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PORTUGUES PAROBÉ 2022

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LÍNGUA 
PORTUGUESA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
NÍVEL SUPERIOR 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
TODOS DIREITOS RESERVADOS. Proibida a reprodução, mesmo parcial e por qualquer 
processo, sem autorização expressa dos autores e da editora Cia do Estudo. 
 
 
 
 
 
 
 
Trabalhando pela sua conquista. 
 
Português 
2 
 
1. Leitura e compreensão de textos. .............................................................................. 03 
2.Assunto ................................................................................................................... 03 
3 Estruturação do texto ................................................................................................ 06 
4.Ideias principais e secundárias ................................................................................... 07 
5.Relação entre ideias .................................................................................................. 07 
6.Ideia Central e Intenção Comunicativa ........................................................................ 08 
7.Efeitos de sentido ..................................................................................................... 09 
8.Figuras de linguagem e linguagem figurada ................................................................. 10 
9.Recursos de argumentação ........................................................................................ 15 
10.Coesão e coerência textuais ..................................................................................... 16 
11.Significação de palavras e expressões no texto ........................................................... 18 
12.Substituição de palavras e de expressões no texto ...................................................... 22 
13. Estrutura e formação de palavras (Valor dos Afixos e dos Radicais) .............................. 23 
14.Fonologia: conceito de fonemas, Relações entre fonemas e grafias, Encontro 
vocálicos e consonantais .............................................................................................. 24 
15. Ortografia: sistema oficial vigente: Acentuação gráfica e acentuação tônica .................. 28 
16. Classes de palavras: emprego e flexões. .................................................................. 33 
 17. Período simples e composto: colocação de termos e orações no período 36 
18.coordenação e subordinação: emprego das locuções conjuntivas e pronomes 
relativos ................................................................................................................. 37 
19. Termos essenciais, integrantes e acessórios da oração .............................................. 41 
20. Relações morfossintáticas ....................................................................................... 44 
21. Orações reduzidas: classificação e expansão ............................................................. 45 
22. Concordância nominal e verbal ................................................................................ 47 
23. Regência nominal e verbal ...................................................................................... 54 
24. Paralelismo de regência .......................................................................................... 59 
25. Vozes verbais e sua conversão, Sintaxe de colocação, Emprego dos modos e 
tempos verbais, Emprego do infinitivo ........................................................................ 60 
26. Emprego do acento indicativo de crase ..................................................................... 62 
27.Sinais de pontuação ................................................................................................ 63 
28.Redação Oficial: Padrão Oficio .................................................................................. 64 
 
 
 
COLETÂNEA DE PROVAS ATUAIS .............................................................................. 66 
GABARITO ................................................................................................................ 75 
 
Trabalhando pela sua conquista. 
 
 
Português 
3 
1. LEITURA E ANÁLISE DE TEXTOS 
2 ASSUNTO 
 
A palavra texto, em seu sentido 
etimológico, significa tecedura, contexto, trama. É 
uma enunciação construída com coesão e 
coerência. Envolve sempre uma intenção e, como 
qualquer ato de comunicação, pressupõe um 
emissor e um destinatário. Todo texto envolve um 
enigma, e o seu entendimento decorre não 
apenas da compreensão de seu conteúdo 
temático, mas, de maneira decisiva, da 
identificação de sua intenção. É nesse ponto que 
se pode diferenciar aspectos envolvidos no ato de 
ler e observar a diferença entre ler e interpretar. 
Ler, lego em latim, significa colher tudo 
quanto vem escrito. Interpretar é eleger (ex-
legere: escolher), ou seja, é selecionar os 
elementos fundamentais para realizar o sentido 
do texto. O leitor que interpreta deve saber 
cumprir sua tarefa de decifrar, compreender, 
escolher, traduzindo fielmente o mesmo, 
Quando o leitor compreende e interpreta a 
expressão escrita, torna-se um mediador que 
decifra uma mensagem, um mediador que faz 
uma co-enunciação resultante da possibilidade 
simbólica do evento do texto. 
O texto é obra humana, produto humano, e 
se expressa através dos mais variados meios 
simbólicos: peças de teatro, filmes, televisão, 
pinturas, esculturas, literaturas, poesia, livros 
científicos e filosóficos, artigos de revistas e 
jornais etc. 
O abrir-se ao texto pressupõe o diálogo 
com o seu autor, exige o “ouvir” a sua palavra, o 
seu mundo, a compreensão dos significados nele 
implícitos. Compreender, interpretar, significa ir 
além da simples dissecação a que se reduz o 
formalismo das técnicas de leitura que 
normalmente afastam, distanciam o leitor da obra. 
Alguns tópicos a ser observados: 
 qual o assunto tratado? 
 qual o problema central levantado pelo 
autor? 
 diante do problema levantado, qual a 
posição assumida pelo autor? 
 quais os argumentos apresentados que 
justificam a posição assumida pelo autor? 
 quais os argumentos secundários 
apresentados pelo autor? 
 
A elaboração do esquema se faz 
necessária na primeira abordagem do texto, 
quando o leitor necessita adquirir a visão de 
conjunto dos temas e subtemas desenvolvidos 
pelo autor. Pergunta-se: de que fala o 
parágrafo? deve-se grifar as principais palavras, 
fazendo um levantamento a partir das palavras-
chave elaborando um esquema das ideias. 
A interpretação do texto é uma 
reconstrução mais livre do tema abordado no 
texto básico o que pressupõe o diálogo com o 
autor, o questionamento das posições assumidas 
e a relação destas com outras abordagens. É um 
trabalho que consiste basicamente em apresentar 
a palavra do leitor, a sua posição frente às 
questões desenvolvidas, o que exige estudos 
aprofundados e fundamentalmente olhos críticos 
para o mundo. 
A análise de texto, enfim, é o esforço por 
descobrir lhe a estrutura, seu movimento interior, 
o valor significativo de suas palavras e de seu 
tema, tendo em mira a unidade Intrínseca de 
todos esses elementos. Pressupõe o exame da 
estrutura do trecho e da linguagem literária (o 
vocabulário, o valor das categorias gramaticais 
usadas), o tipo de figuras predominantes (símiles, 
imagens, metáforas... ), o valor da sintaxe 
predominante (frase ampla ou breve, tipos de 
subordinação e coordenação, frases elípticas...), 
a natureza dos substantivos escolhidos; tempos 
ou modos de verbo, uso expressivo do artigo, da 
conjunção, dos advérbios, das preposições, etc., 
tudo em função do significado essencial do todo. 
Uma boa análise de texto, isto é, de fragmento só 
pode ser realizada quando o todo, a que ele 
pertence, tiver sido perfeitamente interpretado. 
 
Veja os exemplos a seguir: 
TEXTO I 
O "brasil" com b minúsculo é apenas um objeto sem vida, autoconsciência ou pulsação interior, pedaço de 
coisaque morre e não tem a menor condição de se reproduzir como sistema; como, aliás, queriam alguns teóricos 
sociais do século XIX, que viam na terra - um pedaço perdido de Portugal e da Europa - um conjunto doentio e 
condenado de raças que, misturando-se ao sabor de uma natureza exuberante e de um clima tropical, estariam 
fadadas à degeneração e à morte biológica, psicológica e social. Mas o Brasil com B maiúsculo é algo muito mais 
complexo. É país, cultura, local geográfico, fronteira e território reconhecidos internacionalmente, e também casa, 
pedaço de chão calçado com o calor de nossos corpos, lar, memória e consciência de um lugar com o qual se tem uma 
ligação especial, única, totalmente sagrada. É igualmente um tempo singular cujos eventos são exclusivamente 
seus, e também temporalidade que pode ser acelerada na festa do carnaval; que pode ser detida na morte e na 
memória e que pode ser trazida de volta na boa recordação da saudade. Tempo e temporalidade de ritmos 
localizados e, assim, insubstituíveis. 
Sociedade onde pessoas seguem certos valores e julgam as ações humanas dentro de um padrão somente seu. 
Não se trata mais de algo inerte, mas de uma entidade viva, cheia de autorreflexão e consciência: algo que se soma 
 
 
Trabalhando pela sua conquista. 
 
Português 
4 
e se alarga para o futuro e para o passado, num movimento próprio que se chama História. Aqui, o Brasil é um ser 
parte conhecido e parte misterioso, como um grande e poderoso espírito. Como um Deus que está em todos os lugares 
e em nenhum, mas que também precisa dos homens para que possa se saber superior e onipotente. Onde quer que 
haja um brasileiro adulto, existe com ele o Brasil e, no entanto - tal como acontece com as divindades - será preciso 
produzir e provocar a sua manifestação para que se possa sentir sua concretude e seu poder. Caso contrário, sua 
presença é tão inefável como a do ar que se respira e dela não se teria consciência a não ser pela comparação, pelo 
contraste e pela percepção de algumas de suas manifestações mais contundentes.DAMATTA, Roberto. O que 
faz o brasil, Brasil? Rio de Janeiro: Rocco, 1986, p. 11-12 
 
01Na sua distinção entre "brasil" e "Brasil", o autor do texto I estabelece contraste entre ambos. 
O contraste que corresponde ao texto é: 
(A) brasil – um pedaço perdido de Portugal e da Europa / Brasil – um conjunto doentio e condenado de 
raças 
(B) brasil – sociedade onde as pessoas seguem certos valores / Brasil – entidade viva, cheia de 
autorreflexão e consciência 
(C) brasil – país com fronteira e território reconhecidos internacionalmente / Brasil – local com que os 
brasileiros têm uma ligação especial 
(D) brasil – objeto sem autoconsciência ou pulsação interior / Brasil – memória e consciência de um lugar 
especial para os brasileiros 
(E) brasil – um processo histórico contínuo / Brasil – uma forma sem vida 
 
TEXTO II 
CANÇÃO DO EXÍLIO 
Minha terra tem palmeiras, 
Onde canta o sabiá; 
As aves que aqui gorjeiam, 
Não gorjeiam como lá. 
Nosso céu tem mais estrelas, 
Nossas várzeas têm mais flores, 
Nossos bosques têm mais vida, 
Nossa vida mais amores. 
Em cismar, sozinho, à noite, 
Mais prazer encontro eu lá; 
Minha terra tem palmeiras, 
Onde canta o sabiá; 
Minha terra tem primores, 
Que tais não encontro eu cá; 
Em cismar – sozinho –, à noite – 
Mais prazer encontro eu lá; 
Minha terra tem palmeiras, 
Onde canta o sabiá. 
Não permita Deus que eu morra, 
Sem que eu volte para lá; 
Sem que desfrute os primores 
Que não encontro por cá; 
Sem qu'inda aviste as palmeiras 
Onde canta o sabiá. 
DIAS, Antonio Gonçalves. Poesia completa e prosa escolhida. Rio de Janeiro: José Aguilar, 1959, p.103 
 
 
 
 
 
 
Trabalhando pela sua conquista. 
 
