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AULA 8 - CUIDADOS PALIATIVOS

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CUIDADOS 
PALIATIVOS
Profa. Ana Carolina Peck
Psicóloga CRP: 10/04906
Psicanalista – CPPA
Mestra em Psicologia - UFPA
Especialista em Psicologia da Saúde e 
Hospitalar - IEPS
UMA BREVE CONTEXTUALIZAÇÃO 
HISTÓRICA
✓ De acordo com Figueiredo e Figueiredo (2009) paliativo vem de pallium (lat.),
o manto que cobria os peregrinos cristãos que cruzavam a Europa na Idade
Média à procura de indulgências.
✓ Em sua origem no latim, o termo palliare tem o significado de proteger,
amparar, cobrir e abrigar. E o termo paliativo, como adjetivo, significa, de
forma abrangente, acalmar, atenuar ou aliviar temporariamente.
✓ Também o termo hospice (lat.), muito usado em Cuidados Paliativos, derivou
das instituições mantidas por religiosos cristãos, que erguiam, ao longo das
rotas de peregrinação, abrigos para os viajantes cansados ou doentes.
✓ O movimento hospice contemporâneo foi introduzido pela inglesa Cicely
Saunders em 1967, com a fundação do Saint Christopher’s Hospice no Reino
Unido.
CICELY SAUNDERS
O QUE SÃO CUIDADOS 
PALIATIVOS?
Segundo a Organização Mundial de Saúde (2006):
✓ Cuidados ativos e totais aos pacientes;
✓ Prestados por uma equipe multiprofissional;
✓ Que atuará no controle da dor e dos sintomas psicológicos, sociais e
espirituais;
✓ Tendo como objetivo a melhora da qualidade de vida dos pacientes;
✓ Compreendendo o cuidado ao paciente, aos seus familiares e à
comunidade.
✓ Segundo Kovács (2008), os cuidados paliativos se constituem,
atualmente, como programas especializados, que exigem dos
profissionais conhecimentos específicos para o controle dos sintomas e
o alívio de sofrimento em diversas esferas da vida do sujeito.
✓ Esses cuidados são ministrados durante o curso da doença e visam
amenizar o sofrimento, proporcionando um cuidado integral e total.
✓ A doença grave traz para a realidade do paciente e de seus familiares
a perspectiva de sintomas, limitações físicas e da morte, como ameaça
ou possível desfecho.
A FILOSOFIA 
DOS 
CUIDADOS 
PALIATIVOS
✓ Afirma a morte como um processo normal do viver, não a apressa e
nem a adia, procura aliviar a dor e outros sintomas angustiantes;
✓ Integra os aspectos psicológicos, sociais e espirituais no cuidado ao
paciente;
✓ Disponibiliza uma rede de apoio para auxiliá-lo a viver ativamente,
tanto quanto possível, até a sua morte;
✓ Oferece um sistema de apoio para a família do paciente na
vivência do processo de luto.
✓Sendo assim, é o resgate do morrer com dignidade,
tarefa fundamental exercida pelos profissionais
paliativistas.
✓Desta forma, o maior desafio é possibilitar ao paciente
que ele viva com qualidade, inclusive, sua própria
morte.
MAS COMO 
POSSIBILITAR 
UMA MORTE 
COM 
QUALIDADE?
✓ Os cuidados paliativos, precisam ser adaptados às necessidades e
desejos do paciente e de seus familiares, com o intuito de possibilitar
a melhor qualidade possível de vida para o tempo que resta ao
sujeito.
✓ Dessa maneira, entende-se que a humanização da morte tem
relação com o ato de cuidar de sujeitos desejantes e do seu processo
de morrer com dignidade.
✓ Protagonismo no seu processo de adoecimento e morte. Resgate da
singularidade.
✓ Necessidade de educação para a morte nas matrizes curriculares e
nos serviços de saúde.
✓ Para Saunders (2007), a atuação em cuidados paliativos exige
mudanças de atitudes e educação de todos os profissionais
envolvidos com o paciente que tem uma doença crônico-
degenerativa.
✓ Implica compromisso humano, antes de medicações e intervenções
caríssimas, e deve ser uma preocupação de todos os governos.
COMUNICAÇÃO 
DE NOTÍCIAS 
DIFÍCEIS 
✓ Na área da saúde, a comunicação vem sendo objeto de atenção e de estudo.
✓ O modelo biomédico não considerava a necessidade de compreender a percepção do
paciente e com ele estabelecer uma comunicação satisfatória, por ser uma abordagem
centrada na figura do medico e no adoecimento.
✓ Atualmente, é cada vez mais ressaltada a importância de que o paciente conheça o seu
diagnóstico e possa comunicar-se abertamente com a equipe sobre ele e sobre o
tratamento que irá realizar, possibilitando a discussão dos riscos e benefícios do
tratamento.
