi- giu uma publicação maior para reunir, resumir e interpretar esse importante trabalho. Tomou-se, portanto, uma decisão lógica acrescentar a 'biomecânica' à lista das áreas de temas a serem abordados na série da Comissão Médica do COI,A Enciclopé- dia de Medicina do Esporte. Informações básicas são fornecidas no que diz respeito às atividades musculoesqueléticas na execução de exercícios e de esportes; seções específicas são dedicadas à locomoção, ao sal- to e ao movimento aéreo e arremesso; e é dada atenção particu- lar à prevenção de lesões, reabilitação e aos esportes olímpicos especiais. Foi feito um esforço para apresentar as informações em um formato e estilo que facilitassem sua aplicação prática pelos médicos, treinadores e outros profissionais envolvidos com a ciência do desempenho e da prevenção de lesões no esporte. Esta publicação, com certeza, servirá como uma referência e fonte por muitos e muitos anos. PlúNCIPE ALExANDRE DE MERODE Presidente da Comissão Médica do CO! VENDEDOR APOSTILASMEDICINA@HOTMAIL.COM PRODUTOS http://lista.mercadolivre.com.br/_CustId_161477952 I VENDEDOR APOSTILASMEDICINA@HOTMAIL.COM PRODUTOS http://lista.mercadolivre.com.br/_CustId_161477952 Prefácio A essência de todos os esportes é a competição de habiUdades de movimento e de peócia. A biomecânica do esporte é a ciên- cia dos movimentos do esporte (atlético). Em função disso, se nada mais, é vital para a prática esportiva. Durante décadas, os movimentos atléticos foram executados e aperfeiçoados pelaintuição dos treinadores e dos atletas. Temos evidências, na lite- ratura, de que alguns médicos compreenderam as leis do movi- mento antes mesmo que Sir lsaac Newton as descrevesse. Foi relatado que Sancho Pança, quando viu seu famoso senhor lu- tando contra moinhos de vento, disse algo sobre a Terceira Lei de Newton: ele sabia que os moinhos de vento feriram seu se- nhor tão brutalmente quanto ele os ferira. Embora ainda seja possível encontrar pessoas convencidas de que o conhecimento intuitivo em biomecânica é suficiente para o êxito, essa não é mais a atitude predominante. Tomam-se necessários conhecimentos mais fundamentais . Espero que este livro venha a preencher essa necessidade. Foi uma grande honra para mim ser o editor deste volume - Biomecdnica no Esporte: Perfomumce do Desempenho e Pre- venção de Lesão. Este livro pretende ser uma seqüência dos ou- tros volumes da série intitulada A Enciclopédia de Medicina do Esporte, que são publicados sob os auspícios da Comissão Mé- dica do Comitê Olímpico Internacional. O principal objetivo des- te volume é orientar os treinadores, os médicos das equipes es- portivas e os atletas, bem como os estudantes preocupados com os problemas da biomecânica no esporte. Editar o volume foi uma tarefa desafiadora: o primeiro desa- fio foi decidir sobre o conteúdo do livro. Os problemas da biomecânica do esporte podem ser agrupados de vários modos: • Problemas gerais da biomecânica no esporte (por exemplo, biomecãnica muscular, ação muscular excêntrica). • Certos movimentos do esporte (salto em altura) e esportes (biomecãnica do mergulho). • Partes do corpo humano (biomecãnica da coluna). • Blocos (partes constitucionais) das atividades atléticas natu- rais (atleta no ar, biomecânica da aterrissagem). Cada abordagem tem seus prós e contras, assim como suas limitações. Por exemplo, o número de eventos no programa dos Jogos Olfmpicos de Verão excede a 200. Evidentemente, não é possível apresentar 200 capítulos que tratem os eventos indivi- duais. Após considerações, o esboço do livro foi selecionado e aprovado pelo IOC Publications Advisory Commiuee (é um pra- zer agradecer aos membros do Comitê pelo apoio e pelos úteis conselhos recebidos). O livro está dividido nas seis partes seguintes: 1 Ação muscular no esporte e no exercício: Essa seção aborda os problemas gerais da biomecânica dos movimentos atléti- cos. 2 Locomoção: Depois do capítulo introdutório, que trata do assunto pertinente a todas as locomoções cíclicas, são descri- tos os seguintes esportes: corrida, ciclismo, natação, esqui de fundo e patinação. 3 Salto e movimento aéreo: O capítulo de abertura nessa seção destaca a biomecãnica do movimento aéreo, enquanto os ou- tros capítulos abordam o salto em altura, salto com esquis, sal- to na patinação artística e mergulho. 4 Lançamento e rebate: A seção se inicia com dois capítulos que explicam os princípios básicos do lançamento e os aspectos aerodinâmicos do vôo de projéteis, respectivamente. Os es- portes individuais são arremesso de peso, lançamento de dar- do e arremesso de martelo. 5 Prevenção e reabilitação da lesão: Cada capítulo dessa seção aborda os problemas que são pertinentes a vários esportes. 6 Esportes olímpicos especiais: É discutida a biomecânica dos esportes em cadeira de rodas e esportes para amputados. Muitos professores de renome participaram deste projeto. Os autores da obra (37 no total) têm áreas específicas de especiali- zação e representam l i países, incluindo Áustria, Canadá, Fin- lândia, Alemanha, Holanda, Letônia , Federação Russa, Cingapura, África do Sul, Reino Unido e os Estados Unidos. A geografia, no entanto, não desempenhou um papel importante na determinação dos autores, mas sim suas experiências. O livro contém capítulos com contribuições de professores que se pro- jetaram no cenário mundial como especialistas em suas pesqui- sas particulares ou em seus campos de aplicação. Certas áreas de biomecãnica no esporte e da biomecânica eminente foram aqui omitidas,pelo que apresentamos nossas desculpas. Evidentemen- te, uma linha precisava ser colocada em algum lugar. Especia- listas extraordinários são, em regra, pessoas que trabalham em demasia. Meu reconhecimento aos autores deste livro por terem dispensado seu precioso tempo em prol deste empreendimento. Sou grato a todos eles. Vladimir M. Zatsiorsky Professor Department o f Kínesiology, The Pennsylvania State University 2000 VENDEDOR APOSTILASMEDICINA@HOTMAIL.COM PRODUTOS http://lista.mercadolivre.com.br/_CustId_161477952 XIV PREFÁCIO DEDICATÓRIA Um distinto colega e amigo da comunidade da biomecãnica internacional, Dr. Gerrit Jan van lngen Schenau, faleceu durante a elaboração deste volume. Em sua brilhante carrei- ra acadêmica, o Professor van Ingen Schenau realizou inúmeros estudos do desempenho humano e contribuiu em várias publicações para a literatura da biomecãnica humana e no esporte. Um de seus últimos projetos pode ser encontrado neste volume, no qual foi co-autor do Capítulo 11 , Fatores Detenninantes do Desempenho na Patinação de Velo- cidade. A ausência do Professor van lngen Schenau nas atividades científicas internacionais será profundamente sentida. Os demais autores e eu dedicamos este volume à sua me- ' . mona. VMZ VENDEDOR APOSTILASMEDICINA@HOTMAIL.COM PRODUTOS http://lista.mercadolivre.com.br/_CustId_161477952 BIOMECÂNICA NO ESPORTE VENDEDOR APOSTILASMEDICINA@HOTMAIL.COM PRODUTOS http://lista.mercadolivre.com.br/_CustId_161477952 VENDEDOR APOSTILASMEDICINA@HOTMAIL.COM PRODUTOS http://lista.mercadolivre.com.br/_CustId_161477952 PARTE 1 ,.., AÇAO MUSCULAR NO ESPORTE _, E NO EXERCICIO • VENDEDOR APOSTILASMEDICINA@HOTMAIL.COM PRODUTOS http://lista.mercadolivre.com.br/_CustId_161477952 VENDEDOR APOSTILASMEDICINA@HOTMAIL.COM PRODUTOS http://lista.mercadolivre.com.br/_CustId_161477952 Capítulo 1 Contribuições Neurais para as Modificações na Força Muscular Introdução Para modificar a força exercida por um músculo, o sistema ner- voso altera o número de unidades motoras ativas ou varia o ní- vel de ativação das unidades motoras que foram ativadas. Para a maioria da amplitude operante de um músculo, os dois proces- sos são ativados concomitantemente (Seyffarth 1940; Person & Kudina 1972). As unidades motoras são recrutadas seqüencial- mente, e a freqüência na qual