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Redação Oficial no Município - 1

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REDAÇÃO OFICIAL NO 
MUNICÍPIO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
UNIDADE 1 
 
 
 
 
 
 
 
 
1 
 
REDAÇÃO OFICIAL NO MUNICÍPIO – UNIDADE I 
 
A língua portuguesa é complexa para o 
aprendizado, exigindo muito esforço 
para se alcançar o domínio dela com 
perfeição. Portanto, para se redigir uma 
boa redação, o escritor precisa estar 
atento para as regras minuciosas da 
correta ortografia e gramática, mas 
possuir também o conhecimento amplo 
dos vernáculos a serem aplicados em 
cada situação. 
Paralelamente a isso, a chamada Redação Oficial, utilizada no setor público governamental, aplica a 
língua portuguesa ao redigir documentos e comunicações, mas possui técnicas e regras específicas. É 
que, em obediência aos ditames constitucionais, em especial aos princípios da publicidade, 
impessoalidade e eficiência, segue-se a um padrão nesse aspecto redacional. E até na elaboração das 
leis, existe normativa para orientação técnica. Com esse curso, o egresso estará apto a atuar com 
competência na Redação Oficial Municipal, realizando com maior facilidade e segurança as relevantes 
tarefas que lhes sejam afetas na Gestão Pública, além de pontuar para progressão em sua carreira, pelo 
conhecimento adquirido. 
 
 
 
 Redação Oficial é todo ato normativo e toda comunicação do 
Poder Público. Deve caracterizar-se pela impessoalidade, uso 
do padrão culto de linguagem, clareza, concisão, formalidade 
e uniformidade. 
 
 
 
 
 
2 
 
ÍNDICE 
TÓPICOS PÁGINA 
1. GRAMÁTICA APLICADA 4 
1.1 Alfabeto 4 
1.2 Trema 4 
1.3 Acentuação 5 
1.4 Hífen 6 
1.5 Vícios de linguagem 8 
1.6 Crase 8 
1.7 Emprego dos porquês 9 
1.8 Pronomes demonstrativos 10 
1.9 Algumas palavras que podem confundir 10 
1.10 Uso de aspas 12 
1.11 Numerais 12 
1.12 Emprego das letras 13 
1.13 Formas de tratamento 14 
2. REDAÇÃO OFICIAL 16 
2.1 Principais características da redação oficial 16 
2.2 Comunicação administrativa e correspondência oficial 19 
2.3 Documentos administrativos diversos 22 
3. REDAÇÃO LEGISLATIVA 26 
3.1 Estrutura básica de um texto legal 28 
3.2 Critérios de sistematização 29 
3.3 Projeto de lei 29 
3.4 Lei 30 
3.5 Alteração e/ou revogação 32 
3.6 Situações a serem evitadas 33 
3.7 Uso correto das palavras 34 
4. COMUNICAÇÃO PÚBLICA ESTRATÉGICA 36 
4.1 Importância da comunicação nas organizações 39 
4.2 Processos de comunicação e cultura organizacional 41 
 
3 
 
4.3 A comunicação organizacional e comunicação interna 42 
4.4 Canais de comunicação interna 43 
4.5 Gestão da comunicação interna 45 
5. REDES SOCIAIS NA COMUNICAÇÃO PÚBLICA 47 
5.1 Comunicação oficial na administração pública municipal 47 
5.2 Mídias sociais na administração pública municipal 48 
5.3 O cidadão e o ciberespaço 49 
5.4 O ciberespaço e a comunicação pública 52 
5.5 As redes sociais e a comunicação pública 53 
5.6 Monitoramento de mídias sociais digitais 57 
5.7 Contribuições do monitoramento de redes sociais para gestão de órgãos públicos 60 
6. BIBLIOGRAFIA 63 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
1. GRAMÁTICA APLICADA 
 
 
 
 
A utilização da linguagem formal e a gramática correta são elementos fundamentais na construção de 
qualquer texto, especialmente quando trata-se de uma comunicação oficial e pública. 
A seguir, especificaremos algumas das alterações de nossa língua escrita, conforme Acordo Ortográfico 
da Língua Portuguesa firmado em 16 de dezembro de 1990 e que entrou em vigor em 1º de janeiro de 
2016. 
 
1.1 ALFABETO 
Volta a ter 26 letras pois foram reintroduzidas as letras k, w e y. 
 
1.2 TREMA 
Não se usa mais o trema (¨) sinal colocado sobre a letra u para indicar sua pronúncia nos grupos gue, 
gui, que e qui, com exceção de palavras estrangeiras. 
Ex.: cinquenta, eloquente, bilingue, sagui, quinquênio. 
 
