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CINESIOLOGIA E BIOMECÂNICA Professora Esp. Jéssica Morais Aziani Reitor Márcio Mesquita Serva Vice-reitora Profª. Regina Lúcia Ottaiano Losasso Serva Pró-Reitor Acadêmico Prof. José Roberto Marques de Castro Pró-reitora de Pesquisa, Pós-graduação e Ação Comunitária Profª. Drª. Fernanda Mesquita Serva Pró-reitor Administrativo Marco Antonio Teixeira Direção do Núcleo de Educação a Distância Paulo Pardo Coordenação Pedagógica do Curso Fabiana Aparecida Arf Edição de Arte, Diagramação, Design Gráfico B42 Design *Todos os gráficos, tabelas e esquemas são creditados à autoria, salvo quando indicada a referência. Informamos que é de inteira responsabilidade da autoria a emissão de conceitos. Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida por qualquer meio ou forma sem autorização. A violação dos direitos autorais é crime estabelecido pela Lei n.º 9.610/98 e punido pelo artigo 184 do Código Penal. Universidade de Marília Avenida Hygino Muzzy Filho, 1001 CEP 17.525–902- Marília-SP Imagens, ícones e capa: ©envato, ©pexels, ©pixabay, ©Twenty20 e ©wikimedia F385m sobrenome, nome nome livro / nome autor. nome /coordenador (coord.) - Marília: Unimar, 2021. PDF (00p.) : il. color. ISBN xxxxxxxxxxxxx 1. tag 2. tag 3. tag 4. tag – Graduação I. Título. CDD – 00000 2 BOAS-VINDAS Ao iniciar a leitura deste material, que é parte do apoio pedagógico dos nossos queridos discentes, convido o leitor a conhecer a UNIMAR – Universidade de Marília. Na UNIMAR, a educação sempre foi sinônimo de transformação, e não conseguimos enxergar um melhor caminho senão por meio de um ensino superior bem feito. A história da UNIMAR, iniciada há mais de 60 anos, foi construída com base na excelência do ensino superior para transformar vidas, com a missão de formar profissionais éticos e competentes, inseridos na comunidade, capazes de constituir o conhecimento e promover a cultura e o intercâmbio, a fim de desenvolver a consciência coletiva na busca contínua da valorização e da solidariedade humanas. A história da UNIMAR é bela e de sucesso, e já projeta para o futuro novos sonhos, conquistas e desafios. A beleza e o sucesso, porém, não vêm somente do seu campus de mais de 350 alqueires e de suas construções funcionais e conectadas; vêm também do seu corpo docente altamente qualificado e dos seus egressos: mais de 100 mil pessoas, espalhados por todo o Brasil e o mundo, que tiveram suas vidas impactadas e transformadas pelo ensino superior da UNIMAR. Assim, é com orgulho que apresentamos a Educação a Distância da UNIMAR com o mesmo propósito: promover transformação de forma democrática e acessível em todos os cantos do nosso país. Se há alguma expectativa de progresso e mudança de realidade do nosso povo, essa expectativa está ligada de forma indissociável à educação. Nós nos comprometemos com essa educação transformadora, investimos nela, trabalhamos noite e dia para que ela seja ofertada e esteja acessível a todos. Muito obrigado por confiar uma parte importante do seu futuro a nós, à UNIMAR e, tenha a certeza de que seremos parceiros neste momento e não mediremos esforços para o seu sucesso! Não vamos parar, vamos continuar com investimentos importantes na educação superior, sonhando sempre. Afinal, não é possível nunca parar de sonhar! Bons estudos! Dr. Márcio Mesquita Serva Reitor da UNIMAR 3 Que alegria poder fazer parte deste momento tão especial da sua vida! Sempre trabalhei com jovens e sei o quanto estar matriculado em um curso de ensino superior em uma Universidade de excelência deve ser valorizado. Por isso, aproveite cada minuto do seu tempo aqui na UNIMAR, vivenciando o ensino, a pesquisa e a extensão universitária. Fique atento aos comunicados institucionais, aproveite as oportunidades, faça amizades e viva as experiências que somente um ensino superior consegue proporcionar. Acompanhe a UNIMAR pelas redes sociais, visite a sede do campus universitário localizado na cidade de Marília, navegue pelo nosso site unimar.br, comente no nosso blog e compartilhe suas experiências. Viva a UNIMAR! Muito obrigada por escolher esta Universidade para a realização do seu sonho profissional. Seguiremos, juntos, com nossa missão e com nossos valores, sempre com muita dedicação. Bem-vindo(a) à Família UNIMAR. Educar para transformar: esse é o foco da Universidade de Marília no seu projeto de Educação a Distância. Como dizia um grande educador, são as pessoas que transformam o mundo, e elas só o transformam se estiverem capacitadas para isso. Esse é o nosso propósito: contribuir para sua transformação pessoal, oferecendo um ensino de qualidade, interativo, inovador, e buscando nos superar a cada dia para que você tenha a melhor experiência educacional. E, mais do que isso, que você possa desenvolver as competências e habilidades necessárias não somente para o seu futuro, mas para o seu presente, neste momento mágico em que vivemos. A UNIMAR será sua parceira em todos os momentos de sua educação superior. Conte conosco! Estamos aqui para apoiá-lo! Sabemos que você é o principal responsável pelo seu crescimento pessoal e profissional, mas agora você tem a gente para seguir junto com você. Sucesso sempre! Profa. Fernanda Mesquita Serva Pró-reitora de Pesquisa, Pós-graduação e Ação Comunitária da UNIMAR Prof. Me. Paulo Pardo Coordenador do Núcleo EAD da UNIMAR 4 007 Aula 01: 016 Aula 02: 032 Aula 03: 052 Aula 04: 062 Aula 05: 071 Aula 06: 089 Aula 07: 119 Aula 08: 142 Aula 09: 168 Aula 10: 198 Aula 11: 210 Aula 12: 220 Aula 13: 228 Aula 14: 241 Aula 15: 249 Aula 16: Conceitos e Histórico da Cinesiologia e Biomecânica Planos Anatômicos de Orientação do Corpo Humano Sistema Muscular Sistema Articular Estrutura Fisiológica da Coluna Vertebral Coluna Vertebral: Músculos e Movimentos Membros Superiores: O Complexo Articular do Ombro Membros Superiores Membros Inferiores: Articulação do Joelho Membros Inferiores Princípios Básicos da Biomecânica Medições Biomecânicas Leis de Newton Sistema de Alavancas Análise da Marcha Recursos Aquáticos - Hidroginástica 5 Introdução Caro aluno, Seja bem-vindo à disciplina de Cinesiologia e Biomecânica! Durante as aulas serão abordados temas de suma importância para o seu cotidiano de trabalho, independentemente da área de atuação escolhida por você! Sabemos que o movimento humano sempre foi algo que fascinou os grandes pesquisadores. Vamos fazer como eles? Gostaria de lhe pedir que, a partir de agora, comece a observar, sentir e realizar os movimentos do seu corpo em sua total amplitude, tentando estabelecer suas etapas, desde o início até o �m. Comece pelos movimentos mais amplos, de grandes articulações, depois vá para as pequenas. Tente sentir e observar a musculatura envolvida e passe, desde já, a analisar o movimento humano com um olhar mais crítico e detalhado. Unindo os conhecimentos de anatomia, �siologia e biomecânica, a cinesiologia teve início com grandes �lósofos e físicos da história, como Aristóteles, Leonardo da Vinci, Galileu Galilei, Isaac Newton, dentre outros, que apresentaram estudos fundamentais para a compreensão do movimento, dando origem a esta disciplina. Estudar Cinesiologia vai muito além da memorização dos grupos e ações musculares, trata-se de entender o movimento humano, sendo uma área fundamental para o educador físico, tornando instrumento essencial para tomadas de ações mais concisas na prática, a�nal, um exercício bem elaborado, estruturado e com a técnica certa possui mais e�ciência e pode até prevenir lesões! Este material foi cuidadosamente elaborado de modo a facilitar os seus estudos e lhe proporcionar de forma especial os conhecimentos necessários para sua prática pro�ssional. Me coloco à disposição para ajudá-lo durante o estudo do conteúdo! Bons estudos! Prof.ª Jéssica Aziani 6 01 Conceitos e Histórico da Cinesiologia e Biomecânica 7 Figura 1 - Estátua de Aristóteles Fonte:acesse o link Disponível aqui História da Cinesiologia Vindo da combinação de dois verbos gregos, Knein=mover e Logos=estudar, surge o termo Cinesiologia, que é a ciência que estuda o movimento humano. Os primeiros registros de estudos sobre o movimento humano foram realizados e descritos por Aristóteles (384-322 a.C.), tornando-se então o pai da Cinesiologia. Foi o primeiro a se interessar e observar o processo de deambulação, descrevendo a ação dos músculos atuantes na marcha. Aristóteles também relacionou as alavancas presentes na mecânica, com as alavancas presentes no corpo humano. Princípios hidrostáticos, utilizados hoje em dia na natação, foram apresentados ainda na Grécia por Arquimedes (287-212 a.C.), seus estudos são bem amplos já que indagou sobre os sistemas de alavancas e determinou o centro de gravidade. A partir da observação de gladiadores, Galeno (131-201 a.C.) �cou conhecido como o médico dos esportes, foi o primeiro a se interessar pela área esportiva, analisando atletas. Em seus estudos, ele diferenciou os nervos sensitivos de nervos motores e músculos agonistas e antagonistas. Foram encontrados nos seus registros termos 8 https://static.todamateria.com.br/upload/ar/is/aristoteles-cke.jpg utilizados nos estudos das articulações: diartrose (se refere a uma articulação móvel) e sinartrose (se refere a uma articulação rígida). Galeno foi um dos pioneiros a estudar a contração muscular, ele acreditava que para isso acontecer, havia um fenômeno denominado por ele como “espíritos animais”, em que dizia que o cérebro usava o mecanismo de nervos para chegar ao músculo e produzir a contração. O Histórico da Cinesiologia e Biomecânica nos mostra a junção do conhecimento de várias disciplinas. A partir de hoje, raciocinar de forma cinesiológica permitirá aos educadores físicos buscar maneiras de otimizar, potencializar ou até mesmo corrigir os movimentos de seus alunos. Após o período de grandes descobertas sobre o corpo humano, adveio a chamada Idade Média (ou a idade das trevas), �cando estagnados os estudos por quase mil anos. Após esse longo período, o próximo grande nome para a contribuição da Cinesiologia foi Leonardo da Vinci (1452-1519). Pintor, escultor, engenheiro e cientista, da Vinci interessava-se pelo corpo humano e foi o primeiro a conseguir licença, ao lado do médico Marco Antônio Della Torre (1418-1511), para dissecar cadáveres e realizou mais de 200 desenhos anatômicos, que mostrava a origem e inserção dos músculos. Curiosamente, em seus estudos sobre a marcha humana, amarrava esqueletos em cordas, em pontos especí�cos de origem e inserção muscular, e simulava os movimentos a �m de demonstrar o músculo em seu funcionamento. 9 Figura 2 - O homem Vitruviano - Leonardo da Vinci (1490) Fonte: acesse o link Disponível aqui Figura 3 - Desenhos anatômicos de Leonardo da Vinci Fonte: acesse o link Disponível aqui 10 https://cdn.pixabay.com/photo/2016/01/06/21/57/leonardo-da-vinci-1125056_960_720.jpg https://s2.glbimg.com/CmzvDaRFmbIsRnK-gokCQJNIXfQ=/e.glbimg.com/og/ed/f/original/2019/05/02/da_vinci.jpg Figura 4 - Galileu Galilei Fonte: acesse o link Disponível aqui Galileu Galilei (1564-1643) mostrou que a matemática pode explicar fenômenos físicos, um dos seus principais estudos sobre aceleração defendeu que a velocidade de um corpo em queda livre não tem relação com seu peso, e sim, com o espaço e o tempo, dando origem à mecânica clássica. Seu estudo foi consagrado e tornou a cinesiologia uma Ciência. Seguindo as ideias de Galileu Galilei, Alfonso Borelli (1608-1679) também utilizou a matemática para explicar diversos fenômenos do corpo humano. Ele atribuiu que os ossos servem como alavanca e os músculos auxiliam no movimento. Tentando criar uma teoria que explicasse a contração muscular, Borelli defendeu que seria preciso algum tipo de reação química, então, dizia que os nervos eram tubos preenchidos por um tipo de material esponjoso, material esse que recebeu o nome de “gás dos nervos”, quando esse gás era agitado ocorria um tipo de fermentação e, após esse fenômeno ocorria contração muscular provocando nesse músculo a turgescência (dilatação, intumescência, inchaço). 11 https://pt.wikipedia.org/wiki/Galileu_Galilei#/media/Ficheiro:Justus_Sustermans_-_Portrait_of_Galileo_Galilei,_1636.jpg Galileu,Giovanni Alfonso Borelli e desenhos mecânicosdo Livro "Motum Animalium" (1680) Fonte: acesse o link Disponível aqui A teoria da contração muscular de Borelli durou pouco, e logo foi atacada por Francis Glisson (1597-1677) que a�rmou que as �bras musculares se contraíam ao invés de se expandirem durante a �exão, conceito esse que foi posteriormente mais bem elaborado por Albert Von Haller (1708-1777). O estudioso James Keill (1674-1719) observou que a �bra muscular mudava de forma durante a contração do músculo, a�rmando que se tornava esférica, também foi o primeiro a se preocupar com a quantidade de �bras musculares presentes nos músculos. Charles Darwin (1809-1882) nos trouxe a teoria da evolução humana, na qual defende a ideia de que o homem é descendente de alguma forma de outro ser, e trouxe questões importantes à cinesiologia, principalmente em relação aos estudos da função muscular. 12 https://www.researchgate.net/profile/Gregory-Tsoucalas/publication/316723857/figure/fig1/AS:491907525681154@1494291301424/Giovanni-Alfonso-Borelli-lithograph-by-PR-Vigneron-Encyclopaedia-Britannica-1911.png Charles Darwin (1809-1882) e a representação da Teoria da Evolução Charles Darwin Fonte: acesse o link Disponível aqui Claro que não poderíamos nos esquecer das leis que permeiam a Cinesiologia e Biomecânica de Isaac Newton (1643-1727), Lei da Inércia, Lei da Aceleração, Lei da Reação, teremos um momento especial para esse tema! 13 https://i.pinimg.com/564x/66/72/33/6672338858fcec3a1948e5f648768bf7.jpg Utilizando, então, estudos do século passado e a tecnologia moderna, a cinesiologia cria métodos de análises so�sticados para o movimento humano, métodos esses que envolvem questões, como quais músculos e articulações estão presentes em cada movimento, desde o mais simples e cotidiano, como escovar os dentes até o mais complexo, como um salto de um atleta. A Cinesiologia se consolidou como área de conhecimento de grande importância em cursos que trabalham com o movimento do corpo humano como Educação Física, por exemplo. A biomecânica entra como uma das disciplinas da Cinesiologia, utilizando parâmetros de medidas especí�cas para explicar os movimentos humanos, e utiliza da mecânica clássica como principal instrumento de estudo. Muito além de explicar as leis da física, a biomecânica mede e categoriza os movimentos humanos, analisa os parâmetros físicos do movimento e os torna mais e�cientes. A biomecânica utiliza de medições especí�cas que são: cinemetria, dinamometria, eletromiogra�a e antropometria. Falaremos em outra aula sobre essas formas de medidas. 14 No artigo disponibilizado a seguir, o autor mostra a importância da Cinesiologia e Biomecânica na prática esportiva e, também, nos traz as perspectivas da aplicação dos conhecimentos da biomecânica para a prática pro�ssional do educador físico e a atuação no controle de lesões. Boa leitura! Vamos assistir a um breve vídeo sobre alguns pontos importantes da Cinesiologia e Biomecânica e aproveitar para analisar como podemos colocar em prática os conhecimentos dessa disciplina dentro do cotidiano pro�ssional. Acesse o link a seguir: 15 https://go.eadstock.com.br/bnu https://go.eadstock.com.br/bnv 02 Planos Anatômicos de Orientação do Corpo Humano 16 Fonte: Kendall et al. (2007) – p. 54. Olá, a acadêmicos! Tão importante quanto conhecer a história da Cinesiologia e Biomecânica, é entender que daqui por diante você utilizará nomenclaturas especí�cas para descrever os movimentos do corpo humano, visto que estes podem ser realizados em diversas direções, de�ni-los torna uma tarefa complexa, a seguir, vamos conhecer alguns conceitos importantes de orientação. Posição Anatômica:“posição ereta, com a face direcionada para frente, membros superiores nas laterais do corpo, palmas direcionadas para frente e dedos da mão e polegares estendidos. É a posição de referência para de�nições e descrição dos planos e eixos corporais” (KendaLL et al., 2007). Posição fundamental: similar à posição anatômica, porém, as palmas das mãos estão voltadas para o tronco. 17 Fonte: acesse o link Disponível aqui Planos de Orientação do Corpo Os planos anatômicos, ou planos de orientação do corpo, são utilizados para dividir o corpo humano para facilitar a descrição e localização das estruturas ou direção dos movimentos. São eles: 11 Sagital: divide o corpo direita e esquerda. 18 https://md.uninta.edu.br/geral/cinesiologia/img/img3.png 22 Frontal ou Coronal: divide o corpo em duas metades, frente (anterior) e trás (posterior). 33 Transverso, axial ou horizontal: divide o corpo em metades superior (cefálica) e inferior (caudal). 44 Eixos Anatômicos: os eixos anatômicos são universalmente utilizados para descrever os movimentos do corpo humano e estão associados a um plano de movimentação perpendicular a um plano anatômico: 55 Eixo transverso: É formado pelo encontro do plano transversal com o plano coronal. Também pode ser chamado de látero-lateral. 19 Figura 1 - Planos e Eixos Anatômicos Fonte: Floyd (2016) – p.6. 66 Eixo sagital: É formado pelo encontro do plano sagital com o plano transversal. Também pode ser chamado de eixo ântero-posterior. 77 Eixo longitudinal: É formado pelo encontro do plano transversal com o plano coronal. Também pode ser chamado de látero-lateral. 20 Figura 2 - Exemplo dos eixos anatômicos da articulação do joelho Fonte: Hamill et al. (2016) – p. 19. Centro de Gra�dade Ponto onde é concentrado todo o peso do corpo, gerando um equilíbrio entre todas as partes, sua localização se dá no encontro de todos os planos anatômicos, a mais ou menos 4cm à frente da primeira vértebra sacral (S1). Linha de gravidade: linha imaginária, que passa no sentido vertical, pelo centro de gravidade. 21 Figura 3 - Centro e Linha de Gravidade Fonte: acesse o link Disponível aqui Figura 4 - Exemplo de movimento em torno do centro de gravidade Fonte: Hall (2021) – p. 20. 