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Livro-Texto Unidade II ADM Financeira

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76
Unidade II
Unidade II
5 DECISÕES DE FINANCIAMENTO EM LONGO PRAZO
As empresas dispõem de fontes internas e fontes externas de recursos financeiros para o 
financiamento de suas atividades. Com base na evolução dos seus negócios, poderão existir lucros 
retidos ao longo do tempo. Além disso, poderá obter condições mais adequadas de financiamento 
de suas compras, em relação às suas vendas, desfrutando, assim, de um giro dos créditos maior 
do que o giro dos débitos. Significa um prazo médio de recebimento das vendas menor do que 
o prazo médio de pagamento das compras. Pode, ainda, planejar e adequar, de forma racional, 
os pagamentos de impostos inerentes à sua atividade, em todas as esferas administrativas, ou 
seja, tributos municipais, estaduais e federais, cuja participação no faturamento e nos lucros da 
atividade tem importância significativa nos dias de hoje. Outra forma de capitalização do negócio 
consiste na desmobilização, ou seja, na venda de Ativos fixos pertencentes ao Ativo Permanente 
do negócio que, de alguma forma, podem ser vendidos a terceiros, sem prejuízo das atividades. E, 
com criatividade, outras oportunidades poderão despontar, por exemplo, alienação de parte do 
controle do negócio, obtenção de recursos em função de futuros produtos que serão oferecidos, 
formação de joint venture, fusão, aquisição de outras empresas com fluxo de capital conveniente 
e comprovada sinergia com o negócio principal etc.
Já as fontes externas propriamente ditas compreendem recursos próprios e recursos de terceiros. 
Como recursos próprios que poderão ser carreados para o empreendimento destaca‑se a ampliação 
do capital social do negócio, mediante aporte de capital ou negociação de novas ações no mercado 
primário de capitais, conforme se verá um pouco mais à frente. Por recursos de terceiros entendem‑se 
as debêntures, commercial papers, os empréstimos bancários, o crédito subsidiado, os empréstimos 
externos, obtenção de recursos de fornecedores e outras formas.
5.1 Fontes de recursos para o financiamento empresarial
Mercado de capitais
Na condução dos negócios, o principal executivo da área financeira das organizações se defronta 
com necessidades de financiamento das atividades produtivas e do capital de giro a prazos mais 
dilatados do que aqueles usualmente praticados pela empresa no mercado financeiro. Decide, então, 
realizar uma incursão pelo mercado de capitais. Nesse mercado são negociados títulos, tais como 
ações, debêntures e commercial papers e bônus de subscrição. Eles constituem os valores mobiliários, 
conforme definido em lei.
77
ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA
Principais Ativos de emissão das empresas
Vejamos, inicialmente, algumas características de cada um desses Ativos.
• Ações
As ações compreendem as menores frações do capital de uma empresa. Constituem um investimento 
de prazo indeterminado e de renda variável. Representam um título de propriedade, caracterizado por 
um certificado de propriedade que confere ao seu possuidor uma parcela de participação no controle e 
nos lucros da empresa, bem como em suas obrigações, sob dependência da espécie de papel, conforme 
se verá mais adiante. Este título deve ser emitido necessariamente por uma sociedade anônima. Confere 
ao seu possuidor o direito de recebimento periódico de dividendos. O certificado de propriedade de uma 
ação confere ao seu titular o direito de fiscalização dos negócios e de participação nas deliberações 
sociais por meio de voto correspondente à sua parcela do capital social do empreendimento. 
A responsabilidade dos sócios ou acionistas é limitada ao preço de emissão das ações subscritas ou 
adquiridas. Um certificado de propriedade de ações pode ser vendido a terceiros, quando, então, se dá 
a transferência desta propriedade. Na análise sobre as condições de uma ação, deve‑se atentar para a 
espécie (ação ordinária ou preferencial), forma (nominativa ou escritural), tipo (comum, resgatável) e 
classe (A, B, C...).
Existem várias classificações para este tipo de papel, com maior ou menor prevalência nas 
operações realizadas em bolsa de valores. Assim, uma ação ao portador designava uma ação que 
não trazia o nome do seu proprietário. Pertencia, portanto, a quem a tivesse em seu poder. Este tipo 
de ação deixou de existir legalmente a partir de 1990. Uma ação cheia é uma ação cujos direitos, tais 
como dividendos – parcela sobre os lucros do período –, bonificação – pagamento em dinheiro ou em 
novas ações de parcela dos lucros não distribuídos anteriormente – e subscrição – direito estendido 
aos acionistas para aquisição de ações da empresa, quando esta decide emitir novas ações para 
aumentar seu capital – ainda não foram exercidos. Por seu turno, uma ação vazia é uma ação cujos 
direitos já foram exercidos. Uma ação com valor nominal tem um valor impresso, estabelecido pelo 
estatuto da empresa que a emitiu. Uma ação endossável compreende um tipo de ação nominativa 
que pode ser transferida para outro proprietário mediante endosso. Já uma ação escritural se refere 
a uma ação nominativa – a seguir descrita – sem a emissão de certificados, mantida em conta de 
depósito do seu titular, na instituição depositária que for designada. Uma ação listada em bolsa é 
uma ação negociada no pregão de uma bolsa de valores. Uma ação nominativa é um tipo de ação 
na qual consta o nome do proprietário, sendo que sua venda deve ser registrada na empresa que 
a emitiu. Dentre outras classificações, uma ação objeto é um valor mobiliário a que se refere uma 
opção. No rol dos mais conhecidos jargões do mercado financeiro, uma ação ordinária é um tipo de 
ação que proporciona ao seu proprietário o direito de voto. Por sua vez, uma ação preferencial dá ao 
seu proprietário prioridade no recebimento de dividendos e restituição do capital em caso de extinção 
da empresa, mas não dá o direito a voto. Algumas empresas diferenciam, por meio de letras (A, B etc.) 
