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PROBLEMA 4 - DOENÇAS OCUPACIONAIS

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PROBLEMA 4
1)Diferenciar doença ocupacional de acidente de trabalho 
Fonte: Doenças Ocupacionais - Agentes: Físico, Químico, Biológico, Ergonômico\ Márcia Vilma Gonçalvez de Moraes/ Acidentes do trabalho e doenças ocupacionais/ Antônio Lopes Monteiro/ Artigo Acidente de Trabalho, doença profissional e do trabalho – 2014 Site JUSBRASIL
Doenças ocupacionais: adquiridas através da exposição dos trabalhadores aos agentes ambientais físicos, químicos e biológicos, em situações acima do limite de tolerância. Normalmente ocorrem após vários anos de exposição, e algumas doenças ocupacionais podem surgir mesmo depois que o trabalhador se afasta do agente causador.
Desenvolve silenciosamente e agrava-se com o tempo, não podendo ser intencionalmente provocada, sendo subdividida em:
· Doença do trabalho: desencadeadas por condições especiais relacionadas com o trabalho, mas não específico, geralmente por excesso de exposição a agentes físicos, químicos e biológicos sem proteção → secretário que trabalha próximo ao setor de produção que produz muitos ruídos por compressores podem desenvolver surdez, por estar exposto ao risco e não usar Equipamento de Proteção Individual (EPI). 
· Doença profissional: desencadeadas pelo exercício do trabalho peculiar à determinada atividade da profissão → operador de prensa que causa ruído e adquire surdez → frigoríficos e profissionais que adquirem Lesão por Esforço Repetitivo (LER) pelo corte de aves com o antebraço.
Fatores como: tempo de exposição ao agente, a concentração dos agentes no ambiente laboral e as características específicas de cada agente ambiental, influenciam no desenvolvimento da doença ocupacional e contribuem para potencializar a agressividade do agente ao trabalhador, porém a suscetibilidade individual determina o aparecimento ou agravamento das doenças ocupacionais.
A norma reguladora 15 define limite de tolerância como "a concentração ou intensidade máxima ou mínima relacionada com a natureza e o tempo de exposição ao agente que não causará dano à saúde do trabalhador durante a sua vida laboral"
Acidente de trabalho: conforme dispõe o art. 19 da Lei nº 8.213/91, "acidente de trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa ou pelo exercício do trabalho dos segurados referidos no inciso VII do art. 11 desta lei, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte ou a perda ou redução, permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho".
Como se revela inviável listar todas as hipóteses dessas doenças, o § 2º do mencionado artigo da Lei nº 8.213/91 estabelece que, "em caso excepcional, constatando-se que a doença não incluída na relação prevista nos incisos I e II deste artigo resultou das condições especiais em que o trabalho é executado e com ele se relaciona diretamente, a Previdência Social deve considerá-la acidente do trabalho".
 O art. 21 da Lei nº 8.213/91 equipara ainda a acidente de trabalho:
I - o acidente ligado ao trabalho que, embora não tenha sido a causa única, haja contribuído diretamente para a morte do segurado, para redução ou perda da sua capacidade para o trabalho, ou produzido lesão que exija atenção médica para a sua recuperação;
II - o acidente sofrido pelo segurado no local e no horário do trabalho, em consequência de:
a) ato de agressão, sabotagem ou terrorismo praticado por terceiro ou companheiro de trabalho;
b) ofensa física intencional, inclusive de terceiro, por motivo de disputa relacionada ao trabalho;
c) ato de imprudência, de negligência ou de imperícia de terceiro ou de companheiro de trabalho;
d) ato de pessoa privada do uso da razão;
e) desabamento, inundação, incêndio e outros casos fortuitos ou decorrentes de força maior;
III - a doença proveniente de contaminação acidental do empregado no exercício de sua atividade;
IV - o acidente sofrido pelo segurado ainda que fora do local e horário de trabalho:
a) na execução de ordem ou na realização de serviço sob a autoridade da empresa;
b) na prestação espontânea de qualquer serviço à empresa para lhe evitar prejuízo ou proporcionar proveito;
c) em viagem a serviço da empresa, inclusive para estudo quando financiada por esta dentro de seus planos para melhor capacitação da mão de obra, independentemente do meio de locomoção utilizado, inclusive veículo de propriedade do segurado;
d) no percurso da residência para o local de trabalho ou deste para aquela, qualquer que seja o meio de locomoção, inclusive veículo de propriedade do segurado.
§ 1º Nos períodos destinados a refeição ou descanso, ou por ocasião da satisfação de outras necessidades fisiológicas, no local do trabalho ou durante este, o empregado é considerado no exercício do trabalho.
Esses acidentes não causam repercussões apenas de ordem jurídica. Nos acidentes menos graves, em que o empregado tenha que se ausentar por período inferior a quinze dias, o empregador deixa de contar com a mão de obra temporariamente afastada em decorrência do acidente e tem que arcar com os custos econômicos da relação de empregado. O acidente repercutirá ao empregador também no cálculo do Fator Acidentário de Prevenção - FAP da empresa, nos termos do art. 10 da Lei nº 10.666/2003.
Os acidentes de trabalho geram custos também para o Estado. Incumbe ao Instituto Nacional do Seguro Social – INSS administrar a prestação de benefícios, tais como auxílio-doença acidentário, auxílio-acidente, habilitação e reabilitação profissional e pessoal, aposentadoria por invalidez e pensão por morte. Estima-se que a Previdência Social gastou, só em 2010, cerca de 17 bilhões de reais com esses benefícios
§ 1º Não são consideradas como doença do trabalho:
Não são consideradas como doença do trabalho:
· A doença degenerativa;
· A inerente a grupo etário;
· A que não produza incapacidade laborativa;
· A doença endêmica adquirida por segurado habitante de região em que ela se desenvolva, salvo comprovação de que é resultante de exposição ou contato direto determinado pela natureza do trabalho.
Nota: Em caso excepcional, constatando-se que a doença não incluída na relação prevista resultou das condições especiais em que o trabalho é executado e com ele se relaciona diretamente, a Previdência Social deve considerá-la acidente do trabalho.
§ 2º Em caso excepcional, constatando-se que a doença não incluída na relação prevista nos incisos I e II deste artigo resultou das condições especiais em que o trabalho é executado e com ele se relaciona diretamente, a Previdência Social deve considerá-la acidente do trabalho.
Fonte: Documento da Associação Nacional de Medicina do Trabalho
Ainda existe uma dificuldade em fazer o nexo da doença com o trabalho, o que resulta em uma subnotificação dos casos. No acidente típico, a lesão é evidente e compatível com o relato da vítima, e dificilmente há dúvida quanto à relação entre a ocorrência e o trabalho. Nas doenças ocupacionais, não”. Segundo ele, o diagnóstico é mais subjetivo e, além de realizar a análise clínica, é preciso observar se o trabalho teve ou não influência no desencadeamento ou agravamento dos sintomas.
· Acidente típico: acontecimento brusco, repentino, inesperado, externo e traumático, ocorrido durante o trabalho ou em razão dele, que agride a integridade física ou psíquica do trabalhador”. Em termos mais simples, entende-se por acidente típico aquele que ocorre no horário de trabalho e no local de trabalho, como, por exemplo, durante a utilização rotineira de máquinas no trabalho, sendo este um dos casos mais comuns.
· Acidente atípico, ou doença ocupacional, são classificadas em doença profissional e doença do trabalho, sendo ambas equiparadas a acidente do trabalho 
· Acidente de trajeto equipara-se a acidente do trabalho, sendo este o acidente que ocorre no percurso despendido pelo trabalhador de casa para o trabalho e do trabalho para casa.
2) Classificar as doenças relacionadas ao trabalho ( Classificação de Schilling), listando as mais frequentes.
Fonte: Doenças Relacionadas Ao Trabalho – Ministério Da SaúdeTrabalhadores compartilham os perfis de adoecimento e morte da população em geral, em função de sua idade, gênero, grupo social ou inserção em um grupo específico de risco. Além disso, os trabalhadores podem adoecer ou morrer por causas relacionadas ao trabalho, como consequência da profissão que exercem ou exerceram, ou pelas condições adversas em que seu trabalho é ou foi realizado. O perfil de adoecimento e morte dos trabalhadores podem ser sintetizados em quatro grupos de causas 
• Doenças comuns, aparentemente sem qualquer relação com o trabalho; 
•Doenças comuns (crônico-degenerativas, infecciosas, neoplásicas, traumáticas, etc.) eventualmente modificadas no aumento da frequência de sua ocorrência ou na precocidade de seu surgimento em trabalhadores, sob determinadas condições de trabalho. A hipertensão arterial em motoristas de ônibus urbanos, nas grandes cidades, exemplifica esta possibilidade; 
• Doenças comuns que têm o espectro de sua etiologia ampliado ou tornado mais complexo pelo trabalho. A asma brônquica, a dermatite de contato alérgica, a perda auditiva induzida pelo ruído (ocupacional), doenças músculo-esqueléticas e alguns transtornos mentais exemplificam esta possibilidade, na qual, em decorrência do trabalho, somam-se (efeito aditivo) ou multiplicam-se (efeito sinérgico) as condições provocadoras ou desencadeadoras destes quadros nosológicos; 
• Agravos à saúde específicos, tipificados pelos acidentes do trabalho e pelas doenças profissionais. A silicose e a asbestose exemplificam este grupo de agravos específicos. 
Classificação de Schilling
· GRUPO I: doenças em que o trabalho é causa necessária, tipificadas pelas doenças profissionais, stricto sensu, e pelas intoxicações agudas de origem ocupacional. Abrangem questões de seguro de acidente de trabalho e deve ser notificado. A relação entre o trabalho é direita e imediata. 
