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Liquidação de Sentença (art. 509 a 512 do CPC) -Disposições gerais → A liquidez é requisito para efetivação de uma obrigação perante o Poder Judiciário, valendo para os títulos extrajudiciais e judiciais. → A falta de liquidez da sentença deve ser situação excepcional, conforme o princípio da duração razoável do processo. → Aplicação : Justiça Comum em qualquer caso / Juizado Especial Cível é vedada a prolação de sentença ilíquida. → Vedado às discussões sobre a lide ou modificação da sentença que a julgou. Tipos de liquidação (art. 509 do CPC) 1. Por arbitramento Art. 509, I - por arbitramento, quando determinado pela sentença, convencionado pelas partes ou exigido pela natureza do objeto da liquidação; 2. Pelo procedimento comum Art. 509, II - pelo procedimento comum, quando houver necessidade de alegar e provar fato novo. Importante: Art. 510. Na liquidação por arbitramento, o juiz intimará as partes para a apresentação de pareceres ou documentos elucidativos, no prazo que fixar, e, caso não possa decidir de plano, nomeará perito, observando-se, no que couber, o procedimento da prova pericial. Art. 511. Na liquidação pelo procedimento comum, o juiz determinará a intimação do requerido, na pessoa de seu advogado ou da sociedade de advogados a que estiver vinculado, para, querendo, apresentar contestação no prazo de 15 (quinze) dias, observando-se, a seguir, no que couber, o disposto no Livro I da Parte Especial deste Código . Art. 512. A liquidação poderá ser realizada na pendência de recurso, processando-se em autos apartados no juízo de origem, cumprindo ao liquidante instruir o pedido com cópias das peças processuais pertinentes. Cumprimento de Sentença (art. 513 a 519 do CPC) Procedimento subsidiário - Art. 513. O cumprimento da sentença será feito segundo as regras deste Título, observando-se, no que couber e conforme a natureza da obrigação, o disposto no Livro II da Parte Especial deste Código. -Aplicam-se a execução de título judicial, as regras do título extrajudicial, no que for cabível e possível. Trata-se de uma fonte subsidiária. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#parteespeciallivroi Obs. Ler os artigos, bem como seus parágrafos e incisos, uma vez que possuem informações importantes a respeito de prazos, exceções à regra geral entre outras orientações. -Disposições gerais -A fase de cumprimento de sentença se inicia após o trânsito em julgado da sentença condenatória. Requisitos para o cumprimento de sentença 1. Título executivo judicial (nulla executio sine titulo) 2. Obrigação CERTA, LÍQUIDA E EXIGÍVEL. Art. 515. São títulos executivos judiciais, cujo cumprimento dar-se-á de acordo com os artigos previstos neste Título: I - as decisões proferidas no processo civil que reconheçam a exigibilidade de obrigação de pagar quantia, de fazer, de não fazer ou de entregar coisa; II - a decisão homologatória de autocomposição judicial; III - a decisão homologatória de autocomposição extrajudicial de qualquer natureza; IV - o formal e a certidão de partilha, exclusivamente em relação ao inventariante, aos herdeiros e aos sucessores a título singular ou universal; V - o crédito de auxiliar da justiça, quando as custas, emolumentos ou honorários tiverem sido aprovados por decisão judicial; VI - a sentença penal condenatória transitada em julgado; (cumprimento provisório de sentença é possível apenas em sentença cível) VII - a sentença arbitral; VIII - a sentença estrangeira homologada pelo Superior Tribunal de Justiça; IX - a decisão interlocutória estrangeira, após a concessão do exequatur à carta rogatória pelo Superior Tribunal de Justiça; X - (VETADO). § 1º Nos casos dos incisos VI a IX, o devedor será citado no juízo cível para o cumprimento da sentença ou para a liquidação no prazo de 15 (quinze) dias. Obs. sendo a sentença ilíquida passará a fase de liquidação de sentença a fim de que seja apurado o valor do título exequendo (como visto anteriormente). Art. 509. Quando a sentença condenar ao pagamento de quantia ilíquida, proceder-se-á à sua liquidação, a requerimento do credor ou do devedor: I - por arbitramento, quando determinado pela sentença, convencionado pelas partes ou exigido pela natureza do objeto da liquidação; II - pelo procedimento comum, quando houver necessidade de alegar e provar fato novo. Competência para o cumprimento de sentença Art. 516. O cumprimento da sentença efetuar-se-á perante: I - os tribunais, nas causas de sua competência originária; (casos em que o processo judicial começou no TRIBUNAL) II - o juízo que decidiu a causa no primeiro grau de jurisdição; (juízo em que foi julgada a ação de conhecimento) III - o juízo cível competente, quando se tratar de sentença penal condenatória, de sentença arbitral, de sentença estrangeira ou de acórdão proferido pelo Tribunal Marítimo. → Exceção (art. 516, parágrafo único) → Nas hipóteses dos incisos II e III o exequente poderá optar pelo juízo do atual domicílio do réu / pelo local onde encontram-se os bens sujeitos à execução ou pelo juízo onde deve ser realizada a obrigação de fazer ou de não fazer, (caso em que a remessa dos autos do processo será solicitada ao juízo de origem). PROTESTO (art. 517 e seus § do CPC) Apesar de previsão nas disposições gerais sobre execução, o protesto é cabível apenas para execuções que visam o pagamento de quantia. Art. 517. A decisão judicial transitada em julgado poderá ser levada a protesto, nos termos da lei, depois de transcorrido o prazo para pagamento voluntário previsto no art. 523. → Para realizar o protesto é necessário que a decisão tenha transitado em julgado e que tenha transcorrido o prazo para pagamento voluntário. Momento em que deve ser realizado o protesto - deve a decisão ter transitado em julgado e o prazo para pagamento voluntário tenha transcorrido. Obs. não se aplica os requisitos supramencionados para decisões de condenação ao pagamento de alimentos. → A fase de cumprimento de sentença se iniciará a partir do requerimento do EXEQUENTE, nunca de ofício pela autoridade judiciária. Desse modo, após o trânsito em julgado da sentença condenatória que reconhece o dever de pagar quantia, a parte interessada (exequente) se manifestará (por simples petição) nos autos do processo de conhecimento apresentando requerimento para a instauração de uma nova fase do processo, qual seja a FASE DE CUMPRIMENTO DE SENTENÇA. → Andamento do cumprimento de sentença http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art523 Feito o requerimento (art. 513 §1° do CPC) será instaurada a nova fase do processo (cumprimento de sentença) e o executado será intimado em 15 dias (art. 513 §2° do CPC) para realizar o pagamento voluntário do débito nos