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' . ~ ~ :.;; • • : • . ."' • ~ ."··:~~ _ .. ._., • •• . ; . l •• • . (' (' o e, ) ( ( ( (___ ( . C. ( 1 ( ( ( r . ( _/ ( ( . ( · ( ( ,1 (· ) ( ) ( r ( 1 ~: -; t_;~{ ' ~ . ·,1 T ;}: ·! ' ·· ·- .... .. ) \ .... . ' :· - -· .. :~ : : ·;; :<· ~:~7 -___ x: .·:. ··· :;· '· 1 (-'~· . ..:."•~t:.:., Severino Elias N go~nha . . OS TEMPOS DA FILOSOFIA FILOSOFIA E D.EMOCRACIA MOÇAMBICANA, ·-:--,.- . -:~~-. . - . -. . ----.. Imprensa Univenntáiria Maputo, 1004 · · . ;;· ·-~~:~ i; ~ õ:.! -:~ili ~{* _ .. !l:J -g ·--:t1:J --~ ~:~~t ; · .. Titulo: . Os Tempos da Filosc•fia . Severino Elia:; Ngoenha Autor: \ Editor: Imprensa Universitária, UEM, Maputo, Moçambique Maq11e!ização e impressão: Capa: . Nº de registo: Tiragem: Daü1 1/e public11ção: Imprensa Universitária Sérgio Tique 41 09/RL!NW/2004 1000 exemplares Julho de 2004 Capítul9 I 30 Filosofia ie <lem.ocracia em ?vioçambique 30 As aporias filo~ófic.i.s 45 A tentação .do(a) polític~(a) 49 Qual pode ;er a contribuição esp ··· :-;fica da filosofia Únoçambicana) p.o crescimento den1ocrático de Moçambique · · 68 i ,.· filosofia en1. Moç.amhique ·77 O papel do novo Estado moçambicano .na nova sociedade mo~ambitana 98 A questão da legitimação 108 A democracia representatíve 120 A questão da soberania 1.2~ V ··-0 ( r L e (' l) \ ) e, Í ' e \, C; ( , ( 1 ( ( · e ( , ( e ( r_, ( .. (, ( ( ( · ( , ( · ( · \ . ' ( ( - .; .: ~ -. ~ ··~. .·. Capi'.itu l.o IH 137 A ns vencidos não se p ed e c pinião 137 Por um t iplo contrato moçambicano 159 1. Contrato cultur.al 159 Democracia e cultu.rn(s) m oçambicana(s) i•S5 Cultura juridical r·71 Pluralismo jurídico 173 Transferência jurídica 178 ·· Por um prnjecto político . democrático e rnt.lltic ultural 179 2 . Contrato social 137 . .A justiça como equidade I94 . :;. Contrato polit ico 21 :.z Bibliografia 219 VI :·_ . . . . ' -~ . . : . . . :Prefácio (Po»']osié P. Castiano) ' Die ~ule der Mine7a be~nnt erst mit d,er eirzbreç.J;enden Dãmmerung ihren · Flug . Estas palavras foram escritas por G.F.Hegel (1770-1831), o consjderado pai da ·filosofia clássica . . . . . , . l alemã, · nõ·· penúltimo parágrafog do · prefácio à sua obra Grundlinien der Philosophie des Rechtes2 a · 25 '.de Junho de 1820, data em que o assinava. Na me~a ·data, em Moçambique, aproximadamente·· um: século e. meio depois, . Samora Machel proclama a Independência total e c:ompleta 'de Moçambique acto que formaliZou a Liberdade p()lítica. Se há algum':\ coisa que o filósofo Ngoe'nha teria desejado fazer, seria convidar o .velho Hegel a assistir> a .\1Iil dos momentos mais importantes da caminhada do povo moçambicano para.a sua Liberdade. Mas ao invés disso, Ngoenha ·obsequeía-nos coi'.n a visita ·da coruja da Minex:va pór via" deste livro no vigésimo ano da' Independência de Moçambique, ano das terceiras eleições multipartidárias pâra · o Parlamento e Presidência da República. · A coruja é .a ave que a Minerva envia para anunciar as · boaS novas: Quando ela levanta o seu voo e o povo a vê · chegando, sabe 'que é :Prenúncio da lllZ d~ esperança. Algo vai . . . "A cQruja da Minerva só levanta o seu voo quando ~hega o crepúscu/Q" (tradução n:iiDha). H.á pelo menos uµia boa dezena de traduções düercntes desta frase de'Hegel,:.alterando. na~lmente, ligeiramente o seu sentido. Em .~gumas traduções·portugÚesas se emprega o termo mocho e não. cot:ZJja e ·ainda o :tenii.o entaráecer ao .fnves de crepúsculo. Atenas ou Minerva era :a deusa. da cidade de Atenas, da coruja, e da· oliveira e ·da . civilizaÇão; era a eneamação da sabedoria, da razão e da pureza . .. 2 Fundamentos ·da Filosofia -do pireito. · · ·~~ _ .. ... :·· ·~ ..., . ·~ mudar? No mesmo parágrafo, antes desta frase, .Hegel escreve: · "Enquanto pensamento do mundo, [a filosofia} aparece no tempo só depois da realidade ter consumado o seu processo de formação e esteja realizada3". A ideia é que a Filosofia, como amor pela sabedoria,. é um Gedanke (pensamento) sob~e os fünàamentos dos fenómenos da natureza, da sociedade e do pensamento. Entre os quais estão os fenómenos ·políticos. A Filosofia para este pensadc;>r, é o resumo · do tempo no pensamento; por isso só pode chegar ao "entardecer" depoi~ de tudo acontecer durante uma jornada.-Pan(Hç:gel, neste sentido, a . Filqsofia é contemplativa e é o ponto de chegada reflectiva. Ngoenha se propõe com este ljvro fornecer os fundamentos para o pensar filosófico sobre a Democracia . moçambicana. Chegou tarde demais como a coruja da Minerva? Ou chegou ainda a tempo de, coin o livro, espalhar ~a luz do olhar filosófico sobre o processo político em Moçambique? Ele próprio diz que as questões que trata neste livro foram suscitadas há quase quatro anos atrás. De lá para cá lhe perseguiram nas suas reflexões e conversas. O convite da Academia Filosofica na Matola em 1999 foi o ponto de partida e pretexto para pensar e . escrever sobre o papel dà Filosofia, particularmente da Filosofia Política, em Moçambique. O convite foi nas vésperas . das eleições legislativas e presidenciais de 1999. Ngoenha vem responder quase cinco anos depois ... por sinal [?] nas vésperas de outras eleições gerais: Tarde como a coruja da Minerva? Sim porque as eleições que eram a ocasião do questionamento já se realizarám. Mas Ngoenha precisava de tempo para reflectir sobre os fundamentos. E pensar sobre os fundamentos precisa de prudência porque pomos em evidência e pensamos sobre os erros, conflitos, lutas e disputa5 do passado com os olhos postos "Ais der Gedanke der Welt erscheint sie [ die Philosophie] erst in der Zeit, nachdem die Wirldichkeit ihren Bildungsprozeft vollendet und sich fertig gemacht. hat". (Hegel,F., . Philosophie . des Rechtes . . Vorrede, . Bd.7,9p.) . ........ -··-·~-·-=-<-·-·"'·"'"~""'''·Yí •~' ' ;'; !:::"":'~:.i;:.:::> :~füi:{;~:aí~i1:i!füti~i'.fSt;::!i~i:~<:!g[~ (' l' ' . n~ futurô. 1\1.Ias Ngoenha tem uma vi :'< • • contemplativa da Filosofia Tal . sa.o rnterventiva e não que a Filosofia não só dev~ int como o Jovem Mane, ele defende C até aí fizera - mas ela deve :~1;::ª~ o Mundo - o que Hegel ( procurando oferecer aos homen u olltransformar o Mundo . t s me iores altem t . m erpretar e agir sobre a "Ua Hi t , . p . a ivas de a1 , d ·' s ona. or isso acho em e ter pensado na Filos fi que, para personalizou a questão. Entendeu o e a bem Geral, Ngoenha moç~bicana, através dos membros da A~m que a so_ciedade quest~o:rwr ~<q~al é º ·teu papel como fil , f4 AFIL~ lhe esti_vesse a ·Naturalmente que ass1'm olso od ~m Moçambique?». . , . co oca a a q e propone~tes queriam manifestàr atr , d ues ao, os d~ ver nos inteleétuais moçambican~:es e N~oenha~. ~ desejo teórico-crítico e mais interven - ' um maior engaJamento n~cionais, se é que estes têm a ça~et:ss_ processo~ políticos mç;ç~mbicanos. E Ngoenha responfe a est:ºa d~ ser mtelect~ais aITOJO que testemunham 0 , pe 0 com ousadia e · . · seu impeto de querer s · mterventivo no processo moçambicano p . er mais · · or exemplo numa das passagens, escreve o seguinte: "digo m .t , ter nascidCi tarde e não poder ter adu1 -~ vezes que lamento libertação] que contmua nos meus olhos J~nustºa" nMaquela luta [de a ' t b N · · · · · as ao escrever pr~sen e o ra r. ~oenha socializa a questão isto é t d . . ~on;te . d de reflexão . . para outros intelectuais co~~n :1eº es an o-os desta feita a trai:erem as suas r fl _ ' segt?rites. qu~tões . fundamentais para Moçar:bi~~~~s q~a~re, as sen~.do , _actual de · lutar pela · Liberdade no ~osso . · eaí~ deinocratico? Corno devemos militar e lutar . P Lib · d d ? Q · · por este sonho da . . e~ a e . ~ais são as nossas armas e quem são ho. e mmugos da Liberdade dos moç.ambicanos? Num 1. · ~ os ·1· · · a mguagem menos m1 Itante podemos formular a questão desta .e: Q . ., · . · . · . ionna: uais sao os c?nstrangimento~ de hoje à. Liberdade dos moçambic~os e qual e ~o papel da Filosofia na maximização das libe d d . de~o~rát1cas d?~ indivíduos e povos assim . como n: a es p.artic1pação pohtica? · sua . 9 r e e r e ( r e ( < ( < ( ( • ( 1 (, ( ) ( ( ( . ( ( , ( ( ( ( ( ( , ( · e r ( ( ( :::: ~ ·~:, rn ~ -.~. ·p· ·~:\ E;.~ -::'j. ·.'• ., . :·.: ... , . -- ~ : .·: ~ •; .·. Vista neste ângulo, a coruja· não chegou tarclv porque nunca o: sentimento de falta de Liberdades esteve tão presente como hoje nos países africanos; e· a Filosofia Africana nunca como hoje se sentiu tão chamada a mostrar luzes que ilumilnem o caminho dos povos africanos para a sua Liberdade. Aliás, se há Uma filosofia que desde o seu surgimf,lnto tem como sua essência a busca da Liberdade, esta Filosofia é a africana; é tanto assim que Ngoenha declara que ela sempre foi marcada pelo Paradigma Libertário: "Se .existe· um substracto filosófico que está na origem axiológica de Moçambique é sem dúvida a busca da Liberdade", escreve Ngoenha em relação ao processo · moçambicano. Esta Liberdade que. ~e busca tem duas facetas: a positiva, segundo o autor, quer dizer Liberdade (ou din~ito) de sermos nós mesmos" e a negativa,· enfatiza a. necessidade de vivermos sem contrições de carácter político ou económico, Este livro de Ngoenha. é em si uma das luzes que a Minerva traz para iluminar a caminhá.da dos moçambicanos para uma maior maximização das Liberdades individuais e colectivas . Caminhemos, pois, com o livro. No capítulo I , cujo título é Filosofia e Democracia em Moçambique - pela sua função na obra trata-se de um capítulo introdutório - o autor pergUnta-se sobre "qual pode ser o papel da Filosofia no processo democrático de Moçambique~~", Antes de responder à questão que coloca, Ngoeilha deixa cl~o que, qualquer pessoa que lhe desejar responder, tem o dever de ser "coerente", isto é, deve começar por clarificar a sua posição . pessoal e os valores pelos quais .milita. Pata Ngoenha, que se crê ser militante da tradição filosófica africana na sua vertente libertária, o valor máximo e ao mesmo tempo o fim da S\1ª Filosofia é a Liberdade. Como ele mesmo escreve: "o valor de fundo do meu engajamento intelectual é a militância a favor d~ste valor humano supremo para os moçambicanos e para os africanos" que é a Liberdade. Mas o que significa militar pelá · Liberdade no contexto actual e em Moçambique? Entre . outras 10 coisas N goe:nh · · . . : a, para dar resposta a . filósofo ou o intelectual que ·mil. esta questão, exige que preocupar-sé . constaritemente ita ~~la causa da Liberdade de razqes que militam a fav. em ~ relevar . e fundamentar· . participativa, de uma democra~~a e uma ~emocracia , rm esco~has políticas e societais ( ) que sub~rdma a economia nos imaginários colectivos d ... , e qu.:i baseia as suas instituiçõ populações moçambicanas .. p:!.