· GRUPO II: doenças em que o trabalho pode ser um fator de risco, contributivo, mas não necessário, exemplificadas pelas doenças comuns, mais frequentes ou mais precoces em determinados grupos ocupacionais e para as quais o nexo causal é de natureza eminentemente epidemiológica. A hipertensão arterial e as neoplasias malignas (cânceres), em determinados grupos ocupacionais ou profissões, constituem exemplo típico. 
· GRUPO III: doenças em que o trabalho é provocador de um distúrbio latente, ou agravador de doença já estabelecida ou preexistente, ou seja, concausa, tipificadas pelas doenças alérgicas de pele e respiratórias e pelos distúrbios mentais, em determinados grupos ocupacionais ou profissões. 
Grupo II e III, são formados por doenças consideradas de etiologia múltipla, ou causadas por múltiplos fatores de risco. O trabalho poder ser entendido como um fator de risco e não necessariamente um fator causal . 
Fatores de risco para a saúde e segurança dos trabalhadores, presentes ou relacionados ao trabalho, podem ser classificados em cinco grandes grupos: 
· Físicos: ruído, vibração, radiação ionizante e não-ionizante, temperaturas extremas (frio e calor), pressão atmosférica anormal, entre outros; 
· Químicos: agentes e substâncias químicas, sob a forma líquida, gasosa ou de partículas e poeiras minerais e vegetais, comuns nos processos de trabalho (ver a coluna de agentes etiológicos ou fatores de risco na Lista de Doenças Relacionadas ao Trabalho); 
· Biológicos: vírus, bactérias, parasitas, geralmente associados ao trabalho em hospitais, laboratórios e na agricultura e pecuária (ver a coluna de agentes etiológicos ou fatores de risco na Lista de Doenças Relacionadas ao Trabalho);
· Ergonômicos e psicossociais: decorrem da organização e gestão do trabalho, como, por exemplo: da utilização de equipamentos, máquinas e mobiliário inadequados, levando a posturas e posições incorretas; locais adaptados com más condições de iluminação, ventilação e de conforto para os trabalhadores; trabalho em turnos e noturno; monotonia ou ritmo de trabalho excessivo, exigências de produtividade, relações de trabalho autoritárias, falhas no treinamento e supervisão dos trabalhadores, entre outros; 
· Mecânicos e de acidentes: ligados à proteção das máquinas, arranjo físico, ordem e limpeza do ambiente de trabalho, sinalização, rotulagem de produtos e outros que podem levar a acidentes do trabalho.
Fonte: Doenças relacionadas ao trabalho e suas consequências na atenção à saúde/ UFMG
Principais doenças laborais no Brasil
Doenças Ocupacionais por Repetição: Lesão por Esforços Repetitivos (LER) ou Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (DORT): por movimentos repetitivos ou postura inadequada, provocam dor crônica que tende a piorar com o passar do tempo. A LER pode ocorrer fora do ambiente de trabalho, já a DORT não. Setores com mais casos de LER são o bancário, comércio, processamento de dados, têxtil, confecção, químico, plástico, agricultores, linha de montagem serviço e operadores de telemarketing
Doenças Ocupacionais Respiratórias: Asma Ocupacional, Silicose, Antracose, Bissinose, Siderose. 
· Asma ocupacional: provocada por inalação de partículas, como couro, poeira, algodão, sílica, madeira, cimento. Inicia com tosse crônica, falta de ar e chiado no peito. Pode levar a paradas respiratórias e câncer de pulmão.
· Silicose: doença irreversível provocada pela poeira de sílica nos pulmões. O material se deposita na parte interna do pulmão, dificultando cada vez mais a respiração. Pode levar à morte por insuficiência respiratória.
· Antracose: doença provocada pelo acúmulo de partículas de carvão nos pulmões. Comum em mineiros, carvoeiros, trabalhadores de grandes centros urbanos ou moradores de áreas muito poluídas.
· Bissinose: doença provocada pelo acúmulo de poeira de fibras de algodão, linho e cânhamo nos pulmões.
· Siderose: comum em trabalhadores de minas de ferro, é causada pelo acúmulo de partículas de ferro nos bronquíolos. Seu sintoma mais comum é a falta de ar.
Doenças Ocupacionais de Pele: Dermatose Ocupacional, Câncer de Pele. 
Dermatose ocupacional: comum em mecânicos e trabalhadores da indústria, é causada pelo contato com graxa ou óleo mecânico e provoca reações alérgicas, criando placa na pele.
Câncer de pele: só é considerada doença ocupacional quando for resultante do ambiente de trabalho
Doenças Ocupacionais Auditivas: Surdez. Pode ser temporária ou definitiva, sendo comum aos trabalhadores expostos a ruídos constantes. A perda acontece de forma progressiva, resultando ao trabalhador à perda parcial ou total da audição. 
Doenças Ocupacionais de Visão: Catarata, Desgaste da Visão. 
Catarata: Tal como ao câncer de pele, somente é considerada doença ocupacional, caso resulte da atividade profissional. Normalmente ocorre devido a exposição a altas temperaturas.
Desgaste da visão: Afeta, principalmente, os trabalhadores noturnos. pois desregula a produção de hormônios que ocorre durante o sono.
Doenças Ocupacionais Psicossociais: Depressão, Estresse, Ataques de Ansiedade, Síndrome do Pânico. A pressão excessiva e o estresse são os principais motivadores de problemas de ordem emocional como depressão, estresse, ataques de ansiedade e síndrome do pânico. Consequentemente, são doenças perigosas que podem se tornar irreversíveis.
3)Identificar as principais medidas de prevenção de doenças relacionadas ao trabalho, incluindo intoxicações.
Fonte: Doenças Ocupacionais - Agentes: Físico, Químico, Biológico, Ergonômico\ Márcia Vilma Gonçalvez de Moraes/ Doenças relacionadas ao trabalho - Manual de Procedimentos para os Serviços de Saúde – Ministério da Saúde/ Doenças relacionadas ao trabalho e suas consequências na atenção à saúde/ UFMG
· Até os anos 60, a única medida tomada perante os profissionais era em relação a acidentes do trabalho. A preocupação com doenças laborais começou a ser tratada com mais seriedade nos anos 70, quando houve um grande aumento da classe de médicos do trabalho, necessários para atender a demanda de trabalhadores. 
Crescimento da indústria no país contribuiu para o surgimento de enfermidades relacionadas aagentes físicos, como ruídos, radiações e poeiras, além de agentes químicos como solventes e benzeno, tornando doenças e acidentes cada vez mais comuns. 
· Anos 80: Quando a informática começou a se instalar nas empresas brasileiras, outras doenças começaram a surgir, como a tenossinovite, constituída pelo atrito do tendão que liga o músculo ao osso. Essas doenças estavam relacionadas a riscos ergonômicos e de postura
· Anos 2000: doenças de caráter psicossociais tornaram-se comum, com a incidência de diversos transtornos mentais. 
A preocupação com a saúde do trabalhador aumentou a partir da Revolução Industrial, quando os operários eram expostos a excessivas jornadas de trabalho e condições de higiene precárias, ocasionando grande número de acidentes e doenças relacionadas com o trabalho, motivando o surgimento de regulamentações e leis de proteção. Após a Segunda Guerra Mundial, com o surgimento da tecnologia industrial, foram intensificadas de forma negativa as relações entre trabalhadores e ambientes de trabalho. Empresários também perceberam que as doenças laborais demandavam elevados custos. Com isso, foi ampliado o conceito de Medicina de Trabalho, dando origem à Saúde Ocupacional, caracterizada como a promoção e preservação da integridade física do trabalhador, buscando detectar fatores que interfiram na sua saúde, como os riscos observados no ambiente de trabalho. 
Dentre os fatores relacionados às doenças ocupacionais, pode-se citar o próprio ambiente de trabalho, suas características físicas e psicológicas; os instrumentos de trabalho; o espaço em si e a sua própria organização. 
Níveis de prevenção: prevenção é definido como ação antecipada, baseada no conhecimento da história natural a fim de tornar improvável o progresso posterior da doença. A prevenção apresenta-se em três fases: 
· Prevenção primária: consiste em educar para adoção de hábitos de vida saudáveis; realizar imunizações impedindo que a doença ocorra, removendo suas causas; promover a saúde, ou intervir sobre os determinantes sociais e ambientais. Promover manutenção do mais alto grau de bem-estar físico, mental e social dos trabalhadores de todas as ocupações
· Prevenção secundária: incentivar a detenção precoce da doença e tratamento quando ela ainda é assintomática, instituindo o tratamento precoce e evitando a progressão da doença. O tratamento é dividido em tratamento precoce, ainda no período assintomático, e tratamento das doenças já estabelecidas. Prevenir desvios de saúde causados pelas condições de trabalho.
· Prevenção terciaria: prevenir a deterioração ou reduzir as complicações depois da doença instalada; maximizar o tempo de vida com qualidade. A recuperação, quando se procura superar as limitações decorrentes das doenças e promover a reinserção do doente na sociedade (programas de reabilitação). Proteger o trabalhador em seu emprego dos riscos resultantes de fatores adversos à saúde.
Sistema de Gestão Integrada (SGI) em Segurança e Saúde do Trabalhador 
O que é gestão? Estabelecer, distribuir, integrar recursos racionalmente para que se mantenham requisitos mínimos a fim de que uma organização conduza as ações visando atingir seus objetivos. Portanto, a gestão tem as atribuições de prever, organizar, comandar, coordenar e controlar. Há também uma preocupação com a integração organizacional e com os ambientes que a afetam, adotando-se uma abordagem sistêmica. 
O Sistema de Gestão Integrada em Segurança e Saúde do Trabalhador é padronizado pelas normas da OSHAS 18001(Série de Avaliação de Segurança e Saúde Ocupacional) que consiste numa norma britânica para sistema de gestão de segurança e saúde ocupacional que fornece orientações para uma organização poder implantar e avaliar-se em relação aos seus procedimentos de segurança e saúde ocupacional. Estabelece que as empresas devam manter procedimentos para monitorar e medir periodicamente o desempenho do sistema de gestão de segurança e saúde no trabalho. 
