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Gestão de Riscos no Setor Publico Municipal - 1

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GESTÃO DE RISCOS NO 
SETOR PÚBLICO MUNICIPAL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
UNIDADE 1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1 
 
GESTÃO DE RISCOS NO SETOR PÚBLICO MUNICIPAL – UNIDADE I 
 
Desde o advento da Constituição 
Federal de 1988, e com a rápida 
evolução social em nosso país, a 
Gestão Pública vem exigindo cada vez 
mais conhecimento específico dos 
servidores e gestores públicos, haja 
vista que as modificações ocorrem 
permanentemente, criando regras 
próprias e exclusivas de funcionamento 
da máquina estatal. 
As demandas por conhecimento, 
padrões e sistemas preventivos, 
caminha a largos passos, em busca da 
melhora dos serviços públicos, 
 
da diminuição das irregularidades e na redução do altíssimo índice de responsabilização dos agentes 
públicos e terceiros que se envolvem com o setor público. 
Normas complexas e o descontrole, são os principais culpados pelo preocupante cenário 
governamental. Por isto, recentemente têm surgido formas e meios (novos ou não) para cuidar dos 
pontos primordiais de controle, integridade e ética. Assim, esse tema é inovação muito bem-vinda, por 
indicar papel preponderante na missão de orientar, corrigir distorções, defender interesses e direitos do 
governo local, combatendo atos e ações que possam gerar prejuízos e responsabilizações. 
 
Gerenciamento de riscos é o processo de planejar, organizar, dirigir e controlar os 
recursos humanos e materiais de uma organização, no sentido de minimizar ou 
aproveitar os riscos e incertezas sobre essa organização. 
 
 
 
 
 
2 
 
ÍNDICE 
TÓPICOS PÁGINA 
1. GOVERNANÇA E GESTÃO MUNICIPAL 3 
1.1 Funções de Governança E Gestão 6 
1.2 A Gestão Municipal 7 
1.3 Questão Social 11 
1.4 Políticas Públicas e Sustentabilidade 12 
1.5 Ciclo das Políticas Públicas 13 
1.6 Sustentabilidade 15 
2. PRINCÍPIOS APLICÁVEIS À ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 18 
3. NOÇÕES DE LEGISLAÇÃO MUNICIPAL 30 
3.1 Do Regimento Interno 30 
3.2 Força Vinculante Interna Corporis 32 
3.3 Aplicação Supletiva do CP E CPC 32 
3.4 Liberdade Regulamentar Local 33 
3.5 Obediência Simétrica Constitucional 33 
3.6 A Interferência do Poder Judiciário 34 
3.7 Legislação Municipal Básica 35 
3.8 Hierarquia das Leis (Ordem De Importância) 36 
3.9 Atos Legislativos 41 
3.10 Projetos Legislativos Municipais 42 
3.11 Fluxograma Exemplificativo do Processo Legislativo 43 
3.12 Proposições Legislativas 43 
3.13 Diferenças e Objetivos Dessas Proposições 44 
4. COMPLIANCE: CONCEITO, EVOLUÇÃO E IMPLANTAÇÃO 49 
4.1 Implantação de Um Programa de Compliance 59 
5. ÉTICA ADMINISTRATIVA: EXIGÊNCIA IMPRESCINDÍVEL 64 
6. TRANSPARÊNCIA PÚBLICA E SUAS NUANCES 80 
7. CONTROLE INTERNO, CONTROLE EXTERNO E CONTROLE SOCIAL 87 
7.1 Principais Motivos da Não Implantação Do Controle Interno Nas Entidades 
Públicas 
90 
7.2 Garantias Básicas Para o Pleno Funcionamento do Controle Interno 91 
7.3 Normas de Conduta de Controle Interno 92 
7.4 Exercício do Controle Interno 92 
7.5 Sistema de Controle Interno 93 
7.6 Atividades de Apoio Ao Controle Externo 96 
7.7 Controle Social 97 
8. BIBLIOGRAFIA 99 
 
 
 
3 
 
1. GOVERNANÇA E GESTÃO MUNICIPAL 
 
No que se refere ao setor público, a governança começou a ser discutida com a crise fiscal dos anos 
1980 que exigiu um novo arranjo político e econômico com a intenção de tornar o Estado mais eficiente. 
Nesse contexto oportunizou o debate sobre a governança na esfera pública e resultou no 
estabelecimento de princípios básicos que norteiam as práticas de governança nas organizações 
públicas nas esferas federal, estadual e municipal: transparência, integridade e prestação de contas 
(IFAC, 2001). 
Com o passar dos anos uma série de estudos internacionais sobre a boa governança no setor público 
foram publicados que reafirmaram os três princípios inicialmente preconizados pelo International 
Federation of Accountants (IFAC) e acrescentaram outros três: liderança, compromisso e integração. Já 
o Decreto Nº. 9.203, de 22 de novembro de 2017, define em seu Art. º os seguintes princípios da 
governança pública: 
I. capacidade de resposta; 
II. integridade; 
III. confiabilidade; 
IV. melhoria regulatória; 
V. prestação de contas e responsabilidade; 
VI. transparência 
Ainda, para melhor atender aos interesses da sociedade é fundamental garantir um comportamento 
ético, responsável, comprometido e transparente de liderança; reprimir a corrupção; implementar 
efetivamente um código de conduta e de valores éticos, garantir a adesão das organizações às 
regulamentações, normas e padrões; garantir a transparência, equilibrar interesses e envolver cada vez 
mais os stakeholders (cidadãos, usuários dos serviços, iniciativa privada). 
Assim, podemos entender que uma boa governança no setor público permite: 
 Garantir a entrega de benefícios econômicos, sociais e ambientais para os cidadãos; 
 Garantir que a organização tenha credibilidade e responsabilidade para com os cidadãos; 
 Ter clareza de quais são os serviços prestados para cidadãos e usuários; 
 Proporcionar transparência, mantendo a sociedade informada acerca das decisões tomadas e dos 
problemas envolvidos; 
 Dispor e utilizar informações de qualidade e mecanismos sólidos de apoio a tomada de decisões; 
 
 
4 
 
 Dialogar, compartilhar e prestar contas à sociedade; 
 Garantir a qualidade e continuidade dos serviços públicos prestados; 
 Promover o desenvolvimento contínuo dos líderes e dos colaboradores; 
 Definir claramente os processos, responsabilidades, limites de poder e de autoridade; 
 Selecionar a liderança tendo por base critérios como conhecimento, habilidades, competências e 
atitudes individuais; 
 Avaliar o desempenho da organização, da liderança e dos colaboradores; 
 Garantir a existência de uma gestão de riscos concreta; 
 Utilizar-se de controles internos para manter a gestão adequada; 
 Controlar as finanças de forma responsável; 
 Fornecer aos cidadãos dados e informações confiáveis, tempestivas, relevantes e compreensíveis. 
 
 
AMPLIANDO SEU CONHECIMENTO 
http://www.publicadireito.com.br/conpedi/manaus/arquivos/anais/XIVCongresso/078.pdf 
 
No Brasil, diversas leis e decretos foram publicados para institucionalizar direta ou indiretamente 
condições de governança. A Constituição Federal de 1988 estabelece, no caput do art. 1º, que “a 
República Federativa do Brasil […] constitui-se em Estado Democrático de Direito”. Em relação a 
governança, isso quer dizer que o cidadão tem poder para escolher seus representantes e que o poder 
emana do povo e por isso, não está concentrado apenas no governo. Ainda na Constituição de 1988 em 
seus Art. 5º foi fixado direitos e garantias fundamentais dos cidadãos, com vistas a criar as condições 
básicas necessárias à governança do Estado. A Assembleia Nacional Constituinte de 1988 também 
organizou político administrativamente a República Federativa do Brasil, que compreende a União, os 
Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos. 
Além da Constituição de 1988, outros instrumentos surgiram para fortalecer a governança pública. 
Podemos destacar: o Código de Ética do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal (Decreto 
1.171, de 22 de junho de 1994), a Lei de Responsabilidade Fiscal (Lei Complementar 101, de 04 de maio 
de 2000), o Programa Nacional de Gestão Pública e Desburocratização (GesPública) instituído em 2005 e 
revisado em 2009 e em 2013. A Lei 12.813, de 16 de maio de 2013, que dispõe sobre o conflito de 
interesse no exercício de cargo ou emprego do Poder Executivo Federal; os instrumentos de 
http://www.publicadireito.com.br/conpedi/manaus/arquivos/anais/XIVCongresso/078.pdf
 
 
5 
 
transparência, como a Lei de Acesso à informação (Lei 12.527, de 18 de novembro de 2011), que 
asseguram o direito fundamental de acesso à informação e facilitam o monitoramento e controlede 
atos e condutas da administração pública e o recente e já citado Decreto 9.203, de 22 de novembro de 
2017 que dispõe sobre a política de governança da administração pública federal direta, autárquica e 
fundacional. 
Apesar do avanço que esses instrumentos significam para a melhoria da capacidade de governança do 
setor público e gestão do Estado brasileiro, é preciso reconhecer que para atender a constantes 
demandas econômicas, sociais e ambientais é necessário fortalecer ainda mais os mecanismos de 
governança como forma de reduzir o distanciamento entre o Estado e os cidadãos. 
A sociedade deve exercer seu papel de principal interessado nos resultados do Estado, monitorando e 
propondo ações de interesses coletivos e, demandando novas estruturas de governança que 
possibilitem cada vez mais aprimorar isso de forma profissional, buscando o atendimento das 
expectativas da sociedade. 
Diante do exposto e como base em vários referenciais como artigos científicos, códigos, programas e 
guias de diversos países, podemos conceituar governança no setor público como sendo: 
Mecanismos de liderança, estratégia e controle postos em prática para avaliar, direcionar e monitorar a 
atuação da gestão, visando a condução de políticas públicas e à prestação de serviços de interesse e 
necessidades da sociedade. 
 
 
A governança assegura que os interesses dos administradores estejam 
alinhados aos interesses da comunidade. Ela garante que os processos e 
as estratégias estão sendo corretamente seguidos, além de promover 
uma cultura de prestação de contas e de controle. 
 