~! aç~s ... ", neste caso, d a procurar e oferecer Iuies à veui ' a Filosofia deve continu governo e dás melhores ~onn . a ~ue~tão grega do "melhi · arti ·· · · J.( as mstituc1on · ,, p c1pação de pessoas· e' grupos d h . ais para alargar além disso, 9 intelectual . que milita e o~ens e múllieres. Pai entlm;der, resistir às. tenta ões do pela: ~iberdade ~~vc, no se cortejo pelo poder; seja e~ por p~e ~~htico(a). Deve· resistir a (que no caso de Moçambique N . Oovemo ou da oposiçã Renamo e nem os outros partid~~ . . goenha, a oposição não é N<:;ste ponto recónhecemos ore ' . . ~eflexões sobre o papel do intelectuaFesso de Ngoenba às sua mtelectual seria 0 de cont 'b . ·. Se~do ele, o papel di m Ih n urr com 1de1as e fl - . e oramento da sociedade C 1 . . re exoes para 4 este li · · · · 0 ocando-sc nesta se'Q vro pretende ser· · · · . · . perspectiva . . o . seu modesto co tri'b crescunento político e social d M . . . . . n . . uto para < Enfim · e oçamb1que. ' ' '9 mtelectual deve res'istir às co~pção: Não terá. sido . esta a atitude d . tentações d~ sair da pnsão esperando tr ·1 e Sócrates ao recusai · ' · · · anqw amente (e · Justiça? Não s_erão modelos disso tanto E , mgenuamente) pel~ Samora Machel 0 p· rime· 1 . duardo Mondlane como N õe U . '. . rro pe o abandono do nfi, . aç s. n~~s e pela c~eira universit . . .co orto das o segundo pela sua abne a ão ária n~s Estados U:i;tidos e ind~endência · de Moçám~q~e ~~~~m~dida em defender a . Julius Nyerere e Thomas Sanl . · . d9 e todos? Não serão africanos que "tentar. am· . _car:a eJ(emplos de. governantes ·· . . . . ser Justos" d · assumiram a responsabili'dad d . . .ur:ante o tempo que L'b · · e e cond · 1 erdade nas suas nações? _. . l1Z1r ª construção da · . . ... '. pergunta-se_Ngoenha. E acrescenta ' 11 . · . ..... ., ~~ -@!~ que Azikiwé, Nlcrumah, Senghor, C.A.Diop, A. Cabral, A. Neto são, entre outros, os modelos de intelectuais no poder político ou · · detentores de poderes políticos mas que fizeram tudo ao alcance para serem militantes pelaJustiça e Liberdade. NgoeD.ha·reflecte, neste ponto, a profunda angústia que sente quando, de cada vez que vem a Moçambique para leccionar Filosofia na.Universidade Pedagógica (UP), na Universidade Eduardo Mondlane (UEM) ou no Instittito Supe1ior de Rel~ções Internacionais (ISRI), ou ainda para proferir palestras em que o seu tema predilecto acaba sendo a missão do intelectual moç~bicano ·hoje, constata a ausência das elites políticas, económicas e intelectuais no debate político. Penso que no fundo, neste capítulo ele exterioriza · . também uma angústia pessoal de não poder êstar presente neste ; debate de forma presencial· em Moçambique .. Quem convive com Ngoenha, sabe que o papel dos intelectuais. moçambicanos na Iilaximização das Liberdades é o seu ~ema predilectó ... · Como pensar filosoficamente o facto político ·hoje em Moçambique? É a questão central do capítulo b: A Filosofiaem Moçambique. É aqui onde Ngoenhà propõe que a filosofia deve ser capaz de elaborar um discurso para mobilizar o ·"espírito ·da tradição" - conceito . que retoma do filósofo africano Eboussi·· Boulaga para os desafios da Justiça Social no quadro .do Estado moderno em Moçambique. O espírito é a chan:iada solidariedade africana que presumivelmente existe de forma espiritual raramente pouco praticada pelos membros das comunidades e sociedades na África hodierna, ·pois, se fosse este e8pírito qÚ:e respeitamos; teríamos a "coragem" de passar por uma criança faminta e doente na rua nos nossos carros four. by fours ou de assistir ao aumento do luxo ao lado de tanta pobreza? Não, para um contrato de natureza social a dita solidariedade africana deve ser tomada discursivamente · no seu espírito tradicional m.as · materializada sob forma (moderna) de redistnouição equitativa da riqueza material ou dos impostos e sob uma nova forma de conceber justiça como equidade (e eu acrescento~ restaurativa). 12 . .. . :- ; ·· . . .. ·: ····: :-::,-:-.· . ·; ··- (" (' o espí1ito.da tradiç- r o ao em Ngoenb s aspectos do passad a deve ser a ueI r defendidos por este e ~' _s<!..,'!!_.!!...'!!..e __ na medida~ e que mobiliza altematj.vas aos des spmto tem C<;lpacidade de : que os valores ,.. despir-se o mito da~~~ colocados pelo de~en f~r~cer respostas e se é que .ela exist Cua.1uada solidariedade fri~o v1mento. Deve r .fi e e mesmo a cana ou Ih \ onna espiritual, o des . que essa existência ? me Oi!", e.m debate Po1"s , . afio e torná-lo u'ti"l p . Seja apenas na e · · e1sso araoc :~~~::i:·~ ::alo /::i::1I)~;J:s1;;;~~~~r~f1ect~~~=d~O~~~ l com uma .agulh er com espada e balança n ex_to africano não (' t .d ... a numa das - mas sun um Ih ec1 o na - outra - maos para cozer a mu er mãorepresentam niao; _os pedaços do t º-~ pedaços-,de um C- indiVÍducis e gr~ º~esta. ~agem de Ngoe:1 o na ·_segunda IU:Stiça deve unir~ n_soc1a1s que compõem Moa, º~·diferentes social num context ao separar. Mas como e.ti t~arn ique que .a (' est - o em que na " . ec tvar esta ju f ev: fan-presente decidind' primeira República" E s iça C a politlca e mesmo o sobre a educa ão . o stado (' "s~gunda República"sobre . as biografias d~ bi~~u~e, a moral, Pnn1ando pela "ausA .. . 9,, mesmo Estado "d 1 iv: _uos, e. na governarem o aís ,enc1a . d~íxando os '\renc o arcrat1co" ]peca e nesta aporia Pue _passando o próprio Estado edores da guerra" Estado . . q se deve perguntar b Para a oposição? É (' no contelcto afri.çano. so re a legitimidade · ,.. Como Ngoenha d fc • . do .. 1.. representatividade.por vi: ~nde, s~na preciso perguntar- r é prescrita pela dem _os parti.dos políticos tal . se se a co~tucional de ocrac1a ocidental e reto ' e qual como .constitui a· fonÚa l ~~O e pelos Acordos de :ada pelo texto C dos imaginários ma~s. apropriada de mobiliz - oma em 1992, modelo políticos e sociais d açao e ·legitimação europeu, falsam os moçamb · agora) inadequad ~nte apelidado universal icanos, . Este são as .culturas ( fio.para os países da África. p , mostra-se (até (' a lcanas) que d ara Ngoenh _ modelos (europeus) . s.e evem adaptar a t d a, nao r partir dos imaginári~s~':i:r~~e~ é que OS modelo~ S~ ~~SI]~~ aos e os povos· Ist . . zn a . o s1gn1.fica que nós ,.... · 13 r r/ r \ , l í : <=-- ( , r · ( , ( ri r 1 ( 1 (_· ( , ( r. (.-- ( ( l · r ( ( ( ( ' ~-~-: :. " '~ .. .. !7 ,::'. -~·i::~ '· r:-:; . . ' • '. ·~ ·· ·i· . __ .. : · -1::t -l::Si _(D .;~:~" . temos de (re )inventar um modelo de sociedade qu<i nos seja próprio, conclui Ngoenha. É um modelo que terá forçossmente de tomar em conta a dimensão sóci!H'll\tural e qu• exija, de partida, uma acção "concebida a partir das realidades .utênticas das nossas comunidades autóctones; apreendidas a partir do interior". ]\!].as, entretanto, o que impede o nascÍ!llento dO!lte modelo · do interior que talvez fosse mais libertário? 1;1goenha alerta sobre a existência de dois problemas que constragêm o tal nascimento: um. é que nãO existem mecanismos juridicos legais pre'listos constituciona\IDente que peunitam ab eleitôi, no perlod<> entre as eleições, fazer-se ouvir ou participar no debate p\1blico. O segundo problema, é que a nação teve que riasc"' sob O comando das \eis e da \ógica produtivista Unpondo-se em detrimento de qualquer projecto po\it\co que tivesse baVido ou estivesse prestes a emergir; são leis, sob o . ponto de vista interior antidemocráticas. · porque impostas -por instituições coroo o FMl e o Banco ]\l].undial sem legitimidade popular para goveroar o nossó pals mesmo que seja etn nome do desenvolvimento; são \eis que não assentam nos imaginários cultuiais . dos moçambicanos e; o que é pior, ganham conivência de uma p>.rte da elite moçambicana. Por isso, a este ponto, em rylação ao primeiro problema, se deve qLJestionar a aplicabilidade da Democracia Represeiitativa em ]\l].oçarnbique; e, em relação ao segundo problema, temeis que equacionar sob que pressupostos assenta a Soberania de Moçambique. Ao dissertar sobre a democracia representativa, Ngoenha revisita o principio básico da Democracia. o da separação de poderes: Na aplicação deste principio, Ngoenha identificá conflitos entre os poderes executivo e JegislatiVO, por uro )ado, e entre os poderes ex<;CUlivo e judiciário, por outni Pois, .o "paradigma AJ1ibalzinho-NyitnPini" é pilta ])lgoenha o sintoma ·destes conflitos institucionais, ou Seja, rellecte o problema de como fazer com que entre o poder. executivo e 14 ..... -·· ··, ( .. judicial_ (?u entre o 1 . . . . . . . . ·. mterferenc1a. .Est , egislat\ vo e ex ~ . . . . . e e um probl . ecutivo)· nã · h. . no mundo (Chirac . . ema de muitas de . . . o ' •Ja outras) . ' na França ou Be l .mocrac1as actuais . . . r uscom na Itâl. Ao d" · · ' ta, entre 1ssertar em se . d Ngoenha começ; gu1 a, sobre o problem d Respons.abilidad AIP?