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CERVICALGIA

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CERVICALGIA 
Cervicalgia é a dor da coluna cervical. Cervicobraquialgia é a dor cervical com irradiação para os membros superiores. 
 
Classificação 
Quanto à duração da sintomatologia, em: 
 Aguda (menos de 6 semanas). 
 Subagudas (entre 6 e 12 semanas). 
 Crônicas (mais de 12 semanas, isto é, 3 meses). 
 
Etiologia 
 Mecânico-posturais. 
 Compressivas (hérnias discais e estenose vertebral). 
 Degenerativas (osteoartrite, doença degenerativa discal). 
 Infecciosas (discite vertebral por tuberculose ou estafilococos). 
 Inflamatórias (artrite reumatoide e espondilite anquilosante). 
 Metabólicas (osteoporose com fratura patológica). 
 Tumorais (metástases ou lesões primárias). 
 Deformidades vertebrais (dorso curvo juvenil ou doença de Scheuermann). 
 Traumáticas. 
 
Fisiopatologia 
Condições Musculoesqueléticas 
TENSÃO CERVICAL 
APRESENTAÇÃO COMUM: dor e/ou rigidez no movimento do pescoço. É comum história de lesão antecedente nos músculos 
paraespinhais cervicais, mas pode resultar de estresses físicos do cotidiana (incluindo má postura e hábitos de sono). Em alguns 
casos, pode não haver uma causa precipitante clara. AO EXAME FÍSICO: sensibilidade à palpação dos músculos do pescoço e 
trapézio. Manobras provocativas para radiculopatia cervical são negativas. O DIAGNÓSTICO: feito com base no quadro clínico. Dor 
no pescoço e rigidez podem durar até 6 semanas. Sintomas mais duradouros/atípicos? Diagnósticos alternativos. 
ESPONDILOSE CERVICAL 
Espondilose: termo inespecífico para descrição de efeitos atribuídos à degeneração na coluna (comumente: c/ osteófitos). 
Alterações degenerativas podem causar repercussão clínica (paciente sintomático c/ radiculopatia) ou não (paciente assintomático). 
 
Nas imagens: formação de osteófitos ao longo dos corpos vertebrais, alterações nas articulações facetárias e na lâmina em vários 
níveis vertebrais. No entanto, a correlação entre o grau da doença na imagem e a presença ou gravidade da dor é pobre. Dado que 
a doença articular degenerativa multinível é normalmente observada em indivíduos assintomáticos, a atribuição confiável de 
sintomas cervicais à espondilose cervical é difícil. 
 
DOR DISCOGÊNICA CERVICAL 
Resulta da degeneração do disco. APRESENTAÇÃO COMUM: dor e/ou rigidez no movimento do pescoço, que às vezes está 
associada à dor nas extremidades superiores. Os sintomas podem ser exacerbados com manutenção de postura do pescoço por 
períodos prolongados (ao dirigir, ler ou trabalhar em um computador). AO EXAME FÍSICO: diminuição da amplitude de movimento 
associada à dor e os sinais radiculares cervicais geralmente estão ausentes; pode haver inflamação local ou não. 
 A dor: é em grande parte mecânica; resultante do desarranjo na arquitetura do disco e da incapacidade de distribuir 
efetivamente as pressões entre o disco, as placas terminais vertebrais e as articulações facetárias. 
O DIAGNÓSTICO: ser suspeitado com base na apresentação clínica. RM: complementar; achados de alterações degenerativas dos 
discos (obs: esses achados são muito comuns em indivíduos assintomáticos e pode ser difícil atribuir de forma confiável a dor 
cervical a alterações discogênicas). Assim, o termo "dor discogênica cervical" ou "síndrome de ruptura do disco interno cervical" é 
usado para descrever pacientes sintomáticos com dor cervical relacionada ao disco, enquanto o termo mais amplo "degeneração 
do disco" refere-se aos achados de imagem comuns que em muitos casos têm pouco ou nenhum significado clínico. 
 
LESÃO POR CHICOTADA – Distensões ou Entorses cervicais 
Lesão no pescoço resultante de um mecanismo de aceleração-desaceleração que causa extensão e flexão repentinas do pescoço. 
 
