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PRÁTICA SIMULADA CONSTITUCIONAL 
AÇÃO POPULAR
Conceito: É uma ação que poderá ser proposta por qualquer cidadão que vise anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas e do ônus da sucumbência. (art. 5º, inciso LXXIII da CF/88). 
Previsão legal: A ação popular está disciplinada no artigo 5º, inciso LXXIII da CF/88 e na Lei nº 4.717/65
Hipóteses de cabimento: Lesão ao patrimônio público, à moralidade administrativa, ao meio ambiente ou ao patrimônio histórico e cultural. (Artigos 2º, 3º e 4º da Lei nº 4.717/65)
Consideram-se patrimônio público os bens e direitos de valor econômico, artístico, estético, histórico ou turístico.
São nulos os atos lesivos ao patrimônio nos casos de: 
a) Incompetência: Fica caracterizada quando o ato não se incluir nas atribuições legais do agente que o praticou; 
b) Vício de forma: Consiste na omissão ou na observância incompleta ou irregular de formalidades indispensáveis à existência ou seriedade do ato; 
c) Ilegalidade do objeto: Ocorre quando o resultado do ato importa em violação de lei, regulamento ou outro ato normativo; 
d) Inexistência dos motivos: Se verifica quando a matéria de fato ou de direito, em que se fundamenta o ato, é materialmente inexistente ou juridicamente inadequada ao resultado obtido; 
e) Desvio de finalidade: Ocorre quando o agente pratica o ato visando o fim diverso daquele previsto, explícita ou implicitamente, na regra de competência.
Competência: A ação popular deverá ser proposta e julgada originariamente nos juízos de 1ª instância ordinários, federal e estadual, sendo o foro determinado conforme a pessoa jurídica em que o ato lesivo teve origem.
Mesmo quando houver réu que tem, na esfera criminal, foro por prerrogativa de função, o Juízo de 1º grau é competente para conhecer da ação popular (art. 5º da Lei 4.717/65). 
Segundo o artigo 5º da Lei 4.717/65: “Conforme a origem do ato impugnado, é competente para conhecer da ação, processá-la e julgá-la o juiz que, de acordo com a organização judiciária de cada Estado, o for para as causas que interessem à União, ao Distrito Federal, ao Estado ou ao Município”.
Partes: Autor: Cidadão (art. 1º da Lei 4.717/65). Réu: a) As pessoas cujo patrimônio se pretende proteger; b) Aqueles que causaram a lesão; c) Beneficiários diretos. (art. 6º da Lei 4.717/65). Segundo o artigo 6º, § 5º da Lei 4.717/65: “É facultado a qualquer cidadão habilitar-se como litisconsorte ou assistente do autor da ação popular”.
Prazo: O prazo para propor a ação popular é de 5 (cinco) anos. 
Fundamentação jurídica: O ato viciado deve estar elencado nos artigos 2º, 3º ou 4º, da Lei 4.717/65. Demonstrar a ilegalidade e a lesividade. 
Ministério Público: O Ministério Público acompanhará a ação popular, cabendo-lhe apressar a produção da prova e promover a responsabilidade, civil ou criminal, dos que nela incidirem, sendo-lhe vedado, em qualquer hipótese, assumir a defesa do ato impugnado ou dos seus autores.
Procedimento: A Ação Popular segue o procedimento ordinário, conforme artigo 7º da Lei 4.717/65 e com o novo Código de Processo Civil aplica-se agora o procedimento comum.
Ao despachar a inicial, o juiz ordenará: a) Além da citação dos réus, a intimação do representante do Ministério Público; b) A requisição, às entidades indicadas na petição inicial, dos documentos que tiverem sido referidos pelo autor (art. 1º, § 6º), bem como a de outros que se lhe afigurem necessários ao esclarecimento dos fatos, ficando prazos de 15 (quinze) a 30 (trinta) dias para o atendimento.  
O prazo de contestação é de 20 (vinte) dias, prorrogáveis por mais 20 (vinte), a requerimento do interessado, se particularmente difícil a produção de prova documental, e será comum a todos os interessados, correndo da entrega em cartório do mandado cumprido, ou, quando for o caso, do decurso do prazo assinado em edital.
Caso não requerida, até o despacho saneador, a produção de prova testemunhal ou pericial, o juiz ordenará vista às partes por 10 (dez) dias, para alegações, sendo-lhe os autos conclusos, para sentença, 48 (quarenta e oito) horas após a expiração desse prazo; havendo requerimento de prova, o processo tomará o rito ordinário.
 A sentença, quando não prolatada em audiência de instrução e julgamento, deverá ser proferida dentro de 15 (quinze) dias do recebimento dos autos pelo juiz.
A sentença que concluir pela carência ou pela improcedência da ação popular está sujeita ao duplo grau de jurisdição, não produzindo efeito senão depois de confirmada pelo Tribunal. Da sentença que julgar a ação procedente caberá apelação, com efeito suspensivo.
Custas: A Constituição Federal isenta o autor da ação popular de custas e de ônus de sucumbência, salvo comprovada má-fé.
MODELO DE AÇÃO POPULAR
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA VARA FEDERAL DE___ DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DE SÃO PAULO - SP.