_I lembrar-nos. que est a a Soberania, 1 e. ias não · · a estâ li d , a questão da Liberd. d. ' . e pnmeira vez que N ga a a 1998 · . ª e, soberania . goenha debate Ngo.:a se~. arbgo Identidade Moça~b responsa~ilidade. Já em . apr.esen,ta algumas linh _zcana: Jª e ainda nã ,4 perguntar-se.com B 1 . . as deste seu ... ··~ o e comporta ·. . oo cer Washington "O é pensamerito ao · . · em termos de que que a L"b percorrer as pá . as . responsabilidade?" Serâ ·' ,~;úade filosófica como '::"N·. =e capítulo· ·para intcirar neeessáno objectivo do au(or .!ºm . a tra_ta esta aporia. Mas ;.:h. da forma de desvendar 1una ~oduzir a problemátiea da banto que o t al aponi:t na p , f so erania , ac u . que é a predo .. . raica da Política lnt . e o portanto que se re :=eia de Governos O.cionai emac1onal sua acção ;nierna g m por pnncípios dçd!O~ s soberanos, são totahn . '. mas, em contrapartid cos váhdos na ente antJ.demo át. a, na sua acçã · Fen-ajoli . cham d. cr· icos,' o que, segunr d N . o externa b ou e .. co .d . o goenha,· L . . so eranos". Sãô oi . m_um ade selvagem mgi Soberania ue p s duas histórias paralelas de ·Estados d· · . q teremos que regfst · do Peccuil!O d imto . mtemo e ar, sendo uma de u É a perrnanenteinente na soutra N de Estado . que . sem abstado _de M ua acçao no pi · · · solutiza oçambique seria vft" ano mtemacional. . ' . externa da Sobe . . . . ima deste processo de b . "falar . de. "ºb .~ª a tal ponto que . no ·· diz· ªd solutJ.zação .., erama mo b. ·. , er e N . . abuso de lin · ,, çam •cana (seria] ho ·.. ·. · ~· filosófico daguag"111 ?.~rque, sendo a sobel: l. um !Ultentico . .constilu!çao moçambicana ama.º J>fl'l'SUposto . ' a p~tica política e ~.-=-~-..,.~~...,.-~-.Publicado pela Livraria . . . ~ , . . . . . . Moçambicanidade Mi . ?m~cmtaáa na col (Map:uto 1998) . ' ~çambicamzaç.ão sob di" . ei:,tãnea Identidade; ·. · · · · ª. · recçao de Carl . · ,· . os Serra 15 • • J,' :.'; ,•:. 1 •I. ,. , ,:.,, .,.·· ··~~ ,_ -- ~ lli\! _, ·~. jurídica porém tem demonstrado o contr:ário. As .instituiç<:>es da Brettori. Wodds encabeçam uma interferência "abusiva e anti- .soberana" da chamada comunidade ·internacional nos planos político, económico, . cultural, social e mesmo juridi,;o em Moçambique. Mas, se a soberania está sob o comando da chamada comwridade internacional, assumirã esta comunidade da · mesma forma o que a Soberania comporta como responsabilidade? Eu perguntaria de uma· outra forma, haverá mecanismos .. legais nacionais e internacionais ao alcance do Governo moçambicano para que possa exigir responsabilidades da comwúdade intemaCional.pela sua acção no nosso território? . Que mecanismos legais se podem accionat quando, por exemplo como recentemente sucedeu, uma organização eGtrangeira, t,eve que re<;luzir . drasticamente o seu apoio financeiro ao sector de educação (porque o seu · apoio externo tinha a-ssumido, entretanto, encargos maiores na reconstrução do Afeganistão) e já não pôde dar corpo aos váriQs projectos de ·apoio institucional que teria assumido com os planos do . Governo moçambicàno? Quem assumiria a responsabilidade perante as crianças que porventilra deixarão de poder entrar na escola ou não terão uma educação de qualidade por encurtamento de meios ou por falta de apoio prometido durante as negociações de parceria? No actual panorama institucional as possibilidades são quase nulas, só restando ~pelar ao plano da · moral e prineípios · não · vinculativos na pratica da cooperação em forma de "parcerias inteligentes". Eu diria, intervir na soberania sem assumir . a responsabilidade dos actos que isso comporta, é batota que a · . comunidade in~emacional faz connosco: ·Em jeito de conclusão, o fio cond~tor que o leva a temas apresentados no capítulo II (o papel do Estado, a questão da legitimidade, a · democrac.ia ·representativa e a quest~o ·da •soberania) é? debate em tomo do papel da(s) ttadlção(õe.s) .no· contexto da Africa moderna e a questão dos constrangime11tos à justiça ·entendida como. · equidade, não · somente confinada à· 16 . r (" garantia das Liberdades (' político . mas sobr tud políticas no quadro do fb ("' recurso~ mate· . . e o n~ . sua vertente de di . 1 • e:_alismc (individua1ment!1eaips~r ~uoc1ai)s e culturais ~~1çbaum1çba.o do~(' . N- , b4 pos . - icani0 ao e por acaso . · Ngoenh · ' pois, que o títuJ d a se1a Aos vencidos não se ed ? ·- o capítulo IH de(' como eu. me enganei ao ler este títufo e i°Pm_iao. Pois engana-se C :nanuscnto me chegou às - . pe a pnmeira vez u ' 'vencido" , R . maos, o leitor que at .b . q ando o a enamo e a o tr n tur o estatuto d ''vencedor" à Frelimo. ~ os Partidos da oposi·ç- e ~ N · . que 1onna G ao e de . goenha o que acabou fi . . o ovemo sozinha p Transferiu-se a luta pelas o1 a guerra, mas não a viol ~ ~ra do d · :E . armas por llnl.a · 1 ~ . encia. r po er. v101ência não .é , v10 enc1a pelw contr 1 <..... de. violência que preocupa so ~ morte de Carlos Cardoso O t? e(' crianç d mais a Ngoenha , . ipo a e ter comida ou de ir à e o que priva uma r de Paz com Violência. M , escola. Estamos numa situ - .poder económico Po .. as e uma violência que é ditad açalo ( · r Isso, pergunta s a pe o 9uem? v~nceu e quem perdeu? Se a vi~l ~· ~e a guerra acabou C- caus~ . A prime~a pergunta a~resenta trêenc1a ~~ntinua, qual é ~ o pais perdeu, [u] o país ganhou e· [iü] h, s cenanos possíveis ([i] escolh~, naturalmente o últim. . a vencedores externos) qu d" 0 por que "nós · • e - ero izer, nós moçambicanos e , e quando digo nós, C- nao gculhou mas· també R P rdemos a guerra A F. 1 · fc · ' ffi a enamo não ganh ,, . Ie lffiO l . o1 '. o capitalismo internacional ou . Quem ganhou Instituições da comunidad . . . representado . "pelas . s e d" e mtemacwnal fc • . uas Áfri sua unensão económica (dm . &-. , o1 o liberalismo na (' ca d Sul . o 1acto de Ngo nl . o . entre os vencedores) A d e ia mcluir a r estavam nas mãos da R . . o epor-se as armas q ' . enamo e do Gov ue r gµerra, voltou a ressusc1'tar Ih. emo acabando com a ' d · ~ · ª ve a luta · · en~c1ados por Marx: o capital e o tra entre i:i1migos já r qu~ tem poder económico .. e os ue bailio, ou _seJa, entre os deixar-se explorar vendendo a .q para sobreviver precisam e Governo aderindo abertam t sua forç~ de trabalho. Com o r A • • en e ao neo-hberar em consequenc1a fragiliclid 1 ismo, mostrando (' . ' e em sa vaguardar a sobe . , . rama e em e 17 ~ r ( . r ( ; ç__ ~ !;(; T ;:;;; ·r-8; ( , ·-; ~:.; ::··:· -; ·;:_:;. ~. ( ( 1 ( r ( ( ( ( - r ~!L~~ '0: -\~u ·-- \~. -t~:~:: ~ ambicanos, unida à . vida -social cos moç . to oUtico neo- regulamentar a contrapor-se ao proJeC p ? N-o dificuldade da Renamo em à d'reita quem está à esqu1~da. a . rtanto com ambos 1 ' • O que há é. uma liberal, t.:º debate político em Moçamb1~ude.de da coniu.uidlade l ' por isso, d la capac1 a :ia, . 1 der entremea a pe - de governar violênc1~ pe o po or razões óbvias "n~o po d l rcrático intemac1onal, que p longar um proJecto o a mha d. ectamente"' em pro ualquer capitulo Ngoe n~ocoloniafü.ta. Ma~ ~~ ~u~:~i:iensões do .seu pensan:~:~!~~ . I:x ... ostra neste a sua a _esa i·o,,,ali'sta africamsta e soei ,, d' soes nac " , . ári ou seja às m1e~ ser fiel ao paradigxp.a libert o. s no capitulo procurando sem.pr . ua obra apresentando-:nº. ' . alidade N goenha tern:nna a s ,.. o da constltl\ClOT1 pologética para a renovaça b. ano é o titulo deste IV' ulmaP:r um Triplo Contrato Moçamesiscidade ~ de um triplo actua . dvoga a nec tr to ca ítulo onde o autor a contrato social e con a p tratualisrno: contrato cultural, ultural Ngoenl1a começa por co~'f co Em relação ao con~ato e orta duas pa1tes: uma ~~s~~lt~ que a dem~cr~c1a_ c~~~Ngoenha não negoda a . lol6rrica e outra mst1tuc1oln plano dos valores comporta ax10 o· , . Segundo e e, o . . humanos dimensão axiolog1ca. d respeito pelos drre1tos . . . . , ios de igualdade e o abstracta para comgtr _as ~e~1pvalores constituem urna form:ns para garantir o respeito d:sigualdades naturais ed~tr~t o: ~:ená~eis do homem. Portanto ela dignidade e pelos . lICl o . ca de Ngoenha, são de natur~ ~s valores da democracia, na ópti negociáveis. Em contra~artída, ·versal e por isso mesmo nao rtam as democracias, na um . · · que compo · · d em delos inst1tuc1ona1s ltu doe" ou seja, ' ev os ino er "acu ra "' ' . . ·-ao de Ngoenha, devem s 1 ·t;..,...;dade deve denyar opm1 f:'. que a sua egi .llJ....... • ,, d ser adaptadas de tal iorma "imaginários colecttvos os d .10 que 0 autor chama por fim do processo de aqui 0 ultado oµ o -povos e culturas. res objectivo a aculturaçao ou negociação que~ tenha . co~: ões chama ele ~e . con~ato moçambicanizaçao de msti ça:utor nue fiz referencia acuna, arf do mesmo -i. cultural. No igo ··; ... ··- . escrito em: 1998, ele · esboçava já os primeiros contonios deste contrato ·culturaL Ele escrevia naquele artigo5. que "o pacto cultural deveria reeonciliar. a polí~ica com as culturas nacionais ... [o) que permitiria libertar as instituições estatais da política cultural sobre a qual vegetam e mete-las numa dinânlica de cultura política mais produtiva'.6. Ó que no fundo quer dizer que para escrever este contrato seria necessário mobilizar u:ma capacidade integradora nacional que (i::e)ronciliem o projecto polític() coin as características étnico cultunüs das populações de Moçambiqµe . . Ele chama atenção para o facto ·de não se tratar de renovar ou reabilitar as inStituições tradicionais ancestrais, mas sim conferir à democracia uma dimensão · moçambica~~- Mas para isso temos que conhecer as . nossas tradi9ões e culturas para a partir deste conhecimento pensar o direito e a democracia moçambicanas, recuperando assim aquilo que Montesquieau chamava · por "espírito da lei", ou se · quisermos falar com Eboussi-Boulaga, por "espírito datradição". 