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1. Jogos da Antiguidade/Olímpicos e suas contribuições ao atletismo e sobre os valores éticos e morais inseridos nos Jogos Olímpicos atuais. Os Jogos Olímpicos na Antiguidade organizavam-se em Olímpia (Grécia Antiga) de quatro em quatro anos no final do mês de Julho, em Agosto ou início de Setembro, quando existia lua cheia e se completava um ciclo de noventa e nove meses. A este período de quatro anos chamava-se olimpíada. Começaram por durar um dia, depois dois, três, cinco dias na época de 468 a. C a 337 a. C., chegando aos sete dias. Quando a data estava marcada os arautos eram enviados a todas as cidades gregas para anunciar quando começavam os jogos e a trégua sagrada. Os preparativos começavam um ano antes. As pistas tinham de ser niveladas, os templos e estádios reparados. Os atletas começavam a treinar dez meses antes e na mesma altura eram escolhidos os juízes encarregues de preparar tudo. No último mês juízes e atletas tinham de ir para Olímpia, onde os atletas treinavam sob a supervisão dos juízes e, se não estivessem em boa forma física, eram desclassificados. A poucos dias do início dos jogos chegava a multidão que ia assistir aos jogos: famílias dos atletas, príncipes, viajantes, peregrinos, artistas e comerciantes, pessoas ilustres, convidados e pessoas humildes (onde se incluíam os escravos.). Existia o culto do corpo, mas também da mente. O atleta era completo, dominava várias áreas de conhecimento, incluindo a artística. A par disso, existiam já conhecimentos muito concretos sobre treino, repouso e alimentação na preparação de um atleta. Valores que se mantêm nos dias de hoje, embora o enriquecimento destes homens fosse maior, pois era mais vasto. O único contra naqueles tempos era a descriminação feita ao sexo feminino, a mulher não podia participar como atleta, nem como treinador e só podia assistir se fosse solteira. Os Jogos Olímpicos industrializaram-se na era moderna e perdeu-se a magia e a mística que os rodeava. Ficou o conhecimento na área desportiva, mas perdeu-se o encanto. A grande lição que retiramos é que devemos cuidar do nosso corpo com treino disciplinado, mas que devemos também treinar a nossa mente. 2. Potencialidades e possibilidades educacionais do atletismo nas escolas. Qual a importância de trabalhar as dimensões dos conteúdos nas aulas de atletismo? A iniciação ao atletismo - visto como um conjunto de habilidades específicas - constitui a primeira fase do processo ensino-aprendizagem desta modalidade, utilizando-se das formas básicas de correr, saltar, lançar e arremessar. Na atual cultura esportiva que normalmente coloca a competição e a vitória, ou seja, o produto, como o que se tem de mais importante, não é possível negar a relação do esporte atletismo com o rendimento, implícita na prática do atletismo convencional. Porém, é impossível negar os processos intermediários e, tratando-se de contexto escolar, deve-se trabalhá-lo em seu potencial e sua adaptabilidade à interpretação recreativa e lúdica, tão ou até mais ampla que a tradicional, reconhecendo o fato de que a maioria dos escolares não atinge o nível de atleta. Para Costa (1992) o atletismo a ser utilizado na escola deve ser considerado como o "pré-atletismo", onde, numa primeira fase, faz-se através dos gestos motores básicos correr, saltar, lançar e arremessar; e numa segunda fase, mantêm-se os da primeira, avançando-se para as tarefas que exigem uma maior codificação dos gestos motores básicos, aproximando progressivamente a criança do Atletismo. 3. O atletismo viabiliza a inclusão de pessoas com deficiências. O esporte melhora a condição cardiovascular dos praticantes, aprimora a força, a agilidade, a coordenação motora, o equilíbrio e o repertório motor. No aspecto social, o esporte proporciona a oportunidade de sociabilização entre pessoas com e sem deficiências, além de torná-lo mais independente no seu dia a dia. Isso sem levar em conta a percepção que a sociedade passa a ter das pessoas com deficiência, acreditando nas suas inúmeras potencialidades. No aspecto psicológico, o esporte melhora a autoconfiança e a autoestima, tornando-as mais otimistas e seguras para alcançarem seus objetivos. O atletismo é um esporte inclusivo por natureza, abrangendo biotipos diferenciados em cada provaespecífica, seja de lançamentos, saltos ou corridas. Para pessoas com algum tipo de deficiência,existem algumas adaptações que garantem a participação justa. A iniciação não se dá somente comescolares, mas com pessoas que ao longo da vida adquiriram uma deficiência ou que simplesmentenão tiveram oportunidade de vivenciar o atletismo na infância e adolescência e buscam este esportena vida adulta sem pretensões de ser um atleta de rendimento, apenas para lazer e melhor qualidadede vida. 4. Jogos de iniciação as provas do atletismo contribui na aprendizagem. Correr, saltar, lançar e arremessar são as habilidades físicas de base, estão presentes em quase todas as modalidades esportivas. Como ações motoras naturais, significam uma função da natureza humana. Por isso, em si, os movimentos atléticos não são desinteressantes. O que pode torná-los assim é a sua interpretação e sistematização didática vinculadas somente ao atletismo institucionalizado. Assim, propõe-se o processo de ensino-aprendizagem do atletismo vinculado à aspectos lúdicos, onde o brincar permita o desenvolvimento das capacidades motoras básicas, possibilitando a aprendizagem do atletismo e a vivencia de diferentes situações permitidas pelo brincar, favorecendo desenvolvimento integral da criança (escolar). De acordo com Moyles (2002), brincando a criança desenvolve confiança em si mesma e em suas capacidades, levando-a a desenvolver percepções sobre as outras pessoas e a compreender as exigências bidirecionais de expectativa e tolerância. O ato de brincar proporciona as crianças a oportunidade de explorar conceitos como liberdade existentes implicitamente em muitas situações lúdicas favorecendo o desenvolvimento de sua independência. O brincar oferece situações em que as habilidades podem ser praticadas, tanto as físicas quanto as mentais, e repetidas tantas vezes quanto for necessário para obter confiança e domínio, além de permitir a exploração de seus potenciais e limitações. REFERÊNCIAS COSTA, A. Atletismo. In: Educação Física na escola primária. Volume II. Iniciação Desportiva. Porto: Faculdade de Ciências do Desporto e de Educação Física, 1992 MOYLES, Janet R. Só brincar? O papel do brincar na educação infantil - Porto Alegre: Artmed, 2002.
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