A OHSAS 18001:2007 estabelece que a organização deve proceder à determinação dos controles necessários para a redução dos riscos, que deve ser adotada na seguinte ordem: eliminação, substituição, controle de engenharia, sinalização/ alertas e/ou controles administrativos e EPI. O Sistema de Gestão Integrada em Segurança e Saúde do Trabalhador eficaz é aquele que é passível de integração com outros sistemas de gestão, como Gestão Qualidade ISO 9001 e Gestão Ambiental ISO 14001, de forma a auxiliá-los a alcançar seus objetivos de segurança e saúde ocupacional O Sistema de Gestão Integrada em Segurança e Saúde do Trabalhador é parte do sistema de gestão global que coordena a gestão dos riscos de saúde e segurança com relação ao negócio da empresa, incluindo a estrutura organizacional, as atividades de planejamento, responsabilidades, práticas, procedimentos, processos e recursos para desenvolver, implementar, alcançar, rever e manter a política de saúde e segurança da organização.
Prevenção das doenças ocupacionais- de um modo geral todas as doenças ocupacionais são possíveis de prevenir, iniciando pela higiene ocupacional que é a ciência e arte dedicada ao reconhecimento, avaliação e controle dos riscos físicos, químicos e biológicos originados nos locais de trabalho e passíveis de produzir danos à saúde dos trabalhadores. 
Reconhecimento: primeira etapa que consiste em reconhecer os agentes ambientais que afetam a saúde dos trabalhadores e implica o conhecimento profundo dos produtos envolvidos no processo, métodos de trabalho, fluxo do processo, layout das instalações, número de trabalhadores expostos. Essa etapa compreende também o planejamento da abordagem do ambiente a ser estudado, seleção dos métodos de coletas, bem como dos equipamentos de avaliação.
Avaliação: qualitativa e/ou quantitativa dos agentes físicos, químicos e biológicos existentes nos postos de trabalho a serem avaliados. 
· Avaliação qualitativa: forma de reconhecimento por métodos de observação como tipo de processo, equipamentos, operações, procedimentos de limpeza e o principal: o mapa de risco do setor e da empresa. 
· Avaliação quantitativa consiste no levantamento ambiental com registros dos dados medidos com equipamentos específicos. 
Os riscos quantificados são comparados a critérios predefinidos. Para essa avaliação são utilizados instrumentos que devem ser calibrados de preferência pelo INMETRO, ou empresas cadastradas por ele, e é preciso seguir técnicas de procedimentos definidas por órgãos competentes, como Fundacentro; por exemplo, a NHO 01 para avaliação da exposição ocupacional ao ruído.
Alguns exemplos de instrumentos utilizados para avaliação e o agente avaliado:
a) Dosímetro: para avaliar a dose de ruído do ambiente;
b)Luxímetro: para avaliar a iluminação do ambiente;
c)Bomba de amostragem: para avaliar poeiras;
d) Bomba para tubos colorimétricos: para avaliar substâncias químicas como ozônio, benzeno;
e) Monitor de calor - termômetro de globo (IBUTG): para avaliar calor.
Medidas de controle dos agentes ambientais reconhecidos e avaliados pelas etapas anteriores: medidas de controle que devem ser adotadas, priorizando-se sua eficiência, isto é, em primeiro lugar as que se referem à fonte, seguidas das que se referem ao percurso e finalmente as relativas aos trabalhadores. As medidas de controle se dividem em:
· Medidas relativas ao ambiente - EPC: são aquelas aplicadas à fonte ou na trajetória, tais como substituição do produto tóxico, melhoria no processo de trabalho, isola- mento, ventilação.
· Medidas relativas ao homem - EPI: não sendo possível o controle ou enquanto as medidas estiverem sendo implantadas, deve- -se utilizar o EPI adequado aos riscos, assim como os exames médicos dos trabalhadores.
A Figura 1.1 representa a avaliação dos riscos em higiene ocupacional para prevenção das doenças ocupacionais.
Fonte: Identificaçãoe controle dos fatores de risco na perspectiva da higiene do trabalho e da ergonomia 
Os princípios básicos da tecnologia de controle, propostos pela Higiene do Trabalho, podem ser enunciados como: 
a) evitar que um agente potencialmente perigoso ou tóxico para a saúde seja utilizado, formado ou liberado; 
b) se isso não for possível, contê-lo de tal forma que não se propague para o ambiente;
 c) se isso não for possível ou suficiente, isolá-lo ou diluí-lo no ambiente de trabalho; e, em último caso, 
d) bloquear as vias de entrada no organismo: respiratória, pele, boca e ouvidos, para impedir que um agente nocivo atinja um órgão crítico, causando lesão. 
A cadeia de transmissão do risco deve ser quebrada o mais precocemente possível. Assim, a hierarquia dos controles deve buscar, sequencialmente, o controle do risco na fonte; o controle na trajetória (entre a fonte e o receptor) e, no caso de falharem os anteriores, o controle da exposição ao risco no trabalhador. Quando isso não é possível, o que frequentemente ocorre na prática, o objetivo passa a ser a redução máxima do agente agressor, de modo a minimizar o risco e seus efeitos sobre a saúde. 
A informação e o treinamento dos trabalhadores são componentes importantes das medidas preventivas relativas aos ambientes de trabalho, particularmente se o modo de executar as tarefas propicia a formação ou dispersão de agentes nocivos para a saúde ou influencia as condições de exposição, como, por exemplo, a posição em relação à tarefa/máquina, a possibilidade de absorção através da pele ou ingestão, o maior dispêndio de energia, entre outras. Em situações especiais, podem ser adotadas medidas que limitem a exposição do trabalhador por meio da redução do tempo de exposição, treinamento específico e utilização de EPI. As estratégias para o controle dos riscos devem visar, principalmente, à prevenção, por meio de medidas de engenharia de processo que introduzam alterações permanentes nos ambientes e nas condições de trabalho, incluindo máquinas e equipamentos automatizados que dispensem a presença do trabalhador ou de qualquer outra pessoa potencialmente exposta. Dessa forma, a eficácia das medidas não dependerá do grau de cooperação das pessoas, como no caso da utilização de EPI.
O objetivo principal da tecnologia de controle deve ser a modificação das situações de risco, por meio de projetos adequados e de técnicas de engenharia que: 
• eliminem ou reduzam a utilização ou a formação de agentes prejudiciais para a saúde, como, por exemplo, a substituição de materiais ou equipamentos e a modificação de processos e de formas de gestão do trabalho;
 • previnam a liberação de tais agentes nos ambientes de trabalho, como, por exemplo, os sistemas fechados, enclausuramento, ventilação local exaustora, ventilação geral diluidora, armazenamento adequado de produtos químicos, entre outras;
 • reduzam a concentração desses agentes no ar ambiente, como, por exemplo, a ventilação local diluidora e limpeza dos locais de trabalho. Todas as possibilidades de controle das condições de risco presentes nos ambientes de trabalho por meio de Equipamentos de Proteção Coletiva (EPC) devem ser esgotadas antes de se recomendar o uso de EPI, particularmente no que se refere à proteção respiratória e auditiva. As estratégias de controle devem incluir os procedimentos de vigilância ambiental e da saúde do trabalhador. 
A vigilância em saúde deve contribuir para a identificação de trabalhadores hipersensíveis e para a detecção de falhas nos sistemas de prevenção. A informação e o treinamento dos trabalhadores são componentes essenciais das medidas preventivas relativas aos ambientes de trabalho, particularmente se o modo de executar as tarefas propicia a formação ou dispersão de agentes nocivos para a saúde ou influencia as condições de exposição. Sumariando, as etapas para definição de uma estratégia de controle incluem: 
Reconhecimento e avaliação dos agentes e fatores que podem oferecer risco para a saúde e para o meio ambiente
Devem ser determinadas e localizadas as fontes de risco; as trajetórias possíveis de propagação dos agentes nos ambientes de trabalho; os pontos de ação ou de entrada no organismo; o número de trabalhadores expostos e a existência de problemas de saúde entre os trabalhadores expostos ao agente. A interpretação dos resultados vai possibilitar conhecer o risco real para saúde e a definição de prioridades para a ação; 
· Tomada de decisão: resulta do reconhecimento de que há necessidade de prevenção, com base nas informações obtidas na etapa anterior. A seleção das opções de controle deve ser adequada e realista, levando em consideração a viabilidade técnica e econômica de sua implementação, operação e manutenção, bem como a disponibilidade de recursos humanos e financeiros e a infraestrutura existente; 
· Planejamento: uma vez identificado o problema, tomada a decisão de controlá-lo, estabelecidas as prioridades de ação e disponibilizados os recursos, deve ser elaborado um projeto detalhado quanto às medidas e procedimentos preventivos a serem adotados; 
· Avaliação: Sobre as medidas organizacionais e gerenciais a serem adotadas visando à melhoria das condições de trabalho e qualidade de vida dos trabalhadores, particularmente para a prevenção dos transtornos mentais e do sofrimento mental relacionado ao trabalho e de LER/DORT, sugere-se que sejam consultados o capítulo 10 (Transtornos Mentais e do Comportamento Relacionados ao Trabalho) e o capítulo 18 (Doenças do Sistema Osteomuscular e do Tecido Conjuntivo Relacionadas ao Trabalho). 
No que se refere às condições de trabalho nocivas para a saúde, que decorrem da organização e gestão do trabalho, as medidas recomendadas podem ser resumidas em: 
• aumento do controle real das tarefas e do trabalho por parte daqueles que as realizam; 
• aumento da participação real dos trabalhadores nos processos decisórios na empresa e facilidades para sua organização; 
• enriquecimento das tarefas, eliminando as atividades monótonas e repetitivas e as horas extras; 
• estímulo a situações que permitam ao trabalhador o sentimento de que pertencem e/ou de que fazem parte de um grupo; 
• desenvolvimento de uma relação de confiança entre trabalhadores e demais integrantes do grupo, inclusive superiores hierárquicos; 
• estímulo às condições que ensejem a substituição da competição pela cooperação.