termos do art. 523 e seguintes do CPC. Obs. é feita a INTIMAÇÃO (art. 523 do CPC) pois trata-se do mesmo processo, não há que se falar em citação do executado, uma vez que este já foi citado no processo de conhecimento. O cumprimento de sentença é uma nova fase do processo originário (ação de conhecimento). Art. 523. No caso de condenação em quantia certa, ou já fixada em liquidação, e no caso de decisão sobre parcela incontroversa, o cumprimento definitivo da sentença far-se-á a requerimento do exequente, sendo o executado intimado para pagar o débito, no prazo de 15 (quinze) dias, acrescido de custas, se houver. § 1º Não ocorrendo pagamento voluntário no prazo do caput , o débito será acrescido de multa de dez por cento e, também, de honorários de advogado de dez por cento. § 2º Efetuado o pagamento parcial no prazo previsto no caput , a multa e os honorários previstos no § 1º incidirão sobre o restante. § 3º Não efetuado tempestivamente o pagamento voluntário, será expedido, desde logo, mandado de penhora e avaliação, seguindo-se os atos de expropriação. -Regras quanto a intimação do executado para o pagamento voluntário Art. 513, § 2º O devedor será intimado para cumprir a sentença: I - pelo Diárioda Justiça, na pessoa de seu advogado constituído nos autos; (REGRA GERAL) II - por carta com aviso de recebimento, quando representado pela Defensoria Pública ou quando não tiver procurador constituído nos autos, ressalvada a hipótese do inciso IV; III - por meio eletrônico, quando, no caso do § 1º do art. 246 , não tiver procurador constituído nos autos IV - por edital, quando, citado na forma do art. 256 , tiver sido revel na fase de conhecimento. Obs¹: Quando cadastrado um endereço no EPROC, a intimação é feita neste endereço. Caso a parte tenha se mudado e não resida mais no endereço cadastrado, deverá atualizar seus dados (cadastro). Em contrapartida, uma vez não atualizado o endereço, a intimação será feita no endereço cadastrado (antigo) e será plenamente VÁLIDA. Obs²: Se o requerimento de intimação para pagamento voluntário for formulado após 1 ano do trânsito em julgado da sentença condenatória, a intimação será feita na pessoa do devedor (será intimado pessoalmente ainda que tenha advogado constituído nos autos), por http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art246%C2%A71 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art256 meio de carta com AR (aviso de recebimento) encaminhada ao endereço constante nos autos. Neste caso a intimação será válida ainda que o endereço esteja desatualizado. Obs³: Art. 513 § 5º - O cumprimento da sentença não poderá ser promovido em face do fiador, do coobrigado ou do corresponsável que não tiver participado da fase de conhecimento. Cumprimento de sentença e comprovação de termo ou condição por parte do exequente Art. 514. Quando o juiz decidir relação jurídica sujeita a condição ou termo, o cumprimento da sentença dependerá de demonstração de que se realizou a condição ou de que ocorreu o termo. Condição - realização de um ato para obter algo. Termo - fixação de prazo. Nesse caso, o cumprimento de sentença dependerá se a condição foi realizada, ou, que ocorreu o prazo. Demais considerações sobre o cumprimento de sentença Art. 518. Todas as questões relativas à validade do procedimento de cumprimento da sentença e dos atos executivos subsequentes poderão ser arguidas pelo executado nos próprios autos e nestes serão decididas pelo juiz. → O cumprimento de sentença é cabível para sentenças, decisões interlocutórias de mérito, decisões interlocutórias provisórias, para acórdãos e eventuais decisões monocráticas dos Tribunais. Art. 519. Aplicam-se as disposições relativas ao cumprimento da sentença, provisório ou definitivo, e à liquidação, no que couber, às decisões que concederem tutela provisória. Consequências relativas ao inadimplemento do executado: Incidem sobre o valor do débito -Multa de 10% -Honorários advocatícios (10%) -Possibilidade de protesto do título (art. 517 do CPC) Atos anteriores ao início da fase de cumprimento de sentença Art. 526. É lícito ao réu, antes de ser intimado para o cumprimento da sentença, comparecer em juízo e oferecer em pagamento o valor que entender devido, apresentando memória discriminada do cálculo. § 1º O autor será ouvido no prazo de 5 (cinco) dias, podendo impugnar o valor depositado, sem prejuízo do levantamento do depósito a título de parcela incontroversa. § 2º Concluindo o juiz pela insuficiência do depósito, sobre a diferença incidirão multa de dez por cento e honorários advocatícios, também fixados em dez por cento, seguindo-se a execução com penhora e atos subsequentes. § 3º Se o autor não se opuser, o juiz declarará satisfeita a obrigação e extinguirá o processo. Art. 527. Aplicam-se as disposições deste Capítulo ao cumprimento provisório da sentença, no que couber. Não havendo impugnação, se dará início à execução forçada - AVALIAÇÃO DOS BENS / PENHORA (art. 833; art. 835; art. 854 do CPC) / DEPÓSITO. Após a execução forçada há a etapa expropriatória - possibilidade de adjudicação, alienação judicial do bem penhorado (por iniciativa particular ou por hasta pública) . Havendo impugnação (feita por simples petição nos mesmos autos do processo) - Regra geral, a impugnação é decidida por decisão interlocutória agravável (Recurso: Agravo de Instrumento). Art. 1.015. Cabe agravo de instrumento contra as decisões interlocutórias que versarem sobre: Parágrafo único. Também caberá agravo de instrumento contra decisões interlocutórias proferidas na fase de liquidação de sentença ou de cumprimento de sentença, no processo de execução e no processo de inventário. Quando acolhida a impugnação pelo magistrado, a execução é extinta, tal decisão trata-se de sentença (Recurso: Apelação). A impugnação não oferece efeito suspensivo automático. Nesse momento, a execução segue em curso e, a parte interessada deve requerer na petição a aplicação do efeito suspensivo, deverá requerer, fundamentar e garantir o juízo (depósito - caução - penhora). Obs. As ponderações supramencionadas são um breve resumo, uma vez que será tratado mais adiante sobre a impugnação e suas especificações. Do cumprimento provisório da sentença que reconhece a exigibilidade de obrigação de pagar quantia certa (arts. 520 a 522) -Disposições Gerais → Corre por iniciativa do exequente, passível de reparação de danos em casos de modificação da sentença. → Regra geral: deve o exequente prestar caução suficiente e idônea, salvo exceções. → Possibilidade do executado apresentar impugnação, nos termos do art. 525 do CPC. → Multa e honorários (art. 523 §1° do CPC) são devidos no cumprimento provisório de sentença condenatória ao pagamento de quantia certa. → Fica sem efeito, sobrevindo