 
6 
 
1.1 FUNÇÕES DE GOVERNANÇA E GESTÃO 
Agora que já conhecemos o conceito de governança e como ela se aplica no setor público é importante 
sabermos diferencia-la do conceito e das funções da gestão. 
Governança associa-se com o processo de comunicação, análise e avaliação, liderança, tomada de 
decisão e direção, controle, monitoramento e prestação de contas, a Gestão, de forma complementar, 
refere-se ao funcionamento do dia a dia de programas e de ações no contexto de estratégias, políticas, 
processos e procedimentos que foram determinados pelo órgão, preocupando –se com a eficácia 
(cumprir ações priorizadas) e a eficiência (realizar as ações da melhor forma possível e com menos 
custos). 
A principal diferença entre os conceitos é que enquanto a governança provê direcionamento, monitora, 
supervisiona e avalia a atuação da gestão com vistas ao atendimento das necessidades e expectativas 
dos cidadãos, a gestão e demais stakeholders, a gestão é incorporada aos processos organizacionais, 
sendo responsável pelo planejamento, execução, controle, ação, enfim, pela execução dos recursos e 
poderes colocados à disposição para o alcance de seus objetivos. 
A gestão parte da premissa de que já existe um encaminhamento superior e que os mesmos devem ser 
executados da melhor forma possível em termos de eficiência. O quadro a seguir apresenta as principais 
funções da governança e da gestão: 
FUNÇÕES DA GOVERNANÇA FUNÇÕES DA GESTÃO 
 Definir o planejamento estratégico  Implementar programas; 
 Supervisionar a gestão  Garantir a conformidade com as regulamentações 
 Envolver os stakeholders  Revisar e reportar o progresso das ações 
 Gerenciar riscos estratégicos  Garantir a eficiência administrativa 
 Gerenciar conflitos internos  Manter a comunicação com os stakeholders 
 Auditar e avaliar o sistema de gestão e controle  Avaliar o desempenho e aprender 
 Promover o accountability (prestação de contas e 
responsabilidade e a transparência) 
 
 
 
DESTAQUE: Diferente de Governança, Governabilidade é o conjunto de 
condições necessárias ao exercício do poder. Compreende a forma de governo, 
suas relações entre os poderes e o sistema partidário. Diz respeito a 
capacidade política de decidir e expressa a possibilidade em abstrato de 
realizar políticas públicas. 
 
 
7 
 
1.2 A GESTÃO MUNICIPAL 
A palavra município é derivada do francês municipalité e do latim municipium, antiga denominação 
romana. Significa um território dotado de personalidade jurídica, autônoma, constituída por órgãos 
políticos e administrativos e que podem se diferenciar em três tipos: urbanos – que são os municípios 
constituídos por território urbanizado; rurais – são os constituídos, por vários núcleos populacionais de 
pequenas dimensões e por território não urbanizado e, misto – municípios que compreendem 
quantidades tanto de território urbano como de território rural. 
No nosso país, o município é a menor 
unidade político-administrativa existente. 
Todo o território nacional é dividido em 
municípios, menos o Distrito Federal e o 
arquipélago de Fernando de Noronha, que 
é um distrito do estado de Pernambuco. 
Os municípios são formados pelo poder 
executivo (Prefeitura) e pelo poder 
legislativo (Câmara Municipal). 
 
A partir da Constituição de 1934, os municípios começaram a ter alguma autonomia, naquilo que 
respeitasse ao seu interesse peculiar, falou-se pela primeira vez em autonomia política, ou seja, eleições 
para Prefeitos e Vereadores; autonomia financeira (impostos, taxas e outras rendas) e autonomia 
administrativa (organização dos serviços públicos). Surgia assim a Gestão Municipal. 
Porém foi a partir do início da década de 90, que se ampliaram os estudos e a atenção sobre os 
municípios, notadamente no que se refere à gestão municipal. Com a promulgação da Constituição 
Federal, em 1988, os municípios adquiriram status de 'entes federativos' além de terem estendidas suas 
competências e estabelecidos os processos de descentralização de ações e do poder decisório. A 
descentralização possibilitou, aos municípios, acesso a maiores parcelas de recursos públicos, mas, ao 
mesmo tempo, a atuação direta foi expandida a áreas que antes eram de responsabilidade do governo 
estadual ou federal. Com as novas responsabilidades e atribuições específicas assumidas pelos 
municípios, aumentaram tanto as exigências de profissionalização da gestão municipal quanto a 
necessidade de instituição de controles democrático-populares da ação pública (CAIADO, 2003). 
Na administração pública municipal, mais do que no governo federal ou estadual, é que se tem 
influência direta no dia a dia das pessoas, as quais exigem mudanças constantes, e reivindicam o 
 
 
8 
 
aumento da qualidade dos serviços públicos oferecidos, como transporte urbano, coleta de lixo, 
manutenção de áreas públicas, saúde, educação, segurança, transparência, entre outros. Pode-se assim, 
entender que, essa exigência pelo aumento da qualidade de vida individual e coletiva, obriga os gestores 
a repensar os seus modelos e processos de gestão, a fim de aumentar a efetividade dos serviços 
públicos prestados. Observa-se também, a ampliação, o compartilhamento e a transferência para o 
âmbito do governo municipal de responsabilidades que antes estavam restritas a outras esferas de 
governo (REZENDE; CASTOR, 2006). 
A gestão de municípios é uma tarefa desafiadora. Vai além da necessidade de se conciliar os mais 
diversos interesses e de atingir resultados com grande complexidade de mensuração; implica na busca 
pelas melhores informações em tempo ágil e a utilização dessas informações de forma efetiva, 
alinhando-as, por fim, aos anseios dos cidadãos e aos processos controlados e efetivos (CASTELLS, 2000; 
PFEIFFER, 2000; REZENDE, 2005). 
O Município detém competências legislativas em três níveis: 
1) exclusiva, a ser exercida na fórmula do “interesse local”, (art. 30, I, da CF); 
2) suplementar, na forma de suprir os vazios e indeterminações da legislação federal e estadual no que 
couber, ou seja, naquilo que for compatível, o que significa dizer naquilo que a norma superior não 
regulou, sobretudo nos aspectos ligados às condições locais (art. 30, II, da CF); e 
3) comum, na forma prevista na Constituição, que se pode realizar também por meio de cooperaçãotécnica, nos termos de lei complementar federal (art. 23). 
Como já foi dito, a parcela de competência que cabe ao Município, na distribuição feita pela 
Constituição, está consubstanciada nos atributos de sua autonomia e de sua condição como pessoa de 
direito público interno. No que diz respeito ao seu Governo, cabe aos eleitores eleger os seus 
responsáveis, ou seja, o Prefeito, o Vice-Prefeito e os Vereadores. 
De forma geral podemos dizer que aos Municípios compete, enfim, prover a tudo quanto respeite ao 
seu peculiar interesse e ao bem estar da sua população, cabendo-lhe, entre outras, as seguintes 
atribuições: 
I - elaborar o seu orçamento anual, o plano plurianual de investimentos e a lei de diretrizes 
orçamentárias, no que observará a Lei Complementar nº 101/2000 e os prazos; 
II - instituir e arrecadar tributos; 
III - fixar, fiscalizar e cobrar preços; 
IV - dispor sobre a organização, a administração e a execução de seus serviços; 
 
 
9 
 
V - organizar os quadros de servidores e instituir o regime jurídico; 
VI - dispor sobre a administração e a utilização dos serviços públicos locais; 
VII - planejar o uso e a ocupação do solo em seu território, especialmente em sua zona urbana; 
VIII - estabelecer normas de construção, de loteamento, de arruamento e de zoneamento urbano, bem 
como as limitações urbanísticas convenientes à ordenação do seu território, respeitadas a legislação 
federal e estadual pertinentes, especialmente a Lei nº 10.257, de 10/07/01, conhecida como Estatuto da 
Cidade; 
IX - conceder licença para localização e funcionamento de estabelecimentos industriais, comerciais, 
prestadores de serviços e quaisquer outros, renovar a licença concedida e determinar o fechamento de 
estabelecimentos que funcionem irregularmente; 
X - estabelecer servidões administrativas necessárias aos seus serviços, inclusive aos dos seus 
concessionários; 
XI - regulamentar a utilização dos logradouros públicos e determinar o itinerário e os pontos de parada 
dos transportes coletivos; 
XII - fixar os locais de estacionamento de táxis e demais veículos; 
XIII - regulamentar, conceder, permitir ou autorizar os serviços de transporte coletivo e de táxis, fixando 
as respectivas tarifas; 
XIV - fixar e sinalizar as zonas de silêncio e de trânsito e tráfego em condições especiais; 
XV - disciplinar os serviços de carga e descarga e fixar a tonelagem máxima permitida a veículos que 
circulam em vias públicas municipais; 
XVI - tornar obrigatória a utilização da estação rodoviária, quando houver; 
XVII - sinalizar as vias urbanas e as estradas municipais, bem como regulamentar e fiscalizar sua 
utilização; 
XVIII - realizar, direta ou indiretamente, a limpeza de vias e logradouros públicos, a remoção e o destino 
do lixo domiciliar e de outros resíduos de qualquer natureza; 
XIX - ordenar as atividades urbanas, fixando condições e horários para funcionamento de 
estabelecimentos industriais, comerciais e de serviços, observadas as normas federais pertinentes; 
XX - dispor sobre os serviços funerários e de cemitérios; 
XXI - regulamentar, licenciar, permitir, autorizar e fiscalizar a afixação de cartazes e anúncios, bem como 
a utilização de quaisquer outros meios de publicidade e propaganda, exercendo o seu poder de polícia 
administrativa; 
 
 
10 
 
XXII - cassar a licença que houver concedido, quanto a estabelecimento que se tornar prejudicial à 
saúde, à higiene, ao sossego, à segurança ou aos bons costumes, fazendo cessar a atividade ou 
determinando o fechamento do estabelecimento; 
XXIII - organizar e manter os serviços de fiscalização necessários ao exercício do seu poder de polícia 
administrativa; 
XXIV - dispor sobre o depósito e a venda de animais e mercadorias apreendidos em decorrência de 
transgressão de legislação municipal; 
XXV - estabelecer e impor penalidades por infração de suas leis e regulamentos; 
XXVI - promover, entre outros, os seguintes serviços: a) mercados, feiras e matadouros; b) construção e 
conservação de estradas e caminhos municipais; c) transportes coletivos estritamente municipais; d) 
iluminação pública; 
XXVII - assegurar a expedição de certidões requeridas às repartições administrativas municipais, para 
defesa de direitos e esclarecimento de situações, estabelecendo os prazos de atendimento; 
XXVIII - instituir a Guarda Municipal destinada à proteção de seus bens, serviços e instalações. 
 
