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63
PROCESSO E RELAÇÃO JURÍDICA PROCESSUAL
Unidade II
5 ATOS PROCESSUAIS
O processo é uma relação jurídica que se estabelece entre as partes (autor e réu) e o juiz, e se 
desenvolve por uma sucessão de atos processuais por estes praticados, que produzem efeitos no 
processo, visando formar um provimento processual final para dar uma solução ao litígio (sentença).
Esses atos processuais dão início, desenvolvimento e fim ao processo, sendo este o tema de 
nosso estudo.
5.1 Atos processuais: conceito e características
O processo é uma sequência ordenada de fatos, atos e negócios jurídicos, praticados pelos sujeitos, 
autor, réu e o juiz ou seus auxiliares, mas também por acontecimentos naturais.
Quando o fato, que é todo acontecimento natural ou de atividade humana, provoca uma modificação 
no mundo exterior, interessa ao direito, passando a ter eficácia para produzir efeitos jurídicos. Este 
fato é denominado de fato jurídico, que se mostra em condições para criar, conservar, modificar ou 
extinguir direitos.
Os atos resultantes da atuação humana, com aptidão para produzir efeitos jurídicos, denominam-se 
atos jurídicos.
Os fatos que nenhuma consequência produzam no mundo do direito são fatos juridicamente 
irrelevantes. Esses fatos e atos praticados que têm repercussão no processo são considerados processuais.
Os doutrinadores distinguem fato jurídico processual de ato jurídico processual. Para Marcus Vinicius 
Rios Gonçalves atos jurídicos processuais são “todos os atos humanos praticados no processo”1.
Fato jurídico processual, para Humberto Theodoro Júnior, é “todo acontecimento natural com 
influência sobre o processo”2.
1 GONÇALVES, M. V. R. Novo Curso de Direito Processual Civil, Vol. I. 14. ed. São Paulo: Saraiva, 2017, p. 263.
2 THEODORO JÚNIOR, H. Curso de Direito Processual Civil, Vol. I. 60. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2019, p. 497.
64
Unidade II
José Eduardo Carreira Alvim diferencia fato jurídico do fato processual, para melhor 
compreensão, como:
Qualquer fato tomado em consideração pelo direito objetivo, para a ele 
ligar uma consequência jurídica, chama-se fato jurídico; e, se esses efeitos 
forem de natureza processual, denomina-se fato jurídico processual ou, 
simplesmente, fato processual3.
Os fatos e atos processuais podem ser anteriores ao início do processo e praticados fora do processo, 
mas com influência na atuação do Estado-juiz no deslinde do litígio. Citamos dois exemplos:
• a eleição do foro em cláusula de contrato convencionado pelas partes, tem consequência na 
competência territorial, para fins de tramitação da ação judicial, para dirimir conflito originário 
do contrato (CPC, art. 63);
• a convenção de arbitragem entre as partes em contrato, optando pela solução arbitral em caso 
de conflito, o que exclui a jurisdição como mecanismo de solucionador do eventual conflito (CPC, 
art. 42; Lei nº 9.307/1996, art. 3º).
Os atos processuais estão sistematizados no Código de Processo Civil entre os artigos 188 a 275.
Quanto às características dos atos processuais que as distinguem dos atos jurídicos, estas consistem 
na unidade de finalidade e na interdependência. Cabe-nos explicar a seguir:
• Unidade de finalidade: todos os atos de todos os sujeitos praticados no processo convergem para 
uma única finalidade, a solução do conflito levado a juízo pela pretensão da parte.
• Interdependência: todos os atos praticados se integram dentro de uma única relação jurídica 
processual, que se desencadeiam sucessivamente um dependendo do outro para sua realização.
Cabe ressaltar que, os sujeitos do processos, autor, réu, juiz e auxiliares da justiça, praticam atos que 
se inserem no desenvolvimento do processo, e para a prática de alguns deles há uma forma prevista em 
lei, para sua validade.
5.2 Forma dos atos processuais
Forma é o conjunto de solenidades que se deve observar para que a prática do ato processual seja 
eficaz, tenha validade, sob pena de nulidade.
Quanto à classificação, os atos jurídicos podem ser solenes ou formais e não solenes ou informais. 
Solenes ou formais são aqueles em que há uma forma prevista em lei para a sua prática, como condição 
3 ALVIM, J. E. C. Teoria Geral do Processo. 22. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2019, p. 287.
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PROCESSO E RELAÇÃO JURÍDICA PROCESSUAL
de validade. Os não solenes ou informais são aqueles em que não há forma legal, devem apenas 
observar os meios admitidos em lei para a sua prática.
Quanto à forma dos atos processuais, acolhe-se o princípio da liberdade das formas, com a ressalva 
da existência de lei em sentido contrário (exigência legal quanto à forma do ato), o que justifica-se pelo 
caráter instrumental dos atos processuais, visando preservá-los quando atingirem a sua finalidade.
Os atos processuais independem de forma determinada, salvo àqueles em que a forma for 
expressamente exigida por lei, sob pena de nulidade (CPC, art. 188).
Prevalece o princípio da instrumentalidade das formas, uma vez que ainda que haja prescrição 
quanto à forma para a prática do ato processual, na inobservância de tal solenidade serão considerados 
válidos os atos que, realizados de outro modo, preencher a finalidade essencial (CPC, art. 188, in fine).
 Observação
José Eduardo Carreira Alvim explica o que significa princípio da 
instrumentalidade: “[...] significa que o ato processual não é fim em si 
mesmo, mas destinado a uma finalidade, pelo que, se esta for alcançada, a 
inobservância da forma não terá qualquer importância”4.
Como exemplo, citamos casos em que a lei impõe determinada forma para o ato jurídico, cominando 
a pena de nulidade para o seu desrespeito. Entretanto, como o processo é instrumental em relação ao 
direito substancial, não constituindo um fim em si mesmo, a nulidade não será declarada, se preencher 
a sua finalidade. Para que a citação seja válida é preciso respeitar a forma prescrita em lei, se apesar 
da não observância, atingir sua finalidade, com o comparecimento espontâneo do réu à audiência ou 
do executado para se defender, suprindo a falta ou a nulidade da citação, o vício está sanado e o ato é 
válido (CPC, art. 239, § 1º).
Como exemplo de nulidade, a inobservância da forma prescrita em lei para as citações e intimações 
gera a nulidade (CPC, art. 280).
Assim, é possível afirmar que, no processo moderno os atos processuais se legitimam pelos resultados 
alcançados, flexibilizando o rigor das formas procedimentais prescritas.
5.2.1 Requisitos dos atos processuais
O Código de Processo Civil estabelece requisitos de validade dos atos jurídicos, que são os 
denominados de requisitos de natureza geral e os requisitos específicos, a seguir:
4 ALVIM, J. E. C. Teoria Geral do Processo. 22. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2019, p. 289.
66
Unidade II
• Requisitos de natureza geral: são aqueles que valem para todos os tipos de atos. São eles:
— Requisitos gerais quanto ao modo dos atos processuais.
— Requisitos gerais quanto ao lugar dos atos processuais.
— Requisitos gerais quanto ao tempo dos atos processuais.
• Requisitos específicos: são aqueles que se aplicam apenas a determinados atos.
Vamos explicar cada um deles.
5.2.1.1 Requisitos gerais
Os requisitos gerais são aqueles comuns a todos os atos processuais, que classificamos em quanto ao 
modo, quando ao lugar e quanto ao tempo de realização dos atos processuais.
1) Requisitos gerais quanto ao modo de expressão dos atos processuais
a) Os atos processuais devem ser redigidos no vernáculo português (CPC, art. 192).
Petições, manifestações das partes, dos intervenientes e as decisões judiciais devem ser redigidas em 
língua portuguesa.
As petições das partes podem se apresentar na forma escrita ou oral, produzidas no vernáculo português.
Documentos escritos em língua estrangeira juntados os autos devem ser traduzidos para a língua 
portuguesa, tramitada por via diplomática ou pela autoridade central ou por tradutor juramentado 
(CPC, arts. 192 e parágrafo único, e 162, I).
Atos orais também devem ser praticadosem língua portuguesa. Se necessitar ouvir uma das partes 
ou testemunhas que não conhece o vernáculo português, o juiz nomeará um intérprete. Necessário 
também um intérprete àqueles que não puderem expressar-se verbalmente, mas sim pela linguagem 
mímica dos surdos-mudos (CLT, art. 162, II e III).
b) Atos postulatórios e requerimentos das partes devem estar assinados por seus respectivos 
procuradores.
Atas de audiência serão firmadas por todas as pessoas que dela tiverem participado. Se houver 
recusa em assinar, o escrivão ou o escrevente certificará o ocorrido, valendo-se da fé pública.
c) Atos processuais devem ser datilografados, por meio mecânico ou por computador, ou, por meio 
digital, se o processo for eletrônico.
67
PROCESSO E RELAÇÃO JURÍDICA PROCESSUAL
O Código de Processo Civil, artigo 193, dispõe que: “Os atos processuais podem ser total ou 
parcialmente digitais, de forma que podem ser produzidos, comunicados, armazenados e validados por 
meio eletrônico, na forma da lei”. O processo eletrônico será explicado mais adiante.
Permitida a transmissão de petição por fax, no prazo legal do ato praticado, devendo o original ser 
juntado nos autos no prazo de 5 dias seguintes (Lei 9.800/1999).
Para a realização de atos judiciais (não das partes) é permitido o uso de taquigrafia, estenotipia ou 
qualquer outro método idôneo (CPC, art. 210).
Nos Juizados Especiais, de acordo com o princípio da celeridade e oralidade, utiliza-se a gravação 
fonográfica para documentar a audiência.
A lei proíbe que nos atos e termos do processo tenham espaços em branco, entrelinhas, emendas, 
rasuras, salvo se aqueles forem inutilizados e estas expressões ressalvadas, para evitar fraudes processuais 
(CPC, art. 211).
d) Atos processuais são públicos.
A publicidade dos atos processuais é garantida constitucionalmente (CF, arts. 5º, LX, e 93, IX), por isso 
é facultado a qualquer pessoa a consulta do processo e a presença a audiência.
São públicos os atos processuais, facultando a qualquer pessoa consultar e conhecer do processo e 
de todos os atos nele praticados; acompanhar a realização de audiência a portas abertas, com acesso 
livre para público; obter certidões sobre determinado processo, etc.