decisão que modifique ou anule a sentença objeto da execução, restituindo-se as partes ao estado anterior e liquidando-se eventuais prejuízos nos mesmos autos; → O cumprimento provisório da sentença será requerido por petição dirigida ao juízo competente. → Se a sentença objeto de cumprimento provisório for modificada ou anulada apenas em parte, somente nesta ficará sem efeito a execução; CASOS EM QUE HÁ DISPENSA DA CAUÇÃO Art. 521. A caução prevista no inciso IV do art. 520 poderá ser dispensada nos casos em que: I - o crédito for de natureza alimentar, independentemente de sua origem; II - o credor demonstrar situação de necessidade; III – pender o agravo do art. 1.042; (Redação dada pela Lei nº 13.256, de 2016) (Vigência) IV - a sentença a ser provisoriamente cumprida estiver em consonância com súmula da jurisprudência do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de Justiça ou em conformidade com acórdão proferido no julgamento de casos repetitivos. Parágrafo único. A exigência de caução será mantida quando da dispensa possa resultar manifesto risco de grave dano de difícil ou incerta reparação. Execução de obrigação de pagar quantia certa contra devedor solvente - execução definitiva (arts. 523 a 527) Iniciada a fase de cumprimento de sentença e transcorrido o prazo de 15 dias previsto no art. 523 do CPC para o pagamento voluntário do débito, começa a correr novo prazo de 15 dias conforme dispõe o art. 525 do CPC (ler todos os parágrafos do artigo supracitado) para que o executado apresente impugnação, esta independe da penhora ou nova intimação. -A execução por quantia certa pode ser utilizada desde que haja a conversão das obrigação de fazer ou não fazer e obrigação de entrega de coisa em perdas e danos. Não é necessário promover outra execução apenas converter a execução anterior. https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art520iv https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2016/Lei/L13256.htm#art2 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2016/Lei/L13256.htm#art2 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2016/Lei/L13256.htm#art4 → Art. 523, §1°, §2° e §3° - A fase de cumprimento de sentença se iniciará a partir do requerimento do exequente nos próprios autos da ação de conhecimento. Iniciada a fase de cumprimento de sentença (é o mesmo processo apenas se inicia um novafase dele), o executado será intimado para pagamento voluntário no prazo de 15 dias, (caso seja obrigação para entrega de coisa certa ou incerta ou obrigação de fazer ou não fazer o juiz indicará o prazo na sentença). → O devedor será intimado, na pessoa de seu advogado, através do diário oficial (exclui-se o dia da intimação e inclui-se o dia do vencimento) para cumprir voluntariamente a obrigação (art. 513 §2°). Caso não possua advogado cadastrado nos autos, será intimado pessoalmente por carta AR. Estando em local não sabido ou incerto será citado por edital. Observação para o art. 513, §4° do CPC → requerimento formulado para dar início à fase de cumprimento de sentença após um ano do trânsito em julgado da sentença, a INTIMAÇÃO DEVE SER FEITA NA PESSOA DO DEVEDOR, por meio de carta AR ao endereço constante nos autos. Sendo o prazo igual ou inferior a 1 ano → a intimação será feita na pessoa do advogado do devedor. Art. 513 §°3 e art. 274 do CPC → presumem-se válidas as intimações enviadas ao endereço constante nos autos. → Não ocorrendo o pagamento do débito, será acrescido de multa de 10%, bem como honorários na base de 10% (art. 523 §1°), que são aplicáveis na fase EXECUTIVA. Findo o prazo para pagamento voluntário em 15 dias na fase de cumprimento de sentença, começará no dia útil posterior à contagem do prazo para impugnação (também de 15 dias). → Pagamento parcial do débito (art. 523 §2°) → Art. 524 e seus incisos - Trata da apresentação de memória discriminada do cálculo e requisitos para o requerimento. Caso a sentença não seja líquida, deve ser promovida a fase de liquidação de sentença (arbitramento ou pelo procedimento comum). É de extrema importância, tanto na execução provisória quanto na definitiva, apresentação da memória discriminada do cálculo, a taxa de juros e correção monetária começam a incidir a partir da CITAÇÃO no processo de conhecimento. Obs. no próprio requerimento o exequente já poderá indicar bens à penhora. Se ele não optar por indicar, o próprio executado poderá indicar um bem de sua propriedade à penhora. Considerações importantes - nas obrigações de fazer ou não fazer e na obrigação de entrega de coisa certa ou incerta, é facultado ao exequente a apresentação de requerimento para o início da fase executiva, uma vez que o juiz, de ofício, pode dar prosseguimento à fase executiva. Em contrapartida, na obrigação de pagar quantia certa contra devedor solvente a fase executiva apenas terá início após requerimento (obrigatório) do exequente e, portanto, não poderá o juiz requerê-la de ofício. Obs. o requerimento deve estar acompanhado da memória discriminada de cálculo. → A execução definitiva de faz nos mesmos termos que a provisória (observando que a execução provisória corre por conta e risco do exequente, em caso de impugnação PROCEDENTE). Art. 782, §3° → autoriza a anotação do executado em cadastro de inadimplentes, cabível apenas para execução DEFINITIVA. Devedor solvente e insolvente → Para que um devedor seja considerado insolvente é necessário que o juiz declare por sentença o estado de insolvência (sentença meramente declaratória). O próprio executado poderá requerer que seja declarada sua insolvência ou o espólio do executado. → Quando declarada a sentença, apenas a execução por quantia certa contra devedor insolvente poderá ser proposta. Não sendo declarada a sentença, o devedor é insolvente apenas no mundo dos fatos, na vida real, mas juridicamente ainda não é considerado insolvente uma vez que não há sentença que tenha declarado sua insolvência, sendo possível a propositura de execução contra devedor solvente ou insolvente ( a espécie da execução é apenas uma: execução por quantia certa) → É considerado insolvente o devedor que possui maior que o seu patrimônio penhorável. -Comportamento do executado em execução de pagar quantia certa 1. Satisfação da obrigação em cumprimento do mandado de intimação (art. 523 do CPC c/c art. 924, II do CPC) → a execução será extinta, bem como a obrigação. 2. Se opor à fase executiva por meio de impugnação (art. 525 do CPC) ou por simples petição (art. 525, §11° do CPC). 