 
 
A gestão municipal, tem se voltado para as questões relacionadas ao desenvolvimento local, contudo, 
cabe ainda aos agentes municipais, a gestão de outros temas complexos e importantes que versão sobre 
a sociedade: desenvolvimento econômico, desenvolvimento social, desenvolvimento urbano, 
desenvolvimento sustentável, gestão democrática, participação popular e controle social, gestão dos 
serviços públicos, entre outros. É importante, no entanto, que as ações municipais não sejam pensadas 
de forma isolada, e sim através de programa que contemple medidas para superar os diversos entraves 
existentes no âmbito local. 
 
 
11 
 
Após conhecer um pouco sobre a gestão municipal, é importante entender sobre a importância da 
necessidade do fortalecimento institucional dos Municípios na esfera Federal Brasileira, pois isso pode 
ser interpretado como facilitador das ações da gestão em favor da democratização, fortalecimento da 
cidadania e melhor qualidade de vida. 
 
 
A primeira cidade organizada do Brasil foi São Vicente, localizada no Litoral Sul 
de São Paulo. Ela foi fundada pelo militar português Martim Afonso de Souza 
em 22 de janeiro de 1532 e foi a capital dos paulistas por 177 anos. 
 
 
SAIBA MAIS: 
http://www.ibam.org.br/media/arquivos/estudos/manual_prefeito15ed2017_2.pdf 
 
1.3 QUESTÃO SOCIAL 
De forma geral, Questão Social é o conjunto de expressões 
de definem as desigualdades da sociedade e os fenômenos 
que ressaltam a diferença entre trabalhadores e capitalistas, 
no que concerne ao acesso de bens socialmente produzidos 
como direitos sociais e condições apropriadas de vida. São 
consideradas expressões da questão social fenômenos como 
o desemprego, a pobreza, a violência, o analfabetismo, a 
falta de serviços de saúde, a falta de moradia, entre outras. 
A Questão Social surgiu na Europa, no século XX com o 
objetivo de exigir a formulação e implementação de políticas 
sociais em prol da classe operária que estava em crescente 
fenômeno de pobreza. 
Esse fenômeno de pobreza teve sua origem principalmente com o processo de urbanização e 
industrialização, que conscientizou a classe operária das suas reais condições de trabalho, onde a 
http://www.ibam.org.br/media/arquivos/estudos/manual_prefeito15ed2017_2.pdf
 
 
12 
 
questão social acabou atingindo contornos problemáticos para outras classes, em especial para a 
burguesia que viu-se obrigada e implementar políticas sociais. 
Como podemos perceber a questão social é muito vinculada a desigualdade social e nesse contexto foi 
surgindo o Terceiro Setor na sociedade, a fim de elaborar programas e projetos para amparar os 
necessitados e também auxiliar nos assuntos referentes a política. 
A questão social é o tema primário e 
central para o profissional de Serviço 
Social, cuja essência é a ciência social 
aplicada com foco na integração dos 
cidadãos à sociedade. 
Já na esfera da gestão das cidades ou 
municípios, as mudanças políticas e 
institucionais sobre o tema se tornaram 
visíveis, também, a partir da promulgação 
da Constituição de 1988, que apesar de 
 
todos os seus limites, avançou nas definições e extensões de direitos sociais e políticos. 
Mais tarde em 2010, o Estatuto da Cidade, reafirmou a função social da cidade, da propriedade urbana e 
do interesse público. O princípio da função social da cidade assegura a atuação do poder público para o 
atendimento das necessidades de todos os cidadãos quanto a qualidade de vida,a justiça social e ao 
desenvolvimento das atividades econômicas, não deixando de observar as exigências fundamentais da 
ordenação da cidade. 
Pensar na questão social é reconhecer a necessidade de se respeitar o ser humano, para que este possa 
respeitar o território em que vive, pois ele próprio é a parte mais importante do meio ambiente. 
 
1.4 POLÍTICAS PÚBLICAS E SUSTENTABILIDADE 
Com o aprofundamento e expansão da democracia, as responsabilidades dos representantes populares 
e dos governos se diversificaram. É comum dizer que a principal função do Estado é promover e 
melhorar a qualidade de vida do cidadão. A qualidade de vida da população de uma cidade está 
relacionada ao atendimento de suas necessidades em áreas como saúde, educação, habitação, 
transporte, meio ambiente, assistência social, segurança. 
 
 
13 
 
A partir desse contexto e, para oferecer produtos e serviços públicos que contemplem as diferentes 
áreas, os governos (federal, estadual e municipal) se utilizam das políticas públicas. 
Podemos conceituar políticas públicas como um conjunto de programas, ações e decisões tomadas 
pelos governos (nacional, estadual ou municipal) com a participação direta ou indireta da população e 
de entes públicos ou privados, que objetivam atender determinado direito ou demanda da sociedade ou 
de determinado segmento social, cultural, étnico ou econômico, diminuindo a desigualdade social. 
 
Os programas, ações e decisões precisam ser estruturados de modo funcional e sequencial para que 
possam ser colocados em prática. Esse processo é chamado de Ciclo das políticas públicas. 
1.5 CICLO DAS POLÍTICAS PÚBLICAS 
Também chamado de processo de formulação das políticas públicas, o ciclo das políticas públicas é 
composto de diversas fases. 
A primeira fase é a formação da agenda que caracteriza-se pelo planejamento, que consiste em 
reconhecer o problema público que merece maior atenção no cenário real em que a população se 
encontra. Nessa fase são analisados: custo benefício; cenário local e suas necessidades; recursos 
disponíveis, urgência do problema; necessidade política. 
A segunda fase é a formulação da política propriamente dita, é a apresentação de soluções ou 
alternativas, caracterizada pelo detalhamento das alternativas definidas na agenda. Nesse momento 
organizam-se as ideias, alocam-se os recursos e consideram-se a opinião de especialistas na definição de 
 
 
14 
 
objetivos e resultados que se pretende alcançar com as estratégias que são definidas. Os atores 
estabelecem suas propostas e as defendem. 
A terceira fase é a fase do processo de tomada de decisão. Nesse ponto é definido qual será o curso da 
ação que será colocado em prática, são definidos recursos e prazos para a ação da política. 
A quarta fase é chamada implementação da política, é o momento em que o planejamento e as 
escolhas são transformados em atos, ou seja, o planejamento é transformado em ação, por meio dos 
disponibilizados recursos financeiros, tecnológicos, materiais e humanos disponibilizados para a 
executar a política pública. 
A avaliação é a quinta fase, ela deve ser realizada em todas as fases do ciclo, de forma a contribuir com 
possíveis correções de falhas e variações cabíveis para o sucesso da ação e de melhores resultados. 
 
 
 
 
Veja exemplos de políticas públicas na área de Educação: 
http://www.fnde.gov.br/portal/arquivos/category/45-
projetosarquitetonicos?download=10373:quadra-coberta-vestiario-modelo-2-
pdf-projetoeletrico&start=20 
 
http://www.fnde.gov.br/portal/arquivos/category/45-projetosarquitetonicos?download=10373:quadra-coberta-vestiario-modelo-2-pdf-projetoeletrico&start=20
http://www.fnde.gov.br/portal/arquivos/category/45-projetosarquitetonicos?download=10373:quadra-coberta-vestiario-modelo-2-pdf-projetoeletrico&start=20
http://www.fnde.gov.br/portal/arquivos/category/45-projetosarquitetonicos?download=10373:quadra-coberta-vestiario-modelo-2-pdf-projetoeletrico&start=20
 
 
15 
 
De acordo com o nível de sucesso ou insucesso da política, o poder público decide se reinicia o ciclo das 
políticas públicas com as alterações cabíveis, se o projeto é mantido da mesma forma ou se 
simplesmente é extinto. 
 
A política pública é considerada boa, quando cumprir, ao menos, as seguintes 
funções: 
 promover e melhorar a colaboração entre os atores; 
 constituir-se em um programa implementável. 
 
1.6 SUSTENTABILIDADE 
Voltando a citar o documento Estatuto da Cidade, sobre o qual já comentamos no tema questão social, 
é importante destacar que ele estabelece, ainda, outras diretrizes sobre a política urbana para o alcance 
do desenvolvimento das funções sociais da cidade e da propriedade. 
Uma delas é a garantia do direito a cidades sustentáveis, ou seja, o direito de todo o cidadão à terra 
urbana, à moradia, ao saneamento básico, a infraestrutura, ao transporte, ao lazer e a outros serviços 
públicos, não só para as gerações atuais, como também para as futuras. Sobre o tema, o Estatuto da 
Cidade apresenta caminhos e estabelece objetivos em sintonia com acordos decorrentes de 
Conferências Mundiais de Desenvolvimento e Meio Ambiente. Orienta que a adoção de padrões de 
produção e consumo de bens e serviços e de expansão urbana, devem ser compatíveis com os limites de 
sustentabilidade ambiental. 
 
Mas o que é sustentabilidade? 
Sustentabilidade é um conceito relacionado ao desenvolvimento sustentável, 
formado por um conjunto de ideias, estratégias e demais atitudes ecologicamente 
corretas, economicamente viáveis, socialmente justas e culturalmente diversas. 
Serve como alternativa para garantir a sobrevivência dos recursos naturais do 
planeta, ao mesmo tempo que permite aos seres humanos e sociedades soluções 
ecológicas de desenvolvimento. 
 
 
 
16 
 
O desenvolvimento sustentável é aquele capaz de 
suprir as necessidades da geração atual, sem colocar 
em risco a capacidade de atender as gerações 
futuras. Por isso, a definição está vinculada aos 
termos “legado” e “continuidade”. 
Desenvolver-se de forma sustentável, seja em 
pequena esfera (no contexto de uma empresa, por 
exemplo), ou em larga esfera (no contexto de um 
país), pressupõe possibilitar às pessoas, agora e 
futuramente, atingir um nível satisfatório de 
desenvolvimento socioeconômico e cultural, fazendo 
uso razoável dos recursos naturais de forma a não 
esgotá-los para as próximas gerações. 
 