22 http://3.bp.blogspot.com/89xNUQb9F7A/Vmjd74Xl5jI/AAAAAAAAAEg/wMVxjFzWOKo/s640/linha-de-gravidade-base-de-suporte-centro-de-gravidade.png A ginástica artística é um esporte que envolve força, equilíbrio, explosão e acrobacias. Já notou em como a maioria das atletas são baixas? Isso porque a baixa estatura (média entre 1,55m a 1,65m) lhes conferem um centro de gravidade mais próximo ao solo, o que permite um equilíbrio maior se comparado a indivíduos mais altos. As rotações também são facilitadas, quanto menor o indivíduo mais giro ele pode dar. Mo�mentos Fundamentais Sagital Flexão: Nesse movimento ocorre a diminuição no ângulo da articulação. Exemplo: �exão do bíceps. Extensão: Movimento de retorno da �exão. Exemplo: extensão do bíceps. Hiperextensão: Continuação do movimento da extensão. Exemplo: quando o braço se estende além do corpo. 23 Figura 5 - Exemplos do movimento de �exão e extensão em várias regiões do corpo humano Fonte: Hamill et al. (2016) – p. 13. Plano Frontal Abdução: Movimento lateral que distancia da linha mediana do corpo. Adução: Movimento lateral que aproxima da linha mediana do corpo. Flexão Lateral: Movimento de inclinação lateral, seja da cabeça, tronco ou outro membro. 24 Figura 6 - Exemplo do movimento de abdução e adução Fonte: acesse o link Disponível aqui Plano Transverso Rotação Esquerda e Direita: aplica-se a poucas articulações, exemplo de coluna cervical, neste movimento, a parte anterior vira respectivamente para o lado oposto. Rotação Medial: traz a face anterior de um membro para mais perto do plano mediano. Rotação Lateral: leva a face anterior para longe do plano mediano. 25 Figura 7 - Exemplo de rotação medial e lateral Fonte: Hamill et al. (2016) – p. 15. A partir desse momento, você conhecerá nomenclaturas de movimentos especí�cos, esses termos são utilizados principalmente entre pro�ssionais que trabalham com o movimento, lembre-se de que seu aluno não sabe sobre esses termos, use sempre uma linguagem simples e de fácil entendimento! 26 Figura 8 - Exemplo do movimento de pronação e supinação Fonte: Hamill et al. (2016) – p. 16. Descritores dos Mo�mentos Especiais Alguns segmentos corporais possuem nomes especí�cos de movimento, embora a maior parte deles esteja relacionada aos movimentos básicos, essa terminologia é comumente utilizada por pro�ssionais do movimento. Seguem alguns exemplos: Articulação radioulnar Pronação: movimento do antebraço e mão onde o rádio gira medialmente em torno de seu eixo de modo que a palma da mão se volte para baixo. Supinação: movimento do antebraço e mão onde o rádio gira lateralmente em torno de seu eixo de modo que a palma da mão se volte para cima. 27 Figura 9 - Exemplo do movimento de �exão plantar e dorsi�exão da articulação do tornozelo Fonte: Hamill et al. (2016) – p. 16. Articulação Tornozelo e pé Dorsi�exão ou Flexão Dorsal: resultado do movimento de �exão do tornozelo, movendo o pé/dedos em direção à tíbia. Flexão Plantar: resultado do movimento de extensão do tornozelo, movendo o pé/dedos em direção ao solo. Eversão: resultado do movimento de rotação lateral de levar a planta do pé lateralmente. Inversão: é resultado da rotação medial da região plantar. 28 Figura 10 - Exemplo de movimento de Inversão e Versão da articulação do tornozelo Fonte: Hamill et al. (2016) – p. 16. Decúbitos Referem-se ao posicionamento em posição deitada a qual o corpo se encontra: Decúbito dorsal: corpo deitado com a face voltada para cima. Decúbito ventral: corpo deitado com a face voltada para baixo. Decúbito lateral: corpo deitado de lado (esquerdo ou direito). 29 Figura 11 - Exempli�cação dos decúbitos Fonte: acesse o link Disponível aqui Agora que você já conhece os termos corretos que dão nome aos movimentos do corpo humano, que tal começar a pensar neles executando os movimentos? Bora praticar! 30 https://estudandoenfermagemblog.files.wordpress.com/2016/07/decubito-dorsal-lateral-ventral.png?w=920 Acesse o link a seguir para memorizar de forma mais fácil os termos estudados! 31 https://go.eadstock.com.br/bnw 03 Sistema Muscular 32 Figura 1 - Músculos do corpo humano - Vista Anterior Fonte: Floyd (2016) - p. 37. Nesta unidade de estudo, vamos aprofundar nosso conhecimento cinesiológico, com ênfase nas estruturas musculares e você passará a entender sobre a constituição muscular, e entenderá a importância e funcionalidade dos músculos no corpo humano. Que tal começar de um jeito diferente? Levante-se da cadeira e realize algum tipo de exercício, pode ser o simples fato de sentar-se e levantar-se. Agora, analisando as imagens, você consegue relacionar 5 estruturas musculares que estiveram envolvidas nesse exercício? Lembre-se do olhar crítico, cinesiológico e detalhado do corpo humano. 33 Figura 2 - Músculos do Corpo Humano - Vista Posterior Fonte: Floyd (2016) - p. 38. Acesse o link a seguir e veja se você conseguiu acertar as estruturas envolvidas! 34 https://go.eadstock.com.br/bnx Figura 3 - Unidade musculo-tendão Fonte: Lippert (2018) – p. 37. Função, Característica e Propriedade Muscular No corpo humano, existem mais de 600 músculos que e representam cerca de 50% do peso corporal. Responsáveis por realizar os movimentos do corpo humano, controlar a postura ereta, produzir calor e força, dentre outras funções, “os músculos constituem uma complexa rede de �bras, feixes, fáscias, bainhas, tendões que formam um emaranhado de estruturas que se entrelaçam entre si, e �xam-se nas articulações e ossos” (Portela et al. 2017). Os músculos estão conectados aos ossos através dos tendões. O tendão é uma estrutura �brosa constituída de tecido conjuntivo e tem como função conectar e transmitir a força muscular para a estrutura óssea.Precisamos entender que o tendão possibilita o movimento e possui duas extremidades que recebem o nome de inserção distal (ponto móvel) e inserção proximal (ponto �xo). 35 Para entender melhor, imagine o movimento de levar um copo de água em direção à boca, o músculo bíceps braquial se contrai e o antebraço se move. O úmero está mais estável por estar ligado à articulação do ombro e o antebraço mais móvel, dessa forma, a inserção distal se move em direção à proximal. É preciso ter em mente a origem e inserção dos músculos presentes no corpo humano, muitas das vezes, a nomenclatura do músculo tem ligação direta com sua origem e inserção. Por exemplo, o músculo supraespinhal está localizado superiormente à espinha escapular. Consegue identi�car outro músculo que possui essa ligação? Acesse o link a seguir e visualize na prática os pontos de inserção proximal e distal! Capazes de se contrair e relaxar, produzir movimento, os músculos possuem formas diferentes, sendo longos, curtos ou largos, e suas �bras podem estar dispostas de forma reta, transversal ou oblíqua. Os músculos que possuem as 36 https://go.eadstock.com.br/bny Figura 4 - Orientação das �bras musculares Fonte: Lippert (2018) – p. 39. �bras musculares paralelas produzem maior amplitude de movimento, já os músculos de �bras mais curtas e oblíquas produzem contrações mais fortes. As �guras a seguir ilustram as formas dos músculos e a disposição das �bras. 37 Os músculos podem ser classi�cados de acordo: 1. Com as características de contração: 1.1. Voluntários: quando o movimento de contração e relaxamento é in�uenciado pelo desejo da pessoa; 1.2. Involuntários: quando a contração e relaxamento não depende do desejo da pessoa e acontece de forma regular, como no caso do músculo cardíaco. 2. Função: 2.1. Agonistas: são os músculos de ação principal e produzem o movimento articular. Por exemplo, na �exão de cotovelo o bíceps braquial é o músculo de ação principal. 2.2. Antagonista: executam a ação contrária ao movimento do músculo agonista, por exemplo, durante a �exão de cotovelo o músculo bíceps braquial se encurta e o tríceps se alonga. 2.3. Estabilizadores: eles agem de forma a estabilizar os movimentos dos músculos agonistas e antagonistas. 2.4. Sinergistas: são os músculos que auxiliam na ação do agonista, mas não são os movimentadores primários, eles têm a função de desprezar os movimentos indesejados. 2.5. Neutralizadores: são músculos que têm como função impedir substituições musculares inadequadas. Vejam um exemplo dos músculos conforme sua função: 38 Figura 5 - Exemplo das Ações Musculares na articulação do ombro Fonte: Hamill et al. (2016) p. 7. 3. Características estruturais: 3.1. Músculo cardíaco: também chamado de miocárdio, é o músculo que recobre o coração e permite os movimentos desse órgão. Esse músculo é classi�cado como involuntário, pois a sua função é desempenhada independentemente do desejo da pessoa. Também pode ser chamado de estriado cardíaco, pois apresenta estriações, é constituído por células alongadas e rami�cadas que contraem de forma vigorosa e rítmica. 3.2. Músculo liso: Esse tipo de músculo possui contração involuntária e lenta e pode ser encontrado na parede de órgãos ocos, como o sistema digestório e bexiga, por exemplo. Diferentemente do músculo cardíaco, esse músculo não apresenta estrias e, por isso, recebe a denominação de liso. 3.3. Músculo esquelético: também um tipo de músculo estriado, no entanto, diferentemente dos outros tipos de músculos, ele possui contração voluntária. 39 Figura 6 - Características Estruturais do músculo Fonte: acesse o link Disponível aqui Para que haja o perfeito funcionamento, o tecido muscular possui 4 propriedades que estão diretamente ligadas com a produção do movimento, são elas: 11 Irritabilidade ou excitabilidade: é a capacidade de reagir aos estímulos químicos, elétricos ou mecânicos. 40 https://enfermagemflorence.com.br/wp-content/uploads/2021/01/tipos-de-musculos.jpg 22 Contratilidade: é a capacidade de o músculo de se contrair e gerar força, esse ato pode gerar encurtamento ou alongamento do músculo. 33 Extensibilidade: é a capacidade de o músculo se alongar passivamente além de seu comprimento. 44 Elasticidade: capacidade de o músculo retornar ao seu tamanho normal de repouso após ser alongado. Cada músculo presente no nosso corpo possui uma combinação de dois tipos de �bras, as de contração lenta (ou tipo I) e as �bras de contração rápida (do tipo II), que são subdivididas em IIa e IIb. As �bras musculares de contração lenta possuem maior número de mioglobina e, por isso, apresentam coloração vermelha. As propriedades dessa musculatura são apropriadas para trabalhos prolongados e de baixa intensidade, como, por exemplo, atletas de resistência, sendo eles maratonistas, ciclistas, triatletas. As �bras do tipo II são divididas em IIa (oxidativo-glicolíticas) e IIb (glicolíticas). Segundo Hamill (2016), as �bras do tipo IIa são capazes de sustentar uma atividade por um longo período, ou se contraem de forma explosiva e, em seguida, entram 41 Figura 7 - Exemplo da composição das �bras musculares - Diferenciação das �bras tipo I e II Fonte: Fonte aqui Disponível aqui em fadiga. Já as �bras do tipo IIb permitem uma geração de força rápida e entra em fadiga rapidamente, esse tipo de �bras são encontradas comumente em atletas velocistas e ginastas. 42 https://cdn.hsnstore.com/blog/wp-content/uploads/sites/2/2011/11/distribucion-fibras.jpg O link a seguir nos traz um vídeo explicativo da diferença corporal de um maratonista e um velocista. Não deixe de conferir! Analisando a foto a seguir, à direita, podemos observar um maratonista, que possui em seu sistema muscular, em sua maioria, �bras do tipo I. Nesse tipo de �bra, a hipertro�a não ocorre com facilidade. Já na �gura à esquerda, notamos um velocista que possui em sua constituição muscular a maior parte as �bras tipo II, que hipertro�am com muita facilidade. 43 https://go.eadstock.com.br/bnz Figura 8 - À direita um maratonista, à esquerda um velocista. Fonte: Fonte aqui Disponível aqui Para realizar uma atividade motora em um determinado momento, o indivíduo utiliza apenas uma porcentagem da capacidade muscular. Isso porque se todas as �bras se contraíssem de uma única vez haveria movimentos indesejados. 44 https://museuescola.ibb.unesp.br/images/1.Movimento_Maratonista_e_velocista_.jpg Figura 9 - Anatomia da �bra muscular Fonte: Lippert (2018) - p. 42. Tipos de Contração Para entender melhor sobre a contração muscular, é necessário que você conheça a estrutura do músculo e da �bra muscular. A teoria mais aceita de como ocorre a contração é a teoria do �lamento deslizante. Vamos lá! Os músculos são formados por grupos de �bras musculares que se reúnem em feixes chamados fascículos. Cada �bra é formada por feixes menores que recebem o nome de mio�brilas que se subdividem em unidades funcionais denominadas sarcômeros, que quando estimuladas se encurtam. Os sarcômeros são separados por uma espécie de linha denominada “linha Z”. Cada sarcômero possui uma rede de proteínas contráteis, actina e miosina. Os �lamentos de miosina tm projeções chamadas de “cabeças”, quando o músculo recebe o estímulo para se contrair, as cabeças se projetam e se ligam nos �lamentos de actina e exercem determinada força e provoca o encurtamento do sarcômero. Durante uma contração muscular normal todos os sarcômeros em uma determinada �bra muscular se encurtam ao mesmo tempo (Hamill et al. 2016; Hall, 2021). 45 Figura 10 - Ilustração de como ocorre o a contração muscular Fonte: Lippert (2018) - p. 42. As �guras a seguir demonstram a contratilidade muscular durante o chute, e como os �lamentos de actina se comportam. 46 Fonte: Lippert (2018) - p. 43. Acesse o link a seguir para visualizar como ocorre a contração muscular! Quando ocorre uma contração, signi�ca que o músculo foi tensionado em decorrência de um estímulo. As contrações musculares são utilizadaspara gerar, controlar, ou evitar movimentos articulares. As ações cinesiológicas dos músculos são classi�cadas em alguns tipos: 47 https://go.eadstock.com.br/bnA Contração isométrica: promove tensão no músculo sem interferência no ângulo articular, são consideradas contrações estáticas. Contração isotônica: promove tensão no músculo interferindo no ângulo articular, ocasionando o encurtamento ou alongamento das �bras musculares, são consideradas contrações dinâmicas. A contração isotônica se subdivide em: Concêntrica, onde ocorre no músculo o encurtamento das �bras musculares e o músculo gera força para resistir à ação. Excêntrica, onde ocorre nos músculos o alongamento e a tensão muscular, é reduzida para controlar a diminuição da resistência. Cuidado! Alongamento muscular não é o mesmo que contração excêntrica! Isocinética: promove sobre o músculo uma sobrecarga com velocidade constante, é menos comum e necessita aparelho especí�co para ocorrer. Esse tipo de contração possui �ns especí�cos, tais como correção de dé�cits musculares, avaliação de resultados e determinar se o indivíduo está apto ao retorno de suas atividades. Esse tipo de avaliação é comumente utilizado em jogadores de futebol. 48 Figura 11 - Exemplos dos tipos de contração muscular Fonte: Lippert (2018) - p. 49. Acesse o link a seguir para visualizar como é feita a contração isocinética! 49 https://go.eadstock.com.br/bnC Atenção, Educadores físicos! As lesões musculares são comuns, a maioria delas é relativamente pequena, um músculo saudável tem a capacidade de se autorreparar. As lesões mais comuns são: rupturas, contusões, cãibras, dor muscular tardia, síndrome compartimental. Acesse os artigos a seguir e entenda um pouco mais sobre a prevenção das lesões musculares! Efeitos de diferentes formas de aquecimento no desempenho da avaliação de força. 50 https://go.eadstock.com.br/bnD https://go.eadstock.com.br/bnE Programas de exercício na prevenção de lesões em jogadores de futebol: uma revisão sistemática. Prevalência de lesão e fatores associados em corredores de rua da cidade de Juiz de Fora (MG). O vídeo abaixo ilustra as lesões mais comuns no esporte! 51 https://go.eadstock.com.br/bnF https://go.eadstock.com.br/bnG https://go.eadstock.com.br/bnH 04 Sistema Articular 52 Capazes de permitir os movimentos do corpo humano e unir os ossos, as articulações possuem papel fundamental para a biomecânica. Pode-se dizer que uma articulação é um ponto de encontro entre dois ou mais ossos, e sua estrutura determina a direção e a amplitude do movimento (Van de Graa�, 2013; Neumman, 2018). Apesar de permitir os movimentos, algumas articulações permanecem rígidas para proporcionar estabilidade e equilíbrio. Segundo Van de Graa� (2013), a atividade coordenada das articulações permite os movimentos sinuosos, elegantes do ginasta ou da dançarina de balé, da mesma maneira que permite todas as ações comuns associadas com caminhar, comer, escrever e falar. E embora façam parte do sistema esquelético, vamos aprofundar, nesta aula, o conhecimento articular, que é de extrema importância ao educador físico, visto que essas estruturas sofrem com sobrecargas e esforços excessivos. Um treino bem orientado e realizado de forma correta pode diminuir os riscos ou até mesmo evitar lesões. Mas você já parou para pensar se todas as articulações são iguais? Ou se todas são móveis? Já parou para pensar que se esse sistema não existisse não haveria mobilidade? Vamos, a seguir, entender melhor sobre esse sistema que está presente em todo o sistema esquelético. Embora possibilite os movimentos, uma articulação com maiores possibilidades de movimento é menos estável, como a articulação do ombro, por exemplo, o que pode levar a lesões mais facilmente. Já as articulações com menor possibilidade de movimento são mais estáveis, como, por exemplo, a articulação esterno clavicular. 53 Articulação do tipo Sutura (Sinartrose) Fonte: Lippert (2018) – p. 17. Classificação das Articulações As articulações do nosso corpo são classi�cadas de acordo com a amplitude do movimento que ela possibilita e o tipo de tecido que mantém a união entre os ossos, dessa forma, são elas: 1. Articulações Fibrosas: possuem um tecido conjuntivo �broso entre os ossos. São articulaçõesrígidas ou pouco móveis, estão subclassi�cadas em: 1.1. Suturas ou Sinartrose: articulação encontrada somente no crânio, e possui uma �na camada detecido conjuntivo denso. Sua maior função é proporcionar a absorção de choque. 1.2. Sindesmose: articulações ligadas por �bras cartilaginosas chamadas de membrana interóssea. São encontradas no antebraço (rádio e ulna), e na perna (tíbia e fíbula), permitem de forma leve a rotação desses membros. 54 Articulação Sindesmose (tipo ligamentar) Fonte: Lippert (2018) - p. 18. 1.3. Gonfoses: articulação que ocorre entre os dentes e ossos, isto é, onde a raiz do dente está �xada. 55 Articulação tipo Gonfose - Pino em tomada Fonte: Lippert (2018) – p. 18. 2. Articulações Cartilaginosas: permitem movimentos limitados, apresentam cartilagem hialina ou �brocartilagem entre os dois ossos. São divididas em: 2.1. Sincondrose: articulações unidas pela cartilagem hialina. 