✓ Dessa forma, cabe ao profissional atuar, também, como cuidador, sendo suportivo nas
condições adversas que se apresentam no momento da comunicação do diagnóstico,
procurando garantir o cuidado integral de pacientes e familiares.
✓ O contexto em que os Cuidados Paliativos estão inseridos supõe a presença de uma equipe com
cuidado especializado. Entre esses cuidados, está a qualidade da comunicação entre equipe de
saúde e pacientes e familiares.
✓ Uma vez que esses cuidados poderiam/deveriam ser ofertados a pacientes com diagnóstico de uma
doença grave e ameaçadora da vida, e não somente aos pacientes na fase final da vida.
✓ Assim, a maioria das situações envolvem notícias difíceis insere-se numa prática de cuidados
paliativos, que tem como finalidade melhorar a qualidade de vida e aliviar o sofrimento diante do
adoecimento.
✓ A maneira de comunicar a notícia irá, possivelmente, influenciar a maneira como o paciente irá
conduzir seu tratamento e sua vida, a partir dessa momento.
✓ A comunicação de más notícias pode abrir espaço para a expressão de sentimentos e emoções,
quando realizada em um ambiente de segurança e confiança, capaz de oferecer um suporte
emocional.
✓ A comunicação de más notícias pode abrir espaço para a expressão de sentimentos
e emoções, quando realizada em um ambiente de segurança e confiança, capaz de
oferecer um suporte emocional.
✓ A boa comunicação com o paciente e seus familiares propicia melhor compreensão
das informações, diminuição de sintomas de ansiedade, inserção dos pacientes e
familiares nas decisões, garantindo sua autonomia sobre o tratamento e uma melhor
adaptação psíquica à situação de adoecimento e à possibilidade de morte.
✓ Em contra partida, a ausência de informações ou a comunicação deficiente conduz
o paciente a um sentimento de insegurança, tanto em relação à doença, quanto ao
seu tratamento e seu prognóstico, gerando prejuízos na relação profissionais de saúde-
paciente.
CUIDADOS PALIATIVOS 
E LUTO
✓ Não há como falar do atendimento psicológico em cuidados paliativos sem abordar o
tema do luto, conforme recomendado pela Organização Mundial da Saúde.
✓ Há evidentes processos de luto sendo vividos por esses pacientes e familiares decorrentes
tanto da perda da saúde, dos papeis sociais, da identidade, da autonomia, como pela
possibilidade da morte propriamente dita.
✓ O luto não acontece apenas pela perda de pessoas, como também de situações
significativas, as ditas mortes simbólicas, como as perdas decorrentes do processo de
adoecimento.
✓ Considera-se o luto como um conjunto de respostas biopsicossociais naturais e esperadas,
desencadeadas diante de uma perda, separação ou afastamento, que deixa alguém
destituído de um objeto significativo.
✓ Segundo Kovács (2009), o luto é um processo de elaboração, é como se uma parte nossa
morresse. É inerente à existência humana e dela todos temos marcas.
✓ É um vínculo que se rompe, é a perda de um objeto de amor.
✓ O trabalho de luto estabelece uma relação com a experiência de perda, de dor.
✓ A vivência da perda demanda um trabalho de elaboração pois é sempre doloroso se
desprender dos antigos investimentos libidinais.
✓ A atenção dos profissionais da saúde para eventuais reações de luto de seus pacientes
que destoam do esperado , capacita-os a agir preventiva e terapeuticamente.
✓ Nesse sentido, a avaliação adequada das reações advindas do luto, é fundamental para
cuidar desses pacientes de uma forma total e não apenas com medicamentos que aliviam
a dor física.
PRINCÍPIOS BÁSICOS DOS CUIDADOS PALIATIVOS
✓Escutar e validar o paciente;
✓Realizar um diagnóstico antes do tratamento;
✓Valer-se de drogas que tenham mais de um objetivo de
alívio;
✓Recomendar tratamentos mais simples possíveis;
✓Aprendera reconhecer pequenas realizações e
desfrutar delas;
✓Há sempre algo que pode ser feito.
✓ Os profissionais de saúde embasados nesses princípios, podem valorizar pequenas
realizações e dividi-las com seus pacientes.
✓ A discussão de casos com outros profissionais é outra ferramenta extremamente útil, pois
acrescenta dados sobre o histórico de pacientes e familiares, além de possibilitar o
desenvolvimento de intervenções multi e interdisciplinares.
✓ O processo de adaptação do paciente aos cuidados vai depender:
- Idade;
- Estágio do adoecimento;
- Rede de suporte familiar;
- Natureza da doença;
- Experiências prévias (individual e familiar) sobre adoecimento e morte;
- Estratégias de enfrentamento que o paciente dispõe;
- Status socio econômico e das variáveis culturais envolvidas.
SERVIÇOS DE 
CUIDADOS 
PALIATIVOS SÃO 
COMPOSTOS POR:
✓ Clínica-dia;
✓ Assistência Domiciliar;
✓ Internação;
✓ Serviços de 
consultoria;
✓ Suporte para o luto.
