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II UNIDADE AULA 03 – PERIODONTIA (07/11/2022) A microbiota subgengival da periodontite, seus produtos e fatores do hospedeiro produzidos em resposta à agressão, tem acesso, tanto aos tecidos periodontais, quanto à circulação sistêmica através do epitélio ulcerado, podendo, portanto, causar efeitos à distância. ▪ Processo infeccioso; ▪ Superfície do endocárdio; ▪ Válvulas cardíacas; ▪ História prévia de doença cardíacas. portadores de próteses cardíacas; ▪ Taxa de mortalidade: -27% (Kuyvenhoven et al., 1994); 25% (Rocha et al., 2009) -Envolvidos c/ Odontologia: 25% dos casos CAVEZZI JUNIOR & ZANATTO, 2003 ▪ Bacteremia por corrente sanguínea; ▪ Procedimentos mais comuns: -Exodontias -Raspagens e alisamentos radiculares ▪ Mais danoso: -Exposição cumulativa -Procedimentos rotineiros PROFILAXIA DA ENDOCARDITE É RECOMENDADA: ▪ CONDIÇÕES DE ALTO RISCO: -Valvas cardíacas protéticas; -Endocardite bacteriana prévia; -Condutos pulmonares reconstruídos cirurgicamente; -Doenças cardíacas congênitas cianóticas complexas. ▪ CONDIÇÕES DE RISCO MODERADO: -A maioria das malformações cardíacas congênitas; -Disfunção valvar adquirida; -Cardiomiopatia hipertrófica; -Prolapso de valva mitral com regurgitação valvar e/ou espessamento dos folhetos valvares. PROFILAXIA DA ENDOCARDITE NÃO É RECOMENDADA: ▪ CONDIÇÕES DE RISCO MÍNIMO: -Defeito septo atrial isolado; -Correção cirúrgica de defeito septo atrial, ventricular ou ducto arterioso patente (sem resíduo após 6 meses); -Cirurgia prévia de derivação de artéria coronária; - Prolapso de valva mitral sem regurgitação valvar; -Murmúrios cardíacos fisiológicos ou funcionais; -Doença de Kawasaki prévia sem disfunção valvar; -Febre reumática prévia sem disfunção valvar; -Marcapassos cardíacos e desfibriladores implantados. PROFILAXIA: De acordo com as novas diretrizes da American Hean Assocation (AHA), a profilaxia para endocardite infecciosa é indicada para pacientes portadores de condições cardíacas consideradas de alto risco, tais como endocardite bacteriana prévia, valvas cardíacas protéticas, aquisição de disfunção valvar pós- transplante cardíaco, portadores de cardiopatia congénita, cianogênica complexa, derivações cirúrgicas sistémico-pulmonares ou correção cirúrgica de cardiopatia congênita. Essas recomendações estão baseadas em vários estudos retrospectivos que sugerem maior morbidade nesses grupos de pacientes. PROFILAXIA DA ENDOCARDITE É RECOMENDA: -Extrações dentais; -Procedimentos periodontais como cirurgia, raspagem e polimento radicular, sondagem, inserção subgengival de fibras e tiras contendo antimicrobianos e tratamento de manutenção; -Cirurgias para instalação de implantes dentais; -Reimplantação dentária; -Instrumentação endodôntica (além do ápice dental) ou cirurgia perirradicular -Colocação de bandas ortodônticas; -Injeção de anestésico local pela técnica intraligamentosa MECANISMO DA DOENÇA PERIODONTAL: Medicina Periodontal MEDICINA PERIODONTAL: BIOFILME RESPOSTA DO HOSPEDEIRO DOENÇA PERIODONTAL DOENÇAS CARDIOVASCULARES: ENDOCARDITE BACTERIANA: -Limpeza profiática de dentes ou de implantes, quando existe expectativa de sangramento *Caso haja expectativa de sangramento significativo, pode-se indicar o uso de antibióticos. PROTOCOLO PERIODONTAL: ▪ REGIME PADRÃO: -Dose única de Amoxicilina 2g, 1h antes do procedimento periodontal ▪ PACIENTES ALÉRGICOS AS PENICILINAS: -Dose única de clindamicina 600mg ou Cefalexina /Cefadroxil 2g ou Azitromicina/Claritromicina 500mg, 1h antes do procedimento periodontal. ▪ Idosos; ▪ Comuns nos vv. dos ossos gnáticos e áreas de inflamação periodontal; ▪ Doenças periodontais e aterosclerose se tornam mais propensas conforte o aumento de idade; ▪ Deficiência circulatória pode estar relacionada ao aumento da susceptibilidade às doenças periodontais. ▪ FATORES DE RISCO: Sexo masculino Diabetes Idade avançada Strass e depressão Hipertensão Marcadores de inflamação Tabagismo Infecções Inatividade física Doenças inflamatórias crônicas Hiperlipidemia Obesidade EVOLUÇÃO DA ATEROSCLEROSE: EVIDÊNCIA: ▪ EXPERIMENTAL: 1- Níveis aumentados de proteína-C reativada na periodontite 2- Material genético de patógenos periodontais em ateromas 3-Citocinas de DP favorecem formação de ateroma 4- Inoculação com Pg aumenta tamanho e calcificação de ateromas ▪ INTERVENÇÃO → Redução marcadores de inflamação. ATEROSCLEROSE: ▪ EXAMES: Avaliação de processos inflamatórios / infeccioso Normal < 0,5 mg/dl Alterações de risco de doença cardiovascular Normal < 0,3 mg/dl ▪ POSSÍVEIS MECANISMOS DE AÇÃO: RECOMENDAÇÕES: -Pacientes com DP devem ser informados do risco; -Pacientes com DP + outro fator de risco deve consultar um médico. -Pacientes com DP que fumam devem parar; -Em pacientes com DCC em tratamento periodontal deve objetivar controle de placa e inflamação. -Pacientes com diabetes mellitus são mais propensos a doença periodontal; -Aproximadamente 75% destes pacientes possuem DP com aumento de reabsorção alveolar e alterações inflamatórias gengivais. DEFINIÇÃO: "Insuficiência absoluta ou relativa de insulina, menor produção de insulina pelo pâncreas, ou ausência de resposta dos tecidos periféricos à insulina existente." DIABETES COMO FATOR PREDISPONENTE MODIFICADOR DA DOENÇA PERIODONTAL: COMPLICAÇÕES DO DIABETE: Retinopatia Nefropatia Neuropatia Doenças cardiovasculares e cerebrovasculares Cicatrização alterada Susceptibilidade maior às infecções Periodontite CAUSAS: -Hiperglicemia e alterações patológicas no sistema vascular e sistema nervoso periférico; -Formação de AGES (acúmulo de produtos finais avançados de glicação). AGES: Formação excessiva em condições hiperglicêmicas; -Cadeias de colágeno possui maior capacidade de reparo/substituição -Colágeno mais envelhecido e susceptível à degradação DOENÇA PERIODONTAL COMO FATOR MODIFICADOR DO DIABETES: Estudos longitudinais → pior controle glicêmico e outras complicações do diabetes. Estudos de intervenção → tratamento periodontal baixa os níveis de hemoglobina glicosada. DOENÇA PERIODONTAL COMO FATOR INFLUENCIADOR DA GLICEMIA: CONCLUSÕES: -DP parece aumentar risco de um controle metabólico deficiente -Tratamento periodontal parece diminuir nível de glicemia. ORIENTAÇÃO GERAL DE PACIENTE DIABÉTICO PARA O TRATAMENTO: -Menos estresse menor é o risco de infecção -Instruções sobre a dieta -Preferir anestésicos com felipressina. DOENÇAS PERIODONTAIS: INFLAMAÇÃO SISTÊMICA ATEROMAS E TROMBOS Bactérias e produtos lesam diretamente as paredes dos vasos DIABETES MELLITUS: Infecção periodontal gram- Maior secreção de citocinas; radicais livres O² Resistência à insulina Glicemia -Gravidez por si só, não causa gengivite; -Durante a gravidez se tem maior resposta da gengiva para o biofilme e modifica