 Observação
José Eduardo Carreira Alvim explica o que significa princípio da 
publicidade: “[...] significa que os atos processuais são públicos, devendo 
ser acessíveis a todos, quando praticados oralmente, em audiência, e, 
quando praticados por escrito, a publicidade se dá com a sua juntada aos 
autos do processo; que, por ser público, torna também públicos os atos 
nele praticados”5.
Há exceção à publicidade, que recai sobre os processos que correm em segredo de justiça, por ser 
danosa às partes e ao interesse público, como os relacionados a direito de família, que versam sobre 
casamento, divórcio, união estável, filiação, alimentos e guarda de crianças e adolescentes; aqueles 
casos em que o interesse público e social o exigir; aqueles em que constam dados protegidos pelo 
direito constitucional à intimidade; e os que versam sobre arbitragem e sobre carta arbitral, em que a 
confidencialidade seja comprovada perante o juízo (CPC, art. 189).
5 ALVIM, J. E. C. Teoria Geral do Processo. 22. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2019, p. 289.
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Unidade II
O processo que tramite em segredo de justiça só pode ser consultado pelas partes e seus respectivos 
advogados, eventuais terceiros intervenientes e ao Ministério Público. As audiências são realizadas às 
portas fechadas.
Ainda com referência ao processo acima citado, os atos de comunicação do processo, como intimações 
e publicações, são cifrados. O nome das partes não aparece na íntegra, mas por meio de abreviações.
No tocante à violação do segredo de justiça pelo juiz, pelo Ministério Público e pelos auxiliares da 
justiça, estes incorrem em sanções administrativa e civil; violação praticada pelo advogado, incorre em 
sanção administrativa e civil; e por uma das partes, causando danos a outra, haverá reparação de civil. 
Mas, não haverá nulidade processual.
2) Requisitos gerais quanto ao lugar da prática dos atos processuais
Em regra, os atos processuais são praticados na sede do juízo, nas dependências do fórum em que 
tramita o processo (CPC, art. 217)
Excepcionalmente, o ato processual poderá ser realizado em outro lugar em razão da deferência, de 
interesse da justiça, da natureza do ato ou de obstáculo arguido pelo interessado e acolhido pelo juiz, a 
seguir relacionadas:
• Em razão de deferência, pelo cargo de determinadas pessoas, podem ser ouvidas em sua residência 
ou no local em que exerce suas funções (CPC, art. 454).
• Em virtude de interesse da justiça, como na expedição de cartas precatórias, para oitivas de 
pessoas que se encontram noutra comarca, para constrição de bens ou para realização de perícia.
• Por motivo de obstáculo arguido pelo interessado e acolhido pelo juiz, como no caso de testemunha 
ou parte que não consegue se locomover, exigindo que o juiz se desloque até onde ela se encontra 
para proceder à sua ouvida.
3) Requisitos gerais quanto ao tempo da prática dos atos processuais
Além do lugar, os atos processuais devem ser praticados no horário de seu funcionamento regular 
do fórum (CPC, art. 212).
Os atos processuais praticados por meio de petição nos autos deverão ocorrer nos dias úteis, das 6 
às 20 horas, exceto:
• Os atos processuais que podem ser concluídos depois das 20 horas, se iniciados antes e quando o 
adiamento prejudicar a diligência ou causar grave dano (CPC, art. 212 e § 1º).
• A lei autoriza a realização de citação, intimações e penhoras, independentemente de autorização 
judicial, nos dias não úteis e no período de férias forenses.
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PROCESSO E RELAÇÃO JURÍDICA PROCESSUAL
Os atos processuais praticados por meio eletrônico podem ocorrer em qualquer horário, até as 
24 horas do último dia do prazo, considerando este horário para fins de atendimento do prazo (CPC, 
art. 213 e parágrafo único).
Durante o período de férias forenses e os dias feriados, não se praticarão atos processuais, exceto 
a realização de citações, intimações e notificações, bem como penhora, e a tutela de urgência, que 
independe de autorização para a sua realização (CPC, arts. 214 e 216).
Para melhor esclarecer, os dias úteis são os dias não considerados feriados. Os dias feriados são 
sábados, domingos e dias em que não haja expediente forense (CPC, art. 216).
Os feriados nacionais são: 1º de janeiro, 21 de abril, 1º de maio, 7 de setembro, 12 de outubro, 2 de 
novembro, 15 de novembro e 25 de dezembro, e os dias em que se realizam eleições.
Os feriados forenses são: 8 de dezembro, terça-feira de carnaval, sexta-feira santa e dias em que não 
haja expediente forense.
Os feriados específicos são os da justiça federal, feriados estaduais e municipais.
Em regra, nas férias forenses o processo fica suspenso, não são praticados atos processuais (CPC, 
art. 214). Em decorrência, o curso dos prazos nesse período fica suspenso, retomando a contagem dos 
dias do prazo que restarem a partir do primeiro dia útil seguinte ao seu término.
Por exceção, durante as férias podem ser praticados alguns atos processuais ou tramitam alguns 
processos, a seguir:
• processos que são de jurisdição voluntária e os necessários à conservação de direitos, quando 
puderem ser prejudicados pelo adiamento, os de alimentos, os de nomeação ou remoção de 
tutores ou curadores, e os processos que a lei determine (CPC, art. 215).
• citações, intimações e penhoras e a tutela de urgência (CPC, art. 212, § 2º).
Os prazos também ficam suspensos entre 20 de dezembro e 20 de janeiro (CPC, art. 220).
Para que o processo não se eternize, a lei fixa um sistema de prazos e estabelece as consequências 
para sua desobediência, também estabelece as ocasiões e os prazos para a realização dos atos processuais. 
No descumprimento dos prazos, as consequências podem ser as seguintes:
• Pelas partes, os atos tornam-se preclusos.
• Pelo juiz, MinistérioPúblico e auxiliares da justiça, embora não precluam (denominados atos 
impróprios), geram sanções administrativas.
Os prazos estão estudados mais adiante.
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Unidade II
5.2.2 Negociação processual
O atual Código de Processo Civil adotou a flexibilização procedimental do processo por meio de 
negociação processual das partes, que nada mais é do que um mecanismo de autocomposição em que 
as partes podem convencionar mudanças procedimentais, antes do início do processo ou no curso deste 
(arts. 190 e 191).
Trata-se de grande inovação a flexibilização procedimental do processo por meio de negociação 
processual, que autoriza as partes capazes, em cláusula aberta e geral, a influir diretamente sobre o 
procedimento e o prazo, fundamentada no princípio da cooperação entre os sujeitos do processo, para 
que este tenha um desenvolvimento mais eficiente.
De maneira inédita, é possível as partes exercerem o direito de autocomposição, para em comum 
acordo, convencionarem mudanças no procedimento comum para ajustá-lo às especificidades da causa, 
estipulando sobre os seus ônus, poderes, faculdades e deveres processuais, inclusive com a previsão de 
calendário para a prática dos atos processuais (CPC, arts. 190 e 191).
Os termos dessa negociação processual pode ser estabelecido por contrato, cabendo ao juiz controlar 
a validade da convenção.
Para que não haja abusos, o juiz, de ofício ou a requerimento, controlará as convenções processuais, 
podendo refutá-las quando verificar nulidade ou abusividade em contrato de adesão ou em que alguma 
parte se encontre em manifesta situação de vulnerabilidade (CPC, art. 190, parágrafo único).
Possível também às partes fixar um calendário para a prática dos atos processuais, vinculando as 
partes e o juiz, bem como os estipular prazos (CPC, art. 191).
O referido Diploma Processual prevê outras possibilidades flexibilização procedimental do processo 
por meio de negociação processual das partes, a seguir:
• Na fase de saneamento do processo, as partes podem convencionar sobre uma delimitação 
consensual dos fatos sobre os quais recairá atividade probatória e sobre questões de direito 
relevantes para a decisão de mérito. Essa convenção das partes deve ser homologada pelo juiz, 
para vinculação das partes e do juiz (CPC, art. 357, § 2º).
• É permitido às partes escolher, de comum acordo, o conciliador, o mediador ou a câmara privada 
de conciliação ou mediação, que pode não estar cadastrada no tribunal (CPC, art. 168).
• É permitido às partes escolher o perito, indicando-o mediante requerimento conjunto ao juiz, em 
substituição da perícia que seria realizada por perito nomeado pelo juiz (CPC, art. 471, § 3º).
• Convenção das partes sobre a distribuição do ônus da prova (CPC, art. 373, § 3º).
• Suspensão do processo pela convenção das partes (CPC, art. 313, II).
• Adiamento da audiência por convenção das partes (CPC, art. 362, I).
71
PROCESSO E RELAÇÃO JURÍDICA PROCESSUAL
Com isso conclui-se que o atual Código de Processo Civil dá real validade ao princípio dispositivo 
permitindo que, nos processos em que seja lícita a autocomposição, as partes negociem não apenas 
sobre o direito material discutido, mas sobre o próprio procedimento, estabelecendo convenções sobre 
ônus, poderes, faculdades e deveres processuais.
5.2.3 Processo eletrônico e os atos processuais
O processo eletrônico consiste no uso de meios eletrônicos e de informatização do processo, que 
tem por objeto a busca pela efetividade e duração razoável do processo.
Os sistemas de automação processual deverão respeitar todos os princípios constitucional processuais 
e os específicos do direito processual, e em especial, o princípio da publicidade dos atos, o acesso e 
a participação das partes e seus procuradores, a garantia da disponibilidade, a independência da 
plataforma computacional, a acessibilidade e a interoperabilidade dos sistemas, dos serviços, dos dados 
e das informações que o Poder Judiciário administre no exercício de suas funções.
Misael Montenegro Filho explica que ao permitir a prática de atos processuais à distância, por meio 
eletrônico, sobressaindo o protocolo de petições através da Internet, reduz o fluxo de pessoas em todos 
os fóruns do país, além de racionalizar o serviço forense, através da criação do intitulado processo 
eletrônico6.
O processo, a transmissão e a comunicação dos atos processuais pelo meio eletrônico, e a assinatura 
digital, baseada na certificação digital, foram regulamentados pela Lei nº 11.419/2006 e previstos no 
Código de Processo Civil de 2015, nos artigos 193 a 199.
O Código de Processo Civil, artigo 193, dispõe que: “Os atos processuais podem ser total ou 
parcialmente digitais, de forma que podem ser produzidos, comunicados, armazenados e validados por 
meio eletrônico, na forma da lei”7.
