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Explicite o conceito amplo dos Jogos, Recreação e Lazer, apontando alguns autores que abordaram sobre o assunto, assim como suas concepções. Durante o textos, aborde os objetivos e características, assim como as dificuldades e potencialidades sobre a abordagem desta temática no âmbito escolar. Segundo Piaget (1996), as crianças já nascem com pré-condições neurológicas do conhecimento, mas as condições de fato se dão através de atividades que ele denomina jogos: O teorico classifica o jogo infantil em quatro tipos: De Exercício (até 2 anos, mas pode se desenvolver na fase adulta): caracteriza-se pela repetição de uma ação pelo prazer que ela proporciona e é uma das primeiras atividades lúdicas do bebê. É o que acontece quando ele joga objetos diversas vezes ou balança o chocalho sem parar; Simbólico (entre 2 e 6 anos): envolve o faz-de-conta, a representação que ocorre quando os alunos brincam de pirata, de escolinha, de casinha ou de super-heróis. Também acontece quando as crianças manipulam objetos atribuindo a eles significados diferentes do habitual, como tratar um cabo de vassoura como um cavalo. De construção (4 aos 7 anos): nele, a atividade principal é construir e usar diversos objetos para criar um novo. Pode ser uma cidade com blocos de madeira ou um aviãozinho de sucata. De regras (7 a 12 anos): é o que exige que os participantes cumpram normas e passem a considerar outros fatores que influenciam no resultado, como atenção, concentração, raciocínio e sorte (PIAGET, 1971 in MACEDO 2000 apud ROCHA et al, 2005, p. 9, grifo nosso). Na teoria sobre ludicidade, Piaget (1971 apud BARELA, 2009) ressalta que o desenvolvimento da criança acontece através do lúdico, ela precisa brincar para crescer. Diante de tal pensamento, compreende-se a importante do universo lúdico na infância, pois através dele, a criança se satisfaz, realiza seus desejos e explora o mundo ao seu redor: Para Piaget (1990 apud ROCHA et al, 2005), a atividade lúdica surge, inicialmente sob forma de simples exercícios motores. Sua finalidade é próprio prazer do funcionamento. No período entre dois e seis anos, a tendência lúdica se manifesta sob forma de jogo, a criança tenta reproduzir as atitudes e as relações predominantes no seu meio ambiente; ela será autoritária ou liberal, carinhosa ou agressiva, conforme o tratamento que recebe dos adultos com os quais convive. Dos sete aos doze anos, conforme Piaget (apud ROCHA et al, 2005), as crianças aprendem o jogo de regras, que predomina durante toda a vida do indivíduo. Esta é uma conduta lúdica, que supõe relações sociais, pois as regras são controladas pelo grupo, sendo que sua violação é considerada uma falta. Para ele, o jogo na criança, inicialmente egocêntrico e espontâneo, vinha se tornando cada vez mais uma atividade social, na qual as relações interindividuais são fundamentais. Nos jogos, a criança começa a estabelecer e entender regras constituídas por si e/ ou pelo grupo. Desse modo, estará elaborando e resolvendo conflitos e hipóteses de conhecimento e, ao mesmo tempo, desenvolvendo a capacidade de entender pontos de vista diferentes do seu ou de fazer-se entender e de coordenar o seu ponto de vista com o do outro. Por meio dos jogos, pode se criar uma série de situações que envolvam equilíbrio e outros desafios corporais para crianças com uso de objetos, de obstáculos e alvos. Combinados entre si, os jogos podem garantir situações significativas de aprendizagem, favorecendo o desenvolvimento cognitivo e social da criança. Em grupo, os jogos também podem contribuir para desenvolver a solidariedade e a cooperação. Os jogos e as brincadeiras ajudam as crianças a vivenciarem regras preestabelecidas. Elas aprendem a esperar a sua vez e também a ganhar e perder. E com isso, incentivam a autoavaliação da criança, que poderá constatar por si mesma os avanços que é capaz de realizar, fortalecendo assim sua autoestima. REFERÊNCIAS PIAGET, Jean. A construção do real na Criança. São Paulo, 1996. ROCHA, Graceline dos Anjos. O lúdico no processo de ensino e aprendizagem na 1ª série do Ensino Fundamental. Brasília, UNICEUBI, 2005. Disponível em: <https://repositorio.uniceub.br/jspui/bitstream/235/6644/1/40262963.pdf>. Acesso em outubro/2022.