'Para efectivar esta reflexão~ recuperar-a .tradição em função do futuro, Ngoenha vê a universidade como o local de reflexão e, consequentemente, ele vê as · elites intelectuais como sendo a: força social que deveria estar na vanguarda deste empreendimento. É em volta 1 deste pensamento que o aµtor desenvolve os s~btítQlos de "cultura . jurídica"'; ''pluralismo jurídico" •e "transferência jurídica'' a partir dos quais coQ.ceptualiza, no fü;1al do livro, o seú projecto ·político deinocratico · e m:ulticultur.tl. No projecto . . político de Ngoenha há um contrato entre ·. o Estado e os subgrupos em que cada UID3: das partes tem obrigações morais perante as suas acções. · Por meio . deste 'contrato é preciso assegurar que ·os indiVíduos admitam a existência dlima nação ·unificada e indepen~ente, que ·contenha regras e. princípios· a ser s . . Refiro-me ao texto: Ngoenha,S., Identidade Moçambicana; já e ainda não. ln: serra;c.; Identidade, Moçambicanidade, Moçambicanização. · Üvraria Universitáriil; UEM, Mapri.to, 1998 (pp.17-34)- . . . · 6 · Ngoenha;s., l4entidade Moçambicana ... (p.30) · 19 . · .. '. 1:.: ' ~ · '• ,;:_ ... . ;. .-... ····· ,· : . : .. ~-.. 1 ·I ·- --r.,fü . ·- -~ --:,~~:~ - -i=m ·- - ? respei~dos, pias.(lo mesmo tempo, em que a igUaldade de cada pessoa não seja minada . pelas desigualdaden dos domínios ·da vida social. Neste ponto emerge Rawls no contrato ngoerihiano. Ngoenha desellha, pois, · o seu contrato social inspirado de forma significativa pelo debate iniciado pela obra dt~ John Rawls Uma Teoria de Justiça. Nesta obra Rawls defende no .fimdo dois princípios de justiça como equidade. São princípios que defendem a distribuição dos. bens primários entre os membros de uma sociedade de forma equitativa; considera por "bens primários" os · bens pásicos que todas as. pessoas, independentemente dos seus projectôs pessoáis d·~ vida· ou das · suas concepções do . bem, . devem . usufruir. São ele-.s ô auto- respeito, a auto-estima, as liberdad~'políticas básicas, as rendas . assim como direitos a recursos sociais como a educacão e a saúde. A referência aos prlncipios de John Rawls 7 e a~ debate em tomo deles, servem d~ chamada de atenção para Ngoenha sobre dois aspectos: o primeiro alerta-nos para o facto de que a garantia das liberdades fundamentais (pela . con~tituição democrática liberal) não é suficiente ,para o fortalecimento da democracia moçainbicana, se não houver uma p:reocupaçâí.o em diminuir o fosso entre ricos e pobres; o segundo aspecto que Ngoenha pretende mostrar é o redimensionamento do paradigma libertárj,o: é qu~ uma filosofia qµe se pretende moçambicana, . não só deve buscar fundamentar a Liberdade; 1nas -também fundamentar a buscª' da justiça. Com isto Ngoenha redimensiona o que declarou ser um paradigma libertário da filosofia africana para integrar wn. ~utro patamar paradigmático; aà que podemo's chamar de <<Paradigma · da Justiça . Social». Considero que 7 Trata-se do princípio da equal liberty principie (igual liberdade) coi:;io o primeiro · e, ·como. seguiidó, o princípio ·das desigualdades sociais e económicas; · este segundo priIÍcípio , por sua vez, subdiVidido ·em dois: o primeiro o princípio da iguaidade equitativa das oportunida.de5 e· o segundo o polêmico principio da diferença (Cfr. John Rawls, V,,;.a Tecria da Justz:ça,' Editorial Presença, Lisboa, 1993 (p.67-107)·. · 20 ·.~ . ". ' . r . . (' fundamentar as ti .. . . . S.ocial é um . as onn~s de unplementar os . . , . r" para alnadure~;;to llllport3:11te que m~.rec;:.~nc1p1os de Ju.stj (' . moçambicanos. o sentido . democrático u~ debate ace M . a luta d ~s es-te novo pat r contrato pout· amar não pod e· . \ &'. u ico que te~i.- e füectivar .torças políticas . .uua como interl -se sem u e m que articulam ocutores as d . oçambicana. Para . . os seus ínteress i_vers, (" al~ga.r o espa o , ls~o sena necessário re. es na socreda( sociedad ç pubfzco onde as d:.r mventar, criar cC' e entrem · .u.erentes fo - . ar~e~tatjva (e não p:~ vi coA~ontação soment;as v:véls e (' moral). a ~ annas ou da . ·~ . pe a v1 Ngoenba - v10Jenc1a física o li · propoe-nos no (' po ti,cas moçambicanas ~eu contrato político que e essencial . d. ~evenam fazer um d' que as fo.rça e fundamento no~· tscutivel, não negociáv:tor o s~bre aquH nação estiver z~o d~ Estad9. E este ac , º,u seJa sobre ' zonas na- em pnmerro lugar"ª N nhordo e possível "se (" o negoc , · . · goe a · const·tu laVeIS: . "a nível d escreve sobre r I em o pa+.-;- , . e bens , a minas t •u.tuOn10 nacional (p rt economicos qu , erras etc ) d . . . o os caminh '(" . nacion<lis q~ Ilã~, s_e Junsdir~-política, 'es a os ~e ferro lugares de d ~ . ao acess1ve1s a estran :P_ ços estritarnent< \ e.tesa, de s gerros (min · t, . pre1Togativas ciuruen egur~ç~ de planjfi ·- IS ·enos e cooperações, doadores tainte~.te nacionais não cedívc~çao, etc},..... 0 . , e c. eis a ONG \ . engél.]amento intelectu ' . deste livro tem paralelis al. que Ngoe,nha nos tr~ . C' um dos mos com o en a· z por me1or t grandes pensadores da F'l g uamento intelectual d ' empos e a que ele faz . I osofia Politic d , . e [ .filósofo moçambic mUI_ta referência: John Ra ª os ult1mos actividade intelectuanio ,º leztmotiv do seu engaiamwls. Se para o (' fc a e a militãn · :i ento e da es orços intelectua. d . c1a a favor da L. sua(' is e Rawis foram para fund zberdade, os - • • • 1 amentar a Justiça r Parafraseo aqli. . . ·. . : . . ec · · 1, e citando 9e memó · · , · ·. · · · · ononusta Pi:akash Ra*11al rium co~ntáriº, ~tulo de um artigo do . · · ...... o analir · . . . . . . . . rco. a Agenda 2025. 21' . · ··~ .... .. :. . -·.· .. :· :-r -··· ··-.· .. ;-~· --:~ ~;·-~··i ·~ :<.~~~~.:.-:/!;~ .~.>:,J. ~ .. : ... ... ::~ ~-.. · .. : :! ·~-· .... :-::-. ;:·7·2-TS0~::-;:?'"7~=,:,.:::..,:._: .. ... .. · ·.· ... ~.:·.i:·.:_:_ s _ ... \ .; ... :~-.:. · .. .!· .. ·.· •• . ·.·. · ~ · · · • . - . -: ····~: ./;: :~ ·:!:~:~/-'.'.: t:\~_:·;_:~ :i~~ ·.:·?;:7"7~7-~·. '"";· ~~::.-:'~~,--,~~\ ... ' r .. ; •: :C .,,, . . •·,: C, r r \ ç_ ( , ( , ( · r (" · r . \ Í 1 ( í . í (, ( ( . í r ( é r r é ( ( é ( ( ·- ~~ ...... ~ ··-l:·~J · - <~~; ... ~'.3 7: - i::~~; '..: -~:·.; como Equidade · a partir do senso de j,ustiça e a faculdad~ de concepção do bem que, segundo o próprio Rawls~ são 'inerentes às pessoas morais, livres e iguais e que vivem· numa sociedade democrática9• Na sua obra Justice as Fairness: A Restatem~mt Ralws afinna que o facto . de a sociedade . democrática ser frequentemente vista como um sistema. de cooperação social "( ... ) é sugerido pelo facto de que, de um ponto de vista político ' e i.10 contexto da discussão pública de questões fundamentais de direito polítiço, seus cidadãos não consider~w. a sua ordem social como uma ordem natural fürn ou como uma estnitura institucional justificada por doutrinas religiosas ou princípios . , • . . • ... , , . . . .. .. .. . ,,10 . ·. luerarqmcos expnnundo valores anstocráttcos · . Lendo esta citação conclui-se que há concordãnéia tácita ma.s ao mesmo · tempo um afastamento entre Ngoenha e Rawls. A concordã.ncia nota-se em relação ao facto de considerarem que a caractetistica de uma democracia moderna é - emprestando o tenno a Beck, Giddens e outros - a reflexividade; . ou seja, por um lado a . . interconexão entre a racionalidade científica e a racionalidade . . social no debate público sobre a(s) política(s) e, por outro, o debate sobre os próprios fundamentos da democracia liberal. Entre os fundamentos da democracia liberal que ambos propõem colocar ao debate é o que Rawls no trecho acima chama de "estrutura institucional" e Ngoenha denomina por necessidade de "aculturar as instituições". Mas o ponto em que discordam é nas implicações dos seus discursos. Rawls escreve tendlo em vista formular uma teoria universalda justiça e N goenba nos chama atenção para a necessidade da sua particularlZação. O filósofo queniano Odera Oruka escreve, a propósito .das ideias de John Rawls, que seria dificil ima~ar alguém que formule uma teoria universal de justiça social que não tome em conta os factores de ordem económica; tradicional ou ideológica Rawls,J., Uma Teoria da Justiça. Editorial Presença, Lisboa.. 1993, p.68. 1° Cfi. Oliveira,N., Rawls. Jorge Zahr Editor, Rio d.e Janeiro; 2003, p.49. 22 . . ~ .. na8 diferentes . ·sociedades11 Po.t. . . - . . '. : . . . . ! . ·. . ~aractelisticas que poderiam.' . ~e . sao . ~acta:mente estas ~e·deveria· fazei- parte do cabno . . ~~~e O~a, d~~nar o fun amda o. que poderia ser consi:r~~~ ne~ess1f1ades báSicas';· ou . damentais" de uma detenru· . d como. 