 
Português 
5 
TEXTO III 
 
PAIVA, Miguel & SCHWARCZ, Lilia.Da colônia ao Império. Um Brasil para inglês ver.... São Paulo: Brasiliense, 
1987, p. 11 
 
02Nos textos II e III, há um distanciamento da terra natal. 
Assinale a alternativa que não corresponde aos textos: 
(A) No texto III, há a referência à chegada do colonizador, à miscigenação do branco com o negro e à 
exploração da terra. 
(B) No texto III, os elementos caracterizadores da terra natal se encontram na expressão linguística, nos 
trajes e no meio de transporte. 
(C) As terras natais do personagem do texto III e do eu-lírico do texto II são diferentes. 
(D) Nos textos II e III, há o reconhecimento de que a terra estrangeira é pródiga e prazerosa. 
(E) A terceira estrofe do texto II e a última oração do texto III traduzem sentimentos distintos. 
 
RESPOSTA: 1. D 2. D 
 
 
Quando se tratar de responder as questões 
interpretativas, há alguns elementos que são comuns 
aos textos e se apresentam, normalmente da 
seguinte forma: 
 
 
 
 
 
 
 
a) a ideia básica do texto: 
 O que o autor pretende provar com este texto? 
 Se você interpretar corretamente, a resposta 
será a ideia básica. Ela pode estar claramente 
estampada na frase-chave (se for um texto 
dissertativo), ou, então pode ser depreendida através 
da leitura de todo o texto. 
 
b) os argumentos: 
 O autor usa a argumentação com o objetivo 
de reforçar a ideia básica. 
 Os argumentos apresentam-se como 
afirmações secundárias, ideias e afirmações que o 
autor usa para convencer o leitor quanto a validade 
de sua tese. 
 Muitas vezes, o autor também usa a 
exemplificação e as citações de outros autores como 
recurso argumentativo. 
 
c) as objeções: 
 Normalmente, o autor já conhece a contra 
argumentação e apresenta-a para então rebatê-la. É 
como se o autor estivesse tentando adivinhar as 
objeções que o leitor possa fazer quanto a validade 
de seu pensamento. Através desse recurso, o 
escritor pode tornar mais consistente e convincente a 
argumentação. 
 Além disso, a melhor forma de realizar um 
bom trabalho de interpretação é seguir estas etapas: 
1 - Leitura atenta do texto, procurando 
focalizar o seu núcleo, a sua ideia central. 
2 - Reconhecimento dos argumentos que dão 
sustentação à ideia básica. 
3 - Levantamento das possíveis objeções à 
ideia básica. 
4 - Levantamento das possíveis 
exemplificações usadas para reforçar a ideia 
central. 
 
A partir desse esquema, torna-se mais 
fácil distinguir o essencial (a idéia 
básica) do secundário (justificativas e 
exemplificações). 
 
 
Trabalhando pela sua conquista. 
 
Português 
6 
 
3. ESTRUTURAÇÃO DO TEXTO E DOS PARÁGRAFOS 
 
 
A estrutura e a composição do parágrafo se 
relacionam com as ideias que queremos 
expressar. Temos ideias reunidas num 
parágrafo, quando elas se relacionam entre si 
pelo seu sentido. Dentro do mesmo parágrafo 
podemos ter diferentes ideias, desde que elas, 
reunidas, formem uma ideia maior. São 
qualidades principais do parágrafo, a unidade e 
a coerência. 
 O período contém um pensamento 
completo que, embora se relacionando com os 
anteriores ou se ampliando nos posteriores, 
forma um sentido completo. 
 
Era uma borboleta. Passou roçando em 
meus cabelos, e no primeiro instante pensei que 
fosse uma bruxa ou outro qualquer desses 
insetos que fazem vida urbana; mas, como 
olhasse, vi que era uma borboleta amarela. 
(Rubem Braga) 
 
Temos aqui um parágrafo, com dois 
períodos. O primeiro período tem apenas uma 
ideia. O segundo, tem várias, mas forma um 
todo. No total, o primeiro e o segundo período 
formam um bloco homogêneo, o parágrafo. 
 O período pode ser simples (como, no 
exemplo, a frase: “Era uma borboleta”) ou 
composto (como a frase: “Passou roçando (...) 
borboleta amarela”). No período simples temos 
apenas uma oração, no período composto temos 
várias orações articuladas entre si. 
 A predominância de períodos longos ou 
curtos na composição de um texto depende 
muito do estilo de quem escreve. Na linguagem 
moderna predomina o uso de períodos curtos. 
 
Depois, as coisas mudaram. Há duas 
explicações para isso. Primeira, que nos 
tornamos homens, isto é, bichos de menor 
sensibilidade.Segunda, o governo, que mexeu 
demais na pauta dos feriados, tirando-lhes o 
caráter de balizas imutáveis e amenas na 
estrada do ano... Multiplicaram-se os feriados 
enrustidos, ou dispensas de ponto e de aula, e 
perdemos, afinal, o espírito dos feriados. 
(Carlos Drummond de Andrade) 
 
 Nesse parágrafo de Carlos Drummond de 
Andrade, escritor brasileiro contemporâneo, os 
períodos curtos predominam. Em escritores do 
Romantismo, os períodos longos eram 
frequentes e abundantes, como, por exemplo, 
neste trecho de José de Alencar: 
 
 Felizmente todo o deserto tem seus 
oásis, nos quais a natureza, por um faceiro 
capricho, parece esmerar-se em criar um 
pequeno berço de flores e de verdura 
concentrando nesses cantinhos de terra 
toda a força de seiva necessária para 
fecundar as vastas planícies. 
 
 O uso de períodos curtos oferece a 
vantagem de maior clareza de pensamento (e, 
em última análise, de comunicação), evitando-se 
o perigoso entrelaçamento de frases em que se 
pode perder quem utiliza períodos muito longos. 
 No período composto os pensamentos 
podem se articular por coordenação ou 
subordinação. 
 
 introdução: apresentação do assunto (tese); 
 desenvolvimento: exposição de argumentos 
(justificativas, exemplos e evidências factuais 
que deem sustentação à tese); 
 conclusão: arremate das ideias. 
 
Veja o seguinte texto: 
No Brasil, criar paixões nacionais tornou-
se o viver e o vegetar de grupos de 
comunicação. 
Tomaremos por exemplo o caso das redes 
de televisão. As maiores se digladiam em busca 
de lançamentos, na maioria musicais, que não 
precisam ser duradouros, nem necessitam ser 
compromissadas com a cultura e com a 
instrução de um povo todo. 
Vemos a maior das redes de televisão do 
país como uma verdadeira fábrica de paixões. 
Não pesa que os protagonistas venham de onde 
vierem, sejam explosivos. Seu clássico 
jornalístico-cultural-domingueiro está para o 
brasileiro desejoso de mudanças como o tempo 
para o carro velho. 
Vai-se somando um defeito e lá vem eles 
com uma nova doença. 
Novidades que são lançadas até dentro de 
nossa sala, com rótulo de culturais, são na 
realidade, nova injeção de capital nos cofres dos 
grandes grupos. Ótimo se não saísse do 
esvaziado, vilipendiado bolso popular. 
São febres. Casos como a lambada, a 
explosão baiana de Daniela Mércuri, a eleição 
manipulada do letrado mocinho e seu posterior 
afastamento atribuindo à pressão dos caras-
pintadas (só se for de palhaços crédulos e 
usados), a morte da atriz, transformando na 
Sexta novela diária, incluso no telejornal do 
horário nobre global, o ouro olímpico dos 
meninos-do-Brasil, e, finalmente da música 
sertaneja, que na nossa modesta opinião B e 
não imploramos adeptos- é sumariamente a 
valorização da estética do feio. 
Pegaram a meada inteira da enrolação e 
da alienação de um povo. 
Dizem que o brasileiro é apaixonado pelo 
futebol. Discordo. O povo brasileiro ama o 
futebol. Nenhuma paixão atravessaria tantas 
dezenas de anos de alegrias e tristezas.” 
 
Na Introdução o vestibulando já expôs, 
diretamente, sua opinião sobre o tema: a 
criação de paixões nacionais. 
 
Trabalhando pela sua conquista. 
 
 
Português 
7 
 
No Desenvolvimento: 
 Afunila a abordagem do tema, ou 
seja, parte dos grupos de 
comunicação e chega até a TV. No 
outro parágrafo restringe ainda mais, 
tocando na maior das redes. 
 Tece considerações sobre como a 
mídia influencia na cultura do 
brasileiro. 
 
Na Conclusão exalta o futebol como 
sendo um grande amor e não uma paixão! 
Mereceu ter uma boa colocação! 
 
 
4. IDEIAS PRINCIPAIS E SECUNDÁRIAS 
 
 
 
Para compreendermos um texto é necessário 
descobrir sua estrutura interna; nela 
encontraremos ideias principais e secundárias e 
precisamos descobrir como essas ideias se 
relacionam. 
 
As ideias principais giram em torno do tema 
central, de um assunto-núcleo contida no texto; a 
ela somam-se as secundárias, que só são 
importantes enquanto corroboradas do tema 
central. 
Se há ideias principais e secundárias, como 
ocorre relação entre elas? 
 
Muitas vezes, a técnica usada é a de explanação 
de ideias “em cadeia”; ocorre a explanação da 
ideia básica e, a seguir, o desdobramento dessa 
ideia nos parágrafos subsequentes, a fim de 
discutir, aprofundar o assunto. 
 
A clareza e a objetividade devem caracterizar a 
estrutura do texto, para que as ideias nela 
contidas possam atingir o propósito de sua 
mensagem. Tal propósito, por sua vez, pode ser 
alcançado através dos mecanismos linguísticos 
que se associam às relações de coordenação e 
subordinação de ideias-conjunções. 
 
Vejamos, pois, como uma série de enunciados 
simples, coordenados e relacionados pelo 
sentido, pode articular-se para formar um período 
complexo em que haverá uma ideia principal e 
outras que lhe servirão de suporte: 
 
Júlia chegou ao Chile em 1985. 
 
Ela não contava ainda com seis anos. 
 
Ela teve que acompanhar a família. 
 
Após a chegada, matriculou-se logo numa escola 
para estrangeiros. 
 
