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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA __ VARA DE FAMÍLIA DA COMARCA DE RIO BRANCO/AC ALANA COSTA OLIVEIRA, casada, brasileira, profissão..., estado civil ..., portadora da Cédula de Identidade nº ..., inscrita no CPF sob o nº..., residente e domiciliada na rua..., número..., CEP..., bairro..., Rio Branco/Acre, endereço eletrônico..., vem respeitosamente à presença de vossa excelência, por sua advogada devidamente constituída pelo instrumento de mandato anexo, com fundamento no artigo 1.571, IV e ss. do Código Civil, bem como o artigo 226, § 6º da Constituição Federal, propor: AÇÃO DE DIVÓRCIO LITIGIOSO em face de RODRIGO OLIVEIRA, casado, profissão..., estado civil..., portador da Cédula de Identidade nº ..., inscrito no CPF sob o nº..., residente e domiciliado na rua..., número..., CEP..., bairro..., Rio Branco/Acre, pelas razões de fato e de direito a seguir expostas: I - PRELIMINARMENTE - DA JUSTIÇA GRATUITA A Autora não possui condições de pagar as custas e despesas do processo sem prejuízo do próprio ou de sua família, conforme declaração de hipossuficiência anexa, sob égide no Código de Processo Civil, art. 98 c/c caput e parágrafo 3º do artigo 99, ambos do CPC c/c o artigo 5°, LXXIV, da Constituição Federal, em virtude de não possuir recursos suficientes para arcar com as custas, as despesas processuais e os honorários advocatícios. II – FATOS A Autora casou-se com o réu sob o regime de comunhão parcial de bens. O casamento durou 15 (quinze) anos, onde as partes constituíram família, adquiriram bens e viveram em perfeita comunhão. Da relação adveio o nascimento dos filhos gêmeos Flávio e Gustavo, atualmente com 5 anos de idade (certidão de nascimento em anexo). Além disso, constituíram vasto patrimônio, dentre eles, a casa onde residiam, apartamentos na cidade do Rio de Janeiro, São Paulo e Florianópolis, e uma Fazenda que já era de propriedade de Rodrigo antes do casamento, tendo sido ampliada ao longo dos anos durante o matrimônio. O réu vive da agropecuária, e ambos possuem elevado padrão de vida, entretanto, a vida conjugal deixou de ser satisfatória para a autora, por questões pessoais. A autora manifesta a vontade livre e consciente pela dissolução da sociedade conjugal, mesmo o réu não concordando, motivo pelo qual pleiteiam a Vossa Excelência, seja oficializado o Divórcio. III – FUNDAMENTAÇÃO JURÍDICA 1. DIVÓRCIO Com a Emenda Constitucional 66, promulgada em 2010, foi alterado o § 6º, do art. 226, da CRFB/88, passando a admitir o Divórcio, independentemente de qualquer requisito, bastando à vontade unilateral de qualquer dos cônjuges. Desta forma, torna perfeitamente cabível a presente ação, pois o pedido está de acordo com a Carta Magna. Assim dispõe o artigo 1.571: Art. 1.571. A sociedade conjugal termina: IV – pelo divórcio. Deste modo, após chegado ao fim da harmonia conjugal, a autora pleiteia a dissolução do casamento pelo divórcio e, dispensa o pagamento de pensão alimentícia. Ante o fato de a autora decidir pela separação, bem como a opção pela via consensual, na medida em que o demandado se mostra contrário a tal procedimento. Com isso, busca o judiciário a fim de que seja expedido o mandado de averbação. 1.1. DA GUARDA DOS FILHOS E DO DIREITO DE VISITA As partes, de comum acordo, optam pela guarda compartilhada, no qual a menor ficará com residência fixa com a genitora, mas poderá, de forma livre, considerando a conveniência de datas e horários dos menores, podendo acordar finais de semanas e férias de forma antecipada com a genitora. Conforme disposto no art. 1.583, sobre a guarda dos menores, diz que: Art. 1.583. A guarda será unilateral ou compartilhada. § 1º Compreende-se por guarda unilateral a atribuída a um só dos genitores ou a alguém que o substitua (art. 1.584, § 5º) e, por guarda compartilhada a responsabilização conjunta e o exercício de direitos e deveres do pai e da mãe que não vivam sob o mesmo teto, concernentes ao poder familiar dos filhos comuns. A genitora, embora tenha o desejo pela dissolução do vínculo conjugal, entende que o bem estar dos menores e o exercício de direito/dever familiar deve ocorrer da forma harmoniosa, onde os pais, ainda que não estejam mais juntos, possam diariamente acordar sobre a educação e interesses dos menores até que estes possam ter capacidade civil. 