 Saiba mais
Para entender melhor sobre o processo eletrônico, leia os arts. 193 a 199 
do CPC e a Lei n. 11.419/2006, que dispõe sobre a informatização do 
processo judicial, artigos 8º a 13, que regulamentam o uso de meios 
eletrônicos e digitais.
BRASIL. Lei n. 10.406, de 10 de janeiro de 2002, com a alteração da 
Lei n. 13.874, de 2019 (Código Civil). Brasília, 2002.
BRASIL. Lei n. 11.419, de 19 de dezembro de 2006. Brasília, 2006.
6 MONTENEGRO FILHO, M. Direito Processual Civil. 14. ed. São Paulo: Atlas, 2019, p. 157.
7 BRASIL. Lei n. 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Processo Civil). Brasília, 2015.
72
Unidade II
5.2.3.1 Comunicação eletrônica dos atos processuais
No processo eletrônico, também serão por meio eletrônico os atos de comunicação do processo, 
como citação, intimações e notificações.
O Diário da Justiça Eletrônico pode ser utilizado para fins de comunicação e publicação de atos 
judiciais e administrativos em processos eletrônicos ou não.
As intimações publicadas a advogados no Diário da Justiça Eletrônico só se considera feita no primeiro 
dia útil subsequente ao da disponibilização da informação no referido Diário da Justiça, começando a 
contar o prazo no primeiro dia útil posterior.
Parte e advogado cadastrados na forma prevista na Lei nº 11.419/2006, no artigo 2º, receberão 
citações e intimações por meio do portal próprio, dispensando a publicação no órgão oficial, considerando 
intimado na data da consulta eletrônica, mediante certificação nos autos. A consulta deverá ser feita 
no prazo de dez dias corridos, contados da data do envio, sob pena de considerar-se automaticamente 
realizada ao final desse prazo8.
O Código de Processo Civil, art. 246, § 1º, prevê o cadastramento nos sistemas de processo em autos 
eletrônicos das pessoas jurídicas públicas e privadas para que recebam as citações e intimações por 
meio eletrônico, exceto das microempresas e empresas de pequeno porte.
No caso de processo eletrônico, as citações, intimações e notificações, inclusive à Fazendo Pública, 
serão realizadas por meio eletrônico.
A citação da parte sem cadastro previsto no artigo 2º da Lei nº 11.419/2006, será pelo correio.
As comunicações oficiais, como carta precatória, rogatória e de ordem também serão feitas 
preferencialmente por meio eletrônico.
5.2.4 Prazos
O processo tramita por impulso em direção ao provimento jurisdicional, em que se dá a solução 
do litígio
Vale citar que Marcus Vinicius Rios Gonçalves define processo como “um conjunto de atos encadeados 
que se sucedem no tempo e têm por objetivo a obtenção da tutela jurisdicional”9.
Esses atos encadeados são os atos processuais que se sucedem com interdependência entre eles para 
uma única finalidade, a sentença.
8 GONÇALVES, M. V. R. Direito processual civil esquematizado. 10. ed. São Paulo: Saraiva, 2019, p. 337.
9 GONÇALVES, M. V. R. Novo Curso de Direito Processual Civil, Vol. I. 14. ed. São Paulo: Saraiva, 2017, p. 264.
73
PROCESSO E RELAÇÃO JURÍDICA PROCESSUAL
E, para que o processo tenha tramitação regular e que atinja o seu termo final, a lei estabelece prazos 
para que os atos processuais sejam praticados.
Prazo é importanteinstrumento para a marcha do processo, e está previsto nos artigos 218 a 235 
do Código de Processo Civil.
Assim, Marcus Vinicius Rios Gonçalves define prazo como “[...] a quantidade de tempo que se fixa 
entre dois atos ou fatos, ou seja, para a realização do ato, e conta-se a partir de um outro ato que lhe 
seja anterior ou posterior”10.
Exemplos de prazos:
• prazo de contestação: é de 15 dias, a contar da audiência de tentativa de conciliação ou da 
juntada aos autos do mandado de citação (CPC, art. 335);
• prazo para arrolar testemunhas: prazo comum não superior a 15 dias da decisão do juiz que 
determina a produção de prova testemunhal (CPC, art. 357, § 4º).
O ato processual não praticado no prazo estabelecido gera a preclusão, não sendo mais permitido à 
parte a prática do ato.
Logo, a definição de preclusão dada por Marcus Vinicius Rios Gonçalves corresponde “o desrespeito 
ao prazo implicará a perda da faculdade processual de praticar o ato”11.
Exemplo de preclusão é o disposto no CPC, art. 223: “Decorrido o prazo, extingue-se o direito de 
praticar ou de emendar o ato processual, independentemente de declaração judicial, ficando assegurado, 
porém, à parte provar que não o realizou por justa causa”12.
5.2.4.1 Tipos de prazos
Os prazos podem ser próprios ou impróprios e dilatórios ou peremptórios.
a) Prazos próprios ou impróprios
Os chamados prazos preclusivos são denominados de prazos próprios e, em regra, são impostos 
às partes, autor e réu, ao Ministério Público quando participa como parte no processo e aos terceiros 
intervenientes, que devem ser respeitados, sob pena de preclusão.
10 GONÇALVES, M. V. R. Novo curso de Direito Processual Civil, Vol. I. 14. ed. São Paulo: Saraiva, 2017, p. 278.
11 GONÇALVES, M. V. R. Novo Curso de Direito Processual Civil, Vol. I. 14. ed. São Paulo: Saraiva, 2017, p. 279.
12 BRASIL. Lei n. 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Processo Civil). Brasília, 2015.
74
Unidade II
Há exceções ao prazo preclusivo:
• Não são preclusivos os destinados ao cumprimento de um dever. Exemplos:
— advogado não devolve o processo em cartório no prazo, mas continua com o dever, apesar das 
sanções que podem lhe ser impostas (CPC, art. 234);
— devedor que não indicar no prazo o lugar em que se encontra o bem penhorável, ou já 
penhorado, não se exime de indicá-lo depois (CPC, art. 774, V).
• Não são preclusivos certos prazos já fixados em relação ao interesse da própria parte, sempre 
que do atraso não resulte retardamento na marcha do procedimento, nem prejuízo ao 
adversário. Exemplos:
— parte que não se manifesta no prazo de 15 dias sobre documentos juntados aos autos pelo 
adversário, ainda poderá fazê-lo depois, até quando das alegações finais (CPC, art. 437, § 1º);
— formulação de quesitos e indicação de assistente técnico, em caso de perícia (CPC, art. 465, 
§ 1º, II e III).
Os prazos impostos ao juiz e aos seus auxiliares são denominados de prazos impróprios, não 
são preclusivos, porque não há a perda da faculdade, nem o desaparecimento da obrigação de praticar o 
ato, ainda que superado o prazo estabelecido. As consequências são sanções administrativas. Exemplos:
• o juiz não se exime de sentenciar apenas porque ultrapassou o prazo de 30 dias previsto em lei;
• alguns prazos impostos ao Ministério Público quando atua como fiscal da ordem pública, a lei não 
o dispensa de manifestar-se ou apresentar o seu parecer porque o prazo legal foi superado.
O que diferencia os prazos próprios dos impróprios é a preclusão temporal.
Ocorrida a preclusão temporal pelo decurso do prazo sem o cumprimento do ato processual 
determinado, o juiz imporá à parte que deveria realizar o ato as consequências decorrentes da sua omissão.
b) Prazos dilatórios ou peremptórios
Anteriormente distinguia-se prazos peremptórios e prazos dilatórios:
•	 Prazos peremptórios: são cogentes, não podem ser modificados pela vontade das partes.
•	 prazos dilatórios: podem ser alterados pelas partes, desde que por convenção firmada antes do 
prazo vencer e fundada em motivo legítimo, caso em que o juiz fixava o dia de vencimento 
da prorrogação.
75
PROCESSO E RELAÇÃO JURÍDICA PROCESSUAL
Atualmente, no sistema do atual Código de Processo Civil não há distinção entre prazos peremptórios 
e dilatórios, por admitir a negociação processual, desde que o processo admita a autocomposição, 
permitindo que as partes convencionem procedimentos e prazos, bem como ônus, poderes, faculdades 
e deveres processuais, e ainda, de comum acordo com o juiz, convencionem a fixação de um calendário 
para a prática de atos processuais, quando for o caso (CPC, arts. 190 e 191). Restrição ao poder de 
convenção das partes (CPC, art. 190, § único).
5.2.4.2 Contagem e fluência dos prazos
A contagem do prazo pode ser feita por ano, por mês, por dia, por hora e por minutos, conforme 
exemplificados a seguir:
• Exemplo de contagem do prazo por ano: prazo de 2 anos para a propositura da ação rescisória, 
contados do trânsito em julgado da última decisão proferida no processo (CPC, art. 975).
• Exemplo de contagem do prazo por mês: suspensão do processo por até 6 meses por convenção 
das partes (CPC, art. 313, § 4º).
• Exemplo de contagem do prazo por dia: unidade mais comum.: prazo de 15 dias para contestar 
(CPC, art. 335); prazo de 8 dias para interpor recurso no processo do trabalho (CLT, art. 895).
• Exemplo de contagem do prazo por hora: as partes devem comparecer à audiência com 
obrigatoriedade, se intimadas com antecedência de 48 horas da data designada para sua realização 
(CPC, art. 218, § 2º).
• Exemplo de contagem do prazo por minuto: prazo de 20 minutos sucessivos às partes para, em 
audiência, apresentar suas alegações finais, prorrogáveis por mais 10 minutos, a critério do juiz 
(CPC, art. 364).
Em regra, a lei fixa o prazo. Na omissão, caberá ao juiz estabelecer o prazo. Se não houver lei, 
nem determinação do juiz, o prazo será de 5 dias (CPC, art. 218, § 3º).
O prazo pode ser fixado pelas próprias partes, por convenção (CPC, arts. 190 e 191).
Sem a convenção das partes, o juiz tem poderes apenas para dilatar prazos processuais, por até 
2 meses, adequando-os às necessidades do conflito de modo a conferir maior efetividade à tutela do 
direito, nas comarcas onde for difícil o transporte (CPC, arts. 139, VI, e 222).
O juiz pode, sem a anuência das partes, reduzir os prazos meramente dilatórios. Os prazos peremptórios, 
só se houver a concordância da parte (CPC, art. 222, § 1º).
76
Unidade II
Como se faz a contagem do prazo processual?
