Buscar

MÓDULO DE ENVELHECIMENTO - PROBLEMA 10 - PELE DO IDOSO

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 5 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

PROBLEMA 10: SIST. TEGUMENTAR DO IDOSO
1-Explicar as mudanças do tecido tegumentar durante o processo de envelhecimento (Morfofuncionais)
Clinicamente, o envelhecimento intrínseco se expressa como uma pele seca, enrugada, flácida e algumas neoplasias benignas. Além disso, existe maior possibilidade de formação de bolhas traumáticas devido ao achatamento da junção dermoepidérmica. Histologicamente, ainda ocorrem diminuição da espessura da epiderme, atipia nuclear ocasional, redução no número de melanócitos (cerca de 10 a 20% por década de vida, resultando em menor proteção contra radiação ultravioleta) e das células de Langerhans (células efetoras do sistema imune da pele). 
Na derme, ocorre atrofia, com redução de aproximadamente 20% de sua espessura, valores menores nas áreas fotoprotegidas. Também há diminuição nas quantidades de fibroblastos, mastócitos e vasos sanguíneos, estes gradativamente com menores calibre e espessura, junto com anormalidades nas terminações nervosas. A redução da população mastocitária cutânea resulta em menor produção de histamina e consequente diminuição da resposta inflamatória da pele, inclusive após exposição solar. A diminuição do leito vascular cutâneo provoca fragilidade dos vasos sanguíneos, palidez e redução da temperatura da pele, condição facilitada pela redução da gordura dérmica. Desta forma, além de favorecer progressivas fibrose e atrofia dos anexos cutâneos, compromete a termorregulação, predispondo o idoso à hipotermia, por exemplo. 
Ultraestruturalmente, o colágeno diminui 1% ao ano, e as fibrilas colágenas remanescentes tornam-se desorganizadas, compactas e granulosas, modificando a cicatrização da pele do idoso. Sugere-se influência dos estrógenos na síntese e na degradação do colágeno, uma vez que em mulheres menopausadas sua concentração cutânea declina rapidamente. As fibras elásticas decrescem em número e em diâmetro, além de apresentarem fragmentação e calcificação progressivas. Após a 7 a década de vida, o colágeno torna-se mais rígido e menos elástico devido a alterações da substância fundamental pela diminuição dos mucopolissacarídeos, alterando adversamente o turgor cutâneo. Tal processo modifica as propriedades mecânicas cutâneas com perda progressiva da elasticidade e aumento do tempo necessário para a pele retornar à sua espessura prévia após traumas. Exceto nas áreas de melanose solar, onde se encontram alterados e hipertrofiados, os melanócitos diminuem gradativamente, havendo redução de suas funções. 
Tanto cabelos quanto pelos têm volume e diâmetro diminuídos em ambos os sexos, por atrofia e fibrose dos folículos pilosos; exceção ocorre nos supercílios, fossas nasais e orelhas externas, cujos pelos costumam ser mais grossos e alongados nos idosos. Algumas vezes, ocorre aumento da pilificação facial em mulheres idosas. Apresentando maior taxa metabólica, os cabelos perdem sua coloração antes que a pele e os pelos do corpo, resultando em canície (cabelos brancos). As glândulas sudoríparas decrescem em 15% aproximadamente, gerando uma redução da capacidade de transpiração espontânea frente ao aumento da temperatura ambiente. 
Após os 70 anos de idade, as unhas costumam apresentar sulcos longitudinais e curvatura mais convexa. As onicodistrofias (alterações das características das unhas como espessura, coloração, tamanho, adesão ao leito ungueal e consistência, por exemplo) costumam ser confundidas com infecção fúngica ungueal, uma vez que também ocorre aumento da espessura das unhas e hiperqueratose (espessamento excessivo da camada córnea) sob estas. Além disto, as unhas dos dedos dos pés podem apresentar-se distróficas por consequência de traumas locais repetidos ou de alterações ortopédicas agravadas com a idade, como a osteoartrite. Pressão crônica e trauma local sobre a unha provocam seu espessamento, contribuindo para o surgimento de onicogrifose (unha espessada em forma de garra), muitas vezes atrapalhando o uso de calçados nos idosos, predispondo-os a quedas. A onicólise (separação da lâmina ungueal do seu leito) reflete a diminuição de vascularização para porções distais dos membros, relacionada a várias doenças sistêmicas. 
Os corpúsculos de Vater-Pacini e Meissner, respectivamente responsáveis pelas sensibilidades da pele à pressão e ao tato, decrescem em 30% suas densidades sobre a pele, assim como a sensibilidade vibratória. Por outro lado, o limiar da sensibilidade dolorosa aumenta cerca de 20% com o avançar da idade, predispondo a lesões traumáticas cutâneas mais graves.
