Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Os rins são compostos pelo córtex e medula. No córtex temos o glomérulo, o TCP e o TCD, na medula vamos ter a Alça de Henle e o ducto coletor. No hilo renal temos artéria e veias renais e o ureter que vai desembocar a urina na bexiga. O néfron é a unidade funcional dos rins, o néfron é formados pelo glomérulo + túbulos. O glomérulo é um enovelado capilar da artéria renal, e a sua parte mais externa é a capsula de Bowman, com um folheto parietal e visceral, o folheto visceral é contínuo aos enovelados. Esse folheto serve como uma barreira para o filtrado glomerular. A lâmina do folheto visceral, não é uma camada continua, apresenta umas projeções que são os podocitos formando uma peneira de filtração. Temos a arteríola renal que está enovelada que apresenta umas fenestrações para as moléculas passarem, e as projeções dos podócitos que não são contínuas. Entre os capilares e os podócitos temos uma barreira continua de carga negativa (membrana basal glomerular), a qual segura os ânions do filtrado glomerular porque apresenta carga negativa. Temos ânions importantes como bicarbonato, e quando a barreira ficar neutra (devido algumas doenças) vai ter a passagem de estruturas maiores como a albumina (proteina de carga negativa). Pode ser que a hemácia passe se houver lesão desse endotélio, também pode passar IgG e outros. Temos próximo ao glomérulo o TCP e o TCD, nessa região só iremos observar no córtex. Temos o mesangio a estrutura que vai fazer a nutrição do glomérulo. Caso clínico Criança, 7 anos, febre, orofaringe com infeção plurulenta, Streptococcus pyogenes que tem cepa hemolítica. Depois de dias essa criança volta ao PS, e está com edema, e urina escura com diminuição do volume de urina eliminado. Síndrome nefrítica Conjunto dos seguintes sintomas: Hematúria, proteinúria, oligúria, edema e hipertensão arterial. As causas podem ser: pós-infecciosa (glomerulonefrite aguda pós Streptococcica grupo A hemolítico, com a cepa nefritogenica), doenças sistêmicas (Lúpus eritematoso sistêmico, púrpura de Henoch-Schonlein, granulomatose de Wegener), doenças primárias renais. Além disso, a criança precisa ter a genética suscetível para a glomerulonefrite. • Glomérulo nefrite pos-estreptotcoccica: sequela renal tardia, infecção estreptoccocica, piodermite, fringoamigdalite, depois de cerca de 7 a 21 dias da infeção. O epitopo do Streptococcus, pode atacar o glomérulo, recrutando linfocitos e neutrofilos e ate mesmo o sistema complemento. Essas células vão se depositar no glomérulo e o glomérulo vai ficar grande, entumecido. Torna a superfície de filtração ocupada, o que causa prejuízo funcional na filtração. Vai ter um ataque direto aos capilares. Para que o sangue seja filtrado é necessário um espaço entre a cápsula de Bowman e sangue, e a superfície de absorção vai estar prejudicada para filtração. Temos ataque aos capilares e diminuição da superfície de contato de absorção. Todo esse “lixo” aumenta as fenestrações, que ficam maiores deixando hemácias passarem (hematuria), se elas passam vamos ter hemácias na urina, quando a hemácia passa, ela sofre uma deformação, apresenta um outro formato, chamado isso de eritrócitos dismorficos. Quando eles passam algumas proteínas também vão conseguir passar. Em condições normais temos no máximo 30mg de proteínas na urina, de 30-300mg já temos uma condição patológica. A oligúria deriva da diminuição da filtração glomerular, a qual gera retenção retenção de líquido, aumento de PA, aumento da pressão hidrostática e consequente edema pressórico. Conforme o edema é formado, há congestão sistêmica, isso pode gerar edema agudo de pulmão, encefalopatia hipertensiva e outras complicações causadas pelo aumento da pressão arterial. A síndrome nefrítica é autolimitada, não costuma deixar sequelas, e o tratamento é suporte. Patológica renal Síndrome nefrótica Conjunto de achados clínico e laboratoriais que podem ser causados por várias doenças. Vamos ter proteinúria, hipoalbuminemia, edema, hiperlipidemia, lipiduria. Não