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REDAÇÃO OFICIAL NO MUNICÍPIO UNIDADE 1 1 REDAÇÃO OFICIAL NO MUNICÍPIO – UNIDADE I A língua portuguesa é complexa para o aprendizado, exigindo muito esforço para se alcançar o domínio dela com perfeição. Portanto, para se redigir uma boa redação, o escritor precisa estar atento para as regras minuciosas da correta ortografia e gramática, mas possuir também o conhecimento amplo dos vernáculos a serem aplicados em cada situação. Paralelamente a isso, a chamada Redação Oficial, utilizada no setor público governamental, aplica a língua portuguesa ao redigir documentos e comunicações, mas possui técnicas e regras específicas. É que, em obediência aos ditames constitucionais, em especial aos princípios da publicidade, impessoalidade e eficiência, segue-se a um padrão nesse aspecto redacional. E até na elaboração das leis, existe normativa para orientação técnica. Com esse curso, o egresso estará apto a atuar com competência na Redação Oficial Municipal, realizando com maior facilidade e segurança as relevantes tarefas que lhes sejam afetas na Gestão Pública, além de pontuar para progressão em sua carreira, pelo conhecimento adquirido. Redação Oficial é todo ato normativo e toda comunicação do Poder Público. Deve caracterizar-se pela impessoalidade, uso do padrão culto de linguagem, clareza, concisão, formalidade e uniformidade. 2 ÍNDICE TÓPICOS PÁGINA 1. GRAMÁTICA APLICADA 4 1.1 Alfabeto 4 1.2 Trema 4 1.3 Acentuação 5 1.4 Hífen 6 1.5 Vícios de linguagem 8 1.6 Crase 8 1.7 Emprego dos porquês 9 1.8 Pronomes demonstrativos 10 1.9 Algumas palavras que podem confundir 10 1.10 Uso de aspas 12 1.11 Numerais 12 1.12 Emprego das letras 13 1.13 Formas de tratamento 14 2. REDAÇÃO OFICIAL 16 2.1 Principais características da redação oficial 16 2.2 Comunicação administrativa e correspondência oficial 19 2.3 Documentos administrativos diversos 22 3. REDAÇÃO LEGISLATIVA 26 3.1 Estrutura básica de um texto legal 28 3.2 Critérios de sistematização 29 3.3 Projeto de lei 29 3.4 Lei 30 3.5 Alteração e/ou revogação 32 3.6 Situações a serem evitadas 33 3.7 Uso correto das palavras 34 4. COMUNICAÇÃO PÚBLICA ESTRATÉGICA 36 4.1 Importância da comunicação nas organizações 39 4.2 Processos de comunicação e cultura organizacional 41 3 4.3 A comunicação organizacional e comunicação interna 42 4.4 Canais de comunicação interna 43 4.5 Gestão da comunicação interna 45 5. REDES SOCIAIS NA COMUNICAÇÃO PÚBLICA 47 5.1 Comunicação oficial na administração pública municipal 47 5.2 Mídias sociais na administração pública municipal 48 5.3 O cidadão e o ciberespaço 49 5.4 O ciberespaço e a comunicação pública 52 5.5 As redes sociais e a comunicação pública 53 5.6 Monitoramento de mídias sociais digitais 57 5.7 Contribuições do monitoramento de redes sociais para gestão de órgãos públicos 60 6. BIBLIOGRAFIA 63 4 1. GRAMÁTICA APLICADA A utilização da linguagem formal e a gramática correta são elementos fundamentais na construção de qualquer texto, especialmente quando trata-se de uma comunicação oficial e pública. A seguir, especificaremos algumas das alterações de nossa língua escrita, conforme Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa firmado em 16 de dezembro de 1990 e que entrou em vigor em 1º de janeiro de 2016. 1.1 ALFABETO Volta a ter 26 letras pois foram reintroduzidas as letras k, w e y. 1.2 TREMA Não se usa mais o trema (¨) sinal colocado sobre a letra u para indicar sua pronúncia nos grupos gue, gui, que e qui, com exceção de palavras estrangeiras. Ex.: cinquenta, eloquente, bilingue, sagui, quinquênio. 5 1.3 ACENTUAÇÃO TIPO DE PALAVRA OU SÍLABA QUANDO ACENTUAR OBSERVAÇÕES Proparoxítonas Sempre Igual ao que era antes da nova ortografia. Paroxítonas Se terminadas em: R, X, N, L, I, IS, UM, UNS, US, PS, Ã, ÃS, ÃO, ÃOS; ditongo oral, seguido ou não de S Continua tudo igual : sêmen, fêmur 1) Terminadas em ENS não levam acento: hifens, polens. 2) Não acentue os prefixos paroxítonos que terminam em R nem os que terminam em I: inter-helênico, super-homem, anti-herói, semi- internato. Oxítonas Se terminadas em: A, AS, E, ES, O, OS, EM, ENS Continua tudo igual.1. terminadas em I, IS, U, US não levam acento: tatu, Morumbi, abacaxi. Monossílabos tônicos (são oxítonas também) Terminados em A, AS, E, ES, O,OS Continua tudo igual. Atente para os acentos nos verbos com formas oxítonas: adorá-lo, debatê-lo, etc. Í e Ú em palavras oxítonas e paroxítonas Í e Ú levam acento se estiverem sozinhos na sílaba (hiato) 1. Se o i e u forem seguidos de s, a regra se mantém: balaústre, egoísmo, baús. 2. Não se acentuam i e u se depois vier 'nh': rainha, tainha, moinho. 3. Esta regra é nova: nas paroxítonas, o i e u não serão mais acentuados se vierem depois de um ditongo: baiuca, bocaiuva, feiura,. 4. Mas, se nas oxítonas, mesmo com ditongo, o i e u estiverem no final, haverá acento: tuiuiú, Piauí, teiú. Ditongos abertos em palavras paroxítonas EI, OI Esta regra desapareceu para palavras paroxítonas. Escreve-se agora: ideia, colmeia, celuloide, boia. Observe: há casos em que a palavra se enquadrará em outra regra de acentuação. Por exemplo: contêiner, Méier, destróier serão acentuados porque terminam em R. Ditongos abertos em palavras oxítonas ÉIS, ÉU(S), ÓI(S) Continua tudo igual (mas, cuidado: somente para palavras oxítonas, com uma ou mais sílabas). céu, chapéu, herói, papéis Verbos arguir e redarguir (agora sem trema) arguir e redarguir usavam acento agudo em algumas pessoas do indicativo, do subjuntivo e do imperativo afirmativo. Esta regra desapareceu. Os verbos arguir e redarguir perderam o acento agudo em várias formas (rizotônicas): eu arguo (fale: ar-gu-o, mas não acentue); ele argui (fale: ar-gu-i), mas não acentue. 6 Verbos terminados em guar, quar e quir aguar, enxaguar, averiguar, apaziguar, delinquir, obliquar usavam acento agudo em algumas pessoas do indicativo, do subjuntivo e do imperativo afirmativo. Esta regra sofreu alteração. Observe:. Quando o verbo admitir duas pronúncias diferentes, usando a ou i tônicos, aí acentuamos estas vogais: eu águo, eles águam e enxáguam a roupa (a tônico); eu delínquo, eles delínquem (í tônico). Se a tônica, na pronúncia, cair sobre o u, ele não será acentuado: Eu averiguo (diga averi-gu-o, mas não acentue) o caso. ôo, êe vôo, zôo, enjôo, vêem Esta regra desapareceu. Agora se escreve: zoo, perdoo, veem, magoo, voo. Verbos ter e vir na terceira pessoa do plural do presente do indicativo Continua tudo igual. Ele vem aqui; eles vêm aqui. Eles têm sede; ela tem sede. Derivados de ter e vir (obter, manter, intervir) na terceira pessoa do singular levam acento agudo; na terceira pessoa do plural levam circunflexo Continua tudo igual. Acento diferencial Esta regra desapareceu, exceto para os verbos: PODER (diferença entre passado e presente). Ele não pôde ir ontem, mas pode ir hoje. PÔR (diferença com a preposição por): Vamos por um caminho novo, então vamos pôr casacos; TER e VIR e seus compostos (ver acima). Observe: 1) Perdem o acento as palavras compostas com o verbo PARAR: Para- raios, para-choque. 2) FÔRMA (de bolo): O acento será opcional; se possível, deve-se evitá-lo: Eis aqui a forma para pudim, cuja forma de pagamento é parcelada. 1.4 HÍFEN Usa-se hífen: Antes de palavras iniciadas por h. Ex.: anti-higiênico, super-homem, mini-hotel, proto-história. Vogais iguais. Ex.: micro-ondas, anti-imperialista. Exceção: prefixoco Ex.: coabitação, coordenar, coautor, coexistência. Consoantes iguais. Ex.: inter-regional, super-requintado. 7 Prefixo sub diante de palavras iniciadas por r. Ex.: sub-regional. Prefixos circum e pan, diante de palavra iniciada por h, m, n e vogal. Ex.: pan-americano, circum- navegação. Prefixos ex, sem, além, aquém, recém, pós, pré, pró e vice. Ex.: vice-prefeito, além-mar, ex-presidente, recém-casado, pós-graduação. Adjetivos pátrios derivados de nomes geográficos compostos, contendo ou não elementos de ligação. Ex.: Praia Grande - praia-grandense; Espírito Santo - espírito-santense; Belo Horizonte - belo- horizontino; Rio Grande do Sul - sul-rio-grandense. Em substantivos compostos. Ex.: auxílio-doença, auxílio-moradia, bolsa-alimentação, licença-maternidade, licença-prêmio, salário-base, vale-gás, vale-refeição, vale-transporte. Cargos com o adjetivo "geral" e os que denotem hierarquia dentro de uma empresa. Ex.: diretor-geral, relator-geral, ouvidor-geral, procurador-geral, secretário-geral, controlador- geral, diretor-presidente, sócio-gerente, diretor-executivo. Formados por numerais. Ex.: primeiro-ministro, primeira-dama, segundo-secretário. Não se usa hífen: Quando o prefixo termina por consoante e a palavra seguinte começa por vogal. Ex.: hiperativo. Vogais diferentes Ex.: antienchente, infraestrutura, autoescola, Prefixo termina por vogal e a segunda palavra começa por consoante diferente de r ou s. Ex.: antiproducente, paraquedista. Quando o prefixo termina por vogal e a segunda palavra começa por r ou s duplicam-se essas letras. Ex.: minissaia, antissemita, ultrassom, semirreta, contrarregra, antisséptico. Em palavras que perderam a noção de composição. Ex.: girassol, mandachuva. 8 1.5 VÍCIOS DE LINGUAGEM Os principais vícios de linguagem a serem evitados são: a) Cacófato: som desagradável produzido pela junção da última sílaba de uma palavra com a(s) primeira(s) sílaba(s) da subsequente: Não coloque a culpa nela, todos erraram. Ela vai pagar por cada erro que cometeu. b) Eco: repetição de palavras repetidas pelo mesmo som. Não faço questão da promoção, da qual já sabia de antemão. Vicente mente constantemente. c) Clichês: são chamados também "chavões" e indicam uma linguagem próxima da coloquial. Ela não dá ponto sem nó. Antes tarde do que nunca. d) Redundância: repetição desnecessária de uma informação na frase. Entrei para dentro de casa quando anoiteceu. Ontem fizeram-me uma surpresa inesperada. 1.6 CRASE A crase é resultado da fusão da preposição a com a vogal a, que pode ter função de artigo ou pronome. Haverá crase sempre que: O termo antecedente exija a preposição a O termo consequente aceite o artigo a Ex.: Fui à praia. (a+a = preposição + artigo seguidos de substantivo feminino) Usa-se crase antes de: a) Palavras femininas: Vou à cidade fazer compras. b) Pronomes demonstrativos aquele(s), aquela(s), aquilo: Fui àquele baile. c) Pronomes demonstrativos a ou as quando equivalem a aquela e aquelas: Esta bolsa é igual à que comprei ontem. d) Pronomes relativos a qual ou às quais: A rua à qual nos referimos fica perto daqui. e) Expressões adverbiais, prepositivas e conjuntivas formadas com palavras femininas, à tarde, à noite, à vontade, à medida que, às escondidas: Saímos à meia-noite. Agia às escondidas. À medida que caminhavam iam ficando cansados, à exceção de Pedro, que parecia ter um fôlego de gato. 9 Não ocorrerá crase antes de: a) Palavras masculinas Ex.: Viajou a trabalho. Comprou tudo a prazo. b) Verbos Ex.: Estava disposto a disputar uma vaga. c) Artigos indefinidos Ex.: Ofereceu o livro a uma antiga conhecida. d) Pronomes indefinidos Ex.: Não entregou o processo a ninguém. e) Pronomes demonstrativos esta, essa, isso: Ex.: Dê a essa moça o que ela pedir. f) Pronomes pessoais Ex.: Entreguei a ela os manuscritos. g) Pronomes de tratamento Ex.: Peço licença a Vossa Senhoria. h) Substantivos empregados em sentido genérico Ex.: Falava a pessoas desinteressadas. Fez alusão a cidades litorâneas. i) Entre palavras repetidas Ex.: Ficou cara a cara com o inimigo. Algumas orientações para saber quando se usa crase: a) Substituir um substantivo feminino por um masculino. Se a crase puder ser trocada por um ao o emprego está correto. Ex: Fui à sala. Fui ao dormitório. b) Substituir o a por para ou para a(s). Ex: Fui para a praia. Fui à praia. c) Substituir o verbo ir pelo verbo voltar. Se resultar na expressão voltar da, então ocorre a crase. Ex: Fui à prefeitura. Voltei da prefeitura. d) Para nomes de lugares verifica-se o uso da crase pela preposição que o antecede. Ex: Voltei de Angola. Vou a Angola.(sem crase) Ex: Voltei da Itália. Fui à Itália. (com crase) 1.7 EMPREGO DOS PORQUÊS a) Por que - Usa-se para fazer perguntas diretas e indiretas. Equivale a por qual razão, por qual motivo, pelo(a) qual, pelo(s) qual(is). Ex.: Por que você não utiliza o manual de redação? (por qual razão). Queria saber por que você não me disse nada antes (por qual motivo). O processo por que passei foi muito difícil (pelo qual). b) Por quê - Usa-se no final da frase, antes de um ponto (interrogação, final, exclamação). Ex.: Este documento não está arquivado. Por quê? Porque - Usa-se porque em respostas e explicações, equivalendo a pois, já que, uma vez que, como. Ex.: Voltei ao gabinete porque esqueci um documento. c) Porquê - Usado quando o porquê tem função de substantivo. Ex.: Eu sei o porquê disso. 