O tabagismo acelera o fotoenvelhecimento, particularmente em mulheres. A histologia da pele do fumante revela espessamento e fragmentação das fibras elásticas, similar ao que ocorre na pele fotolesada. Entretanto, neste caso a elastose solar está restrita à derme papilar, enquanto as fibras elásticas alteradas do fumante estão presentes também na derme reticular. O cigarro também é relacionado na redução do conteúdo de água da camada córnea além de acelerar a hidroxilação do estradiol, levando à redução dos níveis de estrógeno cutâneo, contribuindo para atrofia cutânea. O álcool altera a produção de enzimas e estimula a formação de radicais livres causadores do envelhecimento cutâneo, com exceção do vinho tinto, devido aos flavanoides em sua composição, presentes com potente ação antioxidante.
(TRATADO DE GERIATRIA E GERONTOLOGIA)
(BORON - FISIOLOGIA)
Histologicamente, é possível notar, na epiderme, redução na espessura em decorrência da diminuição do número de camadas celulares do estrato espinhoso. Na camada basal e espinhosa as células têm atipia nuclear e disposição desordenada. A junção dermoepidérmica sofre retificação, com esvaecimento da papila dérmica e dos cones epiteliais. Com isso, a adesão epiderme-derme é enfraquecida favorecendo maior ocorrência de traumas superficiais. Por fim, na hipoderme observa-se redução, em número e volume, das células gordurosas, podendo favorecer o surgimento das rugas e grandes pregas.
Em relação às alterações funcionais na pele idosa, evidencia-se o menor conteúdo de água pela menor quantidade de mucopolissacarídeos com o ácido hialurônico, o que interfere na compressibilidade da pele. Por fim, deve-se salientar que tanto a imunidade humoral quanto a celular é menor no idoso, que tem menos anticorpos naturais, como as isoaglutininas, e mais autoanticorpos, favorecendo o surgimento de patologias autoimunes, como penfigoide bolhoso e pênfigo vulgar.
RIVITTI, Evandro. Manual de Dermatologia Clínica de Sampaio e Rivitti. São Paulo: Artes Médicas, 2014
2- Apresentar o diagnóstico e justificar os sinais e sintomas
A asteatose, também conhecida como xerose, é o termo usado para denominar uma pele seca, descamativa, muitas vezes acompanhada de prurido, acometendo faces extensoras de membros e regiões pré-tibiais, palmares e plantares. A asteatose tem na idade avançada uma de suas causas. No inverno, há piora dos sintomas, provocada pelos banhos demorados com água quente e uso de sabonetes, comprometendo a camada córnea cutânea, assim como a baixa umidade do ambiente. Tal condição ocorre por diminuição dos lipídios intercelulares, associada à diminuição da capacidade de coesão das células da camada córnea cutânea. Trata-se a asteatose evitando-se banhos quentes e demorados e o uso de sabonete em abundância. Emolientes à base de óleo de amêndoas, de lactato de amônio ou de ureia sobre a pele ainda úmida, logo após o banho, mantêm-na hidratada e livre das complicações da asteatose.
PRÚRIDO/COCEIRA: O prurido pode manifestar-se aguda ou cronicamente. As causas mais comuns de prurido agudo são: farmacodermia, dermatite de contato e urticária. Como causas de prurido crônico são exemplos: asteatose, endocrinopatias, insuficiência renal crônica e colestase.
SANGRAMENTO: pacientes com xerose apresentam delicadas escamas brancas difusas na pele, que podem levar a fissuras e infecções bacterianas secundárias.
DIFICULDADE PARA TOMAR BANHO: O banho elimina os óleos superficiais e, por isso, a pele tende a secar. A pele seca podeficar irritada e muitas vezes coça. 
O tratamento consiste de emolientes, esteroides tópicos e anti-histamínico oral.
RIVITTI, Evandro. Manual de Dermatologia Clínica de Sampaio e Rivitti. São Paulo: Artes Médicas, 2014
3- Indicar a etiologia do caso (Fatores extrínsecos e intrínsecos)
O envelhecimento cutâneo apresenta dois componentes: intrínseco e extrínseco. O componente intrínseco está relacionado com a idade do indivíduo e a sua genética, e o extrínseco relaciona-se com a ação de fatores externos sobre a pele, como exposição solar, agentes químicos e tabagismo.
Existem medicações que ressecam a pele, como as estatinas, usadas no controle do colesterol. Mas esse efeito colateral não costuma ser frequente. Os diuréticos, usados no tratamento da hipertensão também contribuem para diminuição da oleosidade da pele.
Diabetes:
O diabético possui a pele mais frágil e seca, em decorrência das alterações provocadas pelo excesso de glicose no sistema nervoso autônomo – responsável pelo controle e produção de suor e sebo. Em casos extremos, o ressecamento excessivo pode até resultar em rachaduras.
