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Síndromes Vasculíticas Grupo de doenças heterogêneas que apresentam, em comum, um processo inflamatório na parede vascular, podendo levar à diminuição de sua luz e trombose secundária ou à ruptura de sua parede e consequente sangramento A maioria das vasculites iniciam-se com sintomas constitucionais inespecíficos, que podem ser confundidos com uma série de outras doenças, dificultando o diagnóstico A faixa etária de acometimento varia de acordo com o tipo de vasculite Quadro clínico Variável, podendo ser isolado (local) ou parte de doença sistêmica Suspeitar quando há uma doença inflamatória difusa + sinais e sintomas de isquemia (denota problema vascular) em órgãos ou sistemas Manifestações inespecíficas: febre, astenia, perda de peso, fadiga, anorexia, cefaleia, artralgia/artrite. Envolvimento de órgãos: pele, rins, coração, pulmões, trato digestivo, sistema nervoso e aparelho locomotor. * Entre esses, a pele é o mais afetado. MANIFESTAÇÕES CUTÂNEAS Fenômeno de Raynaud Livedo reticular: lesões cutâneas que podem ser pos-mortem (óbito → isquemia) e por vasculite. Pode estar presentes em pessoas muito brancas, idosos ou na síndrome do anticorpo antifosfolípide. Eritema nodoso: inflamação da pele e do subcutâneo. Em geral, são placas avermelhadas que acontecem em MMII, dolorosas e pode ser pouco sobrelevado. Púrpuras e petéquias: para que ocorram, deve haver necessariamente um distúrbio hematológico ou uma doença do vaso. Sendo assim, estão muito presentes nas vasculites Pápula, bolhas e vesículas: semelhantes a quadros infecciosos, por isso é chamado de pseudofoliculite (lesões cutâneas que lembram infecção, mas não são) Nódulos subcutâneos: refletem inflamação Úlceras isquêmicas e necroses cutâneas Classificação PRIMÁRIAS: inflamação vascular é a manifestação primordial Predominantemente de grandes vasos: • Arterite de Takayasu (envolve a aorta) • Arterite de células gigantes (arterite temporal) • Uma vasculite secundária que atingia uma artéria grande é a vasculite sifilítica, na qual havia uma aortite, ou seja, uma inflamação da aorta por sífilis. Predominantemente de médios vasos • Poliarterite nodosa • Doença de Buerger (tromboangiite obliterante) • Doença de Kawasaki Predominantemente de pequenos vasos (ANCA-associada) • Poliangiite microscópica • Granulomatose com poliangiite (Wegener) • Granulomatose com poliangiite e eosinofilia (Churg-Strauss) – geralmente ocorre em pacientes atópicos Predominantemente de pequenos vasos (por imunocomplexos) • Vasculite de hipersensibilidade (angiite cutânea leucocitoclástica) • Vasculite por imunoglobulina A (Henock Schonlein) • Vasculite urticariforme • Crioglobulinemia Vasculites de vasos de tamanhos variáveis • Doença de Behçet As vasculites são quase todas arterites, exceto a doença de Behçet que atinge arterias e veias, sendo que os vasos podem ser de qualquer tamanho, sem predomínio de um calibre. • Síndrome de Cogan SECUNDÁRIAS: inflamação vascular é uma manifestação da doença de base (LES, SD de Sjogren, hepatites B e C, neoplasias, drogas, pós- transplante) Pacientes com vasculite de grandes vasos pode ter também a de médio e pequenos vasos, assim como a de médio também pode ter de pequenos vasos. No entanto, pacientes com vasculites de pequenos vasos só terão vasculites de pequenos vasos. A classificação é de acordo com o que predomina e é amis característica daquela vasculite. Vasculite de grandes vasos Doença de Takayasu Também chamada de Síndrome de Martoreli, Doença sem pulsos e Síndrome do arco aórtico. Doença rara, maior prevalência em mulheres adolescentes e jovens (15-40 anos) Tem como característica o envolvimento da aorta e/ou dos seus grandes ramos (tronco da coronária, subclávia esquerda, carótida, tronco braquiocefálico etc) Como a aorta está inflamada, sua parede está fragilizada, e assim, pode ocorrer dilatação ou espessamento da parede. O espessamento leva à estenose com sintomas de obstrução, principalmente na carótida, coronária e subclávia esquerda. A dilatação geralmente acontece em artérias de maior calibre (arco aórtico, aorta