 
 
 
5 
 
 
1.3 ACENTUAÇÃO 
 
TIPO DE PALAVRA OU 
SÍLABA 
QUANDO ACENTUAR OBSERVAÇÕES 
Proparoxítonas Sempre Igual ao que era antes da nova ortografia. 
Paroxítonas 
Se terminadas em: R, X, N, L, 
I, IS, UM, UNS, US, PS, Ã, 
ÃS, ÃO, ÃOS; ditongo oral, 
seguido ou não de S 
Continua tudo igual : sêmen, fêmur 1) Terminadas 
em ENS não levam acento: hifens, polens. 2) Não 
acentue os prefixos paroxítonos que terminam em R 
nem os que terminam em I: 
inter-helênico, super-homem, anti-herói, semi-
internato. 
Oxítonas 
Se terminadas em: A, AS, E, 
ES, O, OS, EM, ENS 
Continua tudo igual.1. terminadas em I, IS, U, US não 
levam 
acento: tatu, Morumbi, abacaxi. 
Monossílabos 
tônicos (são 
oxítonas também) 
Terminados em A, AS, E, ES, 
O,OS 
Continua tudo igual. Atente para os acentos nos 
verbos com formas oxítonas: adorá-lo, 
debatê-lo, etc. 
Í e Ú em palavras 
oxítonas e 
paroxítonas 
Í e Ú levam acento se 
estiverem sozinhos na 
sílaba (hiato) 
1. Se o i e u forem seguidos de s, a regra se 
mantém: balaústre, egoísmo, baús. 2. Não se 
acentuam i e u se depois 
vier 'nh': rainha, tainha, moinho. 3. Esta regra é nova: 
nas paroxítonas, o i e u não serão mais acentuados se 
vierem depois de um ditongo: baiuca, bocaiuva, 
feiura,. 4. Mas, se nas oxítonas, mesmo com ditongo, 
o i e u estiverem no final, haverá acento: tuiuiú, Piauí, 
teiú. 
Ditongos abertos em 
palavras paroxítonas 
EI, OI 
Esta regra desapareceu para palavras paroxítonas. 
Escreve-se agora: ideia, colmeia, celuloide, boia. 
Observe: há casos em que a palavra se enquadrará em 
outra regra de acentuação. Por exemplo: contêiner, 
Méier, destróier serão acentuados 
porque terminam em R. 
Ditongos abertos em 
palavras 
oxítonas 
ÉIS, ÉU(S), ÓI(S) 
Continua tudo igual (mas, cuidado: somente para 
palavras oxítonas, com uma ou mais sílabas). céu, 
chapéu, herói, 
papéis 
Verbos arguir e 
redarguir (agora sem 
trema) 
arguir e redarguir usavam 
acento agudo em 
algumas pessoas do 
indicativo, do subjuntivo 
e do imperativo 
afirmativo. 
Esta regra desapareceu. Os verbos arguir e redarguir 
perderam o acento agudo em várias formas 
(rizotônicas): eu arguo (fale: ar-gu-o, mas não 
acentue); ele argui (fale: ar-gu-i), mas não acentue. 
 
 
6 
 
 
Verbos terminados 
em guar, quar e quir 
aguar, enxaguar, averiguar, 
apaziguar, delinquir, 
obliquar usavam acento 
agudo em algumas pessoas 
do indicativo, do subjuntivo 
e do 
imperativo afirmativo. 
Esta regra sofreu alteração. Observe:. Quando o verbo 
admitir duas pronúncias diferentes, usando a ou i 
tônicos, aí acentuamos estas vogais: eu águo, eles 
águam e enxáguam a roupa (a tônico); eu delínquo, 
eles delínquem (í tônico). Se a 
tônica, na pronúncia, cair sobre o u, ele não será 
acentuado: Eu averiguo (diga averi-gu-o, mas não 
acentue) o caso. 
ôo, êe vôo, zôo, enjôo, vêem 
Esta regra desapareceu. Agora se escreve: zoo, 
perdoo, veem, 
magoo, voo. 
Verbos ter e vir 
na terceira pessoa do plural 
do presente do indicativo 
Continua tudo igual. Ele vem aqui; eles vêm aqui. Eles 
têm 
sede; ela tem sede. 
Derivados de ter e 
vir (obter, manter, 
intervir) 
na terceira pessoa do 
singular levam acento 
agudo; na terceira pessoa 
do plural 
levam circunflexo 
Continua tudo igual. 
Acento diferencial 
Esta regra desapareceu, exceto para os verbos: 
PODER (diferença entre passado e presente). Ele não 
pôde ir ontem, mas pode ir hoje. PÔR (diferença com 
a preposição por): Vamos por um caminho novo, 
então vamos pôr casacos; TER e VIR e seus 
compostos (ver acima). Observe: 1) Perdem o acento 
as palavras compostas com o verbo PARAR: Para- 
raios, para-choque. 2) FÔRMA (de bolo): O acento 
será opcional; se possível, deve-se evitá-lo: Eis aqui a 
forma para 
pudim, cuja forma de pagamento é parcelada. 
 