2.2. Sín�ses: articulações unidas por cartilagem �brosa, como, por exemplo, a sín�se púbica. 3. Articulações Sinoviais ou Diartrose: essas articulações apresentam liberdade de movimento e estão envolvidas por cápsulas articulares com líquido sinovial em seu interior (rico em ácido hialurônico), com a �nalidade de lubri�car a superfície articular. A sua função é proporcionar amplitude de movimento e manter a estabilidade. São as mais complexas dentre todas as articulações presentes no corpo humano. Em sua estrutura sempre encontraremos: líquido sinovial; cartilagem articular; cápsula articular; membrana sinovial; ligamentos; vasos sanguíneos; nervos sensoriais (Van de Graa�, 2013; Neumman, 2018). 56 Articulação Sinovial Fonte: Neumann (2018) - p. 31. As articulações sinoviais são classi�cadas conforme a sua analogia mecânica: 57 1. Articulação em dobradiça: “análoga à dobradiça de uma porta, formada por um pino central rodeado por um cilindro maior oco” (Neumman, 2018). Podemos observar essa mecânica na articulação umeroulnar. 2. Articulação em pivô: muito parecida com a mecânica de uma maçaneta redonda de uma porta, produz um movimento angular de giro, encontrada, por exemplo, na articulação umerorradial. 3. Articulação elipsoide: onde há uma superfície convexa achatada unida a uma superfície côncava, tipo concha, exemplo da articulação radiocarpal. 4. Articulação esferoide: possui uma superfície convexa esférica que se encaixa dentro de uma espécie de soquete em forma de xícara. Exemplo, articulação coxofemoral. 5. Plana: se dá pelo pareamento de duas superfícies planas ou ligeiramente curvas combinando os movimentos de deslizamento e alguma rotação. Exemplo, articulações metacarpais. 6. Selar: muito parecida com uma sela de cavalo, onde possui na mesma superfície uma curva côncava e uma convexa. Exemplo, articulação carpometacarpal do polegar. 7. Condilar: Nesse tipo de articulação, uma superfície articular ovoide ou condilar é recebida em uma cavidade elíptica. Exemplo, articulação do joelho. 58 Figura 1 - Exemplos de analogia às articulações Fonte: Hamill et al. (2016) - p. 54. Agora que já vimos os tipos de articulações, precisamos saber também que existem quatro tipos de classi�cações realizadas pela amplitude de movimento, são elas: 11 Monoaxial: se move em torno de um único eixo. São, por exemplo, a articulação do cotovelo, que realiza somente o movimento de �exão e extensão. 59 22 Biaxial: se move em torno de dois eixos distintos. Realiza os movimentos de extensão, �exão, adução e abdução, como a articulação radiocarpal. 33 Triaxial: se move ao longo de todos os três eixos. Permitem, além dos movimentos de �exão, extensão, adução e abdução, o movimento de rotação. Por exemplo, articulação do ombro e do quadril. Muitas vezes,encontramos di�culdade em classi�car as articulações sinoviais com base na analogia mecânica isolada, porém, precisamos nos atentar em relação à amplitude de movimento e função geral. As articulações sempre irão exibir algumas variações sutis que tornam simples as descrições mecânicas (Neumann, 2018). 60 Vimos que o sistema articular possibilita o movimento do corpo humano contando com diferentes tipos de articulações, cada qual com a sua respectiva função. A seguir, seguem alguns estudos que demonstram sobre a importância dos cuidados com as articulações, as alterações durante o processo de envelhecimento. A importância da atividade física para o aparelho locomotor. Este outro estudo traz a especi�cidade dos movimentos corporais em atletas de basquetebol. 61 https://go.eadstock.com.br/bnI https://go.eadstock.com.br/bnJ https://go.eadstock.com.br/bnK 05 Estrutura Fisiológica da Coluna Vertebral 62 A coluna vertebral é uma importante estrutura do nosso corpo cujas características bastante so�sticadas. Graças a ela, somos capazes de nos manter em posição ereta e realizar movimentos básicos do nosso cotidiano. Possui importante papel na proteção da tão frágil medula espinhal e possibilita os movimentos dos membros superiores e inferiores, sendo uma unidade funcional de extrema importância do corpo. Segundo Liberali e Vieira (2016), Os movimentos mecânicos da coluna vertebral fazem constantes ajustes paradoxais, que harmonizam a rigidez e �exibilidade, tendo os músculos, ligamentos, e tendões e todas as demais estruturas como coadjuvantes de ligação entre cabeça, cintura escapular, coluna e pelve, permitindo os movimentos de tronco nos três planos: sagital, frontal e transversal. Estendendo-se da base do crânio até a extremidade caudal, a coluna é formada por 33 vértebras, sendo 7 cervicais, 12 torácicas, 5 lombares, 5 sacrais (fundidas), 4 coccígeas (fundidas). Tais estruturas estão sobrepostas e intercaladas por discos intervertebrais que permitem a sua �exibilidade. Embora todas as vértebras tenham formato muito parecidos, existe um aumento progressivo no tamanho do corpo vertebral da região cervical, até a região lombar. Isso se dá pelo fato de que a mecânica da coluna lombar precisa ser um pouco mais resistente devido à alta sobrecarga que ela recebe, tanto em atividades do dia a dia, tanto pela sustentação de toda estrutura acima dela (coluna torácica, cervical e cabeça) (Hall, 2021). A coluna vertebral possui três curvaturas: cervical, torácica e lombar. Curiosamente, a curvatura torácica é de�nida como primária, já que surge desde a formação fetal. As curvaturas cervical e lombar são formadas ao longo da vida, dessa forma, são denominadas secundárias. As adaptações adotadas pelas nossas posturas auxiliam no equilíbrio e diminuem as sobrecargas (Portela, 2016). 63 Coluna vertebral completa vista do lado esquerdo 64 Fonte: Seeley, 2016, p. 213 65 Segue link para visualização da coluna vertebral em 3D. Anatomia da Coluna Vertebral em 3D Animação: Anatomia da Coluna Já parou para pensar em quantas atividades realizamos durante o nosso dia que envolvem a coluna vertebral? Sentados, caminhando, praticando algum esporte, deitados. Essas atividades fazem com que a nossa coluna sofra algumas alterações patológicas, que pode levar ao aumento ou diminuição das curvaturas �siológicas, são denominadas: hipercifose ou hipocifose, hiperlordose ou hipolordose, ou escoliose. Tais alterações podem acarretar desconfortos e precisam ser avaliadas e tratadas. 66 https://go.eadstock.com.br/bpI https://go.eadstock.com.br/bpJ Ilustração dos desalinhamentos da coluna Kendall et al., 2007, p. 64. 67 As curvaturas da coluna podem ser alteradas de acordo com as atividades realizadas no dia a dia, estudos demonstram como a sobrecarga das mochilas escolares podem in�uenciar e provocar alterações nas curvaturas. Boa leitura! Importantes ligamentos estão envolvidos para garantir a estabilidade dos segmentos móveis. Seis ligamentos importantes reforçam a estrutura de sustentação. Ligamento amarelo, interespinhal e supraespinhal, atuam na �exão e são mais presentes na região lombar. O ligamento nucal se dá pela continuidade do supraespinhal e está localizado na região cervical. Já os ligamentos longitudinais se estendem de axis ao sacro, o anterior limita a lordose excessiva (extensão) e o posterior limita a �exão e reforça o anel �broso (Portela, 2017). 68 https://go.eadstock.com.br/bpK Ilustração dos ligamentos da coluna Fonte: Neumann, 2018, p. 322. 69 E o que aconteceria se a nossa coluna não tivesse ligamentos? Acesse o link e descubra! 70 https://go.eadstock.com.br/bpL 06 Coluna Vertebral: Músculos e Movimentos 71 Seeley, 2016, p. 214 A coluna vertebral é uma unidade, e como tal permite o movimento em todos os três planos (articulação triaxial), assim como a circundução. A amplitude de movimento é determinada pelas regiões anatômicas, por exemplo, as vértebras da coluna lombar permitem movimentos mais amplos do que as vértebras do sacro, que são difundidas. 72 O link a seguir nos traz um vídeo explicativo dos diferentes tipos de vértebras que compõem a coluna. Não deixe de conferir! Para cada região da coluna, os movimentos estão relacionados com o seu respectivo nome. Segundo Floyd (2016), [...] os termos designativos dos movimentos da coluna vertebral são complementados pelo nome atribuído à região em que o movimento ocorre. Por exemplo, a �exão do tronco na região lombar é conhecida como �exão lombar, e a extensão do pescoço é conhecida como extensão cervical. Dessa forma, podemos então designar os movimentos da coluna, como �exão, extensão, hiperextensão e circundução, além da �exão lateral. Vamos observar abaixo os movimentos realizados e sua respectiva musculatura envolvida. Coluna Cervical – (C1 a C7) – permite os movimentos da cabeça em todas as direções. 73 https://go.eadstock.com.br/bpT Estruturas da coluna cervical Fonte: Lippert (2018) - p. 227. 74 Movimentos realizados pela coluna cervical (continua) e (continuação) Fonte: Lippert (2018) - p. 228. Os músculos �exores do pescoço fazem parte da camada mais profunda e consiste no longo do pescoço, longo da cabeça, reto anterior da cabeça, reto lateral do pescoço, e esternocleidomastoide que faz parte da camada super�cial, e atua na �exão lateral do pescoço. Os músculos escalenos situam-se mais lateralmente e possuem importância na respiração. Os músculos extensores são o reto posterior menor e maior da cabeça, esternocleidomastoide e trapézio �bras inferiores. Na rotação lateral os músculos atuantes são o oblíquo superior da cabeça, longo do pescoço, reto lateral da cabeça, esternocleidomastoide, escalos e trapézio �bras inferiores. 75 Ilustração da musculatura envolvida nos movimentos da coluna cervical Seeley, 2016, p. 323 Os músculos que realizam a �exão lombar geralmente são referidos como abdominais e possuem grande ligação com a coluna vertebral atuando diretamente na manutenção da postura e equilíbrio. São eles: Oblíquo interno e externo do abdome – trabalham conjuntamente na �exão e rotação do tronco. 76 Ilustração do Músculo Oblíquo Interno Fonte: Kendall et al. (2007) – p. 196 Ilustração do Músculo Oblíquo Externo Fonte: Kendall et al. (2007) – p. 195. Oblíquo externo 77 Ilustração do Músculo Transverso do Abdome Fonte: Kendall et al. (2007) – p. 197. Transverso (está ligado aos outros músculos e suas bainhas junto com as do oblíquo formam a bainha do reto abdominal (Portela, 2016). Reto Abdominal 78 Ilustração do Músculo Reto Abdominal Fonte: Kendall et al. (2007) – p. 194. Ilustração dos movimentos realizados pela coluna vertebral Fonte: Kendall et al. (2007) – p. 172. 79 Os músculos que realizam a extensão são os eretores da coluna, incluindo o iliocostal torácico, o latíssimo do dorso, o espinhal torácico e o iliocostal lombar. Fazendo uma breve análise, podemos notar que o número de extensores é maior do que o grupo de �exores,isso se dá pelo fato de que para realizarmos a �exão da coluna, a força de gravidade auxilia no movimento, dessa forma, para realizar o movimento contrário, precisamos vencer a força gravitacional (Oliveira et al. 2011). É preciso tomar cuidado para não confundir a �exão da coluna vertebral com a �exão do quadril. Ambas ocorrem em movimentos, como tocar os dedos dos pés, porém, a �exão do quadril consiste na rotação do fêmur no plano sagital em relação à cintura pélvica. Precisamos entender que à medida que ocorre a �exão do tronco, os discos intervertebrais são comprimidos, principalmente do lado em que ocorre a �exão, o que leva ao aumento das forças atuantes no anel �broso, podendo ocorrer a chamada hérnia de disco. Dessa forma, é importante que o educador físico oriente os alunos à realização dos movimentos de forma adequada, de preferência com velocidade baixa, principalmente em alunos idosos (Oliveira et al., 2011). 80 Exemplo de como o disco intervertebral se comporta com os movimentos da coluna vertebral Fonte: Hamill et al. (2016) – p. 254. Em muitas modalidades esportivas, como alguns estilos de natação, habilidades artísticas, salto em altura e com vara, a coluna lombar realiza movimentos de hiperextensão, isto é, vai além da posição anatômica. 81 Ginastas sofrem a hiperextensão lombar durante muitas habilidades desempenhadas Fonte: @master1305 em Freepik 82 Nos links a seguir, os autores nos trazem um importante estudo sobre as alterações posturais em atletas. Per�l Postural de Atletas de Ginástica Rítmicana Faixa Etária de 10 a 19 Anos no Estado de São Paulo Alterações posturais em atletas brasileiros do sexo masculino que participaram de provas de potência muscular em competições internacionais Até aqui entendemos sobre os movimentos, músculos e até algumas patologias que podem ser desencadeadas por vícios posturais ou atividades realizadas de forma irregular, mas você já pensou em como os desequilíbrios musculares podem gerar problemas biomecânicos? A estabilidade da coluna vertebral se dá por três fatores: passivo (vértebras, discos intervertebrais, articulações e ligamentos); ativo: (músculos e tendões) e neural (sistema nervoso central e sistema nervoso periférico). Quando ocorre uma disfunção em qualquer um desses sistemas o mecanismo de compensação entra 83 https://go.eadstock.com.br/bpU https://go.eadstock.com.br/bp0 Músculos estabilizadores anteriores da coluna vertebral Fonte: Oliveira (2011) – p. 74. em cena para continuar a homeostase e manter o equilíbrio, porém, nem sempre esse equilíbrio/adaptação é adequado, pois pode promover sobrecarga em outros sistemas. Para facilitar o raciocínio vamos analisar da seguinte forma: se o músculo reto abdominal estiver �ácido, qual patologia você acha que acarretará? Quando ocorre a �acidez dos músculos abdominais, uma série de instabilidades ocorrem, como a projeção anterior dos órgãos abdominais, modi�cando o nosso centro de gravidade, levando a uma sobrecarga na coluna torácica e lombar. O fortalecimento dessa musculatura fornecerá estabilidade para as paredes anterior, posterior e lateral do tronco, favorecendo a boa postura, e a biomecânica correta de todos os segmentos corporais. 84 Desvios da coluna vertebral no plano sagital Fonte: Oliveira (2011) – p. 74. 85 Fonte: acesse o link Disponível aqui Fazendo uma breve análise da �gura acima, a primeira nos mostra o alinhamento adequado, com todas as forças atuando de forma correta. Na �gura central podemos notar um desalinhamento, com inclinação anterior da pelve e coluna lombar, como consequência de musculatura abdominal e extensora do quadril enfraquecida. Já na �gura à direita, a musculatura �exora do quadril e eretores da espinha se encontram fracos, levando a uma inclinação posterior da pelve. Nos últimos anos, tem-se estudado e se tornado de grande relevância para a manutenção da boa postura, os chamados músculos do core, especi�camente voltados para os músculos da parede abdominal. Para o bom funcionamento de todo o corpo é importante que esses músculos possuam boa estabilidade dinâmica 86 https://maurogracitelli.com/blog/voc-sabia-que-sua-postura-pode-contribuir-para-a-dor-no-ombro e é preciso pensar e agir de forma coerente o treinamento dessa musculatura com os objetivos de melhorar o desempenho nas atividades esportivas e prevenção de lesões da coluna vertebral. Quanto ao core interno podemos citar os músculos da camada mais profunda: o diafragma, transverso do abdome, multí�dos e músculos do assoalho pélvico. Já a camada super�cial consiste nos músculos: reto abdominal, oblíquo interno e externo, eretor da coluna. Exemplos para trabalhar essa musculatura: exercícios abdominais clássicos (Hamill et al., 2016). O vídeo a seguir nos traz um conceito de que o controle postural é dinâmico. Entenda mais acessando o link! 87 https://go.eadstock.com.br/bpV O vídeo a seguir nos traz um estudo demonstrando a importância do treinamento dos músculos do core em atletas de força e potência. Acesse o link e boa leitura! 88 https://go.eadstock.com.br/bpW 07 Membros Superiores: O Complexo Articular do Ombro 89 Ginasta realizando o cruci�xo em argolas Fonte: acesse o link Disponível aqui Olá, acadêmicos! É incrível pensar em como uma estrutura do corpo humano é capaz de realizar inúmeros movimentos precisos e em diferentes planos, assim, quando pensarmos em ombro podemos imaginar diversas atividades sendo realizadas. No âmbito esportivo, essa incrível articulação, juntamente com toda estrutura de braço, antebraço, mão e dedos é capaz de arremessar uma bola de beisebol a 40m/s, os nadadores são capazes de atravessar grandes piscinas olímpicas, ginastas realizam cruci�xo em argola. Já no âmbito cotidiano, viajantes carregam suas malas, costureiras inserem linha na agulha. Devido à enorme gama de movimentos, esse conjunto apresenta extrema fragilidade e a mínima lesão acarreta instabilidades dessa articulação. A imagem do ginasta olímpico Arthur Zanetti demonstra a incrível capacidade da articulação do ombro, além de toda a musculatura envolvida. 90 https://i2.wp.com/jornal.usp.br/wp-content/uploads/20160729_01_argolaszanetti.jpg?resize=800%2C534 Quando falamos em ombro, estamos nos referindo à articulação mais completa e complexa. Percebam que em praticamente todas as atividades esse conjunto articular está inserido, inclusive quando eu digitava esta aula a você, caro estudante. Tratando-se da complexidade, dedicamos um momento inteiro ao ombro! Vamos agora revisar estudos anatômicos, entender a biomecânica dessa articulação e estudar um pouco das patologias que acometem esse complexo articular. Bons estudos! Imagem dos ligamentos da articulação do ombro Seeley, 2016, p. 252 Articulações, Mo�mentos e Músculos do Ombro Constituído pela união do úmero na cavidade glenoide (considerada a principal articulação), o ombro é uma articulação protegida e estabilizada pelo acrômio, processo coracoide, e ligamentos coracoacromial, coracoumeral e glenoumeral (Oliveira et al., 2011). 91 O complexo articular do ombro possui 3 estruturas ósseas que estão dispostas entre si: 11 Úmero – sendo o maior osso do braço, possui cabeça arredondada que junto com a cavidade glenoide forma uma articulação esférica. Sua proximidade distal forma a articulação do cotovelo. 22 Clavícula – com formato em “S”, articula pela sua extremidade com o manúbrio e com a primeira cartilagem costal. 33 Escápula – de con�guração triangular, achatada, e localizada na face póstero-lateral do tórax, apresenta in�uência cinemática na articulação do ombro. 