3. Permanecer inerte (art. 535 §3° do CPC) 4. Protesto do título executivo judicial (art. 517 caput, §1° ao §4°do CPC) requisitos → sentença transitada em julgado e decurso do prazo de 15 dias da intimação para pagamento. O protesto é aplicável apenas às sentenças que condenem ao pagamento de quantia certa e tem como objetivo dar publicidade à mora do devedor, não gerando qualquer efeito prático como penhora e etc. O protesto poderá ser cancelado desde que requerido pelo executado, por meio de ordem judicial, mediante expedição de ofício ao cartório, uma vez comprovada a satisfação do crédito. Obs. em regra, o protesto não pode ser promovido de ofício, com exceção dos casos em que se tenha condenação relativa a prestação de alimentos (art. 581, §1°) Do cumprimento de de sentença - Execução de obrigação de fazer (arts. 536 e 537 c/c art.815 a 821 do CPC) → Título judicial, certo, líquido e exigível. → Cumprimento da obrigação de fazer de caráter personalíssimo, uma vez não realizadas pelo devedor, deverá ser convertida em execução de quantia certa, visto que não há mais possibilidade do cumprimento da obrigação de fazer. 1. Prestações infungíveis São prestações insubstituíveis, levam em conta a pessoa do devedor (obrigações intuitu personae) personalíssimas. Em caso de não cumprimento pelo devedor, a obrigação de fazer deverá ser convertida em execução de quantia certa. 2. Prestações fungíveis Sendo a prestação de fazer fungível, o devedor não a cumprir, haverá duas possibilidades: 2-a) converter a execução em quantia certa 2-b) pedir para que terceiro cumpra no lugar do próprio devedor, às custas dele. MEDIDAS DE APOIO NA EXECUÇÃO DA OBRIGAÇÃO DE FAZER OU DE NÃO FAZER (art. 536 §1° e seguintes do CPC) → Astreintes: pena pecuniária estipulada como meio de coação no cumprimento da obrigação (art. 536 caput e §1° e art. 537 do CPC) Objetivo - Forçar o devedor a cumprir a obrigação. Art. 536 § 1º Para atender ao disposto no caput , o juiz poderá determinar, entre outras medidas, a imposição de multa, a busca e apreensão, a remoção de pessoas e coisas, o desfazimento de obras e o impedimento de atividade nociva, podendo, caso necessário, requisitar o auxílio de força policial. As medidas acima mencionadas são exemplificativas (não trata-se de um rol taxativo e, portanto, medidas diversas podem ser tomadas). → As astreintes não são cabíveis em execução por quantia certa. → É possível requerer o estabelecimento de astreintes na petição inicial (pedido cominatório), ou o juiz, de ofício, poderá estipular na sentença, nos termos do art. 537 do CPC. → As astreintes não são uma forma de indenizar o credor. → Se a multa for excessiva, o juiz pode diminuir o valor. Deve ser levado em conta a situação financeira do devedor (Ex. Na época em que o juiz proferiu a sentença o devedor possuía um patrimônio de alto valor e, atualmente, não possui tal condição), bem como que seja estabelecido prazo razoável para o cumprimento do preceito. → O devedor também poderá questionar o valor excessivo. → Conforme os acontecimentos, o juiz pode modificar ou determinar a periodicidade das astreintes, independente da concordância das partes. Art. 537. A multa independe de requerimento da parte e poderá ser aplicada na fase de conhecimento, em tutela provisória ou na sentença, ou na fase de execução, desde que seja suficiente e compatível com a obrigação e que se determine prazo razoável para cumprimento do preceito. Observação: Quando houver lacunas na lei de execução com base em título extrajudicial, deve suprir essas lacunas com as regras da execução de título extrajudicial (art. 513, caput do CPC). → A intimação deverá ser PESSOAL quando a sentença determinar multa pecuniária (obrigação de fazer) SÚMULA 410 DO STJ - A prévia intimação pessoal do devedor constituicondição necessária para a cobrança de multa pelo descumprimento de obrigação de fazer ou não fazer. Execução provisória das astreintes (art. 537, caput e §3° do CPC) → Não é necessária a prestação de caução. Art. 537 § 3º A decisão que fixa a multa é passível de cumprimento provisório, devendo ser depositada em juízo, permitido o levantamento do valor após o trânsito em julgado da sentença favorável à parte. Na execução provisória das astreintes, na obrigação de fazer, caso o devedor pague as custas e honorários mas não cumpra com a obrigação, o devedor ainda precisará pagar as astreintes ao credor. Se a multa pecuniária ainda não foi determinada ou está em grau de recurso, poderá ser promovida a execução provisória das astreintes. Poderei levantar o valor na execução provisória das astreintes, entretanto, apenas quando a sentença transitar em julgado, ficando o valor depositado em juízo. Quando o valor das astreintes posto em sentença transitar em julgado, com a confirmação do recurso, o exequente poderá levantar o dinheiro, sem necessidade de caução. Em caso de obrigação de fazer fungível (substituível), após intimação, o executado não cumpre, restam duas possibilidades: 1. requerer ao juiz que um terceiro cumpra a obrigação, às custas do executado. 2. requerer a conversão da obrigação de fazer em perdas e danos - TUTELA RESSARCITÓRIA, ou seja, converter a execução de obrigação de fazer que não obteve sucesso com execução de obrigação de pagar quantia certa, buscando o equivalente em dinheiro. Na última hipótese, em regra, o devedor é obrigado a restituir ao credor o valor da obrigação, havendo outros danos, que serão apurados na fase de liquidação. O devedor será intimado para pagar, o Poder Judiciário retira o patrimônio do executado e realiza a venda para satisfação do credor. No caso de cumprimento da obrigação por terceiro, feito o requerimento pelo exequente, este poderá anexar 3 orçamentos, o juiz analisará considerando o valor, material e prazo para o cumprimento da obrigação. O magistrado aprovará um dos orçamentos e as partes serão intimadas, em 5 dias, o exequente pode exercer seu direito de preferência. Direito de preferência do credor (art. 820 caput e § único do CPC)- o próprio executado pode cumprir com a obrigação (ex. fazer o muro) ou, pedir que outra pessoa faça, sob sua vigilância (NAS DUAS HIPÓTESES O EXEQUENTE NÃO PODERÁ RECLAMAR PARA O JUIZ APÓS CUMPRIDA A OBRIGAÇÃO/ ex. se o muro foi mal feito e etc.) Entretanto, poderá propor ação autônoma cobrando o valor do executado, pois exerceu o direito de preferência. Permanecendo inerte o exequente e transcorrido o prazo da intimação (5 dias), não poderá exercer seu direito de preferência. -Em contrapartida, nos casos de orçamento escolhido pelo juiz (obrigação feita por terceiro sem supervisão e vigilância do exequente) exemplificando, o muro seja mal feito, o exequente poderá reclamar ao juiz sobre a obra. Art. 819. Se o terceiro contratado não realizar a prestação no prazo ou se o fizer de modo incompleto ou defeituoso, poderá o exequente requerer ao juiz, no prazo de 15 (quinze) dias, que o autorize a concluí-la ou a repará-la à custa do contratante. Parágrafo único. Ouvido o