cada uma descarrega os potenciais de ação aumenta monotonicamente a certos níveis máximos. Embora a maior parte dos músculos humanos envolva algumas centenas de unidades motoras, a ordem na qual as unidades motoras são ativadas parece ser consideravelmente estereotipa- da (Denny-Brown & Pennybacker 1938; Henneman 1977; Binder & Mendell 1990). Para a maior parte das tarefas examinadas, as unidades motoras são recrutadas em uma ordem relativamente fixa, que se origina de pequenas a grandes, tendo por base as diferenças de tamanho do neurônio motor, que é a base do Prin- cípio do Tamanho (Size Principie) (Henneman 1957). Embora a variação no tamanho do neurônio motor não seja, per se, o de- terminante principal das diferenças no limiar de recrutamento, um número de propriedades co-varia com o tamanho do neurô- nio motor e, assim sendo, determina a ordem de recrutamento (Heckman & Binder 1993). Apesar da presente aceitação do Princípio do Tamanho como uma rubrica para o controle da atividade da unidade motora (Cope & Pinter 1995), nossa compreensão da distribuição da atividade da unidade motora entre um grupo de músculos sinergista é mais rudimentar. Um exemplo proeminente deste déficit, em nosso conhecimento, é a falta de compreensão do papel desempenha- do pelo sistema nervoso nos ganhos de força que são alcançados com o treinamento físico. Quando um indivíduo participa de um programa de treinamento de força, muito do aumento da força, especialmente nas primeiras semanas de treinamento, é geralmen- te atribuído às adaptações que ocorrem no sistemanervoso (Enoka 1988; Sale 1988). Em razão da avaliação de força nos humanos envolver a ativação de múltiplos músculos, os meca- nismos neurais que contribuem para os ganhos de força envol- vem indubitavelmente a coordenação da atividade da unidade motora dentro e através dos músculos. De qualquer modo, a evi- dência que identifica os mecanismos neurais específicos é bas- J.G. SEMMLER E R.M. ENOKA tante fraca. O objetivo deste capítulo é enfatizar nossa falta de compreensão dos mecanismos neurais que medeiam os ganhos de força e mo ti v ar estudos mais sistemáticos e críticos a respeito deste assunto. Para atingir este objetivo, descrevemos a relação entre o ta- manho e a força dos músculos, discutimos o significado de ten- são específica, apresentamos o caso para um papel do sistema nervoso em ganhos de força e avaliamos os mecanismos neurais potenciais que contribuem para os aumentos na força. Apesar de existir literatura substancial sobre as estratégias de treinamento para o aumento da força muscular, não se sabe muito sobre os mecanismos biomecânicos e fisiológicos responsáveis pelas al- terações na capacidade de desempenho. Tamanho e força muscular Cada fibra muscular contém milhares de sarcômeros (unidades geradoras de força do músculo), que são organizadas em séries (extremidade com extremidade de uma miofibrila) e em parale- lo (rniofibrilas lado a lado) umas às outras. Teoricamente, a for- ça máxima que uma fibra muscular pode exercer depende do número de sarcômeros que estão colocados em paralelo (Gans & Bock 1965). Por conseguinte, a força máxima que um múscu- lo pode exercer é proporcional ao número de fibras musculares encontradas em paralelo umas às outras. Em razão desta associ- ação, a força de um músculo pode ser estimada anatomicamente por meio da medida de sua área transversa (Roy & Edgerton 1991). Esta medida deve ser perpendicular à direção das fibras musculares e é conhecida como área de secção transversa fisio- lógica. Apesar da base teórica para medir a área de secção transversa fisiológica do músculo para estimar sua capacidade de força, é tipicamente mais conveniente medir a área de secção transver- sa anat6mica, que é urna medida feita perpendicularmente ao eixo longo do músculo. Pode-se conseguir tal medida usando-se uma das várias técnicas por imagem (por exemplo, tomografia com- putadorizada, ressonância magnética por imagem, ultra-som), a fim de determinar a área de um músculo em seu diâmetro máxi- mo. Exemplos da relação entre força muscular e área de secção transversa anatômica são apresentados na Fig. 1.1 (Kanehisa et ai. 1994). Nestas experiências, a força muscular foi medida como VENDEDOR APOSTILASMEDICINA@HOTMAIL.COM PRODUTOS http://lista.mercadolivre.com.br/_CustId_161477952 4 CONTRIBUIÇÕES NEURAIS PARA AS MODIFICAÇÕES NA FORÇA MUSCULAR o pico de força exercida em um equipamento isocinético, em uma velocidade angular de cerca de 1,0 rad · s- 1, e a área de secção transversa anatômica máxima para cada grupo muscular foi medida com um aparelho de ultra-som. As medidas foram feitas nos músculos flexores e extensores do cotovelo e nos músculos flexores e extensores do joelho de 27 homens e 26 mulheres. Para os músculos flexores e extensores do cotovelo, os ho- mens foram, em média, mais fortes do que as mulheres, mas isto foi em razão de uma área de secção transversa maior (Fig. 1.1 a,b). A média da força (média ± SE) dos flexores do cotovelo, por exemplo, foi 130 + 4 N para os homens, comparada com 89 + 4 N para as mulheres; e a média da área de secção transversa foi de 141 + 0,4 cm2 para os homens e de 91 + 0,2 cm2 para as mulheres. Portanto, a força normalizada (força/área de secção transversa) foi de 9,2 N · cm- 2 para os homens e de 9,8 N · cm-2 para as mulheres. Por outro lado, as diferenças na força entre homens e mulheres para os músculos do joelho (Fig. 1.1 c,d) devem-se a diferenças na área de secção transversa e a força normalizada (força por área de unidade). Por exemplo, a média de força para os músculos extensores do joelho foi de 477 + 17 N para os homens e de 317 + 15 N para as mulheres, e a média da área de secção transversa foi de 74 ± 2 cm2 para os homens e 200 160 o 120 o 80 ~ z 40 6 8 ~ ~ (a) .. :; ~ E 700 ('j. ~ :2 600 200 30 (c) o o • 10 12 • • • • 40 50 14 60 16 18 20 • 70 80 100 de 62 + 2 cm2 para as mulheres. As forças normalizadas foram de 6,5 N · cm- 2 e 5,1 N · cm-2, respectivamente. A diferença na força normalizada é aparentemente causada pelo deslocamento do eixo y das linhas de regressão para os homens e para as mu- lheres (Fig. 1.1 c,d). Estas linhas de regressão indicam que, para uma área de secção transversa de 70 cm2 para os músculos ex- tensores do joelho, um homem poderia exercer urna força de 461 N, comparada com 361 N para uma mulher. Estes dados demonstram, como muitos outros já o fizeram (Jones etal. l989;Keenetal.l994;Kawakarnietal.l995;Narici et al. 1996), que a força de um músculo depende, pelo menos parcialmente, de seu tamanho, como caracterizado pela sua área de secção transversa. Esta conclusão fornece fundamento para a estratégia de treinamento de força dos programas de exercício elaborados que maximizam a hipertrofia do músculo, isto é, um aumento no número de unidades geradoras de força que estão colocadas em paralelo. De qualquer modo, há uma variabilida- de substancial na relação entre força e área de secção transversa, a qual é indicada pela dispersão dos pontos de dados sobre as linhas de melhor preparo na Fig. 1.1. Um pouco desta variabili- dade pode ser devida ao uso de área de secção transversa anatô- mica em vez de área de secção transversa fisiológica como um 240 200 160 120 80 40 6 (b) 800 700 600 500 400 300 •• • o • oi(.• •• •• .. • • • 00 o 10 14 18 22 26 • o 1'' o • • .......... .. o o ....... . .o-· -· o ~ .. o '" O~ ---· tfli). e 0 ••• o o o 'b ,.P o 30 200 L__.t....__..J.__...J..