92 Escápula Seeley, 2016, p. 252 Características anatômicas e funcionais da articulação do ombro: 1. Articulação Glenoumeral: Formada pela cabeça do úmero na cavidade glenoide, articulação do tipo esferoide. Por ser uma articulação rasa, possui pouca estabilidade óssea, a sua estabilização se dá através das ações musculares. Para que haja aumento da fossa glenoide, há uma estrutura denominadalábio glenoidal ou labrum, que é constituído de �brocartilagem. O ligamento coracoumeral reforça a parte superior da cápsula articular, enquanto os ligamentos glenoumerais reforçam a cápsula anteriormente (Hamill, 2016). 93 2. Esternoclavicular: é o único ponto que �xa o membro superior ao tronco, é estabilizada pelos ligamentos interclavicular, costoclavicular, e esterno clavicular. Possui uma forte cápsula articular que contribui para dar à articulação poder de recuperação em casos de luxação ou ruptura (Hamill et al., 2016). 3. Acromioclavicular: a clavícula está conectada à escápula pela extremidade distal, formando a articulação acromioclavicular. É nessa articulação que ocorre maior parte dos movimentos da escápula em relação à clavícula (Hamill et al. 2016). 4. Escapulotorácica: a escápula faz contato com o tórax por meio da articulação escapulotorácica, que possui estruturas neurovasculares, musculares e bursas que permitem harmonia nos movimentos da escápula no tórax (Hamill et al., 2016). 94 Articulações que fazem parte do complexo do ombro 95 Fonte: Houglum et al. (2014) – p. 164. A articulação do ombro é a única capaz de se movimentar em todos os planos, dessa forma: Planos de movimentos da articulação do ombro Fonte: A autora. Plano Sagital Plano Frontal Plano Transverso Flexão Extensão Hiperextensão Adução Abdução Rotação Medial Rotação Lateral Abdução Horizontal Adução Horizontal Circundução 96 Amplitudes de movimento da articulação do ombro Fonte: Floyd (2016) – p. 117. Músculos que atuam na articulação do ombro 97 Músculos da articulação do ombro -À direita os músculos anteriores; à esquerda os músculos posteriores Fonte: Floyd, 2016, p. 123. Quatro músculos se unem à cápsula articular do ombro, juntamente com seus tendões, que formam o manguito rotador, que possui esse nome por auxiliar na rotação do úmero e porque os tendões formam um manguito colagenoso ao redor da articulação glenoumeral. Os músculos que compõem o manguito rotador são: supraespinhal, infraespinhal, redondo menor e subescapular. O seu principal papel é manter a cabeça do úmero na aproximação correta dentro da cavidade glenoide e o manguito rotador recobre o ombro pelas faces anterior, posterior e superior durante a contração muscular (Floyd, 2016; Hall, 2021). 98 Ilustração do manguito rotador Seeley, 2016, p. 339 Os músculos do ombro estão divididos em duas camadas, intrínsecos (que se originam na escápula e/ou clavícula e se �xam no úmero) e extrínsecos (originam- se no tronco e se �xam aos ossos do ombro). 99 Ilustração do Músculo Deltoide Fonte: Fonte aqui Disponível aqui Músculos Intrínsecos Deltoide: importante músculo para a estabilização articular e atinge potenciais máximos de ação para ângulos superiores a 90º. Sua origem se dá na tuberosidade do úmero e possui três porções: anterior, média e posterior, cada qual com sua função. A porção anterior é responsável pelos movimentos de �exão horizontal, e auxilia na rotação interna e abdução. A porção média realiza a abdução horizontal, e a porção posterior abduz, estende e roda externamente a articulação do ombro. Perdas funcionais em qualquer porção do deltoide comprometem tarefas cotidianas, bem como impedem as atividades esportivas. Supraespinhal: está localizado abaixo do trapézio e ocupa a fossa supraespinhal. Está inserido no tubérculo maior do úmero e inicia e auxilia o deltoide na abdução do ombro, e atua no manguito rotador. 100 https://anatomia-papel-e-caneta.com/musculos-do-ombro/ ilustração do músculo supraespinhal (em vermelho) Fonte: Imagem retirada do site Anatomia Papel e Caneta. Disponível aqui Os músculos infraespinhal e redondo menor possuem a mesma ação de rodar externamente o ombro e realizar a extensão horizontal, porém, possuem inserções distintas. O redondo menor se insere na superfície costal da borda lateral da escápula, e o infraespinhal na fossa infraespinhal. 101 https://anatomia-papel-e-caneta.com/musculos-do-ombro/ Músculo infraespinhal Fonte: Imagem retirada do site Anatomia Papel e Caneta. Disponível aqui 102 https://anatomia-papel-e-caneta.com/musculos-do-ombro Músculo redondo menor Fonte: Imagem retirada do site Anatomia Papel e Caneta. Disponível aqui Redondo maior: possui ação primária nos movimentos de adução, extensão, rotação interna do ombro e, também, estabiliza a articulação. 103 https://anatomia-papel-e-caneta.com/musculos-do-ombro Músculo redondo maior Fonte: Imagem retirada do site Anatomia Papel e Caneta. Disponível aqui Sendo motor primário na rotação interna do ombro, o subescapular está inserido na fossa subescapular e, também, é um importante estabilizador e auxilia na integridade articular. 104 https://anatomia-papel-e-caneta.com/musculos-do-ombro Músculo subescapular Fonte: Imagem retirada do site Anatomia Papel e Caneta. Disponível aqui 105 https://anatomia-papel-e-caneta.com/musculos-do-ombro Músculos Extrínsecos Trapézio: Localizado na parte superior das costas, o músculo trapézio possui 4 unidades funcionais, que também são chamadas de porções, que se considerado pelo ponto de vista anatômico, constituem um único músculo que se origina na base do crânio e processo espinhosos de C7 a T12, e sua inserção se dá no terço lateral da clavícula; acrômio e espinha escapular. Vamos detalhar um pouco de cada porção muscular do trapézio: A porção 1 - possui as �bras musculares se originando na base do crânio descendo até a porção distal da clavícula. A porção 2 - as �bras musculares se estendem dos ligamentos do pescoço até o acrômio. A porção 3 - é a mais potente e suas �bras se originam em C7 e nas três primeiras vértebras torácicas. A porção 4 - as �bras se originam nas vértebras torácicas e se inserem na espinha da escápula. 106 Músculo trapézio 107 Fonte: Imagem retirada do site Anatomia Papel e Caneta. Disponível aqui Os movimentos do trapézio: As porções 1 e 2 (�bras superiores) realizam a elevação da escápula. As porções 2 e 3 (�bras intermediárias) realizam a retração e a adução escapular. As porções 3 e 4 (�bras inferiores) deprimem a escápula. A rotação da escápula é realizada quando as porções superior e inferior agem em conjunto. Elevador da escápula: se origina em processo transverso de C1 a C4, possui como ação elevar a escápula e manter postura �siológica da mesma. 108 https://anatomia-papel-e-caneta.com/musculos-do-ombro/ Músculo elevador da escápula Fonte: acesse o link Disponível aqui 109 https://anatomia-papel-e-caneta.com/musculos-do-ombro Romboide maior: se insere no ligamento nucal e processos espinhosos de C7 a T1. Romboide menor: inserção em processos espinhosos de T2 a T5. Juntos, possuem a ação motora de girar a escápula para baixo (adução do ângulo inferior) e limita a rotação escapular fornecendo auxílio no bom posicionamento da cavidade glenoide. 110 Músculo Romboide Maior Fonte: acesse o link Disponível aqui 111 https://anatomia-papel-e-caneta.com/musculos-do-ombro Músculo romboide menor 112 Fonte: acesse o link Disponível aqui Músculo coracobraquial (em verde) Fonte: Fonte aqui Disponível aqui Coracobraquial: possui como ação motora adução horizontal do ombro e auxilia na sua �exão, além de ser um estabilizador com complexo articular do ombro. Sua origem se dá em processo coracoide da escápula. Grande dorsal ou latíssimo do dorso: possui origem em processos espinhosos das seis vértebras torácicas inferiores, fáscia toracolombar, crista ilíaca e as três costelas inferiores. Possui ação primária na adução, extensão, hiperextensão do ombro e auxilia na abdução horizontal e rotação interna. 113 https://anatomia-papel-e-caneta.com/musculos-do-ombro/ https://anatomia-papel-e-caneta.com/musculos-do-ombro Músculo Grande Dorsal ou Latíssimo do Dorso Fonte: acesse o link Disponível aqui Peitoral maior: grande músculo do tórax, que cruza a região anterior da articulação do ombro. Sua função é adução, rotação medial e adução horizontal. Possui origem conformeseus feixes: 114 https://anatomia-papel-e-caneta.com/musculos-do-ombro/ Músculo Peitoral Maior Fonte: acesse o link Disponível aqui Parte clavicular: metade medial Parte esternocostal: esterno, 2ª a 7ª cartilagem costal Parte abdominal: camada anterior da bainha do reto 115 https://anatomia-papel-e-caneta.com/musculos-do-ombro/ Acesse o link a seguir e veja a anatomia do ombro em 3D. Segundo Lippert (2021), A relação entre os músculos do cíngulo do membro superior e da articulação do ombro é lógica. Os músculos do cíngulo do membro superior originam-se no tronco e inserem-se na escápula, provocando movimento ou estabilização da escápula. Os músculos da articulação do ombro tendem a se originar na escápula ou no tronco e inserem-se no úmero (ou antebraço, no caso dos músculos bíceps e tríceps braquiais), levando ao movimento da articulação do ombro. Por conta do desenho anatômico da articulação do ombro, lesões são frequentes e comuns, e são causadas por uma série de fatores, uma das principais é a questão da super�cialidade da cavidade glenoide, depois podemos citar a frouxidão ligamentar, e falta de resistência dos músculos, consequentemente, ocorrem as subluxações e luxações glenoumerais. Outra lesão comum é a do manguito rotador (síndrome do impacto ou ombro de nadador), ocasionada principalmente em esportistas de arremesso, no nosso país, tenistas e jogadores de voleibol são os mais acometidos (Floyd, 2016; Silva, 2010). Na natação, a energia envolvida nas inúmeras braçadas, que são conceitualmente movimentos de arremessos, é elevada o que afeta e ultrapassa o limite �siológico do ombro, cerca de 63,4% dos nadadores, possuem dores nessa articulação (Ejniman et al., 2001). 116 https://go.eadstock.com.br/bpX Por ser uma articulação rasa e com pouca coaptação, é a única articulação do corpo que consegue realizar amplitude de movimento que chegam as 180º, como, por exemplo, na �exão e abdução do ombro. Nadadores possuem grandes chances de lesionar o labrum! A neuropatia subescapular ocorre devido à paralisia do nervo subescapular, notado principalmente em atletas que realizam as atividades acima da cabeça, como levantamento de peso, mas também é relatada em atletas de vôlei, beisebol, futebol, ginastas e dançarinos. Tal condição surge pela compressão do nervo subescapular Outras lesões, como fraturas, bursites, tendinites, também são comuns na articulação do ombro, para evitar as lesões é preciso tomar alguns cuidados: aquecimento, fortalecimento e alongamento em posições e com técnicas adequadas são de extrema importância, tanto no esporte como na prática da musculação. 117 Os estudos a seguir demonstram as principais lesões em atletas de voleibol. Boa leitura! Lesões de manguito rotador em atletas amadoras de voleibol Essa revisão sistemática traz as lesões que mais acometem nadadores. 118 https://go.eadstock.com.br/bp1 https://go.eadstock.com.br/bp2 https://go.eadstock.com.br/bp3 08 Membros Superiores 119 Dando continuidade ao assunto de membros superiores, vamos dar início agora, aos estudos das demais articulações. Com os membros superiores podemos arremessar, bater, lançar, dentre outros movimentos, conhecer as estruturas, articulações e músculos que trabalham em conjunto para realizar essas atividades, é de suma importância ao educador físico. Situação problema? Cotovelo Você já notou quem em qualquer movimento do membro superior as articulações do ombro, cotovelo, punho e mão estão envolvidos? Segundo Hamill et al. (2016), o antebraço auxilia o ombro durante a aplicação de força e controla o posicionamento da mão no espaço. Segundo os autores, “não importa se estamos realizando atividades num nível acima da cabeça, escrevendo um bilhete, apertando a mão de alguém ou amarrando os sapatos, a posição da mão é importante e é gerada pela relação de trabalho entre o complexo do ombro e do antebraço”. O cotovelo auxilia nos movimentos de três ossos do braço e antebraço, sendo eles: úmero, rádio e ulna, e engloba três articulações: umeroulnar, umerorradial, e radiulnar proximal. É uma articulação classi�cada como gínglimo, em dobradiça, que permite somente a �exão e extensão. A sua estabilidade se dá pelos ligamentos colateral radial, colateral ulnar e ligamento anular. 120 Seeley, 2016, p. 254 O cotovelo é uma articulação em dobradiça Fonte: Lippert (2018) – p. 19. 121 Cuidado para não confundir os movimentos articulares do cotovelo com os movimentos radioulnares (articulação punho/mão). Ambos compartilham os mesmos ossos, rádio e ulna. Vamos conhecer melhor a estrutura articular do cotovelo a partir de agora. Articulação umeroulnar: onde a tróclea do úmero se articula com a fossa troclear da ulna, realizando os movimentos de �exão e extensão. Alguns indivíduos conseguem realizar uma pequena hiperextensão. Articulação umerorradial: lateral à articulação umeroulnar é formada entre o capítulo do úmero e a extremidade proximal do rádio. Também participa do movimento de �exão e extensão do cotovelo. Articulação radioulnar: articulação em pivô, que realiza o movimento de pronação e supinação. 122 Ilustração das articulações que compõem o cotovelo Fonte: Hamill et al. (2016) – p. 154. 123 Dois pontos de referência são importantes na estrutura articular do cotovelo, o epicôndilo medial, que acomoda os ligamentos mediais, �exores, e pronadores do antebraço. E o epicôndilo lateral, que serve de inserção para os ligamentos laterais e os músculos supinadores e extensores do antebraço. Os movimentos realizados pelo cotovelo são �exão e extensão. Flexão: realizada pelos músculos bíceps braquial, braquial e braquiorradial. Extensão: realizada por apenas dois músculos, tríceps braquial e ancôneo. Obs. Nas articulações do cotovelo apenas as cabeças medial e lateral do tríceps são atuantes. Obs.: No movimento de �exão, a limitação se dá pela massa muscular do braço, e a extensão se limita pelo contato do olecrano da ulna com o úmero. 124 Fonte: acesse o link Disponível aqui Na articulação radioulnar, o movimento de pronação é realizado pelo pronador quadrado. O movimento de supinação é realizado pelo supinador, o bíceps atua como auxiliador quando o cotovelo está �etido. 125 https://traumatologiaeortopedia.com.br/cotoveloemao/tendinites-e-roturas-de-tendoes-no-cotovelo/ 126 Fonte: Fonte aqui Disponível aqui Ilustração dos músculos supinadores e pronadores Fonte: Floyd, 2016, p. 151. Nas diversas atividades diárias, nosso cotovelo está sendo solicitado em seus eixos de movimento, precisamos entender que muitos esportes, como tênis, golfe, beisebol, ginástica olímpica, as forças predominam em valgo, o que pode resultar em lesões agudas ou crônicas. 127 https://traumatologiaeortopedia.com.br/cotoveloemao/tendinites-e-roturas-de-tendoes-no-cotovelo/ Nos artigos a seguir, podemos estudar um pouco mais sobre a �siopatologia do “Cotovelos de Tenista”, acesse o link e boa leitura! Epicondilite lateral do cotovelo Prevalência de epicondilite lateral em tenistas amadores e pro�ssionais no município de Rio Branco - Acre Duas razões principais podem levar a lesões no cotovelo: traumáticas ou de grande força, sendo elas causadas por absorção de força, como numa queda, por exemplo (quando podem ocorrer luxações – comuns em ginástica artística, futebol americano e luta greco-romana), ou lesões por uso repetitivo, ações de arremesso e semelhantes (Hamill, 2016). O cotovelo é a articulação mais afetada por uso excessivo, as lesões por estresse são progressivas e os primeiros sintomas apresentados são in�amação e edema. No tênis, a epicondilite lateral - in�amação e/ou microrruptura do tecido colagenoso na face medial e lateral da extremidade distal do úmero – possui alta incidência e é chamada comumente de cotovelo de tenista. Já os jogadores de golfe 128 https://go.eadstock.com.br/bp4 https://go.eadstock.com.br/bp5 são mais acometidos pela epicondilite medial ou cotovelo de gol�sta. A adequação da mecânica de lançamento em jovensatletas pode auxiliar na prevenção de lesões do ombro e do cotovelo, diminuindo o torque de rotação medial e reduzindo a carga em valgo. As lesões do cotovelo, em sua maioria, são crônicas e não agudas (Hall, 2021). No vídeo a seguir temos uma explicação detalhada de como os tenistas “adquirem” a epicondilite lateral. E a diferença entre e epicondilite lateral e medial. Cotovelo de Tenista: Saiba por que a sua dor não melhora! Epicondilites: Cotovelo de TENISTA e de GOLFISTA 129 https://go.eadstock.com.br/bp6 https://go.eadstock.com.br/bp7 Punho e Mão O punho é uma articulação complexa e minuciosamente organizada, na qual os ossos, ligamentos e tendões trabalham para permitir a ampla mobilidade da mão. Sendo uma articulação do tipo condilar, permite os movimentos de �exão, extensão, abdução (desvio radial), adução (desvio ulnar). Geralmente, o grande foco dos estudos se concentra nas grandes articulações, não se dando tanta notoriedade ao punho e mão, o que é um grande erro. Já pensou em quantos movimentos não realizamos durante o nosso dia que exige dessas articulações? E quanto aos esportes? Se formos parar para pensar muitos deles não exigem tanto dessas articulações, porém, no arco e �echa, boliche, golfe, tênis é preciso que haja a combinação do ombro, cotovelo, punho e mão, com funcionamento e precisão adequados para alcançar os objetivos de cada modalidade (Floyd, 2016). O punho é composto pelas articulações: Radiocarpal: que é formada pela extremidade distal do rádio e pelos ossos escafoide, semilunar, e piramidal, é onde ocorre o movimento da mão como um todo, permitindo a �exão-extensão e �exão radioulnar (Lippert, 2018; Hamill, 2016). Mediocarpal: localizada entre as duas �leiras dos ossos carpais, essa articulação é irregular, com movimento de deslizamento e contribui para os movimentos do punho (Lippert, 2018). 130 Articulação do punho e mão Fonte: Lippert (2018) – p. 173. Os músculos atuantes no punho são os �exores e extensores, que também atuam nos movimentos das articulações metacárpicas, metacarpos falangeanos e interfalangianos. Tais músculos têm sua origem longe do local de inserção e chegam até os segmentos da mão por meio dos longos tendões, que promovem força e destreza sem levar ao aumento do volume muscular da mão (Moura, 2018). Movimentos do punho: 131 Movimentos articulares do punho e mão Fonte: Floyd (2016) – p. 174. Flexão: se dá pela ação do �exor radial do carpo, �exor ulnar do carpo, ambos se originam no epicôndilo medial do úmero. Em algumas situações o �exor super�cial dos dedos e �exor profundo podem auxiliar na �exão do punho se houver completa extensão dos dedos. 