contratante no prazo de 15 (quinze) dias, o juiz mandará avaliar o custo das despesas necessárias e o condenará a pagá-lo. Caso o terceiro não cumpra a obrigação plenamente, o exequente poderá terminar o serviço, às custas do do próprio terceiro (que recebeu a obrigação para cumprir). Exemplo: Inicialmente, o executado não cumpriu com a obrigação de fazer o muro, um terceiro foi chamado e fez o muro de forma incompleta. Pode o exequente terminar o muro ou chamar outro (terceiro) para terminá-lo às custas do terceiro que foi chamado em primeiro momento. Por fim, quem pagará é o terceiro que deveria ter cumprido a obrigação no lugar do executado. Quanto à realização da obrigação - Art. 818. Realizada a prestação, o juiz ouvirá as partes no prazo de 10 (dez) dias e, não havendo impugnação, considerará satisfeita a obrigação. Não se trata de impugnação à execução, trata-se, pois, de impugnação quanto a obrigação realizada por terceiro. Observações a respeito das obrigações de fazer ou de não fazer: → O prazo de 15 dias para cumprimento de obrigação de fazer nem sempre é suficiente, pode o juiz fixar prazo diferente na sentença ou utilizar o prazo de 15 dias também. → O art. 523 fixa o prazo de 15 dias para pagamento pois trata-se de obrigação por quantia certa, entretanto, esse artigo também aplica-se para obrigações de fazer ou não fazer e obrigações de entrega de coisa, podendo ser estipulado, nesses casos, prazo superior a 15 dias. → Não há possibilidade de penhora nas obrigações de fazer ou de não fazer, a penhora é cabível apenas nas obrigações de pagar quantia certa. → Independe de caução (prestação de garantia real ou fidejussória), uma vez que o executado pode impugnar sem que haja garantia ao juízo. -Diferenciação 1. Execução de obrigação por quantia certa 1.Impugnação independe de penhora 2.Execução de entrega de coisa 2.Impugnação independe do depósito da coisa 3.Execução de fazer ou de não fazer 3.Impugnação independe de caução Do cumprimento de sentença que reconheça a exigibilidade de obrigação de não fazer (art. 513 c/c arts. 822 e 823 do CPC) Aplicam-se as mesmas disposições da obrigação de fazer, medidas de apoio, manifestação do exequente por meio de impugnação (art. 536 e 537 e 525 do CPC) Exemplo (aplicação das medidas de apoio) - Paulo foi condenado a não fazer o muro, entretanto, o fez. Neste caso, será intimado para desfazer e o juiz poderá aplicar como medida de apoio uma multa diária (astreintes) de R$900,00 por dia de atraso no descumprimento da obrigação. As obrigações de não fazer são negativas mas a sua execução é positiva.. Art. 822. Se o executado praticou ato a cuja abstenção estava obrigado por lei ou por contrato, o exequente requererá ao juiz que assine prazo ao executado para desfazê-lo. Art. 823. Havendo recusa ou mora do executado, o exequente requererá ao juiz que mande desfazer o ato à custa daquele, que responderá por perdas e danos. Parágrafo único. Não sendo possível desfazer-se o ato, a obrigação resolve-se em perdas e danos, caso em que, após a liquidação, se observará o procedimento de execução por quantia certa. No caso do parágrafo único do art. 823, não havendo possibilidade de ser desfeita a obrigação, se apura o valor devido (em fase de liquidação) e será convertido em indenização para ressarcir o prejuízo causado, de acordo com o procedimento da execução de obrigação de pagar quantia certa . Do cumprimento de sentença que reconheça a exigibilidade da entrega de coisa (art. 538 C/C art. 806 até 813 do CPC) Comumente chamadas de obrigações de dar, são modalidades de obrigação positiva, cuja prestação consiste na entrega ao credor de um bem corpóreo, seja para transferir-lhe a propriedade, seja para ceder-lhe a posse ou para restituí-la. -Quando inadimplida, uma decisão judicial (sentença ou decisão interlocutória que antecipa os efeitos da tutela, onde é admitido o cumprimento dessa decisão, antecipando os efeitos da sentença). Daí se inicia o cumprimento de sentença ou execução de título judicial que determina a entrega de coisa. A coisa pode ser incerta - classificada pelo gênero e pela quantidade (art. 243 e 244 do CC) Quando se trata de TÍTULO JUDICIAL para promover a execução de coisa incerta será necessário propor ação de conhecimento em que se busca a entrega de coisa incerta (definida apenas pelo gênero e quantidade - ex. 100 kg de arroz). → Sendo convencionado pelas partes no contrato que a escolha seria feita pelo credor, a coisa incerta passará a ser certa. O credor em sua petição inicial na ação de conhecimento deverá apontar o tipo (ex. arroz PN1 tipo agulha). Obs. em regra, não há cumprimento de sentença baseada em coisa incerta, uma vez que na sentença da ação de conhecimento serátransformada em coisa certa. -Quanto à escolha da coisa Se a escolha competir ao credor, ele a fará na petição inicial da ação de conhecimento para que o juiz ao proferir a sentença condene à entrega de coisa certa. Art. 498, caput, e parágrafo único do CPC: Art. 498. Na ação que tenha por objeto a entrega de coisa, o juiz, ao conceder a tutela específica, fixará o prazo para o cumprimento da obrigação. Parágrafo único. Tratando-se de entrega de coisa determinada pelo gênero e pela quantidade, o autor individualizá-la-á na petição inicial, se lhe couber a escolha, ou, se a escolha couber ao réu, este a entregará individualizada, no prazo fixado pelo juiz. Para coisa incerta: 1. Escolha cabível ao credor: indicará na petição inicial. 2. Escolha cabível ao devedor: escolherá no momento do cumprimento de sentença, em prazo estipulado pelo juiz para o cumprimento da obrigação. a) Coisa móvel Caso a coisa não seja entregue, passado o prazo fixado, o juiz expedirá um mandado de busca e apreensão da coisa. Obs. o exequente deve saber onde encontra-se a coisa. Se o exequente não souber onde está a coisa móvel, poderá converter a entrega de coisa em obrigação de pagar quantia certa, devendo ser o valor apurado em liquidação. b) Coisa Imóvel Se tratando de coisa imóvel, não se expedirá um mandado de busca e apreensão e, sim, um mandado de imissão de posse. Há possibilidade de o devedor alegar em sua defesa (na contestação/processo de conhecimento) a indenização por benfeitorias que realizou. A parte pode também pode reter o bem por conta das benfeitorias, mas apenas na fase de conhecimento. Se o devedor entrega o bem e não recebe a indenização das benfeitorias que foi condenado o exequente a pagar, terá um título executivo em favor do exequente e poderá promover a execução por quantia certa referente a indenização das benfeitorias. Obs. o direito de indenização deve ser alegado na fase de conhecimento e não na fase de cumprimento de sentença. Caso não seja alegada, pode o devedor promover uma ação autônoma