(10 linhas)
					NOME DO AUTOR, (nacionalidade), (estado civil), (profissão), portador da cédula de identidade n°..., inscrito no CPF/MF ou CNPJ/MF n °..., endereço eletrônico, domiciliado à rua....nº..., no bairro de...., CEP:....., na condição de cidadão com pleno gozo dos seus direito políticos, conforme título de eleitor número..... em anexo, (respeitar esta ordem de qualificação completa conforme art. 319, inc. II CPC), vem, respeitosamente, perante Vossa Excelência, por seu advogado ao final subscrito, com endereço profissional na..., bairro..., cidade..., Estado..., que indica para os fins do artigo 77, inciso V do Código de Processo Civil, com fundamento no artigo 5º, LXXIII, da Constituição Federal e na Lei nº 4.717/65, propor AÇÃO POPULAR COM PEDIDO LIMINAR, em face de (fulano de tal) da empresa (NOME DO RÉU), (se for pessoa jurídica indicar se de direito privado, público interno ou público externo), inscrita no CNPJ/MF n °..., endereço eletrônico, com sede à rua...”pelos fundamentos de fato e de direito a seguir expostos: 
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PRIORIDADE NA TRAMITAÇÃO (QUANDO COUBER)
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GRATUIDADE DE JUSTIÇA: Justificar que a Constituição Federal isenta o autor da ação popular de custas e de ônus de sucumbência, salvo comprovada má-fé.
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DOS FATOS: Fazer uma apertada síntese dos fatos, com todas as suas circunstâncias, sem inventar dados. Expor os fatos ensejadores da ação popular. 
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DA LIMINAR: Fundamentação do pedido de Liminar (art. 5º, § 4º da Lei nº 4.717/65) para sustar liminarmente o ato lesivo impugnado. Trabalhar o fumus boni iuris e o periculum in mora.
DO DIREITO 
Narrar a fundamentação jurídica pertinente ao caso concreto (dispositivo legal), evidenciando a necessidade da ação popular. 
Nesse sentido é a doutrina: (inserir a doutrina, usar recuo de margem (esquerda) por se tratar de citação, identificar o doutrinador e sua obra)
Nesse sentido é a jurisprudência do Egrégio Tribunal: 
(inserir a jurisprudência, usar recuo de margem (esquerda) por se tratar de citação, identificar o julgado)
(espaço de uma linha)
DOS PEDIDOS
					 
 	Diante do exposto, requer a Vossa Excelência:
a) Prioridade na tramitação do feito (se for o caso).
b) A isenção de custas para o recebimento e processamento da presente ação, nos moldes do inciso LXXIII, do artigo 5º da Constituição Federal/88 
c) A concessão inaudita altera pars da medida liminar para por exemplo: sustar quaisquer atos das licitações cujo objeto atenderão às despesas objeto desta ação popular, bem como a sustação de qualquer ato que se digne a pagar tais despesas com recursos públicos.
d) A citação do réu, nos prazos e termos do inciso IV do art. 7.º da Lei n.º 4.717, de 1965, com cópia da presente, bem como documentos acostados.
e) A intimação do representante do Ministério Público Federal ou Estadual, para acompanhar a presente ação.
f) A intimação da União ou do Estado, para, querendo,assim se manifestar, conforme § 3.º do art. 6.º da Lei n.º 4.717/65.
g) Seja julgado procedente o pedido para por exemplo: anular quaisquer atos administrativos tomados pelo demandado na presente ação visando às despesas objeto da presente ação popular, bem como, caso já tenha havido alguma despesa, o ressarcimento por parte do réu, com comunicação ao Ministério Público para as devidas ações penais e de improbidade que entender pertinentes.
h) A condenação do réu na sucumbência, a ser fixada por Vossa Excelência, nos termos do art. 12 da Lei n.º 4.717/65, bem como nas custas.
					Protesta pela produção de todos os meios de prova em direito admitidos, sem exclusão de nenhuma delas, especialmente oitiva dos depoimentos pessoais dos representantes das entidades rés, bem como os depoimentos de testemunhas, cujo rol será oferecido oportunamente. 
						Dá à causa apenas para efeito de alçada, o valor de R$ 10.000,00 (Dez mil reais).
						Nestes termos,
Pede deferimento.
Local e data.
...............................................
Nome completo do advogado 
							 OAB/UF n.º... 
Observar: Lei nº. 4.717/65 e artigos 319, 320 do CPC.
CASO CONCRETO: Exame da OAB 2009.2 – Prova Prático-Profissional – Área: Direito Constitucional
João, nascido e domiciliado em Florianópolis - SC, indignou-se ao saber, em abril de 2009, por meio da imprensa, que o senador que merecera seu voto nas últimas eleições havia determinado a reforma total de seu gabinete, orçada em mais de R$ 1.000.000,00, a qual seria custeada pelo Senado Federal. A referida reforma incluía aquecimento e resfriamento com controle individualizado para o ambiente e instalação de ambiente físico para projeção de filmes em DVD, melhorias que João considera suntuosas, incompatíveis com a realidade brasileira. O senador declarara, em entrevistas, que os gastos com a reforma seriam necessários para a manutenção da representação adequada ao cargo que exerce. Tendo tomado conhecimento de que o processo de licitação já se encerrara e que a obra não havia sido iniciada, João, temendo que nenhum ente público tomasse qualquer atitude para impedir o início da referida reforma, dirigiu-se a uma delegacia de polícia civil, onde foi orientado a que procurasse a Polícia Federal. Supondo tratar-se de um jogo de empurra-empurra, João preferiu procurar ajuda de profissional da advocacia para aconselhar-se a respeito da providência legal que poderia ser tomada no caso. 
Em face dessa situação hipotética, na qualidade de advogado(a) constituído(a) por João, redija a medida judicial mais apropriada para impedir que a reforma do gabinete do referido senador da República onere os cofres públicos.
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