Outra má consequência para a pele do diabético é a desidratação. Como eles tendem a urinar bastante pela necessidade fisiológica de eliminar o excesso de glicose do sangue, acabam levando o corpo a uma imensa perda de água.
A glicemia alta e a má irrigação sanguínea podem provocar complicações como perda de sensibilidade nas extremidades, cicatrização lenta, infecções (micose e frieiras), acantose nigricans (doença de pele na qual as regiões das dobras no corpo ficam escuras), pé diabético, entre outros.
https://sbdrj.org.br/a-pele-do-diabetico-merece-atencao/ 
A luz solar pode causar o ressecamento cutâneo, pois os raios UV aumentam o índice de evaporação de água na pele e, a longo prazo, podem causar o envelhecimento precoce, o que afeta a capacidade da pele em manter a hidratação adequada
4- Discutir as mudanças nas relações interpessoais com a velhice e a dificuldade de adesão ao tratamento.
Evidências recentes apontam que idosos brasileiros com avaliações negativas sobre suas relações sociais apresentam maiores chances de apresentar problemas de saúde. Em um estudo brasileiro de base populacional com 2.055 idosos da comunidade (Torres et al., 2014), foi identificado que os indivíduos com baixa frequência de encontros com amigos e que sentiam insatisfação ou indiferença quanto aos relacionamentos sociais apresentaram uma probabilidade significativamente maior de ter limitações em atividades da vida diária. Similarmente, Nunes et al. (2012) mostraram que idosos com avaliação negativa dos seus relacionamentos e que sentiam que não podiam contar com alguém em caso de doença tiveram maiores chances de autoavaliar sua saúde como ruim.
No entanto, a mera existência de uma rede social e a ocorrência de interações sociais em si não garantem o bem-estar, uma vez que idosos podem experimentar má saúde psicológica quando vivenciam relacionamentos percebidos como negativos, insatisfatórios e geradores de conflitos. Mesmo que o idoso tenha pessoas disponíveis em sua rede, tais como cônjuge e filhos, se esses relacionamentos forem malconduzidos por uma ou ambas as partes, produzindo trocas negativas, o idoso terá mais chances de desenvolver depressão (Stafford et al., 2011). Por isso, mais do que as objetivas (p. ex., o número de pessoas que compõem a rede social, a frequência de contato), as variáveis subjetivas aparecem como melhores preditores de bem-estar e saúde na velhice.
A relação causal entre relações sociais, saúde e bem-estar tem sido investigada em estudos longitudinais (Victor e Bowling, 2012; van Groenou et al., 2013). Há evidências de que melhoras nas relações interpessoais diminuem o sentimento de solidão em idosos (Victor e Bowling, 2012), assim como idosos com pior saúde têm possibilidades mais limitadas para compensar perdas em suas redes sociais (van Groenou et al., 2013). Logo, parece existir relação recíproca entre relacionamentos sociais e medidas de saúde e bem-estar, e os idosos com melhor saúde teriam mais condições de se relacionar socialmente, assim como as interações sociais positivas dos idosos trariam benefícios importantes para sua saúde e bem-estar. Outro estudo longitudinal foi conduzido na China (Li e Zhang, 2015) e confirmou a hipótese de relação bidirecional entre as variáveis: parece existir um círculo vicioso entre isolamento social e más condições de saúde, em que uma piora no quadro de saúde do idoso leva a um encolhimento de redes sociais benéficas, assim como redes sociais mais diversificadas contribuem para melhores desfechos de saúde para idosos. Logo, existem evidências consistentes na literatura que apontam para uma relação bidirecional forte entre relações interpessoais de idosos e medidas de saúde e bem-estar. (TGG)
Na tabela 9, os dados indicam que preocupação com a saúde apareceu em 40% do total de respostas sobre "má qualidade de vida". Entre os homens "não ter saúde" foi um forte indicador de má qualidade, perfazendo 50% das respostas masculinas versus 35,3% das respostas femininas. Cabe ressaltar que, quando se referiram a "não ter saúde" esta indicou saúde física e mental, e também às condições que contribuíam para o surgimento de doença, como a falta de uma alimentação adequada.
Cabe ressaltar que uma grande preocupação destes idosos foi com a perda de sua independência e autonomia. Ficar doente pareceu significar ter de depender dos outros em suas atividades mais corriqueiras, por isso, a qualidade de vida pareceu intimamente ligada a ter saúde e, portanto, a falta dela indicou uma grande desvantagem nessa fase da vida.
Podemos também pensar que a saúde está muito diretamente ligada à manutenção da vida, e perder a saúde talvez possa ser entendido como um processo de adoecimento que tem muitas desvantagens, podendo culminar na morte do indivíduo. Em nosso estudo estas questões aparecem veladas, talvez por causa do temor suscitado no plano subjetivo.

Continue navegando