__....L..._....L.._...J 40 50 60 70 80 90 100 (d) Área de secção t ransversa do músculo (em') Fig. 1.1 A força muscular varia como uma função da área de secção transversa de um músculo (adaptada de Kanehisa et ai. 1994). (a) Flexores do cotovelo (r = 0,56). (b) Extensores do cotovelo (r = 0,61). (c) Flexores do joelho (r = 0,17 para os homens [linha sólida] e 0,35 para as mulheres [linha tracejada)). (d) Extensores do joelho (r = 0,54 para os homens e 0,40 para as mulheres). Os homens estão indicados com os símbolos sólidos e as mulheres com os símbolos abertos. VENDEDOR APOSTILASMEDICINA@HOTMAIL.COM PRODUTOS http://lista.mercadolivre.com.br/_CustId_161477952 CONTRIBUIÇOES NEURAIS PARA AS MODIACAç0ES NA FORÇA MUSCULAR 5 índice do tamanho do músculo. Porém, a variação na área de secção transversa responde por apenas 50% da diferença na for- ça entre os indivíduos (Jones et ai. 1989; Narici et aL 1996). Tensão específica O outro fator muscular que influencia a força é a capacidade in- trínseca das fibras musculares gerarem força. Esta propriedade é conhecida como tensão específica e é expressa como a força que uma fibra muscular pode exercer por unidade de área de secção transversa (N · cm-2). Para efetuar esta medida em sujei- tos humanos, os segmentos das fibras musculares são obtidos por meio de biópsia muscular e ligados a um transdutor de força sen- sível, que é montado em um microscópio (Larsson & Salviati 1992). Tomando-se por base tais medidas, verificou-se que a tensão especffica varia com os tipos de fibras musculares, dimi- nui depois de 6 semanas de repouso no leito para todos os tipos de fibras, declina seletivamente com a idade e aumenta para al- guns tipos de fibras com o treinamento de corrida (Harridge et al. 1996, 1998; Larsson et al. 1996, 1997). Por exemplo, a ten- são específica de uma fibra muscular média do tipo II no vasto lateral era maior do que uma fibra muscular do tipo I paraos jovens e para idosos ativos, mas não para idosos sedentários (Quadro 1.1 ). Este achado indica que a capacidade máxima de força da fibra muscular do tipo II em um idoso sedentário é menor do que a dos jovens e idosos ativos porque apresenta área de secção transversa e uma tensão específica menores. Embora tais variações em tensão especffica provavelmente contribuam para a variabilidade na relação entre força e área de secção transversa (Fig. 1.1), o papel relativo das diferenças na tensão específica é desconhecido, mas é provavelmente significativo. Há pelo menos dois mecanismos que podem ser responsáveis pelas variações na tensão específica, a densidade dos mio filamen- tos na fibra muscular e a eficácia da transmissão de força dos sarcômeros para o esqueleto. A densidade dos miofilamentos pode ser medida a partir de microscopia eletrônica das fibras musculares obtidas de uma amostra de biópsia. Um dos poucos estudos a este respeito descobriu que, embora 6 semanas de trei- namento aumentassem a força (18%) e a área de secção trans- versa (li%) dos músculos extensores do joelho, não houve au- mento na densidade do mioftlamento (Ciaasen et aL 1989). Isto Quadro 1.1 Área de secção transversa (J.Lm2) e tensão específica (N · cm- 2) dos segmentos de fibras quimicamente magras do músculo vasto lateral humano (Larsson et ai. 1997) Área de secção transversa Tensão específica Grupo de suje.itos Tipo I TipoU Tipo 1 Jovem controle 2.820 3.840 19 :!: 620 :!: 740 :!: 3 Idoso controle 3.090 2.770t 18 + 870 +740 :!: 6 Idoso ativo 2.870 3.710 16 :!: 680 :!: 1.570 +5 Os valores silo média :t SD.* P < 0,001 para o tipo r versus tipo n. t P < 0,00 I para idoso controle versus jovem controle e idoso ativo. Tipo fi 24* :!: 3 19 +J 20* :!: 6 foi expresso como sem alteração após o treinamento na distân- cia entre os filamentos de miosina (-38 nm) ou na razão da ac- tina para os filamentos de miosina (-3,9). Porém, é preciso um pouco de cautela na interpretação destes dados porque os proc~ dimentos de fixação podem ter influenciado as variáveis resul- tantes. De qualquer modo, mesmo que estes dados sejam preci- sos, não se sabe se a densidade dos miofilamentos se altera com os programas de treinamento de duração mais longa ou com os diferentes tipos de protocolos de exercícios (isto é, contrações excêntricas, estimulação elétrica, treinamento pliométrico). Além da densidade dos miofilamentos, a tensão específica também pode ser influenciada pela variação dos elementos es- truturais que transmitem força dos sarcômeros para o esquele- to. Este processo envolve as proteínas citoesqueléticas, que for- necem conexões entre os rniofilamentos, entre os sarcômeros dentro de uma miofibrila, entre as miofibrilas e o sarcolema e entre as fibras musculares e os tecidos conectivos associados (Patel & Lieber 1997). Dentro do sarcômero, por exemplo, a proteína ti tina mantém os rniofilamentos alinhados, o que pro- duz a estrutura em faixas do músculo esquelético e provavel- mente contribui de modo significativo para a tensão passiva do músculo (Wang et al. 1993). Além disso, há várias isoformas diferentes de ti tina (Granzier et al. 1996), que podem ter dife- rentes propriedades mecânicas. Do mesmo modo, as fibras in- termediárias, que incluem as proteínas desmina, vimentina e esquelemina, são colocadas longitudinalmente ao longo e trans- versalmente através dos sarcômeros, entre as miofibrilas den- tro de uma fibra muscular e entre as fibras musculares (Patel & Lieber 1997). As fibras intermediárias são, provavelmente, res- ponsáveis pelo alinhamento dos sarcômeros adjacentes e, sem dúvida, fornecem um caminho para a transmissão longitudinal e lateral de força entre os sarcômeros, as miofibrilas e as fibras musculares. Em razão de grande parte da força gerada pelas proteínas contráteis ser transmitida lateralmente (Street 1983), a variação nas fibras intermediárias poderia contribuir para di- ferenciar a tensão específica. Ao contrário das alterações na tensão específica ao nível da fibra muscular, alguns investigadores determinam a "tensão es- pecífica" ao nível do músculo como um todo, normalizando a força muscular relativa à área de secção transversa do músculo. Isto é um engano, porque a força normalizada depende essenci- almente da eficácia dos mecanismos que medeiam a dupla exci- tação-contração. Por exemplo, Kandarian e colegas descobriram que o declínio na força normalizada exibido pelo músculo sóleo hipertrofiado devia-se a uma deficiência no fornecimento de cálcio ao aparato contrátil, e não a alterações na capacidade de geração de força do músculo (Kaodarian & White 1989; Kanda- rian & WiUiams 1993). Por esta razão, é necessário distinguir entre a força normalizada de todo o músculo e a tensão específi- ca de uma única fibra muscular. Embora haja alguma incerteza a respeito dos mecanismos implícitos na variação na tensão específica das fibras muscula- res, está claro que este fator pode contribuir de modo significa- tivo para as diferenças na força entre os indivíduos. De qualquer modo, a magnitude deste efeito é provavelmente específica para cada músculo (a saber, proporções do tipo fibra) e para os níveis de atividade física do indivíduo. VENDEDOR APOSTILASMEDICINA@HOTMAIL.COM PRODUTOS http://lista.mercadolivre.com.br/_CustId_161477952 6 CONTRIBUIÇÕES NEURAIS PARA AS MODIFICAÇÕES NA FORÇA MUSCULAR Evidência para um papel do sistema nervoso nos ganhos de força Dois conjuntos de observação podem ser usados para discutir um papel desempenhado pelo sistema nervoso nas alterações indu- zidas pelo treinamento na força muscular, a dissociação entre as alterações no tamanho e na força do músculo e a especificidade das melhoras no desempenho. Alterações dissociadas no tamanho e na força do músculo Quando um indivíduo participa em um programa de treinamen- to de força ou vi vencia um declínio na atividade física, a subse- qüente alteração na força muscular precede e excede a alteração no tamanho do músculo (Hiikkinen et al. 1985; Narici et al. 1989). Por exemplo, embora as cargas que os sujeitos pudessem levan- tar aumentassem em um período de 8 semanas de treinamento em 100-200%, não houve alterações nas áreas de secção trans- versa das fibras musculares do músculo vasto lateral (Staron