Fonte: Assistência de Enfermagem do Trabalho: Prevenção de Doenças Ocupacionais
A diminuição ou eliminação dos agravos à saúde do trabalhador estão em grande parte relacionados à sua capacidade de entender a importância dos cuidados e medidas de proteção às quais deverão ser seguidas no ambiente de trabalho. 
A baixa adesão ao uso dos equipamentos de proteção individual e o seu manuseio incorreto são decorrentes de fatores como desconforto, incômodo, descuido, esquecimento, falta de hábito, inadequação dos equipamentos, quantidade insuficiente e a descrença quanto ao seu uso. Esses fatores são agravados pela precária infraestrutura, aspectos organizacionais do trabalho, falta de conhecimento devido à não existência de educação permanente, sobrecarga de trabalho, estresse, cansaço físico e falta de tempo .O fato dos profissionais terem conhecimento sobre os riscos no ambiente de trabalho nem sempre garante a adesão ao uso de medidas protetoras. Em geral, esse conhecimento não se transforma numa ação segura de prevenção de acidentes e doenças ocupacionais, o que sinaliza a necessidade de ações mais efetivas para mudar essa realidade. 
Medicina do trabalho: especialidade médica que lida com as relações entre a saúde do trabalhador e seu trabalho, buscando não apenas prevenir doenças e acidentes, mas promover saúde e qualidade de vida através de ações articuladas, capazes de assegurar a saúde individual, tanto nas dimensões físicas quanto mentais, propiciando uma relação saudável com o ambiente social, no caso, o trabalho. 
 
4) Caracterizar o quadro de saúde do trabalhador no Brasil (aspectos clínico-epidemiológicos)
Fonte:A epidemiologia da saúde do trabalhador no Brasil/ Ministério da Saúde, Universidade Federal da Bahia. – Brasília : Ministério da Saúde, 2020.
Acidentes de trabalho registrados no Sinan em minas gerais, 2006-2012
Segundo o Ministério da Previdência Social (2009), a cada três horas morre uma pessoa vítima de acidente de trabalho (AT) no Brasil. De acordo com o Ministério da Saúde, entre janeiro e outubro de 2011, pelo menos 40.779 trabalhadores foram vítimas de acidentes de trabalho grave das quais 1.143 morreram. Esse número é 10% maior em relação ao período do ano anterior (37.035). Os estudos também revelam que nos últimos anos, em todo o País, os setores que registraram os maiores índices de acidente de trabalho foram Construção Civil, Indústria e Transportes.
Os acidentes de trabalho têm graves consequências sociais e econômicas para a sociedade. Os acidentes de trabalho têm múltiplos impactos negativos nas organizações e nos trabalhadores, colaborando para menor produtividade, aumento do absenteísmo, maior desmotivação e redução da qualidade de vida no trabalho. Os acidentes do trabalho ocasionam prejuízos aos trabalhadores e às suas famílias na forma de redução de renda, suspensão do emprego de familiares, gastos com acomodação no domicílio e, o mais importante, a dor e o estigma do acidentado. Os acidentes e as doenças decorrentes do trabalho apontam enorme quantidade de pessoas prematuramente mortas ou incapacitadas para o trabalho. Compete ao setor de Saúde proporcionar planejamento e praticar ações articuladas com os demais setores da sociedade em prol da prevenção e consequente redução do número de acidentes de trabalho e sua gravidade
Os acidentes acometeram proporcionalmente mais homens que mulheres, com montante de 74,35% entre todas as faixas etárias estudadas. O fenômeno pode ser elucidado pela natureza das ocupações onde homens predominam, que apresentam risco maior, além de maior número de trabalhadores formais. Um perfil de acidentados onde prevalecem trabalhadores jovens(25- 29) e a predominância de acidentes típicos. 
maiores índices de acidentes para trabalhadores mais jovens estão relacionados a dois fatores: ambiente de trabalho mais exigente para trabalhadores jovens e a falta de experiência dos mesmos. Mão-de-obra economicamente ativa.
Segundo o vínculo de trabalho: em primeiro lugar os empregados registrados com carteira assinada com 71,4%, em seguida, os autônomos ou por conta própria com 10%. Segundo dados do AEPS (2013), o Sudeste ocupou o posto de região com a segunda maior elevação de acidentes laborais em 2011 (1,3%), passando de 382.216, em 2010, para 387.142 no último ano. 
Também há uma extensa a magnitude do sub-registro dos acidentes identificados nos estudos revisados, além das perdas de dados em campos não preenchidos ou ignorados. 
Fonte: Documento da Associação Nacional de Medicina do Trabalho
 Em 2018, a Previdência Social registrou 576.951 acidentes de trabalho, mas essa marca abrange apenas os empregados com carteira assinada, já que a definição legal de acidente de trabalho se restringe à ocorrências que envolvem os segurados do Regime Geral de Previdência Social. Estima que, se forem considerados os trabalhadores informais e os autônomos, esse número pode ser até sete vezes maior, se aproximando de 4 milhões de acidentados todos os anos.
As dorsalgia, por exemplo, popularmente conhecida como dor nas costas, é a doença que mais afasta trabalhadores no Brasil. Em 2016, 116.371 pessoas tiveram que se ausentar do trabalho por, no mínimo, 15 dias por essa razão.
Doenças mais comuns entre as mulheres no trabalho: Ler/Dort, enxaqueca, estresse, gastrite, ansiedade, depressão, fadiga crônica, endometriose, mioma, problemas cardíacos e alterações hormonais e psicológicas.
Homens: Perda de audição temporária ou definitiva./Doença de pele./Dor nas costas (dor lombar) e fadiga postural/ Doenças respiratórias./ Estresse e doenças mentais
5) Identificar os aspectos sociais e legais que amparam as pessoas que desenvolveram agravos à saúde por via laboral. 
Fonte: Direitos do trabalhador nos acidentes de trabalho – Jusbrasil
O trabalhador que é vítima de acidente de trabalho tem vários direitos perante o empregador. A seguir estão relacionados os principais direitos.
Empregador
1) Restituição de gastos com medicamentos, próteses e tratamentos médicos e é muito importante que todos os documentos referentes às despesas sejam guardados (como por exemplo, receitas médicas e notas fiscais de medicamentos).
2) Recolhimento do fundo de garantia (FGTS) durante o afastamento pelo INSS: sendo o afastamento por mais de 15 dias em decorrência do acidente (ou doença) do trabalho, o trabalhador passa a receber benefício previdenciário do INSS e não mais do empregador. Contudo, durante o período de afastamento, o empregador tem a obrigação de continuar a depositar o Fundo de Garantia (FGTS) do empregado. 
3) Estabilidade: todo empregado que permanecer afastado por mais de 15 dias do trabalho devido ao acidente ou doença do trabalho passa a ter o direito à estabilidade de 12 meses no emprego, logo após a sua alta médica pelo INSS. Esta regra não vale para a demissão por justa causa.
4) Indenização por danos morais: a dor, a incapacidade, a necessidade de submeter-se à cirurgia, são exemplos de situações que geram danos morais e todo o empregado que sofreu acidente ou doença do trabalho pode pleitear que a empresa lhe pague uma indenização por danos morais. (ofensa ou violação dos bens de ordem moral de uma pessoa, tais sejam o que se referem à sua liberdade, à sua honra, à sua saúde (mental ou física), à sua imagem. )
5) Indenização por danos estéticos: caso de acidentes que afete a estética do empregado, por exemplo, como uma cicatriz e a perda de um membro, o acidentado pode requerer do empregador uma indenização por danos estéticos.
Os direitos perante o INSS do trabalhador que sofreu acidente de trabalho ou que tem doença adquirida no trabalho são os seguintes:
1) Aposentadoria por invalidez acidentária: o como consequência uma incapacidade total e definitiva para qualquer trabalho, passa a ter o trabalhador o direito ao benefício de aposentadoria por invalidez acidentária. O valor corresponde a 100% do salário de benefício.
2) Auxílio doença acidentário: acidente ou a doença adquirida no trabalho, se tiver como consequência uma incapacidade temporária superior a 15 dias para o emprego do trabalhador ou para as suas atividades habituais. Tal benefício é concedido até que a perícia médica do INSS conclua que o trabalhador voltou a poder trabalhar. Não existe tempo de carência mínimo para poder receber o benefício ( tempo mínimo de contribuições pagas ao INSS para que o segurado ou seu dependente tenha direito a receber um benefício. )
Previsto na Lei 8.213/91 e se trata de benefício pecuniário de prestação continuada (100% do valor do salário de benefício), possui prazo indeterminado, e está sujeito à revisão periódica, sendo pago mensalmente ao acidentado urbano ou rural, que sofreu acidente do trabalho ou doença advinda das condições de trabalho e apresenta incapacidade transitória para exercer seu labor, sendo requisito o afastamento do trabalhador pelo prazo mínimo de 15 dias. Assim, o empregador é responsável pelo pagamento do salário e demais vantagens pelo prazo de 15 dias, a contar do acidente, sendo que o INSS assume a responsabilidade a partir do 16º dia de afastamento.
Esse benefício também garante a estabilidade provisória no emprego, a contar de sua cessação, e o empregador está impedido de dispensar sem justa causa o empregado pelo mínimo de 12 meses após o fim do auxílio. Importante frisar que a dispensa por justa causa é possível e havendo inaptidão permanente, o empregado será aposentado por invalidez.