1.4 HÍFEN 
Usa-se hífen: 
 Antes de palavras iniciadas por h. 
Ex.: anti-higiênico, super-homem, mini-hotel, proto-história. 
 Vogais iguais. 
Ex.: micro-ondas, anti-imperialista. Exceção: prefixoco 
Ex.: coabitação, coordenar, coautor, coexistência. 
 Consoantes iguais. 
Ex.: inter-regional, super-requintado. 
 
7 
 
 Prefixo sub diante de palavras iniciadas por r. 
Ex.: sub-regional. 
 Prefixos circum e pan, diante de palavra iniciada por h, m, n e vogal. Ex.: pan-americano, circum-
navegação. 
 Prefixos ex, sem, além, aquém, recém, pós, pré, pró e vice. 
Ex.: vice-prefeito, além-mar, ex-presidente, recém-casado, pós-graduação. 
 Adjetivos pátrios derivados de nomes geográficos compostos, contendo ou não elementos de 
ligação. 
Ex.: Praia Grande - praia-grandense; Espírito Santo - espírito-santense; Belo Horizonte - belo-
horizontino; Rio Grande do Sul - sul-rio-grandense. 
 Em substantivos compostos. 
Ex.: auxílio-doença, auxílio-moradia, bolsa-alimentação, licença-maternidade, licença-prêmio, 
salário-base, vale-gás, vale-refeição, vale-transporte. 
 Cargos com o adjetivo "geral" e os que denotem hierarquia dentro de uma empresa. 
Ex.: diretor-geral, relator-geral, ouvidor-geral, procurador-geral, secretário-geral, controlador-
geral, diretor-presidente, sócio-gerente, diretor-executivo. 
 Formados por numerais. 
Ex.: primeiro-ministro, primeira-dama, segundo-secretário. 
 
Não se usa hífen: 
 
 Quando o prefixo termina por consoante e a palavra seguinte começa por vogal. 
Ex.: hiperativo. 
 Vogais diferentes 
Ex.: antienchente, infraestrutura, autoescola, 
 Prefixo termina por vogal e a segunda palavra começa por consoante diferente de r ou s. 
Ex.: antiproducente, paraquedista. 
 Quando o prefixo termina por vogal e a segunda palavra começa por r ou s duplicam-se essas 
letras. 
Ex.: minissaia, antissemita, ultrassom, semirreta, contrarregra, antisséptico. 
 Em palavras que perderam a noção de composição. 
Ex.: girassol, mandachuva. 
 
8 
 
1.5 VÍCIOS DE LINGUAGEM 
 
Os principais vícios de linguagem a serem evitados são: 
a) Cacófato: som desagradável produzido pela junção da última sílaba de uma palavra com a(s) 
primeira(s) sílaba(s) da subsequente: 
Não coloque a culpa nela, todos erraram. Ela vai pagar por cada erro que cometeu. 
b) Eco: repetição de palavras repetidas pelo mesmo som. 
Não faço questão da promoção, da qual já sabia de antemão. Vicente mente constantemente. 
c) Clichês: são chamados também "chavões" e indicam uma linguagem próxima da coloquial. 
Ela não dá ponto sem nó. Antes tarde do que nunca. 
d) Redundância: repetição desnecessária de uma informação na frase. Entrei para dentro de casa 
quando anoiteceu. 
Ontem fizeram-me uma surpresa inesperada. 
 