Pode lesar: 
 Articulações, discos e ligamentos intervertebrais. 
o Lesão da articulação facetária: causa mais comum de dor no pescoço e cefaleia por efeito chicote. 
 
 
 
 Músculos cervicais. 
 Raízes nervosas. 
Etiologia comum: colisões traseiras ou 
laterais de veículos. 
Outra situação: ocupação que exige o 
posicionamento repetido do pescoço 
em extensão. 
APRESENTAÇÃO COMUM: dor no pescoço e rigidez (imediatamente após a lesão ou após vários dias); frequentemente associada à 
dor persistente de baixa intensidade; outros sintomas: dor de cabeça, dor no ombro ou nas costas, tontura, parestesias, fadiga e 
distúrbios do sono. 
CLASSIFICAÇÃO: (de acordo com os sinais e sintomas associados) 
 Grau 1: APENAS DOR OU RIGIDEZ NO PESCOÇO, sem sinais físicos. 
 Grau 2: dor ou rigidez no pescoço COM SINAIS MUSCULOESQUELÉTICOS ASSOCIADOS (ex: diminuição da amplitude de 
movimento, sensibilidade nos pontos). 
 Grau 3: dor ou rigidez no pescoço COM SINAIS NEUROLÓGICOS ASSOCIADOS (ex: reflexos tendinosos profundos diminuídos 
ou ausentes, fraqueza, déficits sensoriais). 
 Grau 4: dor no pescoço ou rigidez COM FRATURA OU LUXAÇÃO ASSOCIADA. 
O termo "lesão em chicotada" geralmente se refere a lesões de grau 1 a 3; lesões de grau 4 (associadas a fratura ou luxação) geralmente estão 
associadas a traumas mais substanciais e são consideradas uma entidade distinta. 
O DIAGNÓSTICO: clínico com base na apresentação característica e nos achados clínicos. Em pacientes com trauma recente pode 
haver necessidade de exames de imagem da coluna cervical. 
 
OSTEOARTRITE DA FACETA CERVICAL 
APRESENTAÇÃO COMUM: dor e/ou rigidez no movimento do pescoço. A dor pode surgir espontaneamente ou pode ser provocada 
por uma lesão de flexão-extensão. Na última configuração, há alguma sobreposição com lesão de chicotada. 
 Os sintomas podem ser somaticamente referidos aos ombros, região periescapular, occipital ou membro proximal. 
AO EXAME FÍSICO: diminuição da amplitude de movimento associada ao espasmo do pescoço. O DIAGNÓSTICO: clínico + achados 
de imagem com alterações osteoartríticas (alterações da articulação facetária são comuns e nem sempre vão causar sintomatologia, 
podendo não ser a causa da dor), (+ demonstração de alívio c/ injeção anestésica local na inervação da articulação facetária). 
 
SÍNDROME DA DOR MIOFASCIAL (SDM) 
Distúrbio de dor regional associado a pontos-gatilho, bandas tensas e sensibilidade à pressão. A SDM é uma fonte relativamente 
comum de dor crônica na população em geral. A dor é de qualidade profunda dolorida, ocasionalmente acompanhada por uma 
sensação de queimação ou picada. AO EXAME FÍSICO: sensibilidade à pressão + pontos-gatilho miofasciais (achado característico). 
A dor geralmente ocorre em uma região anatômica (ex: lado direito do pescoço e do ombro). Isso distingue a SDM da fibromialgia, 
que normalmente está associada à dor generalizada, embora haja uma sobreposição considerável entre os diagnósticos. 
 
HIPEROSTOSE ESQUELÉTICA DIFUSA (HED) 
Síndrome de deposição óssea inadequada nas inserções dos ligamentos e tendões. Grandes osteófitos conectam corpos vertebrais 
adjacentes de forma assimétrica. APRESENTAÇÃO COMUM: dores no pescoço, na coluna torácica, na região lombar e/ou nas 
extremidades e rigidez matinal da coluna. Alguns pacientes afetados podem queixar-se de disfagia devido à hiperostose vertebral 
anterior proeminente. O DIAGNÓSTICO: baseado em critérios radiográficos específicos. 
 