requerendo indenização pelas benfeitorias. Obs - se a sentença foi cumprida voluntariamente não há que se falar em expedição de mandado de imissão de posse ou de busca e apreensão. Art. 538. Não cumprida a obrigação de entregar coisa no prazo estabelecido na sentença, será expedido mandado de busca e apreensão ou de imissão na posse em favor do credor, conforme se tratar de coisa móvel ou imóvel. § 1º A existência de benfeitorias deve ser alegada na fase de conhecimento, em contestação, de forma discriminada e com atribuição, sempre que possível e justificadamente, do respectivo valor. § 2º O direito de retenção por benfeitorias deve ser exercido na contestação, na fase de conhecimento. → Havendo custas e despesas processuais remanescentes à execução que se iniciou como entrega de coisa se converterá em execução de obrigação de pagar quantia certa, uma vez que a coisa já foi apreendida e entregue ao credor ou já foi cumprida a obrigação, restando apenas as custas. No caso da coisa objeto do título executivo ter sido alienada → art. 808 e 809 do CPC Se o terceiro adquirente quiser ser ouvido, deverá apresentar EMBARGOS DE TERCEIROS, desde que deposite a coisa. Condições para apresentação dos embargos de terceiro: oferecer no prazo de 15 dias o depósito da coisa. Art. 809. O exequente tem direito a receber, além de perdas e danos, o valor da coisa (apuradas em fase de liquidação), quando essa se deteriorar, não lhe for entregue, não for encontrada ou não for reclamada do poder de terceiro adquirente. § 1º Não constando do título o valor da coisa e sendo impossível sua avaliação, o exequente apresentará estimativa, sujeitando-a ao arbitramento judicial. § 2º Serão apurados em liquidação o valor da coisa e os prejuízos. Se a coisa não for entregue, voluntariamente, a parte pode requerer que seja expedido mandado de busca e apreensão ou mandado de imissão de posse (quando souber onde encontra-se a coisa) ou converter em perdas e danos (quando a coisa encontra-se deteriorada ou quando não é possível encontrar a coisa). → Todavia, cumprida a obrigação pelo devedor, faz-se um termo de quitação para comprovar que a coisa foi entregue (Art. 807 do CPC) Havendo custas ou prejuízo que possa ser liquidado e provado/demonstrado ao juiz (não só os frutos da coisa mas despesas processuais também) prosseguirá a execução como de obrigação de pagar quantia certa. Meios de impugnação na obrigação de entrega de coisa - também utiliza-se a impugnação e simples petição). A única diferença é que para obter o efeito suspensivo na impugnação é necessário o depósito da coisa, sendo bem imóvel (ex. casa, depositam-se as chaves). Medidas de apoio (astreintes) Se o credor quiser poderá requerer a aplicação de medidas de apoio na petição inicial da ação de conhecimento, como ocorre nas obrigações de fazer e não fazer. Impugnação à execução (art. 525, caput e art. 536 §4° do CPC) Meio de oposição ao cumprimento de sentença (baseada em título judicial) → Prazo de 15 dias, inicia-se no primeiro dia útil após transcorrido o prazo para pagamento voluntário. → Serve para qualquer título judicial (obrigação de fazer ou não fazer, obrigação de entrega de coisa, obrigação de pagar quantia certa e etc. → A impugnação se dá nos próprios autos do processo. → O exequente não é intimado para impugnar, transcorrido o prazo para cumprimento da obrigação, no dia útil seguinte se inicia o prazo para apresentação da impugnação. -Matérias que podem ser alegadas (art. 525, §1° do CPC) A impugnação não serve para tratar de alegações que já foram discutidas no processo de conhecimento. Possui matéria restrita. Art. 525. Transcorrido o prazo previsto no art. 523 sem o pagamento voluntário, inicia-se o prazo de 15 (quinze) dias para que o executado, independentemente de penhora ou nova intimação, apresente, nos próprios autos, sua impugnação. § 1º Na impugnação, o executado poderá alegar: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art523 I - falta ou nulidade da citação se, na fase de conhecimento, o processo correu à revelia; II - ilegitimidade de parte; III - inexequibilidade do título ou inexigibilidade da obrigação; IV - penhora incorreta ou avaliação errônea; (não pode ser alegado na impugnação de obrigação de fazer ou não fazer) V - excesso de execução ou cumulação indevida de execuções; VI - incompetência absoluta ou relativa do juízo da execução; VII - qualquer causa modificativa ou extintiva da obrigação, como pagamento, novação, compensação, transação ou prescrição, desde que supervenientes à sentença. Importante - Art. 536 § 4º No cumprimento de sentença que reconheça a exigibilidade de obrigação de fazer ou de não fazer, aplica-se o art. 525 , no que couber. → Impedimento ou suspeição (art. 525 §2° do CPC) - pode ser alegada na fase de conhecimento e também na execução (art. 146 e 148 do CPC) → Aplicável ao prazo para impugnação (art. 525 §3° do CPC) Art. 229. Os litisconsortes que tiverem diferentes procuradores, de escritórios de advocacia distintos, terão prazos contados em dobro para todas as suas manifestações, em qualquer juízo ou tribunal, independentemente de requerimento. § 1º Cessa a contagem do prazo em dobro se, havendo apenas 2 (dois) réus, é oferecida defesa por apenas um deles. § 2º Não se aplica o disposto no caput aos processos em autos eletrônicos. Obs. Sendo o mesmo procurador dos dois ou mais executados o prazo para impugnação permanece sendo o de 15 dias. Nos casos da Defensoria Pública, aplicam-se os prazos em dobro para qualquer ato processual (art. 186 do CPC). → Alegação de excesso de execução (art. 525 §4° e 5° do CPC) § 4º Quando o executado alegar que o exequente, em excesso de execução, pleiteia quantia superior à resultante da sentença, cumprir-lhe-á declarar de imediato o valor que entende correto, apresentando demonstrativo discriminado e atualizado de seu cálculo. § 5º Na hipótesedo § 4º, não apontado o valor correto ou não apresentado o demonstrativo, a impugnação será liminarmente rejeitada, se o excesso de execução for o seu único fundamento, ou, se houver outro, a impugnação será processada, mas o juiz não examinará a alegação de excesso de execução. https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art525 → A apresentação de impugnação não impede o prosseguimento dos atos executivos (art. 525 §6°) → Atribuição de efeito suspensivo à impugnação (art. 525 § 6°ao §10° do CPC) → Ao formular tal arguição é dever do executado comprová-la, em que momento ou quando teve ciência do fato, bem como da intimação, por exemplo, casos de avaliação errônea e etc (art. 525 §11° do CPC) §11° As questões relativas a fato superveniente ao término do prazo para apresentação da impugnação, assim como aquelas relativas à validade e à adequação da penhora, da avaliação e dos atos executivos subsequentes, podem ser arguidas por simples petição, tendo o executado, em qualquer dos casos, o prazo de 15 (quinze) dias para formular esta arguição, contado da comprovada ciência do fato ou da intimação do ato. Excesso de execução (art. 917 §2°) HIPÓTESES 1. o exequente pleiteia quantia superior à do título. 