Etimologicamente, a palavra sustentável tem origem no latim sustentare, que significa "sustentar", 
"apoiar" e "conservar". 
Existem alguns tipos de sustentabilidade, entre os mais significativos, podemos destacar: 
a) Sustentabilidade Ambiental e Ecológica: é a manutenção do meio ambiente do planeta, mantendo a 
qualidade de vida e os ecossistemas em harmonia. Em ações práticas, significa não poluir as águas, 
separar o lixo, evitar desastres ecológicos como queimadas e desmatamentos, entre outras ações; 
b) Sustentabilidade Social: é o conjunto de medidas estabelecidas para promover o equilíbrio e o bem 
estar da sociedade, por meio de diversas iniciativas que devem ter o objetivo de contribuir para os 
membros da sociedade que enfrentam condições desfavoráveis. Como exemplos práticos estão o 
incentivo aos programas de inclusão social, investimento em saneamento básico, incentivo a projetos de 
qualificação profissional, incentivo a programas culturais gratuitos e de educação pública de qualidade 
para pessoas com baixa ou sem renda, entre outras; 
c) Sustentabilidade Econômica: é procurar garantir o desenvolvimento econômico considerando 
estratégias que não provoquem impactos ambientais ou que prejudiquem a qualidade de vidas das 
pessoas. Entre algumas das ações que são consideradas economicamente sustentáveis, merecem 
destaque a utilização de energias renováveis, fiscalização ampla e constante para evitar abusos e 
arbitrariedades, bem como, para evitar que empresas ou pessoascometam crimes ambientais. 
O tripé da sustentabilidade também é conhecido como Triple Bottom Line ou People, Planet, Profit: 
 
 
17 
 
DIMENSÃO ECOLÓGICA DIMENSÃO SOCIAL DIMENSÃO ECONÔMICA 
Educação ambiental Valorização Direitos Humanos Competitividade de mercado 
Conservação dos recursos naturais Envolvimento comunitário Transparência 
Redução do desperdício Valorização do bem-estar social Prosperidade econômica 
Uso de energia limpa e renovável Bases éticas 
Criar laços de respeito com 
funcionários, fornecedores e 
sociedade 
Biodiversidade 
Investimento em políticas públicas 
e de inclusão social 
Estratégias de crescimento com 
base na preservação ambiental e 
bem-estar social 
Eliminar impactos ambientais 
 
Dada a importância da questão ambiental, também a Constituição Federal, definiu no art. 225, a 
definição de meio ambiente exprime o conceito central do desenvolvimento sustentável ao firmar o 
direito comum de todos de usufruir de ambiente ecologicamente equilibrado e ao conferir ao Poder 
Público e a coletividade o dever de defende-lo para as gerações futuras. No art. 23 fica definido como 
competência comum à União, Distrito Federal e Municípios a proteção e o combate a poluição em todas 
as suas formas. 
Assim, de modo a evitar e corrigir distorções do crescimento urbano e da gestão da cidade e seus 
negativos efeitos sobre o meio ambiente, deve existir e ser respeitada uma cooperação entre os 
governos federal, estadual e municipal, a iniciativa privada e os demais setores da sociedade no 
processo de urbanização e no atendimento do interesse social. 
 
IMPORTANTE: 
As Nações Unidas definiram os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável 
(ODS) como parte de uma nova agenda de desenvolvimento sustentável, onde 
os Estados-membros e a sociedade civil negociam suas atribuições. 
 
 
Conheça mais sobre os ODS: 
https://nacoesunidas.org/pos2015/ 
 
https://nacoesunidas.org/pos2015/
 
 
18 
 
2. PRINCÍPIOS APLICÁVEIS À ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
 
 
 
O Brasil se constitui em um Estado Democrático de Direito, que tem como base uma sociedade justa, 
solidária e livre, conforme consta da Constituição Federal de 1988, onde o poder deve emanar do povo, 
sendo exercido em seu proveito diretamente, ou por meio de representantes eleitos. 
O Estado Democrático de Direito, para que atinja seus objetivos é embasado em princípios dos direitos 
fundamentais, democráticos, justiça social, divisão de poderes, segurança jurídica, legalidade. 
Cunha Júnior (2011: p. 45) “Com a vitória das revoluções democráticas 
abriu-se a oportunidade do surgimento das Constituições escritas, das quais 
a Constituição americana de 1787 e a Constituição Francesa de 1791 
despontaram como os primeiros paradigmas de documentos escritos e 
solenes”. O autor complementa o conceito em sentido geral “o modo pelo 
qual se constitui uma coisa, um ser vivo, um grupo de pessoas; significa 
organização, formação”. 
 
Para que a Administração Pública possa fazer a sua gestão com segurança, é necessário que tenha 
pilares, princípios, que identifiquem como deve ser o comportamento da mesma. Esses princípios fazem 
parte de algo maior que se chama Constituição. 
Para Silva (1999, p.39), Constituição “Conjunto de elementos essenciais de 
alguma coisa: a constituição do universo, a constituição dos corpos sólidos; 
Temperamento, compleição do corpo humano: uma constituição psicológica 
explosiva, uma constituição robusta; organização formação: a constituição 
de uma assembleia, a constituição de uma comissão; o ato de estabelecer 
juridicamente: a constituição de dote, de renda, de uma sociedade 
anônima; Conjunto de normas que regem a corporação, uma instituição: a 
constituição da propriedade; A lei fundamental de um Estado. 
 
 
19 
 
 
Para que a Administração Pública possa fazer a sua gestão com segurança, é 
necessário que tenha pilares, princípios, que identifiquem como deve ser o 
comportamento da mesma. Esses princípios fazem parte de algo maior que se 
chama Constituição. 
 
Percebemos a importância da Constituição para um país. Com o advento da nova Constituição Federal 
em 1988, a chamada Constituição Cidadã, suas contribuições, inovações, o Brasil passa a viver uma nova 
fase, no sentido de buscar a construção da democracia plena. 
Carvalho (1982: p. 13), comenta que “ melhor se definirá a Constituição 
como o estatuto jurídico fundamental da comunidade, isto é, abrangendo, 
mas se restringindo estritamente ao político e porque suposto este, não 
obstante a sua hoje reconhecida aptidão potencial para uma tendencial 
totalização, como tendo, apesar de tudo, uma especificidade e conteúdo 
material próprios, o que não autoriza a que por ele se defina toda a vida de 
relação e todas as áreas de convivência humana em sociedade e levará à 
autodenominação do normativo jurídico específico, bem como à distinção, 
no seio da própria constituição, entre a sua intenção ideológica-política e a 
intenção jurídica stricto sensu”. 
 Como o Brasil se constitui de um Estado Democrático de Direito, 
verificamos no preâmbulo da Constituição Federal de 1988, que o país deve 
se pautar em princípios, para um bom encaminhamento da democracia: 
“Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assembleia Nacional 
Constituinte para instituir um Estado Democrático, destinado a assegurar o 
exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a segurança, o bem 
estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores supremos de 
uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na 
harmonia social e comprometida, na ordem interna e internacional, com a 
solução pacífica das controvérsias, promulgamos, sob a proteção de Deus, a 
seguinte CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL. (BRASIL, 
1988). 
 
 
 
 
20 
 
A Constituição Federal de 1988, a Carta Magna, no seu artigo 37 preceitua que: “A administração 
pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos 
Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e 
eficiência”. 
 
 
 
No que se refere aos Princípios Constitucionais da Administração Pública, é interessante entendermos o 
conceito de Princípio. Que segundo Cretella Junior (2003, p. 03) “todo ponto de referência de uma série 
de preposições, corolárias da primeira proposição, premissa primeira do sistema”. 
Os Princípios se revestem de um indicativo de comportamento, que balizam e contribuem para que os 
operadores da Lei possam fazer suas interpretações e tomar suas decisões, com maior segurança. 
Conforme Mello” a violação de um princípio é algo muito grave, posto que 
ofende o sistema de comando como um todo, veja-se: Violar um princípio é 
muito mais grave que transgredir uma norma qualquer. A desatenção ao 
princípio implica ofensa não apenas a um específico andamento 
obrigatório, mas a todo o sistema de comandos. É a mais grave forma de 
ilegalidade ou inconstitucionalidade, conforme o escalão do princípio 
atingido, porque representa insurgência contra todo o sistema, subversão 
de seus valores fundamentais, contumélia irremissível a seu arcabouço 
lógico e corrosão de sua estrutura mestra (MELLO, 2000: p.748). 
 
Interessante o discorrido por Mello, quanto à violação de um princípio, como também traçarmos uma 
analogia com a Constituição Federal de 1988, pois nessa forma inovadora, diferente das anteriores, a 
Administração Pública, irá receber por meio do artigo 37, onde são expressos os Princípios 
Constitucionais da Administração Pública, um tratamento específico. 
 
 
21 
 
Percebemos assim, o valor que é dado na Constituição Federal de 1988, aos Princípios Constitucionais 
da Administração Pública, e suas aplicações. Daí se notar que se um dos Princípios for ferido, não será 
apenas este que estará comprometido, mas todos os Princípios, pois por maisque são elencados e 
aplicados individualmente, é por meio da sua aplicação no conjunto, no universo que a Constituição 
atende os seus objetivos. 
 
Violação dos Princípios Administrativos Constitucionais 
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/350510/violacao-aos-
principiosadministrativos 
 
A Diferença entre Administração Direta e Indireta 
https://www.ibccoaching.com.br/portal/entenda-diferenca-
entreadministracao-direta-e-indireta/ 
 
 
A Administração Pública, conforme Tavares (1992, p. 21) “é o conjunto das pessoas coletivas públicas, 
seus órgãos e serviços que desenvolvem a atividade ou função administrativa”. Com base nesse 
conceito, percebe-se que a aplicação dos Princípios Constitucionais da Administração Pública, deve se 
estender para as três esferas de governo Federal, Estadual e Municipal, sem exceção. 
Para que possamos entender melhor a aplicação dos Princípios Constitucionais da Administração 
Pública, iremos discorrer sobre cada um dos Princípios que são tratados no artigo 37 da Constituição 
Federal de 1988. 
 