o quadro clínico resultante; -Sem irritantes locais: Não ocorrem mudanças gengivais notáveis; -Intensificação da mobilidade dentária, profundidade de bolsa e fluido gengival. SINTOMAS DE DP SE INTESIFICAM NA GRAVIDEZ: Leve gengivite crônica → Aumento do edema e cor Leve sangramento gengival → Aumento do sangramento PERÍODOS DE AGRAVAMENTO: 1º TRIMESTRE 3º TRIMESTRE PRINCIPAL HORMÔNIO PARA AGRAVAMENTO DA GENGIVITE: INFECÇÃO AGUDA: COMPLICAÇÕES NA GRAVIDEZ: ➢ Pré-eclâmpsia; ➢ Parto prematuro; ➢ Restrição de crescimento intrauterino; ➢ Aborto BEBÊS COM BAIXO PESO: Nascimento com peso menor que2,5 kg; 40x mais chances de morrer no período neonatal do que bebês com peso normal; Principal causa → nascimento prematuro Infecção vaginal é importante causa de partos prematuros. POSSÍVEIS MECANISMOS PROPOSTOS: → PP causada por infecção intra-uterina por patógenos periodontais que atravessam barreira placentária; → Secreção aumentada de citocinas da DP aumenta produção de prostaglandinas. EVIDÊNCIA CIENTÍFICA: Evidências observacionais → Maioria aponta associação positiva E. in vivo → DP provoca aumento de mediadores inflamatórios no líquido amniótico e nascimento prematuro com baixo peso. E. intervenção → Resultados ambíguos e Tratamento periodontal é seguro Revisões Sistemáticas → maioria associação positiva Gonadotropinas Estrogênio Progesterona Dilatação e tortuosidade da microvascularização Estase circulatória Susceptibilidade à irritação mecânica P R O G ES TE R O N A DOENÇA GENGIVAL NA GRAVIDEZ: Há evidências, em certas populações de risco, da associação entre periodontite e diversas condições respiratórias. PNEUMONIA: → Infecção aguda; → Pode levar ao óbito; → Infecção oral e/ou periodontal leva o aumento de risco de pneumonia; → Aspiração das bactérias da bolsa periodontal; → Citocinas originadas no periodonto podem alterar o epitélio respiratório POSSÍVEIS MECANISMOS DE AÇÃO: 1. Biofilme como reservatório de patógenos respiratórios; 2. Enzimas de bactérias da DP na saliva danificam mucosa oral facilitando colonização patógenos respiratórios; 3. Enzimas da DP degradam película de saliva da mucosa (mecanismo de proteção); 4. Citocinas da DP aspiradas modificando mucosa respiratória, facilitando infecção. EVIDÊNCIA CIENTÍFICA: Estudos observacionais: -Associação higiene oral deficiente e DPOC; -DPOC e maior perda de inserção; -Probabilidade maior de pneumonia. Metanálises → Possível associação E. Intervenção → Conflitantes 1º ESTUDOS – 1985: -O comprometimento do sistema imunológico exerce um papel relevante na patogênese dessas lesões; -Natureza microbiana e infecciosa das doenças periodontais CARACTERÍSTICAS IMUNOMICROBIOLÓGICAS: Bactérias: -Periodontopatogênicas; -Oportunistas Fungos: -Candida sp; Vírus: -HSV; -HZV; -CMV MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS MAIS COMUNS: -Eritema gengival linear (EGL); -Gengivite Ulcerativa Necrosante (GUN); -Periodontite Ulcerativa Necrosante (PUN); DOENÇAS RESPIRATÓRIAS: DPCO BRONQUITE ENFISEMA PNEUMONIA HIV vs DOENÇA PERIODONTAL: -Estomatite Ulcerativa Necrosante (EUN). TERAPIA ANTIRETROVIRAL: → Reduz a carga viral plasmática; → Permite uma liberação gradual no número de células CD4+, aumentando a resposta imunológica → Isolado ou em conjunto com outras anormalidades; → Frequentemente hereditária; → Generalizado; → Retardo de irrupção, pseudobolsas, colapso