descendente), causando os aneurismas. O curso da doença é flutuante. Grande parte dos pacientes apresentam episódios de atividade e remissão da doença. Manifestações cardíacas e cerebrovasculares as de maior mortalidade! SINTOMAS GERAIS: febre, mialgia, dores articulares, anorexia, astenia, cefaleia SINTOMAS DA ISQUEMIA • Claudicação: ao usar o membro, é necessária uma maior oxigenação, como como o paciente não tem essa oxigenação, começa a sentir dor. Pode ocorrer no braço ou na perna • Parestesia: relacionadas à claudicação • Alterações visuais: envolvimento de vaso craniano, com alteração da artéria oftálmica e da retina Manifestações clínicas FASE PRÉ-VASCULAR: resposta inflamatória difusa inespecífica, febre de origem indeterminada com sintomas inespecíficos (cefaleia, febre, mialgia) FASE VASCULAR: além dos sintomas inflamatórios inespecíficos da fase prévascular (podem estar menos exuberantes), surgem os sintomas vasculares, como dor no pescoço, principalmente se for relacionada ao esforço. Alteração de pulsos com claudicação de membros. FASE SEQUELAR: vasos mais fechados, tornando-se incapacitante. Paciente sequer consegue levantar o braço. Suspeita-se do diagnóstico pela combinação de doença arterial vaso-oclusiva e inflamação sistêmica em paciente jovem. Exame físico Sopro carotídeo: podem ocorrer por insuficiência aórtica pelo aneurisma e sopro abdominal por envolvimento da aorta abdominal HAS: decorrente da estenose na artéria É frequente que o paciente tenha dor no pescoço/carótida, semelhante a torcicolo Achados importantes do exame físico: diminuição do pulso braquial, diferença de pressão entre os membros superiores e presença de sopro subclávio ou no trajeto da aorta. Quando acomete a artéria renal → HAS secundária (30%). Mulheres jovens hipertensas (sem fatores de risco), atente-se à arterite de Takayasu Diagnóstico EXAMES ESPECÍFICOS: VHS e PCR - fases mais avançadas podem estar baixos; hemograma IMAGEM: arteriografia, angio TC (mais usada e padrão ouro) e angiorresonância • Toda vasculite requer exames que veem o vaso, por isso sempre realizar angio • Imagem ponta de rosário → dilatação e estenose, formando uma imagem semelhante a um terço; bem característico de vasculites. Propedêutica armada: angiotomografia, angiorresonância, PET. O diagnóstico de arterite de Takayasu é estabelecido por três ou mais critérios: Tratamento Corticoide (dose alta - 1mg/kg de prednisona ou equivalente para controle inflamatório da doenla, com posterior desmame) Imunossupressores podem ser utilizados para o controle da inflamação: • Metotrexato → na falha: anti-TNF (imunobiológico) Tratamento cirúrgico em casos de estenose ou formação aneurismática Baixas doses de AAS podem ser utilizadas para evitar trombose Arterite temporal / arterite de células gigantes INTRODUÇÃO Forma mais comum de vasculite sistêmica em adultos Como há o comprometimento de outras artérias além da temporal, tem sido chamada de arterite de células gigantes, pela presença de macrófagos no local. M:H 3:1 Idade média: 75 anos, com aumento da incidência conforme idade < 50 anos: improvável É uma panarterite, pois todas as camadas da parede arterial são acometidas por um infiltrado inflamatório constituído por células T e macrófagos. Trombose é incomum. Quadro clínico Após os sintomas constitucionais, a cefaleia é o sintoma mais comum na ACG. Geralmente inicia-se após os 50 anos de idade, paciente começa a sentir cefaleia decorrente da inflamação da artéria temporal e outras, além de dor à palpaçãona região temporal, espessamento local da artéria, amaurose (por lesão dos vasos da retina - não é comum! pode ser prevenida com corticoide em altas doses) e pode estar associada à polimialgia reumática. A artéria temporal pode estar espessada, dolorida, não compressível, nodular ou sem pulso. No entanto, em 50% dos casos ela apresenta sem alterações. Por isso, artéria temporal sem alterações não exclui ACG. Quadro de instalação crônica, com três apresentações clínicas: o Cefálica: paciente idosa com cefaleia geralmente unilateral, pulsátil, na região temporal. Pode sentir alteração de sensibilidade