as séries de seus papéis lançados no mercado. Ainda com relação aos conceitos derivados deste tipo 
de papel, uma ação sem valor nominal significa uma ação para a qual não se convenciona valor 
emissão, prevalecendo o preço de mercado por ocasião do lançamento.
78
Unidade II
De particular importância para a compreensão do valor de uma ação é a apreensão de três conceitos 
referentes a valor de um papel desta natureza: o valor de mercado, o valor patrimonial e o valor de 
reposição. O primeiro refere‑se ao preço da ação no mercado. Assim, o valor de uma ação ordinária 
nominativa da Itaú S.A. – Investimentos Itaú S.A. no mercado de ações da Bolsa de Valores de São 
Paulo, no fechamento de 8 de junho de 2007, foi de R$16,70, o que equivale a R$16.700,00 por lote 
de mil ações. Por sua vez, o valor patrimonial de cada ação é o resultado da divisão do Patrimônio 
Líquido da empresa pelo total de ações em circulação. Então, no caso da Itaú S.A., sendo o valor do 
Patrimônio Líquido, em 31 de dezembro de 2006, igual a R$12.842.285.000,00, e a empresa possuindo 
3.177.929.000 de ações em circulação, o valor patrimonial da controladora Itaú S.A. foi, à época, 
R$4.041,09 por lote de mil ações, resultado da divisão de R$12.842.285.000,00 por 3.177.929 lotes de 
mil ações, conforme apontado nas demonstrações financeiras da empresa. Para uma visão mais acurada 
do valor de mercado veja o release (informação para a imprensa e investidores) de 30.4.2007 emitido 
pela Itaú S.A. Conforme consta desse comunicado à imprensa, a empresa constitui uma das primeiras 
holding companies (empresa‑mãe, numa tradução livre) puras de capital aberto aqui instaladas. Com 
isto, as decisões financeiras e estratégicas das empresas controladas são assumidas pela holding. A 
empresa relaciona sua participação em outras empresas e o correspondente valor de mercado de cada 
uma das ações destas empresas, obtendo, pela ponderação, o valor de mercado de seus papéis. Este valor 
de mercado é comparado com a cotação da ação mais líquida da própria empresa holding conforme 
cotação naBovespa, daí resultando a comparação entre o valor de mercado da Itaú S.A. versus valor de 
mercado de sua participação nas empresas coligadas e, por extensão, a taxa de desconto. A diferença 
entre o valor de mercado verificado para a holding em comparação com o valor de mercado teórico 
que se obtém pela soma das partes que a compõem, ou seja, a soma dos valores de mercado das ações 
das empresas controladas, computada a participação da controladora em cada uma destas empresas 
– “soma das partes” –, dá‑se o nome de “desconto”. No caso da Itaú S.A., o valor da “soma das partes” 
é maior do que o valor de mercado de suas próprias ações, o que é um estímulo à aquisição do seu 
papel. Isto porque os analistas, acionistas e investidores do mercado de capitais consideram que “o valor 
‘justo’ da Itaú S.A. seria composto pelo valor de mercado da soma de suas participações nas companhias 
abertas controladas”.
Resta‑nos abordar o conceito de valor de reposição. Refere‑se ao custo corrente de reposição dos 
Ativos de uma empresa. Quando a empresa adquire um Ativo, o valor de reposição e o valor patrimonial 
são idênticos. Depois desse momento, os valores podem divergir livremente. Uma relação entre o valor 
de mercado e o valor patrimonial das ações ordinárias, ou seja, o quociente entre estes dois valores, bem 
como o quociente resultante da relação entre o valor de mercado dos Ativos e o valor de reposição dos 
Ativos – conhecido por q de Tobin1 – são indicadores do sucesso da empresa. Um quociente entre valor 
1 De maneira sintética, o q é definido como o quociente entre o valor de mercado de uma empresa e o valor de 
reposição de seus Ativos físicos. Assim, ele representa a razão entre dois valores atribuídos ao mesmo conjunto de Ativos. 
Tobin e Brainard, dois pesquisadores norte‑americanos, apresentaram, em 1968 e em 1969, uma definição mais ampla de 
valor de mercado da empresa, com a consideração do valor de reposição dos Ativos, em lugar de seu valor contábil. Em sua 
formulação básica, o q de Tobin pode ser expresso como
q
VMA VMD
VRA
= +
79
ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA
de mercado e valor patrimonial ou um índice q de Tobin maior do que 1 indica que a empresa tem tido 
êxito em suas decisões de investimento.