Ideia mais importante: a chegada de Júlia. 
Admitamos que o fato considerado mais 
importante seja a chegada de Júlia ao Chile. A 
versão do período poderia ser a seguinte: 
 
„“Júlia, que não contava ainda com seis anos, 
chegou em 1985 ao Chile, para onde ela teve de 
acompanhar a família, matriculando-se numa 
escola para estrangeiros”. 
Da oração principal “Júlia chegou em 1985 ao 
Chile” dependem as demais. 
 
 
5. RELAÇÃO ENTRE IDEIAS 
 
 
A construção textual deve ser a construção de um 
todo compreensível aos olhos do leitor. 
A coerência textual é o instrumento que o autor 
vai usar para conseguir encaixar as “peças” do 
texto e dar um sentido completo a ele. 
 
Cada palavra tem seu sentido individual, quando 
elas se relacionam elas montam um outro 
sentido. O mesmo raciocínio vale para as frases, 
os parágrafos e até os textos. Cada um desses 
elementos tem um sentido individual e um tipo de 
relacionamento com os demais. Caso estas 
relações sejam feitas da maneira correta, 
obtemos uma mensagem, um conteúdo 
semântico compreensível. 
O texto é escrito com uma intencionalidade, de 
modo que ele tem uma repercussão sobre o 
leitor, muitas vezes proposital. 
Em uma redação, para que a coerência ocorra, as 
ideias devem se completar. Uma deve ser a 
continuação da outra. Caso não ocorra uma 
concatenação de ideias entre as frases, elas 
acabarão por se contradizerem ou por quebrarem 
uma linha de raciocínio. Quando isso acontece, 
dizemos que houve uma quebra de coerência 
textual. 
A coerência é um resultado da não contradição 
entre as partes do texto e do texto com relação ao 
mundo. Ela é também auxiliada pela coesão 
http://www.infoescola.com/redacao/coesao-e-coerencia-textual/
 
 
Trabalhando pela sua conquista. 
 
Português 
8 
textual, isto é, a compreensão de um texto 
é melhor capturada com o auxílio de conectivos, 
preposições, etc. 
Vejamos alguns exemplos de falta de coerência 
textual: 
"No verão passado, quando estivemos na 
capital do Ceará Fortaleza, não pudemos 
aproveitar a praia, pois o frio era tanto que 
chegou a nevar" 
“Estão derrubando muitas árvores e por isso a 
floresta consegue sobreviver.” 
“Todo mundo viu o mico-leão, mas eu não 
ouvi o sabiá cantar” 
“Todo mundo destrói a natureza menos todo 
mundo” 
“Podemos notar claramente que a falta de 
recursos para a escola pública é um problema 
no país. O governo prometeu e cumpriu: 
trouxe várias melhorias na educação e fez 
com que os alunos que estavam fora da 
escola voltassem a frequentá-la. Isso trouxe 
várias melhoras para o país.” 
A falta de coerência em um texto 
é facilmente detectada por um falante da língua, 
mas não é tão simples notá-la quando é você 
quem escreve. A coerência é a correspondência 
entre as ideias do texto de forma lógica. 
Quando o entendimento de determinado texto é 
comprometido, imediatamente alguém pode 
afirmar que ele está incoerente. Na maioria das 
vezes esta pessoa está certaao fazer esta 
afirmação, mas não podemos achar que as 
dificuldades de organização das ideias se 
resumem à coerência ou a coesão. É certo que 
elas facilitam bastante esse processo, mas não 
são suficientes para resolver todos os problemas. 
O que nos resta é nos atualizarmos 
constantemente para podermos ter um maior 
domínio do processo de produção textual. 
 
6. IDEIA CENTRAL E INTENÇÃO COMUNICATIVA 
 
 
IDEIA CENTRAL 
 
Considera-se que uma ideia é o primeiro dos atos 
do entendimento, limitando-se ao simples 
conhecimento de algo. Uma ideia, por 
conseguinte, é uma imagem mental de um objeto 
ou o conhecimento racional que se gera a partir 
das condições naturais do entendimento. 
A noção de central, por outro lado, tem diversos 
usos. Pode-se tratar do espaço onde convergem 
ações coordenadas e daquilo que é o básico ou 
essencial de algo. 
A ideia central, por conseguinte, é o conteúdo 
mais importante de uma obra, de uma proposta, 
de um projeto, etc. Sem essa ideia central, a obra 
não se entenderia ou perderia o seu valor. 
Exemplos: “A ideia central do Capuchinho 
Vermelho é que não se deve desobedecer aos 
pais”, “Gostei do filme, mas não estou de acordo 
com a sua ideia central”, “Senhor candidato, 
queremos saber qual é a ideia central da sua 
proposta para reduzir a taxa de desemprego”, “A 
minha ideia central é deitar abaixo esta parede e 
aumentar a sala de estar”. 
Pode-se dizer que a ideia central é o mais 
relevante de um texto ou de outra manifestação 
do pensamento. Se pegarmos no caso concreto 
dos textos, notaremos que são compostos por 
diversos pensamentos ou ideias. Muitas destas 
ideias são secundárias ou acessórias: ajudam a 
criar um contexto e a reforçar o essencial, mas 
pode-se prescindir delas sem alterar o significado 
do texto. A ideia central, no entanto, é a base que 
sustenta/defende o autor e que lhe permite contar 
com o que deseja. 
 
INTENÇÃO COMUNICATIVA: 
 
 
O objetivo maior da Literatura é o ato da 
comunicação, ou seja, a troca de informações, 
mensagens. Isto se dá através de uma conversa, 
leitura, mensagem visual ou escrita. Podemos 
definir como intenção comunicativa todo e 
qualquer ato ou pensamento que leve a uma 
comunicação. 
Para que haja uma comunicação são necessários 
os elementos básicos: emissor, receptor, canal 
e código, assim classificados: 
 
Emissor: Ser que emite uma mensagem seja ela 
escrita ou falada, ponto de partida da 
comunicação. 
Ex.: Escritor de um livro, falante de uma 
conversa, autor de uma redação. 
 
 
Receptor :Ser que recebe uma mensagem, seja 
ela escrita ou falada. 
Ex.: leitor de um livro, ouvinte em uma conversa. 
 
 
Canal: Modo pelo qual à mensagem é enviada. 
EX.: Livro, carta, e-mail, voz. 
 
Código: Conteúdo de uma mensagem escrita ou 
falada. 
http://www.infoescola.com/redacao/coesao-e-coerencia-textual/
http://www.infoescola.com/redacao/coerencia-textual/
http://www.infoescola.com/redacao/coerencia-textual/
http://www.infoescola.com/redacao/coerencia-textual/
http://www.infoescola.com/redacao/coerencia-textual/
 
Trabalhando pela sua conquista. 
 
 
Português 
9 
EX.: Assunto de uma conversa, livro ou carta. 
 
 
FUNÇÃO COMUNICATIVA: 
 
Sempre que elaboramos uma mensagem 
escolhemos um modo para tal, a isso damos o 
nome de função comunicativa, a escolha de como 
elaborar uma mensagem escrita ou falada. 
Existem as seguintes maneiras ou funções: 
 
FUNÇÃO EMOTIVA: 
 
Toda comunicação elaborada com uso opinativo, 
linguagem lírica. 
EX.: redações, poesias, biografias, tudo que 
envolve uma linguagem onde afloram opiniões ou 
sentimentos. 
 
FUNÇÃO CONOTATIVA: 
 
Essa talvez a mais usada 
diariamente. Definida pela adaptação da 
mensagem pelo emissor ao receptor, receptores. 
EX.: Um médico dialogando com seu paciente e 
com outros médicos, mesmo que o assunto seja o 
mesmo, a maneira as palavras serão diferentes 
devido à capacidade do paciente em entender 
termos médicos; um advogado em júri ou falando 
com seu cliente; político em plenária e falando ao 
povo em comício. 
 
FUNÇÃO METALINGUÍSTICA: 
 
Função que estuda à gramática ou aspectos 
ligados a uma Língua. 
EX.: Gramática, dicionário, questões de 
interpretação textuais. 
FUNÇÃO FÁTICA: 
 
Função que apresenta uma comunicação. 
EX.: Introdução de uma redação, prefácio de uma 
obra literária, início de um diálogo. 
 
 
7. EFEITOS DE SENTIDO 
 
Os estudos do discurso defendem a ideia 
segundo a qual o sentido não se constitui apenas 
pelo reconhecimento das palavras e dos 
enunciados de uma língua, pois ela não é um 
código a ser decifrado. Da mesma forma, o 
sentido não é determinado pelo locutor e nem 
pelo interlocutor, pois é necessário que as 
expressões linguísticas sejam associadas aos 
discursos, que são de natureza social e não 
individual. Daí advém a tese de que há efeitos de 
sentido na enunciação escrita ou oral, tendo em 
vista que o sentido não tem origem nem nos 
interlocutores e nem na língua, mas se constitui 
na relação entre interlocutores no uso da língua, 
frente às condições sociais de produção do 
enunciado. 
Vejamos um exemplo: em “Pedro tem um 
coração grande”, podemos conceber pelo 
menos três situações discursivas nas quais a 
enunciação dessa frase configura efeitos de 
sentido específicos. Na primeira, o enunciado é 
associado ao diagnóstico de uma doença do 
coração que faz aumentar o seu tamanho 
(cardiomegalia). Os efeitos de sentido desse 
enunciado podem ser compreendidos por 
manifestações de pertinência discursiva na 
interlocução do tipo “a medicina pode vir a curá-
lo”, ou “temos de nos preparar para um 
afastamento dele na empresa” ou mesmo “nós 
somos uma máquina muito frágil”. Na segunda 
situação, o enunciado é relativo ao depoimento 
de um amigo ressaltando as qualidades de Pedro. 
Nesse caso, os efeitos de sentido do enunciado 
podem ser vislumbrados por manifestações do 
tipo “ele se dispõe a ajudar a todos que o 
procuram” ou “ele perdoa até quem lhe quer mal”. 
Por sua vez, numa terceira situação, o enunciado 
poderia ser associado a um alerta sobre a 
indicação de Pedro para presidir uma comissão 
destinada a cortar despesas de uma instituição 
em dificuldades financeiras. Os efeitos de 
sentido do enunciado podem ser percebidos em 
manifestações do tipo “ele não consegue ser 
firme na decisão de dispensar funcionários” ou 
“ele cede facilmente perante apelos emocionais”. 
Dessa maneira, o sentido, concebido como efeito, 
não é algo que advém do enunciado em si, mas 
da relação de pertencimento que ele mantém com 
sentidos já produzidos, reconhecidos socialmente 
no âmbito de um diagnóstico médico, um 
depoimento sobre virtudes pessoais, um alerta, 
etc. Essas três regiões de discurso (diagnóstico, 
depoimento e alerta) são capazes de absorve 
refeitos de sentido diferentes para o enunciado 
“Pedro tem um coração grande”. 
Na prática pedagógica, esse conceito é 
importante porque apresenta uma visão dinâmica 
do funcionamento da linguagem. Com ele, o 
professor, nas atividades de leitura e produção de 
texto, pode mostrar ao aluno que a inserção 
social do indivíduo na sociedade envolve o 
conhecimento das regiões de discurso que se 
constituem na sua comunidade com vistas a 
produzir enunciados pertinentes. 
 