é uma crise aguda, é um quadro que abre mais lentamente. Vamos ter lesões dos podócitos e neutralização da carga negativa da membrana nasal. Temos neutralização dessa barreira, isso compromete a barreira de tamanho e a de carga, o que faz com as proteínas consigam passar livremente por essas barreiras. Vamos perder muitas proteínas como imunoglobulinas, albumina. Essa proteinúria é nefrótica, ou seja, ao longo de um dia o paciente perde muita proteina. Proteinúria acima de 3,5g já é uma proteinúria maciça. Essa proteinúria provoca uma hipoalbuminemia diminuição da pressão oncotica e provoca edema oncotico. Assim o paciente apresenta uma tendencia a hipovolemia, que aumenta a ativação do SRAA retém água e sódio, que mesmo assim não vai ser suficiente para controlar a pressão. Vamos quantificar essa proteinúria com o exame de urina de 24 horas, que identifica se a proteinúria é nefrótica. Um exame de urina normal nunca indica hiperlipidemia. Na tentativa de aumentar a albumina, o fígado aumenta a produção não só de albumina como de outras proteínas como as lipoproteínas, especialmente LDL, por um estímulo cruzado, assim o colesterol total aumenta muito, 1500-2000 causando hiperlipidemia. E por isso que o paciente vai ter uma hiperlipidemia e os rins vão tentar eliminar realizando uma lipiduria. Não vai ter hematuria, a cor da urina vai permanecer normal. Complicações: paciente vai perder antitrombina na urina, e o fígado irá produzir mais, a antitrombina é um fator da heparina, e o paciente também vai produzir heparina provocando uma hipercoagulatividade e tem maior tendência a fazer trombose venosa profunda, pode ser de membros inferiores, como veias ilíacas, podemos ter varicocele (ingurgitamento das veias dos testiculos a esquerda), pode estar fazendo uma trombose de veia renal esquerda, com varicocele a esquerda. O paciente esta fazendo uma hiperlipidemia e está com hipercoagulabilidade e por isso ele pode fazer aterosclerose, são pacientes graves. Hiperlipidemia + hipercoagulabilidade = aterosclerose. Aumenta 5x IAM. E a última complicação do paciente vai ser, a perda de imunoglobulina, vai está perdendo IgG e vai estar mais suscetível a infeções, podemos ter ascite podendo, as bactérias do TGI colonizando esse líquido de ascite fazendo uma peritonite bacteriana espontânea. É uma doença insidiosa (devagar) com progressão de meses. As causas vão ser doenças sistêmicas (DM, lúpus, púrpura) e doenças próprias do rins. Podemos procurar a causa base, e interromper essa doença, as vezes pode ser muito fácil de identificar, as vezes é muito difícil. Tumor de Wilms: tumor renal mais comum em criança (3-7 anos), maligno de origem germinativa, com bom prognóstico e crescimento de forma lenta, um tumor indolente (não causa sintomas). Geralmente o tumor é descoberto de forma acidental, faz um ultrassom por algum motivo e verifica-se uma massa. Como é um tumor de origem embrionária ele é capaz de fazer qualquer coisa, tenta formar glomérulo e túbulos renais, mas de uma maneira desordenada. Na maioria das vezes forma glomérulos. As vezes pode fazer componente tubular, as vezes ele e mais sólido mas em geral faz tecido renal, forma uma massa com cara benigna, bem regular, sem aspecto infiltrativo, cresce por expansão e o tratamento é retirar os rins e a massa, e o paciente fica recuperado. Não tem sintomas em geral porque não cresce muito grande. O tumor costuma ser unilateral. Carcinoma renal de células claras Principal tumor renal em adultos, geralmente é unilateral, tem origem de células epiteliais, ele é unifocal, só cresce em um lado no rim, o tumor é um pouco alaranjado. O nome células claras vem porque quando vemos a histologia, as células vão ter um citoplasma claro, com um núcleofeio, ele é um tumor que lembra os túbulos renais. Existem formas mais agressivas (pouco diferenciadas) e formas com melhor prognóstico (mais diferenciadas). Não causa tanta metástase, mas quando causa é pela veia cava inferior. Geralmente a infiltração é por contiguidade.
Compartilhar