10 1.8 PRONOMES DEMONSTRATIVOS O pronome demonstrativo indica a posição de pessoas ou coisas em relação ao tempo, espaço e às três pessoas do discurso. a) Este - esta - isto: indica quem ou o que está perto do falante. Ex.: Este mês temos muitas festividades. O que este memorando está fazendo sobre a minha mesa? (aqui) b) Esse - essa - isso: indica que a pessoa do discurso está longe do falante e perto do ouvinte. Ex.: Esse monitor na sua mesa é mais moderno que os demais. (aí) c) Aquele - aquela - aquilo: indica que a pessoa do discurso está afastada do falante e do ouvinte. Ex.: Por favor, pegue aquele grampeador que ficou na outra sala. (lá) 1.9 ALGUMAS PALAVRAS QUE PODEM CONFUNDIR A fim de: para, com a finalidade de. Afim: semelhante, que apresenta afinidade. À medida que: à proporção que, conforme. Na medida em que: pelo fato de que, uma vez que (atenção: não existe o termo vez que). Ambos os dois: ambos já significa os dois, evite a redundância. Anexo: incluso, junto, apenso (adjetivo), concorda com o substantivo a que se refere (gênero e número) Ex.: A planilha está anexa ao e-mail. Os comprovantes estão anexos ao processo. Em anexo: Invariável (locução adverbial). Seguem, em anexo, os relatórios. Ao encontro de: para junto de, favorável a. De encontro a: contra, em prejuízo de. Ao invés de: ao contrário de. Em vez de: em lugar de. Comprimento: medida, tamanho. Cumprimento: ato de cumprir, execução completa, saudação. Fazer: Usa-se sempre na terceira pessoa do singular quando não existe sujeito, indicando tempo e fenômenos da natureza. Faz 15 dias que a licitação foi aberta. Quando os aparelhos de ar- condicionado estão desligados faz muito calor na sala. Há: Quando indica tempo substitui o verbo fazer. Não recebemos cartas daquela empresa há vários meses. 11 Há ou Tem: Usado no sentido de existir. Há pessoas extremamente competentes na Prefeitura. Houve momentos de muita emoção durante o passeio. A: Indica um tempo futuro, não sendo possível a substituição por faz. O novo servidor tomará posse daqui a 10 dias. Estamos a meia hora do posto de saúde. Lauda: Página de livro, impresso padronizado com espaço delimitado para datilografia, utilizado para apresentação de originais. Laudo: Parecer conclusivo e por escrito. Mal: é o contrário de bem. Ela estavamal intencionada. Mau: é o contrário de bom. Ele sempre foi um mau filho. Mas: pode ser substituído por porém, contudo, entretanto. Mais: ideia de intensidade, quantidade, soma. Meio: modifica o adjetivo e é invariável: Elas estão meio cansadas. Meia: usado quando se refere a um substantivo: não sou de meias palavras. Menos e não menas: Menos é invariável e "menas" não existe: Esperava menos burocracia para a realização do evento. Obrigado e obrigada: varia de acordo com a pessoa que agradece (homem ou mulher). Onde: onde indica lugar fixo. Onde está o papel? (em que lugar) Aonde: expressa ideia de movimento. Aonde ele vai com tanta pressa? Para mim - mim é um pronome pessoal do caso oblíquo e não pode ser usado como sujeito do infinitivo que o segue. Neste caso usa-se o pronome pessoal eu: Pediram para eu aguardar o Prefeito (o pronome eu exerce a função de sujeito). Por ora: por agora, por enquanto, até o momento. Por ora, nada tenho a declarar. Por hora: pelo período de uma hora. Tinha uma vazão de 10 litros por hora. Ratificar: confirmar. A autoridade ratificou sua presença na reunião. Retificar: corrigir. Devido a um erro de impressão foi necessário retificar aquele artigo. Seção: divisão, setor, subdivisão, repartição. Ele trabalha na seção de envio de documentos. Nota: Na lei de estrutura desta Prefeitura a seção é uma subdivisão de uma Divisão, ou seja, uma Divisão pode comportar uma ou mais seções. Sessão: tempo em que se realiza uma reunião, programa de teatro, cinema, congresso. Na última sessão da Câmara discutiu-se sobre o uso racional da água. Cessão: ato de ceder. Ele autorizou a cessão de todos os seus bens para os filhos. Se não: caso não, quando não. Se não chegar cedo, não conseguirá comprar os ingressos. 12 Senão: quando puder ser substituído por a não ser, do contrário, mas sim, sem que, exceto. Tampouco: também não. Não fez as tarefas solicitadas, tampouco arrumou sua mesa. Tão pouco: tão pequena coisa, curto. Esta bolsa custa tão pouco que irei comprar duas peças. Mandado: ordem judicial ou administrativa, garantia constitucional para proteger direito individual. O juiz exigiu que o réu cumprisse o mandado de prisão. Mandato: período determinado em que alguém possui poder para executar certas funções representando um certo grupo de pessoas, autorização conferida para alguém praticar atos em seu nome, procuração. Os políticos terão que cumprir um mandato de quatro anos. Pós: prefixo que indica posterior a, que sucede, atrás de, após. Pré: prefixo que indica anterior a, que precede, à frente de, antes de. Pró: advérbio - em favor de, em defesa de. Trás: atrás de, detrás de, depois de, após. Traz: terceira pessoa do singular do presente do indicativo do verbo trazer. 1.10 USO DE ASPAS a) Ao abrir e fechar citações. b) Para exprimir algum tipo de ironia ou destacar uma palavra utilizada fora de contexto. c) Para destacar palavras estrangeiras (pode ser substituído pelo itálico). d) Para marcar o título de uma obra. e) Se a frase começa e termina com aspas o ponto deve ficar dentro das aspas. f) Se a frase não está toda dentro das aspas a pontuação fica fora delas. 1.11 NUMERAIS a) Escreve-se por extenso números de zero a dez, cem e mil. b) Em dias do mês sempre utilizar algarismos, exceto no primeiro dia do mês. c) Não se usa ponto para indicar o ano: A República foi proclamada em 1989. d) Utiliza-se algarismo para expressar valor, grandeza, idade, peso, porcentagens, unidades de medida, tempo e datas. Ex.: 10cm, 8km, 44 anos. e) Não inicie frases com algarismos, escreva por extenso ou inverta a ordem da frase: f) Vinte e cinco pessoas chegaram atrasadas ontem. Ontem, chegaram atrasadas 25 pessoas. g) Não se utiliza zero antes de horas e datas: 8h30 - 7/9/1975. h) Não é necessário usar m ou min. para designar minutos - 9h30 13 i) Hora deve ser abreviada no singular: 8h e não 8hs. j) Não se usa ponto em números de endereço: Av. Presidente Kennedy, 9000. k) Na numeração de artigos de leis, decretos e portarias usa-se o ordinal até nove e o cardinal de dez em diante: artigo 1º, artigo 9º, artigo 10. l) Quando o numeral antecede o substantivo usa-se sempre o ordinal: 20º capítulo. m) Algarismos de 1.000 em diante escreve-se com ponto: 15.656, 8.569, exceção dos anos e dos endereços. n) Escreva por extenso os números fracionários: um quarto, dois quintos, um terço. 1.12 EMPREGO DAS LETRAS Palavras com E Palavras com I Palavras com EI Palavras com O beneficência / beneficente, deferir, (conceder), despesa, embutir, emergir (para fora), emigrar (sair do país), eminência (altura, excelência), empecilho, estrear, estreante, frear, freada, palavreado. Ansiar, anti- (prefixo = contra), dilatar (alargar), discrição (reserva), imergir (mergulhar), imigrar (entrar em país estrangeiro), iminente (próximo), meritíssimo, privilégio. Aleijado, cabeleireiro, desleixo, madeireira. Comprido, comprimento (extensão), costume, sotaque. Palavras com G Palavras com J Palavras com C e Ç Palavras com SS Agenda, auge, ferrugem, garagem, gíria, viagem, vigência. Gorjeta, objeção, projeção, rejeição, sujeito, ultraje. Acessório, acervo, cansaço, censo, censura, certidão, cessão (ato de ceder), cesta, concessão, discrição (reserva), distinção, distorção, docente (que ensina), incipiente (iniciante), inserção, intercessão, isenção, presunção (intenção). cessão (ato de ceder), comissão, compressa, compromisso, concessão, crasso, digressão, discussão, ingressar, necessidade, passeata, secessão (separação), sessão (reunião), sucessivo. 14 Palavras com SC Palavras com X Palavras com S Acrescentar, adolescente, consciência, crescer, descendência, descentralização, discente (que aprende), discernimento, disciplina, imprescindível, oscilar, oscilação, plebiscito, prescindir, remanescente, reminiscência, suscetível. anexar, anexo auxílio, contexto, deixar, desleixado, exagero, exame, examinar, exclusivo, expectativa, extraordinário, extrapolar, inexistente, taxar (impor taxa), xerox (ou xérox). adesão, adesivo, através, contestar, cortês, destreza, esclarecer, espectador (assistente, ouvinte), esplanada, esplêndido, estático (firme, contrário de dinâmico), estender, estendido, extravasar, imersão, insipiente (ignorante), intensivo, misto. seção (ou secção), subsidiar, subsistência, suspensão, teste, viés, visar. Palavras com XC (entre vogais e com valor de "s") Palavras com Z Palavras com CH Palavras com CC, CÇ Exceção, exceder, excelência, excelente, excepcional, excesso. Agilizar, ajuizar, aprendizado, atualizar, capaz, capitalizar, centralizar, condizer, conduzir, confraternizar, conscientizar, contradizer, prazo, preconizar, prejuízo, Sozinho. desfechar despachar, despacho, rachar, tachar (censurar, acusar), trecho. se(c)ção, se(c)cionar. 1.13 FORMAS DE TRATAMENTO Autoridades Forma de Tratamento Vocativo (a quem se dirige) Endereçamento Presidente da República Vossa Excelência Excelentíssimo Senhor Presidente A Sua Excelência o Senhor (nome) Presidente da República Federativa do Brasil Governador de Estado/Secretário de Estado Vossa Excelência Senhor Governador A Sua Excelência o Senhor (nome) governador /secretário Deputado/Senador/ Vereador Vossa Excelência Senhor Deputado A Sua Excelência o Senhor (nome) deputado / senador/vereador 15 Autoridades Forma de Tratamento Vocativo (a quem se dirige) Endereçamento Prefeito/Vice-Prefeito Vossa Excelência Senhor Prefeito A Sua Excelência o Senhor (nome) prefeito/vice- prefeito Secretário Municipal Subsecretário/Diretor Vossa Senhoria Senhor (cargo) Ao Senhor (nome) (cargo) JuizVossa Excelência Senhor (cargo) A Sua Excelência o Senhor (cargo) Reitor de Universidade Vossa Magnificência ou Magnífico Reitor Excelentíssimo Senhor Reitor A Sua Excelência o Senhor (nome) Magnífico Reitor da Universidade Chefe de Gabinete, Departamento, Divisão Vossa Senhoria Senhor (cargo) Ao Senhor (nome) (cargo) Diretor Vossa Senhoria Senhor (cargo) Ao Senhor (nome) (cargo) Presidente Associação/Conselho/ Fundação Vossa Senhoria Senhor (cargo) Ao Senhor (nome) (cargo) Superintendente Vossa Senhoria Senhor (cargo) Ao Senhor (nome) (cargo) Demais autoridades oficiais e particulares Vossa Senhoria Senhor (cargo) Ao Senhor (nome) (cargo) 16 2. REDAÇÃO OFICIAL A redação oficial é um instrumento fundamental para padronizar a comunicação e os atos normativos emanados do Poder Público, bem como determinar a maneira pela qual devem ser redigidos. Na redação oficial é sempre a Administração Pública quem comunica algum assunto relativo às atribuições do órgão ou entidade comunicante e o destinatário é o público, o conjunto de cidadãos ou outro órgão da entidade pública. A redação oficial deve ser transparente, clara, simples e impessoal, possibilitando imediata compreensão pelo leitor. Além disso, o uso de papéis uniformes e a correta diagramação são indispensáveis para a padronização das comunicações oficiais. O texto deve ser conciso, transmitindo o máximo de informações com o mínimo de palavras. O texto também necessita de coerência, seus argumentos não podem se contradizer e o que está escrito não deve fugir ao tema tratado. Segundo o Manual de Redação da Presidência da República (2002, p. 4) “a redação oficial não é, portanto, necessariamente árida e infensa à evolução da língua. É que sua finalidade básica – comunicar com impessoalidade e máxima clareza – impõe certos parâmetros ao uso que se faz da língua, de maneira diversa daquela da literatura, do texto jornalístico, da correspondência particular, etc.” 2.1 PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DA REDAÇÃO OFICIAL 17 2.1.1 LINGUAGEM CULTA A linguagem culta deve ser, em princípio, de entendimento geral, sem o uso de vocábulos de circulação restrita, como a gíria e o jargão. Além de obedecer às regras gramaticais e empregar um vocabulário adequado, comum ao conjunto de usuários do idioma, precisa ter caráter impessoal, transmitindo informações com o máximo de clareza, dando unidade e uniformidade à comunicação, através de diferentes mecanismos. 2.1.2 PADRONIZAÇÃO E FORMALIDADE As comunicações oficiais devem ser elaboradas de maneira formal, obedecendo-se às regras gramaticais e utilizando-se um padrão adequado nas formas de tratamento, que possibilitem a uniformidade dos textos. Também, é indispensável o uso de papeis padronizados e a correta diagramação do texto definitivo. 2.1.3 IMPESSOALIDADE Na redação oficial o tratamento deve ser impessoal, ausente de impressões individuais de quem comunica, evitando-se a duplicidade de interpretações e se atendo exclusivamente ao assunto relativo às competências do órgão de onde parte a comunicação. 2.1.4 CLAREZA Em todo texto oficial a clareza é a qualidade básica que possibilita imediata compreensão pelo leitor. Ela implica tanto a coesão textual, ou seja, o encadeamento das ideias utilizando-se conjunções, pronomes, sinais de pontuação e referências para que o texto siga um fluxo e a leitura seja leve, como também a coerência, desde que os argumentos não se contradigam e o que está escrito se refira somente ao tema tratado. Basicamente, um documento para ser escrito de forma clara deverá obedecer aos seguintes pré- requisitos: a) abertura: frase direta sobre o assunto, de forma que o leitor, após ler o primeiro parágrafo, tenha o conhecimento do conteúdo. b) estrutura: desenvolve a abertura e traz os detalhes necessários, disponibilizados pela ordem de importância, interesse ou urgência. 18 c) encaminhamento: a aparência do documento é de fundamental importância na exposição de uma mensagem. Portanto, devem-se usar parágrafos e frases curtas com uma única ideia central, verbos na voz ativa e palavras de uso corrente. 2.1.5 CONCISÃO Um texto conciso transmite o máximo de informações com o mínimo de palavras. Para tanto, é necessário conhecer o assunto sobre o qual se escreve, eliminando palavras inúteis, redundâncias e passagens que nada acrescentem ao que foi escrito. Também é preciso evitar detalhes que não fazem diferença, como o uso de palavras difíceis que a maioria desconhece ou palavras e termos que já caíram em desuso. 