2. recai sobre diversa daquela declarada no título. 3. se processa de forma diferente da que foi determinada no título. 4. o exequente, sem cumprir a prestação que lhe compete, exige adimplemento da prestação do executado (ler art. 787 do CPC c/c art. 803, III do CPC e art. 476 do CC) 5. o exequente não prova que a condição se realizou ( aplica-se apenas a condição suspensiva art. 125 do CC) Obs. observar que em caso de termo (prazo) que ainda não transcorreu não seria excesso de execução e, sim, inexigível o título, uma vez que o prazo ainda não passou (art. 514 c/c art. 525 §1°, III do CPC). 6. incompetência relativa ou absoluta do juízo da execução. Obs. a) quando a incompetência relativa, pode ser alegada na impugnação, sob pena de preclusão, sem previsão se ser arguida como exceção de incompetência. b) quanto a incompetência absoluta, pode ser alegada em qualquer fase da execução, até mesmo de ofício pelo magistrado. 7. qualquer causa modificativa ou extintiva da obrigação (são fatos posteriores à condenação, ou seja, posteriores à sentença, uma vez que sendo anteriores a formação de título já se encontra preclusa a possibilidade de invocá-los). Para o caso de execução por quantia certa (Art. 917 § 3º ): Quando alegar que o exequente, em excesso de execução, pleiteia quantia superior à do título, o embargante declarará na petição inicial o valor que entende correto, apresentando demonstrativo discriminado e atualizado de seu cálculo. Art. 917 § 4º Não apontado o valor correto ou não apresentado o demonstrativo, os embargos à execução: I - serão liminarmente rejeitados, sem resolução de mérito, se o excesso de execução for o seu único fundamento; II - serão processados, se houver outro fundamento, mas o juiz não examinará a alegação de excesso de execução. Considerações sobre o efeito suspensivo na impugnação Em regra, a impugnação não possui efeito suspensivo. Os atos executivos prosseguem da mesma forma, como penhora, chamamento de terceiro, conversão da execução em perdas e danos, liquidação e etc. → O efeito suspensivo deve ser requerido pelo executado (apresentação de requerimento). Quando poderá ser concedido efeito suspensivo à impugnação? Nos casos em que o prosseguimento da execução poderá gerar grave dano, de difícil ou impossível reparação ao executado, este poderá requerer a concessão de EFEITO SUSPENSIVO à execução, nenhum ato executivo poderá ser praticado a partir do momento em que for concedido o efeito suspensivo à impugnação. Para isso são necessários a cumulação de 3 requisitos para o efeito suspensivo, sendo eles: 1. Prestação de garantia ao juízo da execução - quem está impugnando (executado) deverá prestar garantia, uma vez que a suspensão dos atos executivos podem causar prejuízo ao exequente e, em caso de prejuízo, a caução servirá para ressarcir os danos causados. Obs: a prestação da garantia pode variar de acordo com o tipo de obrigação a ser executada. Espécies - a) Caução real ou fidejussória: execução de obrigação de fazer ou não fazer. b) Penhora: execução de obrigação de pagar quantia certa. c) Depósito Judicial da coisa: Execução de obrigação de entrega de coisa. 2. Fundamentos relevantes (ex. condição suspensiva ainda não cumprida) 3. Grave dano de difícil ou incerta reparação (ex. o devedor cumpriu com a obrigação e mesmo assim a execução prosseguiu. Assim, existirá a possibilidade de o devedor pagar duas vezes o valor da condenação (execução por quantia certa) ou fazer novamente o muro que já está feito (obrigação de fazer) - EXEMPLOS REQUISITOS CUMULATIVOS PARA CONCESSÃO DO EFEITO SUSPENSIVO À IMPUGNAÇÃO → Prestação de garantia ao juízo da execução → Fundamentos relevantes → Grave dano de difícil ou incerta reparação. → O efeito suspensivo não impede os atos da execução que prosseguem até momento anterior à expropriação (ex. pode ocorrer avaliação de bens, penhora e etc) - Art. 525 §7° → O efeito suspensivo pode ser concedido de forma parcial, apenas a uma parte do objeto da execução. Nesse caso, a execução prosseguirá quanto ao restante - Art. 545 §8° → Em caso de litisconsórcio passivo, a concessão do efeito suspensivo requerida por um dos executados não atinge os demais que não impugnaram, desde que o fundamento diga respeito exclusivamente ao impugnante - Art. 525 §9° → Ainda que o efeito suspensivo tenha sido concedido, o exequente pode retirá-lo - Art. 525 § 10° O art. 525 §11° trata da possibilidade do executado alegar matéria que não foi possível alegar no momento em que foi feita a impugnação, ou seja, o fato ocorreu após a apresentação da impugnação. O executado terá o prazo de 15 dias para alegar tal matéria, por meio de simples petição, contados a partir da ciência do ato ou da intimação do ato, de modo que deverá comprovar também que o fato ocorreu em momento superveniente à impugnação. Obs. pode o executado ganhar a impugnação e perder a alegação da simples petição, ou vice-versa ou, ganhar a impugnação e a simples petição, uma vez que tratam de matérias diversas. Execução de prestação alimentar (art. 528 a 533 do CPC) Inicialmente, os alimentos legítimos são os que se originam das relações de direito de família (art. 528 ao art. 532 do CPC). Os alimentos indenizatórios são os que servem para indenizar danos provenientes de ato ilícito (art. 533 do CPC). Procedimento A decisão que obriga a pagar alimentos pode ser uma decisão interlocutória (ação de alimentos provisória) ou uma sentença (ação de alimentos definitivos). Modo de execução da prestação alimentar - art. 528 do CPC, sendo dispensada a fase executiva autônoma, é suficiente o requerimento solicitando a intimação do executado no próprio processo originalmente instaurado pelo credor, quando a decisão for definitiva (sentença). Tratando-se de decisão provisória, será feita em autos apartados (art. 531 §1°). → Intimação pessoal do executado no prazo de 3 dias (celeridade) → O regramento disposto no art. 528 é aplicável aos alimentos definitivos e provisórios. → O requerimento do exequente será direcionado, em regra, ao juiz da ação (art. 516, parágrafo único, II do CPC c/c art. 528, §9°) Poderá o exequente: a) pagar o débito - extingue-se a execução. b) provar que o fez - extingue-se a execução. c) justificar a impossibilidade de efetuar o pagamento - basta apresentar simples petição, não sendo necessário impugnação. Se a justificativa for aceita, o inadimplemento cessa