 
 
 
 
 
8. FIGURAS DE LINGUAGEM E LINGUAGEM FIGURADA 
 
Como a Linguagem Figurada usa um tipo de 
discurso não convencional é comum que haja 
confusões na sua interpretação, especialmente 
quando ela depende do contexto de cada 
indivíduo e não é fomentada pelo bom senso da 
sociedade. 
Em termos semânticos, podemos dizer que 
as figuras de linguagem compõem a linguagem 
figurada, transformando-a assim no oposto da 
linguagem literal. 
As figuras de linguagem são as seguintes: 
 Figuras de palavra; 
 Figuras de construção; 
 Figuras de pensamento; 
 Figuras de som. 
FIGURAS DE LINGUAGEM 
São recursos que tornam as mensagens que 
emitimos mais expressivas. Subdividem-se 
em figuras de som, figuras de 
palavras, figuras de pensamentoe figuras de 
construção. 
Classificação das Figuras de Linguagem 
Observe: 
1) Fernanda acordou às sete horas, 
Renata às nove horas, Paula às dez e 
meia. 
2) "Quando Deus fecha uma porta, abre 
uma janela." 
3) Seus olhos eram luzes brilhantes. 
Nos exemplos acima, temos três tipos distintos de 
figuras de linguagem: 
Exemplo 1: há o uso de uma construção sintética 
ao deixar subentendido, na segunda e na terceira 
frase, um termo citado anteriormente - o 
verbo acordar. Repare que a segunda e a última 
frase do primeiro exemplo devem ser entendidas 
da seguinte forma: "Renata acordou às nove 
horas, Paula acordou às dez e meia. Dessa 
forma, temos uma figura de construção ou de 
sintaxe. 
Exemplo 2: a ideia principal do ditado reside num 
jogo conceitual entre as palavras fecha e abre, 
que possuem significados opostos. Temos, 
assim, uma figura de pensamento. 
Exemplo 3: a força expressiva da frase está na 
associação entre os elementos olhos e luzes 
brilhantes. Essa associação nos permite uma 
transferência de significados a ponto de 
usarmos "olhos" por "luzes brilhantes". Temos, 
então, uma figura de palavra. 
FIGURA DE PALAVRA 
A figura de palavra consiste na substituição de 
uma palavra por outra, isto é, no 
emprego figurado, simbólico, seja por uma 
relação muito próxima (contiguidade), seja por 
uma associação, uma comparação, uma 
similaridade. Esses dois conceitos básicos -
 contiguidade e similaridade - permitem-nos 
reconhecer dois tipos de figuras de palavras: 
a metáfora e a metonímia. 
METÁFORA 
A metáfora consiste em utilizar uma palavra ou 
uma expressão em lugar de outra, sem que haja 
uma relação real, mas em virtude da 
circunstância de que o nosso espírito as associa 
e depreende entre elas certas semelhanças. É 
importante notar que a metáfora tem um 
caráter subjetivo e momentâneo; se a metáfora 
se cristalizar, deixará de ser metáfora e passará a 
ser catacrese (é o que ocorre, por exemplo, com 
"pé de alface", "perna da mesa", "braço da 
cadeira"). 
Obs.: toda metáfora é uma espécie 
de comparação implícita, em que o elemento 
comparativo não aparece. 
Observe a gradação no processo metafórico 
abaixo: 
Seus olhos são como luzes brilhantes. 
O exemplo acima mostra 
uma comparação evidente, através do emprego 
da palavra como. 
Observe agora: 
Seus olhos são luzes brilhantes. 
Nesse exemplo não há mais uma comparação 
(note a ausência da partícula comparativa), e sim 
um símile, ou seja, qualidade do que é 
semelhante. 
Por fim, no exemplo: 
As luzes brilhantes olhavam-me. 
Há substituição da palavra olhos por luzes 
brilhantes. Essa é a verdadeira metáfora. 
Observe outros exemplos: 
1) "Meu pensamento é um rio subterrâneo." 
(Fernando Pessoa) 
 
Trabalhando pela sua conquista. 
 
 
Português 
11 
Nesse caso, a metáfora é possível na medida em 
que o poeta estabelece relações de semelhança 
entre um rio subterrâneo e seu pensamento (pode 
estar relacionando a fluidez, a profundidade, a 
inatingibilidade, etc.). 
2) Minha alma é uma estrada de terra que leva a 
lugar algum. 
Uma estrada de terra que leva a lugar algum é, 
na frase acima, uma metáfora. Por trás do uso 
dessa expressão que indica uma alma rústica e 
abandonada (e angustiadamente inútil), há uma 
comparação subentendida: Minha alma é tão 
rústica, abandonada (e inútil) quanto uma estrada 
de terra que leva a lugar algum. 
METONÍMIA 
A metonímia consiste em empregar um termo no 
lugar de outro, havendo entre ambos estreita 
afinidade ou relação de sentido. Observe os 
exemplos abaixo: 
1 - Autor pela obra: Gosto de ler Machado de 
Assis. (= Gosto de ler a obra literária de 
Machado de Assis.) 
 
2 - Inventor pelo invento: Édson ilumina o mundo. 
(= As lâmpadas iluminam o mundo.) 
 
3 - Símbolo pelo objeto simbolizado: Não te 
afastes da cruz. (= Não te afastes da religião.) 
 
4 - Lugar pelo produto do lugar: Fumei um 
saboroso havana. (= Fumei um 
saboroso charuto.) 
 
5 - Efeito pela causa: Sócrates bebeu a morte. (= 
Sócrates tomou veneno.) 
 
6 - Causa pelo efeito: Moro no campo e como 
do meu trabalho. (= Moro no campo e como 
o alimento que produzo.) 
 
7 - Continente pelo conteúdo: Bebeu 
o cálice todo. (= Bebeu todo o líquido que estava 
no cálice.) 
 
8 - Instrumento pela pessoa que utiliza: 
Os microfones foram atrás dos jogadores. (= 
Os repórteres foram atrás dos jogadores.) 
 
9 - Parte pelo todo: Várias pernas passavam 
apressadamente. (= Várias pessoas passavam 
apressadamente.) 
 
10 - Gênero pela espécie: Os mortais pensam e 
sofrem nesse mundo. (= Os homens pensam e 
sofrem nesse mundo.) 
 
11 - Singular pelo plural: A mulher foi chamada 
para ir às ruas na luta por seus direitos. (= 
As mulheres foram chamadas, não apenas uma 
mulher.) 
 
12 - Marca pelo produto: Minha filha 
adora danone. (= Minha filha adora o iogurte que 
é da marca danone.) 
 
13 - Espécie pelo indivíduo: O homem foi à Lua. 
(= Alguns astronautas foram à Lua.) 
 
14 - Símbolo pela coisa simbolizada: 
A balança penderá para teu lado. (= 
A justiça ficará do teu lado.) 
 
Saiba que: 
Atualmente, não se faz mais a distinção 
entre metonímia e sinédoque (emprego de 
um termo em lugar de outro), havendo entre 
ambos relação de extensão. Por ser mais 
abrangente, o conceito de metonímia 
prevalece sobre o de sinédoque. 
CATACRESE 
Trata-se de uma metáfora que, dado seu uso 
contínuo, cristalizou-se. A catacrese costuma 
ocorrer quando, por falta de um termo 
específico para designar um conceito, toma-se 
outro "emprestado". Assim, passamos a 
empregar algumas palavras fora de seu sentido 
original. 
Exemplos: 
"asa da xícara" "batata da perna" 
"maçã do rosto" "pé da mesa" 
"braço da 
cadeira" 
"coroa do 
abacaxi" 
PERÍFRASE 
Trata-se de uma expressão que designa um ser 
através de alguma de suas características ou 
atributos, ou de um fato que o celebrizou. Veja o 
exemplo: 
A Cidade Maravilhosa (= Rio de Janeiro) 
continua atraindo visitantes do mundo todo. 
Obs.: quando a perífrase indica uma pessoa, 
recebe o nome de antonomásia. 
Exemplos: 
O Divino Mestre (= Jesus Cristo) passou a 
vida praticando o bem. 
O Poeta dos Escravos (= Castro Alves) 
morreu muito jovem. 
O Poeta da Vila (= Noel Rosa) compôs lindas 
canções. 
 
 
Trabalhando pela sua conquista. 
 
Português 
12 
SINESTESIA 
Consiste em mesclar, numa mesma expressão, 
as sensações percebidas por diferentes órgãos 
do sentido. 
Exemplos: 
Um grito áspero revelava tudo o que sentia. 
(grito = auditivo; áspero = tátil) 
No silêncio negro do seu quarto, aguardava os 
acontecimentos. (silêncio = auditivo; negro = 
visual) 
 
Figuras de Pensamento 
Dentre as figuras de pensamento, as mais 
comuns são: 
ANTÍTESE 
Consiste na utilização de dois termos 
que contrastam entre si. Ocorre quando há uma 
aproximação de palavras ou expressões de 
sentidos opostos. O contraste que se estabelece 
serve, essencialmente, para dar uma ênfase aos 
conceitos envolvidos que não se conseguiria com 
a exposição isolada dos mesmos. Observe os 
exemplos: 
"O mito é o nada que é tudo." (Fernando 
Pessoa) 
O corpo é grande e a alma é pequena. 
"Quando um muro separa, uma 
ponte une." 
"Desceu aos pântanos com os 
tapires; subiu aos Andes com os 
condores." (Castro Alves) 
Felicidade e tristeza tomaram conta de 
sua alma. 
PARADOXO 
Consiste numa proposição aparentemente 
absurda, resultante da união de ideias 
contraditórias. Veja o exemplo: 
Na reunião, o funcionário afirmou que o 
operário quanto mais trabalha mais tem 
dificuldades econômicas. 
 