'sendo os "direitos que ·b · na a sociedade Ra · I · · 0 em-estar ( wealth) e 0 1;endim .. . · w s imagina necessidades .básicas. Mas, se. undo ento (zncome) c?nstituem as estar e das liberdades ~-~ ~· ~a, o conteudo do bem- . · . · .1.uuuamentais d contingências locais é. difere · ' por epender das' . ?hde 'os ºPricIJ;iôs d~ ~xÍstê n~e . . Elle . d~ exemplo de sociedades ldeo1 · ncia co ectiva ou ·sã d · · . . ogias ID~istas OJ;ld~ 0 incfiv·d • . 0 envado.s de . mteresses ·para""· ... ' 'ltim. · ·" . 1 uo tende a relegar · , . a u a mstân · ( . . . os»seus derivadas. d~ relação religiosa ~:ms~~~e:a:es s?cia~) ou são . coerção social põe a autonorn; l a es· metafisicas onde a ,:a · ... .ua e va ores d · di se~,..o lugar .(spciedades tradicional-e os ?1 . víduos .em. . sociedades, prossegue Oruka as ess omunalistas). Nessas algum bem-estar ou · ' · p oas que .tenham acumulado · di · . · . . com grandes rendim - In VldUalniente· O poder de usar . · . . ~ntos, nao têm prazer e de foi:ma .. legal. os seus rendimentos a seu belo . O Estado, nas condições d · d · Oruka,. deveria sei coercivo p:. .. aet _soc1e ª?es exemplificadas por · - d .... . zrar as nqu · di . . . maos . as pessoas . e , iegitinlar' . ez~ m Vtduais das necessidade de iedistrib . . . . esta coerçao a Partir da entã~ · historicamente ·de:.:O:~~;za f~vorecendo aos grupos até . depois . da Indepe~dên . d os . . E o. que ~o, fundo foi feito . nacionalizações· cuja justific1a - . e Moçambique . com . as que lhe pertencia e acabar c:~ao era a de 'devolver ao povo o . homem' e~ de certo modo, a m:n: ~:~a;:ç~ do h?mem pelo . ·pelo . Governo do Zimbabw ·. J . h aç~ que e dada hoje d . . u1 e para . arre atar as te d . os agn<:; . tores brancos em noine d . . . • nas as mãos . . . . . . . . º .povo (negi'.o) daquele país. li . Oruka, H.O., John R~ls' ldeoÚgy .li /, • · · . · .Oruka, H.O., Practic.tl Philoso h . . usice, as Ega/itanan Fainzess. Itr East African Educational Publis~ y. ~· ~e~ch of an EtbicaI Minimum. . . . . . . . . ers. arrobr-Karnpala, 1997 (115-125) .. 23 ., ~ ·--t~ '""\. ~ -f ;~i ·-t{l ,_~§f : .. :·· •O que quero (de )monstrar aqui é que há nos Estados afiicanos de hoje uma aporia política cuja origem é a existência do Estado ne~o-liberal . inspirado e edificado . na base do contratualismo clássico no qual os indivíduos têm direitos a ser defendidos pelo Estado, mas simultaneamente notamos que l)á uma grande injustiça social no que diz respeito à distribuição do bem-estar e da renda. Assim, para uma melhor distribuiçãb~ ·.o Estado não pode 'forçar' os poucos ricos a darem mais que os outros sem correr o risco de invadir a esfera dos direitos individuais, particularmente sem ·correr o risco de passar poi· cim:i do direito à. propriedade. Este é o dilema da Africa do Sul boje: como 'obrigar' a minoria branca que acumuloü- riquezas por meio de vantagens . históricas do apartheid a darem umà parte da sua riqueza evitando violar os direitQs indiViduais, sobretudo os de propriedade e mantendo o Estado do Dír:eito intacto? Aquí parece ser necessário haver uma espécie .de contratualismo q~e se baseie não s6 na defesa e garantia dos direitos dos indivíduos mas também que consiga submeter os interesses económicos de grupos aos i.Ilteresses . políticos . e a defesa de idiossincrasias particulares de grupos culturais. Encaixa assiln o facto de Ngoenha ter introduzídQ a ideia dos contratos sociais e culturais junto ao contrato político. Se é que o contrato político, baseado na Çonstituição, garante a observação em primeira linha d.os direitos dos moçambicanos como individuais, · os · dois contratos adicionais· que Ngoenha propõe (o social e o cultural) terão que ter . como assinantes grupos de moçambicanos. Desta feita, o corr!rato social deverâ comprometer os grupos com interesses ·económicos, ou mais precisamente, grupos com. maior reJ;Idimento, ·com os . desafios políticos do desenvolvimento~ e com redistribuição equitativa do . rendimento nacional; e o contrato. cultural deverá criar espaços · abertos para a .articu.tação de diversos valores e práticas .culturais· no contexto da · política nacional. Estes dois contratos . só ·serão . . possíveis alargando a teoria contratual da esfera iildivi4ual para 24 · .. r a colectiva de aiticulação d . t . . (" ~ · e m eresses e , · · · promoçao de valores culturais A . conomicos e de defesa e <' . y roblema axiológico ou da falta d~ ur:s1!;1 resolve Ngoenha o Cada geração ou · · . ª suitura política" . . t 1 . - . . acusa ou a . r-. . lD e ectual e fis iCo da ant . . prec1a o engaiame t. l , d · enor A oeraç- :.i n o .so po e agradecer à geraç~ ~ue d .d~o moçambicana de hoje \ encetar uma Iutajusta e dura cu. ec1 rn pegar em anrias para (" colonia~ Aquela luta foi uma hi~i~I:: eird a eliminar a dominação r a geraçao que m,.v; ..... lZO· . a e de toda a geraça-o F . 1.. --.u.u u o gozo d I"b . . 0 1 pr~)~émla! .. a _pict~ped~ncia Naciona7 . ~ erdades naCionais ao pu ICando ultimamente sobre a hist;. ' pelo que .. se vem ~ode . n9.~-:se QUe foi. um . roe ona ~~ Juta de libertação, mdec1sões, determinações,. cisXes esso che10 de con_tradições, e tomo do objectivó comum. o , mas sopretudo de unidade em r papel. da nossa geração agora? i::: quero perguntar é: qual é o de deixar um Moçambique com as~ .~eremos a responsabilidade que as que gozamos? Pode da erdades mais alargadas do (' explorar todas as riquezas .do mal s . r-nos ao ·.luxo de deixar de · · t · · so o e .!!Ubsolo sus entab1hdade das · ·d sem a preocupação res bT VI as futuras? N- é da pedonsa I idade de não só preparar as ge . - fuao temos a · ucação; mas também · raçoes turas através tenham cnar todas as co d. - . emprego e.seguiança? Que v 1 , . n içoes para que \ ~ossos filhos e netos se orgulheni d a ores deucamos para que os ~ Mo b" · os anos 80 e 90? 1.. , ram ique pertence tanto aos m . . . , aos espmtos dos dos .nossos ant . oçfllllb1canos presentes r heróis ou não, assun como aos .fuetpassados proclamados com~ r · - uros m · b · · · \ rrao n~cer, crescer, . viver . amar . . oçam icanos que aqui Moçambicanos. são tamb , ' . e morrer nesta pátria (' em os nossos h , · · somos nós hoje mas tamb ' . . ero1s que morreram r v· h · · ' em o futuro. D ' , ·. . ' ivemios OJe com a responsabilidade do a1 ~uç e pre:c1so \ na sua obra . O Prind · io· da am~~· H ans Jonas, refonnulando o prinCípio : ética k ~esponsa.bzlzdade . (1 979), r r~sponsabilidade polarizada n ~?a_na, PTOJ~cta uma ética de r . Vmdouras. Segimdo esta éticaas cohn lÇOes ~e Vlda das· gerações r . . . , o ornem nao d \ . .· . . eve esperar que . (' . 25 . -: .. -: . . · ;-·· ·~ · .... --;--":'~~ .. --. -. . .. . . .. . ,:" :' .~: ~- . : \ . ( ... , ·; .. '· .. .. ·· .. · ... e e r \ ( ~ ( , ( ; r ( \ ( . ( , ( , í ( ( ( · \ ( ( ( r ( ( ( ( -~~ ~:: t; ~Si · --1cc:;· - ·r '. ·· .. : ; · -·_:..; :~: __ ,:;) 1 •• ' ':, ,; :. -f:ffi ~ ,. e ·-:;'} . isa ém troca da sua acção responsáv~l. venha a receber algun:a co eria urna ética que: visa cnar Aplicada a Moçambique,es_ta ~icanos do amanhã tenham a condições para que os moç~ 't s-agentes mais livres e Possibilidade de serem sujei o deveu· a haver também um ' • m . 50 penso que "' . responsavern. r or is • , d ""es Neste que uao tena t to e geraço . / • quarto contrato - o con ra t"tu i'onal caberiam todos os . t a forca cons i e • · necessanamen e um . / tecnologia e inovação, meto temas "futuristas"' tais como, . como compromissos - · d mpregos asslID J ambiente, geraçao e e u'hl1"cas Portanto, o contrato ·i· - das poupanças .p · . - · sociais na utl iz~çao . · d lanificação estratégica para de gerações ~ana parte mte~::e de~t~ ~ontrato, as crian9~s : ~ a 0 desenvolvrmento. -Em n . ·' .. am· da não tem 1dire1tos d. oçamb1cana '-que juventude ho 1e:na m di ões de exigir aos adlul~os o políticos) devena estar em c:- çe de serem uma espécie de direito de vi verem bem ama a . superviso~es da acção daque~es~ ao contratUalismo há ainda um Derivado deste acrésc1m 1. introduz nc> . debate N enha com este. ivi:o, . .d. d outr~ ponto que g? e. ~ o onto da cultura. ou da divers1 ~ e . político em Moça!11biqu . div~rsidade cultural pode .se:r genda cultural. Como e que. a . . rum Estado multicultural? politicamente? ? que sigriifica :.~:e que, na impossibilidade de Já Fredenc J ~eson no . . . a condição pós-moderna, o haver qualquer pro) ecto colectivo n . da heterogeneidade · · l labora o Jogo ' ' · . capital multu~ac1ona e. . do que nas é:pocas antenore.s a permitindo assim que mu;,io mais. problema político. Segundo questão cultural s_e trans onne ~um dado o seu conteud~ de J ameson, o ambiente pós-mo e~o, encerra rK>ssibilidades . de expansão multinaci2onal do cap1t~bl?11· d.., ·d· e d~ ser "outro" nos é . ;.. . ltur 11 Pois a poss1 l .. res1stencia cu a . ' . a culturalidade se toma o dada pela cultura e e por isso que centro da política. · . M G . A Condição Política na Pós-Modernidade. A Questão i2 Cfr. Peixoto, . . E .. DUC São Paulo, 1998, pp.56-58. . . da Democracia.. • 26 .· :· · . É isso que Ngoenha faz nesta ob~a: ·te.matiza a divmidade cultural sob o " prisma da sua gestão política pois, constata ele, não ·há · ainda o. diálogo . necessário en~e as cul~ · e. as instituições políti~as. A constituição política deve· re.flectir . . i . . . ·' respeitar mas sobretudo ter os seus furidamentos na diver5ldade cultural do nosso país. E esta diversidade ºcultural· é. iilC9rp9ra9~ não no.abstracto mas.em gnipos. etno:-cult~~ especff1cos. ·N~te aspecto é .uma grande cor;igem de Ngoe~a ~er: ~e ~pecto .à. !Um.e do debate, . embora não seja a p,.-imeµ-a vez.' iâ na obra 'por uma . .J?.i.rr~~~ã(> .Ngoenha . termina iaieµdo uma· ap~logià a urria constitucíonalização da ge$tão das cul~ particulares. . .