Princípio da Legalidade 
Segundo Hely Lopes Meirelles: 
 “Legalidade - A legalidade, como princípio da administração (CF, art. 37, 
caput), significa que o administrador público está, em toda a sua atividade 
funcional, sujeito aos mandamentos da lei e às exigências do bem comum, e 
deles não se pode afastar ou desviar, sob pena de praticar ato inválido e 
exporse a responsabilidade disciplinar, civil e criminal, conforme o caso. (...) 
 
 
 
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/350510/violacao-aos-principiosadministrativos
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/350510/violacao-aos-principiosadministrativos
https://www.ibccoaching.com.br/portal/entenda-diferenca-entreadministracao-direta-e-indireta/
https://www.ibccoaching.com.br/portal/entenda-diferenca-entreadministracao-direta-e-indireta/
 
 
22 
 
Com a aplicação do Princípio da Legalidade na Administração 
Pública, o administrador público, já sabe que deverá cumprir e fazer 
cumprir a Lei, sob pena de sofrer sanções disciplinas, penais, 
podendo ser exonerado de seu cargo. 
Ainda sobre o mesmo princípio e referente ao administrador 
público, Moraes cita “de executor do direito, que atua sem 
finalidade própria, mas sim em respeito à finalidade imposta pela 
lei, e com a necessidade de preservar-se a ordem jurídica” 
(MORAES, 2008, p. 320). 
O Administrador Público não pode querer que a sua decisão com visão própria seja aceita, e sim deve 
entender que suas decisões sujeitam-se ao que está determinada na Lei. 
Conforme define Meirelles (2003, p. 86) “Na Administração Pública não há liberdade nem vontade 
pessoal. Enquanto na administração particular é lícito fazer tudo que a lei não proíbe, na Administração 
Pública só é permitido fazer o que a lei autoriza”. 
A abrangência do Princípio da Legalidade nos faz entender que todos os demais princípios basicamente 
dele derivam, ou seja, ele é o princípio norteador da Administração Pública, e como tal, o Administrador 
Público apenas tem o direito de cumpri-lo. 
 
Princípio da Impessoalidade 
Para que possamos entender o significado e aplicação do Princípio da 
Impessoalidade vamos verificar o conceito apresentado por Meirelles” o 
princípio da impessoalidade, referido na Constituição de 1988 (art.37, 
caput) nada mais é que o clássico princípio da finalidade, o qual se impõe ao 
administrador público que só pratique o ato para seu fim legal. E o fim legal 
é unicamente aquele que a norma do direito indica expressa ou 
virtualmente como objeto do ato, de forma impessoal (MEIRELLES, 1995, p. 
82). 
 
 
23 
 
A aplicação do Princípio da Impessoalidade por parte dos agentes 
públicos na gestão pública deveria ser algo normal, corriqueiro, pois 
nada mais do que justo do que simplesmente a Lei ser cumprida, 
sem qualquer ato tendencioso por parte do agente público, com o 
intuito de gerar de forma ilícita ganhos a outros, terceiros, que não 
o Governo, e, por conseguinte a Sociedade. Também a finalidade 
legalista do Princípio é a de que os agentes públicos ou políticos não 
haja a promoção individual dos mesmos. 
 
 
Para corroborar o que escrevemos, apresentamos a manifestação de Paulo e Alexandrino (2009, p. 200) 
“A impessoalidade da atuação administrativa impede, portanto, que o ato 
administrativo seja praticado visando a interesses do agente ou de 
terceiros, devendo ater-se à vontade da lei, comando geral e abstrato em 
essência.” 
 
O Agente Público goza de fé pública, portanto todos os seus atos no cumprimento das atividades 
administrativas, bem como, suas decisões, refletem na sociedade como sendo da gestão pública, da 
Administração Pública. 
Silva (2003, p. 647) 
“os atos e provimentos administrativos são imputáveis não ao funcionário 
que os pratica, mas ao órgão ou entidade administrativa da Administração 
Pública, de sorte que ele é o autor institucional do ato. Ele é apenas o órgão 
que formalmente manifesta a vontade estatal”. 
 
Quando da aplicabilidade do Princípio da Impessoalidade, o Agente Público deve ter bem claro, que não 
vale a sua vontade particular, e que a mesma não deve ser direcionada para fins específicos, criando 
privilégios para alguns em detrimento de outros, mas sim, deve prevalecer o que consta da Lei, como 
forma de ser a igualdade de direitos. 
 
 
 
 
 
24 
 
Princípio da Moralidade 
Segundo Hely Lopes Meirelles: 
“A moralidade administrativa constitui, hoje em dia, pressuposto de 
validade de todo ato da Administração Pública (...). Não se trata – diz 
Hauriou, o sistematizador de tal conceito – da moral comum, mas sim de 
uma moral jurídica, entendida como “o conjunto de regras de conduta 
tiradas da disciplina interior da Administração”. 
 
Denotamos do conceito apresentado referente ao Princípio da Moralidade que novamente refere-se ao 
conjunto, ou seja, não está se discutindo nesse princípio a questão moral individual do Agente Público, e 
sim o Princípio da Moralidade com viés jurídico. 
Conforme Di Pietro 
“Não é preciso penetrar na intenção do agente, porque do próprio objeto 
resulta a imoralidade. Isso ocorre quando o conteúdo de determinado ato 
contrariar o senso comum de honestidade, retidão, equilíbrio, justiça, 
respeito à dignidade do ser humano, à boa fé, ao trabalho, à ética das 
instituições. A moralidade exige proporcionalidade entre os meios e os fins a 
atingir; entre os sacrifícios impostos à coletividade e os benefícios por ela 
auferidos; entre as vantagens usufruídas pelas autoridades públicas e os 
encargos impostos à maioria dos cidadãos”. (DI PIETRO, 1999, p. 111). 
 
 
O Princípio da Moralidade exige do Agente Público a aplicação da 
ética, da boa fé nos seus atos, e o entendimento de que é o bem 
comum que deve prevalecer, ou seja, suas atividades devem ser 
desenvolvidas em conformidade com a Lei, de forma ilibada, 
contribuindo na diminuição da dilapidação do patrimônio público, e 
do assalto ao erário público. 
 
 
 
 
 
25 
 
Princípio da Publicidade 
Conforme Meirelles: 
“Publicidade é a divulgação oficial do ato para conhecimento público e 
início de seus efeitos externos. O princípio da publicidade dos atos e 
contratos administrativos, além de assegurar seus efeitos externos, visa a 
propiciar seu conhecimento e controle pelos interessados diretos e pelo 
povo em geral, através dos meios constitucionais”. 
 
Pelo Princípio da Publicidade, a Administração Pública em todos os 
seus níveis hierárquicos, órgãos públicos deve fazer que se torne 
acessível à Sociedade todos os seus atos. A Publicidade nada mais é 
do que a transparência da Administração Pública perante os 
cidadãos, bem como, a demonstração de igualdade nas suas 
decisões, como forma de defesa dos direitos e da própria Lei. 
 
 
 
“A publicidade se faz pela inserção do ato no Diário Oficial ou por edital 
afixado no lugar próprio para divulgação de atospúblicos, para 
conhecimento do público em geral e, consequentemente, início da produção 
de seus efeitos pois somente a publicidade evita os dissabores existentes em 
processos arbitrariamente sigilosos, permitindo os competentes recursos 
administrativos e as ações judiciais próprias” (MORAES, 2008, p. 323). 
 
Com o Princípio da Publicidade percebemos a democracia sendo praticada, a sociedade podendo 
participar do poder decisório, não sendo apenas uma coadjuvante. A Administração Pública sendo 
eficiente e eficaz, na sua missão, ou seja, por meio da Publicidade dos seus atos, buscar a justiça social. 
 
 
 
 
 
 
26 
 
Princípio da Eficiência 
Por conta de uma sociedade cada vez mais esclarecida quanto aos 
seus direitos, utilizando de forma democrática canais de 
comunicação onde pode exigir acompanhar, fiscalizar que a 
Administração Pública, seja não apenas eficiente com os recursos, 
cada vez mais escassos, mas também eficazes, no emprego das 
demandas como saneamento, educação, moradia, saúde, o agente 
público tem por missão, fazer mais com menos, ou seja, sabe 
empregar os recursos materiais, humanos, financeiros, obtendo 
resultados maiores que os já alcançados, e com qualidade. 
Alcançar a Eficiência no serviço público, não pode remeter a ideia que para isso, o agente público tudo 
pode, que as regras não mais devem ser seguidas, deixando de aplicar todos os demais Princípios 
Constitucionais da Administração Pública. A Administração Pública deve contribuir com o agente 
público, por meio de capacitações, cursos, treinamentos, elaboração de novos controles ou 
aperfeiçoamento dos já existentes, investimento em tecnologias, tudo para que as atividades 
administrativas possam ser desenvolvidas com melhor qualidade, menor custo e maior retorno para a 
sociedade. 
Para Meirelles (2003, p.102) o Princípio da Eficiência é uma obrigação, 
dever e imposição do administrador público, veja-se: O que se impõe a todo 
agente público de realizar suas atribuições com presteza, perfeição e 
rendimento funcional. É o mais moderno princípio da função administrativa, 
que já não se contenta em ser desempenhada apenas com legalidade, 
exigindo resultados positivos para o serviço público e satisfatório 
atendimento das necessidades da comunidade e de seus membros. (...) esse 
dever de eficiência bem lembrado por Carvalho Simas, corresponde ao 
‘dever de boa administração’ da doutrina italiana, o que já se acha 
consagrado, entre nós pela Reforma Administrativa Federal do Dec.-lei 
200/67, quando submete toda atividade do executivo ao controle de 
resultado (art.13 e 25, V), fortalece o sistema de mérito (art.25, VII), sujeita 
a Administração indireta a supervisão ministerial quanto à eficiência 
administrativa (art.26,III) e recomenda a demissão ou dispensa do servidor 
comprovadamente ineficiente ou desidioso. 
 