EUFEMISMO 
Consiste em empregar uma expressão mais 
suave, mais nobre ou menos agressiva, para 
comunicar alguma coisa áspera, desagradável ou 
chocante. 
Exemplos: 
Depois de muito sofrimento, entregou a 
alma ao Senhor. (= morreu) 
O prefeito ficou rico por meios ilícitos. (= 
roubou) 
Fernando faltou com a verdade. (= 
mentiu) 
IRONIA 
Consiste em dizer o contrário do que se 
pretende ou em satirizar, questionar certo tipo de 
pensamento com a intenção de ridicularizá-lo,ou 
ainda em ressaltar algum aspecto passível de 
crítica. A ironia deve ser muito bem construída 
para que cumpra a sua finalidade; mal construída, 
pode passar uma ideia exatamente oposta à 
desejada pelo emissor. Veja os exemplos 
abaixo: 
Como você foi bem na última prova, não 
tirou nem a nota mínima! 
Parece um anjinho aquele menino, briga 
com todos que estão por perto. 
HIPÉRBOLE 
É a expressão intencionalmente 
exagerada com o intuito de realçar uma 
ideia. Exemplos: 
Faria isso milhões de vezes se fosse preciso. 
"Rios te correrão dos olhos, se chorares." (Olavo 
Bilac) 
PROSOPOPEIA OU PERSONIFICAÇÃO 
Consiste em atribuir ações ou qualidades de 
seres animados a seres inanimados, ou 
características humanas a seres não 
humanos. Observe os exemplos: 
As pedras andam vagarosamente. 
O livro é um mudo que fala, um surdo 
que ouve, um cego que guia. 
A floresta gesticulava nervosamente 
diante da serra. 
O vento fazia promessas suaves a 
quem o escutasse. 
Chora, violão. 
APÓSTROFE 
 Consiste na "invocação" de alguém ou de 
alguma coisa personificada, de acordo com o 
objetivo do discurso que pode ser poético, 
sagrado ou profano. Caracteriza-se pelo 
chamamento do receptor da mensagem, seja ele 
imaginário ou não. A introdução da apóstrofe 
interrompe a linha de pensamento do discurso, 
destacando-se assim a entidade a que se dirige e 
a ideia que se pretende pôr em evidência com tal 
invocação. Realiza-se por meio do 
vocativo. Exemplos: 
 
Trabalhando pela sua conquista. 
 
 
Português 
13 
Moça, que fazes aí parada? 
"Pai Nosso, que estais no céu..." 
 
"Liberdade, Liberdade, 
Abre as asas sobre nós, 
Das lutas, na tempestade, 
Dá que ouçamos tua voz..." (Osório 
Duque Estrada) 
GRADAÇÃO 
 Consiste em dispor as ideias por meio de 
palavras, sinônimas ou não, em ordem 
crescente ou decrescente. Quando a 
progressão é ascendente, temos o clímax; 
quando é descendente, o anticlímax. Observe 
este exemplo: 
Havia o céu, havia a terra, muita gente e 
mais Joana com seus olhos claros e 
brincalhões... 
O objetivo do narrador é mostrar a expressividade 
dos olhos de Joana. Para chegar a esse detalhe, 
ele se refere ao céu, à terra, às pessoas e, 
finalmente, a Joana e seus olhos. Nota-se que o 
pensamento foi expresso em ordem decrescente 
de intensidade. Outros exemplos: 
"Vive só para mim, só para a minha vida, 
só para meu amor". (Olavo Bilac) 
"O trigo... nasceu, cresceu, espigou, 
amadureceu, colheu-se." (Padre Antônio 
Vieira) 
FIGURAS DE CONSTRUÇÃO OU SINTÁTICAS 
As figuras de construção ocorrem quando 
desejamos atribuir maior expressividade ao 
significado. Assim, a lógica da frase é substituída 
pela maior expressividade que se dá ao sentido. 
ELIPSE 
Consiste na omissão de um ou mais termos 
numa oração que podem ser facilmente 
identificados, tanto por elementos gramaticais 
presentes na própria oração, quanto pelo 
contexto. Exemplos: 
1) A cada um o que é seu. (Deve se dar a 
cada um o que é seu.) 
2) Tenho duas filhas, um filho e amo 
todos da mesma maneira. (Nesse 
exemplo, as desinências verbais 
de tenho e amo permitem-nos a 
identificação do sujeito em elipse "eu".) 
3) Regina estava atrasada. Preferiu ir 
direto para o trabalho. (Ela, Regina, 
preferiu ir direto para o trabalho, pois 
estava atrasada.) 
4) As rosas florescem em maio, as 
margaridas em agosto. (As 
margaridas florescem em agosto.) 
ZEUGMA 
Zeugma é uma forma de elipse. Ocorre quando é 
feita a omissão de um termo já mencionado 
anteriormente. Exemplos: 
Ele gosta de geografia; eu, de português. 
Na casa dela só havia móveis antigos; na 
minha, só móveis modernos. 
Ela gosta de natação; eu, de vôlei. 
No céu há estrelas; na terra, você. 
SILEPSE 
A silepse é a concordância que se faz com o 
termo que não está expresso no texto, mas sim 
com a ideia que ele representa. É uma 
concordância anormal, psicológica, espiritual, 
latente, porque se faz com um termo oculto, 
facilmente subentendido. Há três tipos de silepse: 
de gênero, número e pessoa. 
SILEPSE DE GÊNERO 
Os gêneros são masculinos e femininos. Ocorre 
a silepse de gênero quando a concordância se 
faz com ideia que o termo comporta. Exemplos: 
1) A bonita Porto Velho sofreu mais uma vez com 
o calor intenso. 
Nesse caso, o adjetivo bonita não está 
concordando com o termo Porto Velho, que 
gramaticalmente pertence ao gênero masculino, 
mas com a ideia contida no termo (a cidade de 
Porto Velho). 
 
2) Vossa excelência está preocupado. 
Nesse exemplo, o adjetivo preocupado concorda 
com o sexo da pessoa, que nesse caso é 
masculino, e não com o termo Vossa excelência. 
SILEPSE DE NÚMERO 
Os números são singulares e plurais. A silepse 
de número ocorre quando o verbo da oração não 
concorda gramaticalmente com o sujeito da 
oração, mas com a ideia que nele está 
contida. Exemplos: 
A procissão saiu. Andaram por todas as ruas da 
cidade de Salvador. 
Como vai a turma? Estão bem? 
O povo corria por todos os lados 
e gritavam muito alto. 
Note que nos exemplos acima, os 
verbos andaram, estão e gritavam não 
concordam gramaticalmente com os sujeitos das 
orações (que se encontram no 
singular, procissão, turma e povo, 
respectivamente), mas com a ideia de pluralidade 
que neles está contida. Procissão, turma e povo 
dão a ideia de muita gente, por isso que os 
verbos estão no plural. 
 
 
Trabalhando pela sua conquista. 
 
Português 
14 
SILEPSE DE PESSOA 
Três são as pessoas gramaticais: a primeira, a 
segunda e a terceira. A silepse de pessoa ocorre 
quando há um desvio de concordância. O verbo, 
mais uma vez, não concorda com o sujeito da 
oração, mas sim com a pessoa que está inscrita 
no sujeito. 
Exemplos: 
O que não compreendo é como 
os brasileiros persistamos em aceitar essa 
situação. 
Os agricultores temos orgulho de nosso 
trabalho. 
"Dizem que os cariocas somos poucos dados 
aos jardins públicos." (Machado de Assis) 
Observe que os 
verbos persistamos, temos e somos não 
concordam gramaticalmente com os seus sujeitos 
(brasileiros, agricultores e cariocas que estão 
na terceira pessoa), mas com a ideia que neles 
está contida (nós, os brasileiros, os agricultores e 
os cariocas). 
POLISSÍNDETO / ASSÍNDETO 
Para estudarmos essas duas figuras de 
construção, é necessário recordar um conceito 
estudado em sintaxe sobre período composto. No 
período composto por coordenação, podemos ter 
orações sindéticas ou assindéticas. A oração 
coordenada ligada por uma conjunção (conectivo) 
é sindética; a oração que não apresenta 
conectivo é assindética. 
Recordado esse conceito, podemos definir as 
duas figuras de construção: 
1) POLISSÍNDETO 
É uma figura caracterizada pela repetição 
enfática dos conectivos. Observe o exemplo: 
"Falta-lhe o solo aos pés: recua e corre, 
vacila e grita, 
luta e ensanguenta, e rola, e tomba, e se 
espedaça, e morre." (Olavo Bilac) 
 
"Deus criou o sol e a lua e as estrelas. E fez o 
homem e deu-lhe inteligência e fê-lo chefe da 
natureza. 
2) ASSÍNDETO 
É uma figura caracterizada pela ausência, 
pela omissão das conjunções coordenativas, 
resultando no uso de orações coordenadas 
assindéticas. Exemplos: 
Tens casa, tens roupa, tens amor, tens família. 
"Vim, vi, venci." (Júlio César) 
PLEONASMO 
Consiste na repetição de um termo ou ideia, com 
as mesmas palavras ou não. A finalidade do 
pleonasmo é realçar a ideia, torná-la 
mais expressiva. Veja este exemplo: 
O problema da violência, é necessário resolvê-
lo logo. 
 
Nesta oração, os termos "o problema da 
violência" e "lo" exercem a mesma função 
sintática: objeto direto. Assim, temos um 
pleonasmo do objeto direto, sendo o 
pronome "lo" classificado como objeto direto 
pleonástico. 
Outro exemplo: 
Aos funcionários, não lhes interessam 
tais medidas. 
Aos funcionários, lhes = Objeto Indireto 
Nesse caso, há um pleonasmo do objeto indireto, 
e o pronome "lhes" exerce a função de objeto 
indireto pleonástico. 
Exemplos: 
"Vi, claramente visto, o lumo vivo." (Luís 
de Camões) 
 
"Ó mar salgado, quanto do teusal são lágrimas 
de Portugal." (Fernando Pessoa) 
 
"E rir meu riso." (Vinícius de Moraes) 
 
"O bicho não era um cão, 
 
Não era um gato, 
 
Não era um rato. 
 
O bicho, meu Deus, era um homem." (Manuel 
Bandeira) 
Observação: o pleonasmo só tem 
razão de ser quando confere mais vigor à 
frase; caso contrário, torna-se um pleonasmo 
vicioso. Exemplos: 
Vi aquela cena com meus próprios 
olhos. 
Vamos subir para cima. 
ANÁFORA 
É a repetição de uma ou mais palavras 
no início de várias frases, criando assim, um 
efeito de reforço e de coerência. Pela repetição, a 
palavra ou expressão em causa é posta em 
destaque, permitindo ao escritor valorizar 
determinado elemento textual. Os termos 
anafóricos podem muitas vezes ser substituídos 
por pronomes relativos. Assim, observe o 
exemplo abaixo: 
Encontrei um amigo ontem. Ele disse-me 
que te conhecia. O termo ele é um termo 
 
Trabalhando pela sua conquista. 
 
