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Curso de graduação em Direito Dêis Nancy França Vasconcelos ATIVIDADE AVALIATIVA PETIÇÃO INICIAL Palmas 2022 AO JUÍZO DE DIREITO DA VARA DE FAMÍLIA E SUCESSÕES DA COMARCA DE PALMAS – TO AÇÃO DE DIVÓRCIO LITIGIOSO C/C ALIMENTOS E GUARDA, C/C PEDIDO DE TUTELA DE URGÊNCIA MARIA DAS DORES, brasileira, casada, autônoma, portadora do RG 11111- 11, inscrita no CPF 222.222.222-20, residente e domiciliada na Rua 20, número 40, , Bairro Aureny III, na Cidade de Palmas -TO, CEP 77.000.00, telefone (63) 9-0000-0000, por sua Advogada que esta subscreve (mandato incluso), com escritório na Rua 34 número 128, Bairro: Plano Diretor Norte, Cidade Palmas - TO,CEP 77.000.10, vem perante Vossa Excelência propor AÇÃO DE DIVÓRCIO C/C ALIMENTOS, C/C PEDIDO DE TUTELA DE URGÊNCIA, observando-se o procedimento comum, com fulcro no artigo 226, parágrafo sexto da Constituição Federal, em face de JOÃO DA CUNHA, brasileiro, casado, servidor público municipal, portador do RG 00000, inscrito no CPF 111.111.111-10, residente e domiciliado na Rua 23, número 10, Bairro Aureny II, Cidade Palmas - TO, CEP 77.000.00, telefone (63) 9-1111-1111, pelos motivos fáticos e jurídicos que adiante passa a expor: 1.DA GRATUIDADE DA JUSTIÇA Requer que seja deferido o benefício da Gratuidade de Justiça, com fulcro no artigo 98 e 99 do Código de Processo Civil (CPC), consoante com o artigo 5º, inciso LXXIV, da Constituição Federal de 1988 (CF), visto que a requerente não possui as condições necessárias de arcar com as despesas inerentes ao processo. 2.DA DISPENSA DA REALIZAÇÃO PRÉVIA DA AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO De acordo com o exposto no artigo 319, VII, do Código de Processo Civil é pretendida a realização prévia de conciliação, com o objetivo de celeridade processual, contudo dispensa-se a referida audiência, visto que, as partes não chegam a um acordo quanto aos termos da dissolução do casamento, nem com relação aos alimentos para os filhos. Art. 319. A petição inicial indicará: VIII -a opção do autor pela realização ou não de audiência de conciliação ou de mediação. 3. DOS ALIMENTOS PROVISÓRIOS Fixar pensão alimentícia provisória a ser paga pelo Requerido é necessário, uma vez que não é justo permitir que as despesas essenciais à sobrevivência dos filhos recaiam somente sobre a responsabilidade da genitora. A razão dos alimentos provisórios requeridos nesta demanda é manter as necessidades básicas das crianças enquanto não resolver o conflito. O referido rogo encontra-se previsto no art. 4º da Lei nº 5.478/68, que dispõe sobre a ação de alimentos, conforme se expõe: Art. 4º As despachar o pedido, o juiz fixará desde logo alimentos provisórios a serem pagos pelo devedor, salvo se o credor expressamente declarar que deles não necessita. 4.DOS FATOS A requerente constituiu casamento civil com o requerido em 20 de fevereiro de 2013, sob o regime de comunhão parcial de bens, como consta na certidão de casamento em anexo. Encontram-se separados de corpos a contar do ano de 2020. No casamento contraíram 2 (dois) filhos, cujos nomes são: Pedro da Cunha e Antônio da Cunha, hoje com 8 e 6 anos, respectivamente. Desde a separação dos pais os menores estão sob a guarda unilateral da genitora. A requerente reside junto com seus filhos na cidade de Palmas - TO, o requerido reside também em Palmas - TO. Maria das Dores tem vários gastos com os filhos, como roupas, calçados, educação, saúde e alimentação. O valor dos gastos mensalmente é de R$: 2.800,00 (dois mil e oitocentos reais). Este valor não inclui a babá que cuida de Pedro e Antônio, ela recebe R$ 700,00 (setecentos reais). Maria