 
27 
 
Como bem observado por Meirelles, a entrega total por parte do agente público deve fazer parte do seu 
cotidiano. Não pode se contentar apenas em desenvolver suas atividades administrativas, apenas 
buscando o cumprimento do Princípio da Legalidade e demais Princípios. 
O resultado das Atividades Administrativas deve ser eficiente, mas só isso não basta no desempenho da 
função pública moderna, há a necessidade do agente público, ter pró - atividade, ser comprometido, 
buscar ser eficaz, ou seja, ir além do que é solicitado, que no desempenho de suas funções a qualidade 
faça parte em todas as etapas. 
Segundo Moraes (2008, p.328), princípio da eficiência 
“Compõe-se, portanto, das seguintes características básicas: 
direcionamento da atividade e dos serviços públicos à efetividade do bem 
comum, imparcialidade, neutralidade, transparência, participação e 
aproximação dos serviços públicos da população, desburocratização e busca 
da qualidade”. 
 
Uma das características apresentadas do princípio da eficiência é a direcionamento da atividade e dos 
serviços públicos à efetividade do bem comum. Essa característica é quase redundante a sua existência 
e exigência, visto que, na Constituição Federal já é preconizado a justiça social, o bem comum, mas não 
deixa de ser relevante como forma de chamar a atenção, para o agente público quanto os seus deveres, 
em especial sempre pensar no resultado para a coletividade. 
A Neutralidade é uma característica importante no desenvolvimento das atividades administrativas do 
agente público, como forma de quando ocorrer os atendimentos à sociedade em nenhum momento, 
por qualquer motivo, ocorra algum tipo de facilidade, de discriminação, entendendo o agente público 
que sua função é atender, servir à todos de forma igualitária e justa. 
Como à Administração Pública, é apenas confiada a guarda do patrimônio público, o zelo com a coisa 
pública, o cuidado no emprego dos recursos recebidos principalmente por meio da arrecadação de 
tributos, em especial dos impostos, e daí a razão de serem recursos públicos, ou seja, dos cidadãos. 
Não há argumentos o suficiente convincente, não há porque os principais sócios, digamos assim, ou 
seja, a Sociedade, não ter acesso aos dados e informações referentes ao emprego dos recursos 
independentemente de que tipo. Sendo assim, é muito importante que Administração Pública seja 
transparente em todas as suas atividades, como também na apresentação das mesmas. 
A maioria das comunidades brasileiras é carente no que se refere ao atendimento público, a presença 
do setor público, com suas prestações de serviços. Importantíssimo que os serviços públicos, não sejam 
 
 
28 
 
apenas prestados em determinados locais, mas desmembrados, como forma de alcançar um maior 
número de cidadãos, que poderão exercer a cidadania. 
Essa característica do Princípio da Eficiência, participação e aproximação dos serviços públicos da 
população, é fundamental para o amadurecimento da democracia, a participação da sociedade, a 
melhora dos serviços prestados, pois a partir do momento que se conhece a realidade, os programas e 
recursos são mais bem direcionados. 
O setor público ganha notoriedade e respeito por parte da população, que passa a entender melhor o 
funcionamento da máquina pública, e porque não compreender muitas vezes a falta da prestação de 
determinado serviço, bem como, contribui com sugestões, para que o mesmo volte a ser ofertado o 
mais rapidamente possível. 
A característica desburocratização e busca da qualidade, se transforma em um grande desafio, visto 
que, toda a mudança gera desconfiança, há àqueles agentes públicos os famosos do contra, que nem 
esperam os resultados, já saem criticando com o argumento de que outras vezes já tentaram, mas não 
deu certo, não vai funcionar. 
Interessante que muitos desses que criticam, são os mesmos que nunca se envolvem. Portanto, há todo 
um trabalho de conscientização a ser feito para que os resultados esperados ocorram. Quanto a busca 
pela qualidade na prestação de serviços públicos, das atividades administrativas deve ser constante, 
devendo haver envolvimento de todos, independentemente de nível hierárquico, o desafio é diário, 
para que todos incutam que os serviços, as atividades administrativas prestadas, tem a necessidade de 
serem melhor prestadas e podem ser melhoradas, com nível de qualidade melhor, desde que os agentes 
públicos se comprometam em atingir esse objetivo. 
 
 
 
29 
 
Villa (1995, p. 637), os referidos princípios são distintos, veja-se: Não há 
dúvida de que a eficácia é um princípio que não se deve subestimar na 
Administração de um Estado de Direito, pois o que importa aos cidadãos é 
que os serviços públicos sejam prestados adequadamente. Daí o fato de a 
Constituição o situar no topo dos princípios que devem conduzir a função 
administrativa dos interesses gerais. Entretanto, a eficácia que a 
Constituição exige da administração não deve se confundir com a eficiência 
das organizações privadas nem é,tampouco, um valor absoluto diante dos 
demais. Agora, o princípio da legalidade deve ficar resguardado, porque a 
eficácia que a Constituição propõe é sempre suscetível de ser alcançada 
conforme o ordenamento jurídico, e em nenhum caso ludibriando este 
último, que haverá de ser modificado quando sua inadequação às 
necessidades presentes constitua um obstáculo para a gestão eficaz dos 
interesses gerais, porém nunca poderá se justificar a atuação administrativa 
contrária ao direito, por mais que possa ser elogiado nos termos de pura 
eficiência (VILLA, 1995, p. 637). 
 
O emprego do Princípio da Eficiência na Administração Pública, jamais deve se confundir pelo agente 
público com o atingimento dos objetivos públicos, a qualquer preço violando para isso a ordem jurídica 
constitucional posta. A Eficiência pode ser alcançada dentro da máquina pública, dentro dos preceitos 
definidos, visto que é um somatório de atividades que concorrem para que a aplicação do Princípio seja 
alcançada. 
Para efeito que a Administração Pública, possa atingir seus objetivos não somente perante a 
Comunidade, mas com todos os stackeholders envolvidos, com uma gestão pública exemplar, o agente 
público tem como norteador das atividades administrativas, os Princípios Aplicáveis à Administração 
Pública, que somam positivamente à gestão, além de dar o tom a ser seguido por todos na 
Administração Pública, fazendo assim, com que a Constituição seja cumprida. 
Alguns especialistas apontam haver uma incompatibilidade no emprego dos Princípios Constitucionais 
da Administração Pública, da Legalidade e da Eficiência. O Princípio da Legalidade, como o próprio nome 
já define, sua aplicação se dá unicamente com o estrito emprego da Lei, por parte do agente público em 
todas as suas atividades administrativas. 
Já o Princípio da Eficiência na aplicação dos recursos, seus resultados devem ser foco da Administração 
Pública Direta e Indireta, em seus diversos órgãos, entendo que investimentos direcionados a 
 
 
30 
 
capacitação, tecnologia, por parte do poder público, contribuem para a melhoria da Eficiência nas 
atividades administrativas, por parte dos agentes públicos. 
Também a diminuição de cargos em comissão, a redução de custos, compras governamentais sendo 
feitas em consórcio, são alguns exemplos de Eficiência na utilização de recursos materiais e imateriais. 
Não necessariamente o agente público para atingir determinadas metas tenha que se corromper, 
muitas vezes a solução está em olhar para o próprio umbigo, ou seja, dentro do próprio órgão. 
 
 
Colisão entre os Princípios da legalidade e eficiência 
https://jus.com.br/artigos/43730/colisao-entre-os-principios-dalegalidade-e-da-
eficiencia-no-ambito-da-administracao- 
 
 
Cremos que, quando os mecanismos de controle no que se refere à aplicação das legislações inerentes, 
às atividades administrativas públicas de cada órgão, são eficientes e eficazes, o Princípio da Legalidade 
é o direcionamento dos agentes públicos, e, portanto quando do emprego do Princípio da Eficiência, 
não haverá sobre posição de Princípios, pois esse é apenas a busca pelo melhor resultado para todos, 
tendo como base para alcançar esse objetivo, as Legislações vigentes. 
 
 
 
3. NOÇÕES DE LEGISLAÇÃO MUNICIPAL 
 
3.1 DO REGIMENTO INTERNO 
Para regulamentar a organização funcional e legislativa da Câmara Municipal, bem como os direitos e 
deveres dos vereadores, toda Câmara Municipal tem um Regimento Interno. 
O Regimento Interno é proposto, votado e aprovado pelos próprios vereadores, por ato denominado de 
Resolução. 
O Regimento Interno não poderá desobedecer (conflitar) com a Lei Orgânica Municipal, nem com a 
Constituição do Estado, nem com a Constituição Federal. 
O Regimento Interno é a mola mestra da organização da Câmara Municipal, constituindo o instrumento 
delineador das atribuições dos órgãos do Poder Legislativo. Trata-se de um regulamento, não é lei, ou 
https://jus.com.br/artigos/43730/colisao-entre-os-principios-dalegalidade-e-da-eficiencia-no-ambito-da-administracao-
https://jus.com.br/artigos/43730/colisao-entre-os-principios-dalegalidade-e-da-eficiencia-no-ambito-da-administracao-
 
 
31 
 
seja, não está sujeito à sanção do prefeito. Nele estão contempladas as funções legislativas, 
administrativas, julgadoras e fiscalizadoras da Câmara Municipal. 
O Regimento Interno deve ser editado por meio de resolução ou decreto legislativo, conforme dispuser 
a LOM. A rigor, o ato pertinente é a resolução, embora equivocadamente se use o decreto legislativo. 
Suas alterações se fazem por meio do processo legislativo, na forma determinada pela LOM e pelo 
próprio Regimento. Dependerão, sempre, da aprovação do Plenário. 
Tratando-se de ato de exclusiva competência da Câmara, não pode sujeitar-se à interferência do 
Executivo. O seu valor jurídico é relevante, pelo que deve o Vereador, como se disse antes, conhecê-lo 
integralmente, pois o seu cumprimento é condição primordial para o bom andamento dos trabalhos da 
Casa Legislativa. 
Como ato legislativo de caráter administrativo, o Regimento Interno só é obrigatório para os membros 
da Câmara Municipal, no desempenho das funções que lhes são próprias. Não tem efeito externo para 
os munícipes, nem deve conter disposições a eles endereçadas. 
O Regimento Interno não pode elaborar, nem modificar ou suprimir direitos e obrigações, constantes da 
Constituição Federal/88 ou das leis, em especial da Lei Orgânica do Município. 
Sua missão é disciplinar o procedimento legislativo e os trabalhos dos Vereadores, da Mesa e da 
Presidência, bem como o das comissões (permanentes ou especiais) que se constituírem para 
determinado fim. 
 