 
Português 
15 
anafórico, já que se refere a um 
amigo anteriormente referido. Observe outro 
exemplo: 
"Se você gritasse 
Se você gemesse, 
Se você tocasse 
a valsa vienense 
Se você dormisse, 
Se você cansasse, 
Se você morresse... 
Mas você não morre, 
Você é duro José!" (Carlos Drummond de 
Andrade) 
ANACOLUTO 
Consiste na mudança da construção 
sintática no meio da frase, ficando alguns termos 
desligados do resto do período. Veja o exemplo: 
Esses alunos da escola, não se pode 
duvidar deles. 
A expressão "esses alunos da escola" deveria 
exercer a função de sujeito. No entanto, há uma 
interrupção da frase e essa expressão fica à 
parte, não exercendo nenhuma função sintática. 
O anacoluto também é chamado de "frase 
quebrada", pois corresponde a uma interrupção 
na sequência lógica do pensamento. 
Exemplos: 
O Alexandre, as coisas não lhe estão 
indo muito bem. 
A velha hipocrisia, recordo-me dela com 
vergonha. (Camilo Castelo Branco) 
Obs.: o anacoluto deve ser usado com 
finalidade expressiva em casos muito 
especiais. Em geral, deve-se evitá-lo. 
HIPÉRBATO / INVERSÃO 
É a inversão da estrutura frásica, isto é, a 
inversão da ordem direta dos termos da 
oração. Exemplos: 
São como cristais as palavras. (Na ordem 
direta seria: As palavras são como 
cristais.) 
Dos meus problemas cuido eu! (Na 
ordem direta seria: Eu cuido dos meus 
problemas.) 
FIGURAS DE SOM 
ALITERAÇÃO 
Consiste na repetição de consoantes como 
recurso para intensificação do ritmo ou como 
efeito sonoro significativo. Exemplos: 
Três pratos de trigo 
para três tigres tristes. 
 
O rato roeu a roupa do rei de Roma. 
 
"Vozes veladas, veludosas vozes, 
 
Volúpias dos violões, vozes veladas 
 
Vagam nos velhos vórtices velozes 
 
Dos ventos, vivas, vãs, vulcanizadas." 
 Cruz e Souza 
(Aliteração em "v") 
ASSONÂNCIA 
Consiste na repetição ordenada de sons 
vocálicos idênticos. Exemplos: 
"Sou um mulato nato no sentido lato 
mulato democrático do litoral." 
ONOMATOPEIA 
Ocorre quando se tentam reproduzir na forma de 
palavras os sons da realidade. Exemplos: 
Os sinos faziam blem, blem, blem, blem. 
Miau, miau. (Som emitido pelo gato) 
Tic-tac, tic-tac fazia o relógio da sala de 
jantar. 
Cócórócócó, fez o galo às seis da 
manhã. 
 
 
9. RECURSOS DE ARGUMENTAÇÃO 
 
Interpretar (coerentemente e relacionado todas 
as informações), organizar (coesão, progressão 
textual, encadeamento de ideias, evitar 
digressões), relacionar (seu projeto de texto 
defendendo seu ponto de vista – informações mal 
articuladas podem gerar contradições ou parecer 
aleatórias na construção dos argumentos). 
Vejamos os recursos argumentativos que nos 
ajudam a colocar essas habilidades em prática. 
Um argumento é uma manifestação linguística 
construída por enunciados que, relacionados, 
conduzem a uma conclusão. Este argumento 
deve ser elaborado de maneira que produza um 
efeito de sentido de objetividade. 
 
Argumento de autoridade 
Significa basear uma afirmação no saber notório 
de uma autoridade reconhecida em determinada 
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Trabalhando pela sua conquista. 
 
Português 
16 
área de conhecimento. É uma maneira de trazer 
para o enunciado a credibilidade da autoridade 
citada. 
 
Argumento de consenso 
São enunciados que não exigem demonstração 
ou provas porque seu conteúdo é aceito como 
válido por consenso dentro de um espaço 
sociocultural. Quando você afirma que “investir 
em educação é necessário para a erradicação da 
desigualdade social”, trata-se de um consenso, 
pois todos pensam da mesma forma. Cabe 
destacar que é preciso ser econômico ao usar 
esse recurso, afinal, trata-se de argumentos que 
“todos” já conhecem. 
 
Argumento de provas concretas 
É a comprovação pela experiência ou observação 
por meio da apresentação de dados 
documentados, informações que confirmam a 
validade do que você afirma. Os textos 
jornalísticos são os que mais utilizam esse 
recurso. Esses dados podem vir de 
levantamentos estatísticos, relatórios e 
pesquisas. No entanto, para um argumento ter 
força e credibilidade, a fonte usada deve ser 
confiável. É um recurso com grande poder de 
persuasão, pois relaciona o tema com fatos da 
realidade e demonstra que o candidato tem 
conhecimento. 
 
Argumentos de ilustração 
É o uso de exemplos para comprovar uma 
afirmação. Aqui se demonstra que a ideia 
apresentada não fica só na teoria, ela acontece 
no mundo “real” de fato. No então, também é 
preciso ser econômico e não fazer parágrafos 
inteiros de exemplos, isso seria tangenciar o 
tema. Reserve seus exemplos para o último 
período do parágrafo. 
 
 
Argumentação lógica 
Baseia-se na operação de raciocínios lógicos, 
como as implicações de causa e consequência, 
analogia ou condição. Se você escreve, por 
exemplo, uma redação sobre o aumento da 
violência nos centros urbanos, podemos indicar a 
pobreza e a desigualdade social como causas, e 
a sensação de insegurança das classes mais 
abastadas como consequência. 
 
Argumentação de competência linguística 
Trata-se de adequar as competências de 
linguagem do enunciador para aproximar-se do 
interlocutor ou público-alvo. Na redação do Enem, 
por exemplo, é importante o domínio na língua 
padrão. 
 
10. COESÃO E COERÊNCIA TEXTUAIS 
 
Para que um texto tenha o seu sentido completo, ou seja, transmita a mensagem 
pretendida, é necessário que esteja coerente e coeso. Para compreender um pouco melhor os conceitos 
de Coerência textual e de Coesão textual, e também para distingui-los, vejamos: 
O que é coesão textual? 
Quando falamos de COESÃO textual, falamos a respeito dos mecanismos linguísticos que permitem uma 
sequência lógico-semântica entre as partes de um texto, sejam elas palavras, frases, parágrafos, etc. Entre 
os elementos que garantem a coesão de um texto, temos: 
A. as referências e as reiterações: Este tipo de coesão acontece quando um termo faz referência a 
outro dentro do texto, quando reitera algo que já foi dito antes ou quando uma palavra é substituída 
por outra que possui com ela alguma relação semântica. Alguns destes termos só podem ser 
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Trabalhando pela sua conquista. 
 
 
Português 
17 
compreendidos mediante estas relações com outros termos do texto, como é o caso da anáfora e 
da catáfora. 
B. as substituições lexicais (elementos que fazem a coesão lexical): este tipo de coesão acontece 
quando um termo é substituído por outro dentro do texto, estabelecendo com ele uma relação de 
sinonímia, antonímia, hiponímia ou hiperonímia, ou mesmo quando há a repetição da mesma 
unidade lexical (mesma palavra). 
C. os conectores (elementos que fazem a coesão interfrástica): Estes elementos coesivos 
estabelecem as relações de dependência e ligação entre os termos, ou seja, são conjunções, 
preposições e advérbios conectivos. 
D. a correlação dos verbos (coesão temporal e aspetual): consiste na correta utilização dos tempos 
verbais, ordenando assim os acontecimentos de uma forma lógica e linear, que irá permitir a 
compreensão da sequência dos mesmos. 
São os elementos coesivos de um texto que permitem as articulações e ligações entre suas diferentes 
partes, bem como a sequenciação das ideias. 
O que é coerência textual? 
Quando falamos em COERÊNCIA textual, falamos acerca da significação do texto, e não mais dos 
elementos estruturais que o compõem. Um texto pode estar perfeitamente coeso, porém incoerente. É o 
caso do exemplo abaixo: 
"As ruas estão molhadas porque não choveu" 
Há elementos coesivos no texto acima, como a conjunção, a sequência lógica dos verbos, enfim, do ponto 
de vista da COESÃO, o texto não tem nenhum problema. Contudo, ao ler o que diz o texto, percebemos 
facilmente que há uma incoerência, pois se as ruas estão molhadas, é porque alguém molhou, ou a chuva, 
ou algum outro evento. Não ter chovido não é o motivo de as ruas estarem molhadas. O texto 
está incoerente. 
Podemos entender melhor a coerência compreendendo os seus três princípios básicos: 
1. Princípio da Não Contradição: em um texto não se pode ter situações ou ideias que se 
contradizem entre si, ou seja, que quebram a lógica. 
2. Princípio da Não Tautologia: Tautologia é um vício de linguagem que consiste n a repetição de 
alguma ideia, utilizando palavras diferentes. Um texto coerente precisa transmitir alguma 
informação, mas quando há repetição excessiva de palavras ou termos, o texto corre o risco de 
não conseguir transmitir a informação. Caso ele não construa uma informação ou mensagem 
completa, então ele será incoerente 
3. Princípio da Relevância: Fragmentos de textos que falam de assuntos diferentes, e que não se 
relacionam entre si, acabam tornando o texto incoerente, mesmo que suas partes contenham certa 
coerência individual. Sendo assim, a representação de ideias ou fatos não relacionados entre si, 
fere o princípio da relevância, e trazem incoerência ao texto. 
Outros dois conceitos importantes para a construção da coerência textual são a CONTINUIDADE 
TEMÁTICA e a PROGRESSÃO SEMÂNTICA. 
Há quebra de continuidade temática quando não se faz a correlação entre uma e outras partes do texto 
(quebrando também a coesão). A sensação é que se mudou o assunto (tema) sem avisar ao leitor. 
Já a quebra da progressão semântica acontece quando não há a introdução de novas informações para dar 
sequência a um todo significativo (que é o texto). A sensação do leitor é que o texto é demasiadamente 
prolixo, e que não chega ao ponto que interessa, ao objetivo final da mensagem. 
Em resumo, podemos dizer que a COESÃO trata da conexão harmoniosa entre as partes do texto, do 
parágrafo, da frase. Ela permite a ligação entre as palavras e frases, fazendo com que um dê sequência 
lógica ao outro. A COERÊNCIA, por sua vez, é a relação lógica entre as ideias, fazendo com que umas 
complementem as outras, não se contradigam e formem um todo significativo que é o texto. 
Vale salientar também que há muito para se estudar sobre coerência e coesão textuais, e que cada um dos 
conceitos apresentados acima podem e devem ser melhor investigados para serem melhor compreendidos. 
 
