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APOSTILA 06 - TRIBUTÁRIO

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Falaaaaaaaaaaaaaaaa Galeraaaaaaaa !!!
 Sejam muito bem-vindos ao fantástico mundo do Direito Tributário!!!
 Não tenho dúvidas de que o desejo de vocês é ter a melhor
preparação. E, através do Time Ceisc, a tua aprovação chegará em breve.
Preparei com muito carinho este material para vocês, de forma a
sintetizar todo o conteúdo ministrado em sala de aula. 
 Vocês irão aprovar. Vocês vão conseguir realizar este sonho. Para isto
sigam em frente, contando com este Time que deseja muito a
aprovação de cada um de vocês. 
Estamos juntos e para sempre estaremos !
Um grande abraço, bem apertado em cada um.
 
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DIREITO TRIBUTÁRIO 
06. Noções de processo tributário 
1. EXECUÇÃO FISCAL .......................................................................................................... 1 
 
1. EXECUÇÃO FISCAL 
 Os Entes Públicos, entes que recebem a delegação de criação e/ou 
majoração de tributos através do texto constitucional, não dependerão do 
Poder Judiciário para que possam constituir os seus créditos tributários. Assim 
atendendo aos interesses da coletividade, os entes públicos buscaram através 
do recolhimento de tributos, a manutenção do mínimo necessário para o bem 
da coletividade. Entretanto se acaso estes tributos não forem satisfeitos, as 
fazendas públicas deverão buscar o pagamento dos mesmos, através da 
Execução Fiscal. 
 Assim a Execução Fiscal é o rito processual disponível para que os entes 
públicos possam buscar a satisfação dos débitos tributários (e também os não 
tributários) não satisfeitos administrativamente pelos contribuintes. Ademais 
tal rito apresenta legislação própria (Lei 6.830/80) e se utilizará 
subsidiariamente, naquilo que não contrariar a lei especial, o conteúdo 
normativo disposto em nosso Código de Processo de Civil. 
Cai ao lanço ainda salientar que para termos Execução Fiscal faz-se 
necessário a existência de um título executivo extrajudicial. E qual seria este 
título executivo extrajudicial? É o que chamamos de Certidão de Dívida Ativa. 
Portanto jamais poderemos ter Execução Fiscal sem CDA. 
Antes de falarmos sobre a CDA, é importante dizer que o foro 
competente para ajuizamento da Execução Fiscal será o do domícilio do réu, 
in casu, executado. De igual sorte também é inteligente informar que as 
Execuções Fiscais movidas pela União, Autarquias Federais, serão ajuizadas na 
 
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Justiça Federal, bem como aquelas Execuções Fiscais movidas pelos Estados 
e Municípios, serão ajuizadas na Justiça Estadual. 
 Mas afinal de contas, quais são os requisitos para termos uma CDA. 
Leciona o artigo 2º, §5º e §6º da Lei 6.830/80 que: 
 
 § 5º - O Termo de Inscrição de Dívida Ativa deverá conter: 
I - o nome do devedor, dos co-responsáveis e, sempre que 
conhecido, o domicílio ou residência de um e de outros; 
II - o valor originário da dívida, bem como o termo inicial e a forma 
de calcular os juros de mora e demais encargos previstos em lei 
ou contrato; 
III - a origem, a natureza e o fundamento legal ou contratual da 
dívida; 
IV - a indicação, se for o caso, de estar a dívida sujeita à 
atualização monetária, bem como o respectivo fundamento 
legal e o termo inicial para o cálculo; 
V - a data e o número da inscrição, no Registro de Dívida Ativa; e 
VI - o número do processo administrativo ou do auto de infração, 
se neles estiver apurado o valor da dívida. 
§ 6º - A Certidão de Dívida Ativa conterá os mesmos elementos 
do Termo de Inscrição e será autenticada pela autoridade 
competente. 
 
Assim para que torne-se perfeita uma CDA ela deverá atentar-se aos 
requisitos acima expostos. Ademais cai ao lanço ainda informar que inobstante 
tais requisitos positivos, o Exame da Ordem tem cobrado os requisitos 
negativos, ou seja, o que não faz-se necessário ter em uma Certidão de Dívida 
Ativa. 
 