2.1.6 USO CORRETO DE PALAVRAS, PRONOMES E FECHOS Articular a linguagem de modo que haja perfeito entendimento do texto, sem inversão da ordem nas frases, neologismos e palavras de sentido ambíguo, empregando-se cuidadosamente os adjetivos e evitando-se exageros. Uniformidade do tempo verbal, especialmente nos textos de normas legais, dando-se preferência ao presente ou futuro do presente simples do modo indicativo. Uso dos recursos de pontuação e das regras gramaticais e ortográficas de forma correta e sensata, evitando os abusos de caráter estilístico. Disciplina no uso de expressões e fórmulas, desaconselhando-se a utilização de alguns fechos prolixos tais como: Para os devidos fins De ordem superior Chamo a atenção de V. Sª. Reporto-me ao seu ofício em referência O assunto em epígrafe. 2.1.7 COMO GARANTIR A QUALIDADE DO TEXTO Após concluir a redação, é importante responder às questões abaixo, destinadas a avaliar se ela contém as características citadas anteriormente (texto adaptado do Prontuário de Redação Oficial, de João Luiz Ney): 19 a) Está completo? b) Dá todas as informações necessárias? c) Responde a todas as indagações que se possam fazer? d) Contém apenas o essencial? e) Utiliza somente as palavras e frases indispensáveis? f) Está em linguagem correta? g) Traduz o pensamento com exatidão e simplicidade? h) Está estruturado com clareza? i) Está numa linguagem apropriada? j) Usa-se o tratamento adequado? k) Cada parágrafo contém apenas uma ideia central? l) As ideias estão em boa sequência e bem concatenadas? m) A informação é precisa? 2.2 COMUNICAÇÃO ADMINISTRATIVA E CORRESPONDÊNCIA OFICIAL A comunicação administrativa está ligada aos conteúdos relativos à Administração, atendendo a estrutura técnica-normativa e disciplinando comportamentos através da padronização dos documentos. Para que ela ocorra, existem vários tipos de correspondências, em seus aspectos formais. A correspondência oficial faz parte da comunicação administrativa. Alguns dos documentos mais utilizados nesta Prefeitura são: Memorando, Ofício, Circular, Despacho, Parecer, Cota e Requerimento. Além desses, o Município elabora Leis, Leis Complementares, Decretos, Portarias e Ordens de Serviço, que também possuem uma padronização. 20 2.2.1 RECOMENDAÇÕES BÁSICAS Na preparação de um documento oficial, algumas recomendações devem ser respeitadas. São elas: REDAÇÃO Deve ser elaborada de forma clara, restrita ao assunto, com expressões simples, obedecendo às características da redação oficial (padrão culto de linguagem, formalidade e padronização, impessoalidade, clareza e concisão). PRONOMES DE TRATAMENTO Representam a forma de tratar as pessoas com quem se fala ou a quem se dirige a comunicação. Deve-se considerar não apenas a área de atuação da autoridade (universitária, judiciária, religiosa, etc.), mas também a posição hierárquica do cargo que ocupa. O vocativo é a identificação do destinatário pelo cargo que ocupa. a) Recomenda-se que a medida do papel a ser utilizado nos modelos constantes deste manual seja A4 (210 x 297mm) ou tamanho ofício(216 x 340mm) tendo em vista a diversidade de tipos de impressoras em uso nesta Prefeitura. b) As fontes utilizadas devem ser Times New Roman ou Arial tamanho 12 para o texto em geral; 11 em citações e 10 nas notas de rodapé. Para símbolos não existentes nas fontes citadas, pode-se utilizar as fontes Symbol e Wingdings. c) A impressão dos documentos deve ser na cor preta, usando-se a impressão colorida apenas para gráficos e ilustrações. 21 d) Os documentos do tipo ofício, memorando, circular, etc., de modo geral, devem ser impressos em uma única face do papel. e) O espaçamento é simples entre as linhas e com uma linha em branco entre os parágrafos; (exceto no requerimento, onde o espaçamento deve ser de 1,5cm). f) A margem lateral esquerda deve ter 3cm de largura e a margem lateral direita deve ter 1,5cm. A margem superior 3,5cm e a inferior deve ter 1,5cm, conforme modelos. g) O início de cada parágrafo do texto, deve ter 2,5cm a partir da margem (totalizando 5,5cm). h) Não deve haver abuso no uso de negrito, itálico, sublinhado, letras maiúsculas, sombreado, sombra, relevo, bordas ou qualquer outra forma de formatação que afete a elegância e a sobriedade do documento. i) Quando se tratar de papel para informação incorporado a algum processo, a informação, impressa ou manuscrita com letra legível, deverá ser feita na frente e no verso da folha, utilizando-se todos os espaços existentes, sempre que possível, observando-se o princípio da economicidade. j) Nos papéis para informação ou papéis internos diversos que não estiverem apensados a nenhum processo, a informação poderá ser feita no verso destes, em até duas colunas. k) Todos os documentos elaborados devem ter uma cópia em arquivo para consulta. l) Casos omissos e documentos específicos de uma determinada área como convênios, contratos, editais e outros não contemplados neste manual também deverão seguir os padrões aqui estabelecidos. 2.2.2 ELEMENTOS DA ESTRUTURA BÁSICA DOS DOCUMENTOS: Cabeçalho - Quando se tratar de Ofício, deve-se utilizar papel timbrado contendo o brasão da cidade e o nome da Prefeitura ou Câmara Municipal. a) Data - Com alinhamento à direita, grafando o nome do mês em letra minúscula e por extenso, conforme exemplo abaixo: Em XX de janeiro de 20XX. (Não precisa registrar o nome da cidade por se tratar de redundância) b) Tipo, número e ano do documento e iniciais da unidade expedidora Exemplos: MEMORANDO nº 137/2015/SEAD-7323 OFÍCIO nº 3/2015/SEAD-7 c) Vocativo - Destinatário alinhado à esquerda Encabeça a folha e é feito mediante a indicação do título do cargo da autoridade a quem se dirige o requerimento e deve ser feito por extenso, em letras iniciais maiúsculas. 22 Ex.: Senhor Secretário, (com vírgula e não dois pontos). d) Texto - Desenvolvimento do assunto, contendo introdução, desenvolvimento e conclusão. Obs.: Quando se tratar de mero encaminhamento de documentos esta estrutura é dispensada. Informar apenas o motivo da comunicação relacionando detalhadamente os documentos enviados e a razão pela qual estão sendo encaminhados. e) Fecho - O texto deverá ser finalizado de maneira formal e simples. Exemplos: Respeitosamente - para autoridade superior. Atenciosamente – autoridade do mesmo nível ou hierarquicamente inferior. f) Assinatura - Nome e cargo do autor da comunicação. g) Iniciais - Se o Memorando, a Circular e o Ofício não forem redigidos/digitados pela mesma pessoa que irá assinar, deverá conter no canto inferior esquerdo (fonte 10) as iniciais de quem está assinando (maiúsculas) e de quem o digitou (minúsculas), utilizando a pontuação parênteses. Ex.: (ABC/xyz) - (vide modelos) 2.3 DOCUMENTOS ADMINISTRATIVOS DIVERSOS PROCESSO Unidade documental que tramita no âmbito da Administração e que contém pareceres, anexos, despachos e demais informações que contemplam o objeto inicial, ou seja, a proposição que deu origem ao documento, formando um conjunto materialmente indivisível, com vistas à obtenção de uma decisão final. Em todo processo, ao se anexar folhas diversificadas, se faz indispensável numerá- las através de carimbo próprio no canto superior direito, devendo constar, também, o número do processo, do ano e a assinatura de quem a inseriu. Antes de juntar algum documento é obrigatório eliminar quaisquer possibilidades de inserções de textos estranhos, através de um traço totalmente na diagonal, informando, ainda, no verso da folha anterior ao início da juntada dos novos papéis, quantos documentos estão sendo anexados. Para enviar o processo, é indispensável a tramitação correta, via Intranet <serviços on-line> - protocolo, utilizando o login e senha de quem está enviando e inserindo no campo próprio a sigla do destinatário. É importante que este receba o processo no sistema no momento da entrega. 23 INFORMAÇÃO/COTA É o meio pelo qual o servidor se manifesta acerca de um assunto a ele posto para apreciação. Normalmente, na informação, o servidor presta esclarecimentos quanto às rotinas necessárias para o andamento eficiente da documentação sob análise ou, ainda, esclarece pontos necessários para a tomada de decisão do gestor. A cota consiste em observações e comentários curtos, que resolvem parcialmente questões apresentadas em informações anteriores. É emitida ao se elaborarem minutas ou quando se torna necessário acrescentar pormenores ou explicações. Utilizada também para devolver ou encaminhar processos (tramitação do documento), devendo seguir a mesma forma de diagramação do padrão ofício. OFÍCIO Objetiva uma comunicação, geralmente sobre assuntos de serviço, entre os diferentes órgãos da Administração Pública ou entre a Administração Pública e particulares. Como sua finalidade é o tratamento de assuntos oficiais, é usado quase que exclusivamente para comunicações externas. Constam do ofício os seguintes elementos: cabeçalho, número de ordem, data, destinatário, vocativo, texto e assinatura. No nosso caso específico, também deve ser informado o nome da Secretaria, logo após o cabeçalho. (Anexo V) MEMORANDO Documento que estabelece a comunicação interna dos órgãos do Serviço Público, que podem estar hierarquicamente em mesmo nível ou em nível diferente. É utilizado para comunicações simples e breves, de maneira clara e direta, sem muitas formalidades. Componentes: cabeçalho, número de ordem, data, destinatário, assunto, texto, fecho e assinatura. CIRCULAR Usada quando um mesmo assunto deve ser transmitido concomitantemente para vários destinatários. Na circular todas as vias funcionam como se fosse a via original, tendo idêntica numeração e igual teor, embora expedidas a diferentes pessoas, órgãos ou entidades. 24 CERTIDÃO Declaração feita por escrito, objetivando comprovar ato ou registro constante de processo, livro ou documento que se encontre em órgãos públicos. Podem ser de inteiro teor - transcrição integral, ou resumidas, desde que exprimam fielmente o conteúdo do original. ATESTADO Documento firmado por servidor em razão do cargo que ocupa, ou função que exerce, declarando um fato existente, do qual tem conhecimento, a favor de uma pessoa. Componentes: título, texto constando de um parágrafo, indicando a quem se refere, local e data por extenso e assinatura, nome e cargo de quem expedir o Atestado. REQUERIMENTO Documento através do qual o interessado solicita a uma autoridade da Administração Pública algo a que se julga com direito, ou para se defender de ato que o prejudique. Pode ser requerido tanto pelo particular como pelo próprio servidor público. Quando se tratar de requerimentos rotineiros, como pedidos de licenças, de férias, etc., utiliza-se um modelo padrão. DECLARAÇÃO É um documento de manifestação administrativa, informando a existência ou não de um direito ou de um fato. PARECERÉ o pronunciamento por escrito de uma opinião técnica a respeito de um tema ou ato realizado, contendo apontamentos de soluções favoráveis ou desfavoráveis objetivando um despacho decisório de procedimento jurídico, oficial ou particular sobre algum assunto. E-MAIL O correio eletrônico, por seu baixo custo, rapidez e flexibilidade, é cada vez mais utilizado pelas instituições que buscam comunicar-se com menos burocracia. Sua estrutura deve ser elaborada de maneira adequada, proporcionando legibilidade e impacto ao texto. Não possui uma forma rígida, mas deve ter a linguagem compatível com uma comunicação oficial. Regras para se escrever corretamente um correio eletrônico (e-mail) corporativo: 25 a) Preencher o campo assunto do formulário de correio eletrônico de modo a facilitar a organização documental tanto do destinatário quanto do remetente. b) A mensagem que encaminha algum arquivo deve trazer informações mínimas sobre seu conteúdo. c) Avisar sempre no corpo do e-mail o envio de documentos anexados. d) Quando disponível, utilizar o recurso de confirmação de leitura. Caso não possua, fazer constar da mensagem pedido de confirmação de recebimento. e) Lembrar que e-mail é um documento, por isso, tudo que for redigido fica registrado e pode ser usado a favor ou contra a pessoa que redigir o texto. f) Ao começar, escrever o assunto de forma clara, objetiva e concisa. g) Não escrever palavras em caixa alta, pois essa formatação pode dar a impressão de que o emissor está “gritando”. Para destacar alguma ideia, usar negrito, cor de destaque, sublinhado, mas apenas quando necessário. h) Escrever sempre a saudação inicial e final, com a formalidade adequada. “Senhor, Senhores, Senhora”, “Atenciosamente", são maneiras bem formais de iniciar e terminar um e-mail. Os termos “Prezado” e “Senhorita” estão em desuso. i) Deixar claro o objetivo da mensagem e escrever uma frase final para retomá-lo. Por exemplo, se solicitar uma ação ou informação, encerrar o e-mail com a frase “aguardo seu retorno”; se informou algo, finalizar com “qualquer dúvida, estou à disposição”. j) Sempre usar sua assinatura do e-mail, constando nome, empresa, cargo e telefone para contato. ATA Documento que apresenta, resumidamente, todas as ocorrências e assuntos tratados numa reunião, assembleia ou convenção. Não pode ter rasuras, entrelinhas ou parágrafos e sua linguagem deve ser clara, concisa e objetiva. Algumas regras para elaboração de uma ata: a) Deve ser lavrada em livro próprio ou em folhas soltas, as quais deverão ser arquivadas em pasta destinada a este fim. Todas as folhas deverão ser rubricadas por todos os presentes. b) O texto poderá ser manuscrito, digitado ou datilografado, devendo seguir uma sequência, sem espaços em branco. Se isto ocorrer preencher com um traço ( ______________________________). c) Não pode conter abreviaturas e os números devem ser grafados em numerais e por extenso. d) A redação deve ser feita por um(a) secretário(a) efetivo(a) e, na sua falta, por um(a) secretário (a) nomeado (a) especificamente para a ocasião. 