et al. 1994). A carga máxima que homens e mulheres puderam le- vantar no exercício de cócoras aumentou cerca de 200% (Fig. 1.2a), ainda que o tamanho das fibras do tipo I, lia e Ilb não au- mentasse significativamente (Fig. 1.2b). Houve, porém, uma redução na proporção das fibras musculares do tipo Ilb depois de 2 semanas de treinamento, para as mulheres, e após 4 sema- nas de treinamento, para os homens (Fig. 1.2c), o que pode ter influenciado a média da tensão específica das fibras no múscu- lo. De qualquer modo, houve um aumento na força nas primei- ras semanas do treinamento que não foi acompanhado por um aumento no tamanho do músculo ou por uma alteração das pro- porções do tipo de fibra. Muitos investigadores interpretam esta dissociação como uma evidência de uma contribuição para for- talecer os ganhos pelos assim chamados "fatores neurais". Do mesmo modo, quando um músculo é submetido a um período de uso reduzido (por exemplo, repouso no Jeito, imobi- lização dos membros, tenotomia), o declínio na força é maior do que a perda de massa muscular (Duchateau 1995; Berg et al. 1997; Yue et al. 1997). Por exemplo, um paciente que sofreu fratura bimaleolar fechada sentiu uma redução de 25% na área de secção transversa do músculo tríceps da sura depois de 8 se- manas de imobilização, mas uma redução de 50% na força mus- cular (Vandenbome et al. 1998). Além disso, a força exercida pelo músculo tríceps da sura foi aumentada por choque elétrico, que foi sobreposto a uma contração voluntária máxima. Tais dissociações entre o tamanho e a força do músculo também es- tão evidentes em sujeitos saudáveis que passam por um períodode uso reduzido (Duchateau & Hainaut 1987). O caso mais convincente para a dissociação entre o tamanho e a força do músculo talvez seja feito por achados de que é pos- sível aumentar a força do músculo mesmo sem sujeitar o mús- culo ao treinamento físico. Dois protocolos sublinham este tipo de adaptação: contrações imaginadas e educação cruzada. Quan- do comparados com sujeitos que ou não tiveram nenhum treina- mento ou fizeram um programa de treinamento de força de 4 semanas, os sujeitos que praticaram séries de contrações imagi- nadas voluntárias máximas tiveram um aumento significativo na OL-L-----~------~----~L-----..J (a) 8.000 • • ~ : : ~ 6.000 ~= N : E :::1. : ~ ,... ~ 4.000 6=" 6o- =8 g: ::g 2.000 L-L-----~------~----~L-----..J (b) 50 ~ ;fi. ~ 40 ~ ~ .!!! :> ~ :> 30 E ~ "' ~ .1:1 20 ::: .. -o 10 iS c. o I= o 2 4 6 8 Tempo (semanas) Fig. 1.2 Alterações na força, no tamanho das fibras musculares e nas proporções dos tipos de fibras durante o curso de um programa de trei- namento de 8 semanas (adaptada de Staron et al. 1994). (a) Força nor- malizada (carga de lRM referente à massa magra) para o levantamento a partir da posição de cócoras. (b) Áreas de secção transversa (AST) das fibras musculares do vasto lateral. (c) A proporção(%) dos diferen- tes tipos de fibras musculares. Os homens estão indicados com os sím- bolos sólidos e as mulheres com os símbolos abertos. Em (b) e (c), os tipos de fibras são apresentados com quadrados, as fibras do tipo Ila com círculos e as fibras do tipo IIb com triângulos. força do músculo da mão (Yue & Cole 1992; entretanto, compa- rar com Herbert et ai. 1998). Embora as medidas do eletromio- grama (EMG) tenham indicado que o músculo da mão não fora ativado durante o treinamento com as contrações imaginadas, a força aumentou depois de 20 sessões de treinamento. A força máxima de abdução exercida pelo quinto dedo aumentou em 30 ± 7% para os sujeitos que realmente realizaram as contrações, em 22 ± 11% para os sujeitos que realizaram as contrações ima- ginadas e em 4 + 6% para aqueles que não fizeram treinamento (Fig. 1.3a). Mais do que isso, a força de abdução do quinto dedo contralateral (não-treinado) aumentou em 14 ± 12%, 11 ± 9% e 2 ± 7%, respectivamente. VENDEDOR APOSTILASMEDICINA@HOTMAIL.COM PRODUTOS http://lista.mercadolivre.com.br/_CustId_161477952 CONTRIBUIÇOES NEURAIS PARA AS MODIACAç0ES NA FORÇA MUSCULAR 7 Treinado Não-treinado 40 'ô E ~ :! 30 - I - ' I-.. ~ ~ o "O 20 ~ .. ~ c .. - 1- .,. - 10 ~ l5 ... - T 1- o I I I I I I I I . lmagonada ContraçAo Controle . lmag1nada ContraçAo Controle (a) Grupo de sujei tos • Isométrico • • N3o-isométrico • MioestimulaçAo elétrica ~ .,. 60 -.g ; ; ; :! .. .. 50 .. ~ .. " " ó .. ; ~ ; 40 ; E! " • ... ; .lJ • ; .. E ; ; .. 30 ; ... E • ; ; o ; • c ; • ; .. ; • • • l:t 20 ; " . .g • ; . ~ ., ., , t. I ... " •• ,g 10 ... • ., e ..... • ... • " • ; • ... 1! ; • o ; ' < ... -10 -20 ~~----~----~~----~-----L------L-----J o 10 20 30 40 Fig. 1.3 A força de um músculo pode aumen1ar na ausência de treinamento ffsico. (a) Aumentos (média ± SD) na for- ça de abduçi!o máxima do quinto dedo depois de treinamento com contrações máximas reais ou imaginadas (adaptada de Yue & Cole 1992). O treinamento foi executado com a mão esquerda, mas a força foi medida em ambas as mãos. (b) Alterações na força muscular nos músculos homólogos dos dois membros após treinamento com um ll.nico membro. Os dados são oriundos de 29 estudos relatados na literatura. 50 (b) Alteração de força no membro treinado(%) O efeito do treinamento que ocorreu na mão não-treinada r~ presenta um fenômeno conhecido como educação cruzada. A maioria dos estudos que examinaram este efeito relata que, quan- do os músculos de um membro participam de um programa de treinamento de força, os músculos homólogos também sentem um aumento significativo na força muscular, apesar da falta de ativação durante o programa de treinamento e da ausência de alteração nas características das fibras musculares. Para os da- dos apresentados na Fig. 1.3b, a média de aumento na força muscular para o membro treinado foi de 24 :!: 13%, comparada com uma média de 16 :!: 15% para o membro não-treinado. A magnitude do efeito de educação cruzada foi mais variável para as contrações não-isométricas (21 + 20%), comparada com as contrações isométricas ( 14 :!: 9% ). A educação cruzada também foi demonstrada como uma redução na quantidade de massa muscular que é ativada para levantar cargas submáximas depois de 9 semanas de treinamento unilateral de força (Ploutz et al. 1994). 60 Especificidade dos ganhos de força Se a força de um músculo depende principalmente do seu tama- nho, então, sempre que um músculo é maximamente ativado, o pico de força deveria ser aproximadamente o mesmo. O fato disto não ocorrer salienta a dissociação entre o tamanho e a força do músculo e fornece evidência para uma significativa contribuição para os ganhos de força oriundos de mecanismos neurais. Sem- pre que um músculo participa de um programa de treinamento de força. a melhora no desempenho depende da similaridade entre o treinamento e os procedimentos de teste (AJmãsbakk & Hoff 1996; Wilson et ai. 1996). Este efeito, conhecido como a espe- cificidade do treinamento, é com freqüência demonstrado pela comparação de aumentos induzidos pelo treinamento no pico de força exercido durante a contração isométrica máxima com a carga máxima que pode ser levantada uma vez ( I repetição da carga máxima [l RM)). Por exemplo, quando I J homens e 9 mulheres treinaram os músculos extensores do joelho durante 12 VENDEDOR APOSTILASMEDICINA@HOTMAIL.COM PRODUTOS http://lista.mercadolivre.com.br/_CustId_161477952 8 CONTRIBUIÇÕES NEURAIS PARA AS MODIFICAÇÕES NA FORÇA MUSCULAR semanas, levantando e abaixando uma carga, a carga de 1RM aumentou 200% para os homens e 240% para as mulheres, em comparação com aumentos da força isométrica máxima de 20% para os homens e de 4% para as mulheres (Rutherford & Jones 1986). Do mesmo modo, quando Jones e Rutherford ( 1987) trei- naram outro grupo de sujeitos (11 homens e 1 mulher) com con- trações isométricas, concêntricas ou excêntricas, aqueles que trei- naram com contrações