periodontal; → Diagnóstico diferencial: biópsia; → Cirurgia, controle do biofilme, tratamento multiprofissional. • Derivados da hidantoína: -Desordens convulsivas; -Atuação sobre os fibroblastos; -Pico: 12 a 18 meses; -Aumento gengival progressivo, desde a papila; TROCA DA MEDICAÇÃO? • Ciclosporina A: -Imunossupressiva – transplantados; -Induz atividade fibroblástica; -Mais vascularizado que Hidantóina; -Mais grave: Associada a bloqueador dos canais de Ca² e biofilme; -Aumento gengival progressivo, desde a papila; TROCA DA MEDICAÇÃO: • Bloqueador canais de Ca²: -Patologias cardiovasculares; -Redução da atividade da colagenase; -Mais Grave: Associada à Ciclosporina A -Aumento gengival - Pseudobolsas TROCA DA MEDICAÇÃO? FIBROMASTOSES GENGIVAIS: AUMENTO GENGIVAL POR DROGAS: • Influência do Cigarro: -Limita a ação dos Neutrófilos -Aumenta a liberação de enzimas destruidoras dos tecidos. • Efeitos do fumo na Doença Periodontal: -Maior profundidade de sondagem -Perda de inserção e Perda óssea alveolar mais prevalentes. EFEITOS DO TABAGISMO SOBRE A PREVALÊNCIA E A GRAVIDADE DA DOENÇA PERIODONTAL: DP IMPACTO DO TABAGISMO Gengivite Menor inflamação gengival e sangramento à sondagem. Periodontite Maior prevalência e gravidade da destruição periodontal. Maior profundidade da bolsa, perda de inserção e óssea. Maior nível de destruição periodontal. Maior prevalência de periodontite grave. Maior perda dentária. Maior prevalência com aumento do número de cigarros por dia. Menor prevalência e gravidade com a interrupção do fumo. TERAPIA: EFEITOS DO TABAGISMO: Não cirúrgica Menor resposta clínica ao desbridamento da superfície radicular. Menor redução da profundidade de sondagem. Menor ganho em níveis clínicos de inserção. Menor impacto negativo do tabagismo com nível de controle do biofilme. TERAPIA: EFEITOS DO TABAGISMO: Cirurgia e implantes Menor redução da profundidade de sondagem e menor ganho nos níveis clínicos de inserção após cirurgia. Maior deterioração das furcas após cirurgia. Menor ganho em níveis de inserção clínica, menor preenchimento ósseo, maior retração e maior exposição da membrana após RTG*. Menor redução da profundidade de sondagem após procedimentos de enxerto. Maior risco de insucesso do implante e periimplante. TERAPIA: EFEITO DO TABAGISMO: Maior profundidade de sondagem e perda de inserção durante terapia de manutenção. Maior recorrência da doença em fumantes. Maior necessidade de retratamento em fumantes. Maior perda de dentes em fumantes após terapia. BENEFÍCIOS DA CESSAÇÃO: -A cessação do tabagismo deverá preceder a intervenção cirúrgica periodontal, e se os pacientes continuarem a fumar, os clínicos devem considerar a DOENÇA PERIODONTAL x TABAGISMO: limitação do tratamento periodontal a abordagens não cirúrgicas, acompanhadas por breves intervalos rigorosos com visitas de manutenção (2 a 3 meses), até cessar o tabagismo. OUTRAS POSSÍVEIS ASSOCIAÇÕES: -Osteoporose; -Câncer pancreático; -Obesidade e síndrome metabólica; -Doença renal crônica; --Artrite reumatoide; -Doença de Alzheimer. IMPLICAÇÕES DA VALIDAÇÃO: → Maior interação entre periodontia e as especialidades médicas; → A doença periodontal assumiria maior importância em programas de saúde pública, assim como, passaria a ser uma área de pesquisa prioritária; → Mudanças nos objetivos e prática da periodontia
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