~$,O_epha _ ~ança coni este livro . um .o~tro· c"desa.fio · a~s polític9s .que querem ou quere~o governar o nosso país. ~st~s não se devem limitar a dizer.:.nos qual será a sua.política c1lltural mas, sobretudo·,. d~verão equacionar que tipq . de eulturq po~i#ca frão desenvolver. Com esta ideia lança-se uµi de~afio ~ eticidade. A etici~de é tomada pQr mim como màni.festaÇões :nà "luta pelo reconhecimento" no sentido que O filósofo alemão e SUCC$SÇ)r de Habermas na dir.ecção do Instituto · de ·Pe8quisa . Social · em Frarud\J,rt, Axel Honnet13, usa. Portanto, a eticid~de ~ãQ é, aqui entendida nó seu . sentido . da morii.lidad~ kantiana, o~ . seja,, de uma .atitude uDiversalista em. que o respei~o. pelo ou1*o ~e torna um fim em si niesmo na acção de irtdivíduos autô.nomos; este 13 Axel Honnet foi assiStente de Jürgen Hab.cri:mas e segue 11 tradição· 'da. Teoria Crítica apresentado a s'ua teoria.que se Qasea na ideia daºluta pelo reconheci.mento" .. Honnet parte da·doutrina de reconhecime$ ~m H~g~l e recorre a G.H.· Mead para estabelecer a ideia de uma critica sociai na qual os processos de mudança social devem ser explicados a pactir de acções que têm como· objectivo restabelecer o reconh~imento mútuo ou desenvolvê-lo para um nível superior. As lutas-pelo reconhecimento são, nesta perspeetiya, uma força moral .que impulsiona o desenvolvimento. · Aproveitando esta ideia, podei;nos inferir que os diferentes grupos · culturais lutam pelo seu reçonhecímento num ambiente ·democrático. · (Honnet, .A,., I,uta pelo Reconhecfmento . . A Gramática Moral dos Conflitos Sociai., Editora 34, São Paulo, 2003,269pp;): · · 27. ? ---;~;f:; ·-r] 1.':::: •- ..:- \I rq: · -- ~~if <.: <· . - . . . . . . em troca da sua acção re5ponsáv~l. venha a :r.ec1;:ber algun:a c01sa . a uma ética que: vfaa cnar Aplicada a Mo9amb1que, ·esta sb~n anos do amanhã tenham a · - a que os moçam ic · 1· e cond1çoes par . . "t s-agentes mais ivres possibilidade de : serem SUJel o deveria haver também um , · Por isso · penso que ~ t · responsave1s. . ' d era ões. Neste, que nao ena quarto contrato - o contrato e gti·tu· cç1·onal caberiam todos os . t ma forca cons -' . · neces~anamen e u . " . tecnoloa;a e inovação, me10 ·•rutu . tas" tais como, I!>' • ~ os temas ns • · como· comproIDI:s1$ · . ~ d empregos assim · ambiente, ge~açao e . . . 'blicas. Portanto, o c_~ntrato sociais na utilu:ação d~·poupanç~ pulanificação estratégica para de gerações ~ana parte mte1::tede~~ . contratf>., as criahy~ ~ a . o desenvolvnnento. Em n . . ( ai'nda não tem drre1tos . moçambicana que . . J. uventude. hodierna d"çõ de exigir aos adultos o . tar em con I es . . . d políticos) de:rena es anbã e de serem uma espécie e direito de viverem bem am . supervisores dc:i. acção. da~ue~es. ao contratualismo há ainda um Derivado deste acrescimo 1 . 0 introduz no debate N nha com este ivr ' · . "dad outro ponto que g?e ~ onto da cultura.ou da divers1 e político em Moç~btque. ~ .º p . d.ade cultural pode ser gerida cultural. Como e que. a. tvers1 uer um Estado multicultural? politicamente? O que sigrufica :g que na impossibilidade de Já Frederic J~eson no. :va c~ndição pós-moderna, o haver qualquer proJecto colectivo ~ go da heterogeneidade capital multinacional e~abora. ~o J:e nas é:poca5 anterioresª. permitindo assim que m~to mai~ p~oblema político. Segundo questão cultural se trans orme :C dado 0 seu conteúdo de Jameson, o. ambiei:ite pós.-mo ~talo, encerra possibilidad.es de ui · onal do cap1 • ,, · expansão m tmac1 "b'lidade de ser "outro nos e . 112 · p ·s a posSI 1 resistência cultura · . 01 . culturalidade s.e to~a o dada pela cultura e e por isso que a centro da política. --------.,..... '--· --. -:-_o P~lítica na Pós-Modernidade. A . Questão . 12 Cfr. Peixoto,!'.'.1.G.: AUCCo~~cç~aulo 1998, pp.56-58. . .. da Demo;;racza. ED ' ao ' . . 26 ·. É isso que Ngoenha fai nesta obra: tematiza a diversidade c~ituraJ sob ó prisma da sua' gestão política pois, conitata ele, não há ainda o diálogo necessário entre as culturas e. as instituições políticas. ·A constituição política dev~ - reflectir . . . . . . . ' respeitar mas sobretudo ter os seus .fundamentos na diversidade cultural do nosso país. E esta diversidade cultural é incorp9rada não no_ abstracto mas em grupos etno-culturais especí.&cos. Neste aspecto é uma grande coragem de N~oertlia · tr'!Jier este à.spectó .à lume do debate," embora não seja a _primeira vez.· Já na obra Por u"fq _Di1r1~4'R,Ng9enba :tennina faie11do uma apologia a un~a constitucíonalização da gestão <4s c~ltur~ particu1li!es. . . Ng'?enh~.)~ça co11l este livro• . um outro desa.tio :ifos . políticos que querem ou quererão governar o nosso país. ~st~s · não se devem limitar a dizer-nos qual será a sua.política cultural mas,. sobretudo, deverão equacionar que tip<? de· àJlturq pol.í~ica irão desenvolver. Com esta idci~ lança-se um desafio à eticidade. Aeticidade é fornada por mim como mani.festaÇÕes n~ !'Juta pelo reconhecimento" ~o sentido que o filósofo alemão é sucessor de Habermas na . cfuecção do . fustituto -. de ·Pesquisa . Soda}· em · Frankfurt, Axel Honnet 13 , usa. Portanto,a etfoichi.cie ~ã<? ~ aqui entendi~ no seu sentido da monilidad~ kantiana, ou seja, d~ uma atitude univ~rsalista em. que o respei_to pelo outro se teima um fim em si mesmo· na ac.ção de indivíduos autônomos; este . . . 13 · Axel Honnet foi assistente de Jiirgen Habçnnas e segue ii · tradição· ·da Teoria Crítica apresentado a sua teoria que se basea na ideia da "luta pelo r~conhecimento". Honnet parte da doutrina de reconhecimento em Hegel e recorre a G.H. · Mead Para estabelecer:: a ideia de uma crítica sociai na qual os processos de mudan~ sôcial devem . ser. explicados a partir de . acções que têm como objectivo restabelecer o reconhecimento mútuo ou desenvol:vê-lo para um nível superior. As lutas. pelo reconhecimento são, nesta perspectiva, llD1a força moral que impulsiona o desenvolvimento. Aproveitando. esta ideia, podemos inferir que os diferentes grupos culturais lutam pelo seu reconhecini.ento num ambiente ·democrático. · (Honnet, A., Luta pelo Reconhecfmento .. A · Gri;zmtÍ.tica Moral dos Conflitos Sociai., Editora 34, São Paulo, 20~3,269pp.). 27 r r (" [ 1\ (' e r . (' r r e ( ( e C' l r e (' { . \ : í · <: í r: t • ( ( Í ' ( < ( í é . í í ,.. __ ,., --i·L ~ - ;~ E~:: :-:::! . · J;\~ -v:' ~Jill !; :~ entendimento · de eticidade seria incapaz, segundo Honnet, "de identificar o fim da moral em seu todo nos objectivori .concretos dos sujeitos humanos". A Eticidade é sim entendida aqui por mim como o ethos ''de um mundo de vida particular que se tornou hábito, do qual só se .podem fazer juízos normativos na medida em que ele é capaz de se aproximar das exigências" dos princípios universais14. Desta forma, as etícidades particulares (culturais) são vistas não só do ponto de vista do seu espírito (da tradição), mas também encerram elementos norrnativos e padrões de comportamentos concretos que devem se ajustar a um certo número · de pnncípios normativos nacionais. A nossa cultura política: moçambicana seria orientada pela necessidade de estabelecer um patamar de diálogo entre os diferentes grupos cultura.is que lutam pelo . seu i:econhecimento. A Unidade por exemplo, é uin princípio de · ordem nacional do qual se podem fazer juízos ·normativos sobre a . eticidade dos grupos particulares. Aos grupos que, na luta pelo seu reconhecimento, . procurem ferir a constituciortiilidade unida de Moçambique, serão sancionados. ·' Penso que Ngoenha, com este livro, abre e oferece horizontes filosóficos para o· debate de duas questões básicas do futurc da política eni Moçambique: a da Justiça social redistributiva (questão económica) e a da Unidade Nacional na .t · Diversidade Cultural (questão da cultura política). São. estas ; questões que, a meu ver, irão constituir os eixos do debate para a . . . afirmação da rnoçambicanidade na busca pela Liberdade. . i. No fim . da . sua leitura o leitor dirá se esta cornja da Minerva (Ngoenha) chegou '.'tarde" demais ou se o velho Hegel , se terá esquecido de completar o seu aforismo: Que a coruja da Minerva levanta o seu voo a~ crepúsculo sim, mas se vai deitar ; cêdo para o amanhecer, quer dizer, só se vai deitar no início de ·. !,, · · uma outra jornada, depois de ter espalhado a sua boa ·nova que 14 Hoimet, Idem, 270. ' 28 serão os :eixos da . . . :· . . . inteiro . Est · · , C<mJínhada Para a · L 'b · oferec~ . . =o~vro e uma referência obrig~ó::ade de um po fi1 . . . . moçambicanos ·. . no qt1al. Ngoen I osoficamente e de . . alternativas d agrr racionalmente nesta . e pen.s . '. .. carnÍllhada. · Maputo, Julho de 2904. .. .· i " 2.9 . \?;;\ ·~~ .l:·u ·· ... ~ ·-p: --(~;~ -~ t: •.:- : . • ...... u. li! orarinbique f. j cracta eu .. !VlL ~ Filoso ia e a.em.o ,... que . a. Acad.en:iia d uestoe!l · ,. Este trabalho nasceu as q ª mim e ª outros tres .. -. (ACAFIL) nos submeteu, ; .. l ISPU . Cat"los Filosóhca R , ·0 Reitor uo . ' . d. . oradores (Loux:_enç~ ·t_ t ~ar~ Patrlc~o.José, Vice:.Re:1~~r· ,...: 1'embe, Munk1pe a . ª.o 'bsio ~onsagtado às .e eiçoe ISRI) aquando do ~:itro de 1999 subordinado ao tema · dendais em 9 de · prest . Eleicão? ». "tn e aos « Moçan1b1que, que d ACAF-IL puseram-nos, a.nu. de Os coor<lenadoes a ,... s : t. (hlal é P upo 1 quatro questoe · · . · 0 seu bom. outros orauot'es, b. ue recisa . hoJe l?ara . , l . - de que M.oçatn 1q P ,.. ? 3· '"'°ual e o p.ape ve'i:nacao l para que • · "oU go ' . to ? 