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Súmula 558 STJ “ Em ações de execução fiscal, a petição inicial não pode ser 
indeferida sob o argumento da falta de indicação do CPF e/ou RG ou CNPJ da 
parte executada.” 
Súmula 559 STJ “Em ações de execução fiscal, é desnecessária a instrução da 
petição inicial com o demonstrativo do débito, por tratar-se de requisito não 
previsto no art. 6º da Lei n. 6830/80.” 
 
Uma vez dito sobre os requisitos da CDA, uma outra pergunta pode ser 
realizada: a mesma poderá ser substituída após o ajuizamento da Execução 
Fiscal? A resposta é positiva, salvo se for para alteração do sujeito passivo, que 
esta jamais poderá ocorrer. Vide o teor da súmula do STJ. 
Súmula 392 STJ “A Fazenda Pública pode substituir a Certidão de Dívida 
Ativa (CDA) até a prolação da sentença de embargos, quando se tratar de 
correção de erro material ou formal, vedada a modificação do sujeito passivo 
da execução.” 
 Analisada a CDA, e pronto o título executivo à fim de instruir a Execução 
Fiscal, reza o artigo 6º da Lei 6.830/80 de que a petição inicial deverá conter: 
Art. 6º - A petição inicial indicará apenas: 
I - o Juiz a quem é dirigida; 
II - o pedido; e 
III - o requerimento para a citação. 
§ 1º - A petição inicial será instruída com a Certidão da Dívida 
Ativa, que dela fará parte integrante, como se estivesse 
transcrita. 
§ 2º - A petição inicial e a Certidão de Dívida Ativa poderão 
constituir um único documento, preparado inclusive por 
processo eletrônico. 
 
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§ 3º - A produção de provas pela Fazenda Pública independe de 
requerimento na petição inicial. 
§ 4º - O valor da causa será o da dívida constante da certidão, com 
os encargos legais. 
 
Uma vez ajuizada a petição inicial a mesma será distribuída na justiça e 
foro competente. Tombado o feito, o mesmo será concluso ao juízo à fim de 
que o mesmo profira despacho inicial, mandado citar a parte para pagar ou 
oferecer bens à penhora no prazo de 5 dias. 
 Não sendo realizado o pagamento, bem como acaso não forem 
oferecidos bens à penhora, a parte exequente irá demandar à fim de conseguir 
bens que garantam o pagamento da dívida, ou seja, tentará a penhora de bens 
do executado. A penhora irá obedecer a seguinte ordem: 
Art. 11 - A penhora ou arresto de bens obedecerá à seguinte 
ordem: 
I - dinheiro; 
II - título da dívida pública, bem como título de crédito, que 
tenham cotação em bolsa; 
III - pedras e metais preciosos; 
IV - imóveis; 
V - navios e aeronaves; 
VI - veículos; 
VII - móveis ou semoventes; e 
VIII - direitos e ações. 
§ 1º - Excepcionalmente, a penhora poderá recair sobre 
estabelecimento comercial, industrial ou agrícola, bem como em 
plantações ou edifícios em construção. 
§ 2º - A penhora efetuada em dinheiro será convertida no 
depósito de que trata o inciso I do artigo 9º. 
 
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§ 3º - O Juiz ordenará a remoção do bem penhorado para 
depósito judicial, particular ou da Fazenda Pública exeqüente, 
sempre que esta o requerer, em qualquer fase do processo. 
 
 Outrossim cai ao lanço informar que uma das perguntas que inclusive 
já foram objeto de cobrança por parte da OAB foi: posso substituir bens que 
foram penhorados? A resposta está no artigo 15 da Lei 6.830/80. 
Art. 15 - Em qualquer fase do processo, será deferida pelo Juiz: 
I - ao executado, a substituição da penhora por depósito em 
dinheiro, fiança bancária ou seguro garantia; e (Redação dada 
pela Lei nº 13.043, de 2014) 
II - à Fazenda Pública, a substituição dos bens penhorados por 
outros, independentemente da ordem enumerada no artigo 11, 
bem como o reforço da penhora insuficiente. 
 