3) Auxílio acidente: muitas vezes a perícia médica do INSS dá a alta para o segurado e este, porém, ainda tem limitações para o trabalho. Caso se verifique que esta limitação para o trabalho é definitiva, mas que a incapacidade parao trabalho não é total, tem o segurado o direito ao recebimento do benefício de auxílio acidente (50% do salário). Neste caso, o trabalhador retorna à sua atividade profissional, recebendo o seu salário e o benefício.
 
4) Pensão por morte por acidente de trabalho: ocorrendo morte do trabalhador, nesses casos, os dependentes do trabalhador passam a ter direito ao recebimento do benefício de pensão por morte por acidente de trabalho. O valor da pensão é igual ao que segurado recebia quando faleceu, ou receberia, caso fosse aposentado por invalidez: 100% do salário de benefício. Não diminui.
5) Auxílio-doença: benefício previdenciário de natureza transitória, correspondente a 91% do salário de benefício, concedido àqueles empregados que se afastam do serviço por doença comum, que não seja considerada acidente do trabalho, não há garantia de emprego, sendo impossível a dispensa apenas enquanto o empregado esteja em gozo do benefício, pois neste período o contrato fica suspenso. Ademais, sendo considerado inapto para o trabalho, será aposentado por invalidez.
Comprovação: a incapacidade para o trabalho deve ser comprovada através de exame realizado pela perícia médica do INSS.
CARÊNCIAS: A carência, ou seja, o número mínimo exigido de contribuições para que o empregado faça jus ao recebimento do benefício previdenciário, é de 12 contribuições mensais.
QUANDO ESSE BENEFÍCIO DEIXA DE SER PAGO
Quando o segurado recupera a capacidade para o trabalho.
Quando esse benefício se transforma em aposentadoria por invalidez.
Quando o segurado solicita e tem a concordância da perícia médica do INSS.
Quando o segurado volta voluntariamente ao trabalho.
13º SALÁRIO: O 13º salário é devido integralmente ao empregado afastado sendo responsável pelo pagamento, a empresa, referente ao período trabalhado incluindo os 15 (quinze) dias e a Previdência Social, referente ao período de afastamento.
FÉRIAS: O empregado que se afastar por auxílio-doença por mais de 6 (seis) meses no decorrer do período aquisitivo, perderá o direito à estas férias, iniciando novo período aquisitivo quando da data de retorno ao trabalho.
SUSPENSÃO DO CONTRATO DE TRABALHO - APOSENTADORIA POR INVALIDEZ: a aposentadoria por invalidez é devida ao segurado que, estando ou não em gozo de auxílio-doença, for considerado incapaz para o trabalho e sem condições de se submeter a um programa de reabilitação profissional que lhe permita o exercício de atividade que lhe garanta a subsistência. Enquanto perdurar a incapacidade para o trabalho, o empregado terá direito ao recebimento das prestações relativas ao benefício.
SUSPENSÃO DE CONTRATO
O artigo 475 da CLT preceitua:
"O empregado que for aposentado por invalidez terá suspenso o seu contrato de trabalho durante prazo fixado pelas leis de previdência social para a efetivação do benefício.
§ 1º - Recuperando o empregado a capacidade para o trabalho e sendo a aposentadoria cancelada, ser-lhe-á assegurado o direito à função que ocupava ao tempo da aposentadoria, facultado, porém, ao empregador, o direito de indenizá-lo por rescisão do contrato de trabalho, nos termos do art. 477 e 478, salvo na hipótese de ser ele portador de estabilidade, quando a indenização deverá ser paga na forma do art. 497.
§ 2º - Se o empregador houver admitido substituto para o aposentado, poderá rescindir, com este, o respectivo contrato de trabalho, sem indenização, desde que tenha havido ciência da interinidade ao ser celebrado o contrato." Portanto, a CLT remete para a legislação previdenciária a fixação do prazo máximo gerador da suspensão do contrato.
EXAMES MÉDICOS PERICIAIS
RETORNO VOLUNTÁRIO À ATIVIDADE PROFISSIONAL: se o aposentado por invalidez retornar voluntariamente à atividade profissional, o benefício será imediatamente cancelado (art. 46 da Lei 8213/91).
O auxílio-acidente é o benefício previdenciário pago ao segurado com sequelas permanentes, decorrentes de acidente de qualquer natureza, que impliquem redução na capacidade de trabalho. No entanto, algumas modalidades de segurados não tem direito a este benefício, como os contribuintes individuais e os segurados facultativos, por exemplo. 
Segurado especial e o direito ao auxílio-acidente
A previsão de auxílio-acidente ao segurado especial foi inaugurada com a Lei 12.873/13, que deu nova redação ao art. 39, I, da Lei 8.213/91. Veja o dispositivo:
Art. 39. Para os segurados especiais, referidos no inciso VII do caput do art. 11 desta Lei, fica garantida a concessão:
I – de aposentadoria por idade ou por invalidez, de auxílio-doença, de auxílio-reclusão ou de pensão, no valor de 1 (um) salário mínimo, e de auxílio-acidente, conforme disposto no art. 86, desde que comprove o exercício de atividade rural, ainda que de forma descontínua, no período, imediatamente anterior ao requerimento do benefício, igual ao número de meses correspondentes à carência do benefício requerido;
Então, sim, o segurado especial tem direito a auxílio-acidente! Cabe registrar que não se exige o pagamento de contribuições do segurado especial, apenas a comprovação do trabalho rural. Mas e aqueles segurados acidentados antes da edição da Lei 12.873/13? Nestes casos, também há direito e também não se exige o recolhimento de contribuições. Foi exatamente assim que decidiu o STJ ao julgar o Tema Repetitivo nº 627.
Veja a tese fixada:
STJ, Tema 627: O segurado especial, cujo acidente ou moléstia é anterior à vigência da Lei n. 12.873/2013, que alterou a redação do inciso I do artigo 39 da Lei n. 8.213/91, não precisa comprovar o recolhimento de contribuição como segurado facultativo para ter direito ao auxílio-acidente.
Como comprovar o direito?
Para ter concedido o auxílio-acidente, o segurado especial deve comprovar a existência de redução de sua capacidade laboral após a consolidação de lesões decorrentes de acidente de qualquer natureza. Esta comprovação se dá por meio de atestados, exames, prontuários etc. E, claro, pela perícia médica do INSS e/ou judicial. Além disso, deve comprovar a sua condição de segurado especial. Isto é, o efetivo trabalho rural. Atualmente, a comprovação do labor rural se dá por meio da autodeclaração de atividade rural e da documentação complementar referida no art. 106 da Lei 8.213/91.
Veja alguns dos documentos listados no dispositivo:
“I – contrato individual de trabalho ou Carteira de Trabalho e Previdência Social;            
II – contrato de arrendamento, parceria ou comodato rural;          
IV – Declaração de Aptidão ao Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar, de que trata o inciso II do caput do art. 2º da Lei nº 12.188, de 11 de janeiro de 2010, ou por documento que a substitua;  
V – bloco de notas do produtor rural;     
VI – notas fiscais de entrada de mercadorias, de que trata o § 7o do art. 30 da Lei no 8.212, de 24 de julho de 1991, emitidas pela empresa adquirente da produção, com indicação do nome do segurado como vendedor;           
VII – documentos fiscais relativos a entrega de produção rural à cooperativa agrícola, entreposto de pescado ou outros, com indicação do segurado como vendedor ou consignante;              
VIII – comprovantes de recolhimento de contribuição à Previdência Social decorrentes da comercialização da produção;  
IX – cópia da declaração de imposto de renda, com indicação de renda proveniente da comercialização de produção rural; ou             
X – licença de ocupação ou permissão outorgada pelo Incra.”     
Se você trabalha por conta própria, exercendo atividade econômica remunerada ou prestando serviços eventuais a empresas ou pessoas, sem relação de emprego, perante o INSS você é um contribuinte individual. Assim é chamado o trabalhador autônomo, como a diarista, o pintor, o eletricista, o encanador, o empreendedor, o profissional liberal, entre tantos outros. A relação desses trabalhadores com a Previdência Social é peculiar. Diferentemente do usual, não há a figura do empregador para assumir o encargo, como é feito para outros profissionais. A responsabilidade de gerenciar as contribuiçõesprevidenciárias fica com o próprio autônomo – o que exige controle e planejamento.
O contribuinte autônomo se enquadra na condição de segurado obrigatório. Portanto, deve contribuir ao INSS para obter direito a benefícios previdenciários futuros, como aposentadoria, auxílio-doença, licença maternidade e pensão por morte para seus familiares. No entanto, alguns benefícios estão condicionados ao plano de contribuição escolhido, que pode ser normal ou simplificado. Basicamente, a diferença entre um e outro está no percentual de contribuição que você pagará ao INSS e nas vantagens oferecidas.
O que é o auxílio-doença?
O auxílio-doença é um benefício do INSS direcionado aos segurados que, por motivo de doença ou acidente, se tornaram incapazes de exercer suas atividades laborais, por este motivo, tiveram que ficar afastados do trabalho.
Ressaltando que quando o segurado é empregado, os primeiros 15 dias de afastamento são responsabilidade do empregador, ou seja, este benefício só deverá ser liberado pelo INSS apenas no 16º dia de afastamento.
O segurado poderá receber o benefício pelo período determinado pelo médico após a perícia do INSS, ou se não houver um prazo pré-estabelecido, o tempo de afastamento será de 120 dias. 
Requisitos para receber o auxílio-doença?
Agora que você já sabe o que é o auxílio-doença, confira abaixo quais são os principais requisitos para ter direito a este benefício. 
· Cumprir carência de 12 contribuições mensais – a perícia médica do INSS avaliará a isenção de carência para doenças previstas na Portaria Interministerial MPAS/MS nº 2998/2001, doenças profissionais, acidentes de trabalho e acidentes de qualquer natureza ou causa;
· Possuir qualidade de segurado (caso tenha perdido, deverá cumprir metade da carência de 12 meses a partir da nova filiação à Previdência Social – Lei nº 13.846/2019);
· Comprovar, em perícia médica, doença/acidente que o torne temporariamente incapaz para o seu trabalho;
· Para o empregado em empresa: estar afastado do trabalho por mais de 15 dias (corridos ou intercalados dentro do prazo de 60 dias se pela mesma doença).