e isquemia do couro cabeludo; claudicação de língua e mandíbula (sintoma mais específico); amaurose e escotomas; o Escapular: dor e rigidez de cinturas pélvica e escapular. ➢ Polimialgia reumática é uma doença similar à polimiosite, que é a inflamação no músculo causando lesão vascular, e o paciente cursa com fraqueza muscular. No caso da polimialgia, não é um processo de lesão muscular tão importante, então o paciente tem queixa de rigidez nos músculos do pescoço, na cintura pélvica e cintura escapular com dificuldade de movimentação associada a sinais de inflamação sistêmica. QUANDO A POLIMIALGIA NÃO RESPONDE AO TTO (corticoide oral) → VASCULITE! A maioria dos pacientes com arterite de células gigantes iniciarão o quadro com uma polimialgia like, mas depois surgirão os sintomas mais clássicos. ➢ Polimialgia reumática responde rapidamente a doses baixas a moderadas de corticoide, e não oferece risco de amaurose. o Extracraniana (large vessel): acometimento de vasos que estão fora da cabeça e da região cervical; geralmente ramos proximais da aorta - carótidas comuns, subclávias, artéria mesentérica, renal etc. Quadro mais difícil de diagnóstico. Pode acometer a aorta, causando angina, dissecção e derrame pericardico ⇒ infrequente! Exames Nos exames, o VHS e PCR estarão elevados, espessamento segmentar de artéria ao USG duplex e na biópsia da artéria temporal (realizada em casos de dúvida) há a presença de células gigantes. Como a artéria temporal é superficial, o doppler consegue visualizá-la bem Pode fazer angioTC de crânio para avaliar se há o comprometimento de outros vasos Propedêutica armada: o USG de artéria temporal (padrão ouro) se o acometimento for cefálico o AngioTC → comprometimento extracraniano o Angioressonância → comprometimento extracraniano o PET o Biópsia (padrão-ouro) - pode ser realizada para confirmação diagnóstica para casos duvidosos. Quadro clínico clássico + USG positiva: não precisa biópsia. Para o diagnóstico o paciente deve apresentar pelo menos três dos seguintes critérios: Tratamento Corticoide oral - prednisona 1mg/kg via oral (se houver acometimento visual, faz pulsoterapia) até reversão das manifestações inflamatórias da doença, com redução posterior. No entanto, pacientes podem ter recidivas ou corticodependência, nesses casos: Tocilizumabe (inibidor de IL 6) → metotrexato Baixas doses de AAS podem ser utilizados para reduzir o risco de perda visual, acidente isquêmico transitório e acidente vascular encefálico Vasculite de médios vasos Geralmente, envolvem a artéria mesentérica e, por isso, a queixa do paciente costuma ser dor abdominal, o que dificulta o diagnóstico de vasculite Poliarterite nodosa Mais comum em homens, entre 40-50 anos. Acomete artérias de médio e pequeno calibre - envolvimento abdominal por comprometimento da artéria mesentérica, e compromete também a artéria renal Muito rara em crianças e tem causa desconhecida, mas drogas, vacinas ou infecções podem estar relacionadas ao desencadeamento da doença As partes inflamadas da parede arterial tornam-se mais fracas e, sob a pressão sanguínea, cedem, levando à formação de aneurismas. FR e anticorpos antinucleares podem estar presentes em níveis baixos Sintomas SINTOMAS GERAIS: febre, artrite, mialgias, emagreciemnto Acomete mais comumente pelem, rins, trato gastrointestinal e nervos periféricos ENVOLVIMENTO DE ARTÉRIAS DE MÉDIO CALIBRE: Microaneurismas viscerais o Rim (artéria renal): o paciente cursa com uma doença renovascular (hipertensão) e pode também cursar com insuficiência renal. o Intestino: vasculite mesentérica - angina intestinal (dor periumbilical pós-prandial). A dor não melhora com analgésico e o paciente pode evoluir com abdome agudo obstrutivo; ➢ Pode haver perfuração ou isquemia do intestino, com sangramento intestinal maciço ENVOLVIMENTO DE ARTÉRIAS DE PEQUENO CALIBRE: o SNC e periférico: vasculite SNC; mais de 80% dos pacientes têm neuropatia periférica por vasculite acometendo nervos específicos, levando a sinais como pés e mãos caídos (mononeurite múltipla). o Pele: úlceras, nódulos subcutâneos, livedo reticular, gangrena digital ➢ A