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RUPTURA PRECOCE DE MEMBRANAS (RUPREME) OU AMNIORREXE PREMATURA E CORIOAMINIONITE Ruptura que ocorre antes do início do trabalho de parto, independentemente da IG 3 a 5% das gestações Principal causa de trabalho de parto pré-termo (30% dos casos de TP Pré-termo tem RUPREME) Associada a grande percentual de partos prematuros, complicações infecciosas materno-fetais, sequelas fetais e controvérsias em relação à melhor conduta A ruptura pode ser espontânea ou mesmo iatrogênica, ou seja, aquela provocada por intervenções como toque vaginal, amniocentese, amnioscopia, cirurgias etc. CAUSAS? Etiologia complexa e multifatorial, que pode estar relacionada a defeito de formação das membranas, deficiência ou malformação do colágeno, enfraquecimento das membranas determinado por destruição enzimática (processo inflamatório ou infeccioso), exposição da bolsa (incompetência istmocervical) ou distensão da cavidade (gemelaridade, polidrâmnio), tabagismo ou fatores mecânicos. A causa mais comumente identificável é a infecção ascendente por patógenos da flora vaginal. Não há associação entre relação sexual, exercício materno e paridade com a ruptura pré-termo. O risco de recorrência da RPM é de 16 a 32% e pode aumentar na presença de colo curto ou contrações uterinas no segundo trimestre da gestação. Entretanto, a maioria dos casos de RPM pré-termo ocorre em mulheres saudáveis e aparentemente sem fatores de risco identificáveis. Riscos da RUPREME Morbidade infecciosa materna Maior incidência de cesáreas Morbidade infecciosa fetal - o risco será maior se a IG for menor Prematuridade associada à ruptura no p. pré-termo Outros: prolapso de cordão, compressão do cordão devido à perda do LA, hipoplasia pulmonar, deformidades associadas ao oligoidrâmnio persistente, DPP, dificuldades mecânicas de retirar o bebê de um útero com pouco ou nenhum LA e com segmento inferior mal desenvolvido Fatores predisponentes e de risco Incompetência istmo-cervical Cerclagem Inserção baixa da placenta Macrossomia Polidramnia Amniocentese DST e infecções geniturinárias Tabagismo Conização cervical Gestação múltipla Trabalho de parto pré-termo Quadro clínico História ou queixa da gestante Visualização de LA saindo pelo orifício cervical externo Diminuição da AU ou do abdome quando a perda de LA é grande Diagnóstico Anamnese: quando e como ocorreu a saída de líquido? algo semelhante já ocorreu antes? qual foi a quantidade de líquido perdido? qual era a cor? como era o cheiro? aconteceu outra coisa importante? (percebeu saída de partículas brancas, etc) Diagnóstico Observação direta de LA em forro vaginal mantido posicionado nos genitais maternos por período mínimo de 1 hora Exame especular – visualização do líquido exteriorizando-se pelo orifício do colo, possibilita coleta de material para exames (mais desagradável para a mulher MAS muito melhor que o toque) Manobra de Tarnier – elevação da apresentação e compressão do fundo uterino provoca saída de LA Manobra de Valsalva – saída de LA nas primeiras horas após a ruptura Teste de detecção de pH acima de 6 (fita de pH, papel de nitrazina amarelo, que se torna azul ou teste do tampão vaginal com fenol vermelho, quando há coloração alaranjada) Não confiável quando há presença de sangue, sêmen, vaginose bacteriana, soluções antissépticas ou contaminação por urina infectada – colher material do fórnice vaginal Teste microscópico de cristalização da secreção cervicovaginal, que, ao secar em lâmina, forma cristais semelhantes a folhas de samambaia. Pode dar resultado falso-positivo na presença de contaminação com sêmen, sangue, muco cervical ou por erro técnico (utilização de swab seco) Diagnóstico Ultrassonografia para detecção de diminuição de LA ou presença de oligoidramnia associada à história clínica recente (últimas 2 semanas) de perda de líquido por via vaginal Outros testes... Diagnóstico Manejo Definir IG – importância da datação... Avaliar trabalho de parto – DU e exame especular Não realizar toque...a infecção ocorre mais frequentemente quando o intervalo de tempo entre o primeiro toque e o parto excede 24 horas Excluir sofrimento fetal Excluir infecção