Documentos originais e formulários necessários
Confira agora quais são os documentos e formulários necessários para você conseguir obter o auxílio-doença.
· Documento de identificação oficial com foto, que permita o reconhecimento do requerente;
· Número do CPF;
· Carteira de trabalho, carnês de contribuição e outros documentos que comprovem pagamento ao INSS;
· Documentos médicos decorrentes de seu tratamento, como atestados, exames, relatórios, etc, para serem analisados no dia da perícia médica do INSS (não é obrigatório);
· Para o empregado: declaração assinada pelo empregador, informando a data do último dia trabalhado (se precisar, imprima o requerimento);
· Comunicação de acidente de trabalho (CAT), se for o caso;
· Para o segurado especial (trabalhador rural, lavrador, pescador): documentos que comprovem esta situação, como contratos de arrendamento, entre outros.
O que é a aposentadoria por invalidez? Benefício do INSS destinado aos trabalhadores que ficam permanentemente incapazes de exercer atividade. Para conseguir acesso ao benefício, é realizada a perícia médica do INSS para identificar o estado e condição do segurado.
Quem tem direito a aposentadoria por invalidez?
Para ter direito à aposentadoria por invalidez o segurado deve preencher uma série de requisitos a caráter de incapacidade total e permanente.
· A incapacidade total quer dizer que o segurado não está em condições de retornar ao trabalho que exercia anteriormente, e também que não pode ser readaptado. 
· A readaptação acontece na ocasião em que o segurado não está em condições de voltar às atividades que exercia anteriormente, no entanto, pode se readaptar em outras funções que se adequem à atual condição de saúde.
· É essencial que a incapacidade também seja permanente, ou seja, deve ser considerada incurável, irreversível ou sem previsão de recuperação. 
· Carência de 12 (doze) contribuições mensais;
· Incapaz para o trabalho habitual e insusceptível de reabilitação para o exercício de atividade que lhe garanta a subsistência, isto é, a incapacidade temporária e social ou incapacidade total.
Para solicitar este benefício, os documentos necessários devem ser os mesmos que foram apresentados no auxílio-doença, a distinção é que neste caso os documentos devem comprovar a incapacidade total e permanente do segurado.
Confira 3 diferenças entre a aposentadoria e o auxílio-doença
· Natureza da incapacidade: A natureza da incapacidade é uma das principais diferenças entre esses dois benefícios, no caso da aposentadoria por invalidez a incapacidade precisa ser permanente, ou seja, que não vão conseguir realizar atividades laborais para seu próprio sustento, já no auxílio-doença a incapacidade é temporária.
· Status de vínculo empregatício:  No caso do cidadão ser afastado por doença ou acidente, teoricamente futuramente ele estará apto a retornar às atividades laborais. Nessa situação, o trabalhador mantém o vínculo com o empregador, mas no status de afastado e recebendo benefício, já no que se refere a aposentadoria por invalidez, como se trata de um benefício que pode ser permanente, não é mantido nenhum vínculo entre empregado e empregador, ou seja, o status é de segurado do INSS com renda oficial através do benefício.
· Realização de novas perícias: O auxílio-doença é liberado, em regra, por prazo determinado, como mencionamos até de 120 dias, ou seja sendo assim, caso o trabalhador entenda que é preciso de mais tempo para a recuperação, ele deve solicitar a prorrogação 15 dias antes de cessar o benefício, no que se refere a aposentadoria por invalidez a perícia médica deve ser realizada a cada 2 anos para confirmar a incapacidade. 
6) Identificar a Legislação e as políticas públicas que norteiam a saúde do trabalhador (Portarias 3120/98; 777/04; 1339/99 e as NRs 5, 7, 9, 32 e a Política Nacional de Segurança e Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora).
Fonte: Sistema de Legislação da Saúde – Gov. Federal
Portaria 3120/98: pretende fornecer subsídios básicos para o desenvolvimento de ações de Vigilância em Saúde do Trabalhador, no âmbito do SUS. Parte do pressuposto que o sistema de saúde, embora deva ser preservado nas suas peculiaridades regionais que impliquem um respeito às diversas culturas e características populacionais, por ser único, também deve manter linhas mestras de atuação, especialmente pela necessidade de se compatibilizarem instrumentos, bancos de informações e intercâmbio de experiências. Dessa forma, a vigilância em saúde do trabalhador calca-se no modelo epidemiológico de pesquisa dos agravos, nos diversos níveis da relação entre o trabalho e a saúde, agregando ao universo da avaliação e análise a capacidade imediata da intervenção sobre os fatores determinantes dos danos à saúde. 
A Vigilância em Saúde do Trabalhador compreende uma atuação contínua e sistemática, ao longo do tempo, no sentido de detectar, conhecer, pesquisar e analisar os fatores determinantes e condicionantes dos agravos à saúde relacionados aos processos e ambientes de trabalho, em seus aspectos tecnológico, social, organizacional e epidemiológico, com a finalidade de planejar, executar e avaliar intervenções sobre esses aspectos, de forma a eliminá-los ou controlá-los. A Vigilância em Saúde do Trabalhador compõe um conjunto de práticas sanitárias, articuladas supra-setorialmente, cuja especificidade está centrada na relação da saúde com o ambiente e os processos de trabalho e nesta com a assistência, calcado nos princípios da vigilância em saúde, para a melhoria das condições de vida e saúde da população. A Vigilância em Saúde do Trabalhador não constitui uma área desvinculada e independente da vigilância em saúde como um todo, mas, ao contrário, pretende acrescentar ao conjunto de ações da vigilância em saúde estratégias de produção de conhecimentos e mecanismos de intervenção sobre os processos de produção, aproximando os diversos objetos comuns das práticassanitárias àqueles oriundos da relação entre o trabalho e a saúde. 
Princípios
1. Universalidade: todos os trabalhadores, independentemente de sua localização, urbana ou rural, de sua forma de inserção no mercado de trabalho, formal ou informal, de seu vínculo empregatício, público ou privado, autônomo, doméstico, aposentado ou demitido são objeto e sujeitos da Vigilância em Saúde do Trabalhador. 
1. Integralidade das ações: a ênfase deve ser dirigida ao fato de que as ações individuais/curativas se articulam com as ações coletivas, no âmbito da vigilância, considerando que os agravos à saúde do trabalhador são absolutamente preveníveis. 
1. Pluriinstitucionalidade: articulação, com formação de redes e sistemas, entre as instâncias de vigilância em saúde do trabalhador, e os centros de assistência e reabilitação, as universidades e centros de pesquisa e as instituições públicas com responsabilidade na área de saúde do trabalhador, consumo e ambiente. 
1. Controle social: incorporação dos trabalhadores e das suas organizações, principalmente as sindicais, em todas as etapas da vigilância em saúde do trabalhador, compreendendo sua participação na identificação das demandas, no planejamento, no estabelecimento de prioridades e adoção de estratégias, na execução das ações, no seu acompanhamento e avaliação e no controle da aplicação de recursos.
1. Hierarquização e descentralização: consolidação do papel do município e dos distritos sanitários como instância efetiva de desenvolvimento das ações de vigilância em saúde do trabalhador, integrando os níveis estadual e nacional do Sistema Único de Saúde, no espectro da ação, em função de sua complexidade.
1. Interdisciplinariedade: a abordagem multiprofissional sobre a objeto da vigilância em saúde do trabalhador deve contemplar os saberes técnicos, com a concorrência de diferentes áreas do conhecimento e, fundamentalmente, o saber operário, necessários para o desenvolvimento da ação. 
1. Pesquisa-intervenção: o entendimento de que a intervenção, no âmbito da vigilância em saúde do trabalhador, é o deflagrador de um processo contínuo, ao longo do tempo, em que a pesquisa é sua parte indissolúvel, subsidiando e aprimorando a própria intervenção.
1. Caráter transformador: a intervenção sobre os fatores determinantes e condicionantes dos problemas de saúde pode ter um caráter proponente de mudanças dos processos de trabalho, a partir das análises tecnológica, ergonômica, organizacional e ambiental efetuadas pelo coletivo de instituições, sindicatos, trabalhadores e empresas, inclusive superando a própria legislação. 
Objetivos
A - Conhecer a realidade de saúde da população trabalhadora, independentemente da forma de inserção no mercado de trabalho e do vínculo trabalhista estabelecido, considerando: 
a1 - a caracterização de sua forma de adoecer e morrer em função da sua relação com o processo de trabalho; 
a2 - o levantamento histórico dos perfis de morbidade e mortalidade em função da sua relação com o processo de trabalho; 
a3 - a avaliação do processo, do ambiente e das condições em que o trabalho se realiza, identificando os riscos e cargas de trabalho a que está sujeita, nos seus aspectos tecnológicos, ergonômicos e organizacionais já conhecidos; 
a4 - a pesquisa e a análise de novas e ainda desconhecidas formas de adoecer e morrer em decorrência do trabalho; 
 
B - Intervir nos fatores determinantes de agravos à saúde da população trabalhadora, visando eliminá-los ou, na sua impossibilidade, atenuá-los e controlá-los, considerando: 
b1 - a fiscalização do processo, do ambiente e das condições em que o trabalho se realiza, fazendo cumprir, com rigor, as normas e legislações existentes, nacionais ou mesmo internacionais, quando relacionadas à promoção da saúde do trabalhador; 
b2 - a negociação coletiva em saúde do trabalhador, além dos preceitos legais estabelecidos, quando se impuser a transformação do processo, do ambiente e das condições em que o trabalho se realiza, não prevista normativamente; 
 
C - Avaliar o impacto das medidas adotadas para a eliminação, atenuação e controle dos fatores determinantes de agravos à saúde, considerando: 
c1 - a possibilidade de transformar os perfis de morbidade e mortalidade; 
c2 - o aprimoramento contínuo da qualidade de vida do trabalho; 
 
D - Subsidiar a tomada de decisões dos órgãos competentes, nas três esferas de governo, considerando: 
 d1 - o estabelecimento de políticas públicas, contemplando a relação entre o trabalho e a saúde no campo de abrangência da vigilância em saúde; 
 d2 - a interveniência, junto às instâncias do Estado e da sociedade, para o aprimoramento das normas legais existentes e para a criação de novas normas legais em defesa da saúde dos trabalhadores; 
 d3 - o planejamento das ações e o estabelecimento de suas estratégias; 
 d4 - a participação na estruturação de serviços de atenção à saúde dos trabalhadores; 
 d5 - a participação na formação, capacitação e treinamento de recursos humanos com interesse na área; 
 
E - Estabelecer sistemas de informação em saúde do trabalhador, junto às estruturas existentes no setor saúde, considerando: 
 e1 - a criação de bases de dados comportando todas as informações oriundas do processo de vigilância e incorporando as informações tradicionais já existentes; 
 e2 - a divulgação sistemática das informações analisadas e consolidadas. 