26 e) Em caso de erro não rasurar e usar uma expressão corretiva que pode ser: isto é, ou seja, melhor dizendo, etc. f) Fazem parte da ata os seguintes elementos: título, data, local, relação dos presentes, contendo, ainda, identificação e cargo, teor, fecho e assinaturas. FAX Forma abreviada de fac-símile, usado na transmissão, por telefone, de mensagens ou para envio antecipado de documentos urgentes. RELATÓRIO É um relato de ocorrências e fatos averiguados que servirá para análise e tomada de decisões pelo gestor. A linguagem precisa ser objetiva e clara, visando sempre fornecer informações ou pormenores que sirvam de subsídios ao solicitante do trabalho. Não deve conter opiniões pessoais, salvo se for solicitado. Neste caso, registrar no relatório: conforme pedido verbal ou escrito manifestamos nossa opinião quanto ......... Usar sempre que possível termos que tornem impessoal a linguagem do relatório: segundo consta, conforme informações, há indícios, parece-nos, observamos, etc. O relatório deve ter introdução, desenvolvimento e final, após o que, deverá constar localidade, data, nome e assinatura do relator. 27 3. REDAÇÃO LEGISLATIVA LEI A lei é um preceito, um princípio que estabelece normas, visando controlar as ações e comportamentos dos indivíduos, de acordo com os princípios daquela sociedade. No âmbito municipal, as leis são elaboradas pelo Poder Executivo ou pelo Poder Legislativo, a quem cabe a sua promulgação. Elas não podem contradizer a Lei maior que é nossa Constituição Federal. LEI COMPLEMENTAR Tem como objetivo integrar a uma lei já existente. Ela explica ou adiciona algo à Lei que a antecede. DECRETO Segundo Hely Lopes Meirelles em seu Direito Administrativo Brasileiro, " decretos, em sentido próprio e restrito, são atos administrativos da competência exclusiva dos chefes do Executivo, destinados a prover situações gerais ou individuais, abstratamente previstas de modo expresso, explícito ou implícito pela legislação." É usado para fazer nomeações e regulamentações de leis, entre outras coisas. PORTARIA Ato pelo qual a autoridade pública determina providências de caráter administrativo, visando estabelecer normas de serviço e procedimentos, bem como definir situações funcionais e medidas de ordem disciplinar. Através da portaria a autoridade expede instruções sobre a organização, recomendações de caráter geral, nomeações, demissões, punições ou qualquer outra determinação de sua competência. 28 3.1 ESTRUTURA BÁSICA DE UM TEXTO LEGAL A elaboração de um texto legal exige certas regras adotadas nas técnicas legislativas, que devem ser seguidas, padronizando e organizando o texto. A seguir apresentaremos a diferenciação de artigos, parágrafos, incisos e alíneas. ARTIGO É a unidade básica da lei, ordenado em tópico para facilitar a interpretação e a localização de alguma informação, não sendo repetido. É representado pela abreviatura "art.", seguido de numerais ordinais até o 9º e após, por números cardinais. Ao dispositivo inicial, que contém a ideia central do artigo, dá-se o nome de "Caput" (cabe a). PARÁGRAFOS São usados para expandir, restringir ou detalhar a ideia enunciada no caput do artigo. Quando um artigo possui apenas um parágrafo, ele é identificado grafando-se por extenso parágrafo único. Quando possui mais, utiliza-se a numeração ordinal com o símbolo §, antes do número, do 1º até o 9º e os demais seguem a numeração cardinal. Todo parágrafo deve ser vinculado a determinado artigo. INCISOS São usados para exprimir enumerações relacionadas ao caput do artigo ou ao parágrafo e consistem no desdobramento destes. São representados por algarismos romanos e são encerrados, geralmente, por ponto e vírgula, salvo se for o último inciso do artigo ou parágrafo ou se o inciso se desdobrar em alíneas. ALÍNEAS Compreendem o desdobramento dos incisos ou dos parágrafos. São representadas por letras minúsculas, acompanhadas de parênteses. ITENS São desdobramentos da alínea, representados por algarismos arábicos seguidos de ponto Final. 29 3.2 CRITÉRIOS DE SISTEMATIZAÇÃO Embora o legislador disponha de margem para eleger os critérios de sistematização da Lei, não podem existir dúvidas de que esses critérios devem guardar adequação com a matéria regulada. Algumas regras básicas podem ser enunciadas: a) matérias que guardem afinidade objetiva devem ser tratadas em um mesmo contexto; b) os procedimentos devem ser disciplinados segundo uma ordem cronológica; c) a sistemática da Lei deve ser concebida de modo a permitir que ela forneça resposta à questão jurídica a ser disciplinada e não a qualquer outra indagação; d) deve-se guardar fidelidade básicacom o sistema escolhido, evitando a constante mistura de critérios; e) institutos diversos devem ser tratados separadamente. 3.3 PROJETO DE LEI Ao elaborar um Projeto de Lei, devem ser observados todos os itens referentes a estrutura da Lei. A fonte a ser utilizada na redação do texto do Projeto de Lei é do tipo Courier New. Partes: a) timbre: centralizado na margem superior; b) epígrafe: PROJETO DE LEI (em letras maiúsculas e centralizadas sobre o texto); c) ementa: é a parte do ato que sintetiza o conteúdo da Lei, a fim de permitir, de modo imediato, o conhecimento da matéria legislada; d) texto ou corpo: contém a matéria legislada (títulos, capítulos, seções, artigos, etc); e) vigência: dispõe sobre o prazo para entrar em vigor; f) revogação: é específica, tem a finalidade de marcar o encerramento do texto legislativo, remete com precisão aos dispositivos revogados. Assim, atualmente é incorreto o uso de cláusula revogatória do tipo “Revogam-se as disposições em contrário”; g) local e data: xxxxxxxxxx, em _____ de _____________ de __________; h) nome e cargo da autoridade competente. O Projeto de Lei deve ser encaminhado à Câmara Municipal juntamente com a Mensagem. 30 Modelo de Projeto de Lei 3.4 LEI A Lei somente é publicada após aprovação do Projeto de Lei pela Câmara Municipal e sancionada pelo Prefeito. Na Lei devem ser alteradas e incluídas as seguintes partes em relação ao Projeto de Lei: a) epígrafe: LEI Nº XXXXX (em letras maiúsculas e centralizadas sobre o texto); b) preâmbulo: contém a declaração do nome do cargo da autoridade em que se acha investida e da atribuição em que se funda para sancionar a Lei. Ex.: “O Prefeito Municipal de Curitiba, Capital do Estado do Paraná, faço saber que a Câmara Municipal aprovou e eu sanciono, na forma do Art. 113, inciso III da Lei Orgânica do Município de Curitiba, a seguinte Lei:” 31 c) local e data: Curitiba, em ____ de ___________ de ______; d) nome, cargo e assinatura da autoridade competente; e) citar no final da Lei o nº do processo de referência. MODELO DE LEI 32 3.5 ALTERAÇÃO E/OU REVOGAÇÃO Considera-se alteração, qualquer modificação a ser processada, em atos oficiais, que destacamos: Portarias, Resoluções, Decretos e Leis; devendo ser observados os seguintes critérios: a) reprodução integral em novo texto, quando se tratar de alteração considerável; b) por meio de substituição, no próprio texto, do dispositivo alterado, ou acréscimo de dispositivo novo, observando as regras: Não poderá ser alterada a numeração dos seus dispositivos; Caso necessário o acréscimo de dispositivos ao texto, serão conservados estes a forma do inciso anterior, seguidos de letras maiúsculas; É vedado o aproveitamento de número de dispositivo revogado; É admissível a reordenação interna das unidades em que desdobra o artigo, identificando-se o artigo assim modificado por alteração de redação, supressão ou acréscimo com as letras “NR” maiúsculas, entre parênteses, uma única vez ao seu final. MODELO 33 As alterações de Portarias e Resoluções deverão ser efetuadas pelos Secretários e Presidentes dos Conselhos, respectivamente. Os Decretos serão alterados pelo Chefe do Poder Executivo. As alterações das Leis serão propostas pelo Chefe do Poder Executivo, através de Projeto de Lei, que será avaliado pelo Poder Legislativo, processando os mesmos trâmites que uma Lei comum. 3.6 SITUAÇÕES A SEREM EVITADAS a) Redundância ou excesso de palavras, explicando várias vezes uma ideia. Ex.: Vimos por intermédio do presente comunicar a Vossa Senhoria... Sintetize: Comunicamos a Vossa Senhoria ......... b) Uso de detalhes que não fazem a diferença. Ex.: Em mãos seu prestigioso ofício datado de 30 de setembro de 2015 e por nós recebido em ........ Melhor escrever: Recebemos seu ofício de 30 de setembro....... c) Palavras desconhecidas da maioria das pessoas ou que caíram em desuso. Ex.: delongas, doravante, alcaide. d) Inversão da ordem das frases. Ex.:O termo de posse dos novos servidores foi assinado pelo Secretário. Prefira a ordem direta e a voz ativa (sujeito - verbo - complementos): O Secretário assinou o termo de posse dos novos servidores. e) Ambiguidade, dando à frase mais de um sentido. Ex.: O Secretário comunicou ao seu Chefe de Gabinete que ele tiraria férias. (quem irá tirar férias? o Secretário ou o Chefe de Gabinete?) Eis as duas formas corretas: O Secretário comunicou as férias dele ao Chefe de Gabinete. O Secretário comunicou ao Chefe de Gabinete as férias deste. f) Uso do verbo no gerúndio com o verbo auxiliar para indicar ações futuras. Ex.: Vou estar encaminhando o ofício para o Departamento de Pessoal que vai estar recebendo e estará enviando para o Gabinete do Secretário que vai estar assinando. Uma das formas correta será: O ofício será encaminhado para o Departamento de Pessoal que, após o recebimento, o enviará ao Gabinete do Secretário para assinatura. g) Frases muito longas, com excesso de pontuação. h) Introdução extremamente longa 34 Ex.: A par de nossos cordiais cumprimentos, vimos por intermédio deste levar ao conhecimento dessa conceituada entidade de ensino .... i) Frases fragmentadas Ex.:Informamos que os materiais solicitados foram enviados ontem. A entrega ficou a cargo da empresa Transportes S/A. A entrega deverá chegar ao destino por volta das 13 horas. Fica mais claro escrito assim: Informamos que os materiais solicitados foram enviados ontem pela empresa Transportes S/A., devendo chegar ao destino por volta das 13 horas. j) Erros de concordância Durante o evento foi assinado vários convênios. Durante o evento foram assinados vários convênios. (forma correta) k) Novas ideias no mesmo parágrafo Comunicamos que o servidor Fulano de Tal encontra-se em licença médica prolongada desde o ano passado e que a compra dos materiais para escritório será feita na próxima semana. l) Termos técnicos específicos de uma área de atuação inseridos no texto sem qualquer explicação. 3.7 USO CORRETO DAS PALAVRAS PALAVRAS MAIÚSCULAS E MINÚSCULAS MAIÚSCULAS MINÚSCULAS No início de frases Parágrafos e palavras que vêm depois do ponto final Nomes próprios Altos cargos (Presidente da República) Expressões de Tratamento Vocativos Nomes de leis/decretos Nomes de instituições, empresas (Palácio das Artes, Fundação Casa) Nome de festividade ou comemoração cívica (Natal, Sete de Setembro) Nome de período e de episódio histórico (Ditadura Militar, Monarquia) Pontos cardeais quando designam regiões (Região Sudeste) Corpos celestes, vias e lugares públicos (Marte, Praça da Árvore) Meses Dias da semana Estações do ano Pontos cardeais Na palavra governo Gentílicos (franceses, paulistas, brasileiros) Cargos e títulos nobiliárquicos (rei, dom) dignitários (comendador, cavaleiro) Expressões de tratamento correntes (você, senhor) culturais (reitor, bacharel) profissionais (ministro, médico, general, presidente, diretor) eclesiásticos (papa, pastor, freira) Palavras depois de dois pontos quando não for citação direta 35 FORMAS DE TRATAMENTO Os pronomes de tratamento referem-se à pessoa com quem se fala (segunda pessoa), porém, a concordância gramatical é feita com a terceira pessoa. Quando se fala da pessoa, utiliza-se "Sua". Ex.: Sua Excelência, o Senhor Governador, ficou de enviar hoje a cópia do discurso. Sua Excelência, o Senhor Prefeito, aprovou o Manual de Redação. Embora os pronomes de tratamento sejam aparentemente femininos, usam-se adjetivos e particípios concordantes com o sexo da pessoa a quem nos dirigimos: Ex.: Vossa Excelência está disposto a conceder a liminar (homem). Vossa Excelência está resolvidaa autorizar o ponto facultativo (mulher). Não abreviar os pronomes de tratamento em correspondências dirigidas às principais autoridades. Jamais usar crase antes dos pronomes de tratamento. Quando quem assina representa o órgão em que exerce suas funções, costuma-se usar a primeira pessoa do plural: Ex.: Convidamos Vossa Senhoria para... / Encaminhamos a Vossa Excelência... / Comunicamos a Vossa Excelência... Quando a responsabilidade é exclusiva de quem assina o documento, usa-se a primeira pessoa do singular. Ex.: Atesto, Certifico que... SIGLAS Ao utilizar siglas deve-se colocar o significado por extenso e a sigla entre parênteses apenas na primeira vez em que ela for citada. A partir daí, utilizar somente a sigla. Usar só maiúsculas se cada letra corresponder a uma palavra e seja composta por, no máximo, quatro letras, seja a sigla pronunciável ou não: Ex.: ABI - Associação Brasileira de Imprensa; CBF - Confederação Brasileira de Futebol. Se a sigla tiver mais de quatro letras somente a primeira letra será maiúscula: Ex.: Usiminas - Usinas Siderúrgicas de Minas Gerais S.A; Petrobras - Petróleo Brasileiro S/A.Nunca se deve usar ponto entre as siglas: Ex.: IBGE. Para o plural