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Boletim Farmacoterapêutico 
Número 14, fevereiro de 2008 
 
 
Informativo da Comissão de Farmácia e Terapêutica da Secretaria Municipal da Saúde de Ribeirão Preto 
 
CARVÃO ATIVADO PÓ PARA INTOXICAÇÃO 
 
APRESENTAÇÃO 
Carvão ativado pó – 10 g. 
 
MECANISMO DE AÇÃO 
O uso clínico do carvão ativado é baseado na sua propriedade 
adsortiva 1. É utilizado nos tratamentos em casos de 
intoxicações e atua adsorvendo a substância tóxica, diminuindo 
a quantidade disponível para absorção pelo sistema digestório, 
mas, também age em substâncias já absorvidas, como nos casos 
de bases fracas ou aquelas com circulação entero-hepática, a 
qual é interrompida por ação do carvão ativado. A substância 
tóxica retida pelo carvão ativado é eliminada com as fezes2. 
 
INDICAÇÕES 
 
Carvão Ativado (CA) (Dose Única) 
 
Pode adsorver o tóxico não somente no estômago, como 
também ao longo do trato gastrintestinal, sendo utilizado após 
a lavagem gástrica (LG) (pode-se administrar o carvão no início 
e no final da LG para melhor eficácia)2;5;6. O tempo ideal é o 
mesmo preconizado para a LG, ou seja, nos primeiros 60 
minutos após ingestão do tóxico2;5;6. Como referido na LG, a 
ingestão de substâncias muito tóxicas, em grande quantidade, 
ou que retardem o esvaziamento gástrico (tais como tricíclicos, 
barbitúricos, salicilatos, cianeto, opióides, bloqueadores do 
canal de cálcio, meprobramato e agentes anticolinérgicos, 
entre outros) podem indicar o uso de carvão mais tardiamente6. 
 
Produtos não adsorvidos pelo CA: álcoois, hidrocarbonetos, 
derivados do petróleo, ácidos e álcalis, potássio, ferro e outros 
metais, lítio, diclorodifeniletano (DDT) 6. 
 
Carvão Ativado em Múltiplas Doses (CAMD) 6 
 
Além de adsorver qualquer substância ainda presente no 
intestino, pode atuar interrompendo a circulação entero-
hepática e enterogástrica de determinadas drogas (diálise 
gastrintestinal). As substâncias com meia vida de eliminação 
prolongada após superdosagem e com pequeno volume de 
distribuição são as que mais provavelmente têm sua eliminação 
aumentada de forma clinicamente significante. É indicado 
quando a dose ingerida for grande, quando ocorrer absorção 
continuada da substância (detectada por aumento dos níveis 
séricos) ou quando se trata de produtos de liberação lenta. 
Fármacos cujo clearance comprovadamente aumenta com o uso 
de CAMD: carbamazepina, fenobarbital, quinina, teofilina e 
dapsona, podendo, portanto minimizar a necessidade de 
técnicas invasivas extracorpóreas. 
Dados insuficientes para indicar ou não o uso de CAMD: 
digoxina, digitoxina, fenilbutazona, fenitoína, piroxicam, 
solatol, amitriptilina, dextropropoxifeno, nadolol. Também na 
ingestão de salicilatos o uso de CAMD é controverso. 
 
POSOLOGIA 
Doses6: A dose para adultos e crianças é de 1g/kg de peso. 
Adolescentes e Adultos6: 25 – 100 g, diluídos a 10% com água ou 
suco, por via oral, se paciente consciente, caso contrário 
através de sonda nasogástrica. 
Crianças6: 1 g/kg peso, até o máximo de 50 g, diluídos em 
água, suco ou mesmo leite, por via oral ou se necessário, 
através de sonda nasogástrica. 
 
MODO DE PREPARO 
 
O CA poderá ser reconstituído em quantidade suficiente de 
água ou suco numa diluição de 8 a 10%.6 
Não deve ser diluído em soro fisiológico, sendo sempre em 
água ou suco. 
 
PRECAUÇÕES 
 
A administração do CA não deve eliminar outras medidas 
usadas no tratamento emergencial das intoxicações agudas. 
Não deve ser usado na ingestão de agentes corrosivos ou 
destilados do petróleo5. 
As precauções para seu uso são as mesmas para a lavagem 
gástrica5. 
 
CONTRA-INDICAÇÕES 
 
• Pacientes debilitados ou recém operados do intestino 
• Quando houver ausência ou diminuição acentuada do 
trânsito intestinal 
• Quando houver ingestão de substâncias cáusticas4. 
 
 
COMPLICAÇÕES DO USO DO CA: aspiração, abrasão de 
córnea (contato direto), constipação, obstrução intestinal 
(estas últimas podem ocorrer com o uso de múltiplas doses). 
 
INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS 
 
O uso prolongado pode reduzir a absorção intestinal de 
medicamentos usados concomitantemente. Qualquer outra 
medicação habitual do paciente deve ser administrada com 
pelo menos 2 horas de intervalo do uso de carvão ativado5. 
 
Qualquer dúvida consulte o Centro de Controle 
de Intoxicações da Unidade de Emergência: 
3602-1190, ou 0800-722-6001. 
Funcionamento - 24 horas. 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: 
 
1 http://www.medscape.com . Acessado em 16/12/2008. 
 
2 OLIVEIRA, R. D. R.; MENEZES, J. B. Intoxicações exógenas em clínica médica. Medicina 
Ribeirão Preto (Simpósio de Urgências e Emergências Dermatológicas e Toxicológicas) v. 36: 
p. 472-479, abr-dez, 2003. 
 
3 GILMAN, A. G.; GOODMAN, L. S.; RALL, T. W.; MURAD, F. As bases farmacológicas da 
terapêutica. Ed. Guanabara Koogan. Rio de Janeiro. p. 1050. 1987. 
 
4http://www2.uol.com.br/remedios/intox.htm. acessado em 02/04/2007. 
 
5 FONSECA, Aroldo Leal. Guia de Medicamentos 2006. Fundação Ezequiel Dias / Secretaria de 
Saúde de Minas Gerais. Belo Horizonte. 2006. p.167-169. 
 
6 GAUDREAULT, Pierre. Activated Charcoal Reviseted. Clin, Ped. Emerg. Medicamento. V.6. p. 
76-80. 2005.(Artigo indicado pela Dra Palmira Cupo –Centro de Intoxicações da Unidade de 
Emergência-HCRP).

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