Por fim, antes de adentrarmos aos embargos à execução fiscal, faz-se 
necessário abordar outra tema que igualmente já foi objeto de cobrança na 
OAB. Será que todo bem poderá ser objeto de penhora para garantir a 
dívida tributária? A regra, na forma do artigo 184 do Código Tributário 
Nacional. 
Art. 184. Sem prejuízo dos privilégios especiais sobre 
determinados bens, que sejam previstos em lei, responde pelo 
pagamento do créditotributário a totalidade dos bens e das 
rendas, de qualquer origem ou natureza, do sujeito passivo, seu 
espólio ou sua massa falida, inclusive os gravados por ônus real 
ou cláusula de inalienabilidade ou impenhorabilidade, seja qual 
for a data da constituição do ônus ou da cláusula, excetuados 
unicamente os bens e rendas que a lei declare absolutamente 
impenhoráveis. 
 
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 Entretanto, inobstante a regra informar que a maioria dos bens dos 
contribuintes poderão servir para pagamento da dívida tributária, existem 
alguns bens que jamais poderão ser objeto de penhora? 
 Na forma do artigo supra citado o crédito tributário poderá servir-se, via 
de regra, de quaisquer bens do devedor para a satisfação do crédito, inclusive 
aquelas gravados com cláusula de inalienabilidade ou impenhorabilidade. 
Entretanto os bens descritos no artigo 833 do CPC e na lei 8.009/90 (único bem 
imóvel – família) serão impenhoráveis. 
 Mas tenha cuidado visto que na própria lei 8.009/90 (art. 3º) temos uma 
exceção a impenhorabilidade por dívida fiscal, visto que quando o crédito 
tributário for oriundo do bem imóvel ele poderá ser penhorado para 
pagamento destes débitos (exemplo, IPTU, Taxa, Cont. de Melhoria). 
 Uma vez realizada à penhora ou o contribuinte vindo a oferecer 
bem/dinheiro/fiança/seguro para garantir à execução fiscal, nasce o direito do 
executado elaborar sua defesa, que via de regra, será através dos Embargos à 
Execução Fiscal na forma do artigo 16 da Lei 6.830/80. 
 
SAIBA MAIS! 
Processo Tributário. 
 
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EM RESUMO: 
* Para todos verem: esquema resumo abaixo. 
 
 
 
 
 
 
 
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QUESTÕES 
 
1) (XXVIII Exame | Questão 23) O médico João da Silva está há 4 (quatro) anos sem 
pagar a anuidade cobrada pelo Conselho Regional de Medicina (CRM). Diante desse 
cenário, o CRM poderá 
A) inscrever o débito em dívida ativa de natureza tributária, depois promovendo a 
competente ação de execução fiscal, regida pela Lei nº 6.830/80, para cobrança. 
B) promover a competente ação de execução fiscal regida pela Lei nº 6.830/80, sem 
necessidade de inscrição em dívida ativa, por serem as certidões de inadimplemento 
de anuidades expedidas pelos conselhos profissionais dotadas de natureza de título 
executivo extrajudicial. 
C) promover a competente ação de cobrança das anuidades, regida pelo Código de 
Processo Civil, a partir da comprovação do não pagamento das anuidades em atraso. 
D) promover a competente ação de execução das anuidades, regida pelo Código de 
Processo Civil, por serem as certidões de inadimplemento de anuidades expedidas 
pelos conselhos profissionais dotadas de natureza de título executivo extrajudicial. 
 
2) (XXIV Exame | Questão 24) Em execução fiscal ajuizada pela União, a contribuinte 
ABC ofereceu seguro-garantia para garantir a execução, correspondente ao valor da 
dívida, acrescido de juros, multa de mora e encargos indicados na Certidão de Dívida 
Ativa. Por meio de publicação no órgão oficial, a União foi instada a se manifestar 
quanto à garantia oferecida pela executada, deixando de se manifestar no prazo que 
lhe foi assinalado. 
Diante disso, assinale a afirmativa correta. 
A) Não é possível o oferecimento de seguro-garantia para garantir a execução fiscal. 
No entanto, a intimação da União por meio de publicação no órgão da imprensa oficial 
foi regular. 
B) É possível o oferecimento de seguro-garantia para garantir a execução fiscal, tendo 
sido regular a intimação da União por meio de publicação no órgão da imprensa 
oficial. 
 