• Debêntures
As debêntures são uma alternativa para a obtenção de recursos financeiros de longo prazo. Os 
investidores que adquirem as debêntures recebem uma taxa de juros fixa ou variável sobre o valor 
emprestado, além de dividendos. Essas debêntures podem ou não ser conversíveis em ações, em 
épocas e condições predeterminadas, possibilitando ao seu titular uma participação direta no capital 
da empresa lançadora da debênture. As debêntures representam títulos de crédito de longo prazo 
emitidos necessariamente por sociedades anônimas. São utilizadas para captar recursos para financiar 
projetos de investimentos ou para saldar dívidas do emitente. Elas garantem ao seu comprador uma 
remuneração de juros periódicos, prêmio e outros rendimentos fixos ou variáveis e reembolso específico 
do principal – o valor nominal da debênture – na data do seu vencimento. Envolvem geralmente valores 
elevados, com todas as características da operação estabelecidas em escritura. Podem ser oferecidas de 
forma direta ou por oferta pública. Uma colocação de debênture em um mercado de forma direta 
é feita diretamente a um comprador ou grupo de compradores, formado geralmente por instituições 
financeiras ou fundos de pensão. Quando tais operações são realizadas por companhias de capital 
fechado e, portanto, sem um mercado secundário organizado – consistindo operações “de balcão”, ou 
seja, um mercado onde as operações são realizadas exclusivamente por sistema eletrônico de negociação, 
sendo nele transacionadas ações de empresas não listadas em Bolsas de Valores – as taxas de juros são 
geralmente mais elevadas do que nas operações de oferta pública. Essas operações de oferta pública 
se diferenciam por apresentarem um mercado secundário. Dadas as características das operações, as 
debêntures poderão ser colocadas no mercado com descontos – abaixo, portanto, do valor nominal – ou 
com prêmio – acima do valor nominal.
• Commercial paper
Entende‑se por commercial paper nota promissória emitida por uma empresa no mercado 
externo, ou seja, no mercado distinto daquele da sede do empreendimento, para captação de 
recursos em curto prazo. Esse procedimento irá configurar uma dívida de curto prazo para a empresa. 
Trata‑se de uma modalidade de captação de recursos no exterior para atender a necessidades 
financeiras específicas de uma empresa, tais como uma expansão, aquisição de novas máquinas, 
investimento no desenvolvimento de ferramentas (moldes) etc. Os papéis têm prazo de emissão de 
30 a 180 dias – no caso de companhias fechadas – e de 30 até 360 dias – no caso de companhias 
abertas. Os títulos são mantidos em custódia em nome de seus titulares junto ao banco emissor, 
com emissão de recibos de aplicação.
onde VMA representa o valor de mercado das ações, ou capital próprio da firma, VMD é o valor de mercado das 
dividas, ou capital de terceiros empregado e VRA é o valor de reposição dos Ativos da firma. Assim sendo, o numerador VMA 
+ VMD representa o valor de mercado total da empresa.
80
Unidade II
• Bônus
Um bônus caracteriza um título emitido por uma sociedade anônima, no limite do capital autorizado. 
Conforme condições constantes no certificado, confere a seu titular o direito de subscrever ações, direito que 
será exercido contra apresentação do bônus à companhia e pagamento do preço de emissão da ação.
Conforme já aventado, essas operações no mercado de capitais podem se dar de forma 
primária ou secundária. Vejamos de perto esta distinção entre mercado primário e mercado 
secundário de títulos. Quando um título é vendido pela primeira vez, ou seja, quando é posto 
em circulação no mercado financeiro, diz‑se que tais operações ocorreram no mercado primário. 
Quando o primeiro comprador revende este Ativo financeiro a uma terceira pessoa e esta a 
outra e assim por diante, essas operações se realizam no mercado secundário. A importância 
do mercado primário se concretiza na constatação de que é nesse mercado que a empresa 
obtém recursos financeiros para seus investimentos em novos Ativos ou mesmo em capital de 
giro. E também onde os bancos obtêm recursos para financiar seus clientes. É nesse mercado, 
portanto, que ocorrem as transferências de fundos dos ofertantes de recursos para os tomadores 
de recursos, tanto para investimentos como para consumo.
As novas emissões de ações ou outros valores mobiliários se realizam no mercado primário. As 
empresas recorrem ao mercado primário para complementar os recursos que necessitam, visando ao 
financiamento de seus projetos ou seu emprego em outras atividades produtivas.
