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PETIÇÃO - PENHORA NOS LUCROS DA EMPRESA

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AO JUÍZO DA TERCEIRA VARA CÍVEL DA COMARCA DE CHAPECÓ – ESTADO DE SANTA CATARINA
Autos nº XXX
JOSÉ DO BRICK., já devidamente qualificado, por seus procuradores signatários, nos autos da ação em epígrafe, vem, com o respeito devido a este Juízo, expor e requerer o que segue.
Considerando que a Executada não demonstrou interesse em compor o litígio, requer-se a juntada do demonstrativo atualizado do débito que devidamente atualizado até 29/11/2021, com incidência de juros de mora de 1% (um por cento) ao mês, multa de 2% (dois por cento), correção monetária pelo INPC e honorários advocatícios alcança o montante de R$16.305,31 (dezesseis mil e trezentos e cinco reais e trinta e um centavos).
Outrossim, considerando que a consulta efetuada ao Sistema SISBAJUD restou infrutífera, bem como a Executada não possui bens passíveis de penhora, conforme demonstra-se pelas certidões anexas, requer seja realizada a penhora dos lucros da Executada, nas empresas Frutaria Adão e Eva LTDA., (CNPJ nº XXX) e Churasc Park LTDA (CNPJ nº XXX), sendo que se comprova a participação da Executada no Quadro de Sócios e Administradores (QSA) pelos documentos anexos.
Sobre a possibilidade de penhora dos lucros da empresa em razão de dívida do sócio, dispõe o art. 1.026 do Código Civil:
Art. 1.026. O credor particular de sócio pode, na insuficiência de outros bens do devedor, fazer recair a execução sobre o que a este couber nos lucros da sociedade, ou na parte que lhe tocar em liquidação. (Grifo nosso).
In casu, verifica-se que a Executada não possui bens passíveis de penhora, conforme se denota das certidões negativas de bens do CRI e do Detran em anexo.
Desse modo, considerando-se que não há outros meios menos gravosos para que o Exequente possa satisfazer o seu crédito, a penhora dos lucros da Executada nas empresas Frutaria Adão e Eva LTDA e Churasc Park LTDA é medida que se impõe, caso não sejam localizados valores nas contas bancárias em seu nome.
O pleito do Exequente também possui abrigo na Jurisprudência, nos seguintes termos:
AGRAVO DE INSTRUMENTO. EXECUÇÃO DE TÍTULO EXTRAJUDICIAL. DECISÃO QUE DEFERIU O PEDIDO DE PENHORA DAS QUOTAS SOCIAIS PERTENCENTES AOS EXECUTADOS, REFUTANDO, PORÉM, A PRETENSÃO DE CONSTRIÇÃO DOS LUCROS A ELES DESTINADOS. VIABILIDADE DA MEDIDA, A TEOR DO DISPOSTO NO ART. 1.026, CAPUT, DA LEI CIVIL. LUCROS QUE NÃO SE CONFUNDEM COM O PRÓ-LABORE RECEBIDO PELO SÓCIO E NEM COM O FATURAMENTO DA EMPRESA. Conforme dicção do artigo 1.026 do Código Civil, o credor particular de sócio pode, na insuficiência de outros bens do devedor, fazer recair a execução sobre o que a este couber nos lucros da sociedade, razão pela qual deve ser deferida a constrição almejada. RECURSO CONHECIDO E PROVIDO. (TJSC, Agravo de Instrumento n. 2014.074405-7, de Joinville, rel. Des. Jorge Luis Costa Beber, Segunda Câmara de Direito Civil, j. 17-03-2016). 
AGRAVO DE INSTRUMENTO. EXECUÇÃO DE ALIMENTOS. ART. 732 DO CPC. CONSTRIÇÃO SOBRE O FATURAMENTO DA EMPRESA DE QUE O EXECUTADO É SÓCIO. DESCABIMENTO. CABIMENTO, CONTUDO, DA PENHORA DOS LUCROS DA EMPRESA, CONSIDERADAS AS PARTICULARIDADES DO CASO. Sendo descabido efetuar constrição sobre o faturamento da empresa de que o devedor é sócio, porque não se confunde com os ganhos pessoais dele, considerada a inexistência de valores, de veículos e de bens em nome do executado, cabível a penhora dos lucros da empresa, observada sua participação societária, nos termos do art. 1.026 do CC. Precedentes desta Corte de Justiça. AGRAVO DE INSTRUMENTO PARCIALMENTE PROVIDO. (Agravo de Instrumento Nº 70064634280, Oitava Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Ricardo Moreira Lins Pastl, Julgado em 02/07/2015) 
AGRAVO INTERNO. DECISÃO MONOCRÁTICA. AGRAVO DE INSTRUMENTO. EXECUÇÃO DE ALIMENTOS. PENHORA DE PARCELA DO FATURAMENTO BRUTO DA EMPRESA DE PROPRIEDADE DO DEVEDOR. POSSIBILIDADE. [...] De conformidade com o disposto no caput do art. 1.026 do Código Civil, o credor particular de sócio pode, na insuficiência de outros bens do devedor, fazer recair a execução sobre o que a este couber nos lucros da sociedade. Não obstante tenha o devedor indicado bens à penhora, constata-se que os bens por ele referidos como ¿prioritários¿ na ordem de nomeação à penhora são imprestáveis para este fim, restando justificada, portanto, a penhora de parcela da receita bruta da empresa da qual o executado é sócio cotista, respeitando a penhora o percentual relativo à sua cota parte. Contudo, a penhora a ser realizada deve incidir sobre o bruto do faturamento diário da empresa em que o embargante é sócio, e não sobre o líquido, uma vez considerando que o valor fixado pelo julgador de primeiro grau já foi em percentual significativamente reduzido (5%), assim como o fato de ser o faturamento líquido diário da empresa de difícil aferição. Recurso desprovido. (Agravo Nº 70023329261, Oitava Câmara Cível, TJRS, Relator José Ataídes Siqueira Trindade, 17/04/2008)
Deferido o pleito de penhora dos lucros da Executada nas empresas supracitadas, requer-se que estas sejam oficiadas, na pessoa de seu representante legal, Sra. Alice Barbuda no endereço situado, à XXX para que traga nos autos as informações financeiras necessárias para possibilitar a constrição, bem como proceda com o depósito dos valores devidos até o limite da dívida R$16.305,31 (dezesseis mil, trezentos e cinco reais e trinta e um centavos).
Nesses termos,
Pede deferimento.
Chapecó (SC), 29 de novembro de 2021.
ADVOGADO (A)
OAB/SC nº XXX