 
 
 
11. SIGNIFICAÇÃO DE PALAVRAS E EXPRESSÕES NO TEXTO 
 
http://www.infoescola.com/portugues/anafora-e-catafora/
http://www.infoescola.com/portugues/anafora-e-catafora/
http://www.infoescola.com/portugues/tempos-verbais/
http://www.infoescola.com/portugues/tempos-verbais/
http://www.infoescola.com/redacao/coesao-e-coerencia-textual/
http://www.infoescola.com/redacao/coesao-e-coerencia-textual/
http://www.infoescola.com/redacao/coesao-e-coerencia-textual/
Entendemos por semântica, a ciência que estuda 
o significado das palavras. 
 
Quando analisamos algumas expressões 
(considerando a concepção e bagagem cultural 
de cada um), percebemos que há palavras que 
possuem uma semântica muito intensa, ou seja, 
com várias possibilidades de interpretações. 
 
É importante frisar que mesmo elas possuindo 
semelhança na grafia e nos sons, são divergentes 
no sentido, deixando a diferenciação ser notada 
apenas pelo contexto em que elas estão 
envolvidas. 
 
 
Significação das Palavras 
Quanto à significação, as palavras são divididas 
nas seguintes categorias: 
Sinônimos 
As palavras que possuem significados próximos 
são chamadas sinônimos. Exemplos: 
casa - lar - moradia - residência 
longe - distante 
delicioso - saboroso 
carro - automóvel 
Observe que o sentido dessas palavras 
são próximos, mas não são exatamente 
equivalentes. Dificilmente encontraremos um 
sinônimo perfeito, uma palavra que signifique 
exatamente a mesma coisa que outra. 
Há uma pequena diferença de significado entre 
palavras sinônimas. Veja que, 
embora casa e lar sejam sinônimos, ficaria 
estranho se falássemos a seguinte frase: 
Comprei um novo lar. 
Obs.: o uso de palavras sinônimas pode ser 
de grande utilidade nos processos de 
retomada de elementos que inter-relacionam 
as partes dos textos. 
Antônimos 
São palavras que possuem significados opostos, 
contrários. Exemplos: 
mal / bem 
ausência / presença 
fraco / forte 
claro / escuro 
subir / descer 
cheio / vazio 
possível / impossível 
Polissemia 
Polissemia é a propriedade que uma mesma 
palavra tem de apresentar mais de um significado 
nos múltiplos contextos em que aparece. Veja 
alguns exemplos de palavras polissêmicas: 
cabo (posto militar, acidente geográfico, 
cabo da vassoura, da faca) 
banco (instituição comercial financeira, 
assento) 
manga (parte da roupa, fruta) 
Homônimos 
São palavras que possuem a mesma pronúncia (algumas vezes, a mesma grafia), mas significados 
diferentes. Veja alguns exemplos no quadro abaixo: 
acender (colocar fogo) ascender (subir) 
acento (sinal gráfico) assento (local onde se senta) 
acerto (ato de acertar) asserto (afirmação) 
apreçar (ajustar o preço) apressar (tornar rápido) 
bucheiro (tripeiro) buxeiro (pequeno arbusto) 
bucho (estômago) buxo (arbusto) 
caçar (perseguir animais) cassar (tornar sem efeito)cegar (deixar cego) segar (cortar, ceifar) 
cela (pequeno quarto) sela (forma do verbo selar; arreio) 
censo (recenseamento) senso (entendimento, juízo) 
 
Trabalhando pela sua conquista. 
 
 
Português 
19 
céptico (descrente) séptico (que causa infecção) 
cerração (nevoeiro) serração (ato de serrar) 
cerrar (fechar) serrar (cortar) 
cervo (veado) servo (criado) 
chá (bebida) xá (antigo soberano do Irã) 
cheque (ordem de pagamento) xeque (lance no jogo de xadrez) 
círio (vela) sírio (natural da Síria) 
cito (forma do verbo citar) sito (situado) 
concertar (ajustar, combinar) consertar (reparar, corrigir) 
concerto (sessão musical) conserto (reparo) 
coser (costurar) cozer (cozinhar) 
esotérico (secreto) exotérico (que se expõe em público) 
espectador (aquele que assiste) 
expectador (aquele que tem esperança, que 
espera) 
esperto (perspicaz) experto (experiente, perito) 
espiar (observar) expiar (pagar pena) 
espirar (soprar, exalar) expirar (terminar) 
estático (imóvel) extático (admirado) 
esterno (osso do peito) externo (exterior) 
estrato (camada) extrato (o que se extrai de algo) 
estremar (demarcar) extremar (exaltar, sublimar) 
incerto (não certo, impreciso) inserto (inserido, introduzido) 
incipiente (principiante) insipiente (ignorante) 
laço (nó) lasso (frouxo) 
ruço (pardacento, grisalho) russo (natural da Rússia) 
tacha (prego pequeno) taxa (imposto, tributo) 
 
 
Trabalhando pela sua conquista. 
 
Português 
20 
tachar (atribuir defeito a) taxar (fixar taxa) 
Homônimos Perfeitos 
Possuem a mesma grafia e o mesmo som. 
Por Exemplo: 
Eu cedo este lugar para a professora. (cedo = 
verbo) 
Cheguei cedo para a entrevista. (cedo = advérbio 
de tempo) 
Atenção: 
Existem algumas palavras que possuem 
a mesma escrita (grafia), mas a pronúncia e o 
significado são sempre diferentes. Essas 
palavras são chamadas de homógrafas e são 
uma subclasse dos homônimos. Observe os 
exemplos: 
almoço (substantivo, nome da refeição) 
almoço (forma do verbo almoçar na 1ª 
pessoa do sing. do tempo presente do 
modo indicativo) 
 
gosto (substantivo) 
gosto (forma do verbo gostar na 1ª 
pessoa do sing. do tempo presente do 
modo indicativo) 
 
Parônimos 
É a relação que se estabelece entre palavras que possuem significados diferentes, mas são muito 
parecidas na pronúncia e na escrita. Veja alguns exemplos no quadro abaixo. 
absolver (perdoar, inocentar) absorver (aspirar, sorver) 
apóstrofe (figura de linguagem) apóstrofo (sinal gráfico) 
aprender (tomar conhecimento) apreender (capturar, assimilar) 
arrear (pôr arreios) arriar (descer, cair) 
ascensão (subida) assunção (elevação a um cargo) 
bebedor (aquele que bebe) bebedouro (local onde se bebe) 
cavaleiro (que cavalga) cavalheiro (homem gentil) 
comprimento (extensão) cumprimento (saudação) 
deferir (atender) diferir (distinguir-se, divergir) 
delatar (denunciar) dilatar (alargar) 
descrição (ato de descrever) discrição (reserva, prudência) 
descriminar (tirar a culpa) discriminar (distinguir) 
despensa (local onde se guardam mantimentos) dispensa (ato de dispensar) 
docente (relativo a professores) discente (relativo a alunos) 
emigrar (deixar um país) imigrar (entrar num país) 
 
Trabalhando pela sua conquista. 
 
 
Português 
21 
eminência (elevado) iminência (qualidade do que está iminente) 
eminente (elevado) iminente (prestes a ocorrer) 
esbaforido (ofegante, apressado) espavorido (apavorado) 
estada (permanência em um lugar) estadia (permanência temporária em um lugar) 
flagrante (evidente) fragrante (perfumado) 
fluir (transcorrer, decorrer) fruir (desfrutar) 
fusível (aquilo que funde) fuzil (arma de fogo) 
imergir (afundar) emergir (vir à tona) 
inflação (alta dos preços) infração (violação) 
infligir (aplicar pena) infringir (violar, desrespeitar) 
mandado (ordem judicial) mandato (procuração) 
peão (aquele que anda a pé, domador de 
cavalos) 
pião (tipo de brinquedo) 
precedente (que vem antes) procedente (proveniente; que tem fundamento) 
ratificar (confirmar) retificar (corrigir) 
recrear (divertir) recriar (criar novamente) 
soar (produzir som) suar (transpirar) 
sortir (abastecer, misturar) surtir (produzir efeito) 
sustar (suspender) suster (sustentar) 
tráfego (trânsito) tráfico (comércio ilegal) 
vadear (atravessar a vau) vadiar (andar ociosamente) 
 
 
 
 
12. SUBSTITUIÇÃO DE PALAVRAS E DA EXPRESSÕES NO TEXTOS 
 
Há diversas formas de se garantir a coesão entre 
os elementos de uma frase ou de um texto: 
1. Substituição de palavras com o emprego de 
sinônimos, ou de palavras ou expressões do 
mesmo campo associativo. 
2. Normalização – emprego alternativo entre um 
verbo, o substantivo ou o adjetivo correspondente 
(desgastar / desgaste / desgastante). 
3. Repetição na ligação semântica dos termos, 
empregada como recurso estilístico de intenção 
articulatória, e não uma redundância - resultado 
 
 
Trabalhando pela sua conquista. 
 