Portaria 777/2004: Regulamenta a notificação compulsória de agravos à saúde do trabalhador - acidentes e doenças relacionados ao trabalho – em rede de serviços sentinela específica.
§ 1° São agravos de notificação compulsória, para efeitos desta portaria:
I - Acidente de Trabalho Fatal;
II - Acidentes de Trabalho com Mutilações;
III - Acidente com Exposição a Material Biológico;
IV - Acidentes do Trabalho em Crianças e Adolescentes;
V - Dermatoses Ocupacionais;
VI - Intoxicações Exógenas (por substâncias químicas, incluindo agrotóxicos, gases tóxicos e metais pesados);
VII - Lesões por Esforços Repetitivos (LER), Distúrbios Osteomusculares Relacionadas ao Trabalho (DORT);
VIII - Pneumoconioses;
IX - Perda Auditiva Induzida por Ruído – PAIR;
X - Transtornos Mentais Relacionados ao Trabalho; e
XI - Câncer Relacionado ao Trabalho.
§ 2°  O Instrumento de Notificação Compulsória é a Ficha de Notificação, a ser padronizada pelo Ministério da Saúde, segundo o fluxo do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN).
Art. 2º  Criar a Rede Sentinela de Notificação Compulsória de Acidentes e Doenças Relacionados ao Trabalho constituída por: 
A Rede Sentinela é um conjunto de instituições de saúde que atuam de forma articulada com os entes do Sistema Nacional de Vigilância Sanitária, na vigilância de eventos adversos e queixas técnicas relativas aos produtos sujeitos à vigilância sanitária.
I - centros de Referência em Saúde do Trabalhador;
II - hospitais de referência para o atendimento de urgência e emergência e ou atenção de média e alta complexidade, credenciados como sentinela; e
III - serviços de atenção básica e de média complexidade credenciados como sentinelas, por critérios a serem definidos em instrumento próprio.
Art. 3º  Estabelecer que a rede sentinela será organizada a partir da porta de entrada no sistema de saúde, estruturada com base nas ações de acolhimento, notificação, atenção integral, envolvendo assistência e vigilância da saúde.
Art. 4º  Definir que a formação e qualificação dos trabalhadores do SUS, para a notificação dos agravos relacionados ao trabalho, na rede de cuidados progressivos do Sistema deverá estar em consonância com as diretrizes estabelecidas na Política de Educação Permanente para o SUS, prioritariamente, pactuada nos Polos de Educação Permanente
Art. 5º  Estabelecer que caberá à Secretaria de Atenção à Saúde e à Secretária de Vigilância em Saúde, do Ministério da Saúde, a definição dos mecanismos de operacionalização do disposto nesta Portaria.
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Portaria 1339/199: instituir a Lista de Doenças relacionadas ao Trabalho, a ser adotada como referência dos agravos originadosno processo de trabalho no Sistema Único de Saúde, para uso clínico e epidemiológico e que pode ser revisada anualmente.
POLÍTICA NACIONAL DE SEGURANÇA E SAÚDE DO TRABALHADOR - PNSST (2011): tem por objetivos a promoção da saúde e a melhoria da qualidade de vida do trabalhador e a prevenção de acidentes e de danos à saúde advindos, relacionados ao trabalho ou que ocorram no curso dele, por meio da eliminação ou redução dos riscos nos ambientes de trabalho; 
Princípios: Universalidade/ Prevenção/ Precedência (prioridade) das ações de promoção, proteção e prevenção sobre as de assistência, reabilitação e reparação/ Diálogo social e Integralidade.
 III - Para o alcance de seu objetivo a PNSST deverá ser implementada por meio da articulação continuada das ações de governo no campo das relações de trabalho, produção, consumo, ambiente e saúde, com a participação voluntária das organizações representativas de trabalhadores e empregadores;  
Diretrizes
IV - As ações no âmbito da PNSST devem constar do Plano Nacional de Segurança e Saúde no Trabalho e desenvolver-se de acordo com as seguintes diretrizes:
a) Inclusão de todos trabalhadores brasileiros no sistema nacional de promoção e proteção da saúde;
b) Harmonização da legislação e a articulação das ações de promoção, proteção, prevenção, assistência, reabilitação e reparação da saúde do trabalhador;
c) Adoção de medidas especiais para atividades laborais de alto risco;
d) Estruturação de rede integrada de informações em saúde do trabalhador;
e) Promoção da implantação de sistemas e programas de gestão da segurança e saúde nos locais de trabalho;
f) Reestruturação da formação em saúde do trabalhador e em segurança no trabalho e o estímulo à capacitação e à educação continuada de trabalhadores; e
g) Promoção de agenda integrada de estudos e pesquisas em segurança e saúde no trabalho; 
Importância da PNSST: vem como a esperança de ações mais efetivas do governo no combate aos acidentes de trabalho. Acima de tudo, a PNSST busca amparar os trabalhadores que não são amparados pela legislação trabalista e previdenciária por não serem assalariados com registro em carteira. Ressalte-se que a PNSST considera como trabalhador qualquer pessoa que exerce atividades para sustento próprio e/ou de seus dependentes, qualquer que seja sua forma de inserção no mercado de trabalho. Isso inclui: trabalhadores informais, proprietários de micro e pequenas empresas, aprendizes, estagiários. 
NR5: norma regulamentadora que trata especificamente de todos os aspectos relacionados à Comissão Interna de Prevenção de Acidentes – CIPA
A CIPA tem como objetivo a prevenção de acidentes e doenças decorrentes do trabalho, de modo a tornar compatível permanentemente o trabalho com a preservação da vida e a promoção da saúde do trabalhador.
Constituição: devem constituir CIPA, por estabelecimento, e mantê-la em regular funcionamento as empresas privadas, públicas, sociedades de economia mista, órgãos da administração direta e indireta, instituições beneficentes, associações recreativas, cooperativas, bem como outras instituições que admitam trabalhadores como empregados.
As disposições contidas nesta NR aplicam-se, no que couber, aos trabalhadores avulsos e às entidades que lhes tomem serviços, observadas as disposições estabelecidas em Normas Regulamentadoras de setores econômicos específicos.
As empresas instaladas em centro comercial ou industrial estabelecerão, através de membros de CIPA ou designados, mecanismos de integração com objetivo de promover o desenvolvimento de ações de prevenção de acidentes e doenças decorrentes do ambiente e instalações de uso coletivo, podendo contar com a participação da administração do mesmo.
Participantes: composta de representantes do empregador e dos empregados, 
Os representantes dos empregadores, titulares e suplentes, serão por eles designados.
Os representantes dos empregados, titulares e suplentes, serão eleitos em escrutínio secreto, do qual participem, independentemente de filiação sindical, exclusivamente os empregados interessados; 
O mandato dos membros da CIPA terá a duração de 1 ano, com permissão de uma reeleição;
Para se candidatar aos cargos da CIPA, ambos os representantes do empregador quanto dos empregados necessitam de um curso prepatório de 20 horas para poder assumir o cargo. O presidente da CIPA será indicado pelo empregador e o vice-presidente será escolhido pelo representante dos empregados.
Atribuições
a) identificar os riscos do processo de trabalho, e elaborar o mapa de riscos, com a participação do maior número de trabalhadores, com assessoria do Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho (SESMT), onde houver;
b) elaborar plano de trabalho que possibilite a ação preventiva na solução de problemas de segurança e saúde no trabalho;
c) participar da implementação e do controle da qualidade das medidas de prevenção necessárias, bem como da avaliação das prioridades de ação nos locais de trabalho;
d) realizar, periodicamente, verificações nos ambientes e condições de trabalho visando a identificação de situações que venham a trazer riscos para a segurança e saúde dos trabalhadores;
e) realizar, a cada reunião, avaliação do cumprimento das metas fixadas em seu plano de trabalho e discutir as situações de risco que foram identificadas;
f) divulgar aos trabalhadores informações relativas à segurança e saúde no trabalho;
g) participar, com o SESMT, onde houver, das discussões promovidas pelo empregador, para avaliar os impactos de alterações no ambiente e processo de trabalho relacionados à segurança e saúde dos trabalhadores;
h) requerer ao SESMT, quando houver, ou ao empregador, a paralisação de máquina ou setor onde considere haver risco grave e iminente à segurança e saúde dos trabalhadores;
i) colaborar no desenvolvimento e implementação do Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO) e Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA) e de outros programas relacionados à segurança e saúde no trabalho;
j) divulgar e promover o cumprimento das Normas Regulamentadoras, bem como cláusulas de acordos e convenções coletivas de trabalho, relativas à segurança e saúde no trabalho;
l) participar, em conjunto com o SESMT, onde houver, ou com o empregador, da análise das causas das doenças e acidentes de trabalho e propor medidas de solução dos problemas identificados;
m) requisitar ao empregador e analisar as informações sobre questões que tenham interferido na segurança e saúde dos trabalhadores;
n) requisitar à empresa as cópias das Comuniações de Acidente em Trabalho (CAT) emitidas;
o) promover, anualmente, em conjunto com o SESMT, onde houver, a Semana Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho – SIPAT;
p) participar, anualmente, em conjunto com a empresa, de Campanhas de Prevenção da AIDS.