E o mercado secundário? É ali que se realizam as transferências de um segundo proprietário 
para um terceiro potencial comprador do papel. Assim, o valor transacionado nesse mercado 
não é canalizado para a empresa emitente do título ou para o banco emitente do título, mas, 
sim, para um aplicador que adquiriu o papel de outro investidor. Portanto, sob o ponto de vista 
econômico, essas operações não configuram um aumento ou mesmo diminuição de recursos 
para financiar novos empreendimentos. Desta maneira, a função deste mercado é dar liquidez 
aos papéis negociados no mercado primário. Trata‑se, portanto, de um mercado tão importante 
quanto o primário, uma vez que sua existência é condição para o funcionamento do outro. Os 
Ativos financeiros não encontram colocação no mercado primário se não contarem com um 
mercado secundário organizado capaz de dar liquidez a esses papéis. No mercado secundário, 
como no open market (mercado aberto), são negociados títulos como os de emissão do Tesouro 
Nacional, Letras de Câmbio, Certificados de Depósitos Bancários (CDB) e outros. Evidentemente, a 
Bolsa de Valores concentra grande parte das transações de compra e vendade títulos negociados 
há décadas pela primeira vez no mercado primário, repassando de mãos em mãos esses títulos 
nas operações que ali acontecem diariamente.
5.2 O dilema entre capital próprio e capital de terceiros
O financiamento das atividades empresariais passa pela decisão entre investimento com recursos 
próprios ou investimento com recursos de terceiros. Nos tópicos anteriores abordamos as diversas 
formas de captação de recursos no mercado de capitais, mediante lançamento de ações, negociação de 
debêntures, commercial paper e bônus na subscrição de ações.
81
ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA
6 ALAVANCAGEM FINANCEIRA
“Dê‑me um ponto de apoio e uma alavanca, e eu moverei a Terra”. Esta frase é atribuída a 
Archimedes, o maior matemático da época clássica ocidental e, para alguns, o maior matemático da 
história. Nasceu em Siracusa, na ilha da Sicília, em 287 a.C. e morreu 75 anos depois. De que maneira 
o conceito de alavanca proporciona a compreensão de uma série de fenômenos financeiros? Observe 
as figuras 3, 4 e 5 a seguir. Existe uma alavanca e um ponto de apoio que se move em cada uma das 
figuras. Na figura 3, o ponto de apoio se localiza no centro da alavanca. Na figura 4, o ponto de apoio 
está situado mais à direita e, na figura 5, o ponto de apoio se localiza à esquerda. Em qual deles se 
torna mais fácil o movimento da alavanca, de forma a levantar o peso com menor emprego de força 
mecânica? Em termos financeiros, os recursos de terceiros estariam proporcionando uma necessária 
alavancagem de lucro para a empresa, em condições mais vantajosas do que os custos da dívida 
assumida? A figura 3 seria um indício de que houve um empate entre custo e lucro. A figura 4 indica 
que não houve uma alavancagem em condições favoráveis e a figura 5 indica que a alavancagem 
financeira foi adequada. Vejamos por que:
Figura 3 Figura 4 Figura 5 
6.1 Retorno sobre o Ativo (RsA)
Para uma adequada configuração da alavancagem financeira, é preciso mensurar o retorno 
proporcionado pela utilização dos Ativos da empresa. A medida derivada da geração de riqueza dos 
Ativos financiados tanto por capital próprio como por capital de terceiros é chamada de Retorno sobre 
o Ativo (RsA) e é calculada com base na relação entre o Lucro Antes das Despesas financeiras (LADF) e o 
Ativo Total (AT) da empresa:
RsA
LADF
AT
=
O RsA pode ser entendido como o retorno que os Ativos proporcionaram, excetuando‑se as despesas 
financeiras no período. É, portanto, uma medida de rentabilidade do negócio antes da ocorrência das 
despesas financeiras originadas pela tomada de recursos de terceiros.
82
Unidade II
6.2 Retorno sobre o Patrimônio Líquido (RsPL)
A relação entre o Lucro Líquido (LL) – a última linha do Demonstrativo de Resultado do Exercício – e 
o Patrimônio Líquido (PL) da empresa indicará o Retorno sobre o Patrimônio Líquido (RsPL):
RsPL
LL
PL
=
O RsPL é uma das mais importantes medidas de rentabilidade de um empreendimento, porque 
compara o lucro líquido gerado pelas atividades com o total do Patrimônio Líquido, ou seja, com o 
capital mais reservas acumulados durante a existência do negócio.
Já podemos, então, relacionar o retorno sobre o Patrimônio Líquido com o retorno sobre o Ativo total 
da organização, para medir o grau de alavancagem financeira (GAF) do empreendimento. Então,
GAF
RsPL
RsA
=
O valor derivado desta relação poderá ser maior do que 1, menor do que 1 ou igual a 1. Vejamos 
quais as conclusões que daí se pode extrair:
Quando GAF > 1, o numerador da fração (RsPL) é maior do que o denominador da fração (RsA). Em outras 
palavras, o retorno sobre o Patrimônio Líquido é maior do que o retorno sobre o Ativo total da empresa. Isto 
indica que o capital de terceiros contribuiu para a geração de um retorno adicional para o acionista.
Quando GAF < 1, o numerador da fração (RsPL) é menor do que o denominador da fração (RsA). 
Isto caracteriza uma situação em que o capital de terceiros teve um custo tal que não só prejudicou, 
como não possibilitou a geração de um retorno adicional para o acionista, por que o retorno sobre o 
Patrimônio Líquido foi menor do que o retorno sobre o Ativo total da empresa.