acrescenta-se 's' jamais usando-se apóstrofo: Ex.: ONGs. 36 4. COMUNICAÇÃO PÚBLICA ESTRATÉGICA Esse tema tem como principal objetivo refletir sobre o conceito de comunicação e o processo de comunicação nas organizações, principalmente no contexto do setor público. A palavra Comunicação significa trocar, compartilhar, ou seja compartilhar uma espécie de conexão entre as pessoas, que envolve a troca de informações entre dois ou mais interlocutores. Tem sua origem do latim (communicationis, que significa “ação de participar”). Tanto a comunicação como a comunicação interpessoal nasceram com a própria humanidade, desde os primórdios quando os homens se agrupavam com qualquer objetivo. Com o passar do tempo, a comunicação vem se desenvolvendo e se alterando como um processo contínuo, considerando que os canais para a transmissão dos conteúdos ou mensagens se multiplicam a cada dia. A comunicação não possui um princípio e um fim totalmente definidos uma vez que os atos comunicativos são parcialmente indetermináveis e infinitos e ainda implicam em uma interação social, portanto podemos falar que existem formas de comunicação entre as pessoas: 1) Comunicação Intrapessoal – é a comunicação que fazemos com nós mesmos, por meio de mecanismos conscientes (pensamentos, planos...) ou inconscientes (sonhos). Diz respeito ao nível básico de comunicação humana e se refere ao processo interno de pensamento. É produzida para dar sentido a nossa própria existência; para refletir sobre os outros, o mundo e elas mesmas, normalmente em ordem a aperfeiçoar o seu papel social nas interações que estabelecem com os outros, nos relacionamentos, nas comunidades e na sociedade de que fazem parte. Ocorre sempre em um contexto ou plano articulado no sistema psicológico do indivíduo. Por exemplo, frases introspectivas e formas de pensamentos automáticos; 37 2) Comunicação Interpessoal – é aquela que se produz entre dois indivíduos dentro de um mesmo grupo ou entre pequenos grupos informais de indivíduos. Se estabelece entre duas ou mais pessoas e consiste na externalização de pensamentos, o que permite o desenvolvimento das relações humanas. Por exemplo, telefonar ou enviar um e-mail, este tipo de comunicação é interpessoal direta com componentes não verbais (gestos, posição do corpo, expressões faciais, etc), porém é tão importante quanto a comunicação verbal (palavras em si). Esse tipo de interação interfere direta, imediata e processualmente no ato comunicativo interpessoal direto, por meio das percepções, distâncias, entonação, entre outros, pois adaptam-se às diferentes situações comunicacionais interpessoais que encontramos quotidianamente; 3) Comunicação Grupal – geralmente é realizada em grupos “formais”, não dos grupos maiores como de grandes organizações, mas de grupos menores, como as famílias, grupos de amigos ou pequenas associações que se formam de várias maneiras. Por exemplo, a família, que forma-se com base em relações de consanguinidade, parentesco ou similares. Grupo de amigos, formam-se por afinidades; 4) Comunicação Social – é a referida aos meios organizados de comunicação aberta, à distância e em curto espaço de tempo, em grande escala e que é usada para benefício de um anônimo e heterogêneo número de receptores de forma simultânea. 38 As interações e feedbacks do receptor para o emissor são menores nesse tipo de comunicação. Os primeiros meios de comunicação, o jornal, revistas, cinema e rádio, foram desenvolvidos de forma rápida, de maneira que alcançaram formatos que ainda são amplamente reconhecidos, assim como a aparição da televisão no início do século XX. Este tipo de comunicação, no sentido de comunicação orientada para um público massivo, mas heterogêneo, está, usualmente associada ao jornalismo, à indústria de entretenimento, à publicidade e a propaganda, assim como as relações-públicas 5) Comunicação Organizacional – é a comunicação desenvolvida em organizações, como as empresas e destas para o exterior. Está relacionada com algumas funções administrativas das organizações (planejamento, organização, direção e controle), pois estabelece as relações para a compreensão das pessoas para que possam interagir com outros grupos organizados. Esse tipo de comunicação pode ainda ser dividido em duas perspectivas: a) comunicação interna, que ocorre entre as pessoas que fazem parte da hierarquia da organização. Nessa comunicação é preciso coordenar as atividades e obter as informações necessárias ao desempenho da organização a fim de atingir os objetivos estabelecidos. Necessário saber quem e o que comunicar. Diz respeito essencialmente, as realidades, devendo ser bem explicadas para se evitarem distorções que podem danificar o clima interno e criar uma cultura organizacional desmotivadora. b) comunicação externa, que diz respeito à interação com os públicos externos. Devemos saber que uma organização não se dissocia de seu ecossistema. A percepção pública da organização (dos seus colaboradores, produtos, serviços, marcas, etc.), depende, necessariamente, da comunicação que a organização estabelece com o exterior. Assim, é melhor que a informação seja programada por meio de técnicas como o marketing, publicidade ou relações-públicas. 39 4.1 IMPORTÂNCIA DA COMUNICAÇÃO NAS ORGANIZAÇÕES Nas evoluções das empresas tanto do setor privado como no público, os processos comunicacionais e informacionais estiveram sempre presentes e continuam sendo necessários num cenário de rápidas transformações sociais. Nesse sentido, as organizações precisam buscar novos mecanismos para enfrentar as dificuldades e demandas. Os processos de comunicação podem servir como instrumentos para a realização das potencialidades estratégias e de integração nas organizações. As organizações devem se preocupar cada vez mais com a comunicação, uma vez que as interações dentro e fora das organizações aumentaram devido ao crescente trabalho em grupo e a gestão compartilhadas das atividades e projetos. A cada dia aumentam-se as interações, os relacionamentos e as necessidades comuns da sociedade. Com uma comunicação adequada, os gestores podem desenvolver funções, tomar decisões e estabelecer um melhor contato com os cidadãos, fornecedores e parceiros. Isso deve ocorrer de forma estratégica, levando-se em conta processos comunicacionais eficazes e competentes, construindo cenários para um planejamento adequado, considerando-se as mudanças necessárias para o alcance de melhores resultados, inclusive da própria comunicação. Nessecontexto, uma comunicação estratégica se torna algo intrínseco à estratégia global da organização. Comunicação estratégica é aquela que tem o papel de auxiliar internamente, motivando os empregados/servidores, ajudando a posicionar a organização junto aos públicos externos (Corrado, 1994). A comunicação estratégica envolve: Identificação dos públicos prioritários da organização; Criação de canais de comunicação com os stakeholders; Máxima integração com a comunidade; Relacionamento transparente com as mídias e a sociedade; Cuidado permanente com a imagem organizacional; 40 Comunicação eficaz; Responsabilidade social. Para estruturar de forma estratégica e eficiente a comunicação, o gestor deve realizar um trabalho com o entendimento que a comunicação deve ir além da transmissão de informação, ou seja, deve estabelecer uma relação entre interlocutores. Portanto, a discussão não deve ser limitada ao fluxo de informação, é preciso também inserir a comunicação em conjunto. Não se pode isolar o fluxo de informações do processo de gestão. Podemos dizer, então que a comunicação é uma ferramenta de gestão que muito contribui para o processo de inter-relação profissional no ambiente de trabalho. O gestor público no desempenho de seus papéis profissionais e em específico o de facilitar a comunicação e as relações interpessoais, sofre influência da cultura organizacional vigente. Essa influência poderá contribuir ou não para o efetivo exercício da comunicação e integração interpessoal com foco nos resultados. Entretanto, cabe-nos ressaltar que a conduta pessoal do gestor pode influenciar positivamente ou negativamente maneira peculiar em lidar com seus colegas de trabalho, equipe, assim como com o cidadão. Quando não há uma boa comunicação estabelecida ou a mesma está sendo mal realizada, dizemos que há barreiras, ou falhas na comunicação. Segundo Robbins (2009) “diversas barreiras podem identificar ou distorcer a comunicação eficaz” ressalta como as mais importantes: filtragem, percepção seletiva, sobrecarga de informações, estilo de comunicações de homens e mulheres, emoções e linguagem. As organizações estão fazendo uso de várias estratégias unificadas com as TIC’s (Tecnologias de Informação e Comunicação) para facilitar tanto o processo de comunicações internas, com o uso da internet, aplicativos, e-mail, whatsapp, Twitter e outras redes sociais, como para facilitar a comunicação com o cidadão, como os acessos eletrônicos que possibilitam maior agilidade na prestação de serviços. Vale lembrar que quanto ao serviço público temos, ainda, como meio de comunicação, documentos um pouco mais formais como as portarias, pareceres, apostilas, exposição de motivos, instruções normativas, ordens de serviço, memorandos, convocações, ofícios, editais, protocolos, circulares, até as próprias leis e decretos. 41 4.2 PROCESSOS DE COMUNICAÇÃO E CULTURA ORGANIZACIONAL A cultura organizacional é uma área temática da administração consolidada, recebendo contribuições das mais diversas ciências e áreas de conhecimento, particularmente da antropologia cultural. O termo cultura organizacional popularizou-se como resultante da combinação do conceito de cultura com outros oriundos do universo organizacional e de negócios na busca de chamar a atenção para a importância da esfera simbólica do mundo organizacional (Barbosa, 2002). Entre as muitas noções de cultura empregadas desde a década de 1960, a principal referência no universo da administração é a de cultura organizacional como um conjunto de valores e significados que fornecem uma base comum compartilhada para entender e explicar processos, valores e práticas que ancoram a atuação das pessoas nas organizações. Assim é que aparecem, no mesmo caldeirão, por exemplo, formalismo e lealdade pessoal, paternalismo e flexibilidade, nepotismo e critérios de qualificação profissional, sem que as políticas oficialmente adotadas os legitimem (Barbosa, 2009). O aspecto mais intrigante da cultura como conceito é que ela nos aponta os fenômenos que estão abaixo da superfície, que são poderosos em seu impacto quase invisível e comportam um grau considerável de inconsciência. Por isso, afirma Schein (2009), podemos ver os comportamentos resultantes, mas, frequentemente, não conseguimos depreender as forças internas que provocam certos tipos de comportamento. Apesar da cultura, como conceito, ser uma abstração, suas conseqüências comportamentais e atitudinais são fortemente concretas. Qualquer decisão por reformar ou modernizar o Estado conduz necessariamente, argumenta Bertero (1976), a uma mudança na organização, afeta seu processo decisório e desenvolve duas perspectivas que devem ser complementares – de um lado a alteração na estrutura e de outro as modificações de cunho comportamental. O desafio proposto para o setor público passa a ser, segundo o autor, o de promover mudanças que abranjam ao mesmo tempo as diversidades internas e o dinamismo organizacional, e adotem como pressuposto a relação de complementaridade existente entre estrutura e comportamento. Segundo Cavalcanti (1979), quaisquer que sejam os formatos de transformação das organizações, os mesmos só terão os seus “por quês”, “o que” e “como” respondidos se observarem e entenderem as modificações ambientais (valores, produtos, relações, demandas sócio-econômicas, tecnologias e anseios). 42 Compreender os processos de comunicação através dessa lógica sociocultural ajuda a iluminar a complexidade que perpassa as organizações, identificando as hierarquias de valores e as lógicas que atuam tanto no nível das representações quanto das operações práticas desses sistemas. Ajuda a entender também os múltiplos sentidos que as organizações assumem para diferentes grupos sociais, como estes se relacionam e se justificam perante as bases que sustentam a vida organizacional (Barbosa, 2009). Nessa perspectiva, a adoção e utilização de novas ferramentas de comunicação interna deverão ser fortemente impactadas pela cultura organizacional. No entanto, em um ambiente onde há necessidade de mudança no modelo de gestão pública, novos canais de comunicação, mais flexíveis e transparentes, podem ser utilizados como motor para impulsionar ou mesmo para fornecer condições para as transformações desejadas. Isto porque, uma vez que a comunicação organizacional compreende todo o fluxo de mensagens que compõem a rede de relações da organização (Marín, 1997), ela fornece as bases para o estabelecimento de novas relações interpessoais e funcionais no ambiente de trabalho. 