Português 
22 
da pobreza de vocabulário. Por exemplo, 
“Grande no pensamento, grande na ação, grande 
na glória, grande no infortúnio, ele morreu 
desconhecido e só.” (Rocha Lima) 
4. Uso de hipônimos – relação que se estabelece 
com base na maior especificidade do significado 
de um deles. Por exemplo, mesa (mais 
específico) e móvel (mais genérico). 
5. Emprego de hiperônimos - relações de um 
termo de sentido mais amplo com outros de 
sentido mais específico. Por exemplo, felino está 
numa relação de hiperonímia com gato. 
6. Substitutos universais, como os verbos vicários 
(ex.: Necessito viajar, porém só o farei no ano 
vindouro) A coesão apoiada na gramática dá-se 
no uso de conectivos, como certos pronomes, 
certos advérbios e expressões adverbiais, 
conjunções, elipses, entre outros. A elipse se 
justifica quando, ao remeter a um enunciado 
anterior, a palavra elidida é facilmente 
identificável (Ex.: O jovem recolheu-se cedo. ... 
Sabia que ia necessitar de todas as suas forças. 
O termo o jovem deixa de ser repetido e, assim, 
estabelece a relação entre as duas orações.). 
Dêiticos são elementos linguísticos que têm a 
propriedade de fazer referência ao contexto 
situacional ou ao próprio discurso. Exercem, por 
excelência, essa função de progressão textual, 
dada sua característica: são elementos que não 
significam, apenas indicam, remetem aos 
componentes da situação comunicativa. 
Já os componentes concentram em si a 
significação. Elisa Guimarães (2) nos ensina a 
esse respeito: 
“Os pronomes pessoais e as desinências verbais 
indicam os participantes do ato do discurso. Os 
pronomes demonstrativos, certas locuções 
prepositivas e adverbiais, bem como os advérbios 
de tempo, referenciam o momento da 
enunciação, podendo indicar simultaneidade, 
anterioridade ou posterioridade. 
Assim: este, agora, hoje, neste momento 
(presente); ultimamente, recentemente, ontem, há 
alguns dias, antes de (pretérito); de agora em 
diante, no próximo ano, depois de (futuro).” 
Esse conceito será de grande valia quando 
tratarmos do uso dos pronomes demonstrativos. 
Somente a coesão, contudo, não é suficiente para 
que haja sentido no texto, esse é o papel da 
coerência, e coerência se relaciona intimamente a 
contexto. 
Como nosso intuito nesta página é a 
apresentação de conceitos, sem aprofundá-los 
em demasia, bastam-nos essas informações. 
Vejamos como o examinador tem abordado o 
assunto: 
(PROVA AFTN/RN) 
Assinale a opção em que a estrutura sugerida 
para preenchimento da lacuna correspondente 
provoca defeito de coesão e incoerência nos 
sentidos do texto. 
A violência no País há muito ultrapassou todos os 
limites. ___1___ dados recentes mostram o Brasil 
como um dos países mais violentos do mundo, 
levando-se em conta o risco de morte por 
homicídio. 
Em 1980, tínhamos uma média de, 
aproximadamente, doze homicídios por cem mil 
habitantes. ___2___, nas duas décadas 
seguintes, o grau de violência intencional 
aumentou, chegando a mais do que o dobro do 
índice verificado em1980 – 121,6% –, ___3___, 
ao final dos anos 90 foi superado o patamar de 25 
homicídios por cem mil habitantes. ___4___, o 
PIB por pessoa em idade de trabalho decresceu 
26,4%, isto é, em média, a cada queda de 1% do 
PIB a violência crescia mais do que 5% entre os 
anos 1980 e 1990. 
Estudos do Banco Interamericano de 
Desenvolvimento mostram que os custos da 
violência consumiram, apenas no setor saúde, 
1,9% do PIB entre 1996 e 1997. ___5___ a 
vitimização letal se distribui de forma desigual: 
são, sobretudo, os jovens pobres e negros, do 
sexo masculino, entre 15 e 24 anos, que têm 
pago com a própria vida o preço da escalada da 
violência no Brasil. 
(Adaptado de http://www.brasil.gov.br/acoes.htm) 
a) 1 – Tanto é assim que 
b) 2 – Lamentavelmente 
c) 3 – Ou seja 
d) 4 – Simultaneamente 
e) 5 – Se bem que 
COMENTÁRIO: As lacunas no texto ocultam 
palavras e expressões que atuam como 
conectores – ligam orações estabelecendo 
relações semânticas entre os períodos. A banca 
sugere algumas opções de preenchimento. 
Dessas, a única que não atende ao solicitado é a 
de número 5, uma vez que a expressão “Se bem 
que” deveria introduzir uma oração de valor 
concessivo, estabelecendo, assim, ideia contrária 
à que foi apresentada até então pelo texto. 
Verifica-se, contudo, que o que se segue ratifica 
as informações anteriores ao fornecer dados 
complementares às estatísticas sobre homicídios. 
Sendo aceita a sugestão da banca, a coerência 
textual seria prejudicada. Por isso, o gabarito é a 
opção E. 
 
13. ESTRUTURA E FORMAÇÃO DE PALAVRAS - VALOR DOS AFIXOS E DOS RADICAIS 
 
Observe as seguintes palavras: 
escol-a 
escol-ar 
escol-arização 
escol-arizar 
sub-escol-arização 
Observando-as, percebemos que há um elemento 
comum a todas elas: a forma escol-. Além disso, 
em todas há elementos destacáveis, 
responsáveis por algum detalhe de significação. 
Compare, por exemplo, escola e escolar: partindo 
de escola, formou-se escolar pelo acréscimo do 
elemento destacável -ar. 
Por meio desse trabalho de comparação entre as 
diversas palavras que selecionamos, podemos 
depreender a existência de diferentes elementos 
formadores. Cada um desses elementos 
formadores é uma unidade mínima de 
significação, um elemento significativo 
indecomponível, a que damos o nome de 
morfema. 
 
CLASSIFICAÇÃO DOS MORFEMAS: 
 
Radical 
 
Há um morfema comum a todas as palavras que 
estamos analisando: escol-. É esse morfema 
comum – o radical – que faz com que as 
consideremos palavras de uma mesma família de 
significação – os cognatos. O radical é a parte da 
palavra responsável por sua significação 
principal. 
 
Afixos 
 
Como vimos, o acréscimo do morfema –ar cria 
uma nova palavra a partir de escola. De maneira 
semelhante, o acréscimo dos morfemas sub- e –
arização à forma escol- criou subescolarização. 
Esses morfemas recebem o nome de afixos. 
Quando são colocados antes do radical, como 
acontece com sub-, os afixos recebem o nome 
deprefixos. Quando, como –arização, surgem 
depois do radical os afixos são chamados 
de sufixos. Prefixos e sufixos, além de operar 
mudança de classe gramatical, são capazes de 
introduzir modificações de significado no radical a 
que são acrescentados. 
 
Desinências 
 
Quando se conjuga o verbo amar, obtêm-se 
formas como amava, amavas, amava, 
amávamos, amáveis, amavam. Essas 
modificações ocorrem à medida que o verbo vai 
sendo flexionado em número (singular e plural) e 
pessoa (primeira, segunda ou terceira). Também 
ocorrem se modificarmos o tempo e o modo do 
verbo (amava, amara, amasse, por exemplo). 
Podemos concluir, assim, que existem morfemas 
que indicam as flexões das palavras. Esses 
morfemas sempre surgem no fim das palavras 
variáveis e recebem o nome de desinências. Há 
desinências nominais e desinências verbais. 
• Desinências nominais: indicam o gênero e o 
número dos nomes. Para a indicação de gênero, 
o português costuma opor as desinências -o/-a: 
garoto/garota; menino/menina 
Para a indicação de número, costuma-se utilizar o 
morfema –s, que indica o plural em oposição à 
ausência de morfema, que indica o singular: 
garoto/garotos; garota/garotas; menino/meninos; 
menina/meninas. 
No caso dos nomes terminados em –r e –z, a 
desinência de plural assume a forma -es: 
mar/mares; revólver/revólveres; cruz/cruzes. 
 
• Desinências verbais: em nossa língua, as 
desinências verbais pertencem a dois tipos 
distintos. Há aqueles que indicam o modo e o 
tempo (desinências modo-temporais) e aquelas 
que indicam o número e a pessoa dos verbos 
(desinência número-pessoais): 
cant-á-va-mos cant-á-sse-is 
cant: radical 
cant: 
radical 
-á-: vogal temática -á-: vogal temática 
-va-:desinência modo-
temporal (caracteriza o 
pretérito imperfeito do 
indicativo) 
-sse-:desinência 
modo-temporal 
(caracteriza o pretérito 
imperfeito do 
subjuntivo) 
-mos:desinência 
número-pessoal 
(caracteriza a primeira 
pessoa do plural) 
-is: desinência 
número-pessoal 
(caracteriza a segunda 
pessoa do plural) 
 
 
 
Trabalhando pela sua conquista. 
 
Português 
24 
Vogal temática 
 
Observe que, entre o radical cant- e as 
desinências verbais, surge sempre o morfema –a. 
Esse morfema, que liga o radical às desinências, 
é chamado de vogal temática. Sua função é 
ligar-se ao radical, constituindo o chamado tema. 
É ao tema (radical + vogal temática) que se 
acrescentam as desinências. Tanto os verbos 
como os nomes apresentam vogais temáticas. 
 
• Vogais temáticas nominais: São -a, -e, e -o, 
quando átonas finais, como em mesa, artista, 
busca, perda, escola, triste, base, combate. 
Nesses casos, não poderíamos pensar que essas 
terminações são desinências indicadoras de 
gênero, pois a mesa, escola, por exemplo, não 
sofrem esse tipo de flexão. É a essas vogais 
temáticas que se liga a desinência indicadora de 
plural: mesa-s, escola-s, perda-s. Os nomes 
terminados em vogais tônicas (sofá, café, cipó, 
caqui, por exemplo) não apresentam vogal 
temática. 
 
• Vogais temáticas verbais: São -a, -e e -i, que 
caracterizam três grupos de verbos a que se dá o 
nome de conjugações. Assim, os verbos cuja 
vogal temática é -a pertencem à primeira 
conjugação; aqueles cuja vogal temática é -
e pertencem à segunda conjugação e os que têm 
vogal temática -i pertencem à terceira 
conjugação. 
 
 
primeira 
conjugação 
segunda 
conjugação 
terceira 
conjugação 
govern-a-
va 
estabelec-
e-sse 
defin-i-ra 
atac-a-va cr-e-ra 
imped-i-
sse 
realiz-a-
sse 
mex-e-rá ag-i-mos 
 
Vogal ou consoante de ligação 
 
As vogais ou consoantes de ligação são 
morfemas que surgem por motivos eufônicos, ou 
seja, para facilitar ou mesmo possibilitar a leitura 
de uma determinada palavra. Temos um exemplo 
de vogal de ligação na palavra escolaridade: o -i-
 entre os sufixos -ar- e -dade facilita a emissão 
vocal da palavra. Outros exemplos: gasômetro, 
alvinegro, tecnocracia, paulada, cafeteira, 
chaleira, tricota. 
 
14. FONOLOGIA: CONCEITO DE FONEMAS. 
RELAÇÕES ENTRE FONEMAS E GRAFIAS 
ENCONTRO VOCÁLICOS E CONSONANTAIS 
 
A palavra fonologia é formada pelos elementos gregos fono ("som, voz") e log, logia ("estudo", 
"conhecimento"). Significa literalmente "estudo dos sons" ou "estudo dos sons da voz". 
O homem, ao falar, emite sons. Cada indivíduo tem uma maneira própria de realizar esses sons no ato da 
fala. Essas particularidades na pronúncia de cada falante são estudadas pela fonética. 
Dá-se o nome de fonema ao menor elemento sonoro capaz de estabelecer uma distinção de significado 
entre as palavras. Observe, nos exemplos a seguir, os fonemas que marcam a distinção entre os pares 
de palavras: 
amor - ator 
morro - corro 
vento - cento 
Cada segmento sonoro se refere a um dado da língua portuguesa que está em sua memória: a imagem 
acústica que você, como falante de português, guarda de cada um deles. É essa imagem acústica, esse 
referencial de padrão sonoro, que constitui o fonema. Os fonemas formam os significantes dos signos

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