O terceiro caso é aquele em que GAF = 1, ou seja, quando o numerador da fração (RsPL) é igual ao 
denominador da fração (RsA), tal que o retorno sobre o Patrimônio Líquido é igual ao retorno sobre 
o Ativo total. Desta maneira, o capital de terceiros não contribuiu – mas também não prejudicou – 
com geração de retorno adicional para o acionista, por que o retorno sobre o Patrimônio Líquido foi 
relativamente igual ao retorno sobre o Ativo total da empresa.
Para a mensuração do retorno do capital de terceiros ou, como também é conhecido, custo da dívida 
proveniente da utilização de recursos de terceiros (CD), é necessário relacionar as despesas financeiras 
do período com o volume de empréstimos bancários (EB) existentes ao final do período. Então,
CD
Despesas financeiras
Emprestimos bancarios
=
´ ´
83
ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA
Essas relações irão constituir importante instrumento auxiliar na gestão financeira, conforme se 
depreenderá a seguir. Ao comparar o retorno sobre o Ativo total (RsA) com o custo da dívida (CD), três 
situações poderão existir:
• RsA > CD
Neste caso, a tomada de recursos de terceiros possibilitou um retorno sobre o Ativo total maior 
do que o custo da dívida. Portanto, o endividamento é benéfico para a empresa e a alavancagem 
financeira é favorável.
• RsA < CD
Aqui, a tomada de recursos de terceiros tem um custo maior do que o retorno sobre o Ativo total 
proporcionado. Então, o endividamento não se mostrou benéfico para as contas da empresa e a 
alavancagem financeira é desfavorável.
• RsA = CD
Observa‑se que o endividamento é neutro, não contribuindo para uma alavancagem, que será 
igualmente neutra, por que o custo da dívida será de mesma proporção que o retorno sobre o Ativo 
total da organização.
Agora já podemos associar a magnitude do grau de alavancagem financeira com as figuras 3, 
4 e 5 a que nos referimos no início dos estudos deste conceito. Vamos dispor um eixo horizontal 
demarcado por um delimitador 1 e que possui um extremo à direita indicado por–∞ e outro 
extremo à esquerda indicado por +∞. O ponto de apoio deslizará sobre este eixo, à esquerda e à 
direita, para indicar o tamanho do grau de alavancagem, conforme se depreenderá das figuras 
6, 7 e 8, modificadas:
+∞ ‑∞1 +∞ ‑∞1
 
+∞ ‑∞1
Figura 6 Figura 7 Figura 8 
84
Unidade II
6.3 Aplicação do GAF, do RsA e do RsPL
Quadro 30
BAZAR AZUL
Balanço Patrimonial encerrado em 31 de dezembro
ATIVO PASSIVO
20X4 20X5 20X6 20X4 20X5 20X6
Ativo Circulante 6,603.00 7,291.00 9,918.00 Passivo Circulante 2,150.00 2,750.00 3,775.00 
Disponibilidade 260.00 380.00 600.00 Fornecedores 1,320.00 1,620.00 2,600.00 
Duplicatas a receber 1,900.00 2,300.00 2,800.00 Contas a pagar 350.00 450.00 600.00 
Provisão para 
devedores duvidosos (57.00) (69.00) (162.00) Salários a pagar 360.00 380.00 400.00 
Estoques 4,500.00 4,680.00 6,680.00 IR a pagar 120.00 300.00 175.00 
Realizável em Longo 
Prazo 275.00 375.00 580.00 
Exigível em Longo 
Prazo 3,800.00 3,400.00 3,200.00 
Diversas contas a 
receber 275.00 375.00 580.00 Financiamentos 3,800.00 3,400.00 3,200.00 
Ativo Permanente 9,800.00 10,800.00 11,200.00 Patrimônio Líquido 10,728.00 12,316.00 14,723.00 
Imobilizado 2,500.00 3,000.00 3,500.00 Capital 4,180.00 4,276.00 9,655.00 
Terrenos 4,000.00 4,500.00 4,500.00 Reservas 2,550.00 3,200.00 3,200.00 
Imóveis 3,800.00 3,900.00 3,900.00 Resultado acumulado 3,998.00 4,840.00 1,868.00 
Depreciação (500.00) (600.00) (700.00)
Total do Ativo... 16,678.00 18,466.00 21,698.00 Total do Passivo... 16,678.00 18,466.00 21,698.00 
Quadro 31
BAZAR AZUL
Demonstração do Resultado em 31 de dezembro
20X4 20X5 20X6
Vendas 28,000.00 32,200.00 34,600.00 
Custo das mercadorias vendidas (16,250.00) (18,600.00)(19,400.00)
Lucro bruto 11,750.00 13,600.00 15,200.00 
Despesas operacionais (4,600.00) (5,700.00) (6,800.00)
Despesas com vendas (900.00) (1,200.00) (1,400.00)
Despesas administrativas (1,400.00) (1,600.00) (1,950.00)
Despesas com marketing (2,300.00) (2,900.00) (3,450.00)
Despesas financeiras (5,600.00) (4,800.00) (3,800.00)
Receitas financeiras 320.00 540.00 630.00 
Lucro antes do IR 1,870.00 3,640.00 5,230.00 
IR (748.00) (1,456.00) (404.00)
Lucro Líquido 1,122.00 2,184.00 4,826.00 
85
ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA
Exemplificando numericamente os conceitos aprendidos, vamos considerar o Balanço 
Patrimonial e o Demonstrativo de Resultado do Exercício do Bazar Azul do ano de 2006 como base 
para nossos cálculos.