Entenda mais sobre a importância do Regimento Interno na Câmara Municipal 
Acesse o link do Portal Legisla WEB. 
https://www.youtube.com/watch?v=sAOlXkV2JZg 
 
No seu bojo cabem todas as disposições normativas da atividade interna da Câmara, desde que não 
invadam a área da lei. A função do Regimento Interno, não é compor o órgão legislativo do Município, é 
reger os trabalhos. Toda disposição que escapar desse âmbito deve ser evitada no Regimento, por 
inválida. Cabe salientar, ainda, que as Emendas Constitucionais promulgadas nos últimos anos 
trouxeram alterações que se refletem no Regimento Interno, e deve, portanto, ser constantemente 
revisto para adequar-se aos ditames do Texto Constitucional em vigor. 
 
 
 
 
32 
 
3.2 FORÇA VINCULANTE INTERNA CORPORIS 
No que se refere ao Regimento Interno menciona-se, que ele possui força vinculante interna corporis, 
ou seja, obriga apenas os membros do Legislativo, no exercício da vereança, não podendo dispor sobre 
direitos e obrigações de terceiros. 
A esse respeito é magistral a lição do doutrinador Hely Lopes Meirelles: 
 
Como ato regulamentar, o regimento não pode criar, modificar ou suprimir 
direitos e obrigações constantes da Constituição ou das leis. Sua missão é 
disciplinar o procedimento legislativo e os trabalhos dos vereadores, da 
Mesa, da presidência, bem como o das comissões permanentes ou especiais 
que se constituírem para o determinado fim. No seu bojo cabem todas as 
disposições normativas da atividade interna da Câmara, desde que não 
invada a área da lei. A função do regimento interno não é compor o órgão 
legislativo do Município; é reger os trabalhos. Toda disposição que refugiar 
desse âmbito deve ser evitado no regimento, por inválida. 
Como o regimento deve reger somente os trabalhos legislativos do plenário, 
a atuação das comissões e a atividade direta da Mesa, não comporta 
disposições relativamente a funcionários e serviços da Câmara, os quais 
terão o seu próprio regime estabelecido por lei e disciplinado por 
regulamento próprio [grifos nossos]. 
 
Por essa característica é que a espécie normativa adequada ao Regimento Interno é a resolução, na qual 
sua especificidade é veicularas normas que produzam efeito interno, advindas, geralmente do exercício 
de competência privativa da Câmara Municipal. 
 
3.3 APLICAÇÃO SUPLETIVA DO CP E CPC 
Como dito anteriormente, o Regimento Interno vincula a Casa Legislativa, devendo os vereadores agir 
segundo seus preceitos. Pode ocorrer, no entanto, situações que não encontrem anteparo na norma 
regimental. 
Admite-se, nesses casos, a aplicação supletiva de outros diplomas legais. 
 
 
33 
 
É comum o recurso à parte geral do Código Penal nos julgamentos de infração político administrativa, 
utilizando-se de institutos próprios do Direito Penal. Ex.: dolo, culpa, dosimetria da pena, tipo, dentre 
outros. 
Em regimentos em que não se especifica a forma de contagem de prazo, em geral, adota-se o sistema 
do Código de Processo Civil. 
 
3.4 LIBERDADE REGULAMENTAR LOCAL 
A Constituição Federal de 1988 adotou a preponderância de interesses como uma das regras de 
repartição de competências. Ao Município foi dado legislar sobre assuntos de interesse local, conforme 
preconiza o art. 30, inciso I deste dispositivo legal. 
Semelhante critério deve ser utilizado para definir a liberdade regulamentar local do regime interno. 
Exemplificando: a Legislatura corresponde ao período de quatro anos, cada ano uma Sessão Legislativa, 
que por sua vez se divide em dois períodos. 
Esse formato deve ser observado por todas as Câmaras Municipais do país, em razão do princípio da 
simetria, já visto. 
Porém, o recesso, que corresponde ao intervalo entre os períodos da sessão legislativa, por se tratar de 
assunto de interesse local, pode ter suas datas definidas livremente. Há uma liberdade regulamentar 
local. Outros exemplos são os horários de funcionamento das sessões plenárias e reuniões de 
Comissões; controle de presença dos Vereadores; número de Comissões temáticas e número de 
membros de cada uma delas; composição e forma de eleição da Mesa Diretora; dentre outros. 
 
3.5 OBEDIÊNCIA SIMÉTRICA CONSTITUCIONAL 
O Supremo Tribunal Federal, no julgamento da ADI n.º 102, firmou entendimento que as normas 
constitucionais relativas ao processo legislativo são de reprodução obrigatória, não podendo os entes 
federativos se afastar dela (princípio da simetria). 
Logo, o Regimento Interno, ao disciplinar os trabalhos legislativos, deve no que couber reproduzir o 
modelo constitucional. 
Dessa forma, em regra, a norma regimental deve tratar: das atribuições e competências da Câmara 
Municipal; dos deveres, prerrogativas e impedimentos dos Vereadores; da legislatura e das sessões 
legislativa; das sessões plenárias; da Mesa, das Comissões e das CPIs, observada, sempre que possível, a 
proporcionalidade partidária; do processo legislativo ordinário; do processo legislativo especial (leis 
 
 
34 
 
orçamentárias, emenda à Lei Orgânica Municipal, alteração do Regimento Interno); da fiscalização 
contábil, financeira e orçamentária e da prestação de contas do Prefeito; da sustação de atos 
normativos do Executivo; do julgamento das infrações político-administrativas (cassação); dentre outros 
assuntos. 
Ressaltando que é possível o Regimento Interno se adequar às especificidades do Município, naquilo 
que for de interesse preponderantemente local. 
 
3.6 A INTERFERÊNCIA DO PODER JUDICIÁRIO 
Assim como o Regimento Interno, em respeito ao princípio constitucional da separação dos Poderes, 
não pode interferir nas demais funções estatais, estas também, em regra, não podem adentrar em 
matéria interna corporis do Poder Legislativo, como demonstramos no julgado a seguir: 
Agravo de instrumento. Mandado de segurança. Decisão agravada que 
indeferiu pedido de antecipação da tutela mandamental. Pretensão 
agravante que visa a reforma do decisum e consequente concessão da 
antecipação de tutela. Inteligência do art.7º, iii, da lei nº 12.016/2009. 
Presença concomitante do fumus boni iuris e do periculum in mora. 
Inocorrência. Interpretação de normas regimentais. Ato interna corporis. 
Inviabilidade da análise pelo poder judiciário. Exclusiva apreciação e 
deliberação do plenário da câmara legislativa municipal de campo 
mourão. Precedentes do superior tribunal de justiça.recurso conhecido e 
desprovido. [grifos no original]. 
(tjpr – 4ª c.cível – ai – 1083094-9 – campo mourão - rel.: maria aparecida 
blanco de lima – unânime – julgado em 19.11.2013). 
Não obstante, há duas situações em que se admite o controle judicial das normas regimentais. 
A primeira diz respeito ao controle material, ou seja, ao Poder Judiciário é dado examinar afronta do 
Regimento Interno à Constituição Federal/88 e à Lei Orgânica do Município. 
Ação direta de inconstitucionalidade. Resolução N.º 88/2010. Inclusão do § 
3º, ao artigo 165, do regimento interno da câmara municipal de londrina 
(RESOLUÇÃO N.º 6/1993). Imposição de obrigação ao poder executivo 
municipal de necessidade de remessa do projeto de lei de sua autoria à 
procuradoria geral do município, antes de enviá-lo à câmara MUNICIPAL DE 
LONDRINA. Inconstitucionalidade formal. Vício de iniciativa. Matéria 
reservada ao chefe do poder executivo. Artigo 61, § 1º, inciso ii, alínea "c", 
 
 
35 
 
da constituição federal, artigo 66, inciso iv, da constituição estadual, e 
artigo 29, inciso ii, da lei orgânica do município de londrina. Ofensa ao 
princípio da legalidade. Necessidade de lei para disciplinar a matéria. Ação 
julgada procedente para o fim de declarar a inconstitucionalidade do § 3º, 
do artigo 165, do regimento interno da câmara municipal de londrina 
(resolução n.º 88/2010). (TJPR – órgão especial – ai – 933388-8 – foro 
central da comarca da região metropolitana de curitiba – rel.: d‟artagnan 
serpa sa – unânime – julgado em 20.05.2013) 
A segunda, diz respeito ao direito líquido e certo do parlamentar ao devido processo legislativo, que 
autoriza a impetração de mandado de segurança, a fim de assegurar ao vereador impetrante o 
cumprimento de normas regimentais. Nesse caso, a legitimação para provocar o judiciário é exclusiva do 
parlamentar. 
Reexame necessário. Mandado de segurança. Constitucional e processual 
civil. Ausência de observância ao regimento interno na aprovação de 
projeto de lei. Requerimento de que o projeto seja submetido a nova 
apreciação pela câmara municipal observando o devido processo legislativo. 
Possibilidade do poder judiciário se eximir em matéria predominantemente 
política quando evidente a ilegalidade. Sentença confirmada em grau de 
reexame necessário. 
(tjpr – 4ª código cível – rn – 896532-4 – Santo Antônio do Sudoeste – rel.: 
Astrid Maranhão de Carvalho Ruthes – unânime – julgado em 09.10.2012) 
 
Portanto, em ambos os casos, admite-se a interferência do Poder Judiciário como forma de garantir o 
Estado Democrático de Direito. 
 
3.7 LEGISLAÇÃO MUNICIPAL BÁSICA 
O que é legislação? 
Uma ou mais leis que se relacionam. 
Exemplos: 
As leis de um país, podem ser chamadas de legislação do país. 
As leis sobre meio ambiente, podem ser chamadas de legislação do meio ambiente. 
Mas, o que é lei? 
É uma norma (regra) escrita 
 
 
36 
 
Por que existem as leis? 
Para manter a ordem social e promover o bem comum 
 
No brasil, existem dois tipos de leis, tecnicamente falando: 
 Leis ordinárias 
 Leis complementares 
 
Nossa legislação prevê a existência de normas maiores, que regulamentam de forma: 
 Geral (federação) 
 Regional (estados e distrito federal) 
 Local (municípios) 
 
No âmbito federal a norma maior é chamada de constituição. 
A constituição também é conhecida por: 
 Carta magna 
 Carta cidadã 
 Carta popular 
 Carta política 
 Lei maior 
 
Nos estados-membros, a lei maior é chamada de constituição estadual. 
Nos municípios e no distrito federal não existem constituições, existem leis orgânicas. 
 