132 Principais extensores do punho e mão Fonte: Hall (2021) – p. 162. Extensão e hiperextensão: resultado da contração do extensor radial longo e curto do carpo e extensor ulnar do carpo, ambos se originam no epicôndilo lateral do úmero. Os movimentos de desvio ulnar e desvio radial são resultados da ação cooperativa do �exores e extensores, sendo então que o �exor radial do carpo e extensor longo e curto produzem o desvio radial, e o �exor e extensor realizam o desvio ulnar (Oliveira, 2011). Alguns ligamentos reforçam a cápsula articular do punho, sendo eles o rádio cárpico palmar, radio cárpico dorsal, colateral ulnar e colateral radial. A seguir, podemos visualizar esses ligamentos. 133 Ilustração dos ligamentos da articulação do punho (continua) Fonte: Lippert (2018) – p. 175. 134 Ilustração dos ligamentos da articulação do punho (continuação) Fonte: Lippert (2018) – p. 175. Mão A mão humana possui grande número de articulações capazes de realizar inúmeros movimentos. Segundo Oliveira et al., 2011, [...] a mão humana sofreu várias adaptações, sendo a mais importante a capacidade de posicionar o polegar em oposição com os outros dedos. Tal fato possibilitou o movimento de pinçamento que facilitou a manipulação de objetos, [...] e o surgimento da escrita. Estude os músculos da mão (Seeley, 2016, p.346): 135 136 Hamill et al. (2016) nos trazem um conceito de que “a força da mão está associada à força de preensão, e há muitos modos de segurar e apertar um objeto”. Ainda, diz que: Uma preensão �rme que necessite de máxima produção de força irá lançar mão dos músculos extrínsecos, enquanto movimentos �nos, [...] utilizarão mais os músculos intrínsecos para uma ‘regulagem �na’ dos movimentos. 137 Pensando nas atividades desportivas precisamos entender as razões do condicionamento da mão. Os dedos podem ser fortalecidos para haver aumento da força de preensão em atletas que utilizam raquete, por exemplo. No voleibol, o alongar e fortalecer os músculos da mão e punho facilita o posicionamento correto durante o arremesso, (a velocidade dos movimentos é determinada pelas demais articulações). No tênis, o punho é sempre mantido na posição que possa permitir a aplicação de força e�ciente à raquete. Notamos também que quando um pianista ou alguém digitando no computador precisa manter o punho numa posição ideal para que os movimentos dos dedos aconteçam de forma sincronizada e precisa (Hamill, 2016). Por último, precisamos entender que o fortalecimento do punho e da mão é capaz de manter o equilíbrio muscular, podendo assim evitar as lesões. Por falar em lesões, a mão é uma estrutura que suporta altas cargas de tensão e absorção de forças bruscas, no futebol, por exemplo, o goleiro que precisa apanhar a bola, muitas vezes, em alta velocidade evitando o gol, numa queda, um de nossos re�exos é colocar a mão para proteger as demais estruturas, e até mesmo absorver o impacto no solo. A maior parte das lesões estão associadas a quedas com o punho em hiperextensão. 138 Os estudos a seguir nos mostram as incidências e prevalências de lesões em punho e mão em alguns esportes, como o futebol e o Jiu- Jitsu. Boa leitura! Estudo da prevalência de lesões nas mãos de goleiros do sexo masculino e feminino e o impacto no desempenho da força de preensão manual e sensibilidade cutânea. Ocorrência de Lesões de Punho e Mão e Análise Álgica em Praticantes de Jiu-Jítsu Algumas lesões são típicas de determinados esportes, por exemplo, as fraturas do metacarpo (fratura de boxeador), e deformidade do dedo em martelo, ocasionada pela lesão nas articulações interfalangeanas distais, entre os receptores de futebol americano e beisebol. A síndrome do túnel do carpo é uma das patologias mais comuns em todo mundo, ocasionada pela compressão do nervo mediano, 139 https://go.eadstock.com.br/bp8 https://go.eadstock.com.br/bp9 Ilustração da fratura "dedo em martelo" Fonte: acesse o link Disponível aqui qualquer edema devido a fraturas, traumas agudos ou crônicos podem causar a síndrome, a mesma já foi relatada em atletas de beisebol, ciclismo, ginástica, hóquei, esqui, squash, tênis, escalada (Hall, 2021). Acesse o link a seguir e entenda melhor sobre a Síndrome do Túnel do Carpo. 140 https://www.msdmanuals.com/-/media/manual/home/images/fx_mallet_finger_he_pt.gif?thn=0&sc_lang=pt https://go.eadstock.com.br/bqa Fratura de boxeador Fonte: acesse o link Disponível aqui 141 https://lh3.googleusercontent.com/proxy/KvPnwGhSB9Wm21Nr6aw6sFn5oJTZnsa315iEkJxB9jRJTy_ZyHYVQ6AL3569pMaiVh_U0TZqKbnXJMaL4FXGSoH-cPoNiRT8bcgVP28rRyIFuLBCWn3gSsqGow 09 Membros Inferiores: Articulação do Joelho 142 Nas aulas 7 e 8 foram apresentadas as estruturas dos membros superiores, e a partir de agora, nosso foco será nas estruturas que compõem os membros inferiores. As aulas 9 e 10 irão fornecer informações sobre as funções cinesiológicas da pelve (quadril), joelho, tornozelo e pé. Os membros inferiores são mais fortes e resistentes se comparados aos membros superiores, e isso se dá pela sua incrível capacidade de suporte e locomoção. Assim, nesta aula, a ênfase será dada à articulação do joelho, pois assim como o ombro, é uma articulação complexa, dessa forma, dedicamos uma aula somente a ele. Bons estudos! A Articulação do Joelho Quando se iniciam os estudos sobre a articulaçãodo joelho, muitos acreditam que se trata de uma articulação relativamente simples, porém, estamos nos referindo à maior articulação do corpo humano. Segundo Lippert (2018), o joelho é uma das articulações mais complexas do corpo. O joelho é totalmente sustentado e mantido por músculos e ligamentos, sem estabilidade óssea e, muitas vezes, está exposto a estresses e distensões graves. Com essa a�rmação, não nos causa espanto o fato dessa articulação sofrer lesões frequentemente, pode ser nos esportes, academias, ou até mesmo nas atividades do dia a dia. Um dos fatores de risco para lesões no joelho é o grande torque que essa articulação recebe, devido ao posicionamento entre dois braços longos de alavanca, fêmur e tíbia (Houglum, 2014). 143 Os potentes músculos �exores e extensores, juntamente com uma forte estrutura ligamentar, tornam essa articulação forte e funcional. Durante algumas atividades, como correr, escalar, ou se levantar, ocorre uma forte interação entre quadril, joelho e tornozelo, isso se dá pelo fato de que alguns músculos que controlam a articulação do joelho também cruzam o quadril ou o tornozelo. O conhecimento anatômico do joelho é um pré-requisito essencial para compreender os mecanismos de lesões, e escolher a intervenção correta. Anatomia do Joelho O joelho é uma articulação em dobradiça – apesar também de realizar o movimento rotacional – composta por três ossos: fêmur, tíbia e patela, que juntas formam um par articular: a articulação tibiofemoral e a articulação femuropatelar. 144 Estruturas anatômicas do joelho em suave �exão Fonte: Netter, 202, p. 550 145 Fonte: Netter, 202, p. 554 Estruturas ósseas da articulação do joelho. (A) Vista anterior; (B) Vista posterior 146 Fonte: Floyd, 2016, p. 273. Vamos aprofundar os conhecimentos sobre as articulações que compõem o joelho dividindo-as para ter mais clareza: 1 – Articulação tibiofemoral: é formada entre a tíbia e o fêmur. Os côndilos medial e lateral do fêmur e da tíbia se articulam formando duas articulações elipsoides lado a lado, formando uma articulação em gínglimo. Os platôs tibiais, ou côndilos da tíbia, formam depressões discretas separadas por uma região denominada de eminência intercondilar (Hall, 2021). 147 Estruturas ósseas da articulação tibiofemoral Fonte: Hall, 2021, p. 182. 2 – Articulação femuropatelar: consiste na articulação entre a patela (que possui formato parecido com um triângulo) e o fêmur, através do tendão patelar. Posteriormente, a patela é coberta por cartilagem articular reduzindo, assim, o atrito entre a patela e o fêmur (Hall, 2021). 148 Demonstração das articulações do joelho Fonte: Neumann, 2018, p. 531. A fíbula, embora próxima, não pertence diretamente ao complexo articular do joelho, porém, desempenha papel fundamental na função do tornozelo. 149 A patela é um osso sesamoide (�utuante) que permite atender ao quadríceps os movimentos de forma semelhante a uma polia, criando um melhor ângulo de tração. Vamos analisar agora, a imagem das estruturas anatômicas desuperfície presentes no joelho, e alguns pontos de referências importantes! 150 Anatomia de superfície do joelho Fonte: Houglum et al., 2014, p. 426 151 O link a seguir traz informações e ilustrações em 3D da articulação do joelho. Não deixe de conferir! Anatomia do joelho Dor no Joelho: Anatomia, Articulações e Lesões do LCA e Meniscos Ligamentos e Outras Estruturas A articulação do joelho é mantida por músculos e ligamentos e não pela sua estrutura óssea. Os ligamentos cruzados são conhecidos como intracapsulares, pois sua localização se dá na cavidade articular. Eles se cruzam obliquamente e recebem o nome de acordo com a sua �xação. Por exemplo, o ligamento cruzado anterior (LCA) se �xa na área intercondilar anterior da tíbia e segue em direção posterossuperior, onde se �xa na região posteromedial do côndilo lateral do fêmur. Já o ligamento cruzado posterior 152 https://go.eadstock.com.br/brY https://go.eadstock.com.br/brZ (LCP) se �xa na área intercondilar posterior da tíbia e segue em direção anterossuperior, se �xando na superfície anterolateral do côndilo medial do fêmur (Lippert, 2018). O ligamento cruzado anterior (LCA) é tensionado durante a extensão do joelho impedindo a hiperextensão. Já o ligamento cruzado posterior (LCP) impede o deslocamento anterior do fêmur em relação à tíbia, e é tensionado durante a �exão, suas lesões são menos frequentes. 153 Ilustração dos ligamentos cruzados Fonte: Lippert, 2018, p. 312. As lesões do LCA são uma das mais graves e comuns do joelho, sendo mais comuns em mulheres do que em homens, durante a prática esportiva. Geralmente, os mecanismos de lesão se dão pelas forças rotacionais, como em chutes, por exemplo. 154 Acesse o link a seguir para sanar possíveis dúvidas sobre os ligamentos que compõem o joelho e os mecanismos de lesões. Localizados nas áreas laterais, os ligamentos colaterais proporcionam estabilidade no plano sagital. O ligamento colateral medial (LCM) fornece estabilidade quando uma força em valgo ocorre, assegurando a estabilidade medial. Já o ligamento colateral lateral (LCL) possui uma estrutura em formato de cabo e auxilia na proteção quando uma força é aplicada em varo (Lippert, 2018; Houglum, 2014). 155 https://go.eadstock.com.br/br0 Ligamentos que fazem parte da articulação do joelho (vista anterior) Fonte: Netter, 2021, p. 552. 156 Ligamentos que fazem parte da articulação do joelho (vista posterior) Fonte: Netter, 2021, p. 552. Na tabela abaixo, Hamill nos traz de forma objetiva os ligamentos presentes na articulação do joelho e suas respectivas funções. 157 Ligamentos da articulação do joelho LIGAMENTO INSERÇÃO AÇÃO Cruzado anterior Área intercondilar anterior da tíbia ATÉ a superfície medial do côndilo lateral Impede o deslocamento anterior da tíbia; opõe resistência à extensão, rotação medial, �exão Arqueado Côndilo lateral do fêmur ATÉ a cabeça da fíbula Reforça a parte posterior da cápsula Coronário Menisco ATÉ a tíbia Mantém os meniscos junto à tíbia Colateral medial Epicôndilo medial do fêmur ATÉ o côndilo medial da tíbia e o menisco medial Opõe resistência às forças em valgo; tenso em extensão; opõe resistência às rotações medial e lateral Colateral lateral Epicôndilo lateral do fêmur ATÉ a cabeça da fíbula Opõe resistência às forças em varo; tenso em extensão Patelar Patela inferior ATÉ a tuberosidade da tíbia Transfere força do quadríceps para a tíbia Cruzado posterior Espinha posterior da tíbia ATÉ o côndilo interno do fêmur Opõe resistência ao movimento posterior da tíbia; opõe resistência à �exão e rotação Oblíquo posterior Expansão do músculo semimembranáceo Dá suporte à cápsula posteromedial Transverso do joelho Menisco medial ATÉ o menisco lateral à frente Interconecta os meniscos 158 Fonte: Hamill et al., 2016, p. 205. Os estudos a seguir corroboram com o fato de que a lesão de LCA é muito comum em atividades esportivas, principalmente no futebol. Com a função primária de reduzir a tensão compressiva, amortecer impactos e evitar atrito ósseo, os meniscos estão situados na face articular da tíbia. São estruturas de �brocartilagem em formato semilunar que melhoram a congruência articular. Possuem suas bordas externas mais grossas, e à medida que se aproxima da região central do côndilo, se tornam mais �nos. São duas estruturas denominadas de menisco medial e menisco lateral (Neumann, 2018; Lippert 2018; Floyd, 2016). Os meniscos também possuem papel importante para a estabilidade, pois lubri�cam a cartilagem articular e fornecem propriocepção, além de auxiliar na artrocinemática do joelho. 159 https://go.eadstock.com.br/br1 Vista superior da articulação do joelho Fonte: Netter, 2021, p. 551 As lesões meniscais também são muito comuns, ocorrendo tanto na população atlética quanto na população em geral. As lesões do menisco medial ocorrem com mais frequência do que do menisco lateral, isso porque o menisco medial está �xadocom maior �rmeza à tíbia, se tornando menos móvel. O estudo a seguir nos monstra que as lesões de meniscos também podem ser causadas pela degeneração evolutiva, ocasionada também pelo desequilíbrio muscular. Não deixe de acessar! 160 https://go.eadstock.com.br/br2 Ilustração dos músculos �exores do joelho Fonte: Hamill et al., 2016, p. 210. Músculos e Mo�mentos do Joelho O movimento articular do joelho é a �exão e a extensão, além da rotação medial e lateral. A seguir, vamos estudar o grupo muscular que compõe essa articulação: Flexão Bíceps femoral Semitendinoso Semimebranoso Esses três músculos são conhecidos como isquiotibiais. O semitendinoso e o semiembranoso atuam como motores primários na rotação interna. 161 Músculos posteriores do membro inferior Fonte: Netter, 2021, p. 521. Extensão 162 Ilustração dos músculos extensores do joelho Fonte: Hamill et al., 2016, p. 210. Reto femoral Vasto medial Vasto lateral Vasto Intermédio Esses quatro músculos constituem o quadríceps. O reto femoral é motor primário na rotação externa. 163 Músculos anteriores do membro inferior Fonte: Netter, 2021, p. 521 O pequeno músculo plantar possui pouco papel na articulação do joelho, acredita-se que seja acessório na �exão. O gastrocnêmico é biarticular e cruza a articulação do joelho e tornozelo, e possui grande contribuição no movimento de �exão. 164 Demonstração de como a articulação do joelho se comporta durante os movimentos Fonte: Hamill et al., 2016, p. 208. Os músculos grácil, sartório e plantar também cruzam o complexo articular do joelho e são acessórios na �exão do joelho. Vimos, nesta aula, que o joelho, porser uma articulação que recebe altas cargas durante as atividades cotidianas eesportivas, sofre lesões musculares e articulares, porém, não podemos deixar decitar as doenças que mais acometem tal articulação. Joelho valgo: ocorre pelo desalinhamento do membro inferior, em que os segmentos distais (tornozelos) se encontram em posição mais lateralizada do que o normal. Joelho varo: ocorre o oposto do anterior, isto é, os segmentos distais (tornozelos) se encontram em posição mais medial que o normal. 165 Ilustração das patologias que acometem o joelho Fonte: Lippert, 2018, p. 314 Segundo Lippert, (2018): A tendinite patelar (joelho de saltador) é caracterizada pela dor à palpação do ligamento da patela, e é consequência do estresse excessivo ou de sobrecarga por impacto súbito associado ao salto. A tendinite patelar é uma patologia que acomete facilmente atletas de salto, jogadores de basquete, e corrida com obstáculos. A fraqueza ou desequilíbrio entre as forças musculares que envolvem a articulação do joelho podem levar a tal 166 patologia. Dentre outras patologias podemos citar Osgood-Schlatter, muito comum em jovens adolescentes que se encontram em fase de crescimento, trata-se de uma in�amação que acomete a epí�se de crescimento na tuberosidade da tíbia, local de inserção do ligamento patelar. Algumas síndromes dolorosas estão associadas ao desgaste cartilaginoso, como, por exemplo, a condromalácia patelar. Não podemos deixar de citar também as luxações e subluxações que podem ocorrer por fatores extrínsecos (como traumas), ou fatores intrínsecos, como o desequilíbrio das forças musculares. Por isso, é importante �car claro que um bom treinamento requer técnica e orientação adequadas. 167 10 Membros Inferiores 168 Constituído pelo quadril, joelho (já estudado anteriormente), tornozelo e pé, os membros inferiores (MMII) funcionam em conjunto para sustentar o peso do corpo e permitir a locomoção. Estão conectados entre si e o tronco. Há uma forte ligação entre os MMII e o tronco que precisa ser levada em consideração quando se trata de análise do movimento, pois qualquer alteração biomecânica pode acarretar disfunções por todo membro inferior e re�etir nas estruturas acima. Para entender um pouco melhor essa ligação, imagine um atleta que vai chutar uma bola, não é somente o membro que vai dar o chute que é fundamental. O membro oposto realiza a estabilização e sustentação do peso corporal. A pelve precisa se inclinar na angulação correta para garantir equilíbrio, juntamente com essas ações o tronco também proporciona equilíbrio e estabilidade. Outro exemplo é durante a análise da marcha – teremos um momento especí�co para esse tema – quando se faz uma análise numa marcha claudicante (ato de mancar) a atenção deve ser em ambos os membros, visto que, o motivo pela ação pode estar sendo re�exo de problemas no membro contralateral. Nesta aula, iremos estudar as estruturas articulares e musculares que permitem o funcionamento dos membros inferiores. Corroborando com a ideia de que todas as estruturas que compõem os membros inferiores estão conectadas entre si, esse tudo, nos diz um pouco sobre a força muscular dos músculos do quadril após a reconstrução do ligamento cruzado anterior (LCA). Boa leitura! 