O Lucro Líquido somado com as despesas financeiras, caracterizando o Lucro Antes das Despesas 
financeiras (LADF) foi de $8.626 em 2006. Por sua vez, o valor do Ativo Total (AT) da empresa é de 
$21.698. Então,
RsA
LADF
AT
= = =8 626
21 698
0 40
.
.
,
Por sua vez, o Lucro Líquido (LL) foi de $4.826 e o Patrimônio Líquido (PL) correspondeu a 
$14.723. Daí,
RsPL
LL
PL
= = =4 826
14 723
0 33
.
.
,
Com base nestas medições,
GAF
RsPL
RsA
= = =0 33
0 40
0 82
,
,
,
Observa‑se, portanto, que o capital de terceiros não contribuiu para aumentar o retorno do acionista. 
Vejamos, agora, o retorno sobre o capital de terceiros ou custo da dívida.
O volume de despesas financeiras do período foi de $3.800 e, por sua vez, o valor dos financiamentos 
constantes do Exigível de Longo Prazo é de $3.200. Logo,
CD
Despesas financeiras
Emprestimos bancarios
= = =3 800
3 200
119
.
.
,
´ ´
Vê‑se, portanto, que
RsA < CD
Ou seja, o retorno sobre o Ativo total da empresa foi menor do que o custo da dívida. Assim, não 
houve benefício na tomada de recursos de terceiros, indicando que a alavancagem foi desfavorável.
6.4 Financiamento de Ativos fixos
Vejamos, neste tópico, algumas das formas de obtenção de financiamentos de longo prazo disponíveis 
no mercado financeiro para novos Ativos fixos:
86
Unidade II
Leasing ou arrendamento mercantil
Exploremos, inicialmente, as características do arrendamento mercantil financeiro, ou, como é mais 
conhecido, leasing. Trata‑se de modalidade que vem sendo largamente utilizada, especialmente para a 
utilização de veículos, máquinas, computadores e outros equipamentos.
Conforme estabelecido na legislação em vigor, citados em informativo da ABEL – Associação Brasileira 
das Empresas de Leasing, “considera‑se arrendamento mercantil (...) o negócio jurídico realizado entre 
pessoa jurídica, na qualidade de arrendadora, e pessoa física ou jurídica, na qualidade de arrendatária, e 
que tenha por objeto o arrendamento de bens adquiridos pela arrendadora, segundo especificações da 
arrendatária e para uso próprio desta”.
Assim, a arrendatária é a parte que tem a necessidade do bem e que o escolheu livremente 
no mercado, sem que houvesse interferência da arrendadora na seleção deste. As arrendadoras, 
por sua vez, são as sociedades de arrendamento mercantil e carteiras de arrendamento mercantil 
de bancos múltiplos, devidamente autorizadas a operar e sob fiscalização direta do Banco Central 
do Brasil (Bacen). Sua função consiste na aquisição do bem escolhido pela arrendatária junto ao 
fornecedor indicado por ela. Depois de entregue o bem, a arrendatária deverá cumprir com todas 
as obrigações relativas ao pagamento das parcelas referentes às contraprestações, bem como dos 
valores convencionados a título de pagamento de Valor Residual Garantido (VRG), impostos, multas 
e demais obrigações inerentes ao bem.
Com base na legislação em vigor, considera‑se arrendamento mercantil financeiro a modalidade 
em que:
• as contraprestações e demais pagamentos previstos no contrato, devidos pela arrendatária, 
sejam normalmente suficientes para que a arrendadora recupere o custo do bem arrendado 
durante o prazo contratual da operação e, adicionalmente, obtenha um retorno sobre os 
recursos investidos;
• as despesas de manutenção, assistência técnica e serviços correlatos à operacionalidade do bem 
arrendado sejam de responsabilidade da arrendatária;
• o preço para o exercício da opção de compra seja livremente pactuado, podendo ser, inclusive, o 
valor de mercado do bem arrendado.
Um contrato de leasing financeiro tem o prazo mínimo de 24 meses para veículos e computadores. 
No caso de máquinas e equipamentos, o prazo mínimo é de 36 meses, conforme legislação em vigor. 
Na análise das condições de uma operação de leasing, deve‑se atentar especialmente para aquelas 
referentes ao Valor Residual Garantido (VRG). Conforme dispositivos legais, o VRG constitui um preço 
contratualmente estipulado para exercício da opção de compra. Assim, as partes convencionam que, 
ao final do contrato, a arrendatária poderá, se quiser, exercer a compra do bem pelo valor e formas 
estabelecidos no instrumento contratual firmado. Refere‑se, portanto, a um valor contratualmente 
garantido pela arrendatária como mínimo que será recebido pela arrendadora na venda a terceiros 
87
ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA
do bem arrendado, na hipótese de não ser exercida a opção de compra pela arrendatária. Por isto, 
caberá à arrendatária ou a terceiro por ela indicado, garantir à arrendadora o pagamento do valor 
estabelecido no contrato.