O início da contagem do prazo:
• Para o juiz: o prazo começa a correr do momento em que os autos lhe são conclusos.
• Para o Ministério Público: o prazo começa a correr da data em que se lhe abre vista.
• Para o escrivão: o prazo começa a correr do momento em que toma conhecimento da determinação 
judicial ou do ato precedente.
• Para as partes: o prazo começa a correr das datas indicadas no CPC, art. 231 e incisos, a 
seguir transcrito:
 
Art. 231. Salvo disposição em sentido diverso, considera-se dia do 
começo do prazo:
I - a data de juntada aos autos do aviso de recebimento, quando a citação 
ou a intimação for pelo correio;
II - a data de juntada aos autos do mandado cumprido, quando a citação ou 
a intimação for por oficial de justiça;
III - a data de ocorrência da citação ou da intimação, quando ela se der por 
ato do escrivão ou do chefe de secretaria;
IV - o dia útil seguinte ao fim da dilação assinada pelo juiz, quando a citação 
ou a intimação for por edital;
V - o dia útil seguinte à consulta ao teor da citação ou da intimação ou 
ao término do prazo para que a consulta se dê, quando a citação ou a 
intimação for eletrônica;
VI - a data de juntada do comunicado de que trata o art. 232 ou, não havendo 
esse, a data de juntada da carta aos autos de origem devidamente cumprida, 
quando a citação ou a intimação se realizar em cumprimento de carta;
VII - a data de publicação, quando a intimação se der pelo Diárioda Justiça 
impresso ou eletrônico;
VIII - o dia da carga, quando a intimação se der por meio da retirada dos 
autos, em carga, do cartório ou da secretaria13.
13 BRASIL. Lei n. 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Processo Civil). Brasília, 2015
77
PROCESSO E RELAÇÃO JURÍDICA PROCESSUAL
Conta-se o prazo da seguinte forma (CPC, art. 224 e parágrafos):
• Contagem inicia em dias úteis.
• Exclui-se o dia do começo e inclui-se o último dia da contagem, que é o dia do vencimento do prazo.
• Os dias não úteis devem ser excluídos da contagem, sejam eles no início, no meio e no fim do prazo.
• Se o final do prazo cair em dia não útil, haverá prorrogação para o primeiro dia útil seguinte.
• O prazo se prorroga para o dia útil seguinte quando, no dia do começo e do vencimento do 
prazo, for determinado o fechamento do fórum ou o expediente forense for iniciado depois ou 
encerrado antes da hora normal ou, ainda, houver indisponibilidade da comunicação eletrônica.
• Para início da contagem do prazo no processo eletrônico, considera-se como data de publicação 
o primeiro dia útil seguinte ao da disponibilização da informação no Diário da Justiça Eletrônico.
• Decorrido o prazo, extingue-se o direito de praticar o ato processual, exceto se declarar justa 
causa pelo não cumprimento do prazo (CPC, art. 223).
Exemplos de contagem de prazo, citamos dois casos:
1) O réu é citado, no dia 6 de janeiro de 2020, segunda-feira, para contestar a ação no prazo de 
15 dias, a contar da juntada aos autos do processo do mandado de citação, ocorrida em 10 de janeiro 
de 2020, sexta-feira.
Pela regra acima, exclui o dia da juntada do mandado de citação nos autos, ocorrida no dia 10 de 
janeiro de 2020, sexta-feira.
A contagem inicia no primeiro dia útil, que é o dia 13 de janeiro do referido ano, segunda-feira.
A contagem prossegue, excluindo os dias feriados (sábado, domingo e feriados), do dia 13 até o 
último dia que é o dia 31 de janeiro de 2020, sendo este o último dia em que o réu terá para apresentar 
sua contestação no processo.
2) Em um processo eletrônico, o autor foi intimado para, no prazo de 5 dias, manisfestar-se sobre 
o documento juntado pelo réu. A intimação desse despacho foi disponibilizado para publicação no dia 
3 de fevereiro de 2020 e publicado no Diário da Justiça Eletrônico no dia 4 de fevereiro do referido ano.
Pela regra acima, não considera para fins de contagem do prazo o dia da disponibilização da 
intimação e exclui o dia da publicação da intimação, ocorrida no dia 4 de fevereiro de 2020, terça-feira. 
A contagem inicia no primeiro dia útil, que é o dia 5 de fevereiro do referido ano, quarta-feira.
78
Unidade II
A contagem prossegue, excluindo os dias feriados (sábado, domingo e feriados), do dia 5 até o 
último dia que é o dia 11 de fevereiro de 2020, sendo este o último dia em que o réu terá para apresentar 
sua manifestação no processo.
Acompanhe esse raciocínio no Calendário Semanal 2020 com Feriados de Brasil14, sendo que o caso 
número 1 está representado em janeiro e o caso número 2 em fevereiro, abaixo:
Quadro 5 
Mês Dom Seg Ter Qua Qui Sex Sáb
Dez
2019 29 30 31
1 
Ano Novo 2 3 4
Jan
2020
5 6 7 8 9
10 
Citação do 
réu juntada 
aos autos
x
11
x
12
x
13 
Início da 
contagem
x
14
x
15
x
16
x
17
x
18
x
19
x
20
x
21
x
22
x
23
x
24
x
25
x
26
x
27
x
28
x
29
x
30
x
31 
Fim da 
contagem
x
1
Fev
2020
2 3 Disponibilização 
da publicação
x
4
Publicação da 
intimação
x
5 
Início da 
contagem
x
6
x
7
x
8
x
9
x
10
x
11 
Fim da 
contagem
x
12 13 14 15
16 17 18 19 20 21 Carnaval
22 
Sábado de 
Carnaval
23 
Domingo de 
Carnaval
24 
Carnaval 
(Segunda-Feira)
25 
Carnaval 
(Terça-Feira)
26 
Quarta-Feira 
de Cinzas
27 28 29
14 WINCALENDAR. Calendário de 2020. Disponível em: https://www.wincalendar.com/pt/Calendario-2020-Feriados-Brasil. 
Acesso em: 22 fev. 2021.
79
PROCESSO E RELAÇÃO JURÍDICA PROCESSUAL
 Saiba mais
Sobre a informatização do processo judicial, comunicação eletrônica 
dos atos processuais e contagem do prazo, leia o artigo 4º da Lei a seguir:
BRASIL. Lei n. 11.419, de 19 de dezembro de 2006. Brasília, 2006.
A contagem dos prazos que se diferenciam da regra geral acima mencionada, vejamos:
•	 Prazos prescricionais prorrogam-se se o último dia da contagem cair em data na qual não 
haja expediente forense (feriado, férias ou ocasião em que haja o fechamento do fórum ou o 
expediente encerre-se antes do normal).
•	 Prazos decadenciais tem a mesma contagem que os prescricionais, mas não se suspendem nem 
se interrompem.
 Observação
Prescrição é a perda do direito de ação.
Decadência é a perda do direito.
•	 Prazos em horas são contados minuto a minuto, a contar da intimação. Não se aplica a regra da 
exclusão do dia da intimação. Se na publicação não constar a hora da intimação, aplica-se a regra 
de exclusão do primeiro dia e inclusão do dia do vencimento (aplicado por analogia o Código 
Civil, art. 132, § 4º). Exemplo: prazo de 48 horas publicado na segunda-feira pela imprensa oficial 
terminará no final do expediente da quarta-feira.
•	 Contagem regressiva de prazo utiliza da mesma regra da normal, excluindo o dia do começo e 
incluindo o dia do vencimento, apenas contando para trás os dias úteis.
Perda do prazo pela parte não incorrerá em preclusão, se demonstrar que não o praticou por justa 
causa, devolvendo o prazo integral à parte. Casos de justa causa: evento imprevisto, alheio à vontade 
das partes; doença do advogado, moléstia imprevisível, que o impeça de praticar o ato (CPC, art. 223, 
§§ 1º e 2º).
Na falta de previsão legal expressa ou determinação judicial, os prazos para as partes serão de 5 dias 
(CPC, art. 218, § 3º).
O prazo do juiz para proferir despachos é de 5 dias, decisões interlocutórias é de 10 dias e sentenças 
é de 30 dias.
80
Unidade II
5.2.4.3 Suspensão e interrupção da contagem dos prazos
Suspensão e interrupção são eventos que provocam a paralisação do curso do prazo processual. 
Os prazos processuais podem ser suspensos e interrompidos, desde que existam motivos relevantes 
autorizados por lei.
Na ocorrência de fato suspensivo, o prazo para de correr, e terminado o fato suspensivo a contagem 
do prazo retoma pelo tempo que lhe resta até o término. Exemplos:
• Férias forenses e recesso forense (CPC, art. 220).
• No caso de obstáculo criado em detrimento da parte (CPC, art. 221, 1ª parte), como por exemplo: 
impossibilidade de o advogado consultar o processo ou retirar os autos; greve; etc.
• Hipóteses de suspensão do curso do processo estão previstos no CPC, art. 313.
Na ocorrência de fato interruptivo, o prazo para de correr, e terminado o fato interruptivo o prazo é 
integralmente restituído ao interessado, a contagem do prazo reinicia. São raras as causas interruptivas, 
como as seguintes:
• Quando o réu requer o desmembramento do processo, em virtude de litisconsórcio multitudinário 
(CPC, art. 113, §§ 1º e 2º).
• Quando as partes opõem embargos de declaração (CPC, art. 1.026).
5.2.4.4 Privilégio de prazo
Possuem prazo em dobro para todas as suas manifestações processuais:
• Ministério Público (CPC, art. 180, § 1º).
• União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e suas respectivas autarquias e fundações de 
direito público (CPC, art. 183).
• Defensoria Pública (CPC, art. 186).
• Litisconsortes com diferentes procuradores, de escritórios diferentes e distintos (CPC, art. 229).
5.2.4.5 Preclusão
Preclusão é instituto de grande importância para o andamento do processo.
81
PROCESSO E RELAÇÃO JURÍDICA PROCESSUAL
Preclusão para as partes consiste na perda de uma faculdade processual, que pode ser atribuída:
• Ao fato de ela não ter sido exercida no prazo apropriado.
• À incompatibilidade com um ato anteriormente praticado.
• Ao fato de o direito à prática daquele ato já ter sido exercido anteriormente.
5.3 Classificação dos atos processuais
O Código de Processo Civil divide os atos processuais em:• atos das partes: autor e réu (arts. 200 a 202);
• atos (pronunciamentos) do juiz (arts. 203 a 205); e
• atos do escrivão ou do chefe de secretaria (arts. 206 a 211).