169 https://go.eadstock.com.br/br3 Ossos da pelve Fonte: Hall, 2021, p. 174. Quadril Quando se fala no termo anatômico “cíngulo” precisamos ter em mente que se refere a uma estrutura que atua como suporte a partir do qual um movimento se move. As estruturas que compõem o cíngulo do membro inferior, segundo Houglum (2014): [...] inclui os ossos pélvicos direito e esquerdo, que são unidos ao esqueleto axial pelo sacro e, posteriormente, pela quinta vértebra sacral, com o encontro das hemipelves esquerda e direita anteriormente na sín�se púbica. Dessa forma, então, a pelve é constituída pelos ossos ílio, púbis e ísquio, e possui várias funções importantes, tanto para órgãos, tanto para o ponto de vista cinesiológico. 170 Ligamentos do quadril Fonte: Hall, 2021, p. 174 Sendo então uma articulação esferoide – tipo bola e soquete – sendo a bola a cabeça do fêmur e o soquete o acetábulo côncavo. O quadril permite movimentos amplos (em todos os planos), assim como a articulação do ombro, porém, sua estabilidade é muito maior, isso porque a cabeça do fêmur é estabilizada pelo soquete profundo que é cercado e vedado por tecidos conjuntivos (ligamentos e lábio do acetábulo) (Neumann, 2018; Lippert, 2018; Hall, 2021). Diversos ligamentos também contribuem para a estabilização do quadril, o iliofemoral e o pubifemoral promovem a estabilidade anterior à cápsula articular e, posteriormente, a atuação ligamentar se dá pelo ligamento isquiofemoral. Outros ligamentos também atuam na articulação do quadril, segue a tabela: 171 Quadro de ligamentos que fazem parte da articulação do quadril LIGAMENTO INSERÇÃO AÇÃO Púbico anterior Fibra transversal desde o corpo do púbis ATÉ o corpo do púbis Mantém a relação entre ossos púbicos direito e esquerdo Sacrococcígeo anterior Superfície anterior do sacro ATÉ a parte frontal do cóccix Mantém a relação entre sacro e cóccix Sacroilíaco anterior Delgada; superfície pélvica do sacro ATÉ a superfície pélvica do ílio Mantém a relação entre sacro e ílio Iliofemoral Espinha ilíaca anteroinferior ATÉ a linha intertrocantérica do fêmur Dá suporte ao quadril anterior; opõe resistência a movimentos de extensão, rotação medial e rotação lateral Iliolombar Processo transverso de L5 ATÉ a crista ilíaca Limita o movimento lombar em �exão e rotação Interósseo (IS) Tuberosidade do ílio ATÉ a tuberosidade do sacro Impede o deslocamento inferior do sacro causado pelo peso do corpo Isquiofemoral Acetábulo posterior ATÉ o ligamento iliofemoral Opõe resistência à adução e rotação medial Ligamento da cabeça do fêmur Incisura acetabular e ligamento transverso do joelho ATÉ a depressão da cabeça do fêmur Transmite vasos à cabeça do fêmur; sem função mecânica 172 Hamill et al., 2016, p. 183 Sacroilíaco posterior Espinha ilíaca posteroinferior ATÉ a superfície pélvica do sacro Mantém a relação entre sacro e ílio Pubofemoral Parte púbica do acetábulo; ramos superiores ATÉ a linha intertrocantérica Opõe resistência à abdução e rotação lateral Sacroespinal Espinha do ísquio ATÉ as margenslaterais do sacro e cóccix Impede a rotação posterior dos ílios em relação ao sacro Sacrotuberal Ísquio posterior ATÉ os tubérculos sacrais, margem inferior do sacro e cóccix superior Impede que a parte inferior do sacro se incline para cima e para trás sob o peso do restante da coluna vertebral As lesões na articulação do quadril, por uso excessivo, são menos expressivas se comparado a fatores de traumas, isso se dá ao atributo dos fortes ligamentos e ao suporte muscular que circunda as estruturas dessa região. 173 A seguir, segue o link onde é possível observar as estruturas do quadril em 3D. Mo�mentos e Músculos do Quadril O quadril é uma articulação triaxial e possibilita os movimentos em três planos. A �exão, extensão e hiperextensão acontecem no plano sagital. A abdução e adução ocorrem no plano frontal. E no plano transverso ocorre a rotação medial e rotação lateral, às vezes denominada de rotação interna e rotação externa. 174 https://go.eadstock.com.br/br4 Movimentos da coxa na articulação do quadril Fonte: Lippert, 2018, p. 284 Os movimentos da pelve ocorrem de modo a facilitar a movimentação do tronco e dos membros inferiores. Veja a seguir mostra os músculos da articulação do quadril e seus respectivos movimentos. 175 Quadro de músculos - Músculos envolvidos na articulação do quadril (continua) Músculos envolvidos na articulação do quadril (continuação) Fonte: Hamill et al., 2016, p. 192. Durante a �exão, os principais responsáveis são aqueles que cruzam anteriormente a articulação, sendo o ilíaco e o psoas maior (também chamado de iliopsoas). O iliopsoas sofre hipertro�a tanto no lado dominante quanto não dominante de jogadores de tênis e futebol pro�ssional. 176 O complexo iliopsoas é o principal �exor do quadril Fonte: Hamill et al., 2016, p. 176 Quando um jogador de futebol chuta uma bola, o reto femoral – que também atua na extensão do joelho – funciona como �exor do quadril quando o joelho está �exionado. O sartório, o maior músculo do corpo humano, atua na �exão, abdução e rotação lateral (Hall, 2021). 177 Músculos �exores acessórios do quadril Fonte: Hamill et al., 2016, p. 177 A extensão ocorre principalmente pelo glúteo máximo e os isquiotibiais (bíceps femoral, semitendinoso, semimembranáceo). O glúteo máximo está ativo ao subir uma escada ou durante o ato de pedalar uma bicicleta, por exemplo. Todos esses músculos estão fortemente ativos durante o ato de caminhar, correr ou na posição ortostática. 178 Os três músculos do glúteo Fonte: Hall, 2021, p. 177 Os músculos isquiotibiais são os principais extensores do quadril e �exores do joelho 179 Fonte: Hall, 2021, p. 177 Cruzando a articulação do quadril, o adutor longo, adutor magno e grácil realizam a adução e estão ativos na fase de balanço do ciclo da marcha. Durante a subida de escada e ladeira, os adutores se encontram ainda mais ativos. 180 Músculos adutores do quadril Fonte: Hall, 2021, p. 179 Na rotação medial e lateral, os músculos piriformes, gêmeo superior, gêmeo inferior, obturador interno, obturador externo e quadrado femoral contribuem para a realização do movimento. A cada passo que damos durante a caminhada, a pelve realiza uma leve rotação, dessa forma, para que haja acomodação esses músculos estão fortemente ativos. O principal rotador medial é o glúteo mínimo juntamente com o tensor da fáscia lata, semitendinoso, semimembranáceo e glúteo médio. Em geral, os rotadores mediais são mais fracos, se comparados aos rotadores laterais. 181 Músculos rotadores laterais do fêmur (vista anterior) Fonte: Hall, 2021, p. 179 No estudo a seguir, o autor nos traz a importância do fortalecimento dos �exores do quadril em bailarinas. Acesse e boa leitura! 182 https://go.eadstock.com.br/br5 Tornozelo e Pé O tornozelo e o pé compõem uma estrutura complexa composta por 26 ossos, 30 articulações sinoviais, mais de 100 ligamentos e 30 músculos atuantes. Esses ossos estão divididos entre a perna, os tarsos, os metatarsos e as falanges. Os ossos da perna incluem a tíbia e a fíbula. A tíbia suporta praticamente todo o peso corporal (Hamill, 2016; Houglum, 2014). Os pés são estruturas incríveis capazes de se adaptar às irregularidades do solo de forma suave e precisa, bem como absorver os impactos. Possuem uma contribuição importante para o bom funcionamento do membro inferior por inteiro, pois auxilia na sustentação do peso durante a marcha e posição ereta. Vamos dar início aos estudos dessas articulações! Estrutura Óssea e Ligamentar do Tornozelo e Pé A perna é composta pela tíbia e pela fíbula. Uma membrana interóssea une os dois ossos aumentando a superfície para as inserções musculares sem distorcer o formato da perna. 183 Ossos da perna e membra interóssea (vista anterior) Fonte: Lippert, 2018, p. 325 Ao analisar essas duas estruturas ósseas, precisamos ter em mente algumas estruturas de referência para o tornozelo, são elas: maléolo medial – é um processo proeminente da porção distal da tíbia maléolo lateral – é a porção distal da fíbula. 184 Articulações que fazem parte do pé Fonte: Hamill et al., 2016, p. 219 O posicionamento mais distal do maléolo lateral faz com que o movimento lateral seja mais limitado. A região do tornozelo inclui três articulações: Tibio�bular Tibiotalar Talo�bular O pé é dividido em três regiões: Retro pé – formada pelo talus e calcâneo. É a primeira parte a fazer contato com o solo durante a marcha. Médio pé – formada pelo navicular, os três ossos cuneiformes e cuboide. Essa região promove estabilidade e mobilidade quando é transmitido o movimento do retro pé para o ante pé. Ante pé – formada pelos ossos metatarsais e por todas as falanges. É a última parte do pé a fazer contato com o solo durante a fase de apoio. Todas essas estruturas estão ilustradas a seguir: 185 Divisão funcional do pé Fonte: Hamill et al., 2016, p. 218 Os diversos ligamentos que atravessam o tornozelo limitam os movimentos exagerados e realizam a estabilidade da articulação do tornozelo e do pé. A seguir, a ilustração demonstra essas estruturas que trabalham em conjunto para manter toda a estabilidade. 186 Ilustração dos ligamentos que compõem o pé – vista dorsal (continua) Ilustração dos ligamentos que compõem o pé – vista lateral (continuação) Fonte: Houglum et al. (2014) – p. 476 187 Ilustração dos ligamentos que compõem o pé – vista medial e vista plantar (continuação) Fonte: Houglum et al., 2014, p. 477 188 Quadro de ligamentos que fazem parte da articulação do tornozelo e pé LIGAMENTO INSERÇÃO AÇÃO Talo�bular anterior Maléolo lateral ATÉ o colo do tálus Limita o deslocamento anterior do pé ou a inclinação talar; limita a �exão plantar e a inversão Tibiotalar anterior Margem anterior da tíbia ATÉ a margem frontal no tálus Limita a �exão plantar e abdução do pé Calcaneocuboide Calcâneo ATÉ o cuboide na superfície dorsal Limita a inversão do pé Calcaneo�bular Maléolo lateral ATÉ o tubérculo na parte externa do calcâneo Opõe resistência ao deslocamento do pé para trás; opõe resistência à inversão Colateral medial Maléolo medial ATÉ o tálus, navicular, calcâneo Opõe resistência às forças em valgo sobre o tornozelo; limita �exão plantar, dorsi�exão, eversão, abdução do pé Dorsal (tarsometatarsais) Tarsais ATÉ metatarsais Dá suporte ao arco; mantém a relação entre tarsais e metatarsais Calcaneocuboide dorsal Calcâneo ATÉ o cuboide no lado dorsal Limita a inversão Talonavicular Colo do tálus ATÉ Dá suporte à articulação 189 dorsal a superfície superior do navicular talocalcaneonavicular; limita a inversão Interósseo (intertarsal) Conecta tarsais adjacentes Dá suporte ao arco do pé, articulações intertarsais Interósseo (talocalcâneo) Superfície inferior do tálus ATÉ à superfície superior do calcâneo Limita pronação, supinação, abdução, adução, dorsi�exão, �exão plantar Calcaneocuboide plantar Superfície inferior do calcâneo ATÉ a superfície inferior docuboide Dá suporte ao arco Calcaneonavicular plantar Margem anterior do calcâneo ATÉ a superfície inferior do navicular Dá suporte ao arco; limita a abdução Talo�bular posterior Maléolo lateral interno posterior ATÉ a superfície posterior do tálus Limita �exão plantar, dorsi�exão e inversão, dá suporte à parte lateral do tornozelo Tibiotalar posterior (parte do colateral medial) Tibial ATÉ o tálus atrás da faceta da articulação Limita �exão plantar; dá suporte à parte medial do tornozelo Talocalcâneo Conecta tálus anterior/posterior, medial, lateral ATÉ o calcâneo Dá suporte à articulação talocalcânea 190 Fonte: (Hamill et al., 2016, p. 220). Mo�mentos e Músculos do Tornozelo e Pé Os movimentos realizados pela articulação do tornozelo são a inversão e eversão, abdução e adução. Dorsi�exão (�exão dorsal) e �exão plantar. Não são movimentos únicos, mas sim, uma somatória de vários movimentos articulares que acontecem no complexo articular. 191 Movimentos da articulação do tornozelo e pé Fonte: Houglum et al., 2014, p. 481. Segundo Houglum (2014): Os músculos que passam sobre as articulações do tornozelo possuem inserções proximais na tíbia e na fíbula, com a exceção do gastrocnêmio e do plantar, que se inserem no fêmur. Como nenhum músculo se insere no tálus, os músculos que vão da perna para o pé agem simultaneamente nas articulações talocalcânea e do tornozelo. Assim como na mão, os dedos dos pés são movimentados e controlados por músculos extrínsecos, que se originam acima das articulações do tornozelo, e por intrínsecos, que se originam dentro do próprio pé. 192 Principais �exores plantares Fonte: Hall, 2021, p. 194 Os principais músculos �exores plantares são: Gastrocnêmio Sóleo Os principais dorsi�exores são: Tibial Extensor longo dos dedos Fibular terceiro 193 Dorsi�exores do tornozelo Fonte: Hall, 2021, p. 194 Extensor longo do hálux Alguns músculos que passam posteriormente ao maléolo auxiliam na �exão plantar, são eles: Tibial posterior Fibular longo Fibular curto Plantar Flexor longo dos dedos Flexor longo do hálux 194 Músculos acessórios na �exão plantar Fonte: Hall, 2021, p. 195. 195 É impressionante o funcionamento das estruturas que fazem parte do tornozelo e pé, que estão anatomicamente conectadas de forma que a carga seja igualmente distribuída durante a sustentação de peso. As forças de impacto sustentadas durante a marcha aumentam de acordo com o peso corporal e velocidade da marcha. A �exão plantar é o movimento mais forte do tornozelo devido à massa presente no músculo que realiza tal movimento. O fato também está relacionado com a utilização dos �exores plantares para o trabalho contra a gravidade durante a posição ortostática (Hamill et al., 2016). A maior parte das lesões de MMII está concentrada no tornozelo, por exemplo, no basquete, as lesões estão mais concentradas na articulação do tornozelo. Por esforços excessivos, como na corrida, por exemplo, essa articulação pode ser facilmente lesionada. Outras lesões por uso excessivo são as tendinites – tendão calcâneo, por exemplo – fascite plantar. As entorses de tornozelo são lesões frequentes e comuns em esportes ou atividades cotidianas, são mais comuns em inversão, isso se dá porque os ligamentos mediais são mais fortes e potentes do que os laterais. As entorses são os maiores causadores de afastamento das atividades. Entorses em eversão sobrecarregam as estruturas mediais da articulação e, muitas vezes, são acompanhadas de fratura do maléolo medial por avulsão. Em alguns casos, a eversão combinada com uma dorsi�exão pode levar à fratura da fíbula distal. 196 Recentemente, durante um campeonato de luta, um dos atletas sofreu uma lesão em eversão, acesse o link a seguir e con�ra! 197 https://go.eadstock.com.br/br6 11 Princípios Básicos da Biomecânica 198 Ilustração da análise biomecânica Fonte: Fonte aqui Disponível aqui A Biomecânica é uma área de estudo diretamente relacionada aos princípios da Física, que é a ciência que estuda a natureza e seus aspectos gerais e particulares. Assim, a �m de estudar e compreender o movimento humano e as forças que nele atuam, vamos agora estudar os aspectos biomecânicos relacionados à Cinética e Cinemática. Cinética e Cinemática Quando se trata da biomecânica do movimento humano, os estudos podem ser dirigidos em duas divisões: Cinemática e Cinética. A Cinemática está relacionada às características do movimento e o examina a partir de uma perspectiva de tempo e espaço, sem fazer referência à força que gera o movimento. 199 https://lh3.googleusercontent.com/proxy/Y2wn5fHkZXtp-D3ua0eqbFgHxYeL2DDmW4DOTDXd8j15gQEG-v-G4DsG9NBkhYCo3FdNI3dpiC4wL6R1FhF9uaemuWEz3szqJFeLwWGXESBmcjlx-SgPCLybZ9YSWoUnV7s7sao5-yhlog Exemplo de movimento retilíneo (continua) Fonte: Hall (2021) – p. 21. A análise cinemática investiga, por exemplo, a velocidade e aceleração de um atleta durante uma corrida. Trata-se então de uma análise quantitativa com base na observação direta. Com isso, é permitido realizar as correções posturais para aumentar a e�ciência do corredor. A Cinemática é subdividida em: Linear, que estuda o movimento em linha reta, também chamado de translação. Tal movimento se dá quando todas as partes do sistema se movem em uma única direção como uma única unidade. Se a linha é curva, o movimento será denominado curvilíneo, se for em linha reta será chamado de retilíneo. 200 Exemplo de um movimento curvilíneo (continuação) Fonte: Hall (2021) – p. 21. Angular, que realiza a análise da rotação de um corpo sobre uma linha central imaginária conhecida como eixo de rotação (Hall, 2021; Hamill, 2016). Quando, por exemplo, um ginasta realiza o movimento circular em uma barra �xa. 201 Exemplo de movimento rotacional Fonte: Hall (2021) – p. 21. Quando se trata da análise cinemática, fatores importantes precisam ser levados em consideração, tais como a vestimenta utilizada por quem executa movimento, visto que muitas delas podem gerar uma certa restrição. Por esse motivo, as roupas também sofreram modi�cações e, com o passar dos anos, se tornaram uma aliada para facilitar os movimentos, proteger os atletas e melhorar o desempenho deles mesmos. Um exemplo é na natação: no início do esporte, as roupas eram feitas de algodão e bem pouco e�cientes, o que podia aumentar em 5kg o peso do nadador. Com o passar dos anos, os trajes se modi�caram e se tornaram fundamentais para o bom desempenho do atleta. 202 Trajes de natação antigos e atuais Fonte: acesse o link Disponível aqui Acesse o link a seguir e veja como se deu a evolução tecnológica dos trajes de natação. Porém, não é só isso. Segundo Hall (2021), fatores tais como idade, gênero, antropometria, habilidade do executor, além de qualquer traço físico ou de personalidade que possam impactar o desempenho, também precisam ser analisados. Já a Cinética investiga as forças que geram o movimento, como, por exemplo, a análise das forças atuantes ao caminhar, dessa forma, iremos relembrar alguns conceitos básicos relacionados à cinética, que fornecem a base para entender o estudo das forças. 