4.3 A COMUNICAÇÃO ORGANIZACIONAL E COMUNICAÇÃO INTERNA Comunicação interna é o mesmo que comunicação organizacional? Independente das discussões teóricas internacionais que cercam o tema pode-se afirmar, com Deetz (como citado em Welch & Jackson, 2007), que ambas tratam de descrever e explicar organizações na perspectiva da “comunicação como um “fenômeno” em organizações. Assim, a comunicação pode ser vista como processo que serve de base para quase todas as atividades nas organizações. A comunicação organizacional, por sua vez, “engloba os dispositivos, as práticas e os processos de comunicação que constituem as dinâmicas de construção social de uma organização”. (Andonova, 2008, p.32) Ela integra múltiplos modos de comportamento, consistindo em um todo integrado e multidisciplinar. Para Torquato (2004, p.34), a comunicação organizacional engloba outras três formas de comunicação, podendo ser estas definidas como comunicação cultural (que comporta os climas internos); comunicação administrativa (que reúne os papéis, as cartas internas, os memorandos); comunicação social (envolvendo as áreas de jornalismo, relações públicas, publicidade, editoração e marketing). Torquato cita ainda uma quarta forma de comunicação, que seriamos sistemas de informação (que agrega as informações armazenadas em bancos de dados). Em Kunsch (1996), encontra-se um discurso alinhado à idéia de Torquato. A autora defende que "a comunicação organizacional compreenderia o conceito amplo do conjunto das diferentes modalidades 43 de comunicação que ocorrem dentro das organizações, a saber: a comunicação institucional, a comunicação mercadológica ou comunicação de marketing, a comunicação interna e a comunicação administrativa." Kunsch (1996, p.75). A comunicação interna pode ocorrer, conforme ressaltam Dasi (1996) e Marín (1997), através de três tipos de fluxo de informação: a) Descendente (a partir dos níveis hierárquicos, ou seja, dos superiores para posições inferiores); b) Ascendente (ocorre dos níveis hierárquicos inferiores para os superiores); c) Horizontal (ocorre entre departamentos, num mesmo nível hierárquico). Pode-se identificar ainda mais dois tipos de comunicação interna: a) A comunicação formal, que se dá por meio de documentos oficiais e publicações institucionais, b) A comunicação informal, que engloba o contato e as conversas informais entre colegas de trabalho, ou a denominada “rádio peão”, por exemplo. Nesse sentido, a comunicação interna formal tem por objetivos principais gerar consentimentos e produzir aceitação, gerando a manutenção de um clima positivo, propício ao cumprimento das metas estratégicas da organização. É utilizada também para que a filosofia da empresa, os serviços que oferece, assim como os objetivos que persegue se tornem conhecidos. (Torquato, 1987). É focada no público interno da organização, que, no caso dos setores públicos podem se dividir em servidores públicos federais, empregados públicos, funcionários terceirizados e contratados. Em termos estratégicos, a comunicação interna pode ser considerada uma ferramenta útil por permitir a evolução do engajamento individual para o engajamento coletivo em ocasiões de mudança nas organizações, afetando, conseguintemente, os parâmetros já estabelecidos da cultura organizacional. Em linha com esta visão, Ellwanger et all (2009) obtiveram resultados significativos no contexto brasileiro, por meio de um estudo experimental, sobre a efetividade da aplicação de técnicas de comunicação interna e de endomarketing para se obter o comprometimento dos clientes internos da organização para na adoção de políticas de segurança da informação. 4.4 CANAIS DE COMUNICAÇÃO INTERNA Segundo a tipologia estabelecida por Torquato (1987, p.65), as ferramentas ou canais de comunicação interna podem ser classificados como visuais, auditivos, simbólicos e audiovisuais. 44 Apesar de transcorridos mais de 20 anos, a seleção elaborada pelo autor, apresentada na figura 1, se mantém atual por englobar um número considerável de veículos que, mesmo não estando vinculados às tecnologias atuais, ainda podem – ou mesmo ainda são – utilizados por muitas organizações, inclusive as públicas. Além dos veículos tradicionais de comunicação interna, existe atualmente uma série de novas ferramentas utilizadas pelas organizações no processo de comunicação interna. Graças ao desenvolvimento tecnológico das últimas décadas, uma nova maneira de se comunicar ganhou espaço em praticamente todos os locais de trabalho. O crescimento destas novas mídias internas está diretamente relacionado ao crescimento mundial da internet e dos meios digitais de armazenamento de dados. Segundo Hargie (2007), a nova comunicação interna é mediada por computador e pode ocorrer através de ferramentas como e-mail, intranet, videoconferencia, mensagem instantânea, entre outras. Terra (2005) se refere a essas ferramentas como Veículos de Comunicação Digital, onde devem ser ainda incluídas inovações como os Blogs e podcasts. São muitas as vantagens dos novos canais de comunicação, como, por exemplo, é o caso da Intranet: a) segurança - canal mais seguro para transmissão de informações sigilosas como relatórios gerenciais e pesquisas de mercado; b) velocidade - transmissão de informações com maior velocidade de navegação; c) colaboração - comunicação melhor e mais rápida entre empregados e entre equipes; d) atualização - informação atualizada e disponível a qualquer hora; e) redução de custos – redução de despesas com produção e impressão dos tradicionais newsletters, manuais, listas de telefones internos, entre outros. 45 Estudo realizado com as 500 maiores empresas listadas pela revista Fortune (2006) mostrou que: O e-mail é o veículo de comunicação mais frequentemente usado dentro das organizações; Mais de 25% das empresas usam ferramentas on-line para compartilhar informações e para promover boas práticas, sendo a intranet o canal mais usado; Aproximadamente 30% dos respondentes declararam que sua organização hospeda, produz ou dá suporte a blogs; Mais de 30% dos relatórios corporativos em suas organizações se utilizam de podcasts; Aproximadamente 10% se utilizam de wikis; Quase todas as organizações pesquisadas usam Intranet e 75% usam portais de tecnologia; Organizações líderes estão mais inclinadas a usar novos canais de comunicação com funcionários do que com outros públicos. Segundo Gomes (2008) empresas estão usando cada vez mais a Internet e Intranet em sua a comunicação interna no Brasil. Isto se deve a diminuição de custos que estes canais oferecem, além da rapidez que os mesmos proporcionam. Uma pesquisa realizada pela Associação Brasileira de Comunicação Empresarial com 117 companhias classificadas entre as 500 maiores empresas do Brasil, segundo a revista Exame, mostrou que o meio digital é o mais usado na comunicação interna. De acordo com a mesma pesquisa, os newsletters impressos perderam força e importância. 4.5 GESTÃO DA COMUNICAÇÃO INTERNA Há um consenso entre acadêmicos e profissionais sobre a necessidade de que as organizações elaborem planos detalhados de comunicação interna, visando garantir a aplicação adequada das muitas ferramentas de comunicação disponíveis e da especificidade de cada uma delas. Em geral, quando não há gestão sobre as ferramentas de comunicação elas tendem a desenvolver-se de forma desorganizada e desalinhada em relação ao planejamento estratégico da organização. Além disso, com as novas tecnologias disponíveis, há necessidade de preparação adequada do ambiente de trabalho e das pessoas envolvidas. Segundo Mayer e Mariano (2008), um plano de comunicação interna deve contemplar os seguintes aspectos: avaliação da cultura interna, compreensão dos públicos internos, seleção dos meios de comunicação, suporte tecnológico e operacional e formulação da mensagem. 46 Dessa forma, fica claro que um plano de comunicação deve contemplar a situação atual da empresa ou organização, sua cultura e capacidades técnicas e humanas, bem como as ferramentas mais adequadas ao meio e o tipo de mensagem que deve ser veiculado em cada uma delas. A análise e consequente identificação dos elementos que compõem a cultura interna devem ser acompanhadas da identificação das barreiras que impedem uma comunicação interna bemsucedida. Dessa forma, o conhecimento da cultura interna permite que a estratégia de comunicação adapte-se a diferentes percepções, necessidades, culturas e idiomas, e que contemple a criação canais de comunicação adequados a cada situação e objetivo organizacional. A compreensão sobre as características e necessidades dos diferentes públicos, por sua vez, permite uma escolha mais acertada quanto aos veículos/meios utilizados para o processo de comunicação, bem como quanto ao conteúdo das mensagens. Os públicos internos podem ser divididos em: Acionistas; Diretores; Supervisores; Especialistas; Tecnólogos; Níveis intermediários; Pessoal de campo; Força de vendas; Funcionários administrativos;Operários e fornecedores. Essa denominação quanto aos públicos internos não é, contudo, limitadora, podendo ser adequada à realidade da organização estudada. Infere-se, portanto, que quanto mais clara a noção sobre as características do ambiente social em que a organização está inserida e quanto mais bem delimitada é a identificação dos públicos, maiores as chances de se obter um plano de comunicação adequado, pois tais elementos são fundamentais para a seleção dos meios de comunicação, que devem obedecer às necessidades e à capacidade técnica e humana da organização. Por exemplo, a produção do conteúdo de mensagens internas pode exigir treinamento dos funcionários (no uso dos recursos tecnológicos e na redação de mensagens adequadas) além de uma estrutura operacional responsável (mesmo que pequena) responsável. 47 Algumas empresas contratam profissionais especializados na produção de textos, como jornalistas ou redatores. Outras preferem terceirizar este tipo de serviço. Em suma, a comunicação interna de uma organização é fortemente influenciada por sua cultura e é hoje um importante elemento nos processos de mudança organizacional, em especial em organizações públicas onde o modelo de gestão está sendo direcionado para o chamado “governo eletrônico”. É verdade que há muitas ferramentas e canais de comunicação interna disponíveis para os gestores, mas é também verdade que não é uma tarefa fácil organizar, implementar e gerir esta complexa rede de informação – uma combinação de habilidades comportamentais, tecnológicas e de gerenciamento. 5. REDES SOCIAIS NA COMUNICAÇÃO PÚBLICA Certamente a comunicação é um aspecto que transpassa diversas áreas da sociedade e se relaciona com diferentes campos do saber. Embora distintos, mesmos temas ou assuntos interagem na lógica da comunicação pública. É necessário refletirmos sobre a comunicação pública, analisando o favorecimento de conceitos como cidadania, democracia, diálogo e interação, que podem ser propiciados na intersecção das duas grandes temáticas, especialmente no que se refere a Redes Sociais on-line e à comunicação pública. Enquanto as redes sociais ocupam cada vez mais espaço na sociedade, a comunicação pública objetiva justamente aproximação e diálogo, interação e democratização da informação. A aliança entre uso de redes sociais na comunicação pública é, então, uma alternativa viável para contribuir com a cidadania e implementação de conceitos que surgem como a democracia. 5.1 COMUNICAÇÃO OFICIAL NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA MUNICIPAL Em meados dos anos 1990, o governo federal brasileiro deu início à Reforma Gerencial do Estado, que trouxe, dentre outras tantas inovações para a época, a necessidade de uma comunicação mais eficiente e apurada entre o poder público e os cidadãos. O Plano Diretor da Reforma (Ministério da Administração Federal e Reforma do Estado [MARE], 1995, p 61), em sua proposta de Projeto Cidadão, considerava que o Estado deveria observar as necessidades da população, tanto no que se refere à informação ao cidadão a respeito do funcionamento e acesso aos serviços públicos, e quaisquer outros esclarecimentos porventura solicitados, quanto ao recebimento de 48 reclamações e sugestões do cidadão sobre a qualidade e a eficácia dos serviços públicos que demandam uma resposta proativa da Administração Pública a respeito. Bresser Pereira, então ministro responsável pela reforma do Estado, baseia-se na figura do mercado e identifica o cliente da administração pública não apenas como cliente, mas como um cliente cidadão revestido de poderes que vão além dos direitos do cliente ou do consumidor” (Bresser Pereira, 1999, p. 8). Para Motta (2007), só através de reformas que alterem os canais de comunicação, aproximando cidadãos e gestores públicos, será possível a efetiva modernização da administração pública brasileira. Neste sentido, observa-se que a nova gestão pública, pautada na eficiência, tem como figura central o cidadão e deve seguir a tendência de induzir a implantação de canais de comunicação qualificada com ele. Rezende e Leite (2009), porém, têm o cuidado de distinguir gestão pública e gestão municipal. O conceito de gestão, sob a ótica da administração, está relacionado com o conjunto de tomadas de decisão, e seus respectivos recursos, e com a aplicação das atividades destinadas aos atos de gerir (Mintzberg, Ahlstrand & Lampel, 2000). Sendo assim, os autores mostram o conceito de gestão pública, de forma sintética, relacionado ao processo decisório e à gestão das diversas funções de organizações públicas, seja no nível federal, estadual ou municipal, envolvendo a participação efetiva dos cidadãos nesse processo. A gestão municipal, por sua vez, entendida por Rezende e Leite (2009) como o gerenciamento da prefeitura municipal e suas secretarias, autarquias e demais órgãos, está relacionada com o conjunto de recursos e instrumentos usados pelos servidores municipais nas suas administrações (Rezende & Castor, 2006). 