Vamos a explicação de cada um deles.
5.3.1 Atos processuais das partes
Os atos processuais praticados pelo autor e réu são declarações unilaterais ou bilaterais de vontade 
(CPC, arts. 200 a 202).
O tipo de ato unilateral varia conforme praticado pelo autor ou pelo réu. São unilaterais os de 
postulação e as manifestações de vontade, como os atos postulatórios da petição inicial para o autor, 
e da contestação para o réu; os requerimentos em geral, das provas, que impulsionam o processo para 
ambos; os recursos de decisões judiciais; etc.
O ato fundamental de postulação do autor é a petição inicial, na qual ele deduz o pedido e os 
fundamentos jurídicos em que está embasado. A petição inicial fixará os limites subjetivos e objetivos 
da demanda, não podendo mais haver, após a citação do réu, qualquer alteração do pedido ou dos 
fundamentos, sem que este concorde, e, em nenhuma hipótese, após o saneamento.
O ato fundamental de postulação do réu, após citado, é a defesa, contestação e reconvenção.
Atos processuais bilaterais das partes são a transação, que implica na extinção do processo com 
resolução de mérito por ato bilateral das partes (CPC, art. 487, III, “b”).
Os atos jurídicos processuais podem ter eficácia constitutiva, modificativa ou extintiva, que 
repercutirá sobre a situação jurídica das partes no processo, de forma imediata e independente de 
homologação judicial (CPC, art. 200).
82
Unidade II
O que não ocorre com a desistência da ação, que só produz efeitos depois de homologada 
judicialmente (eficácia ex nunc) (CPC, no art. 200, parágrafo único).
5.3.2 Atos do juiz
Os atos do juiz são os pronunciamentos judiciais praticados no processo, como sentença, decisão 
interlocutória e despachos (CPC, arts. 203 a 205).
Sentença é o pronunciamento por meio do qual o juiz põe fim à fase cognitiva do procedimento 
comum, bem como extingue a execução (CPC, art. 203, § 1º). Exemplo: sentença de mérito.
Há dois tipos de sentença, a definitiva e a terminativa. Na decisão definitiva ocorre o julgamento do 
mérito (CPC, art. 487). Na decisão terminativa ocorre a extinção do processo sem resolução de mérito 
(CPC, art. 485).
Os acórdãos são pronunciamentos judiciais referentes a julgamentos prolatados pelos tribunais. São 
decisões proferidas por órgãos colegiados.
Decisão interlocutória é ato pelo qual resolve questões incidentes, ou melhor, é todo pronunciamento 
judicial de natureza decisória que não corresponde à sentença (CPC, art. 203, § 2º). Exemplo: decisão de 
indeferimento de realização de prova pericial.
Despachos são todos os demais pronunciamentos do juiz praticados no processo, de ofício ou a 
requerimento da parte, que não trazem prejuízos às partes. São atos que não têm nenhum conteúdo 
decisório e não causam prejuízos, sendo irrecorríveis (CPC, art. 203, § 3º). Exemplo: vista às partes, 
chamam os autos conclusos.
Além desses, há outros atos privativos do juiz não relacionados no dispositivo legal, como: realizar 
de interrogatório das partes, tomar depoimentos, realizar a inspeção judicial, presidir audiências, 
supervisionar os trabalhos da Secretaria, atender os advogados, etc.
5.3.2.1 Atos do escrivão ou do chefe de secretaria e demais auxiliares da justiça
São atos do escrivão ou do chefe de secretaria, a autuação da petição inicial e registro do processo, 
termos de juntada, vista, conclusão e outros semelhantes, assinatura de atos e termos do processo 
em substituição a das pessoas que neles intervieram, certidões, dentre outros previstos em lei (CPC, 
arts. 206 a 211).
Humberto Theodoro Júnior cita e explica os termos processuais mais comuns praticados pelo escrivão, 
e que são os de juntada, vista, conclusão e recebimento, conforme abaixo transcrito:
 
83
PROCESSO E RELAÇÃO JURÍDICA PROCESSUAL
- Juntada é o ato com que o escrivão certifica o ingresso de uma petição 
ou documento nos autos.
- Vista é o ato de franquear o escrivão os autos à parte para que o 
advogado se manifeste sobre algum evento processual.
- Conclusão é o ato que certifica o encaminhamento dos autos ao juiz, 
para alguma deliberação.
- Recebimento é o ato que documenta o momento em que os autos 
voltaram a cartório após uma vista ou conclusão15.
Como já estudado, no processo há uma sucessão de atos praticados pelas partes, autor e réu, juiz e 
seus auxiliares, todo convergindo para um só fim, a sentença de mérito que soluciona o conflito.
5.4 Documentação do ato processual
Como o processo está em constante movimento, vez que é um conjunto de atos encadeados que se 
sucedem no tempo com interdependência entre eles para uma única finalidade, a sentença.
A tramitação do processo está fundamentada pelo impulso oficial dos próprios agentes do órgão 
judicial que promovem o andamento processual, mesmo que as parte estejam inertes.
O que impulsiona o processo são os prazos processuais previstos para o cumprimento dos atos 
processuais que tocam às partes, sob pena de ônus e deveres processuais previstas em lei.
Para tanto, todos os atos processuais são documentados e comunicados às partes, justificando o 
trabalho do escrivão ou do chefe de secretaria, que tem como função a documentação, comunicação e 
movimentação do processo (CPC, art. 152).
Para Humberto Theodoro Júnior: “Atos de documentação são os que se destinam a representar em 
escritos as declarações de vontade das partes, dos membros do órgão jurisdicional e terceiros que acaso 
participem de algum evento no curso do processo”16.
Logo, o ato processual antecede a documentação, como por exemplo: o depoimento testemunhal é 
um ato processual, que deve ser documentado com a transcrição do depoimento em ata de audiência; 
o não cumprimento do prazo processual pela parte é documentado pela certidão de decurso de prazo.
Os atos de documentação praticados pelo escrivão ou chefe de secretaria estão cobertos pela 
presunção de veracidade, que decorre da fé pública reconhecida por lei. 
15 THEODORO JÚNIOR, H. Curso de Direito Processual Civil, Vol. I. 60. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2019, p. 538.
16 THEODORO JÚNIOR, H. Curso de Direito Processual Civil, Vol. I. 60. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2019, p. 537.
84
Unidade II
5.5 Vícios dos atos processuais
Sabemos que o processo civil é um instrumento para tornar efetivo o direito material. O processo é 
formado por um conjunto complexo de atos processuais que se sucedem no tempo, com interdependência 
entre eles, e com um único objetivo, qual seja, a solução do conflito por meio da sentença de mérito, 
que nada mais é o que o exercício da prestação jurisdicional.
Quando a lei estabelece forma para a prática do ato, a sua inobservância pode acarretar a ineficácia 
do ato processual. O mesmo ocorre se houver desrespeito a requisitos quanto ao seu modo, tempo e lugar.
5.5.1 Conceito
Quando a lei exigir que o ato processual seja praticado com a observância de determinada forma, 
modo ou em certo tempo ou lugar, e se desrespeitadas, esse ato processual apresenta vício ou invalidade, 
que impede o deslinde do processo até a sentença de mérito.
José Eduardo Carreira Alvim explica que: “Com a perfeição, visa-se à eficácia do ato processual; ou, 
em princípio, a eficácia do ato deriva da perfeição”17.
5.5.2 Nulidade
No processo civil, a irregularidade na prática do ato processual pode produzir consequências diversas, 
podem acarretar sanções extraprocessuais, como o retardamento do ato pelo juiz (CPC, art. 143, II); 
irregularidades que acarretam nulidade (CPC, art. 280); e irregularidades que determinam a própria 
inexistência do ato, como a sentença proferida por juiz aposentado.
Humberto Theodoro Júnior explica a validade do ato jurídico e suas consequência, diferenciando a 
nulidade absoluta da nulidade relativa, a seguir:
 
Entre os atos jurídicos e o ordenamento jurídico deve haver uma relaçãode conformidade. Se a declaração de vontade se harmoniza com a lei, será 
válida (terá aptidão para produzir os efeitos visados pelo agente). Se entra 
em atrito com a lei, será inválida (não produzirá o efeito jurídico desejado).
A nulidade é, portanto, uma sanção que incide sobre a declaração de vontade 
contrária a algum preceito do direito positivo. Essa sanção – privação de 
validade – admite, porém, graus de intensidade. Quando a ilegalidade atinge 
a tutela de interesses de ordem pública, ocorre a nulidade (ou nulidade 
absoluta), que ao juiz cumpre decretar de ofício, quando conhecer do ato 
processual viciado (não depende, pois, de requerimento da parte prejudicada; 
o prejuízo é suportado diretamente pela jurisdição).
17 ALVIM, J. E. C. Teoria Geral do Processo. 22. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2019, p. 295.
85
PROCESSO E RELAÇÃO JURÍDICA PROCESSUAL
Sempre, porém, que a ilegalidade tiver repercussão sobre interesse apenas 
privado da parte (que, por isso, tem disponibilidade do direito tutelado pela 
norma ofendida), o que ocorre é a anulabilidade (ou nulidade relativa). 
Pela menor repercussão social do vício, a lei reserva para o titular da 
faculdade prejudicada o juízo de conveniência sobre anular ou manter o ato 
defeituoso. Não cabe ao juiz, por sua própria iniciativa, decretar a invalidação 
de ato apenas anulável. Sem o requerimento da parte interessada, o ato se 
convalida (é como se não portasse o defeito que nele se instalou)18.
Não incorrerá em vício no ato processual, se este alcançar o resultado para o qual foi previsto, com 
fundamento no princípio da instrumentalidade (CPC, art. 277).
Segundo Marcus Vinicius Rios Gonçalves: “Do princípio da instrumentalidade das formas resulta que 
não se declarará a nulidade — seja absoluta ou relativa — se não houver prejuízo”19.
Logo, a forma para a prática do ato processual só é necessária para assegurar que atinja a sua 
finalidade. Exemplo: réu citado de forma incorreta ou não foi citado, mas este comparece à audiência 
designada e se defende, não caberá ao juiz declarar a nulidade ou inexistência do processo.
5.5.2.1 Atos meramente irregulares
Os atos meramente irregulares desobedecem formalidades irrelevantes, que não são capazes de 
tornar o ato inválido, não gerando nenhuma consequência.