excêntricas aumentaram sua carga de lRM em 261% e a força isométrica máxima em 11%. Além disso, os sujeitos que treinaram com as contrações isométricas tiveram o maior aumento (35% versus 11% e 15%) na força isométrica máxima. A especificidade do treinamento também está evidente em outras modalidades de treinamento. Por exemplo, O'Hagan et ai. (1995) constataram que os sujeitos que treinaram os músculos extensores do cotovelo durante 20 semanas, em um equipamento que fornecia resistência hidráulica, tiveram aumentos significati- vos na área de secção transversa muscular, exceto aumentos de- pendentes de tarefas na força muscular (Fig. 1.4). Como determi- nado pela tomografia computadorizada, o aumento na área de sec- ção transversa foi maior para o músculo braquial do que para o bíceps do braço, tanto para os homens quanto para as mulheres. Os aumentos nos picos de força no equipamento hidráulico à ve- locidade usada no treinamento e os aumentos na carga máxima que poderia ser levantada uma vez (1 RM) foram de cerca de 50% para os homens e de 120% para as mulheres. Em contrapartida o pico de torque exercido em um dinamômetro isocinético, em quatro velocidades angulares, foi acentuadamente não afetado (aumento < 25%) pelo programa de treinamento. Os efeitos de especificidade parecem ser mais acentuados para as tarefas que exigem mais aprendizado, tais como movimentos menos restritos (Rutherford & Jones 1986; Wilson et al. 1996; Chilibeck et al. 1998), aqueles que envolvem ativação voluntá- ria comparada com estimulação elétrica (McDonagh et al. 1983; Young et al. 1985) e aqueles que envolvem contrações concên- tricas(Higbie et ai. 1996). Por exemplo, Hortobágyi et al. (1996) examinaram as adaptações no domínio força-velocidade depois que os sujeitos haviam feito 36 sessões de treinamento em um dinamômetro isocinético, durante um período de 12 semanas, com os músculos extensores do joelho da perna esquerda. Al- guns sujeitos treinaram com contrações concêntricas, enquanto 120 -o e 100 Cll E " 80 .. Cll r O Homens 1- O Mulheres 1-, ;f. 60 ~ 1- o õi ~ 40 ~ o 1- v o , 20 ~ ~ ~ o 1- I I I I I li: - 20 L- outros treinaram com contrações excêntricas. Para os sujeitos que treinaram com contrações concêntricas, o aumento no pico de força com um ângulo do joelho de 2,36 rad foi semelhante para as contrações excêntricas (46%), isométricas (34%) e concên- tricas (53%). Por outro lado, os sujeitos que treinaram com con- trações excêntricas tiveram um aumento muito maior no pico de força durante as contrações excêntricas ( 116% ), comparadas com as contrações isométricas (48%) e com as concêntricas (29%). Mais do que isso, o efeito de educação cruzada foi maior para os sujeitos do grupo excêntrico quando executaram contrações ex- cêntricas (Hortobágyi et al. 1997). Estes estudos sobre a especificidade do treinamento demons- tram que as melhoras no desempenho baseado em força com fre- qüência não estão relacionadas às alterações no tamanho do músculo. Esta dissociação é geralmente atribuída às adaptações que ocorrem no sistema nervoso, como aquelas associadas com o aprendizado e melhoras na coordenação (Rutherford & Jones 1986; Laidlaw et al. 1999). Ativação neural do músculo Apesar da evidência que sugere um papel significativo para os mecanismos neurais nas adaptações de treinamento de força, tem sido difícil identificar os mecanismos específicos que estão im- plícitos nestas alterações. A Fig. 1.5 propõe locais no sistema nervoso onde as adaptações podem ocorrer, como sugerido pe- los achados de pesquisa recente. Os mecanismos propostos va- riam de um simples aumento na quantidade de drive neural até variações mais sutis no tempo de ativação da unidade motora. Não há, portanto, um consenso na literatura a respeito de um papel significativo para qualquer mecanismo isolado. Maximalidade da ativação A adaptação neural mais óbvia que possa contribuir para os ga- nhos de força talvez seja um aumento na quantidade do drive neu- ral para o músculo durante a contração máxima (locais 1, 6 e 7 na Fig. 1.5). Esta possibilidade foi examinada medindo-se as al- terações na magnitude absoluta do EMG e testando-se a maxi- malidade da ativação com a técnica de abalo interpolado. Em- bora inúmeros investigadores tenham comparado o EMG antes I AST músculo braquial AST bíceps Força dos braços hidráulica Carga de 1RM Torque isocinético Fig. 1.4 Alterações no tamanho e na força dos músculos fle- xores do cotovelo em homens e mulheres depois de treinamen- to de 20 semanas (adaptada de O'Hagan et al. 1995). O tama- nho do músculo foi caracterizado pela medida da área de sec- ção transversa (AST) para os músculos braquial e bíceps do braço. A força muscular foi representada pelo pico de força exercido sobre um equipamento hidráulico, com carga de 1 RM, e o pico de torque em um dinamômetro isocinético (240 graus · s- •). VENDEDOR APOSTILASMEDICINA@HOTMAIL.COM PRODUTOS http://lista.mercadolivre.com.br/_CustId_161477952 CONTRIBUIÇÕES NEURAIS PARA AS MODIFICAÇÕES NA FORÇA MUSCULAR 9 o· . oreoto E d squer o (i) Centros supra-espinhais ® ® ~ @ ~ \t IN, INr IN, ® @ v ® MN, ~ ,..., (]) ......... ,..., :-- \ Fig. 1.5 Esquema de distribuição das adaptações neurais após treina- mento de força dos extensores do joelho direito durante 8 semanas. Os números incticam os locais dentro do sistema nervoso em que as adap- tações podem ocorrer, como sugerido por vários achados experimen- tais: (1) resultado acentuado dos centros supra-espinhais como sugeri- do pelos achados nas contrações imaginadas; (2) drive alterado que re- duz a co-ativação dos músculos antagônicos; (3) drive moctificado que causa grande ativação dos músculos que auxiliam os principais múscu- los motores; (4) pareamento mais eficaz nas vias interneurais espinhais entre os membros que produzem educação cruzada; (5) alterações no drive descendente que influencia o déficit bilateral; (6) pareamento na recepção para os neurônios motores que aumenta o grau de sincroniza- ção na descarga dos potenciais de ação; (7) ativação muscular maior, como indicado por um aumento no EMG, talvez em razão de um drive neural maior ou de um pareamento mais eficaz de excitação-contração para o mesmo nível de ativação; e (8) excitabilidade elevada dos neurô- nios motores, como incticado pelo potencial dos reflexos e pela plasti- cidade dos neurônios motores. Abreviações: IN •' interneurônios que inervam os músculos extensores; IN r interneurônios que se projetam para os neurônios motores que inervam os músculos flexores; MN,, neurônios motores que inervam os músculos extensores; e MNr neurô- nios motores que inervam os músculos flexores. e depois do treinamento de força como um índice de alterações no drive neural, os resultados são equívocos. Alguns estudos constataram aumentos significativos na amplitude de EMG após várias semanas de treinamento (Narici et al. 1989; Hãkkinen et al. 1998), alguns constataram aumentos no EMG em tarefas es- pecíficas (Thépaut-Mathieu et al. 1988; Higbie et al. 1996; Hor- tobágyi et al. 1996) e alguns não constataram alteração no EMG (Carolan & Cafarelli 1992). Uma das razões para resultados tão diversos é a variabilidade associada com as medidas do EMG através de sujeitos e sessões. A amplitude absoluta de um sinal de EMG, por exemplo, pode variar através de sessões em razão de fatores tais como a dife- rença na colocação dos eletrodos e as alterações na impedância da pele e do tecido subcutâneo. Esta variabilidade pode ser re- duzida pelo cálculo da média do EMG dos vários locais de re- gistros sobre um único músculo (Clancy & Hogan 1995) ou pela normalização do sinal gravado relativo à onda M (Keen et a/. 