203 https://miro.medium.com/max/700/1*1MFfmplbdC6VI2IAecW7JQ.jpeg https://go.eadstock.com.br/bvc A análise cinética é um pouco mais complicada do que a cinemática, tanto para compreensão quanto para avaliação, uma vez que as forças não podem ser vistas, dessa forma, o que são observados são os efeitos produzidos por elas. Por isso, os conceitos a seguir devem estar claros para que haja completa compreensão da força atuante no segmento corporal a ser analisado. Esses conceitos são: 11 Massa: de�nida como a quantidade de matéria que compõe um corpo ou objeto, sua unidade de medida é mensurada pelo quilograma (Kg); 22 Inércia: tendência de um corpo se manter em seu estado atual, estando estático ou em movimento; 33 Força: impulso ou tração atuando sobre um determinado corpo, é de�nida pela aceleração, resultando na aplicação da força (F=m.a), representada em Newton(N). As forças podem ser caracterizadas em internas e externas, pensando no corpo humano, as forças internas estão relacionadas aos músculos, tendões e ossos, e como as forças externas, podemos citar a gravidade, por exemplo; 204 44 Centro de gravidade: ponto onde a matéria de um corpo se encontra em equilíbrio, distribuindo as cargas em todas as direções; 55 Volume: quantidade de espaço que um corpo ou objeto ocupa, sempre representado em 3 dimensões – largura, altura, profundidade; 66 Torque: denominado também como movimento angular de uma força especí�ca. As formas de avaliação no estudo da cinética são através de instrumentos especí�cos, vejamos agora, alguns métodos (Moura, 2018). Plataforma de força: realiza as medidas de força em relação ao solo durante a fase de apoio em movimentos da marcha e saltos verticais. 205 Plataformas de força utilizadas para análise cinética Fonte: acesse o link Disponível aqui Máquinas isocinéticas: utilizada para avaliação ou reabilitação de movimentos articulares. 206 http://biton.uspnet.usp.br/labimph/wp-content/uploads/2016/12/Emed2.jpg Máquina isocinética Fonte: acesse o link Disponível aqui O corpo humano se forma de vários segmentos e, por isso, o estudo das cadeias cinéticas abertas e fechadas se tornam essenciais para o estudo da análise do movimento, vamos entender um pouco mais: Cadeia cinética aberta: os exercícios são realizados de forma que a extremidade distal do segmento se encontra livre no espaço. Por exemplo, um exercício na cadeira extensora, os pés se encontram livres para movimento. Nesse tipo de exercício, ocorre a menor compressão articular e é possível isolar um determinado grupo muscular, pois os movimentos ocorrem somente em um plano de orientação. 207 https://elastic.fit/wp-content/uploads/2020/09/biodex.jpg Cadeira extensora - Exemplo de cadeia cinética aberta Fonte: acesse o link Disponível aqui Cadeia cinética fechada: exercícios em que a extremidade distal do segmento se encontra �xa e um determinado ponto. É possível trabalhar diversas articulações ao mesmo tempo, e os músculos agonistas e antagonistas trabalham em conjunto. Um exemplo são os exercícios de agachamento e barra �xa. 208 https://treinomestre.com.br/wp-content/uploads/2016/08/cadeira-extensora-execucao-correta-.jpg Agachamento - Exemplo de cadeia cinética fechada Fonte: Fonte aqui Disponível aqui Durante um exercício de cadeia cinética aberta, ocorre a menor compressão articular e é possível isolar um determinado grupo muscular. Já em exercícios na cadeia cinética fechada, a compressão articular pode ser maior, e vários grupos musculares podem ser trabalhados. 209 https://treinomestre.com.br/wp-content/uploads/2015/11/agachamento-sumo-musculos-.jpg 12 Medições Biomecânicas 210 Agora que você já sabe sobre os conceitos de cinética e cinemática, você precisa entender como esses estudos são mensurados, ou seja, como as análises quantitativas do movimento humano se tornam possíveis. Vamos estudar agora algumas ferramentas disponíveis. Cinemetria A Cinemetria consiste no registro de imagens durante a execução do movimento para a observação do comportamento de variáveis como: velocidade, distância, tempo e aceleração obtida por um ou vários segmentos corporais. No primeiro momento, são feitas �lmagens registrando o posicionamento dos segmentos corporais com referência no tempo. Durante a análise são colocados marcadores no corpo que são rastreados por sensores, e conforme o movimento é realizado esses marcadores realizam a leitura dos movimentos que são alocados em um computador através de softwares especí�cos. Atualmente, com a evolução tecnológica os vídeos permitem a reprodução (Hamill, 2016). Os pontos coordenados em cada imagem de movimento se transformam em um “boneco de linhas” e a partir daí são realizados os cálculos de qualquer variável cinemática, ângulos articulares, velocidades lineares e angulares, etc. 211 Estudo realizado pela cinemetria Fonte: Neumann (2018) – p. 105. A seguir, o link nos mostra como é realizada a Cinemetria: 212 https://go.eadstock.com.br/bvf Dinamometria A Dinamometria é realizada com um aparelho chamado dinamômetro que mede a intensidade da força. Esse teste permite o conhecimento objetivo da capacidade muscular máxima de um grupo segmentar, sendo membros inferiores e membros superiores, o que torna sua utilização viável na preparação física de um atleta, por exemplo. Os primeiros dinamômetros que surgiram averiguavam somente a força de preensão palmar manual com o objetivo de veri�car se a força de uma mão se sobressaía à outra. Com o avançar tecnológico, hoje em dia, é possível obter resultados mais reais e detalhados das forças e contamos com uma diversidade de aparelhos para isso. No mercado, há diversos tipos de dinamômetros disponíveis, observe alguns exemplos: 213 Dinamômetro manual Fonte: acesse o link Disponível aqui Dinamômetro hidráulico: detecta de maneira precisa a força de preensão palmar. A seguir, o link nos traz algumas formas de medições de força! Não deixe de conferir! 214 https://images.tcdn.com.br/img/img_prod/491309/dinamometro_jamar_1786_1_20170912193830.jpg https://go.eadstock.com.br/bvh Dinamômetro pneumático Fonte: acesse o link Disponível aqui Dinamômetro pneumático: utiliza de um mecanismo de compressão em uma bolsa de ar, mais utilizado em indivíduos que apresentam dor. Dinamômetro isocinético: consiste em uma máquina que permite o trabalho muscular em uma velocidade angular �xa, contra uma resistência que se adapta a qualquer mudança repentina na velocidade de execução do exercício. É um aparelho que fornece resultados mais completos para o atleta. Na análise de dados desse aparelho, é possível veri�car se há alguma assimetria entre as musculaturas de membros diferentes, tornando possível a correção e prevenção de lesões. 215 https://loja.handshop.com.br/media/catalog/product/cache/1/small_image/220x220/9df78eab33525d08d6e5fb8d27136e95/f/e/fe-12-0291-2_w_large.jpg Dinamômetro isocinético Fonte: acesse o link Disponível aqui O estudo abaixo analisou as forças musculares em diferentes graus maturacionais em atletas de voleibol. Acesse e boa leitura! 216 https://elastic.fit/wp-content/uploads/2020/09/biodex.jpg https://go.eadstock.com.br/bvi Estudo eletromiográ�co Fonte: acesse o link Disponível aqui Eletromiografia A eletromiogra�a estuda a função muscular por meio da captação de sinais elétricos do músculo, com eletrodos de superfície ou agulha, conforme a necessidade do caso. É um método que possibilita o diagnóstico de patologias nervosas ou musculares, além da análise dos músculos ativos, coordenação muscular e intensidade e duração da ação muscular. 217 https://blog.miotec.com.br/wp-content/uploads/2018/06/Eletromiografia-de-superficie-na-fisioterapia-ortopedica-e-esportiva.jpg O estudo abaixo faz uma análise das lesões em jogadores de basquetebol, com base na eletromiogra�a de superfície. Acesse o link e boa leitura! Este outro estudo faz uma análise eletromiográ�ca após cirurgia de reconstrução de tendão. Antropometria O estudo antropométrico é muito utilizado nos segmentos esportivos, pois cada indivíduo apresenta características corporais que podem implicar diretamente em sua performance. Neumann (2018) a�rma que “a antropometria pode ser amplamente de�nida como a medida de determinadas características de design físico”. 218 https://go.eadstock.com.br/bvj https://go.eadstock.com.br/bvk Note, por exemplo, que jogadores de basquete possuem características semelhantes, tais como altura, peso e habilidades. E os lutadores, antes de competirem, realizam pesagem e existem tabelas especí�cas para cada categoria, por exemplo, peso pena. A antropometria se baseia na mensuração da análise de sistema quantitativa das dimensões corporais, como comprimento, massa, centro de gravidade e índice de massa corporal (IMC) (Liberali, 2016; Portela, 2016). O estudo realizado possui baixo custo e não é invasivo, tornandofácil o acesso ao avaliador. Alguns índices também auxiliam na avaliação dos riscos para propensão de doenças metabólicas, como, por exemplo, o desenvolvimento de diabetes em homens e mulheres. Acesse o link a seguir para entender como os estudos antropométricos auxiliam nos diagnósticos de doenças crônicas. 219 https://go.eadstock.com.br/bvl 13 Leis de Newton 220 Conforme já visto, a biomecânica possui duas áreas que estudam o movimento e as forças atuantes sobre cada um deles, denominada de Cinética e Cinemática. Vimos também que alguns conceitos relacionados à Física precisam estar esclarecidos para a compreensão do assunto. A biomecânica é uma disciplina que está diretamente relacionada aos princípios físicos, assim, abordaremos as Leis de Newton, que fundamentam a base da mecânica clássica e descreve a dinâmica dos corpos. Isaac Newton (1643-1727) foi um cientista, matemático, químico, físico e mecânico que esclareceu o movimento humano e as forças nele envolvidas, além de esclarecer o comportamento dessa força atuante nos corpos. Vamos aprofundar nossos conhecimentos sobre as Leis Newtonianas. O estudo a seguir nos mostra como as leis de Newton são aplicadas nos esportes! Não deixe de conferir! 221 https://go.eadstock.com.br/bvm Em qualquer modalidade esportiva, as leis da Física se fazem presentes e necessárias por ser uma ciência que rege os movimentos, força, velocidade, inércia, atrito... Atualmente, as pesquisas auxiliam nas análises de resultados e ajudam a melhorar o desempenho dos atletas. Vamos pensar no esporte mais popular do mundo, o futebol. A Física está presente nos chutes, nas cobranças de falta, dribles, isso porque cada jogador precisa saber o ângulo em que irá chutar a bola, a força que será empregada e se essa bola terá algum “efeito” durante o lançamento. Jogadores de vôlei e tenistas costumam colocar “efeitos” em suas bolas para que o adversário não consiga adivinhar suas jogadas. Na ginástica artística , o ginasta precisa saber o momento exato de realizar cada movimento, trocar os ângulos, para que haja perfeição e precisão. No salto a distância, o atleta percorre uma determinada distância para adquirir velocidade e, no momento certo, realiza um impulso para saltar com o intuito de aumentar seu tempo de voo, alcançando uma distância maior quando tocar o solo. En�m, note que a Física está presente em nosso cotidiano. 222 Acesse os links a seguir e visualize na prática como a Física está presente no Futebol e no salto com vara. Salto com vara A física do futebol 223 https://go.eadstock.com.br/bvn https://go.eadstock.com.br/bvo Exemplo da primeira lei de Newton Fonte: acesse o link Disponível aqui Primeira Lei – Lei da Inércia Esta lei diz respeito ao estado de repouso ou movimento de um corpo, isto é, um corpo só pode ter sua barreira inerte corrompida, caso haja uma força externa sendo aplicada sobre ele. Quando em movimento, o conceito diz que, um corpo se manterá em velocidade constante e em linha reta, a menos que uma força externa mude sua velocidade. A massa corporal determina a inércia, então, quanto maior for, maiores serão as forças externas aplicadas para que ocorra a superação da inércia e gere a aceleração. 224 https://s5.static.brasilescola.uol.com.br/img/2018/06/primeira-lei-de-newton-corrigida.jpg Segunda Lei – Lei da Aceleração Tal lei diz que a aceleração de um corpo está diretamente equilibrada com a força atuante sobre ele. Essa teoria nos permite compreender que se a força for maior do que 0, acarretará um estado de aceleração gerando o deslocamento do corpo, então, quanto maior a força, maior será a velocidade. A fórmula dessa lei é representada da seguinte forma: F=m.a Sendo: F=Força m=massa a=aceleração 225 Exemplo da segunda Lei de Newton Fonte: acesse o link Disponível aqui 226 https://image.slidesharecdn.com/fsica2leidenewton2-140824155357-phpapp01/95/segunda-lei-de-newton-7-638.jpg?cb=1408955103 Exemplo da terceira Lei de Newton Fonte: acesse o link Disponível aqui Terceira Lei – Lei da Ação e Reação Esta lei estabelece que para cada ação existe uma reação igualmente oposta, isto é, quando empregamos uma força em um corpo (ação), recebemos desse corpo a mesma força (reação), porém, em sentidos opostos. Por exemplo, quando arremessamos uma bola contra a parede, a ação seria feita pela bola sobre a parede, e a reação seria a força feita pela parede sobre a bola, sendo as duas forças possuindo valores iguais. 227 https://blog.professorferretto.com.br/wp-content/uploads/2020/03/pessoa-empurrando-mesa-terceira-lei-de-newton.jpg 14 Sistema de Alavancas 228 Desde o início, o homem busca técnicas e ferramentas que possam facilitar, de alguma forma, suas atividades buscando sempre a “lei do menor esforço”. Olhe à sua volta: quantos objetos não foram inventados para garantir a praticidade e comodidade? O controle remoto, softwares cada vez mais complexos e capazes de controlar nossas atividades diárias e até mesmo uma residência a distância, máquinas com mecânica avançada com o objetivo de facilitar ou até mesmo substituir o trabalho manual. Seguindo a ideia de facilitação de trabalho, surgiu o sistema de alavancas, descoberto e desenvolvido pelo grande matemático Arquimedes (287 a.C. – 212 a.C.), que disse “Dê-me uma alavanca que moverei o mundo”. Porém, se pararmos para analisar, talvez esse conceito e ferramenta tenham sido descobertos ainda pelos homens primitivos, que construíam e criavam armas e ferramentas a �m de melhorar suas habilidades de caça e proteção territorial, utilizando pedaços de madeira e ossos de animais. De qualquer forma, esse sistema é caraterizado por um objeto rígido utilizado com ponto �xo, com o objetivo de multiplicar a força mecânica aplicada a um determinado objeto. Você deve estar se perguntando: e por que preciso saber sobre o sistema de alavancas? Quando se trata de movimento humano, precisamos entender conceitos essenciais para compreender os sistemas de contração e aplicarmos de forma correta os treinos de força e �exibilidade. Sem essa compreensão e entendimento desses conceitos, não conseguiríamos realizar a correção dos movimentos humanos porque, muitas vezes, precisaremos colocar as alavancas das articulações em vantagem mecânica, e precisaremos analisar os braços de força para fazer isso de forma correta. Primeiramente, vamos entender como as alavancas estão situadas em nosso corpo. Uma alavanca é constituída por uma barra rígida que gira em torno de um eixo de rotação, a partir de uma força aplicada a ela, que provoca seu movimento. Então, esse sistema é composto por: um braço de força (barra rígida), um braço de resistência e um eixo (ou fulcro). 229 Exemplo de alavanca Fonte: Floyd (2016) – p. 106. Exemplos de alavancas cotidianas Fonte: Hamill et al. (2016) – p. 427. Seguem algumas alavancas presentes no nosso cotidiano: 230 Exemplo de alavanca de primeira classe Fonte: Floyd (2016) – p. 107. A maneira como os três elementos que compõem uma alavanca estão dispostos um em relação ao outro determina a classe da alavanca. São três tipos: Alavanca de primeira classe ou inter�xa: “onde a força de esforço e a força de resistência se encontram em lados opostos do ponto de apoio” (Hamill, 216). Ainda, segundo o autor, [...] existem alavancas de primeira classe no sistema musculoesquelético [...]. Os músculos agonistas e antagonistas que atuam simultaneamente em lados opostos de uma articulação criam uma alavanca de primeira classe. Esse tipo de alavanca pode ser encontrado nas gangorras, por exemplo, e sempre a vantagem mecânica será equilibrada. 231 Exemplo de alavanca de primeira classe no corpo humano Fonte: Hamill et al. (2016) – p. 429. Alavanca de segunda classe ou inter-resistente: “a força de esforço e a força de resistência atuam no mesmo lado do ponto de apoio” (Hamill, 2016), ou seja, o braço de resistência é menor do que o braço de força, gerando vantagem mecânica. Um exemplo clássico é a carriola. No corpohumano, essas alavancas são difíceis de serem encontradas, mas podemos citar o levantamento da panturrilha. 232 Exemplo de alavanca de segunda classe Fonte: Neumann (2018) – p. 20. Alavanca de segunda classe Fonte: Hamill et al. (2016) – p. 429. 233 Alavanca de terceira classe Fonte: Hamill et al. (2016) – p. 429. Alavanca de terceira classe ou interpotente: “onde a força de esforço e a força de resistência também se situam do mesmo lado do ponto de apoio [...], porém, o braço de força de esforço é menor do que o braço de força de resistência” (Hamill, 2016). Esse tipo de alavanca produz velocidade e amplitude de movimento, porém, dispende de grande quantidade de energia para que seja movimentada. 234 Demonstração de alavanca de terceira classe no músculo bíceps braquial Fonte: Lippert (2018) – p. 109. Exemplos de transformações das alavancas no corpo humano Fonte: Lippert (2018) – p. 111. 235 Analisando o sistema de alavancas no nosso corpo, podemos identi�car da seguinte forma: Os ossos representam as barras rígidas; As articulações representam o eixo de rotação; Os músculos representam a força aplicada, através da contração; A resistência pode ser pela força externa, a própria massa dos segmentos corporais, pesos aplicados, força de gravidade, dentre outras. No vídeo a seguir há uma abordagem muito bacana sobre o Sistema de Alavancas, vale a pena assistir para sanar as possíveis dúvidas! Vantagem Mecânica Para avaliar a e�cácia mecânica de uma alavanca, precisamos realizar um cálculo que de�ne a vantagem mecânica (VM), que possui relação entre braço de esforço e o braço de resistência. 236 https://go.eadstock.com.br/bvp Uma VM >1 signi�ca que é necessária uma força menor do que a resistência para gerar o movimento, quando uma VM for <1 indica que uma força maior do que a resistência deve ser aplicada para gerar o movimento. O que precisa �car claro é que quanto maior o braço de força, maior é a força necessária para movimentar a alavanca, e quanto maior o braço de resistência, menor é a força necessária para gerar o movimento. A maior parte das alavancas presente em nosso corpo são de terceira classe, ou seja, não apresentam vantagem mecânica. Porém, esse fato tem seus lados positivos, pois, dessa forma, os músculos podem se contrair menos e, ainda assim, conseguem atingir um movimento articular amplo e com velocidade! No âmbito esportivo, os atletas conseguem maximizar de forma intencional o comprimento do braço e o momento para aplicar a forçar e aumentar o efeito de torque produzido pelos músculos de uma articulação. No tênis, durante o saque: Jogadores experientes não só batem a bola com o braço completamente estendido, mas também giram vigorosamente o corpo no plano transversal, tornando a coluna vertebral o eixo de rotação e maximizando o comprimento da alavanca anatômica que produz a força. A mesma estratégia é empregada por lançadores de beisebol bem- sucedidos (Hall, 2021). 