Para Humberto Theodoro Júnior, os atos processuais apenas irregulares “[...] são aqueles 
praticados com infringência de alguma regra formal, sem, entretanto, sofrer qualquer restrição em 
sua eficácia normal”20.
Exemplos de ato meramente irregular:
• rasura no ato processual que não gera dúvida sobre a autenticidade escrito.
• inexatidão material ou o erro de cálculo da sentença, que pode ser corrigido a qualquer tempo 
sem comprometer-lhe a validade e eficácia (CPC, art. 494, I).
• decisões proferidas fora do prazo legal, que nem sequer desafiam qualquer emenda ou correção 
(art. 226 e incisos).
18 THEODORO JÚNIOR, H. Curso de Direito Processual Civil, Vol. I. 60. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2019, p. 616.
19 GONÇALVES, M. V. R. Direito Processual Civil Esquematizado. 10. ed. São Paulo: Saraiva, 2019, p. 349.
20 THEODORO JÚNIOR, H. Curso de Direito Processual Civil, Vol. I. 60. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2019, p. 615.
86
Unidade II
5.5.2.2 Nulidade relativa
A nulidade relativa é declarada quando o ato processual é praticado sem a observância de um dos 
requisitos de validade, que são de interesse das próprias partes, que gera irregularidades sanáveis.
Nos atos processuais em que se constatam nulidades relativas, devem ser requeridas pela parte 
interessada, que tenham sofrido prejuízo, no primeiro momento em que estas tenham para se manifestar 
no processo, sob pena de preclusão.
Se assim constatada pelo juiz, este determinará a correção do ato processual pela parte.
Exemplos de nulidades relativas:
• Sentença proferida por juiz suspeito.
• Sentença proferida por juiz incompetente em razão do território.
5.5.2.3 Nulidade absoluta
A nulidade absoluta é declarada quando o ato processual é praticado sem a observância de um 
requisito de validade que são de interesse público, que gera ineficácia que é insanável. Também são 
qualificados de nulos os atos do juiz e do auxiliares da justiça.
Nos atos processuais em que se constatam nulidades absolutas, podem ser assim decretadas pelo 
juiz de ofício ou a requerimento da parte, independentemente de ter sofrido prejuízo, podendo ser 
arguido a qualquer tempo e fase processual, gerando a ineficácia do ato processual (inexistência).
Ao pronunciar a nulidade, havendo oportunidade para que o vício seja sanável, visando a prática 
eficaz do ato nulamente realizado, deverá o juiz ordenar sua repetição (NCPC, art. 282, caput).
Se encerrado o processo, a nulidade poderá ser arguida em ação rescisória (CPC, art. 966, II).
Exemplos de nulidades absolutas:
• Apresentação de contestação pelo réu sem os requisitos legais, não será considerado ato nulo, 
mas sim, o juiz considerará que a contestação não foi apresentada.
• Sentença proferida por juízes impedidos ou incompetentes.
• Falta de intervenção do Ministérios Público, quando obrigatório.
• Falta do curador especial, quando necessário.
87
PROCESSO E RELAÇÃO JURÍDICA PROCESSUAL
• Citação realizada sem obediência às formalidades legais.
• Sentença proferida sem as formalidades prescritas em lei.
• Sentença proferida com base em documento, sem que o juiz tenha ouvido a parte contrária sobre 
o mesmo, ferindo o princípio do contraditório.
• Sentença extra petita, quando o juiz presta a tutela jurisdicional fora do pedido da parte (CPC, 
arts. 2º, 141 e 492).
5.5.2.4 Diferença entre nulidade absoluta e nulidade relativa
Então, qual a diferença entre nulidade absoluta e relativa? Para facilitar a compreensão, apresentamos 
o quadro abaixo:
Quadro 6 
Nulidade absoluta Nulidade relativa
Forma prevista em lei ou não respeitada norma cogente, 
estatuída em favor do interesse público.
Forma prevista em lei ou não respeitada norma não 
cogente, estatuída em favor do interesse das partes.
Declarada pelo juiz de ofício ou arguida pela parte, que 
demonstrar ter sofrido prejuízo. Arguida pela parte, que demonstrar ter sofrido prejuízo.
Arguição em qualquer momento ou fase processual, não 
gerando a preclusão.
Arguição no primeiro momento em que a parte 
prejudicada tiver para se manifestar no processo, sob 
pena de preclusão.
Não arguição não gera a preclusão, podendo a parte 
prejudicada ajuizar uma ação rescisória.
Não arguição no momento oportuno pela parte 
prejudicada, não podendo mais fazê-lo, por gerar a 
preclusão.
Gera a nulidade do ato processual. Gera a anulabilidade do ato processual.
Ocorrem quando se ofendem regras disciplinadoras dos 
pressupostos processuais e condições da ação.
Ocorrem quando se violam faculdades processuais da 
parte, como: cerceamento do direito ao contraditório e 
ampla defesa.
5.5.2.5 Atos ineficazes
Os atos ineficazes são aqueles praticados com inobservância de elementos essenciais à sua 
constituição, como, por exemplo, a sentença sem fundamentação (CPC, art. 489, II).
Justifica-se com base nos pressupostos processuais de eficácia e de validade.
Cabe ressaltar que, parte da doutrina nega essa modalidade de ato processual, incluindo-o na 
categoria dos atos nulos.
A ineficácia do ato processual pode requerida no curso do processo, em qualquer momento e fase 
processual, não gerando a preclusão.
88
Unidade II
Decretada a ineficácia do ato, o juiz determinará que o vício seja sanado. Se o processo estiver 
concluído, poderá ser objeto de ação declaratória de ineficácia, impugnação ao cumprimento de 
sentença ou em embargos à execução.
5.5.3 Arguição e decretação da nulidade
É admitido ao juiz de ofício declarar a nulidade absoluta do ato processual, ou a requerimento da 
parte prejudicada, sendo que o réu poderá usar a contestação ou petição simples, e o autor poderá 
requerer a nulidade em petição simples (CPC, art. 276). É possível, também, a invocação de nulidadeem 
razões de apelação ou em alegações orais de audiência, por qualquer das partes e pelo Ministério Público.
A nulidade relativa deve ser arguida pela parte prejudicada na primeira oportunidade em que lhe 
couber falar nos autos, após o ato defeituoso, sob pena de preclusão, que corresponde à perda da 
faculdade processual de promover a anulação em outra oportunidade (CPC, art. 278).
A alegação da nulidade absoluta pode ser feita em qualquer momento e fase do processo, por não 
haver falar-se em preclusão.
Quando constatado vício do ato processual, este deve ser declarado pelo juiz, que ao pronunciar a 
nulidade deverá esclarecer quais são os atos processuais que se encontram maculados, ordenando as 
providências para que sejam repetidos ou retificados (CPC, art. 282).
Quanto à extensão da nulidade, uma vez que o processo pressupõe um conjunto e uma sucessão de 
atos encadeados e interligados, declarada a nulidade de um ato, este pode prejudicar os atos praticados 
posteriormente e que deste dependiam, gerando igualmente a nulidade também destes atos posteriores 
(CPC, art. 281). Exemplo de ato nulo que invalida todos os demais atos é a citação inválida do réu.
A nulidade ou anulabilidade recai somente sobre o ato nulo, que não possam ser aproveitados (CPC, 
art. 283 e parágrafo único).
Não há falar em nulidade de atos anteriores e dos posteriores que não guardam relação com o ato nulo.
5.5.4 Quadro comparativo das invalidades do processo
Para facilitar a compreensão, apresentamos quadro comparativa das invalidades do processo, que 
são de quadro ordem, conforme esquema geral apresentado por Marcus Vinicius Rios Gonçalves21, 
a seguir:
21 GONÇALVES, M. V. R. Direito Processual Civil Esquematizado. 10. ed. São Paulo: Saraiva, 2019, p. 351.
89
PROCESSO E RELAÇÃO JURÍDICA PROCESSUAL
Quadro 7 
Tipo de vício Quando ocorre Consequências Reconhecimento e regularização
Atos meramente 
irregulares
Decorrem da 
inobservância de 
formalidade não relevante.
Nenhuma Desnecessários
Nulidades relativas
Inobservância de forma 
estabelecida em benefício 
de uma das partes.
Deve ser alegada pelo 
prejudicado na primeira 
oportunidade, sob pena de 
preclusão. Só será declarada 
se trouxer prejuízo para o 
litigante que a alegar.
O reconhecimento depende de 
alegação pela parte prejudicada 
e implicará retificação ou 
renovação do ato.
Nulidades absolutas
Inobservância de forma 
estabelecida em razão do 
interesse público.
Pode ser conhecida de 
ofício no curso do processo 
e não preclui, exceto depois 
de transcorrido in albis o 
prazo da ação rescisória.
Se o juiz, de ofício ou a 
requerimento, reconhecer a 
nulidade, determinará que o ato 
viciado e os subsequentes dele 
dependentes sejam renovados. 
Depois de encerrado o processo, 
poderá caber ação rescisória, no 
prazo de dois anos.
Ineficácia
Inobservância de forma 
essencial, estrutural, que 
constitua pressuposto 
processual de eficácia.
Pode ser conhecida no curso 
do processo e não preclui 
nunca, podendo ser alegada 
a qualquer tempo.
Verificado o vício no curso do 
processo, o juiz determinará 
o necessário para saná-lo, 
mandando que o ato viciado e os 
subsequentes sejam renovados. 
Se o processo estiver concluído, 
poderá ser alegado em ação 
declaratória de ineficácia, 
impugnação ao cumprimento de 
sentença ou em embargos 
à execução.
6 LITISCONSÓRCIO E INTERVENÇÃO DE TERCEIROS
6.1 Conceito de parte e de terceiro
Como já estudamos e convém relembrar, o processo é um instrumento que apresenta-se como uma 
relação jurídica que se estabelece entre as partes e o juiz, para a resolução imparcial dos conflitos que 
se verificam na vida social.
Os sujeitos principais do processo são, autor, réu e Estado-juiz, gerando uma relação jurídica 
trilateral. Autor e réu se apresentam nos polos contrários, contrastantes da relação processual, 
como sujeitos parciais. O juiz se apresenta como sujeito imparcial, representando o interesse público 
jurisdicional, para a justa resolução do litígio.
Autor é a parte que invoca a tutela jurisdicional do Estado, que assumindo a posição ativa instaura 
a relação processual por meio da distribuição da ação contra o réu.