1.2. DOS ALIMENTOS DOS FILHOS Nesta oportunidade, não se faz necessária a fixação da pensão alimentícia, entretanto, o réu, compromete-se a arcar com pagamento da escola para cada um dos filhos menores, até o atingimento da maioridade civil, tudo de acordo com o art. 1.694 e seguintes, do Código Civil. 1.3. DA DIVISÃO E PARTILHA DOS BENS A autora e o réu são casados sob o regime parcial de comunhão de bens e durante a união adquiriram alguns bens que devem ser partilhados. O Código Civil assim dispõe a cerca do Regime de comunhão de parcial de bens: Art. 1.658. No regime de comunhão parcial, comunicam-se os bens que sobrevierem ao casal, na constância do casamento, com as exceções dos artigos seguintes. Art. 1.660. Entram na comunhão: I – os bens adquiridos na constância do casamento por título oneroso, ainda que só em nome de um dos cônjuges; Durante a união o casal contraiu os seguintes bens, conforme documentos anexos: Uma casa onde residiam avaliada em R$ 1.500.000,00 (um milhão e quinhentos mil reais). Apartamentos nas cidades do Rio de Janeiro, São Paulo e Florianópolis, avaliados juntos, em torno de R$ 900.000,00 (novecentos mil reais). Uma Fazenda com criação de gado avaliada em R$ 1.000.000,00 (um milhão de reais), que já era de propriedade de Rodrigo antes do casamento, tendo sido ampliada ao longo dos anos, totalizando um acréscimo de R$ 300.000,00 (trezentos mil reais), durante o matrimônio Sendo o casamento regido pela comunhão parcial de bens, entram na partilha do patrimônio aqueles adquiridos de forma onerosa na constância da relação. O réu afirmou que não abre mão da fazenda, da qual foi adquirida antes do seu casamento com a autora, que terá direito ao valor acrescido após o casamento devido a ampliação ao longo dos anos, o réu também manifesta que não tem outras exigências quanto ao patrimônio construído com a autora. 1.4. DOS ALIMENTOS PARA O CÔNJUGE Conforme o Art. 1.704 do Código Civil: Art. 1704. Se um dos cônjuges separados judicialmente vier a necessitar de alimentos, será o outro obrigado a prestá-los mediante pensão a ser fixada pelo juiz, caso não tenha sido declarado culpado na ação de separação judicial. No presente caso a autora é empresária e o réu é pecuarista, ambos trabalham e podem suprir o próprio sustento, não sendo necessário alimentos entre os cônjuges. 1.5. DO NOME A requerente manifesta o desejo de continuar usando seu nome de casada, conforme dispõe o Código Civil: Art. 1.571. A sociedade conjugal termina: … § 2o Dissolvido o casamento pelo divórcio direto ou por conversão, o cônjuge poderá manter o nome de casado; salvo, no segundo caso, dispondo em contrário a sentença de separação judicial. Em virtude da possibilidade assegurada pelo código civil, a requerente dispõe em favor no pedido de permanecer com o nome do cônjuge, visto que, a autora possui uma loja chamada Oliver Store, sendo reconhecida na sociedade pelo sobrenome do réu, muito embora a loja tenha sido aberta antes do casamento e sendo unicamente sua, sem acréscimos financeiros ao longo da união. IV – PEDIDOS Ante o exposto, requer-se: 1. Os benefícios da integral gratuidade da justiça, nos termos do art. 98 do CPC/15; 2. A citação do réu para responder à presente demanda, querendo, sob pena de sofrer os efeitos da revelia e confissão; 3. Seja decretado o divórcio litigioso do casal, com a expedição do competente mandado de averbação, bem como a partilha de bens na forma como proposta; 4. Que seja concedida a guarda compartilhada, com lar de referência à autora e seja o genitor o responsável pelo pagamento da escola dos menores. 5. Intimação do membro do Ministério Público para acompanhar o feito, conforme disposto no artigo178, CPC; 6. Pretende provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidos. 7. Pela realização da audiência de conciliação; 8. A condenação em custas e honorários advocatícios; Dá-se a causa o valor de R$ 2.700.000,00 (dois milhões e setecentos mil reais). Nestes termos, Pede deferimento. Rio Branco – Acre, 12 de outubro de 2022. ADVOGADO OAB/ Nº XXX
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