1.6 CRASE 
A crase é resultado da fusão da preposição a com a vogal a, que pode ter função de artigo ou pronome. 
Haverá crase sempre que: 
O termo antecedente exija a preposição a 
O termo consequente aceite o artigo a 
Ex.: Fui à praia. (a+a = preposição + artigo seguidos de substantivo feminino) 
 
Usa-se crase antes de: 
a) Palavras femininas: Vou à cidade fazer compras. 
b) Pronomes demonstrativos aquele(s), aquela(s), aquilo: Fui àquele baile. 
c) Pronomes demonstrativos a ou as quando equivalem a aquela e aquelas: Esta bolsa é igual à que 
comprei ontem. 
d) Pronomes relativos a qual ou às quais: A rua à qual nos referimos fica perto daqui. 
e) Expressões adverbiais, prepositivas e conjuntivas formadas com palavras femininas, à tarde, à noite, 
à vontade, à medida que, às escondidas: 
Saímos à meia-noite. Agia às escondidas. À medida que caminhavam iam ficando cansados, à exceção de 
Pedro, que parecia ter um fôlego de gato. 
 
9 
 
Não ocorrerá crase antes de: 
a) Palavras masculinas Ex.: Viajou a trabalho. Comprou tudo a prazo. 
b) Verbos Ex.: Estava disposto a disputar uma vaga. 
c) Artigos indefinidos Ex.: Ofereceu o livro a uma antiga conhecida. 
d) Pronomes indefinidos Ex.: Não entregou o processo a ninguém. 
e) Pronomes demonstrativos esta, essa, isso: Ex.: Dê a essa moça o que ela pedir. 
f) Pronomes pessoais Ex.: Entreguei a ela os manuscritos. 
g) Pronomes de tratamento Ex.: Peço licença a Vossa Senhoria. 
h) Substantivos empregados em sentido genérico 
Ex.: Falava a pessoas desinteressadas. Fez alusão a cidades litorâneas. 
i) Entre palavras repetidas Ex.: Ficou cara a cara com o inimigo. 
 
Algumas orientações para saber quando se usa crase: 
a) Substituir um substantivo feminino por um masculino. Se a crase puder ser trocada por um ao o 
emprego está correto. Ex: Fui à sala. Fui ao dormitório. 
b) Substituir o a por para ou para a(s). Ex: Fui para a praia. Fui à praia. 
c) Substituir o verbo ir pelo verbo voltar. Se resultar na expressão voltar da, então ocorre a crase. Ex: 
Fui à prefeitura. Voltei da prefeitura. 
d) Para nomes de lugares verifica-se o uso da crase pela preposição que o antecede. 
Ex: Voltei de Angola. Vou a Angola.(sem crase) Ex: Voltei da Itália. Fui à Itália. (com crase) 
 
1.7 EMPREGO DOS PORQUÊS 
a) Por que - Usa-se para fazer perguntas diretas e indiretas. Equivale a por qual razão, por qual motivo, 
pelo(a) qual, pelo(s) qual(is). 
Ex.: Por que você não utiliza o manual de redação? (por qual razão). Queria saber por que você não me 
disse nada antes (por qual motivo). O processo por que passei foi muito difícil (pelo qual). 
b) Por quê - Usa-se no final da frase, antes de um ponto (interrogação, final, exclamação). 
Ex.: Este documento não está arquivado. Por quê? 
Porque - Usa-se porque em respostas e explicações, equivalendo a pois, já que, uma vez que, como. 
Ex.: Voltei ao gabinete porque esqueci um documento. 
c) Porquê - Usado quando o porquê tem função de substantivo. Ex.: Eu sei o porquê disso. 
 
 
10 
 
1.8 PRONOMES DEMONSTRATIVOS 
O pronome demonstrativo indica a posição de pessoas ou coisas em relação ao tempo, espaço e às três 
pessoas do discurso. 
a) Este - esta - isto: indica quem ou o que está perto do falante. Ex.: Este mês temos muitas 
festividades. 
O que este memorando está fazendo sobre a minha mesa? (aqui) 
b) Esse - essa - isso: indica que a pessoa do discurso está longe do falante e perto do ouvinte. 
Ex.: Esse monitor na sua mesa é mais moderno que os demais. (aí) 
c) Aquele - aquela - aquilo: indica que a pessoa do discurso está afastada do falante e do ouvinte. 
Ex.: Por favor, pegue aquele grampeador que ficou na outra sala. (lá) 
 