✓ Durante a cronicidade de sua doença, o paciente será atendido em clínica-dia,
recebendo informações, orientações e cuidados diários pela equipe
multidisciplinar
✓ Quando necessário, no caso de agravamento da doença e/ou impedimento
temporário, ser encaminhado aos cuidados em domicílio.
✓ A assistência domiciliar é o atendimento integral no contexto familiar, utilizando
serviços especializados e equipamentos que monitoram o paciente em seu
próprio lar, integrando os familiares e proporcionando um ambiente acolhedor.
✓ Tanto na clínica-dia, quanto em domicílio e internação, os cuidados devem ser
contínuos e monitorados pela equipe de referência.
✓ Uma Unidade de Cuidados Paliativos tem que estar disponível 24h, orientando os familiares
e cuidadores a reconhecerem sinais de emergência e serem capazes de identificar
problemas.
✓ A equipe deve oferecer segurança aos doentes e familiares, individualizar as queixas,
procurar responder a todas as perguntas, aliviar seu sofrimento nas diversas esferas, escutar
acima de tudo o paciente, e ter um coordenador capacitado e treinado para coordenar
as atividades da equipe.
✓ A necessidade de treinamento da equipe é de extrema importância, pois a aquisição de
atitudes e habilidades é fundamental para uma assistência efetiva.
✓ A comunicação entre os profissionais da equipe de saúde deve ser coerente, é
fundamental que as informações repassadas tenham credibilidade perante os pacientes e
familiares, o que facilita a manutenção do vínculo de confiança.
OBSTÁCULOS PARA A IMPLEMENTAÇÃO DE 
UNIDADES DE CUIDADOS PALIATIVOS
✓ Ausência de uma política nacional de alívio de dor e outros aspectos de cuidados
paliativos;
✓ Deficiência na educação dos profissionais de saúde;
✓ Ausência de política governamental adequada;
✓ Preocupação quanto ao abuso da morfina e outros opioides, causando aumento
de restrições à prescrição e ao fornecimento de morfina;
✓ Limitação no fornecimentos de outras drogas necessárias para o alívio de dor e
outros sintomas;
✓ Carência de recursos financeiros para pesquisa e desenvolvimento em cuidados
paliativos.
✓Apesar dessa assistência ser a única opção real para muitos
pacientes com câncer, os cuidados paliativos atraem apenas
algumas das fontes de recursos disponíveis.
✓A maioria das fontes dos recursos é destinada para tratamentos
curativos, com custo relativamente alto e efeitos limitados.
✓Nesse sentido, é fundamental reconhecer que se trata de um
problema de saúde pública negligenciado.
CONSIDERAÇÕES 
FINAIS
✓ Discutir cuidados paliativos e a filosofia hospice nunca é fácil, assim como
outras questões referentes ao final de vida, por não serem questões
comumente discutidas e problematizadas em nossa sociedade.
✓ É necessário mudar o discurso de que nada pode ser feito por estes
enfermos e incorporar uma mudança de atitude, com a qual muito pode
ser feito no sentido de promover bem-estar e dar qualidade aos momentos
finais da vida.
✓ Nesse contexto, para que sejam alcançados alguns resultados, normas e
diretrizes devem ser desenvolvidas para pacientes de diferentes tipos de
doenças e níveis de gravidade.
REFERÊNCIAS
✓ FIGUEIREDO, M.; FIGUEIREDO, M. Cuidados Paliativos. In: SANTOS, F.; INCONTRI, D. (orgs). A
arte de morrer: visões plurais. Bragança Paulista, SP: Editora Comenius, 2009.
✓ FREGONESE, A. et al. A psicologia nos cuidados paliativos. BRUSCATO, W. et al (Org.). A
psicologia na saúde da atenção primária à alta complexidade. São Paulo: Casa do
Psicólogo, 2012.
✓ KOVÁCS, M. Aproximação da morte. In: CARVALHO, V.; FRANCO, M.; KOVÁCS, M.;
LIBERATO, R.; MACIEIRA, R.; VEIT, M. et al. (orgs) Temas em Psico-oncologia. São Paulo:
Summus, 2008.
✓ KOVÁCS, M. Perdas e o Processo de Luto. In: SANTOS, F.; INCONTRI, D. (orgs). A arte de
morrer: visões plurais. Bragança Paulista, SP: Editora Comenius, 2009.
✓ MELO, A; CAPONERO, R. Cuidados Paliativos – Abordagem continua e integral. In: SANTOS,
F. (org) Cuidados paliativos: discutindo a vida, a morte e o morrer. São Paulo: Editora
Atheneu, 2009.
✓ ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE (OMS). Câncer. 2006. Disponível em:
<http://www.who.int/topics/cancer/es/>. Acesso em: 20/05/2017.
✓ SAUNDERS, C. The founder of modern hospice movement. London: SPCK, 2007.

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