No caso de exercício do VRG, a sua forma de pagamento poderá ser livremente pactuada entre 
as partes, podendo ser a) antecipado, ou seja, pago já no início do contrato, b) parcelado ao longo da 
vigência do contrato, ou c) pago no encerramento da vigência do contrato.
Observa‑se, portanto, que, no final do prazo contratual, a arrendatária deverá se manifestar 
formalmente pela intenção de adquirir o bem, devolvê‑lo ou renovar o contrato de arrendamento 
por um novo período. Se a arrendatária resolver devolver o bem ao final do contrato, a arrendadora 
poderá vendê‑lo no mercado. Neste caso, se a arrendatária tiver antecipado qualquer importância a 
título de VRG, esta deverá ser devolvida pela arrendadora, descontando‑se as despesas incorridas para 
a realização da venda. Se o valor da venda for inferior ao VRG estabelecido no instrumento contratual, 
a arrendatária deverá cobrir a diferença verificada.
Entre as características que conferem flexibilidade ao contrato de leasing em relação a outros 
instrumentos de financiamento existentes no mercado financeiro, destacam‑se a possibilidade de 
transferência do contrato para uma terceira parte, com manifestação expressa de todos no correspondente 
instrumento, e ainda a possibilidade de substituição do bem arrendado, com a concordância expressa das 
partes. Os bens arrendados são normalmente segurados por meio de apólice específica contra acidentes, 
roubo, incêndio etc.
Leasing operacional ou locação
Esta não constitui uma operação sujeita à regulamentação do Banco Central. Pode, portanto, 
ser realizada por qualquer empresa que, tendo adquirido o bem, queira cedê‑lo a uma terceira 
parte por período de tempo estabelecido em um contrato de locação por uma determinada 
taxa de locação, que pode ser semanal, mensal, trimestral ou anual. Uma das vantagens desta 
modalidade é a que diz respeito à manutenção do bem, geralmente de total responsabilidade da 
empresa locadora. Ao final do contrato ou a qualquer tempo, obedecidas às condições contratuais 
específicas a este respeito, o bem será devolvido à locadora. O instrumento contratual pode 
ou não estipular uma condição de opção de compra a ser oferecida ao locatário, a partir de 
determinada vigência do contrato.
É comum observar‑se no mercado a aquisição de determinado bem pela modalidade leasing 
financeiro que será oferecido para locação por meio de um leasing operacional.
Lease back
Esta é mais uma forma de obtenção de recursos financeiros de longo prazo disponível no mercado 
financeiro. Consiste em uma operação de venda de um Ativo fixo da empresa, totalmente desimpedido, 
para uma sociedade de arrendamentomercantil. Esta empresa de leasing adquire o bem e processa 
uma operação de leasing financeiro ao vendedor do Ativo. Desta maneira, o bem permanece no mesmo 
88
Unidade II
local, sendo normalmente utilizado pela empresa ex‑proprietária que poderá, ao final do contrato de 
arrendamento, exercer a opção pela aquisição do bem, com base no VRG a que nos referimos anteriormente.
Operações de financiamento com bancos de desenvolvimento
Dentre as formas de obtenção de capital de investimento de longo prazo, não se poderia deixar 
de verificar as modalidades de financiamento disponibilizadas pelos Bancos de Desenvolvimento, tais 
como o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Banco de Desenvolvimento 
do Estado de Minas Gerais (BDMG), o Banco do Estado do Rio Grande do Sul (BANRISUL), Banco do 
Nordeste e outros bancos comerciais que disponibilizam linhas de crédito especiais para aquisição de 
bens do Ativo fixo e mesmo capital de giro.
Os custos financeiros dessas operações são geralmente inferiores aos custos praticados no 
mercado financeiro. Dá‑se preferência a máquinas e equipamentos novos, com elevado grau de 
nacionalização dos componentes, bem como à ampliação da capacidade exportadora da empresa 
tomadora dos recursos, dada a importância da ampliação das reservas internacionais de divisas 
do país. São beneficiárias as empresas de qualquer porte e setor, legalmente estabelecidas no país. 
A operacionalização dessas linhas de crédito se faz geralmente com a participação de um agente 
financeiro – um banco comercial ou instituição financeira com a qual a empresa tomadora realiza suas 
operações bancárias de forma regular – que fará a análise creditícia, estabelecimento das garantias 
e outros detalhes correspondentes à operação financeira solicitada e devidamente enquadrada nas 
linhas de crédito em vigor à época da consulta.
Neste estágio de busca de informações sobre o ambiente financeiro das organizações e suas 
especificidades é chegada a hora de implementar as ferramentas disponibilizadas ao longo do curso 
para a elaboração de um diagnóstico empresarial que considere, sobretudo, os parâmetros setoriais 
oferecidos por entidades de reconhecida competência, como o Serasa e a Revista Exame. É o que 
veremos na unidade final deste livro.
 Resumo
Nesta unidade, passamos a tratar das decisões de investimento 
em longo prazo, inserindo o mercado de capitais na apresentação. 