3.8 HIERARQUIA DAS LEIS (Ordem De Importância) 
Segundo o constitucionalistaVicente Rao: 
“A hierarquia é um sistema em que as normas de categoria inferior devem obedecer às superiores” 
Em consequência, uma norma de menor hierarquia que conflite com outra de maior hierarquia será 
inválida (nula ou anulável). 
Por exemplo, uma lei ordinária que conflite com uma lei complementar cede ante a esta. 
 
 
 
 
37 
 
PIRÂMIDE DAS NORMAS BRASILEIRAS: 
 CONSTITUIÇÃO FEDERAL 
 EMENDA À CONSTITUIÇÃO 
 LEIS COMPLEMENTARES (à CF) 
 LEIS ORDINÁRIAS FEDERAIS 
 CONSTITUIÇÕES ESTADUAIS 
 EMENDAS ÀS CE 
 LEIS COMPLEMENTARES ESTADUAIS 
 LEIS ORDINÁRIAS ESTADUAIS 
 LEIS ORGÂNICAS MUNICIPAIS (e Distrital) 
 EMENDAS À LOM e LOD 
 LEIS COMPLEMENTARES MUNICIPAIS (e Distrital) 
 LEIS ORDINÁRIAS MUNICIPAIS (e Distrital) 
 
DESOBEDIÊNCIA À HIERARQUIA GERA: 
 INCONSTITUCIONALIDADE 
 ILEGALIDADE 
 
NORMAS ADMINISTRATIVAS: 
RESOLUÇÕES 
 Ato dos três poderes (legislativo-executivo-judiciário) 
 Decisão coletiva 
 
DECRETO (Regulamenta Leis e outros casos mais específicos. É ato, em regra, do Poder 
Executivo) 
 Decreto Legislativo: Exceção 
 Decreto-Lei: extinto 
 
PORTARIAS 
 Ato utilizado nos Três Poderes (Executivo-Legislativo - Judiciário) 
 Regras gerais de funcionamento, procedimentos e de pessoal 
 
 
38 
 
 I - LEI ORGÂNICA (previsão no art. 29 da CF) 
 Lei Orgânica é a Lei Fundamental do Município 
 A LEI MAIOR LOCAL 
 DEFINE A Autonomia Política, Administrativa e Financeira 
 
CONTÉM, VIA DE REGRA: 
 ORGANIZAÇÃO e DIVISÃO MUNICIPAL (sede e Distritos) 
 COMPETÊNCIAS 
 FORMAS E FUNCIONAMENTO DO GOVERNO MUNICIPAL (Executivo e Legislativo) 
 ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (servidores-bens-planejamento-obras e serviços-participação popular 
–orçamento, tributação e finanças). 
 ORDEM ECONOMICA E SOCIAL DO MUNICÍPIO (urbanismo-agricultura-saúde-educação 
assistência social-esportes-cultura-meio ambiente -saneamento-habitação-família) 
 
Observação importante: 
Necessidade de Atualização Constante - Defasagem em Relação a Constituição Federal (mais de 60 EC), 
Constituição Estadual, Leis Federais e Estaduais. 
 Textos Equivocados – Cópia de Outros Municípios 
 Erros de Português 
 
II - REGIMENTO INTERNO DA CÂMARA MUNICIPAL (Lei Interna da Casa de Leis) 
III - LEIS ORÇAMENTÁRIAS 
 PPA (Plano Plurianual) 
 LDO (Lei de Diretrizes orçamentárias) 
 LOA (Lei Orçamentária Anual) 
 
 
PREVISÃO JURÍDICA DAS LEIS ORÇAMENTÁRIAS: 
1) Constituição Federal (Arts. 165 à 169); 
2) Lei 4.320/1964 (Lei da Contabilidade Pública) 
3) Lei de Responsabilidade Fiscal-LRF (Lei Complementar 101 de 2000) 
 
 
39 
 
 
PPA: 
METAS E OBJETIVOS PARA OS PRÓXIMOS 04 ANOS (exercícios) 
 ASSUNTOS GENÉRICOS... 
 PRAZO LONGO... 
 CONTINUIDADE ... 
 
LDO: 
METAS E PRIORIDADES PARA O ANO SEGUINTE 
 ORIENTA A ELABORAÇÃO DO ORÇAMENTO 
• indica possíveis alterações na legislação tributária, na política salarial e de contratação de novos 
servidores 
 
LOA: 
 É elaborada pelo Executivo segundo as diretrizes aprovadas na LDO e estabelece a previsão de 
receitas (arrecadação) e despesas (gastos) do governo para o ano seguinte. 
 
IV – CÓDIGOS (lei que fixa normas gerais ou agrupamento de leis) 
 TRIBUTÁRIO 
 POSTURAS 
 OBRAS 
 SANEAMENTO 
 AMBIENTAL 
 
V - PLANO DIRETOR 
Deverá Ser Instituído Por Lei Municipal Em Obediência Ao Estatuto Da Cidade (Lei Federal 10.257/2001) 
 
PLANO DIRETOR é o instrumento básico para orientar a política de desenvolvimento e de ordenamento 
da expansão urbana do município. 
 
O Plano Diretor é obrigatório para municípios: 
 
 
40 
 
► 1. Com mais de 20 mil habitantes 
► 2. Integrantes de regiões metropolitanas 
► 3. Áreas de interesse turístico 
► 4. Situados em áreas de influência de empreendimentos ou atividades com significativo 
impacto ambiental na região ou no país. 
 
O plano diretor orienta: 
■ Lei do Estudo de Impacto de Vizinhança 
■ Lei do Sistema Municipal de Informações 
■ Lei do Perímetro Urbano 
■ Lei do Sistema Viário 
■ Lei do Zoneamento de Uso e Ocupação do Solo 
■ Lei do Parcelamento do Solo 
■ Código de Obras e Edificações 
■ Código de Posturas 
VI - OUTRAS LEIS MUNICIPAIS: 
 
VI.a - FUNDOS MUNICIPAIS 
 Previdência 
 Saúde 
 Meio Ambiente 
 Infância e Juventude 
 Desenvolvimento Econômico 
 Habitacional 
 Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos 
 Profissionais da Educação (Fundeb) 
 Assentamentos – etc. 
 
VI.b - ESTATUTO DE SERVIDORES 
Regras de Direitos e Obrigações dos Servidores Municipais. É o mesmo para Executivo e Legislativo 
Municipal. 
 
 
41 
 
REGIME JURÍDICO ÚNICO: (só estatutários) - Previsão: CF/88 – art. 39, caput 
ECF 19/98: modificou e flexibilizou (poderiam ser estatutários e celetistas) 
ADIn 2.135 no STF (02/08/2007) suspendeu a flexibilização 
 
RESULTADO: 
Não afeta os que adotaram a CLT, mas suspende a flexibilização até julgamento final da ADIN. 
 
3.9 ATOS LEGISLATIVOS 
O que é ato legislativo? 
Ato legislativo é a declaração unilateral da vontade estatal expressa e exteriorizada por escrito, que 
dispõe sobre a criação, extinção e modificação de normas jurídicas abstratamente gerais ou atos 
normativos. 
A lei e o ato normativo são produtos do ato legislativo. 
O conceito de ato legislativo desvincula-se do conceito de função legislativa, pois além do Legislativo, 
órgãos de outros Poderes poderão emiti-lo, ainda que em caráter não predominante. 
Portanto, o que importa considerar é que o ato legislativo resulta na criação de normas jurídicas 
abstratas e gerais e/ou atos normativos, não obstante sua origem: se proveniente do Poder Legislativo, 
do Poder Executivo, do Poder Judiciário, do Ministério Público. 
Ao conjunto de atos legislativos dá-se o nome de processo legislativo. 
São atos legislativos: 
a) a iniciativa legislativa: faculdade que se atribui a alguém ou a algum órgão para apresentar projetos 
de lei ao Legislativo; 
b) as emendas: proposições apresentadas como acessórias a outra; sugerem modificações nos 
interesses relativos à matéria contida em projetos de lei; 
c) a votação: ato coletivo dos membros da Casa Legislativa; ato de decisão que se toma por maioria de 
votos, simples ou absoluta, conforme o caso; 
d) a sanção e o veto: são atos legislativos de competência exclusiva do Chefe do Executivo; somente 
recaem sobre projeto de lei; sanção é a adesão; veto é a discordância com o projeto aprovado. 
e) as portarias, os atos da Mesa, os requerimentos, as indicações, as moções, os títulos e comendas: são 
atos normativos. 
 
 
42 
 
Em resumo, o ato legislativo ocorre por meio de iniciativa, emenda, votação, sanção/veto e tem por 
objetivo a formação de normas jurídicas (a formação de uma emenda constitucional, lei complementar, 
lei ordinária, lei delegada, medida provisória, decreto legislativo e resolução) ou atos normativos. 
 
3.10 PROJETOS LEGISLATIVOS MUNICIPAIS 
Tipos de Projetos Legislativos de Competência da Câmara Municipal: 
a) Emenda à Lei Orgânica 
b) Lei Complementar 
c) Lei Ordinária 
d) Decreto Legislativo 
e) Resolução 
f) Emendas à Constituição do Estado 
 
Peculiaridades de cada um: 
a) Emenda à Lei Orgânica Municipal: - Proposição que altera o texto da LOM 
 Aprovação por quorum de dois terços 
 
b) Lei Complementar: 
 Trata de algumas matérias especificadas na Lei Orgânica Municipal - Aprovação por quorum de 
maioria absoluta 
 
c) Lei Ordinária: 
 Trata de assuntos diversos 
 Aprovação por quorum de maioria simples 
 
d) Decreto Legislativo: 
 Regula matéria de exclusiva competência do Poder Legislativo (Câmara Municipal) e destina-se a 
gerar efeitos no âmbito externo. 
 Tem força de Lei e independe de sanção do Chefe do Executivo 
 Aprovação por quorum de maioria simples 
e)

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