1994). Por exemplo, quando Hãkkinen et al. (1998) somaram o EMG retificado e integrado dos músculos vasto lateral e vasto mediai, detectaram aumentos significativos no EMG, relaciona- dos ao treinamento, para contrações isométricas, para levanta- mentos com cargas de 1RM e para os saltos verticais máximos em vários grupos de sujeitos (Quadro 1.2). Do mesmo modo, Higbie et al. ( 1996) constataram aumentos significativos na soma do EMG do vasto mediai e do vasto lateral depois de 10 sema- nas de treinamento de força em um equipamento isocinético. O aumento no EMG, no entanto, foi específico para a tarefa de trei- namento. Por exemplo, sujeitos que treinaram com contrações excêntricas ti v eram um aumento de 36% no pico de torque e um aumento de 17% no EMG durante as contrações excêntricas, mas aumentos de apenas 7% para o pico de torque e EMG durante as contrações concêntricas. Outros, no entanto, constataram aumento no pico do EMG alcançado após poucas semanas de treinamento, ao passo que a força continuou a aumentar durante todo o programa de treina- mento. Por exemplo, Keen et a/. ( 1994) descobriram que melho- ras lineares na força do músculo da mão estavam associadas com um aumento não-monotônico na média do EMG. Tanto em adul- tos jovens como em idosos, a força máxima de contração volun- tária aumentou em cerca de 40% após 12 semanas de treinamen- to de força, mas a média do EMG, quando normalizado para a onda M de pico a pico, atingiu o ponto máximo na oitava sema- na e não foi diferente dos valores iniciais na 12. • semana para os dois grupos de sujeitos. O EMG normalizado aumentou em 10% na oitava semana, comparado com um aumento de 15-20% para a força máxima de contração voluntária. Em razão de o volume do músculo aumentar em apenas 7% neste estudo, o aumento da força máxima de contração voluntária durante asúltimas 4 se- manas de treinamento deve ter sido em razão de outros fatores. Por outro lado, a adaptação pode envolver uma ativação mai- or da massa muscular disponível para a mesma coleta de EMG (local 7 na Fig. 1.5). Esta possibilidade requer que os indivíduos não tenham condições de ativar ao máximo o músculo em um estado sem treinamento; a evidência a este respeito é confusa. Quando a maximalidade de uma contração é testada pela sobre- posição de choque elétrico (abalo interpolado) em uma contra- ção voluntária máxima, a maioria dos investigadores (Merton 1954; Bélanger & McComas 1981; Rutherford et al. 1986; Her- bert & Gandevia 1996; De Serres & Enoka 1998), mas não to- dos (Dowling et al. 1994; Kent-Braun e LeBlanc 1996), consta- taram que os sujeitos podem ativar ao máximo um músculo com um comando voluntário. Por exemplo, os sujeitos parecem ca- pazes de exercer, em média, cerca de 95% da força máxima, e em 25% dos testes a força foi realmente máxima (Allen et ai. 1995). Por outro lado, quando a ativação do músculo todo foi avaliada, medindo-se o tempo de relaxamento transverso (T2) da água do músculo com a ressonância magnética por imagem (Fi- VENDEDOR APOSTILASMEDICINA@HOTMAIL.COM PRODUTOS http://lista.mercadolivre.com.br/_CustId_161477952 10 CONTRIBUIÇÕES NEURAIS PARA AS MODIFICAÇÕES NA FORÇA MUSCULAR Quadro 1.2 Percentuais de aumentos no desempenho e EMG para as contrações isométricas, contrações de 1RM e saltos verticais após 6 meses de treinamento de força de homens e mulheres de meia-idade ( -40 anos) e idosos ( -70 anos). (Adaptado de Hakkinen et al. 1998) Contração isométrica Contração de 1RM Salto vertical Grupo de sujeitos Força EMG Altura EMG Carga EMG Homens Meia-idade Idosos 36 :t 4 36 + 3 28 + 13 33 + 8 22 :t 2 21 + 3 26 + 13 15 + 8 11 + 8 24 + 8 19 :t 12 14 + 6 Mulheres Meia-idade Idosas 66 + 9 57 :t 10 48 + 13 33 :t 12 34 + 4 30 :t 3 32 + 14 24 :t 12 14 + 4 18 :t 6 21 + 7 34 :t 7 Os valores são média ± SE. O EMG tem por base a soma do valor retificado e interpolado para o vasto mediai e o vasto laternl da perna direita. Todos os aumentos foram estatisticamente significativos. Dados fornecidos pelo Dr. Keijo Hãkkineo. sher et ai. 1990; Tesch 1993; Yue et al. 1994; Ray & Dudley 1998), o torque da contração voluntária máxima dos extensores do joelho pareceu ser alcançado pela ativação de apenas -71% da área de secção transversa do músculo quadríceps da coxa (Adams et al. 1993). Igualmente, as freqüências de descarga das unidades motoras durante as contrações de alta força pareceram colocar as unidades motoras na parte superior da relação de for- ça-freqüência, mas não no platô (Enoka 1995). Estas observa- ções sugerem que a força exercida durante uma contração vo- luntária máxima é menor do que a força tetânica máxima, mas a magnitude da diferença não é clara. Co-ativação dos músculos antagônicos Em contraste com a aparente falta de uma associação entre as alterações em força e no EMG do músculo todo, o treinamento de força não parece afetar a função relevante dos pools (grupos) de neurônios motores. Estas alterações podem envolver tanto a ativação relativa de diferentes grupos de neurônios motores quan- to a conectividade dentro e entre os grupos (Fig. 1.5). Por exem- plo, o treinamento de força, pelo menos com contrações isométricas, parece envolver a redução na co-ativação do mús- culo antagônico (local2 na Fig. 1.5) dentro da primeira semana de treinamento (Carolan & Cafarelli 1992). Do mesmo modo, atletas de elite apresentaram co-ativação reduzida do músculo semitendíneo, comparados com sujeitos sedentários, quando executando contrações isocinéticas com os músculos extensores do joelho (Amiridis et al. 1996). Conseqüentemente, o torque final da articulação aumentará em função da remoção do torque negativo estabelecido pelo músculo antagônico. Em estudos de treinamento de curto prazo, porém, a redução na co-ativação é mínima. Hlikkinen et ai. ( 1998) constataram que aumentos subs- tanciais na força dos extensores do joelho após 6 semanas de trei- namento foram acompanhados por declínios mistos na co-ativa- ção do músculo antagônico (bíceps da coxa). A co-ativação do bíceps da coxa durante uma contração voluntária máxima isométrica não se alterou em homens e mulheres de meia-idade, ao passo que declinou, em média de 3% e 7%, em homens e mulheres mais idosos, respectivamente. Além disso, não houve alteração na co-ativação durante a tarefa de 1 RM para todos os grupos, exceto para o das mulheres mais idosas. Embora estas alterações na ativação do antagônico possam ocorrer ao nível do drive descendente a partir dos centros supra-espinhais (local 3 na Fig. 1.5), tais alterações não parecem contribuir de modo sig- nificativo para aumentos de curto prazo na força muscular. Plasticidade da medula espinhal De todos os mecanismos neurais considerados, o caso mais con- vincente pode ser o das alterações na conectividade neuronal com o treinamento de força. Dois exemplos salientam esta adaptação. O primeiro exemplo está relacionado ao fenômeno de educação cruzada (local 4 na Fig. 1.5). Em indivíduos normalmente ati- vos, a força máxima que um músculo pode exercer diminui quan- do o músculo homólogo no membro contralateral é ativado con- comitantemente (Ohtsuki 1983; Secher et al. 1988; Schantz et al. 1989; entretanto, comparar com Jakobi & Cafarelli 1998). Este efeito é conhecido como o déficit bilateral e parece ser causado por interações neuronais entre os membros (local 5 na Fig. 1.5; Howard & Enoka 1991). A magnitude deste efeito é geralmente pequena (5-10% ), mas pode ser um tanto substancial (25-45% ), especialmente para contrações rápidas (Koh et al. 1993). Uma vez que o tamanho do déficit pode ser alterado pelo treinamento (Taniguchi 1998), este é considerado dependente das conexões neurais entre os membros. Por exemplo, os indivíduos que trei- nam ambos os membros concomitantemente (por exemplo, re- madores, levantadores de peso) apresentam uma facilitação bi- lateral em vez de um déficit (Secher 1975; Howard & Enoka 1991). Nestes sujeitos, a força muscular é máxima durante as contrações bilaterais, e não nas