Réu assume a posição passiva e se sujeita à relação processual instaurada pelo autor contra ele.
90
Unidade II
Cintra, Grinover e Dinamarco definem autor como “aquele que deduz em juízo uma pretensão” [...] e 
réu como “aquele em face de quem aquela pretensão é deduzida”22.
Humberto Theodoro Júnior entende que parte, “[...] além de sujeito da lide ou do negócio jurídico 
material deduzido em juízo, é também sujeito do processo, ‘no sentido de que é uma das pessoas que 
fazem o processo’, seja de forma ativa, seja passiva, com real possibilidade de influir na formação do 
próprio provimento jurisdicional”23.
Pode haver pluralidade de autores e/ou réus em um mesmo processo, sendo que quando houver 
mais de um autor no polo ativo do processo tem-se o litisconsórcio ativo; quando houver mais de um 
réu no polo passivo do processo tem-se o litisconsórcio passivo; e quando houver pluralidade de autores 
e de réus tem-se o litisconsórcio misto ou recíproco.
É possível ainda que, além das partes ativa e passiva, um terceiro venha a intervir no processo. É o 
caso da intervenção de terceiros.
Terceiro é definido por José Eduardo Carreira Alvim, como “[...] aquele que, não sendo parte no 
processo, mas sendo titular de um interesse jurídico na intervenção, se mostra legitimado a intervir, seja 
espontaneamente, seja mediante provocação da parte, desde que demonstre interesse em auxiliar uma 
das partes”24.
Estes conceitos nos fornece conhecimento básico necessário para prosseguir no nosso estudo, 
primeiro sobre litisconsórcio e depois intervenção de terceiros.
6.2 Litisconsórcio
Litisconsórcio é a pluralidade de pessoas demandantes e/ou demandadas no mesmo processo, isto é, 
é a reunião no polo ativo e/ou no polo passivo de mais de uma pessoa no mesmo processo. Podem estar 
litigando conjuntamente vários autores contra um réu, ou um autor contra vários réus, ou ainda vários 
autores contra vários réus (CPC, arts. 113 a 118).
Litisconsórcio é a exceção, cuja regra é a singularidade de partes.
Cintra, Grinover e Dinamarco definem litisconsórcio como “[...] um fenômeno de pluralidade de 
pessoas, em um só ou em ambos os polos conflitantes da relação jurídica processual (isto é, ele constitui 
fenômeno de pluralidade de sujeitos parciais principais do processo)”.25
22 CINTRA, CINTRA, A. C.; GRINOVER, A. P.; DINAMARCO, C. R. Teoria Geral do Processo. 28. ed. São Paulo: Malheiros, 
2012, p. 328.
23 CARNELUTTI apud THEODORO JÚNIOR, H. Curso de Direito Processual Civil, Vol. I. 60. ed. Rio de Janeiro: Forense, 
2019, p. 281.
24 ALVIM, J. E. C. Teoria Geral do Processo. 22. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2019, p. 225.
25 CINTRA, CINTRA, A. C.; GRINOVER, A. P.; DINAMARCO, C. R. Teoria Geral do Processo. 28. ed. São Paulo: Malheiros, 
2012, p. 328.
91
PROCESSO E RELAÇÃO JURÍDICA PROCESSUAL
Para Marcus Vinicius Rios Gonçalves o fenômeno da litispendência “[...] ocorre quando duas ou mais 
pessoas figuram como autoras ou rés no processo. Se forem autoras, o litisconsórcio será ativo; se rés, 
passivo; se ambas, bilateral ou misto”26.
Os diversos litigantes que se encontram no mesmo polo da relação processual são chamados de 
litisconsortes.
Justifica-se a formação do litisconsórcio pela efetividade do princípio da economia processual e da 
harmonização dos julgados, vez que constituído quando da existência de uma inter-relação entre as 
situações jurídicas de direito material e conexidade entre diversas pretensões dos litisconsortes.
Justifica-se a formação do litisconsórcio em cumprimento.
6.2.1 Classificação de litisconsórcio
Podemos classificar o litisconsórcio sob o prisma da posição das partes na relação processual, sob 
o prisma do momento da formação do litisconsórcio e sob o prisma da obrigatoriedade ou não de sua 
instituição.
6.2.1.1 Litisconsórcio sob o prismada posição das partes na relação processual
Quanto à posição das partes no processo, o litisconsórcio pode ser:
• Litisconsórcio ativo: quando estão presentes vários autores.
• Litisconsórcio passivo: quando estão presentes vários réus.
• Litisconsórcio misto: pluralidade de autores e de réus.
6.2.1.2 Litisconsórcio sob o prisma do momento de sua formação ou instituição 
ou constituição
Quanto ao momento de sua formação, o litisconsórcio pode ser:
• Litisconsórcio inicial ou originário: constituído no início do processo. Exemplo: vários autores 
ingressam com ação em face da mesma empresa, para reclamar um direito do consumidor.
• Litisconsórcio superveniente ou ulterior ou posterior ou incidental: constituído no curso da relação 
jurídica processual e a citação. Admissível somente nos casos previstos em lei, como no caso de 
intervenção de terceiro referente à denunciação da lide (CPC, arts. 125 a 129) e ao chamamento 
ao processo (CPC, arts. 130 a 132).
26 GONÇALVES, M. V. R. Novo Curso de Direito Processual Civil, Vol. I. 14. ed. São Paulo: Saraiva, 2017, p. 170.
92
Unidade II
6.2.1.3 Litisconsórcio sob o prisma da obrigatoriedade ou não de sua instituição
Quanto à faculdade ou a obrigatoriedade da formação do litisconsórcio, tem-se o litisconsórcio 
facultativo ou o litisconsórcio necessário, que pela complexidade merece uma explicação mais detalhada.
a) Litisconsórcio facultativo ou voluntário ou dispensável
O litisconsórcio facultativo ou voluntário ou dispensável é formado pela simples vontade das partes, 
não havendo imposição legal em sua formação (CPC, art. 113). As ações até poderiam ter sido ajuizadas 
individualmente.
Sob o aspecto da parte autora, o litisconsorte facultativo é aquele cuja formação do litisconsórcio é 
opcional. No momento da propositura da demanda, o autor tem a opção de formá-lo ou não.
Atenção! Neste caso, o litisconsórcio é facultativo para o autor, mas não para o réu, em que o 
litisconsórcio é irrecusável, pois é o autor que estabelece os limites objetivos (pedidos) e subjetivos 
(partes no processo).
Requisitos do litisconsórcio facultativo (CPC, art. 113 e incisos):
• Comunhão de direitos ou de obrigações entre duas ou mais partes. Exemplos:
— Quando há direitos solidários ativo e passivo, ocorre quando há vários credores para um direito 
ou vários devedores solidários (CC, art. 264).
— Se o devedor solidário for demandado sozinho poderá utilizar-se do chamamento ao processo, 
para convocar o codevedor solidário e obter contra ele título executivo relativo à sua 
cota-parte (CPC, art. 130, III).
— Pode derivar da mesma causa de pedir, como pedidos de indenização de duas ou mais pessoas, 
em virtude de um mesmo acidente de carro.
— Quando do mesmo fato duas pessoas extraem consequências jurídicas diferentes, mas litigam 
em conjunto, por exemplo: dois licitantes pleiteiam anulação judicial de um edital de licitação, 
um porque há cláusula ilegal que o prejudica e outro porque foi desclassificado indevidamente.
• Há entre as causas conexão, ou pelo objeto (pedido) ou pela causa de pedir. Exemplo:
— O sujeito “A” propõe contra o sujeito “B” ação de indenização decorrente de múltipla colisão de 
automóveis, e o sujeito “C” propõe ação semelhante, em virtude do mesmo acidente, contra o 
sujeito “D”, que entende ser o culpado. Propostas separadamente as ações são conexas, o que 
permite sejam reunidas para julgamento conjunto, sendo que os sujeitos “A” e “C” poderiam 
propor as ações em litisconsórcio.
93
PROCESSO E RELAÇÃO JURÍDICA PROCESSUAL
 Lembrete
Relembrando o já estudado instituto da conexão, que pode resultar 
efeitos modificativos na competência do ajuização de uma ação judicial, o 
Código de Processo Civil, no art. 55, dispõe: “Reputam-se conexas 2 (duas) 
ou mais ações quando lhes for comum o pedido ou a causa de pedir”.
• Afinidade de questões por um ponto comum no fundamento de fato ou de direito. Exemplo:
— Duas pessoas que pretendem obter determinado benefício da previdência social, com o mesmo 
fundamento. Embora, a situação de cada parte seja diferente, ambas invocam o mesmo 
dispositivo legal.
b) Litisconsórcio multitudinário
Litisconsórcio multitudinário ocorre quando há uma quantidade grande de litisconsortes, podendo 
o juiz limitar o número de litisconsortes, desde que verificadas as seguintes circunstâncias (CPC, art. 113, 
§§ 1º e 2º):
• Deve tratar-se de litisconsórcio facultativo.
• O número de litisconsortes possa comprometer o curso normal do processo e a solução do litígio.
• Possa causa prejuízo ao direito de defesa ou dificultar o cumprimento de sentença.
Exemplo de litisconsórcio multitudinário: ação com 1.000 autores, o grande número de autores pode 
dificultar a defesa ou comprometer a rápida solução do litígio.
Neste caso, o juiz pode, de ofício ou a requerimento do réu, limitar o litisconsórcio, determinando o 
desmembramento do processo, em tantos quantos forem necessários, considerando o tipo de questão 
posta em juízo e o número de participantes razoável.
Todos os processos que se formarem terão tramitação perante o mesmo juízo ao qual foi distribuído 
o processo originário.
O pedido de limitação interrompe o prazo da defesa, recomeçando o prazo da publicação da intimação 
da decisão de desmembramento do processo por se tratar de litisconsórcio multitudinário (CPC, art. 113, 
§ 3º). Se a decisão for favorável determinando o desmembramento do processo, o prazo para contestar 
ocorrerá depois da separação e de ser o réu intimado desta.
Contra a decisão judicial de desmembramento, cabe recurso de agravo de instrumento (CPC, 
art. 1.015, VII e VIII).
94
Unidade II
c) Litisconsórcio necessário ou indispensável
O litisconsórcio necessário ou indispensável pode se formar em decorrência de determinação legal 
ou quando, pela natureza da relação jurídica controvertida, a eficácia da sentença proferida depender 
de que todas as pessoas legitimadas estejam no processo (CPC, art. 114).