5.2 MÍDIAS SOCIAIS NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA MUNICIPAL Observando sob o ângulo da utilização de mídias e redes sociais pela administração pública, Kes-Erkul e Erkul (2009, p. 5) destacam que as mídias sociais têm a capacidade de proporcionar uma maior participação da comunidade. Segundo os autores, Web 2.0 tools, such as social media have the capacity to change the relationship between the Internet and its users, and can change power structures and increase the opportunity for users to engage in greater community participation. 49 Danis et al. (2009), por sua vez, consideram que governos locais podem utilizar sites de mídia social para monitorar e resolver problemas, adquirir recursos e envolver os seus cidadãos em um clima de cooperação. Para Cole (2009, p. 9), as mídias sociais são ferramentas de comunicação globais poderosas que podemos implementar para ajudar a rejuvenescer o engajamento cívico. No cotidiano, é possível observar a tendência do uso de mídias sociais pelos agentes públicos e agentes políticos no âmbito da administração pública no Brasil. Segundo Pinto (2012), em 50% dos órgãos públicos brasileiros o acesso às mídias sociais é totalmente liberado e em apenas 25% o acesso é totalmente proibido. Como este fenômeno é relativamente novo, são raras as situações em que o uso institucional da ferramenta está normatizado. Em 2012, foram estabelecidas diretrizes para o uso seguro das redes sociais na administração pública federal e, a partir deste marco, alguns órgãos têm se mobilizado no sentido de normatizar a utilização dessas mídias sociais, a exemplo da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, que editou manuais de orientação (Conselho de Defesa Nacional [CDN], 2012; Secom, 2012). Mais do que normatizar o uso de mídias sociais na gestão pública, porém, inúmeros órgãos da administração pública já têm utilizado as mídias sociais como meio de comunicação institucional, criando fan pages oficiais para divulgação de ações ou maior interação com os cidadãos (Secom, 2012). Em nível internacional, um estudo da University of Illinois concluiu que em quase nove das dez maiores cidades dos Estados Unidos o Facebook e o Twitter foram utilizados pelos poderes públicos locais no ano de 2011 (Govtec, 2012). O mesmo estudo observou que entre as 75 maiores cidades americanas, 87% estavam usando o Twitter em 2011, em comparação com os 25%, em 2009. O Facebook também foi utilizado por 87%, em 2011, registrando um grande salto quando comparado aos 13%, em 2009. O YouTube, por sua vez, foi um recurso utilizado pela gestão pública local em 75% das grandes cidades dos Estados Unidos, bem superior aos 16%, em 2009. 5.3 O CIDADÃO E O CIBERESPAÇO Para entendermos a relação entre a comunicação pública e a sociedade, é necessário verificarmos alguns dadosimportantes. Inicialmente vamos analisar os números Pesquisa Brasileira de Mídia 20153 sobre o uso da Internet e das Redes Sociais no País. 50 Segundo os dados, quase a metade dos brasileiros, 48% usa a Internet. Os usuários das novas mídias ficam conectados, em média, 4h59 por dia durante a semana e 4h24 nos finais de semana, valores superiores aos obtidos pela televisão. A importância crescente e a penetração das chamadas novas mídias na sociedade ficam claras quando se analisam os dados da pergunta sobre qual meio de comunicação o entrevistado utiliza mais. Os dados mostram que a Internet foi apontada por 42% dos brasileiros como meio mais utilizado (1º + 2º + 3º lugares), ficando atrás, nesse critério, apenas da televisão (93%) e, por uma pequena diferença, do rádio, que atingiu 46% (BRASIL, 2015, p. 49)). Mas, uma vez conectado, o que esse usuário busca? Segundo a PBM 2015, buscam, principalmente, informações (67%) – sejam elas notícias sobre temas diversos ou informações de um modo geral. As Novas Tecnologias da Informação e da Comunicação (TICs) assumem cada vez mais um papel determinante para definir quem possui ou não acesso fácil a informação, que pode também ser a informação de interesse público, divulgada pelos entes que têm a função de prestar serviços ao cidadão. 51 Segundo a PBM, as características sociodemográficas da população têm um grande impacto no uso da Internet, principalmente se comparada aos outros meios de comunicação. “Renda e escolaridade criam um hiato digital entre quem é um cidadão conectado e quem não é” (BRASIL, 2015, p. 49). Ainda assim, apesar do alta incidência de cidadãos conectados e as pesquisas apontarem que entre os principais interesses está a busca por informações, o ciberespaço não tem sido utilizado em toda a sua potencialidade para a democratização da informação de interesse público. A situação é explicitada pelos próprios pesquisadores da PBM. É baixo o contato direto entre o cidadão e governos ou instituições públicas. Apenas 25% dos usuários entraram em contato por e-mail, formulários eletrônicos, chats, redes sociais, fóruns de discussão ou de consultas públicas nos últimos 12 meses. (BRASIL, 2015, p. 51) A realidade fica ainda mais patente quando voltamos os olhos aos dados sobre o conhecimento e acesso da população aos três portais públicos na Web do governo federal: Portal Brasil, site do Palácio do Planalto e o Blog do Planalto. Desses, o Portal Brasil é o mais conhecido pelos internautas (17%), seguido do site do Palácio do Planalto (13%) e do Blog do Planalto (9%). Considerando apenas os entrevistados que afirmaram conhecer os endereços virtuais, 29% já acessaram o Portal Brasil, 24%, o site do Palácio do Planalto e 24%, o Blog do Planalto. (BRASIL, 2015, p. 131). Mas, patenteadas as potencialidades de uso dos cibermeios na comunicação pública para favorecer o acesso a informações, iremos apresentar as intersecções de finalidades existentes entre o ciberespaço e a comunicação pública. 52 5.4 O CIBERESPAÇO E A COMUNICAÇÃO PÚBLICA Para Lévy (1998), o ciberespaço propicia um modelo de comunicação revolucionário, chamado de “todos para todos”. Diferentemente dos meios tradicionais como a imprensa, o rádio e a televisão, ou do correio e do telefone, nos cibermeios são combinadas vantagens dos canais antecessores, propiciando interação entre todos que dela se utilizam. Na “rede” todos podem ser emissores e receptores, simultaneamente. O modelo “todos para todos” é um dos principais agentes transformadores das formas de linguagem que se pode encontrar no ciberespaço. Isso pode ser atribuído à descentralização de poder que o formato propicia. Lévy (1998) acredita que “o surgimento do ciberespaço cria uma situação de desintermediação, cujas implicações políticas e culturais ainda não terminamos de avaliar”. A Comunicação Pública tem sua conceituação intimamente ligada ao interesse coletivo e, junto a isso, à noção de cidadania, transparência e ética. Para Duarte ([201-?], p.3), a existência de recursos públicos ou interesse público caracteriza a necessidade de atendimento às exigências da comunicação pública. “Considerar o ponto de vista do cidadão, estabelecer a comunicação como via de mão dupla e a prática da democratização da informação são princípios básicos da comunicação pública”, Rothberg e Liberato (2011, p. 232). Os autores, nesse trecho, apresentam finalidades da comunicação pública que bem poderiam ser também as do ciberespaço. Segundo Gil e Matos (2012, p.102), “na comunicação pública, não está em jogo simplesmente uma relação entre governo e povo, mas entre Estado e sociedade. E é por isso que ela está inteiramente inserida no processo de democratização”. Como a democratização é um forte mote do ciberespaço, temos estabelecido um claro cruzamento. Para Lévy (1998), o pluralismo de vozes que a Web propicia com a interatividade é uma condição para que outras vozes, as “minoritárias, opositoras ou divergentes”, também possam ter espaço. Assim, o ciberespaço assume uma conceituação de ambiente democrático, mas também anárquico, onde todos têm a chance de falar o que quiser. Tal posição de espaço plural e interativo mantém relação direta com os objetivos da Comunicação Pública, que necessita desses valores para sua efetivação, combinando objetivos com possibilidades de usos. 53 Em Nascimento (2012) vemos que “a comunicação pública precisa da participação da sociedade e de seus segmentos, não como receptores da comunicação do governo, mas como produtores ativos” (p. 203). Alinhados ao pensamento de que o ciberespaço e a Comunicação Pública interseccionam finalidades precípuas e podem manter uma relação de mútuas vantagens, na qual o principal beneficiado é o cidadão, vamos encontrar diversos autores que ressaltam as vantagens da combinação do ciberespaço e a CP. É o que vemos com Rothberg (2008, p. 150), que defende que os mecanismos de participação democrática proporcionados pelas novas tecnologias representam a “possibilidade de alargamento do espaço público”, além da “inserção organizada de setores diversos nos processos de definição de políticas públicas”. O autor aponta que, ainda que possa ser limitado o potencial de ampliação do nível de informação política dos cidadãos, devido a fatores como desinteresse, a Internet, sem dúvida, fornece “oportunidades decisivas para aqueles que estiverem dispostos ou forem incentivados a se engajar civicamente”: Seja na forma de uma atuação positiva sobre a formação da consciência política ou servindo como fonte inesgotável de entretenimento evasivo, as possibilidades de uso da internet e seu potencial papel de fortalecimento de capital social e engajamento cívico figuram como objeto de estudo relevante, especialmente nos casos em que a utilização da internet ocorre como forma de mediação voltada para fazer dela um instrumento de comunicação efetiva em duas vias, na forma de redes criadas e mantidas pelas instituições democráticas formais.(ROTHBERG, 2008, p. 152) Assim, já que o ciberespaço oferece possibilidades reais de fomento da comunicação pública, cruzando finalidades e interesses, apresentamos as redes sociais como possibilidade de assumir papel de ponto nevrálgico das intersecções estabelecidas entre o papel da Comunicação Pública e as potencialidades oferecidas pelos cibermeios. 5.5 AS REDES SOCIAIS E A COMUNICAÇÃO PÚBLICA Assim como ocorre com outros canais, as redes sociais podem ser encaradas como um desenvolvimento do que já existia fora do ciberespaço. Para Almeida, Baptista e Soares (2003, p.76), as redes sociais seriam uma versão atualizada das socializações que sempre ocorreram sem a mediação do computador. 54 O termo redes sociais tem sido amplamente utilizado para delimitar as interações sociais realizadas no âmbito dainternet, mas pouco destaque é dado ao fato de que as redes sociais já existiam em uma plataforma off-line, ou seja, mediante outros aparatos de relacionamento interpessoal ou intergrupal, sendo a diferença o fato de que antes não eram mediados por tecnologia e tinham um poder de alcance mais limitado, além de uma lentidão na sua propagação, sem registros formais. (ALMEIDA, BAPTISTA e SOARES, 2003, p.76). Segundo Recuero (2009, p.17), o estudo da sociedade a partir do conceito de rede representa um dos focos de mudança que permeia a ciência durante todo o século XX, não sendo exatamente algo novo. Porém, segundo a autora, foi o surgimento da possibilidade de estudo das interações e conversações através dos rastros deixados na Internet que dá novo fôlego à perspectiva de pesquisa de redes sociais, a partir do início da década de 90. Para Ribeiro (2012, p. 149), as redes sociais não podem ser desprezadas quando se busca um entendimento mais profundo sobre a Web e as consequentes alterações nos procedimentos comunicacionais. “É importante passar por conceitos relacionados a mídias sociais e redes sociais, ferramentas que estão em efervescência na atualidade e que são os locais por onde circulam grande parte das informações no meio digital”. Como sabemos, para as organizações, o uso das redes sociais é uma experiência relativamente nova, que ainda gera questionamentos e exige reflexão. No entanto, ainda que recente, o uso das redes sociais tem sido feito largamente tanto por instituições públicas quanto privadas, com diferentes focos e formas de atuação. 55 As redes sociais online também configuram-se como importantes ferramentas de desenvolvimento de uma comunicação mais avançada, particularmente no que afeta à comunicação pública e aos valores que ela deve atender. A comunicação diz respeito à criação de formas de acesso e participação; à ampliação de redes sociais que permitam maior ligação entre os agentes públicos, os grupos de interesse e o cidadão. O estímulo à controvérsia, ao debate, ao confronto de opiniões, à consciência e exercício da cidadania, é apenas parte da pedagogia que busca compreensão, entendimento, satisfação e avanço no estabelecimento do interesse social. As possibilidades de aprimoramento da comunicação são extraordinárias. Assim sendo, o uso das redes na comunicação pública é de fundamental importância e não pode ser negligenciado, tampouco subutilizado ou desvirtuado de seu foco. Para Duarte [201-?], “é obrigação dos agentes públicos, em particular dos profissionais de comunicação, encontrar as maneiras adequadas de fazer a informação circular e chegar aos interessados” (p. 5). E as redes sociais formam uma maneira adequada e próxima do cidadão de fazer a comunicação chegar até ele. Na página Governo Eletrônico, na Internet, é ressaltado o valor das Redes Sociais. No Brasil, uma das frentes fundamentais da política de Governo Eletrônico é a atuação junto ao cidadão, que deve ser incluído como produtor de conhecimento coletivo. O governo brasileiro busca fortalecer a sua relação com o cidadão também por meio das redes sociais, reconhecendo que, por meio desses instrumentos, o Estado pode quebrar barreiras, promover o diálogo e buscar sugestões para as políticas governamentais. Só o governo federal, na Presidências e Ministérios, possui relacionados na página do governo eletrônico 198 redes sociais. Nessa conta, não estão contadas as redes sociais das Fundações, Autarquias, Empresas Públicas e Sociedades de Economia Mista, o que sem dúvida, fariam crescer ainda mais o arsenal de canais no ciberespaço de comunicação com o cidadão, somente no que concerne a redes sociais. 