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C) Não é possível o oferecimento de seguro-garantia para garantir a execução fiscal, 
nem a intimação da União por meio de publicação no órgão oficial, pois qualquer 
intimação ao representante judicial da Fazenda Pública deve ser feita por carta 
registrada com aviso de recebimento. 
D) É possível o oferecimento de seguro-garantia para garantir a execução fiscal, 
porém, na execução fiscal, qualquer intimação ao representante judicial da Fazenda 
Pública será feita pessoalmente. 
 
3) (XXIV Exame | Questão 26) A pessoa jurídica A declarou débitos de Imposto sobre 
a Renda (IRPJ) que, no entanto, deixaram de ser quitados. Diante do inadimplemento 
da contribuinte, a União promoveu o protesto da Certidão de Dívida Ativa (CDA) 
decorrente da regular constituição definitiva do crédito tributário inadimplido. 
Com base em tais informações, no que tange à possibilidade de questionamento por 
parte da contribuinte em relação ao protesto realizado pela União, assinale a 
afirmativa correta. 
A) O protesto da CDA é indevido, uma vez que o crédito tributário somente pode ser 
cobrado por meio da execução fiscal. 
B) O protesto da CDA é regular, por se tratar de instrumento extrajudicial de cobrança 
com expressa previsão legal. 
C) O protesto da CDA é regular, por se tratar de instrumento judicial de cobrança com 
expressa previsão legal. 
D) O protesto da CDA é indevido, por se tratar de sanção política sem previsão em lei. 
 
4) (XXI Exame | Questão 25) João deixou de pagar o Imposto de Importação sobre 
mercadoria trazida do exterior, sendo notificado pelo fisco federal. Ao receber a 
notificação, logo impugnou administrativamente a cobrança. Percebendo que seu 
recurso administrativo demoraria longo tempo para ser apreciado e querendo 
resolver a questão o mais rápido possível, propõe ação anulatória para discutir matéria 
idêntica àquela demandada administrativamente. 
Com base nesse relato, assinale a afirmativa correta. 
 
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A) Haverá o sobrestamento da ação anulatória até que seja efetivamente apreciada a 
impugnação administrativa. 
B) A medida judicial será indeferida devido à utilização de recurso na esfera 
administrativa. 
C) A propositura de ação judicial sobre matéria idêntica àquela demandada na esfera 
administrativa não constitui em desistência de tal esfera. 
D) A concomitância de defesa administrativa com medida judicial versando sobre 
matérias idênticas implica desistência do recurso administrativo interposto. 
 
5) (XX Exame | Questão 28) Após verificar que realizou o pagamento indevido de 
Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços - ICMS, determinado contribuinte 
requer administrativamente a restituição do valor recolhido. O órgão administrativo 
competente denega o pedido de restituição. 
Qual o prazo, bem como o marco inicial, para o contribuinte ajuizar ação anulatória 
da decisão administrativa que denega a restituição? 
A) 2 (dois) anos contados da notificação do contribuinte da decisão administrativa. 
B) 5 (cinco) anos contados da notificação do contribuinte da decisão administrativa. 
C) 5 (cinco) anos contados do primeiro dia do exercício seguinte ao fato gerador. 
D) 1 (um) ano contado da data do julgamento. 
 
6) (XIX Exame | Questão 25) João foi citado, em execução fiscal, para pagamento do 
Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana (“IPTU”) relativo ao imóvel 
em que reside e do qual é proprietário. Ocorre que o contribuinte pretende impugnar 
tal cobrança por meio de embargos à execução. Tendo em vista a disciplina da Lei nº 
6.830/80, tais embargos poderão ser apresentados no prazo de 30 dias, contados a 
partir 
A) da juntada aos autos do mandado de penhora devidamente cumprido. 
B) da sua citação. 
C) da data da intimação da penhora. 
D) da propositura da execução fiscal. 
 
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GABARITO DAS QUESTÕES 
01 02 03 04 05 
A D B D A 
06 
C 
 
	CAPAS ANUAL (1)
	Folhas de apresentação ANUAL
	OAB ANUAL - XXXII - TRIBUTÁRIO - AULA 06
	1. EXECUÇÃO FISCAL
	Folha final

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