contrações unilaterais. Esta adap- tação é presumivelmente mediada pelos padrões de longo termo da ativação muscular que afetam o drive descendente para os grupos intemeurais (Fig. 1.5). O segundo exemplo de plasticidade neural se refere às cone- xões entre os neurônios motores no mesmo grupo (local 6 da Fig. 1.5). Apesar de relatos iniciais contrários, a descarga de poten- ciais de ação por um neurônio motor está temporariamente rela- cionada à descarga de outros neurônios motores. O grau de as- sociação pode ser quantificado como a medida de sincronização de unidade motora (Sears & Stagg 1976; Datt.a & Stephens 1990; Nordstrom et al. 1992), o que indica os padrões de absorção si- náptica partilhada sobre os neurônios motores, seja diretamente, VENDEDOR APOSTILASMEDICINA@HOTMAIL.COM PRODUTOS http://lista.mercadolivre.com.br/_CustId_161477952 CONTRIBUIÇÕES NEURAIS PARA AS MODIFICAÇÕES NA FORÇA MUSCUI..AR 11 seja através de intemeurônios de última ordem (Kirkwood et ai. 1982). A magnitude desta descarga sincronizada entre as unida- des motoras é variável e é influenciada por fatores tais como a tarefa que é examinada, as unidades motoras e os músculos en- volvidos na tarefa e o tipo de atividade física habitual executada pelo indivíduo (Bremner et ai. 1991; Schmied et al. 1994; Semmler & Nordstrom, 1995, 1998; Huesler et al. 1998). O ní- vel de sincronização parece ser reduzido entre as unidades mo- toras nos indivíduos que exigem maior controle independente dos dedos. Isto inclui os músicos e a mão dominante dos sujeitos controles (Semmler & Nordstrom 1998). Por outro lado, a sin- cronização da unidade motora é maior entre as unidades moto- ras nos músculos da mão de indivíduos que executam, com con- l'~rll I li li li 111I 1 I I I I I I I I li I li I I 111 1 1 1 111111 I lll-4-11 1 11 11 1 111 I 1111 I 111111 1 111111111 11 11 1 11 1 11 1111" 111111 111 (I li I li li li I I 11 I I I l i I l i I I I li I I 111 li I I U I I l i ll I· 4-lll 11 I li I 11 1111 11111 lllll 11 1 11 1111 111 11 11 11 I IH!+ -U4J I III I IIII UIII I IIIII I IIIIII I IIIIIU I I IIIII II IIU IA n IH-I 1111 ' 'I I I U 11 1 11 11 II.UI 11 I 111 11 I 11 1·1 l i 111 11 I lU 11 UIIII..WH-IIIIIIIIIU I IIIIIIIIIU+I H 11• Ul ltl 11--111111 1 111111111-m.J.l.>llllll IIIHIIIIIIIII IIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIH 11 11 M 11111 HH-11-11111 lllllft+H 1111 11 1111 11111111 ll llttHHtt+ IIIIIIIUIIIIIIIIIU..WI II IIIIIIIIIII I IIII UI II'IL..JII I I I IIIIIII 4 -UU 111111111111--U-HIIIIIIIHJ-41-11111111 11111 UIIIII I IIUIU,f.,. sistência, atividades de treinamento de força (Milner-Brown et ai. 1975; Semmler & Nordstrom 1998). De qualquer modo, si- mulações por computador, realizadas por Yao et al. (2000), in- dicam que a sincronização da unidade motora não aumenta a força máxima exercida por um músculo durante as contrações isométricas de estado contínuo (Fig. 1.6). A conectividade alterada entre os neurônios como conseqüên- cia do treinamento também é evidente através do teste de refle- xos (local 8 na Fig. 1.5). Quando um choque elétrico suficiente para provocar a onda M máxima (potencial de ação composto de músculo) é aplicado a um nervo do músculo durante a con- tração voluntária máxima, duas respostas de reflexo (V 1 e V2) também podem ser provocadas. Estudos preliminares destas 120 110 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 li! li li I I li I I j I I I I 11 I li I I I I I I 11 I U I I 11!1 I 11 I IJ I I ! I ! r I !! t I li 111 111' 111 I H I li I 11 '' 111 i I i li I li H I lf. ..... t-t-H-+ P '11 ' '1111.1 llll-iW-U- Ui liii iiW-UIIII hl 111 III I IIIIIIUIIIIIIII I III~Winl l illllllll'l!l!! -U-4-tJ.l ..... .. u u H l llll 11. 1 11 11' 1111 1111!11 1 '''111 I' ' 'I H lU llf llt' ltltti i i!IIIH~t IIIH- HIHI!h++Hif lfH'i 1111 1111111 I li! 1!1 1 I 11 ! 1 !! 11 IU ULJ.U.J.J...U..lll ll 11111J I I I I 1111 ! I IoM II ! 11 11 I !l i ! 11 111 I U-U-11 I I 111111 li 111' I '11 I IIIIII I II!IIIII!U iti l 11 11111 IUIIItUIIIIfii'IIIUIIIII'I_, 2mV I 2.000 au 1 s 1 s Fig. 1.6 Comparação do EMG e da força a partir de estimulação por computador das contrações isométricas máximas na presença (coluna da direita) e na ausência (coluna da esquerda) de sincronização da unidade motora. Em cada coluna, o conjunto de traços do topo indica o tempo dos potenciais de ação descarregados sobre alguns neurônios motores no pool (n = 120), os traços no centro mostram o EMG de interferência, e o conjunto de traços inferior representa a força final. Ajustado o tempo (sincronização), mas não o número, os potenciais de ação tiveram um efeito acentuado na amplitude do EMG simulado, nenhum efeito na média da força simulada e um efeito significativo na interpolação do perfil de força. VENDEDOR APOSTILASMEDICINA@HOTMAIL.COM PRODUTOS http://lista.mercadolivre.com.br/_CustId_161477952 12 CONTRIBUIÇÕES NEURAIS PARA AS MODIFICAÇÕES NA FORÇA MUSCULAR respostas normalizaram-nas para a onda M máxima e usaram a razão como um índice de potenciação de reflexo (Sale 1988). Constatou-se que o potencial de reflexo (aumento de V1 e V2), que ocorre em todos os músculos, é mais pronunciado em levan- tadores de peso do que em velocistas, aumenta com o treinamento de força e diminui com a imobilização do membro (Sale et al. 1982; Sale 1988). Trabalho subseqüente, realizado por Wolpaw e colegas, sobre o condicionamento operante do reflexo de esti- ramento da coluna e o reflexo H sugere que muito desta plastici- dade parece estar localizada na medula espinhal, envolve os neu- rônios motores e também parece ser expressa no membro con- tralateral, não-treinado (Wolpaw & Lee, 1989; Carp & Wolpaw 1994; Wolpaw 1994). Estes estudos demonstram que a participação em programas de treinamento de força pode induzir alterações nas conexões entre os neurônios motores localizados na medula espinhal. Es- tas adaptações se manifestam como educação cruzada, déficit bilateral (ou facilitação), sincronização da unidade motora e potenciação de reflexo. De qualquer modo, as contribuições de tais alterações para aumentos na força muscular permanecem desconhecidas. Coordenação Uma das razões citadas com mais freqüência para um aumento na força é uma melhora na coordenação entre os músculos en- volvidos na tarefa. Um papel para a coordenação é freqüentemen- te invocado quando se constata que os ganhos de força são espe- cíficos à tarefa de treinamento (Rutherford & Jones 1986; Chilibeck et al. 1998). Por exemplo, sujeitos que executaram exercícios de treinamento de força com um mtísculo da mão (in- terósseo dorsal I) durante 8 semanas tiveram um aumento de 33% na força da contração voluntária máxima, mas apenas 11% de aumento na força tetânica provocada pela estimulação elétrica do mtísculo (Da vies et al. 1985). Além disso, quando outro gru- po de sujeitos treinou o músculo com estimulação elétrica du- rante 8 semanas, não houve alteração na força tetânica provoca- da, ao passo que a força de contração voluntária máxima decli- nou em 11% (Davies et al. 1985). Em razão de a estimulação elétrica provocar uma contração muscular ao gerar potenciais de ação em ramificações axonais intramusculares, tais achados su- gerem que a ativação pelo sistema nervoso é importante na ex- pressão da força muscular. Um papel significativo das alterações na ativação neural in- duzidas pelo treinamento também pode ser realizado tendo por base melhoras no desempenho submáximo após o treinamento. Este exemplo envolve a consistência das contrações isométricas submáximas. Quando os sujeitos exercem uma força de abdu- ção com o dedo indicador, as flutuações de força normalizada (coeficiente de variação) são geralmente maiores para adultos mais idosos, comparados com adultos jovens, especialmente em forças baixas (Galganski et al. 1993). No entando, após partici- pação em um programa de