Importante O parto inicia-se espontaneamente em 89,6% dos casos nas primeiras 48 horas após a ruptura É possível esperar? O que fazer para evitar infecção intra-amniótica??? Avaliação do risco de infecção Primeiros sinais: taquicardia fetal e pequena elevação da temperatura materna Sinais mais tardios: útero dolorido, corrimento fétido Proteína C reativa (PCR) alta na circulação materna Presença de patógenos em culturas de secreções vaginais ou de culturas LA Movimentos respiratórios fetais e movimentos visíveis do feto cessam quando ocorre infecção Condutas Intervencionista – promoção do parto Conservadora ou expectante – manutenção da gestação e utilização de medicamentos que melhorem o prognóstico materno e fetal O que é melhor??? Evidências científicas Abaixo de 34 sem – conduta expectante: hospitalização, controle e observação (DU, sinais de infecção, temperatura, exames laboratoriais), hidratação, antibióticos, tocolíticos, corticóides, monitorização fetal cuidadosa e frequente Acima de 34 sem – manutenção da gravidez acarreta mais riscos que benefícios... Evidências científicas Os riscos de infecção materna e neonatal são um pouco maiores com a conduta expectante Caso seja realizada indução precoce do TP, a ocitocina oferece o maior benefício com os menores danos Indução com prostaglandinas resulta em maior frequência de infecção materna (manipulação e toques) Segundo FEBRASGO: parto deve ocorrer Na confirmação de maturidade pulmonar fetal Na vigência de sofrimento fetal Na vigência de corioamnionite Corticóides - recomendados entre 26 a 34 sem, na ausência de corioamnionite (podem aumentar risco infeccioso) Antibioticoprofilaxia – há controvérsias - após 18 horas de ruptura (FEBRASGO); não há evidências (CLAP) Tratamento medicamentoso IMPORTANTE As gestações complicadas por RUPREME após 34 sem de gestação são geralmente manejadas pela indução do parto As gestações com RUPREME com menos de 34 sem são geralmente manejadas de maneira expectante As gestações com RUPREME com menos de 26 sem têm mau prognóstico tanto materno, na conduta expectante, quanto fetal na indução do parto O sinal mais precoce de corioamnionite / infecção intra-amniótica é a taquicardia fetal Corioamnionite Infecção bacteriana que incide no feto e na mãe ao mesmo tempo, atingindo o cório e o âmnio Apresenta crescente aumento em sua incidência pelos seguintes motivos: condutas expectantes em gestações pré-termo com RUPREME uso aumentado de técnicas invasivas de medicina fetal melhoria das culturas microbiológicas para diagnóstico dos agentes causadores Principais agentes causadores Estreptococos do grupo B Escherichia coli Enterococo Gardnerella vaginalis Diagnóstico Hipertermia materna > 37,8º. Taquicardia materna > 100 pbm Taquicardia fetal > 160 bpm Leucocitose materna > 15.000 Ausência de mov. resp. fetais Fisiometria Dor abdominal e no BV contínua Maior excitabilidade uterina IMPORTANTE A gestante que apresenta corioamnionite tem, em geral, trabalho de parto prolongado, vários toques vaginais, paridade pequena e RUPREME Corioamnionite não é sinônimo de infecção intra-amniótica. As infecções do tipo STORCH (sífilis, toxoplasmose, rubéola, citomegalovírus e herpes) também podem afetar a gestação e tem manejo próprio a cada uma delas A endometrite pós-parto tem fisiopatologia e bacteriologia similares Tratamento Antibioticoterapia de amplo espectro de ação: antes, durante e após o parto Interrupção da gestação: qual o melhor parto??? Cesariana aumenta risco de infecções graves na mãe... Importante: neonatologista experiente na recepção do RN Complicações frequentes Mãe: infecção pós-parto e tromboembolismo RN de termo: sepse, pneumonia e insuficiência respiratória no recém-nascido RN pré-termo: Apgar no5º. min < 7, sepse, pneumonia, insuficiência respiratória, hemorragia intraventricular REFERÊNCIAS MANUAIS DE ALTO RISCO E DOIS TEXTOS DISPONÍVEIS NO E-DISCIPLINAS: Rotura prematura de membranas. Consenso FASGO XXXIII Cordoba, 5 al 7 de septiembre del 2018 . Ramos MG. Manejo actual de la rotura prematura de membranas en embarazos pretérmino. Rev Peru Ginecol Obstet. 2018;64(3) 405
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