é autônoma e trabalha de segunda a sexta das 8 às 16:00. Recebe Aproximadamente o valor de R$ 4.000,00 (quatro mil reais). João da Cunha tem a profissão de servidor público municipal, trabalha de segunda a sexta das 08:00 às 18:00 e recebe mensalmente R$ 6.000,00 (seis mil reais). Quando o casal convolou núpcias, João já detinha uma casa, cujo valor aproximado era da ordem de R$ 100.000,00. Maria, por sua vez, era trabalhadora autônoma, vendedora de roupas e produtos de beleza. Tinha como sua propriedade um veículo automotor, cujo valor era em torno de R$ 40.000,00. Quando se casaram, ambos foram morar na casa de João, mas efetuaram nela, como esforço comum, uma reforma, na qual dispenderam cerca de R$ 50.000,00. Com esforço comum, o casal adquiriu um outro veículo automotor, no importe de R$ 60.000,00. Diante disso, a requerente tem o direito da parte do valor da casa, por ter de alguma forma contribuído com a reforma da mesma e o valor do carro que será divido por igual, pois foi adquirido após o casamento. A convivência entre os dois se tornou impossível o principal motivo foi que de João da Cunha passou a ingerir muita bebida alcoólica, e por causa disso o casal passou a brigar com muita frequência. Há cerca de um mês, João agrediu fisicamente a Maria, e a vida do casal não estava mais dando certo. As partes não chegaram em um acordo. Em relação ao divórcio como também em relação à guarda e os alimentos para os filhos. Para Maria não resta dúvidas que o divórcio é necessário. Desta forma a autora deseja oficializar o divórcio, estabelecer um valor para os alimentos e definir a guarda da criança. 5. DO DIREITO 5.1 Do Divórcio Segundo artigo 226, parágrafo sexto da Constituição Federal, O divórcio é um direito potestativo, cabendo apenas a uma das partes manifestar vontade de exercê-lo. Como no caso em tela a qual Maria das Dores o deseja o divórcio não cabendo João negar o pedido. Não há vendo assim nada que obste exercício do direito potestativo da autora. Art. 226. A família, base da sociedade, tem especial proteção do Estado. § 6º O casamento civil pode ser dissolvido pelo divórcio. Conforme o artigo 1.571, inciso IV, o divórcio é uma forma em que finda a sociedade conjugal. Sendo este o desejo da senhora Maria o término do seu casamento com o senhor João. Art. 1.571. A sociedade conjugal termina: IV - pelo divórcio. 5.2 Da Guarda e Regulamentação de Visitas Durante o casamento, o casal teve 2 (dois) filhos, cujos nomes são: Pedro da Cunha e Antônio da Cunha, hoje com 8 e 6 anos, respectivamente, conforme faz prova certidões de nascimento anexa. Desde a separação de fato do casal a guarda fática dos filhos é exercida unilateralmente pela genitora. Quanto a isso, o caput do Art. 1.583 caput e parágrafo primeiro do Código Civil prevê a perfeita possibilidade que assim seja mantido: Art. 1.583. A guarda será unilateral ou compartilhada. § 1º Compreende-se por guarda unilateral a atribuída a um só dos genitores ou a alguém que o substitua (art. 1.584, § 5 o) e, por guarda compartilhada a responsabilização conjunta e o exercício de direitos e deveres do pai e da mãe que não vivam sob o mesmo teto, concernentes ao poder familiar dos filhos comuns. Considerando que a mãe sempre foi a responsável pela educação e os cuidados dos filhos, não resta dúvida que a guarda unilateral deve ser atribuída à genitora. Desta forma, a Requerente pleiteia a guarda unilateral dos menores com base na fundamentação jurídica acima tratada. Diante do conteúdo explicitado acima, a Requerente julga conveniente regulamentar as visitas, para evitar desprazer. As visitas podem ser regulamentadas a cada 15 (quinze) dias, a qual o pai passa o final de semana com os filhos, visto que, ambos trabalham durante a semana em período comercial, desejando também a genitora ter lazer com as crianças. 