2; O que e eger e ("\,. leitura pode·mos funcionam~n · · , ocrático ? 4·· '-l.Ye . • • e da filosofia num· pais de~ Eleições Geuis, lJegislat1vu . com vl.sta às segun as . fazer . . . . ? • te denso e Presidenc1a1s. e pareceu e:iccess1yamen E . . d Já então, o programa tn mamente complexos. 'atn a os roblemas que invocava _ex~:inuo a pensar que mais do que. . h ? volvidos quatro anos, COI • 0' SÍO como era O ca!lO c\e o)e, . d' d num sunp ' . d rograma a ser respon. 1 o omo é hoje o caso, trata-se . e u~a . ~9991 ou mesmo ~um ~:TOÍn~ole filosófico-políticot. ;~~ct~;i: série ele . questoes anbar continuan'len e ;• . ssadamente .ter que acompC efeito em .toaas as e~pocas nece , . mbicana. oin ' ·, os estar ela vida pohuca moça \· as culturais, nos vaxn - .. d. históricas e em todos os c 1~ eita - e pe·rpét-ua - questao a ..np<ce confrontados com a prtmha. ou a questão do « rnel\lor se... . Platão e tn . . filosofia política a que . ·3Q. · ' '. 1 . regime», ou seja, o r~gi~e que melhor pode garantir a justiça na cidade. . . O.ra, ·ª avaliação axiológica d9 «melhor regime» não . teni nada de :rµetafísico .. Não se trata de um governo, ou um grupo de . homens . ou · de normas que emanam da sua governação que têm, intrinsecamente e por essência, o ID:elhor . gene d.e _poder. Trata-se, de um lado, de avaliar os ideais, a moral-política e a competência dos homens j e, do outro, a · capacidade das instítuiçõe~ sócio-política~ em serem . uma · . plataf()rm~ .~dêquada na bti,sca de respostas aos p.roblem'ifs com os quais somos co~ontados.. · Eis p;qrque n.ão. pude ontem e nem po$so hoje reJionder '. à,°::; quatro questões. ~or uma questão de afinid.ade disciplinar - · que afinal de contas constitui um esforço de :maior penetração, mas ao mesmo . tempo. Úm limite - decidi concentrar a minha .atenção sobre a questão numero três: é a ·unic;a em que se apela ·· directam~rite l filosofia . e, também talvez · por defeit.o profissional, me. parece ser a questãío mais ., abrangiente e, ao mesmo tempo; a mais urgente. · , Tomei, por conseguinte, a liberdade , de me debrµçar . sobre a terceira questão que é relativa « ao. papel da filosofia num país democrático ». E mesmo, aqui, p~rmiti·me alterar . ligeíramente a ·sua formdaçii\o a fl.m de libertá-la da sua grande .. generalização e dar-lhe um cunho . teórico mais aculturado a Moçambique. Com efeito, é inegável que a filosofia esteve sempre presente nos - d~bates políticos. · Aliãs, em parte está na sua origem. São exemplo . disso os Tratli.dos de Platão ··• (Republica) e de Aristóteles (Politeia) sobre a política, assim como o conceito de. cid;i.da~ia desenvolvido pelos. sofisttas · (G6ruias, . Protágoras, Hippia:s). A filosofia não é só pioneira o . . no domínio da política, mas é um ponto de passagem . obrigatório p,ara o i:onjunto d.as .. disciplinas que se interessam . por que,stões' afins: a. Ciência política,· a sociologia política, o dizeito, a antropologia políti~a, etc. 31 l r \ (' e C · e r ( 1t r r e . (' l r ( '- ( C' r r (' e- e ( ( ( ( , ( { ( ( ( ( r: ( , ( ( ( ~ r ( ( -·p: -. v::: 01 -- \:!;\ rn - lifü · desempenhou '.um ?~pel lVI.as se . a filosofia sempre ilemo.craucos instauração dos regime!> - ímportante na oslçao c.le instituiçoes (Rousseau, Loclce, Kant), na 'proJemocracia (J. Locke, , . d dar corpo a . s susceptiveis e ). luta contra regline. J -J Rousseau , na 1 , • d.o Montesquieu, · '. . ·J s·) na cienunc1a (V l . Hans ona ' totalitários o ta1-re, M Hannah A~endt), ela nunca · (Ad arcuse, · b . totalitarismo orno, d . . - o Ela foi setn,pre o ra . . t madas e posiça . foi unívoca nas suas o . . e no tcn1Lpo e, por d . dos no espaço . f' -de indiví uos situa . . am.. a filosofia! em :unçao . d s que· enga1ar . d: conseguinte, pensa ore . ' . das suas percepções ·o das suas sensibilidades . propnas, . . d bl mas circunstantes. . d r mundo e os pro e . se ocle dizer qt:~e o d,enotntnª. o P.or isso, nem sequer P l d mocrada ·porque muitos f t · f" 1· a a luta pe a e · ) cornurn da i oso ia se - '(d f nsor ela. :i.dstocrac1a ' or Platao e e ) - · filósofos, a começar p . do. Estado moderno nao " .. l H bb (entre os pais - -Maqu_iave' ~ 'es . . Eis orque a -nossaL ques~a~ nao eram favoráveis a demodcraf:l1a. f" ~um· estado detnocrat1co: a l ' pel a t oso ta . l b s Pode ser qua e o pa . " . . d fl6sofos que. e a oratn . o . d d d e:ic.1stenc1a e 1 - espaço, e tomou posição. (o que constip1i o seu pensamento filos6fico) em função dos seus valores. Em resumo, cada fil6sofo foi sempre militante de uma causa - e muitas ~ezes não como resultante de uma .análise crít~ca imparcial que deveria caractedz~r todo o juízo filosófico, más por razões que Francis Bacon não ·teria hesitado em chamar de iclolas e a hermenêutica moderna ·de .pré-compreens·ões. Por conseguinte, toda e qualquer aplicação de uma filosofiil política ao objecto Moçambique deveria set precedida da dar~ficação .da causa que se ·pretende deforider;. da raz~o que ju;tifü:a . o engajamento intelectual daquele que apela ao método filosófico~ ,;"' ~ . . T~lvez seja útil re·cordar que, ap~ar da sua longa história destituída de uniformidades, a filosofia, no seu procedimento metodolÓgico, coittinua a fa:zer apelo àquilo a que o velho , Arist6telês chamou de « causas. últimas >>, _. Por isso, quando digo que quem faz apelo'. à filosofia deveria, de modo prévio, clarificar a c'ausa óu as causas que quer defender,. trata-se de .saher quais são as razões últimas do . seu engajamento · intelectual :. ambições individuais' c:;>u sociais ? servir ou servir- se da comunidade ? · filosofia epen e a . . . . pensam1entos estao ' . tos e estes ,. . próprios pensa1:°en . . ' _ alimentados pelas circunstancias : .. : · Para ser coerente, devo começar por clarificar a minha inelutaveh:nente hgados e sao G t) mas também pela .. ··· ·posição, os valores.que 'são os rneus. ·Como direi mais tarde ·e . l . (Ortega e asse ' , . - . fi histórico-cu turais · P eguinte é ·necessarto : com mais detalhes, a história do espaço geogr~ · co chamado . sensibilidade dos filósofos .. · or cons a filosofia como ::-- Moçamb_ ique e do conJ·unto dos homens ~ue se d~nom_ ina~ . l . circunscrever • d .. -,. aculturar,_ part1cu anzar,. ,· 'to (cdtic<'J1) " e atttu e.' moçambicanos encontra a sua homogeneízàção naquilo que de . b d como esp1n . d. . . . método so retu o • . I • de qualquer tipo ' e .. : mais negativo pode existir. na _história de um homem' :ou de, . . e s1stematico d · j · ( dbtari.ciamento rlgorqso d" . a nossa liberd.a e ue '.: uma com:unidade .: foi uma hist6ria comum de sofrimento, e ele . possa con ic1onar , . d - : . . . . comprormsso que . histórico-poht1co a . naçao -, um sofri~en:to muito partkular (já tinham essas mesmas . . , ) ao processo · . l cl .: · · · · · · anáhse e )uizo _ ,. transforma-se em« qua Pº e! : · populações · conhecido a escravatura). F~i o colonialismo moçambicana. Entao. ª qu;.stao ~ rocesso democrático de ;. europeu do fim do século . XIX .que . determinou, com a · .sua ser o papel da filoso_ 1ª P:m pposta sugere imediatamente;. divisã~ arbitrária: dos.· espaços geogJ,"áficos (e culturais) b . -;i A questao ass1 . • "' . . - d h h b" . . Moçam 1que · »· · •· . . .:.._ . . africanos e a opressao coi;i:um os omens que· a 1tavam esse · ·três reflexões : . . h . s suas preocupações e os se).is ~ . · ·: esp~ço, a .~riação de ·MoÇambique. A hist6ri~ da união dos três I O filósofo .s~mrrej au~~ut~dcas do' seu tempo, . do seu'.: ·grupos que deram ·origem à Frelimo (Udenamo, Unamo e problemas nas v1c1ss1tuues is . . . 33 32 · ... ' ... :: . ' ·-:~ ~-t!~· .·:;;:~ ·,.~~j ·-n _.,(Jf. . ·~ ·~ 1j]i ~ ~- f;fh .. ;;', .._ . .. ·-gm ... ... :~ ·!~ ! Manu) é exem.piar de como os homens de5sas terras e culturas diferentes a certa altura criarão Moçambique,_ unindo·-se numa luta comum em prol da liberdade. . Se existe um substra_cto . filos6fico que está na orígem aJCiológica. de Moçambique é, sem clúvida, a busca da l!berdade. Aliás, a busca da liberdade cara~teriza a história de Afrdca no último século. Se quisermos ser. mais eJcaustivos, diremc>s ·que desde a sua criação-invenção (para parafrasear Ivludimbé), através de um processo de apropriação identi1tária geneticamente. exógena, · .a África, . ,µasdda nas . diásppras, caracteriza a sua existência como busca da liberdade. Assim, para mim, o valor de fo.ndo do meu engajamento intelectual é ·a militância a favor deste ~'alor humano supremo, para os moçambicanos e para os africanos. Liberdade - para utilizar a linguagem de I. Berlin - positiva, cjuer <fizer liberdade de sermos nós ·mesmos, e negativa, de viver sem contrição nem de carácter político, nem de carácter económico. A história da luta pela liberdade negro-africana conheceu muitas etapas. A primeira foi no cham~do novo mundo onde a escravatura concentrou muitos homens e mulhe1·es de origem africana privados da sua liberdade. A primeira luta com.eçou aqui, e a liberdade para esses hom~ns, como para O. Kunta Kinte de Alex Haley1~, num primeiro momento era volt.ar ao que Delany chamou · de « alma mater » . . Mas, para a geiração seguinte, a liberdade passou a significar a emai1cipação da escravatura, não tanto para reganhar a «terra mater »1 mas para viver como homens livres nos países e nas ·terras qu~: lhes viram nascer. '· • .. . ,. ~. ' . Depois deste período nos EU A, que é onde a · hi:;tória negra está melhor documentada, os antigos escravos, quer se chamem B. Washington, Du Bois, Marcus Garvey, C. Cullan, Langston Hughes ou C. Mckay, de maneiras diferentes lutam" .. •~Raízes. São Paulo: Cruze!io, 1997_ . 