a execução, nos termos do art. 528, §2° do CPC. Não tendo aceitação, haverá protesto e será decretada a prisão civil, conforme art. 528, §3°. d) permanecer inerte - será decretada a prisão civil, pelo prazo mínimo de 1 mês e máximo de 3 meses, além do protesto. → Em caso de pagamento,anterior à prisão, a parte pedirá ao juiz que não se cumpra o mandado de prisão. Havendo o pagamento após a prisão, é necessário que o advogado do executado solicite um alvará de soltura ao juiz (ordem judicial) a fim de que o executado seja posto em liberdade e a execução seja extinta. Obs. a prisão do devedor é feita em local distante dos presos comuns (cela separada). → Levantamento da quantia (art. 528 §8°) Por requerimento do exequente, com apresentação de cálculo, o executado será intimado para cumprir a prestação em 15 dias, sendo uma execução por quantia certa. Nesse caso, é inadmissível a prisão do executado, sob pena de penhora a execução). Se realizado o pagamento pelo executado, extingue-se a execução e em caso de inadimplemento incidirá 10% de multa e 10% honorários advocatícios e o valor já não será mais o original (o exequente pode indicar um bem à penhora). → na execução por quantia certa, recaindo a penhora em dinheiro, a concessão de efeito suspensivo a eventual impugnação não impedirá o levantamento mensal do valor da prestação por parte do exequente. Isto posto, tem o exequente DUAS OPÇÕES: a) optar pela execução por quantia certa (sob pena de penhora) b) optar pela execução especial em que é cabível a prisão civil do devedor. → O procedimento da prisão civil só pode ser referente às três últimas prestações alimentícias (art. 528 §7° do CPC). As prestações que forem vencendo acompanham a execução, sob pena de prisão. Exemplo: João está há 12 meses sem pagar pensão para a filha joana, serão executados os últimos 3 meses sob pena de prisão e os outros 9 meses restantes sob pena de penhora (execução por quantia certa). -Desconto em folha de pagamento (art. 529, caput, §1° e art. 532 do CPC) Será solicitado ao juiz pelo exequente que o empregador do executado seja intimado para promover o desconto da prestação alimentícia em folha de pagamento. A quantia será depositada em uma conta a ser aberta, por ordem judicial, em nome do representante do menor. Será protocolado um ofício (art. 529, §3°) e no momento em que o devedor receber, já se dará o desconto. Ficando parcelas em aberto no antigo emprego, será pago, não por desconto em folha pois não há ou não havia emprego e pode o exequente recorrer a outro tipo de execução. → Em caso de mudança de emprego, deverá ser feito novo ofício, será desarquivada a execução e o juiz deve intimar o novo empregador para realizar os descontos. Obs. se o representante do menor realizar a abertura da conta, pagará pela taxa de manutenção. Caso seja a abertura da conta feita por ordem judicial, o representante do menor não pagará pela taxa de manutenção da conta. Vantagem → o devedor nunca descumprirá a obrigação, é competência do empregador realizar o desconto mensalmente, sob pena de crime de desobediência. Limites para o pagamento em folha Não há limites para o pagamento por desconto em folha, mas existem limites em relação às parcelas vencidas. → Valor comum e usual é o de 30%, podendo ser estipulado valor diferente (ex. 50%) , desde que não impossibilite o devedor de viver, uma vez que na ação de alimentos se leva em conta a possibilidade do devedor. Não ultrapassando a metade do salário do devedor. → Art. 532, crime de abandono material - o executado que utiliza instrumentos procrastinatórios (buscando ganhar tempo para deixar o credor à míngua), comete crime de abandono material. Nestes casos o juiz informará o MP da prática do crime. Execução de prestação alimentar decorrente de ato ilícito (art. 533) Trata-se de alimentos indenizatórios, uma vez que servem para indenizar danos provenientes de ato ilícito. → É necessário a constituição de renda para o pagamento da prestação alimentícia (art. 533 do CPC). → A constituição de renda é apenas em caso de ATO ILÍCITO e depende sempre de requerimento do interessado. O montante da constituição de renda será definido por meio de liquidação de sentença. Exemplo: Maria se envolveu em um acidente de carro em que vieram a óbito os pais de duas crianças, respectivamente, de 8 anos e 4 anos. Maria vive apenas de seu salário e da renda dos apartamentos. Cada apartamento está alugado por mil reais mensais. O juiz afetará os dois apartamentos de Maria, para que esta renda seja entregue mensalmente durante 18 anos aos autores da ação de indenização (as duas crianças que perderam os pais no acidente) que também trouxe prestação alimentar. Maria terá seu patrimônio afetado, estes dois apartamentos não podem ser penhorados nem alienados enquanto a prestação persistir. → Bens que forem constituídos como patrimônio de afetação não podem ser alienados ou penhorados (art. 531 §1°). → O capital poderá ser representado por imóveis, por direitos reais sobre imóveis suscetíveis de alienação, por títulos da dívida pública ou por aplicações financeiras em banco oficial. → A sentença determina o tempo para pagamento da indenização geralmente com fundamento no que seria o tempo da média de vida do brasileiro. → Em contrapartida, se a parte não possuir condições de constituir renda ou não apresentar bens que possam trazer rendas para pagar, é evidente que não existirá constituição de renda, sendo cabível a execução por quantia certa contra devedor solvente, penhorando se tiver bens penhoráveis, para que a parte receba. -Substituição da constituição de capital Art. 533 § 2º O juiz poderá substituir a constituição do capital pela inclusão do exequente em folha de pagamento de pessoa jurídica de notória capacidade econômica ou, a requerimento do executado, por fiança bancária ou garantia real, em valor a ser arbitrado de imediato pelo juiz. A substituição por inclusão em folha de pagamento é decisão judicial, tomada independentemente de requerimento ou de concordância do exequente e do executado. A fiança bancária e a garantia real, por sua vez, apenas podem ser requeridas pelo executado. → Importante: os alimentos sejam definitivos ou provisórios não fazem coisa julgada, cabível, portanto, revisão da prestação alimentar a qualquer momento (aumentar ou diminuir o valor, bem como exonerar). Bastando, apenas, que as condições do autor sejam modificadas ou as possibilidades do réu se modifiquem (art. 533 §3°). -Demais considerações → fixação com base no salário mínimo (art. 533 §4°) → Finda a obrigação de prestar alimentos o juiz mandará liberar o capital, cessar o desconto em folha ou cancelar as garantias prestadas (art. 533, §5°)
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