56 No entanto, na PBM 2015 não foram pesquisadas as redes sociais que o governo possui no ciberespaço. A própria pesquisa aponta que, entre os internautas, 92% estão conectados por meio de redes sociais, sendo as mais utilizadas o Facebook (83%), o Whatsapp (58%) e o Youtube (17%). Mas as quase 200 redes sociais diretas do governo federal não aparecem na pesquisa. Rothberg (2008, p. 150) já relatava a dificuldade gerada pela lacuna de estudos a respeito de novos canais do ciberespaço para uso da comunicação pública, utilizando as potencialidades que se abriam: “a criação de canais tais como fóruns de discussão e consultas públicas online em websites governamentais significa um avanço promissor, mas com resultados ainda não estudados devidamente”. Tal situação ocorre atualmente no que se refere aos estudos das redes sociais na comunicação pública. Com o volume de pesquisas relacionadas ao tema, será possível apurar mais precisamente quais os reais benefícios que podem ser utilizados do uso das redes sociais para disseminação, interação, proximidade e, até, conscientização da população no que respeita as informações que interessem à coletividade, especialmente na atual Sociedade Digital em que estamos inseridos. As redes sociais, se bem utilizadas, podem favorecer o acesso do cidadão à informação de interesse público e deve ser utilizada para tal. Atualmente, no entanto, temos poucas pesquisas que mostrem essa utilização e seus impactos. O governo federal faz uso intensivo das redes sociais. No entanto, somente por meio de pesquisas mais apuradas poderiam ser levantados os resultados, demonstrando se esse uso tem sido feito adequadamente. O uso das redes na comunicação pública é de fundamental importância e não pode ser negligenciado, tampouco subutilizado ou desvirtuado de seu foco. Se adequadamente utilizado, as vantagens serão consistentes, especialmente para a sociedade. 57 A IMPORTÂNCIA DO BOM PLANEJAMENTO DE REDES SOCIAIS A presença digital permite uma maior abertura para o diálogo entre os órgãos públicos e os cidadãos. Especialmente para o setor, ainda é possível planejar atividades de governo a partir de seu monitoramento, de acordo com os conteúdos que são divulgados e a resposta da audiência. Porém, conteúdo solto não atinge o público pretendido. É necessário planejar para quem a informação é dirigida e como ela pode somar na vida daquelas pessoas. A identidade online deve estar sempre alinhada aos objetivos a serem atingidos com a rede que, dessa forma, devem ser traçados com antecedência. O bom planejamento das redes sociais permite assim maior controle de resultados, avaliação de acessos e estimativas de metas para o longo prazo. As 4 melhores práticas de planejamento de redes sociais para os órgãos públicos 1. Escolha suas redes sociais O efeito das informações divulgadas é praticamente o mesmo daquele obtido com o Diário Oficial. Seja cauteloso ao escolher as mídias mais apropriadas para o órgão e zele sempre pela manutenção de sua boa imagem. Cada rede tem um propósito diferente. Utilize o meio de maneira sóbria e preze sempre pelo caráter informativo, qualquer seja a rede social escolhida. Prefira aquelas que sejam mais respeitadas e conhecidas pelo público como sérias. 2. Opte por uma linguagem acessível Adeque sua linguagem para estar em consonância com o público alvo. Seja acessível e prefira manter o tom de conversa informativa. Faça com que o a sua audiência se conecte e entenda a relevância do que está sendo falado. 3. Defina quais os objetivos das redes Estipule metas e defina de maneira específica quais os objetivos que o ente público deseja obter com as redes sociais. Considere a missão da instituição e avalie se ela está sempre sendo colocada em primeiro lugar. 4. Mensure resultados e crie metas a partir deles Os objetivos das redes sociais devem sempre ser cumpridos. Configure palavras-chaves. Utilize-se de ferramentas para medir o número de acessos e realize relatórios e análises. 5.6 MONITORAMENTO DE MÍDIAS SOCIAIS DIGITAIS Para Oliveira (2015), “o monitoramento digital é: Uma ferramentade pesquisa que se baseia nas conversações publicadas nas mídias sociais para geração de insights e oportunidades de negócio. Trata-se da coleta, classificação e análise de menções públicas em sites de mídias sociais em relação a palavras-chave previamente definidas”. http://exame.abril.com.br/tecnologia/redes-sociais-ajudam-melhorar-servico-publico-588052/ http://sisgov.com/sigilo-da-informacao-versus-lei-de-acesso-informacao/ 58 Ciribeli (2011) afirma que apenas a boa utilização das redes sociais é insuficiente, tornando-se necessário a elaboração e utilização de ações e estratégias de monitoramento e, para tal, existem programas que com algumas técnicas facilitam o acompanhamento e a intervenção imediata, caso necessário. O monitoramento de mídias sociais proporcionou a abertura de novas possibilidades de comunicação, e uma consequente aproximação, entre usuário e instituição, assim como acorda Antunes (2014, p.10) ao dizer que “ao capturar dados que frequentemente escapam às fontes de informação oficiais, abriram-se novas perspectivas para o monitoramento, principalmente, por meio das mídias sociais”. A Figura abaixo apresenta um modelo cíclico das etapas ocorrentes durante o processo de monitoramento: 59 A imagem demonstra que o monitoramento de mídias sociais é um processo infinito, que envolve as seguintes etapas: mensuração, captura e análise, e aculturação. À medida que as fases vão sendo concluídas, novas informações são publicadas, trazendo novos materiais para análise. Além disso, as constantes mudanças no cotidiano transformam as opiniões, tornando as informações obsoletas em um curto prazo de tempo. Assim como dito anteriormente, o benefício da ampliação do acesso às mídias é que houve uma aproximação pessoa-pessoa e pessoa-organização, revelando tipos informacionais antigamente não disponíveis apenas nos meios de comunicação formais. A Figura 2 demonstra, por meio de definições e exemplos, os tipos de informação que podem ser recuperadas nas mídias sociais. Os variados tipos de informações que podem ser recuperados após devido tratamento são utilizados para apresentar alguns indicadores. Barger (2013) informa que variadas ferramentas de monitoramento de mídias permitem identificar as menções à sua marca, atestando o volume e o alcance, a fidedignidade, a responsividade, e a influência do conteúdo publicado, e dessa forma, verificar se o seu objetivo de compartilhamento de informação foi atendido. 60 Sendo assim, a seção a seguir, apresentará as contribuições que o monitoramento de mídias sociais e o uso de redes sociais podem acarretar aos órgãos públicos. 5.7 CONTRIBUIÇÕES DO MONITORAMENTO DE REDES SOCIAIS PARA GESTÃO DE ÓRGÃOS PÚBLICOS No governo, o monitoramento de mídias sociais pode subsidiar a elaboração de políticas públicas, pois permite uma avaliação rápida e de baixo custo das opiniões, atitudes e sentimentos das pessoas e permite a identificação de diferenças entre os diferentes grupos de cidadãos e também de líderes de opinião digitais (geralmente associados a partes interessadas importantes). Além disso, ajuda a entender a evolução temporal da atitude pública – seu sentimento – contra questões políticas / tópicos de interesse, e a identificar novas questões / tópicos relevantes emergentes e tendências na sociedade (ANDROUTSOPOULOU, CHARALABIDIS E LOUKIS, 2015). Por meio da análise do material proveniente das mídias sociais, os gestores públicos têm a possibilidade de instrumentalizar os interesses dos cidadãos para o desenvolvimento de políticas públicas mais efetivas e que supram ou até mesmo superem as necessidades da sociedade. Para Rocha (2014), esses interesses devem estar em primeiro lugar, ao se realizar o monitoramento de mídias digitais, e não relacionado a campanhas eleitorais. A autora acredita que o setor público deve utilizar o monitoramento com o objetivo semelhante ao das empresas privadas: “gerar informação estratégica para os gestores criando padrões para adquirir, criar, distribuir e usar as informações disponíveis nos ambientes interno e externo dessas organizações” (ROCHA, 2014, p. 18). O Quadro a seguir sintetiza as contribuições do monitoramento de mídias sociais, e as mesmas para gestão pública, e em seguida serão dados exemplos do uso de mídias sociais na esfera pública no Brasil e oportunidades criadas pelo monitoramento. 61 Exemplos significativos A presença digital da Prefeitura de Curitiba é um dos maiores casos de sucesso do uso de mídias sociais no Brasil. Segundo o estudo de Santos e Harmata (2013), a experiência pioneira do órgão mostrou como “o equilíbrio entre uso do humor e uma linguagem adequada ao meio com informações e serviço público podem provocar aproximação entre um órgão público e sua população”, foram percebidos resultados práticos nos canais de atendimento e maior velocidade no esclarecimento de dúvidas do cidadão. Uma experiência positiva do uso das redes se deu pela abertura para contribuições para Lei Orçamentária Anual. Segundo dados do órgão, foram 4.218 contribuições que chegaram por meio da internet, em contrapartida, apenas 1.267 vieram por outros meios, como urnas e central 156. De acordo com os autores, esse exemplo mostra “a importância do diálogo aberto nas redes sociais para discutir os rumos do município”. Baccin e Cruz (2015) investigaram o uso das mídias sociais pela Polícia Militar de Santa Catarina como instrumento de contato com a comunidade para o incremento da filosofia da Polícia Comunitária, e como consequência, a melhoria da segurança pública. Os autores defendem a presença digital do órgão e maior interação com o público, pois, através da análise do conteúdo publicado pelos cidadãos, se faz possível “Identificar, priorizar e atuar sobre causas de crime, violência e desordem”. Com o monitoramento, por exemplo, há como reunir informações sobre 62 ocorrências em determinada localidade, e assim traçar estratégias de forma mais assertiva. De maneira geral, segundo eles, “as redes sociais se apresentam como um importante aliado, de baixo custo operacional, para engajar a comunidade na busca de soluções criativas para os problemas locais de segurança”. Santos (2016) analisou a página do Senado Federal no Facebook. Além de fazer inferências sobre a presença digital do Senado como um todo, ele analisou as respostas ao post “E agora, quem poderá me defender?", de agosto de 2015, que se tratava da efetividade dos direitos civis, e pressupunha o envolvimento de diversos órgãos estatais. O autor concluiu que os gestores da página ainda não utilizam todo o potencial oferecido pelo monitoramento dos comentários do público, e verificou uma maior necessidade de interagir com os fãs e alinhar as decisões coletivas à vontade popular. Santos percebeu ainda a má reputação do Senado Federal e outros órgãos relacionados ao tema do post, e defendeu que através das análises provenientes do monitoramento, as mídias sociais sejam utilizadas para contribuir com a melhoria da imagem do Estado perante o público. O site Juntos pela Água e a empresa Seekr desenvolveram um estudo que monitorou a percepção dos internautas sobre o saneamento básico em São Paulo, nas páginas abertas no Facebook durante o período de candidatura e pós-eleição. Sobre o monitoramento das redes sociais do prefeito eleito de São Paulo João Doria (PSDB), por exemplo, viu-se que o tema ficou em sexto lugar no ranking de assuntos abordados, com uma presença tímida nas postagens do político, houve apenas um post próprio e quatro comentários sobre o assunto, enquanto que os internautas fizeram mais de 570 menções sobre saneamento. O estudo mostrou que embora de acordo com o SNIS (Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento), mais de 35 milhões de brasileirosainda não tenha acesso aos serviços de água potável, 100 milhões não tenha serviço de coleta de esgoto e só 40% do esgoto produzido no país é tratado, políticas de saneamento básico recebem baixa atenção pelos políticos durante a campanha eleitoral (SEEKR, 2017). Esses dados podem ser utilizados pela gestão como subsídio informacional para tomada de decisões referentes ao tema, a fim de atender as reivindicações populares. 63 6. BIBLIOGRAFIA ABRAPCORP 2013 - Teorias e Métodos de Pesquisa em Comunicação Organizacional e Relações Públicas: entre a tradição e a inovação. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2013. p. 949-967. Disponível em: . Acesso em: 04 ago. 2017. AGNER, Luiz, et al. Avaliação de usabilidade do jornalismo para tablets: interações por gestos em um aplicativo de notícias. In: XXXV Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação, 2012, Fortaleza, CE. Disponível em < http://www.agner.com.br/wp-content/uploads/2012/09/AGNER-Intercom-12-R7-2625- 1.pdf>. Acesso em jun. 2013. ALMEIDA, A.L.C.; BAPTISTA, R.G.S.; SOARES, P.H.L.; Comunicação interna e redes sociais: desafios e possibilidades no relacionamento com os empregados. In: Revista Brasileira de Comunicação Organizacional e Relações Públicas, ano 10, nº 19. São Paulo: ORGANICOM, 2013. 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