treinamento de força, a consistência apresentada pelos adultos mais idosos melhorou e foi semelhan- te à dos adultos jovens (Keen et al. 1994). Como esta melhora no desempenho não está associada com a alteração na distribui- ção das forças das unidades motoras, as adaptações podem ter envolvido um aumento da ativação muscular pelo sistema ner- voso. Outro exemplo de melhora no desempenho submáximo induzida por treinamento é o volume reduzido do músculo que estava ativado para levantar uma carga submáxima depois de participar em um programa de treinamento de força (Pioutz et al. 1994). Este efeito parece ser amplamente mediado pelos mecanismos neurais porque não houve hipertrofia dos diferen- tes tipos de fibra muscular e a melhora também foi evidente nos músculos extensores do joelho contralateral. Estes achados sugerem que a coordenação da atividade den- tro e através dos músculos tem uma influência significativa na expressão da força muscular. Em geral, tais adaptações influen- ciam duas caracteósticas do movimento de força: o padrão pos- tura! para a tarefa e o próprio movimento direcionado para o objetivo. Uma vez que o corpo humano pode ser caracterizado como um sistema de mecanismos interligados, é necessário ori- entar os segmentos do corpo e estabelecer a base de apoio sobre a qual o movimento é executado (Horak & Macpherson 1996). Por exemplo, os músculos flexores do cotovelo levantam uma carga segurada pela mão com o corpo em uma variedade de pos- turas, incluindo bipedestação, sedestação, posição em prono ou supino. Tais variações na postura parecem influenciar o resulta- do de um programa de treinamento, como indicado em vários estudos sobre a especificidade do treinamento. Em um dos estu- dos mais abrangentes sobre este tópico, Wilson et al. (1996) trei- naram sujeitos durante 8 semanas e então examinaram as melho- ras no desempenhode várias tarefas. Constataram, por exemplo, aumentos de 21% para o levantamento a partir da posição de cócoras e para a altura do salto vertical, mas apenas um aumento de 10% em um teste de 6 segundos em bicicleta ergométrica e nenhuma alteração no desempenho pelos mtísculos extensores do joelho em um teste isocinético. As melhoras no desempenho foram maiores nos testes que envolveram as posturas que foram usadas durante o treinamento. Apesar deste reconhecido papel para a especificidade da postura, nenhum estudo demonstrou explicitamente contribuições de um papel significativo das adap- tações no apoio postura! para o ganho de força. Do mesmo modo, os mtísculos que atuam através de outras articulações podem influenciar a ação mecânica relacionada a uma articulação. O exemplo clássico deste efeito é o uso de mtísculos de duas articulações para distribuição de momentos em rede e transferência de força entre as articulações (van lngen Schenau et al. 1992). Este diagrama é representado na Fig. 1.7, onde o membro inferior humano é esquematizado como pelve, coxa e perna com vários músculos mono e biarticulares cru.zan- do as articulações do quadril e do joelho. Neste modelo, os mtís- culos I e 3 são extensores monoarticulares do quadril e do joe- lho, os músculos 2 e 4 são os flexores monoarticulares do qua- dril e do joelho e os músculos 5 e 6 são músculos biarticulares. A extensão concmnitante do quadril e do joelho pode ser execu- tada pela ativação de dois extensores monoarticulares (mtíscu- los I e 3). Em razão de o músculo 5 exercer um torque flexor sobre a articulação do quadril e um torque extensor sobre a arti- culação do joelho, a ativação concomitante do músculo 5 com os mtísculos 1 e 3 resultará em redução no torque final no qua- dril, mas em aumento no torque final no joelho. Com base nesta interação, o mtísculo biarticular é descrito como redistribuindo VENDEDOR APOSTILASMEDICINA@HOTMAIL.COM PRODUTOS http://lista.mercadolivre.com.br/_CustId_161477952 CONTRIBUIÇÕES NEURAIS PARA AS MODIFICAÇÕES NA FORÇA MUSCUI..AR 13 Quadril Joelho Fig. 1.7 Modelo de um membro inferior humano com seis músculos arranjados ao redor das articulações do quadril e do joelho. Os múscu- los l a 4 cruzam uma articulação, enquanto os músculos 5 e 6 cruzam as duas articulações. (De van lngen Scbenau et a/. 1990; Fig. 41.6.) um pouco do torque muscular e da força articular do quadril para o joelho. Por outro lado, a ativação do músculo 6 resultará em redistribuição do joelho para o quadril. Embora raramente con- sideradas, tais interações são, sem dúvida, significativas na me- dição da força muscular. Em adição ao apoio postura! e à transferência de ações entre as articulações, uma melhora na coordenação pode envolver uma melhora do tempo da unidade motora e da atividade muscular. Ao nível da unidade motora, por exemplo, van Cutsem et al. (1998) constataram que os ganhos obtidos pelo treinamento com contrações rápidas de carga baixa envolveram reduções no limi- ar de recrutamento, aumentos na força da unidade motora e au- mento na freqüência de descarga do potencial de ação. Doze semanas de treinamento dos músculos flexores resultaram em aumento acentuado na freqüência de descarga inicial das unida- des motoras e em melhora na freqüência máxima de desenvolvi- mento de força. Do mesmo modo, embora o tempo dos potenci- ais de ação entre as unidades motoras (sincronização da unidade motora) não aumente a força de estado contínuo, este tempo pode Referências influenciar a freqüência do aumento na força. Em função de li- mitações técnicas, a magnitude da sincronização da unidade motora durante as contrações anisométricas é desconhecida. Porém, deve haver algum benefício funcional decorrente da sin- cronização de curto prazo, porque esta é maior em um músculo da mão de levantadores de peso (Milner-Brown et al. 1975; Semmler & Nordstrom 1998) e aumenta durante o desempenho de tarefas que exigem atenção (Schmied et al. 1998). Ao nível global do músculo, os tópicos de tempo relaciona- dos à coordenação envolvem variação específica da tarefa na ativação do músculo. Por exemplo, as amplitudes relativas do EMG no bíceps do braço, no braquial e no braquiorradial varia- ram quanto à força constante (isométrica) e às condições de car- ga constante (isoinercial), apesar da semelhança do torque final do flexor do cotovelo (Buchanan & Lloyd 1995). Do mesmo modo, a atividade relativa do EMG do braquiorradial e do bí- ceps do braço variou quanto às contrações de encurtamento e de alongamento (Nak.azawa et al. 1993) e as contribuições relati- vas ao recrutamento da unidade motora e à modulação da fre- qüência de descarga variaram quanto às contrações de encurta- mento e de alongamento (Kossev & Christova 1998). Provavel- mente, os ganhos precoces em um programa de treinamento de força estão relacionados ao aprendizado do padrão de ativação apropriado para a tarefa, especialmente se é uma tarefa nova. Conclusão Embora um caso forçado possa ser usado para exemplificar um papel significativo das adaptações no sistema nervoso para au- mentos induzidos por treinamento na força muscular, os meca- nismos específicos permanecem evasivos. Não há sequer um consenso sobre os mecanismos individuais, nem evidências que sugiram significância relativa dos vários mecanismos. Estes dé- ficits em nosso conhecimento existem parcialmente em razão das limitações técnicas, mas principalmente em razão do ponto de vista estreito, adotado na busca dos mecanismos neurais. Agradecimentos Este trabalho foi parcialmente financiado por uma bolsa dos National lnstitutes of Health (AG 13929) que foi concedida ao RME. Ad ams, G.R., Harris, R.T., Woodard, O. & Dudlcy, C. (1993) Mapping of electrical muscle s limulation using MRL jcumnl f>{ Applied Pl1ysiolt>gy 74,532-537. regula ting phenomena during isok.inetic knee exlcnsion in sedcnlary and híghly skilled hurnans. 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