Sob o aspecto da parte autora, litisconsorte necessário é aquele cuja formação do litisconsórcio 
é obrigatória. O processo não pode prosseguir e o juiz não pode julgar validamente, se não estiverem 
presentes todos os litisconsortes necessários.
O juiz verificando a hipótese de litisconsórcio necessário determina ao autor que cite os demais, sob 
pena de extinção do processo sem resolução (julgamento) de mérito.
A primeira hipótese de litisconsórcio necessário é a determinada por lei, tornando obrigatória 
a presença de mais de uma pessoa no polo ativo ou no polo passivo da demanda, sob pena de 
nulidade. Exemplos:
• Ações relativas a imóveis em que a presença da mulher é obrigatória ou nas que se fundem em 
direitos reais sobre imóveis (CPC, art. 73, § 1º).
• Ações de usucapião, em que a lei determina a citação daquele em cujo nome o imóvel estiver 
registrado, de todos os confinantes e dos terceiros interessados (CPC, art. 246, § 3º).
Na segunda hipótese, é necessário o litisconsórcio mesmo sem determinação legal para sua formação, 
como nas ações em que são únicas, unas, incindíveis e que têm mais de um titular. Exemplo:
• Ação de dissolução de casamento, eis que a dissolução ocorrerá para ambos, marido e mulher.
• Ação de anulação de contrato, eis que se anulado, anula-se para todos os contratantes e 
contratados.
6.2.1.4 Litisconsórcio sob o prisma do seu regime material, repercussão da sentença ou 
natureza da decisão para cada litisconsorte na relação jurídica material
O litisconsórcio sob o prisma do seu regime material, repercussão da sentença ou natureza da decisão 
para cada litisconsorte na relação jurídica material pode ser simples ou unitário.
• Litisconsórcio simples: a sentença pode ser diferente para cada litisconsorte.
• Litisconsórcio unitário: pela natureza da relação jurídica em discussão, a sentença deve ser idêntica 
para todos os litisconsortes.
95
PROCESSO E RELAÇÃO JURÍDICA PROCESSUAL
No entanto, o litisconsórcio será sempre necessário se for unitário, isto é,se a relação jurídica 
for daquelas que devem ser decididas de maneira uniforme para todos os seus sujeitos, a presença de 
todos será obrigatória no processo. Exemplo: anulação de contrato, quando tem vários contratantes.
Logo, sempre que a sentença deva ser uniforme para todos os litisconsortes, o litisconsórcio é 
necessário (CPC, art. 114).
A regra é o litisconsórcio facultativo andando junto com o litisconsórcio simples e o litisconsórcio 
necessário com o litisconsórcio unitário. Como demonstrado abaixo:
Litisconsórcio facultativo------------Litisconsórcio necessário
 ↓ ↓
Litisconsórcio simples----------------Litisconsórcio unitário
Litisconsórcio facultativo – litisconsórcio simples: não há obrigatoriedade da formação do 
litisconsórcio e a sentença pode ser diferente para as partes.
Litisconsórcio necessário – litisconsórcio unitário: ocorre quando a lei prever a obrigatoriedade 
do litisconsórcio e a sentença tiver que ser uniforme para as partes.
Exceção - litisconsórcio facultativo e litisconsórcio unitário: quando há a faculdade para ajuizar 
ação formando um litisconsórcio, que se formado a sentença gera efeitos e tem abrangência igual para 
todos os litisconsortes, que está implicitamente incluída no art. 116 do CPC.
Humberto Theodoro Júnior explica que a figura do litisconsórcio facultativo unitário
 
[...] tem como função resolver a situação daqueles casos previstos no direito 
material em que a relação jurídica é incindível, mas a legitimação para discuti-la 
é atribuída por lei a mais de uma pessoa, que pode agir individualmente, 
provocando solução judicial extensível a todos os cointeressados27.
Exemplos de litisconsórcio facultativo unitário:
• Ação de anulação de assembleia de constituição de sociedade, ajuizada por um sócio, em que a 
sentença anulatória abrangerá a todos os sócios.
• Ação ajuizada por substituição processual, cujo papel consiste justamente em resolver o problema 
dos colegitimados que deixam de participar do processo, mas a sentença ultrapassará os substitutos 
e repercutirá na esfera jurídica dos substituídos.
27 THEODORO JÚNIOR, H. Curso de Direito Processual Civil, Vol. I. 60. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2019, p. 365.
96
Unidade II
6.2.2 Efeitos do litisconsórcio sobre o processo
Os efeitos do litisconsórcio sobre o processo estão relacionados à extensão dos atos praticados por 
um dos litisconsortes em relação aos demais, se podem ser beneficiados ou prejudicados por um ato 
processual praticado por outro litisconsorte.
Relacionamos os efeitos:
• A relação processual única, com pluralidade de sujeitos, que atuam de forma autônoma, 
independente uns dos outros, sendo que os atos e omissões de um litisconsorte não prejudicam, 
nem aproveitam aos demais, é o regime da independência (CPC, art. 117).
• Os litisconsortes mantêm-se separados.
• Os atos de um litisconsorte não aproveitam aos demais, consequência da autonomia, que é regra 
fundamental.
• As postulações e as alegações são independentes e consideradas individualmente.
• A confissão de um litisconsorte não prejudica aos demais (CPC, art. 391).
• Em matéria de prova, sendo litisconsórcio facultativo, não decorrente de matéria unitária, 
fica confiado ao prudente arbítrio do juiz assegurar ou não a cada litisconsorte o número de 
testemunhas que a lei prevê para cada parte.
• É possível a reconvenção no litisconsórcio, desde que ligado ao próprio reconvinte.
• Cada litisconsorte tem o direito de promover o andamento do processo, sendo que todos devem 
ser intimados dos respectivos atos (CPC, art. 118).
• Uniformidade da sentença, exceção a essa regra: interposição de recurso de um litisconsorte, não 
havendo recurso dos demais, a sentença não faz coisa julgada quanto aos que não recorreram, 
e a matéria, por força do recurso, é inteiramente entregue à apreciação do tribunal, que decide, 
obrigando a todos os litisconsortes, mesmo os que não recorreram.
• Revelia ineficaz em havendo pluralidade de réus, se algum deles contesta a ação (CPC, art. 345, I).
• Se o recurso interposto por um dos litisconsortes a todos aproveita, salvo se distintos os interesses 
daqueles (CPC, art. 1.005). É a regra formada na jurisprudência de que os atos benéficos praticados 
por um dos litisconsortes a todos se estendem. Contudo, os atos prejudiciais não produzem efeitos 
em relação aos demais litisconsortes, somente ao que os tenha realizado.
• Se um litisconsorte não querer acionar e outro sim, este propõe a ação e o juiz cita o litisconsorte 
que não quer, para formar o litisconsórcio.
97
PROCESSO E RELAÇÃO JURÍDICA PROCESSUAL
• Quando os litisconsortes tiverem diferentes procuradores, de escritórios de advocacia distintos, 
terão prazo em dobro para contestar, recorrer e para falar nos autos (CPC, art. 229).
6.2.3 Quadro de litisconsórcio relacionado à obrigatoriedade ou não de sua instituição 
e a natureza da decisão para cada litisconsorte na relação jurídica material
Litisconsórcio Simples Unitário
Necessário
Litisconsórcio será necessário e simples 
quando a sua formação for obrigatória por 
força de lei, como nas ações de usucapião. 
Se a lei determinar a sua formação, mas o 
processo versar sobre relação jurídica una e 
incindível, o litisconsórcio será necessário e 
unitário, como nas ações de dissolução da 
sociedade empresária.
Litisconsórcio será necessário e unitário quando 
o processo versar sobre coisa ou relação jurídica 
una e incindível, que tenha vários titulares, 
com legitimidade ordinária. Exemplos de 
litisconsórcios necessários e unitários são as 
ações de nulidade de casamento, ajuizadas pelo 
MP, e as ações de anulação de contrato.
Facultativo
Litisconsórcio será facultativo e simples 
nas hipóteses dos incisos do art. 113, do 
CPC: comunhão, conexão e afinidade por 
um ponto comum. No caso de comunhão 
ou cotitularidade, o litisconsórcio será 
facultativo e simples se a coisa ou relação 
jurídica for una, mas cindível, como ocorre 
na solidariedade, porque, se for incindível, 
haverá unitariedade.
Hipótese mais rara. Pressupõe que o processo 
verse sobre relação jurídica una e incindível, 
com mais de um titular, mas que exista lei que 
autorize a sua postulação ou defesa em juízo por 
apenas um dos titulares, o que só ocorre quando 
se está no campo da legitimidade extraordinária, 
caso de substituição processual.
Se a lei faculta que a coisa ou direito seja 
defendido só por um dos titulares, se eles se 
agruparem para fazer, o litisconsórcio será 
facultativo e unitário.
Sentença 
A sentença pode ser diferente para os 
litisconsortes, o regime é o da autonomia 
ou independência (os atos praticados por 
um não beneficiam os demais).
Única sentença. Discute-se no processo uma 
relação jurídica única e incindível, tendo o 
resultado de ser o mesmo para todos; os atos 
praticados por um dos litisconsortes beneficiam 
a todos.
6.3 Intervenção de terceiros
A intervenção de terceiros trata de hipóteses de terceiros que podem ingressar no processo em 
andamento. São terceiros aqueles que não figuram como partes, autor e réu. Por força da intervenção, 
pode ocorrer que o terceiro adquira a condição de parte, auxiliar da parte ou do juízo.
Para Marcus Vinicius Rios Gonçalves explica que a intervenção de terceiros “Ocorre quando há o 
ingresso de alguém em processo alheio que esteja pendente”.28
Humberto Theodoro Júnior ensina que ocorre a intervenção de terceiros “[...] quando alguém ingressa, 
como parte ou coadjuvante da parte, em processo pendente entre outras partes”29.
Em qualquer caso, só será admitida a intervenção de terceiro nas hipóteses previstas em lei, se o 
terceiro puder ter sua esfera jurídica atingida pela decisão judicial. Portanto, o terceiro deve demonstrar 
o seu interesse jurídico no processo.
28 GONÇALVES, M. V. R. Novo curso de Direito Processual Civil, Vol. I. 14 ed. São Paulo: Saraiva, 2017, p. 187. 
29 THEODORO JÚNIOR, H. Curso de Direito Processual Civil, Vol. I. 60 ed. Rio de Janeiro: Forense, 2019, p. 371.

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