237 No âmbito da ergonomia, existem diversas aplicações dos conhecimentos sobre alavancas. Orientar um paciente a levantar um peso do chão usando os membros inferiores ao invés dos membros superiores, a orientação foi correta. O mesmo conceito é válido para a conservação de energia nas condições de lombalgias crônicas. Na musculação, o sistema de alavancas está intensamente relacionado, por exemplo, no exercício de rosca direta e no fortalecimento dos músculos extensores dos MMII em posição de 4 apoios. O conceito de alavanca precisa estar claro para o entendimento do movimento humano. 238 Fonte: acesse o link Disponível aqui Analise a imagem a seguir e tente descrever o tipo de alavanca e localizar os seus elementos. Identi�que onde está o braço de resistência, o braço de força e o fulcro. 239 https://cdn.fisiculturismo.com.br/monthly_2017_03/cadeira-extensora-final.jpg.06df0abd0936814e6d7874e63abd0477.jpg Acesse o link a seguir para sanar possíveis dúvidas sobre o sistema de alavanca. Alavancas Musculares e Vantagem Mecânica Aula de Biomecânica - Braço de Alavanca nos Exercícios de Musculação 240 https://go.eadstock.com.br/bvq https://go.eadstock.com.br/bvr 15 Análise da Marcha 241 Olá, acadêmicos! Você já parou para pensar como o simples caminhar é complexo? Talvez não, porque é algo automático. Você já notou que o andar é meio de locomoção muito característico e que demanda a ação e interação de vários grupos musculares? A essa locomoção se dá o nome de marcha, que envolve alguns ciclos e que precisa de equilíbrio e dinamismo para ocorrer de forma natural. Então, com o intuito de contribuir com o aprendizado cinesiológico, serão apresentados, nesta aula, as fases da marcha, as caraterísticas dos movimentos e os diferentes tipos de marcha. Vamos juntos! A marcha é um movimento fundamental de qualquer ser humano, e o move de um local para o outro por meio de seus próprios mecanismos de força, e adaptada ao ambiente. Apesar da complexidade, os movimentos durante a marcha são suaves, repetitivos e regulares, resultados de alavancas propulsoras por meio dos membros inferiores e pode ocorrer em solo ou em água (Santo, 2019). Sobre a caminhada, Lippert (2018) a�rma: Cada pessoa tem um estilo individual que pode variar um pouco de acordo com o humor. Quando se está feliz os passos são mais leves [...] quando se está triste ou deprimido os passos são mais “arrastados”. É engraçado pensar que cada indivíduo possui uma característica de marcha, e muitas vezes, nem é preciso ver o rosto nitidamente, porém, conseguimos identi�cá-lo somente pelo jeito de andar, mesmo com sua individualidade a marcha normal é igual para todos. O caminhar é uma habilidade cíclica e contínua que necessita de equilíbrio de um membro inferior, enquanto o outro se desloca à frente, juntamente com sinergismo dos movimentos do tronco e membros superiores. O ciclo da marcha também chamado de passada, se dá desde o momento em que o calcanhar toca o solo, até que o mesmo pé toque o solo novamente. O comprimento da passada é a distância alcançada durante o ciclo da marcha. A velocidade da marcha é de�nida pelo número de passos por minuto, que varia de indivíduo para indivíduo ou pelo tipo de esporte que se está praticando. 242 Descrição da marcha Fonte: Lippert (2018) - p. 361. Dois passos (um direito e um esquerdo) correspondem a uma passada ou ciclo da marcha, um passo é metade de uma passada. O ciclo da marcha possui duas fases: a fase de apoio, que constitui 60% do ciclo, e a fase de balanço, que representa 40%. Vamos entender sobre essas fases abaixo: 243 Fase de apoio 1. Contato inicial: calcanhar toca o solo. 2. Resposta à carga: início com o contato inicial e transferência de peso; término com a saída do pé oposto do solo. 3. Apoio médio: início com a saída do pé oposto do solo; término com o corpo diretamente sobre o membro inferior que está sustentando o peso. 4. Apoio �nal: inicia com a elevação do calcanhar do membro inferior que está sustentando o peso; termina com o contato do pé oposto no solo e transferência de peso. 5. Pré-balanço: início com contato e transferência de peso para o membro inferior oposto; término logo antes da saída dos dedos do solo. Fase de Balanço 1. Balanço inicial: inicia quando os dedos saem do solo; termina quando o pé de balanço é oposto ao pé de sustentação e há �exão máxima do joelho. 2. Balanço médio: inicia com o pé de balanço oposto ao de sustentação; termina quando o membro inferior de balanço se moveu para frente e a perna está na vertical. 3. Balanço terminal: início com a perna na vertical; término logo antes do contato inicial. 244 Ciclo da marcha Fonte: Lippert (2018) - p. 362. Durante a análise da marcha, é preciso levar em consideração outros fatores e não se prender somente aos membros inferiores e pés, já que uma série de acontecimentos no restante do corpo está atuante. Quando caminhamos os pés tocam o solo a uma certa distância um do outro, chamado de largura da base da marcha. 245 Fazendo um exercíciosimples para entender toda a estrutura envolvida na marcha, levante-se da cadeira, e dê alguns passos com a mão no quadril, perceba que há um movimento de “desce e sobe”, isso se dá pela inclinação lateral da pelve, quando o membro inferior deixa de sustentar o peso na fase pré-balanço. Os membros superiores também são importantes e se movem ao contrário do membro inferior à frente para fornecer equilíbrio, durante o andar, o tronco deve estar ereto junto à cabeça e os ombros nivelados. À medida que a idade do indivíduo avança ocorrem mudanças na marcha (marcha senil), visto que sistemas musculoesquelético, neurológico, cardiovascular, estímulos visuais e auditivos, sensoriais, vestibulares, motores e equilíbrio encontram-se alterados, dessa forma, a velocidade da marcha se torna mais reduzida, a passada mais curta. As articulações importantes, como quadril, por exemplo, sofrem modi�cações e podem tornar a dissociação de cintura comprometida. Dessa forma, um dos maiores desa�os dos pro�ssionais da saúde é manter uma marcha funcional. 246 No link a seguir, há uma descrição completa das fases da marcha, acesse para possíveis dúvidas! Distúrbios da Marcha Fatores neurológicos (acidente vascular encefálico, por exemplo) ou ortopédicos (fratura, entorses) podem alterar os padrões de marcha normal, sendo os ortopédicos mais fáceis para resolução/correção. A marcha neurológica, segundo Houglum (2014), os indivíduos com paralisia cerebral possuem diferenças na marcha que estão relacionados à amplitude, sequência e fases da atividade muscular o que, muitas vezes, leva a um padrão dependendo da gravidade da paralisia. A marcha atáxica também é desencadeada por fatores neurológicos, muito comum em alterações cerebelares. Apresenta comprimento e largura desigual e irregular, tornando a marcha sem ritmo e não apresenta balanço dos membros superiores. O indivíduo possui di�culdade em regular a postura. Outros problemas neurológicos podem levar às alterações importantes na marcha, como, por exemplo, o Acidente Vascular Encefálico e mal de Parkinson, trazendo características comuns. 247 https://go.eadstock.com.br/bvs A marcha ortopédica pode estar relacionada a fraquezas musculares, restrições de movimento no quadril, joelho e tornozelo, o que leva à marcha antálgica, comumente conhecida pelo ato de “mancar”. Geralmente ocasionada por entorses ou fraturas. No vídeo a seguir, são descritas e exempli�cadas as marchas patológicas! Não deixe de acessar! 248 https://go.eadstock.com.br/bvt 16 Recursos Aquáticos - Hidroginástica 249 Quando pensamos em melhorar o condicionamento físico, fortalecimento, ganho de massa, manutenção do peso, prevenção de lesões ou reabilitação, logo nos vem à cabeça um cenário da academia cheia, pessoas no parque praticando caminhada ou corrida. Mas você já pensou que esses benefícios também podem ser adquiridos em ambiente aquático? Vamos, agora, mergulhar na nossa última aula, que irá nos mostrar uma perspectiva dos benefícios que a água pode nos trazer! Bons Estudos! Princípios Hidrostáticos e Hidrodinâmicos – Benefícios das Ati�dades Aquáticas A água, assim como o ar, é um meio �uido, com princípios físicos capazes de trazer inúmeros benefícios quando se trata de atividade física, como, por exemplo, a hidroginástica, ou quando se preconiza a reabilitação articular e muscular de forma mais rápida. A água é um recurso utilizado há milhares de anos, principalmente quando se diz respeito à sobrevivência, já que era preciso imergir na água para a busca de alimentos e nadar para fuga. Por conta dos princípios hidrostáticos e hidrodinâmicos, a realização de atividade física dentro da água gera uma proteção aos sistemas articulares, já que o cenário aquático é propício para reabilitar indivíduos que não podem sofrer impactos, bem como aqueles que possuem di�culdade em realizar exercícios solo. Segundo Baun (2010): 250 Exempli�cação da Lei de Arquimedes Fonte: Fonte aqui Disponível aqui Em virtude da �utuabilidade, a percepção do peso corporal pode ser até 90% menor na água que seu peso corporal em terra. Portanto, o impacto causado pelo peso é mínimo na água, particularmente em comparação com correr ou fazer dança aeróbica em terra. Estudiosos como Pascal e Arquimedes formularam a base da teoria hidrostática. Na física a hidrostática se dá ao estudo dos �uidos que se encontram em equilíbrio estático ou dinâmico. Certamente, você já notou que corpos submersos em piscinas parecem possuir menos peso, isso porque Arquimedes diz que todo corpo parcial ou totalmente imerso �ca sujeito a uma força vertical de baixo para cima, denominada de empuxo. Essa força é contrária ao peso, isso quer dizer que ela atua diminuindo a intensidade da força peso. 251 https://static.mundoeducacao.uol.com.br/mundoeducacao/conteudo/empuxo-ilustracao-.jpg Acesse o link a seguir e saiba mais sobre as Leis da Física que permeiam os �uidos! Ainda, dentro do estudo hidrostático, a densidade se refere à quantidade de matéria/peso, por unidade de volume, e a densidade relativa, que é a relação entre a massa de uma substância, e massa do mesmo volume de água. O corpo humano é constituído por 70% de água e tem uma densidade relativa próxima à da água, mas pode variar de acordo com o percentual de gordura de cada indivíduo. Os princípios hidrodinâmicos também conhecidos como dinâmica dos �uidos, estão relacionadas ao movimento do corpo e de seus segmentos dentro da água, levando em consideração propriedades como viscosidade e tensão super�cial. Veja a tabela a seguir para melhor compreensão dos princípios hidrostáticos e hidrodinâmicos: 252 https://go.eadstock.com.br/bvu Princípios mecânicos da água Aspectos hidrostáticos Aspectos hidrodinâmicos Densidade: relação entre massa e volume. A densidade da água pura é de 1.000kg/m3 (gravidade especí�ca é 1, por isso, toda substância de menor valor deverá �utuar; se a densidade for maior que 1, a tendência é afundar. A densidade do corpo humano é ligeiramente menor que a da água (0,974 adultos e 0,860 crianças). Quanto mais gordura corporal, maior a tendência à �utuação; quando mais massa magra, menos �utuação, já que sua densidade será maior que a da água. Pressão hidrostática: força exercida igualmente em todas as direções, numa determinada área. Diretamente relacionada à profundidade e à densidade do líquido. Quanto maior a profundidade, maior a força exercida sobre uma superfície, e quanto maior a densidade, maior o valor de pressão. Sua ação in�uencia no aspecto circulatório do corpo em imersão. Flutuação: força exercida em um corpo para cima, de magnitude igual ao peso da água deslocada por esse corpo. Devido a essa propriedade, todo corpo imerso tende a apresentar peso menor do que fora d´água. Viscosidade: atrito interno gerado pela atração molecular. Quando o corpo tenta se movimentar na água, essa atração cria uma resistência ao movimento (atrito). Quanto maior a viscosidade, maior a di�culdade do corpo em se locomover. Fluxo laminar: movimentação da água de forma lenta e suave. Quando o movimento da água �ca acelerado, as moléculas se deslocam em diferentes direções, em �uxo turbulento ou turbulência. Turbulência: situação que impõe maior resistência ao movimento. Depende da posição e da velocidade do corpo durante o movimento. Quanto mais lento e controlado o movimento, menor será a turbulência. 253 Quando o corpo está imerso até a altura da cintura, 50% do peso do indivíduo é anulado; na altura do peito, 70%; e na altura dos ombros, 90% (menos de 10% do seu peso real). Centro de gravidade: ponto ao redor do qual a massa corporal é distribuída, localizado na região pélvica, próximo do nível da segunda vértebra sacral. Já o centro de �utuação (ponto ao redor do qual a força de �utuação do corpo está igualmente distribuída) geralmente está localizado no meio do tórax. O corpo mantém-se em equilíbrio quando os dois centros estão alinhados, caso contrário, tende a girar. O centro de �utuação e de gravidadese altera à medida que o corpo se movimenta (por exemplo, posicionar os braços acima da cabeça). Arrasto: resistência especí�ca imposta pela água para o movimento de um corpo. Diretamente proporcional à viscosidade do líquido e à turbulência gerada pelo corpo em movimento. Os benefícios vão muito além do que podemos imaginar, pois o efeito térmico proporcionado pela água aquecida provoca relaxamento muscular e evita a exaustão extrema causada em exercícios solo – sem contar que a temperatura da água, para se tornar agradável deve estar entre 26ºC e 29ºC. Isso faz com que haja melhora nos sistemas cardiovascular, pulmonar, renal. Durante a imersão, outros benefícios podem ser notados, como o favorecimento do retorno venoso, melhorando o aumento do �uxo sanguíneo nos pulmões apurando a troca gasosa (Santos, 2019). No sistema musculoesquelético, a imersão favorece uma ação equilibrada dos músculos, aprimorando a realização de movimentos e potencialização de exercícios e, muitas vezes, não seriam possíveis de serem realizados no solo. 254 Por conta da força de empuxo, as articulações não sofrem com impactos e, sempre que submersas, encontram-se protegidas, porém, ainda assim, é preciso cuidado com movimentos exagerados para evitar lesões e dores após a atividade. Atualmente, diversos estudos têm sido realizados para averiguar os efeitos das atividades aquáticas, visto que, além dos benefícios físicos, a atividade tem trazido benefícios psicológicos, como, por exemplo, na hidroginástica em que a maioria dos pacientes é da terceira idade e aproveita o momento para descontração e socialização. No artigo a seguir, o autor nos traz uma noção prática sobre as forças hidrostáticas e hidrodinâmicas relacionas na prática! Não deixe de conferir! 255 https://go.eadstock.com.br/bvv Conclusão Prezado aluno, chegamos ao �nal da disciplina de Cinesiologia e Biomecânica, que, muitas vezes, é considerada complexa pelo fato de exigir conhecimentos de diversas áreas. Porém, é preciso que o seu “pensamento cinesiológico” citado no começo da disciplina seja constante em seu dia a dia. O educador físico tem papel fundamental na prescrição de exercícios variados, e sempre executados de forma correta, buscando a prevenção das lesões, mesmo sendo nos movimentos mais automáticos, como o andar, por exemplo. Seja, a partir de hoje, um fomentador de informações, seu maior desa�o a partir daqui será reunir todas essas informações e colocá-las em prática em seu cotidiano de trabalho. Exerça suas habilidades técnicas com maestria! Espero ter contribuído para a sua vida pro�ssional, e encontro-me à disposição para dúvidas, comentários e sugestões! Prof.ª Esp. Jéssica Morais Aziani 256 Material Complementar Livro Bases biomecânicas do movimento humano – 4ª ed. Autor: HAMILL, Joseph; KNUTZEN, Kathleen M.; DERRICK, Timothy Editora: Manole Sinopse: Neste livro você encontrará informações completas sobre anatomia funcional, �siologia, física, biomecânica, e irá lhe proporcionar a compreensão e �xação do conteúdo desse livro. Um livro cheio de explicações práticas e ilustrações. Boa leitura! Livro Biomecânica Básica – 8ª ed. Autor: Susan J. Hall Editora: Grupo Gen Sinopse: Hall nos mostra de forma clara e objetiva informações valiosas sobre a biomecânica do movimento humano. Boa leitura! 257 Livro Cinesiologia Clínica e Anatomia – 6ª ed. Autor: Lynn S. Lippert Editora: Grupo Gen Sinopse: O olhar cinesiológico que você precisa adquirir está completo nesse livro, explicando de forma simples e linguagem esclarecedora, Lippert faz com que a cinesiologia e a anatomia se tornem conhecimentos uni�cados. Boa leitura! 258 Referências ACKLAND, T. R.; ELLIOTT, B. C.; BLOOMFIELD; JOHN Anatomia e Biomecânica Aplicadas no Esporte. Barueri - SP: Editora Manole, 2011. BAUN, M. P. Exercícios de hidroginástica: exercícios e rotinas para toni�cação, condicionamento físico e saúde. Barueri - SP: Editora Manole, 2010. FLOYD, R. T. Manual de cinesiologia estrutural. 19ª ed. Barueri - SP: Editora Manole, 2016. FRANK H. Netter. Atlas de Anatomia Humana. 7ª ed. Rio de Janeiro: Grupo GEN, 2018. GRAAFF, K. M. V. D. Anatomia Humana. Barueri - SP: Editora Manole, 2003. HALL, S. J. Biomecânica Básica. 8ª ed. Rio de Janeiro: Grupo GEN, 2020. HAMILL, J.; KNUTZEN, K. M.; DERRICK, T. R. Bases Biomecânicas do Movimento Humano. Barueri: Manole, 2016. HOUGLUM, P. A.; BERTOTI, D. B. Cinesiologia Clínica de Brunnstrom. Barueri - SP: Editora Manole, 2014. KENDAL, F. P. et al. Músculos: provas e funções. 5ª ed. Barueri - SP: Editora Manole, 2007. LIMA, C. S.; Pinto. R. S. Cinesiologia e Musculação. Porto Alegre - RS: Grupo A, 2011. LIPPERT, L. S. Cinesiologia Clínica e Anatomia. 6ª edição. Rio de Janeiro: Grupo GEN, 2018. NEUMANN, D. A. Cinesiologia do Aparelho Musculoesquelético - Fundamentos para Reabilitação. 3ª. ed. Rio de Janeiro: Grupo GEN, 2018. SANTOS, A. P. M. D. Atividades aquáticas. Porto Alegre – RS: Grupo A, 2019. 259