NR7- Exames Médicos: estabelece a obrigatoriedade de elaboração e implementação, por parte de todos os empregadores e instituições que admitam trabalhadores como empregados, do Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional - PCMSO, com o objetivo de promoção e preservação da saúde do conjunto dos seus trabalhadores.
Caberá à empresa contratante de mão de obra prestadora de serviços informar a empresa contratada dos riscos existentes e auxiliar na elaboração e implementação do PCMSO nos locais de trabalho onde os serviços estão sendo prestados.
Diretrizes
 O PCMSO é parte integrante do conjunto mais amplo de iniciativas da empresa no campo da saúde dos trabalhadores, devendo estar articulado com o disposto nas demais NR.
O PCMSO deverá considerar as questões incidentes sobre o indivíduo e a coletividade de trabalhadores, privilegiando o instrumental clínico-epidemiológico na abordagem da relação entre sua saúde e o trabalho.
O PCMSO deverá ter caráter de prevenção, rastreamento e diagnóstico precoce dos agravos à saúde relacionados ao trabalho, inclusive de natureza subclínica, além da constatação da existência de casos de doenças profissionais ou danos irreversíveis à saúde dostrabalhadores.
O PCMSO deverá ser planejado e implantado com base nos riscos à saúde dos trabalhadores, especialmente os identificados nas avaliações previstas nas demais NR.
Das responsabilidades:
Compete ao empregador:
a) garantir a elaboração e efetiva implementação do PCMSO, bem como zelar pela sua eficácia;
b) custear sem ônus para o empregado todos os procedimentos relacionados ao PCMSO;
c) indicar, dentre os médicos dos Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho – SES0MT, da empresa, um coordenador responsável pela execução do PCMSO;
d) no caso de a empresa estar desobrigada de manter médico do trabalho, de acordo com a NR 4, deverá o empregador indicar médico do trabalho, empregado ou não da empresa, para coordenar o PCMSO;
e) inexistindo médico do trabalho na localidade, o empregador poderá contratar médico de outra especialidade para coordenar o PCMSO.
· Ficam desobrigadas de indicar médico coordenador as empresas de grau de risco 1 e 2, segundo o Quadro 1 da NR 4, com até 25 empregados e aquelas de grau de risco 3 e 4, segundo o Quadro 1 da NR 4, com até 10 empregados.
· As empresas com mais de 25 empregados e até 50 empregados, enquadradas no grau de risco 1 ou 2, segundo o Quadro 1 da NR 4, poderão estar desobrigadas de indicar médico coordenador em decorrência de negociação coletiva.
· As empresas com mais de 10 empregados e com até 20 empregados, enquadradas no grau de risco 3 ou 4, segundo o Quadro 1 da NR 4, poderão estar desobrigadas de indicar médico do trabalho coordenador em decorrência de negociação coletiva, assistida por profissional do órgão regional competente em segurança e saúde no trabalho.
OBS: dependendo da quantidade de empregados e do enquadramento do grau de risco da empresa, poderão estas estar desobrigradas de indicar médico do trabalho coordenador em decorrência de negociação coletiva.
Compete ao médico coordenador:
a) realizar os exames médicos previstos no item 7.4.1 ou encarregar os mesmos a profissional médico familiarizado com os princípios da patologia ocupacional e suas causas, bem como com o ambiente, as condições de trabalho e os riscos a que está ou será exposto cada trabalhador da empresa a ser examinado;
b) encarregar dos exames complementares previstos nos itens, quadros e anexos desta NR profissionais e/ou entidades devidamente capacitados, equipados e qualificados.
7.4.1. O PCMSO deve incluir, entre outros, a realização obrigatória dos exames médicos:
a) admissional (deverá ser realizado antes que o trabalhador assuma suas atividades);
b) periódico;
c) de retorno ao trabalho;
d) de mudança de função;
e) demissional.
Do desenvolvimento do PCMSO: o PCMSO deve incluir, entre outros, a realização obrigatória dos exames médicos:
a) Admissional (deverá ser realizada antes que o trabalhador assuma suas atividades)
b) Periódico (de acordo com os intervalos mínimos de tempo dependendo do tipo de trabalhador). Normalmente, anual, quando menores de 18 (dezoito) anos e maiores de 45 (quarenta e cinco) anos de idade; e a cada dois anos, para os trabalhadores entre 18 (dezoito) anos e 45 (quarenta e cinco) anos de idade.
c) De retorno ao trabalho (deverá ser realizada obrigatoriamente no primeiro dia da volta ao trabalho de trabalhador ausente por período igual ou superior a 30 (trinta) dias por motivo de doença ou acidente, de natureza ocupacional ou não, ou parto.)
d) De mudança de função (será realizado antes da mudança; entende-se por mudança de função toda e qualquer alteração de atividade, posto de trabalho ou de setor que implique a exposição do trabalhador à risco diferente daquele a que estava exposto antes da mudança).
e) Demissional (será realizado até a data da homologação – confirmação da demissão, caso o último exame periódico tenha ocorrido há mais de: 135 dias, para empresas de grau de risco 1 e 2; 90 dias, para empresas de grau de risco 3 e 4.
Para cada exame médico realizado, , o médico emitirá o Atestado de Saúde Ocupacional -ASO, em 2 (duas) vias.Os dados obtidos nos exames médicos, incluindo avaliação clínica e exames complementares, as conclusões e as medidas aplicadas deverão ser registradas em prontuário clínico individual, que ficará sob a responsabilidade do médico-coordenador do PCMSO. (20 anos)
Sendo constatada a ocorrência ou agravamento de doenças profissionais, através de exames médicos que incluam os definidos nesta NR; ou sendo verificadas alterações que revelem qualquer tipo de disfunção de órgão ou sistema biológico, através dos exames constantes mesmo sem sintomatologia, caberá ao médico-coordenador ou encarregado:
a) solicitar à empresa a emissão da Comunicação de Acidente do Trabalho - CAT;
b) indicar, quando necessário, o afastamento do trabalhador da exposição ao risco, ou do trabalho;
c) encaminhar o trabalhador à Previdência Social para estabelecimento de nexo causal, avaliação de incapacidade e definição da conduta previdenciária em relação ao trabalho;
d) orientar o empregador quanto à necessidade de adoção de medidas de controle no ambiente de trabalho.
NR 9 – RISCOS AMBIENTAIS
Estabelece a obrigatoriedade da elaboração e implementação, por parte de todos os empregadores e instituições que admitam trabalhadores como empregados, do Programa de Prevenção de Riscos Ambientais - PPRA, visando à preservação da saúde e da integridade dos trabalhadores, através da antecipação, reconhecimento, avaliação e consequente controle da ocorrência de riscos ambientais existentes ou que venham a existir no ambiente de trabalho, tendo em consideração a proteção do meio ambiente e dos recursos naturais.
As ações do PPRA devem ser desenvolvidas no âmbito de cada estabelecimento da empresa, sob a responsabilidade do empregador, com a participação dos trabalhadores, sendo sua abrangência e profundidade dependentes das características dos riscos e das necessidades de controle.
O PPRA é parte integrante do conjunto mais amplo das iniciativas da empresa no campo da preservação da saúde e da integridade dos trabalhadores, devendo estar articulado com o disposto nas demais NR, em especial com o Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional - PCMSO previsto na NR-7.
Esta NR estabelece os parâmetros mínimos e diretrizes gerais a serem observados na execução do PPRA, podendo os mesmos ser ampliados mediante negociação coletiva de trabalho.
Para efeito desta NR, consideram-se riscos ambientais os agentes físicos, químicos e biológicos existentes nos ambientes de trabalho que, em função de sua natureza, concentração ou intensidade e tempo de exposição, são capazes de causar danos à saúde do trabalhador.
· Consideram-se agentes físicos as diversas formas de energia a que possam estar expostos os trabalhadores, tais como: ruído, vibrações, pressões anormais, temperaturas extremas, radiações ionizantes, radiações não ionizantes, bem como o infrassom e o ultrassom.
· Consideram-se agentes químicos as substâncias, compostos ou produtos que possam penetrar no organismo pela via respiratória, nas formas de poeiras, fumos, névoas, neblinas, gases ou vapores, ou que, pela natureza da atividade de exposição, possam ter contato ou ser absorvidos pelo organismo através da pele ou por ingestão.
· Consideram-se agentes biológicos as bactérias, fungos, bacilos, parasitas, protozoários, vírus, entre outros.
Da estrutura
a) planejamento anual com estabelecimento de metas, prioridades e cronograma;
b) estratégia e metodologia de ação;
c) forma do registro, manutenção e divulgação dos dados;
d) periodicidade e forma de avaliação do desenvolvimento do PPRA.
Deverá ser efetuada, sempre que necessário e pelo menos uma vez ao ano, uma análise global do PPRA para avaliação do seu desenvolvimento e realização dos ajustes necessários e estabelecimento de novas metas e prioridades.
Do desenvolvimento do PPRA
Deverá incluir as seguintes etapas:
a) antecipação e reconhecimentos dos riscos;
b) estabelecimento de prioridades e metas de avaliação e controle;
c) avaliação dos riscos e da exposição dos trabalhadores;
d) implantação de medidas

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