34 r pelo tn,es.mo oh1'ect1~vo. i·nte .. l · • grar ·d numa_nos iguais, como reza a co .ª .s~c1e_ ade como seres P. 0 · . nstttuiçao a · . uco tempo depois do fí d . . mencana. Porém . d . m a escravatu · . , anos epots (a escravatura te~ . ra, e.:x:actamente vinte ( de Berlim foi em 1885) os fr, minou. em 1~65 e a Conferência u . ·. ' a icanos tiveram .e r- ma nova ameaça : o colo . l; . . . que 4azer frente a \ _ . . . . n1a ismo. Foi . r ( novo perigo que nasceu l . pai;a x:azer frente a este · • · 0 ema ·entr · · « unir-se para resisÚr » . I. , e . os él1Ut1gos escra 'iros r f · . · 6 • que, a tas est' ·· "-a ncan1smo1 • · ·. . ' ª na origem do pan- De,s~~ vez a luta s_ erá pela . d , longo In ependência p I ' : ·' . ·processo e desdt~íd de . o 1t1ca. Este c:onsistêi:.isia é!- pa~ir d~ fim ~a S unaformidade~. . ganha Contudo, as indepe~d" . f . egunda Guerra 1\flundial d., . enc1as a ricanas . . . . · tasporas por Du Bo·· (S d 'primeiro invocadas na . . is . eoun o Co . ., p . s. r9r9, em Paris) e. Marcus G . ( J!gresso an-africano de I ) , arvey Conventio d UN 9-4_0' so começam a mate . 1· .. n a IA em t . na tzar-se em 1 . · a mgem o seu apogeu na d , d d 957 no . Gana, e E . eca a e sessenta . ste processo teve imedia:r . . . d 1 . . • amente que faz o · esenvo v1mento so · 1 ' . er contas coni. . c1a para garanti t·b , vivemos · d .- · · r essas l erdad-> N, .a1n a nessa busca d 1·b "'s· os desenvolvimento soci~l J, - . . a 1 erdade como · · - · a nao se t t d . . escravatura, da integ . - . 'ra a a emancipação da . M . . raçao nos pa1ses do h undo, da autodet . . - c amado Novod. erminaçao pol 't · . esenvolvimento económico l' . . i.1ca, mas do 1 ~ ~ d. r . po it1co e social 1. retaçoes e rorça. com: o O .d ( . , num e ima de . . c1 . ente esclavao-· t . l . que ainda não se -libertou d . · 1, ois a e co on1alista) . . o seu e an colou. l h . apresenta sob a veste &e credor. . ia' que OJe se ' ( (' é (' (' e- r ( . A questão, apesar de te~· uma co . imp~~tandte, é, sobretudo, política . . Sem mpr~onq_ ente e~onómica · . l . questao o desenvolviment.o. co. 1 ue se invoca a, · • · . . I OCa-se em • • 1 f primeiro ugar os ~ . . . ~ r Oruno D. Lara. La naissance du anafi '· . . . américaines et a.fricainés du mouvemtnt .· 1.;.izs~. Les . 1:acines cararbes, et Larose, 2000. . . . . . au .. e Slecle. Pans·: Maisonneuve ·. 35 . ' r r e . .. _, ___ --e ( í (1 ( ( ( í ( ( 1 ( ( ( ( l ( ~ ; '·'·~ Si -\~H -rw - :;;:~~ ry. .. -r·n ::.:.~· --~ ;~::.:: ~: t:\:'. factores económicos. Mas a economia (~s chamadas Je:is _do tnercado) deve, pelo menos _no nosso caso, ser suboi·dinada às escolhas societárias. Caso contrário, condenam-se os ·mais fracos ao ponto de partida, quer dizer ao trabalho forçado, ao colonialisrno e mesmo à escravatura. 2. A segunda reflexão é de carácter filosófico-histórico. Nos ú l timos anos falo u-se muito d.o fim da filosofia ela h istória. 0.!1er dizer que a ideia ela história elos homens como esforço para r eproduzir o paraíso edénico (de Adão) perdeu · todo o sentido. A modernidade'7 foi concebida por Hegel, Kant e ret ornada por ~iabermas - e n isto· e:i'ciste u m consenso entre os assertares da modernidacle . (H abermas) e os · pós- modernistas (R. Rorty; G . Vattimo) - como emançipação do homem d.e todo o tipo de garantias meta-sedais. O homem moderno não quer ter nenhuma figura-guia, não quer subordinar os seus valor es e as suas escolhas a nenhuma: t r anscendência ou revelação. tv1as, paradoxalmente, ao mesmo· momento em que o Ocidente mata Deus, para parafrasear Nietzsch e, ou como diz Dostoievsky declara que Deus já não tem.mais nada a dizer no que Vico teria chamado de mundo civil , o Ocidente s-e· al!to- pr.oclam.a « Theos » para a África e píira os países que hoje se chamam de « Sul do mundo »· A história seculari:z:ada pela . . filosofia da história, primeir o de Voltaire e 'depois" de Hegel, não se limita a substituir os paradigmas que d.e Agostinho até V ico tinha~ impregnado a compreensão da . história - « criação, pecado, · incarnação revelação · ~ aparttsía >> - pefo conceito de cultura que fará a felicidade da antropologia de~de · o século XIX. No mesmo século da. antropologia (que, não por acaso, . coincide com o colonialismo) invent:a-se : o evolucionismo'8 (Berbert Spencer , J. S. Mill, Danirin) no qual 17 Ngoenha, 2000 :31. 16 Ngoenha, 1993 :15 e seguintes. 36 . .. .. ; .. o Ocidente se coloca como o d l mo e o a norm . . ' com o seu conceito político d ·E· d ' . ·ª' o novo Eder · · e ·sta o coni. e com a sua.- escrita. A p 1 . 1 _ ' · · 0 seu monoteísm• . . .ar ir ae entao o Ocid a Sl mesmo como send . . . ente apresenta-S• h ) . o o novo jardim. d Éd " ( omem a imitar n - b e en super h . ' . ' ao o stante as suàs co d' -1storia,s de opressão . . . ntra 1çoes, as sua: . . ' que .permitiram a acum 1 - d . que, para alguns histori d. (E u açao o capita: D •d) . a o.res temad B d Th avt 'e-!!t á n a origem do . ou a, . om.a~ ' . f . seu arranque econó . . nos, s1gni icou . escravatura: - ~1co e que, para retrcjc~sso: "· · · · · ' opressao, perda: ele liberdade e . O Ocidente o~upa ho'e e · l _ .. . · t: '" . .. -d . J ' . m r.e aç-a.o a n6s '' 1 o~ rora era e Deus em i 1 _..:. , . h. ... ,- ,. o ug;1.r que f 'l f• e açao a umanid d P . a oso ia da· história (co d . . a e. or tsso, se a uma teologia da histór:oo er;~nstrou Karl Lõwith) ·.é filha de tem nada a dizer lVÍ « eos » para o Ocidepte já não : . · as, nesse mesmo maneira idolátrica o O ~.d momento e de uma d . . d . ' ~t ente se arroga 1vin _ade em 'i"elação a nós. . . ·ª prerrogativa de Que. haja uma .crise aeral da d : . eleição de Berliisconi n~ lt~l. H dl emocÁrac1a no- mundo (a S , . a ia, o er na . ustr . Bl h u1ça,. Bush nos EUA) · .. · d . ia, oc er na . · · ' que os· oss1ers eco 6 · · mais c:omplexos im . , . n mtcos sempre d" · · peçam os c1dadãos ' d · · · . irectas de . eJtercerem os seus d. . d. nas emocradas nas d . . . - 1re1tos e- everes cívico • . emocrac1as representat. s , que, r d . . . ivas, as populaç- . . rorça as a votar com l . . . . : oes se ye1am · · · um enço a cobrir as ~ · sentirem o cheiro pod . d .d . . . . narlilas para não . · . re . a esonest1dade d _, · · caracteriza cada vez· ma' . :la e a corrupçao que d . . . . . is a e sse política' • q . 1 . evam votar por uma el1't 1í . . . ' ue . os e eitores e- po t1ca que - · nos países da' velha dem : . . - nao, merece confiança . ocrac1a o qu · · 1· .. legitimação pol1't1·ca n- . . " .' . e. imp, 1ca uma crise de ' ao importa 1 Al'' · · . Ocidente de . contin~ar .. a d. . · 1.' - ias,. i~so não impede o d · · · · ar içoes do q , . emocracia, omitindo a" sua P. ' . . h; , . . ; ue e uma boa . f . . . . ropna istoria. d" .que o azem . sistematicame .t . b l . ' e as contra ~ções . h . n e a ançar :entr ·os 1. . . utnamst'as e. o economici;mo~ . . e va ores .37 .· .# '. ...:.i -:-~~- ~~. -::--~ - . ' . • • • • • : •. • . : - ; 1 ... • ·,. •. 1 '.: ·.". ~ ·.~· : : ; : · : ~·· ~·: • :::: ~ ·:·•· . • : i :'· ~·;~-·~7. -;"..?".'· ':"'. ;:". :T~ ;:,.,-;::-•. ;:._ -e:;.,'":. ':-.,~ . ..,,;,..,,,.:..,,:-_,,..,.:....:..._~ .~.·~ · ~r0 ~t:.;; ~~ l; -~· ·~. _...,.. --rn~ . fill - · 1 .. . •• ·1:.:: 1 ·1 . , . . ? Q!ie is::; o dependa · da E.,,.1.st~ uma crise econçmuc:a . -- ~ . ( · 1 ) porque . desonest ida e os d val1açao d d. . actores económicos Parma at ' ou . - · · ·. rosseiiros e · ª · · os econoinistas cometem err~s gd . FMI e do ·. BM se ( . . ) porque as receitas o . . Sw1ssair , ou · . uência.s nefastas para d ram·se falaciosas e com conseq . . emonst . . ) · N- . rta . aquilo que o nosso as populaçq.es (Argentma:. ao im~:s :eus próprios países· « Theos » ignora para S• mesmo . 'ses dos outros. . parece saber para os pat . _ . . l pai:-a nós é de nos N f d a questao pnnc1pa o un o,. - d . ntinuar a · tomar o d O . d te Nao po emos co . laicizarmos. o . c1 en . - d . prodU2:ir o seu níiiel d l . nao po emos re Ocidente como mo. e o'. l t ··mporta:r as suas taras, ' • 1 p d mos s1mp esmen e t . . econom1c.o .' o e l .,_ 1. · (Ul . h Beck19), Por oultro , . ele g ooa iza nc dado que .e isso. que . e a colonizar para . opulações a escra v1zar lado,. não ~emos p l . pern:n.ita o arranoiue . . 1 apita ·que nos . podermos acumu a~ ~ e t l pronulação subalterna ' · E e t1vessemos uma ª Ir' 1 econom1co. s · . lh d ponto de vista mora , . de ser seme antes o . correnamos O risco . d" e, . faz batota com OS St:!US ao . Ocidente que, como LZ esa1r~, . . : próprios princípios. a el da filosofia no debate político 3 • Um eventual P P . d . t" eia de uma . . . d de ·necessariamente a eJcis en . moçambicano . epen d onstrou a corrente . . b. . Mas como em . filosofia moçam ica~a. ~º (P ·Hountondji Eboussi Boulaga, crítica da filosofia afnca-~a . d' t ciame~to da negritude . ) A bito uo seu is an . 1 f· IVI. T owa no aro, . . ) . b tudo da etnofi oso ia . h D . e Ct-sa1re e so re . . (Seng or, amas - . . . tência de uma suposta (Placide Tempels, . Kagame)b' .. a ex~epende da existência. de . f . t caso moçam icana, d ' l filoso ia, nes e . , i "timados não só pelos tp omas filósofos moçambicanos,. .eg1 d verem o que Hountondji . ' . pelo racto e escre . , univers1tanos, m.as , d le instaurarem no pai~ .uma chamou de. arqu1vo e, atraves e ' . tradição crítica. · · L'Harmattan 2001. 19 La société du risque. Paris :
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