Analisamos quando e em quais situações uma empresa deve optar por 
capital próprio ou por capital de terceiros, bem como a importância de 
conhecer a alavancagem financeira. A unidade termina apresentando 
cálculos de retorno sobre o capital e sobre o Ativo, bem como implicações 
do financiamento de Ativos fixos. 
 Exercícios
Questão 1 (Enade 2012). O quadro a seguir apresenta o balanço patrimonial de 2011 da empresa 
D.T. Ltda, em R$ mil.
89
ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA
Ativos Circulantes 1.400 Passivos circulantes 800
Imobilizados 5.800 Dívidas de longo Prazo 1.200
Depreciação Acumulada (2.200) Patrimônio Líquido 3.000
Total ativo 5.000 Total Passivo 5.000
Fonte: GITMAN, L., J.; MADURA, J. Administração financeira: uma abordagem gerencial. 
São Paulo: Addison Wesley, 2003. p 189 (adaptado).
Com relação às informações patrimoniais apresentadas, avalie as afirmações a seguir.
I – Menos da metade dos ativos da empresa foram financiados pelos credores.
II – A empresa apresenta índices de liquidez corrente e geral satisfatórios.
III – No longo prazo, a empresa terá mais valores a receber do que valores a pagar.
É correto o que se afirma em:
A) I, apenas.
B) III, apenas.
C) I e II, apenas.
D) II e III, apenas.
E) I, II e III.
Resposta correta: alternativa A.
Análise das afirmativas
I) Afirmativa correta.
Justificativa: para verificar o que se afirma em I, é necessário verificar a composição dos ativos bem 
como dos recursos que os financiam.
Total dos ativos = Ativos circulantes + Imobilizados.
Total dos ativos = 1.400 + 5.800
Total dos ativos = 7.200
Total dos financiamentos de credores = Passivos Circulantes + Dívidas de Longo Prazo
Total dos financiamentos de credores = 800 + 1.200
Total dos financiamentos de credores = 2.000
90
Unidade II
A afirmativa sugere que menos da metade dos ativos da empresa foram financiados pelos credores.
A metade dos ativos é de 3.600 (7.200/2). O total dos financiamentos de credores é de 2.000, ou seja, 
menos da metade dos ativos. Portanto, a afirmativa está correta.
II) Afirmativa incorreta.
Justificativa: quanto ao índice de liquidez corrente, indica quanto a empresa possui de ativo 
circulante para cada unidade monetária de passivo circulante. Quanto maior a capacidade de pagamento, 
melhor para a empresa, ou seja, quanto mais alto for o índice, melhor.
O cálculo do índice de liquidez corrente se dá pela divisão (Ativo Circulante/ Passivo Circulante). 
No caso apresentado, (1.400/800) = 1,75. Significa que, na análise, para cada R$1,00 de obrigações 
de curto prazo, a empresa tem recursos de curto prazo de R$1,75. Este é um bom índice, pois 
quanto maior, melhor.
Quanto ao índice de liquidez geral, indica quanto a empresa possui de ativo circulante mais o 
ativo não circulante para cada unidade monetária de dívida geral (passivo circulante mais o passivo 
não circulante). No caso apresentado, [(1.400 + 5.800)/(800 + 1200)] = 3,60. Significa que, na análise, 
para cada R$ 1,00 de obrigações totais, a empresa tem aproximadamente R$ 3,60 de recursos para 
liquidação. Mesmo em se considerando a depreciação como ativo não circulante, o índice de liquidez 
geral mostra‑se bastante elevado: 2,50.
Apesar de os dois índices serem bem elevados, e quanto maior, melhor, não há como indicar a 
afirmativa como correta. Motivo: sugerir que a empresa apresenta índices de liquidez corrente e geral 
satisfatórios. O que é um índice satisfatório? Pode‑se entender satisfatório aquele que esteja próximo 
de R$ 1,00, o mínimo aceitável, o satisfatório. Ainda: para afirmar que algo seja satisfatório, há também 
necessidade de comparação entre situações diferentes, o que o exercício não oferece. Portanto, a 
afirmativa deve ser indicada como incorreta.
III) Afirmativa incorreta.
Justificativa: não há como afirmar. O exercício oferece apenas valores das dívidas de longo prazo 
(1.200). Não há projeção de vendas para saber os recebimentos de longo prazo bem como não se conhece 
a composição do Passivo Não Circulante.
Questão 2 (Enade 2006). A diretoria da Cia. Aroeira quer que seus gerentes se concentrem em 
melhorar a rentabilidade de cada uma das divisões sob sua responsabilidade. Quais as medidas de 
avaliação de desempenho que mais possibilidades têm de estimular esse comportamento?
A) Dividendo por ação, retorno sobre o Patrimônio Líquido e índice de endividamento.
B) Rotatividade dos Ativos Operacionais, margem bruta e retorno sobre o patrimônio.
91
ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA
C) Retorno sobre Ativos Operacionais, índice de liquidez geral e índice de endividamento.
D) Rotatividade dos Ativos Operacionais, dividendos por ação e participação do capital de terceiros.
E) Retorno sobre o Patrimônio Líquido, margem bruta de lucro e índice de endividamento.
Resolução desta questão na plataforma.

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