 
Radiculopatia ou Mielopatia 
RADICULOPATIA CERVICAL 
Disfunção da raiz do nervo espinhal. 
APRESENTAÇÃO COMUM: dor, anormalidades sensoriais e/ou fraqueza em uma extremidade superior. Os sintomas podem 
persistir por até 6-8 semanas e podem ser recorrentes. AO EXAME FÍSICO: sensibilidade alterada em um padrão de dermátomo, 
Etiologia comum: alterações degenerativas da coluna (estenose de forame 
cervical, hérnica de disco cervical) = 70-90% dos casos 
Outras situações: herpes zoster, radiculopatia de Lyme e polirradiculopatia 
diabética. 
reflexos diminuídos e/ou fraqueza muscular localizada em uma distribuição miotomal. As manobras provocativas são muitas vezes 
positivas. O DIAGNÓSTICO: apresentação clínica e exames de imagems/n. 
 
MIELOPATIA ESPONDILÓTICA CERVICAL 
Lesão ou disfunção da medula espinhal causada por alterações degenerativas que estreitam o canal espinhal. APRESENTAÇÃO 
COMUM: variedade de queixas neurológicas;fraqueza nos MMII, dificuldades na marcha ou coordenação e disfunção da bexiga ou 
do intestino. AO EXAME FÍSICO: (pode) sinais do N1 nos braços e/ou pernas; sinal de Lhermitte pode estar presente; manobras 
provocativas (ex: manobra de Spurling) geralmente devem ser evitadas, pois podem piorar os sintomas. O DIAGNÓSTICO: 
suspeitado clinicamente e confirmado por RM mostrando estreitamento do canal espinhal cervical, compressão da medula 
espinhal e anormalidade do sinal. Distinguir a mielopatia espondilótica cervical de outras causas de dor no pescoço é fundamental 
(recuperação neurológica ideal depende de descompressão cirúrgica precoce). 
 
OSSIFICAÇÃO DO LIGAMENTO LONGITUDINAL POSTERIOR (OPLL) 
Calcificação anormal do ligamento longitudinal posterior, geralmente na coluna cervical. Mais comum ente asiáticos e homens. 
Pode ocorrer isolada ou associada a outras espondiloartropatias. APRESENTAÇÃO COMUM: dor no pescoço, rigidez e sintomas 
mielopáticos progressivos. O DIAGNÓSTICO: imagem com calcificações fluidas ao longo da superfície posterior da vértebra, que 
podem ser contíguas em vários níveis. 
 
 
Doenças Não Espinhais 
Muitas doenças não espinhais podem apresentar uma constelação de sintomas que incluem dor no pescoço. No entanto, na maioria 
dessas condições, a dor no pescoço não é a característica mais proeminente e o diagnóstico geralmente é evidente a partir de 
outras manifestações clínicas características (por exemplo, febre, rigidez da nuca, dor ao esforço, dor articular difusa): 
 Doença cardiovascular – Angina pectoris e IAM; 
 Infecção - Osteomielite, discite, abscesso cervical profundo, meningite; 
 Malignidade - Doença metastática para a coluna cervical; 
 Condições neurológicas - Cefaleia tensional, distonia cervical, malformações de Chiari; 
 Dor no ombro referida - Impacto, capsulite adesiva, ruptura do manguito rotador; 
 Condições reumatológicas - Polimialgia reumática, fibromialgia; 
 Síndrome do desfiladeiro torácico; 
 Condições vasculares - Dissecção da artéria vertebral ou da artéria carótida. 
 
 
Quadro Clínico: A principal queixa clínica é a dor. 
Em casos agudos, com etiologia mecânico-postural, os achados usuais são restrição de movimentos e contraturas musculares. 
Quadros de parestesias, diminuição de força e dor tipo “choque” indicam radiculopatias por provável hérnia de disco cervical. 
Febre, inapetência e perda de peso sugerem principalmente infecções vertebrais, mas podem também ser indícios de tumores 
malignos (síndrome paraneoplásica). 
Diminuição da força nos MMSS, com dificuldade para a marcha, e reflexos exacerbados sugerem um quadro de mielopatia 
cervical. Ao exame físico, os sinais de mielopatia: 
 Babinski (hiperextensão do hálux ao estímulo plantar). 
 Hoffmann (flexão dos dedos e do polegar em reação à hiperextensão da falange distal do dedo médio).

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