PAN CUTÂNEA É UMA VARIANTE DA PAN CLÁSSICA, EM QUE SÓ A PELE É ACOMETIDA, SEM ENVOLVIMENTO VISCERAL o Dor ou hipersensibilidade testicular: uma característica clássica desses pacientes é a isquemia das artérias testiculares, portanto, paciente cursa com muita dor e edema local. PAN costuma poupar o leito arterial pulmonar Sorologia positiva para vírus de Hepatite B e C tem sido evidenciada como um gatilho importante para o início da doença; apresentando melhora após o tratamento do quadro, quando possível. Diagnóstico O diagnóstico parte da suspeita de uma doença sistêmica com febre, emagrecimento e astenia, além de manifestações em múltiplos aparelhos, como certas associações fortemente sugestivas de PAN: vasculite cutânea, mononeurite múltipla, dor muscular e perda da função renal com hipertensão, em paciente com provas de atividade inflamatória elevadas. Para a confirmação por achados mais específicos: biópsia (pele, nervo, músculo de lugar com nervo acometido); Angiografias renais ou mesentéricas podem mostrar os microaneurismas Para o diagnóstico, o paciente deve ter no mínimo três dos seguintes critérios: Tratamento o PAN idiopática (sem associação com hepB - quadro predominantemente neurológico): corticoide em altas doses e imunossupressor Indivíduos com doença refratária aos corticosteroides e envolvimento grave de órgão- alvo devem receber ciclofosfamida → depois dessa terapia de indução, utiliza-se imunossupressor mais leve: metotrexato ou azatioprina o PAN associada à hepB - quadro predominantemente renal: tratamento antiviral (quadro leve), se for mais grave, associa-se com corticoide. Casos muito graves: plasmaferese Vasculites de pequenos vasos Vasculites com ANCA As vasculites relacionadas ao ANCA (anticorpo neutrofílico citoplasmático) apresentam duas características em comum: envolvimento do pulmão e do rim, por isso são chamadas de síndromes pulmão-rim. O envolvimento renal, diferente da poliarterite nodosa que causa hipertensão, haverá hematúria, proteinúria etc. que são os sintomas do envolvimento capilar. O envolvimento do pulmão pode acontecer em todas elas, mas a que envolve a via aérea superior é a doença granulomatosa de Wegner. Poliangeíte granulomatosa (granulomatose de Wegner) É uma vasculite necrosante granulomatosa do trato respiratório superior e inferior, com ou sem glomerulonefrite. Doença incomum que afeta ambos os sexos igualmente. Vias aéreas superiores, inferiores e rins são frequentemente envolvidos. Quadro clínico VAS: obstrução nasal crônica com rinorreia persistente, ulceração e edema da mucosa nasal, parosmia, espistaxe e cefaleia. Perfuração do septo nasal e ulceração e erosão do vômer, levando à deformidade “nariz em sela”; é comum envolvimento granulomatoso dos seios da face e infecção por staphylococcus aureus. Podem ocorrer otite secretora, otite média crônica, otalgia e otorreia. ➢ Ulceraçãooral e alterações gengivais típicas (gengivas de morango) VAI: tosse produtiva, dispneia, hemoptise Rim: vasculite necrotizante - capilar glomerular (glomerulonefrite focal necrosante); hematúria, leucocitúria, aumento de ureia e creatinina Lesões cutâneas: úlceras e petéquias Manifestações oculares: proptose, diplopia, perda visual e uveíte; Enoftalmia (deslocamento do bulbo ocular para o interior da cavidade orbitária) pelo comprometimento dos seiso da face Para o diagnóstico são necessários no mínimo 2 critérios: 1. Inflamação nasal ou oral 2. Anormalidades ao raio-x de tórax: presença de cavitação ou nódulos não cavitários ou infiltrado fixo 3. Alteração do sedimento urinário: micro- hematúria ou presença de cilindros hemáticos 4. Biópsia: processo inflamatório granulomatoso na parede arterial ou em região perivascular ou extravascular. Exames complementares Laboratório: C- ANCA (citoplasmático - anticorpo antiproteinase-3) – está presente em até 90% dos pacientes com granulomatose com poliangeíte Na anatomia patológica pode ser confundida com TB, devido ao granuloma. Poliangeíte microscópica Muito semelhante à poliangeite granulomatosa, com a diferença de que a poliangeíte microscópica não apresenta granuloma tecidual, e