5.3 Alimentos A Constituição Federal, em seu artigo 229, dispõe que: Art. 229. Os pais têm o dever de assistir, criar e educar os filhos menores, e os filhos maiores têm o dever de ajudar e amparar os pais na velhice, carência ou enfermidade. Já o artigo 1.634, inciso I, do Código Civil fala que: Art. 1.634. Competea ambos os pais, qualquer que seja a sua situação conjugal, o pleno exercício do poder familiar, que consiste em, quanto aos filhos: I - Dirigir-lhes a criação e a educação; Como identificado compete também ao Requerido, promover a subsistência da filha, algo que não vem ocorrendo no caso citado, pois apenas a Requerente é quem vem mantendo com seu salário o sustento da criança. A ação de alimentos é disciplinada pela Lei nº. 5.478/68 em seu artigo 2º, e diz que: Art. 2º. O credor, pessoalmente, ou por intermédio de advogado, dirigir-se-á ao juiz competente, qualificando-se, e exporá suas necessidades, provando, apenas, o parentesco ou a obrigação de alimentar do devedor, indicando seu nome e sobrenome, residência ou local de trabalho, profissão e naturalidade, quanto ganha aproximadamente ou os recursos de que dispõe. Pelos fatos em questão, se faz necessário que Vossa Excelência fixe alimentos no valor de R$ 1.800,00 (mil e oitocentos reais) no percentual de 30% (trinta por cento) do salário do genitor, a ser pago até o dia 2 (dois) de cada mês, mediante depósito na Conta Poupança de nº. 111.0001, agência 4444, operação 011, do Banco do Brasil, em nome da genitora. 6.DOS PEDIDOS Ante todo o exposto requer: 1. A concessão dos benefícios da justiça gratuita com fundamento no Art. 5º, LXXIV da CF/88, no Art. 98 do CPC, bem como na Lei nº. 1.060/50, visto que a Requerente não9 tem condições financeiras suficientes; 2. A fixação da guarda provisória em favor da Requerente, devendo esta ao final ser confirmada definitivamente; 3. A fixação dos alimentos provisórios no percentual de 30% (trinta por cento) do salário do genitor, correspondente nesta data a R$ 1.800,00 (mil e oitocentos reais), a ser pago até o dia 02 (dois) de cada mês, mediante depósito na Conta Poupança de nº.111.0001, agência 0000, operação 011, do Banco 4444, em nome da genitora, devendo estes ao final serem convertidos em definitivos; 4. A intimação do ilustre Representante do Ministério Público, para que acompanhe o feito até o final, sob pena de nulidade; 5. Seja deferida a dispensa da realização da audiência de conciliação é mediação, de acordo com o exposto no artigo 319, VII, do Código de Processo Civil; 6. Seja citado o requerido, pelo correio para contestar no prazo de 15 (quinze) dias, dispensando vossa excelência a audiência do artigo 695 do Código Processual Civil tendo em vista a absoluta impossibilidade de reconciliação e, se assim não entender Vossa Excelência, que seja a mesma marcada com a maior brevidade, devendo o requerido ser citado para nela comparecer; 7. Seja o Requerido condenado ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios conforme prevê o CPC; 8. Seja a presente julgada procedente nos termos da exordial, com a decretação do divórcio do casal, o deferimento da guarda em favor da Requerente, os alimentos em favor da menor, expeça-se os respectivos mandados de averbações que se fizerem necessários. Dá-se à causa o valor de R$ 10.000,00 (dez mil reais). Nestes termos, pede e aguarda deferimento. Palmas - TO, 10 de abril de 2022. Dêis Nancy França Vasconcelos OAB/XX nº. 00000
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