não há envolvimento da via aérea superior. É uma desordem que acomete vasos de pequeno calibre, incluindo capilares, vênulas e arteríolas, e vasos de médio calibre, como artérias e veias. É uma vasculite necrosante pauci-imune, sem depósitos imunes à histologia, e apresente tropismo pelos rins (glomerulonefrite rapidamente progressiva), e pulmões (capilarite pulmonar), sendo a principal causa da síndrome pulmão-rim. Quadro clínico As manifestações mais comuns são glomerulonefrite com hematuria, perda da função renal, hipertensão, perda de peso, lesões cutâneas purpúricas, mononeurite múltipla, febre, hemoptise, dispneia. o Pele: púrpura, livedo, necrose o Pulmão: capilarite pulmonar com hemorragia o Rim: afetado na maioria dos casos causando glomerulonefrite o Sistema nervoso: neuropatia periférica o TGI: infartos e necroses de alças Exames complementares Laboratório: P-ANCA (perinuclear - antimieloperoxidase) presente na poliangeite microscópica (principal - porém não se relaciona com atividade da doença), de Wegner (granulomatosa) e de Churg Strauss. Como o ANCA é um exame similar ao FAN, é possível encontrar falsos positivos, já que o reagente é o mesmo: o paciente faz um ANCA, dá positivo, mas na verdade ele tem um FAN; ou o paciente que tem ANCA e ao fazer exame do FAN tem resultado positivo. Por isso, para diferenciar, tem que pedir anticorpos. Vasculites por imunocomplexos Vasculite por IgA (púpura de Henoch- Schonlein) Acomete crianças (3-15 anos, média 5 anos), caracterizada pela tétrade de púrpura palpável, artrite, dor abdominal e glomerulonefrite. Vasculite necrotizante Quadro agudo de febre, púrpura palpável em membros inferiores e nádegas, dor abdominal (tipo cólica pós-prandial), artrite (grandes articulações) e glomerulonefrite (hematúria e proteinúria) Presença de púrpura palpável em menores de 20 anos com angina abdominal é altamente indicativa do diagnóstico Apesar de ser mediada por imunocomplexos, não causa hipocomplementenemia Vasculites por vasos de tamanhos variáveis Doença de Behçet Doença vascular inflamatória crônica de etiologia desconhecida que ocorre em todo o mundo Acomete principalmente adultos jovens, com idade entre 25-30 anos Pode atingir artéria e veia História de ulcerações orais recorrentes e/ou ulcerações genitais → as aftas orais são, usualmente, os primeiros sintomas. Podem estar presentes na língua, gengiva e palato. Úlceras genitais podem ocorrer na vulva, vagina, escroto e pênis e também podem estar presentes as perianais. Lesões cutâneas são comuns: eritema nodoso, pseudofoliculites, lesões papulopustulosas ou nódulos acneiformes; Teste da patergia positivo (uma resposta exacerbada da pele ao trauma, resultante da hiperreatividade dos neutrófilos) → altamente específico para a doença de Behçet. Inflamação ocular, tipicamente, ocorre após as manifestações mucocutâneas: uveíte anterior com hipópio Podem existir estenoses, oclusões e aneurismas RESUMO Arterite de Takayasu (”doença sem pulso”): afeta aorta e seus ramos primários - aneurismas e estreitamentos ACG (”arterite temporal”): afeta ramos extracranianos das artérias carótidas, com riso de amaurose definitiva por neuropatia óptica isquêmica PAN: acomete artérias de pequeno e médio calibres. Sintomas constitucionais marcantes. Predileção por pele, nervos periféricos, rins, trato gastrointestinal e trato geital. Poupa os pulmões e é associada à hepatite B PAM: vasos arteriais e venosos de pequeno e médio calibre. Principal causa da síndrome pulmão-rim. Hemorragia alveolar, glomerulonefrite, mononeurite multiplex, púrpuras. É associada ao p-ANCA. Granulomatose com poliangiite (Wegener): vasculite granulomatosa de tratos respiratórios superior e inferior, com ou sem glomerulonefrite. É associada ao c-ANCA. PHS (vasculite por IgA): vasculite sistêmica que predomina em crianças, caracterizada pela tétrade: púrpura palpável, artrite, dor abdominal e glomerulonefrite Doença de Behçet: vasculite sistêmica caracterizada pela presença de aftoses oral e genital recorrentes, com acometimento cutâneo, ocular e patergia.
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