1.9 ALGUMAS PALAVRAS QUE PODEM CONFUNDIR 
A fim de: para, com a finalidade de. 
Afim: semelhante, que apresenta afinidade. 
À medida que: à proporção que, conforme. 
Na medida em que: pelo fato de que, uma vez que (atenção: não existe o termo vez que). 
Ambos os dois: ambos já significa os dois, evite a redundância. 
Anexo: incluso, junto, apenso (adjetivo), concorda com o substantivo a que se refere (gênero e número) 
Ex.: A planilha está anexa ao e-mail. Os comprovantes estão anexos ao processo. 
Em anexo: Invariável (locução adverbial). Seguem, em anexo, os relatórios. 
Ao encontro de: para junto de, favorável a. 
De encontro a: contra, em prejuízo de. 
Ao invés de: ao contrário de. 
Em vez de: em lugar de. 
Comprimento: medida, tamanho. 
Cumprimento: ato de cumprir, execução completa, saudação. 
Fazer: Usa-se sempre na terceira pessoa do singular quando não existe sujeito, indicando tempo e 
fenômenos da natureza. Faz 15 dias que a licitação foi aberta. Quando os aparelhos de ar- condicionado 
estão desligados faz muito calor na sala. 
Há: Quando indica tempo substitui o verbo fazer. Não recebemos cartas daquela empresa há vários 
meses. 
 
11 
 
Há ou Tem: Usado no sentido de existir. Há pessoas extremamente competentes na Prefeitura. Houve 
momentos de muita emoção durante o passeio. 
A: Indica um tempo futuro, não sendo possível a substituição por faz. O novo servidor tomará posse 
daqui a 10 dias. Estamos a meia hora do posto de saúde. 
Lauda: Página de livro, impresso padronizado com espaço delimitado para datilografia, utilizado para 
apresentação de originais. 
Laudo: Parecer conclusivo e por escrito. 
Mal: é o contrário de bem. Ela estavamal intencionada. 
Mau: é o contrário de bom. Ele sempre foi um mau filho. 
Mas: pode ser substituído por porém, contudo, entretanto. 
Mais: ideia de intensidade, quantidade, soma. 
Meio: modifica o adjetivo e é invariável: Elas estão meio cansadas. 
Meia: usado quando se refere a um substantivo: não sou de meias palavras. 
Menos e não menas: Menos é invariável e "menas" não existe: Esperava menos burocracia para a 
realização do evento. 
Obrigado e obrigada: varia de acordo com a pessoa que agradece (homem ou mulher). 
Onde: onde indica lugar fixo. Onde está o papel? (em que lugar) 
Aonde: expressa ideia de movimento. Aonde ele vai com tanta pressa? 
Para mim - mim é um pronome pessoal do caso oblíquo e não pode ser usado como sujeito do infinitivo 
que o segue. Neste caso usa-se o pronome pessoal eu: Pediram para eu aguardar o Prefeito (o pronome 
eu exerce a função de sujeito). 
Por ora: por agora, por enquanto, até o momento. Por ora, nada tenho a declarar. 
Por hora: pelo período de uma hora. Tinha uma vazão de 10 litros por hora. 
Ratificar: confirmar. A autoridade ratificou sua presença na reunião. 
Retificar: corrigir. Devido a um erro de impressão foi necessário retificar aquele artigo. 
Seção: divisão, setor, subdivisão, repartição. Ele trabalha na seção de envio de documentos. Nota: Na lei 
de estrutura desta Prefeitura a seção é uma subdivisão de uma Divisão, ou seja, uma Divisão pode 
comportar uma ou mais seções. 
Sessão: tempo em que se realiza uma reunião, programa de teatro, cinema, congresso. Na última sessão 
da Câmara discutiu-se sobre o uso racional da água. 
Cessão: ato de ceder. Ele autorizou a cessão de todos os seus bens para os filhos. 
Se não: caso não, quando não. Se não chegar cedo, não conseguirá comprar os ingressos. 
 
12 
 
Senão: quando puder ser substituído por a não ser, do contrário, mas sim, sem que, exceto. 
Tampouco: também não. Não fez as tarefas solicitadas, tampouco arrumou sua mesa. 
Tão pouco: tão pequena coisa, curto. Esta bolsa custa tão pouco que irei comprar duas peças. 
Mandado: ordem judicial ou administrativa, garantia constitucional para proteger direito individual. O 
juiz exigiu que o réu cumprisse o mandado de prisão. 
Mandato: período determinado em que alguém possui poder para executar certas funções 
representando um certo grupo de pessoas, autorização conferida para alguém praticar atos em seu 
nome, procuração. Os políticos terão que cumprir um mandato de quatro anos. 
Pós: prefixo que indica posterior a, que sucede, atrás de, após. 
Pré: prefixo que indica anterior a, que precede, à frente de, antes de. 
Pró: advérbio - em favor de, em defesa de. 
Trás: atrás de, detrás de, depois de, após. 
Traz: terceira pessoa do singular do presente do indicativo do verbo trazer. 
 
1.10 USO DE ASPAS 
a) Ao abrir e fechar citações. 
b) Para exprimir algum tipo de ironia ou destacar uma palavra utilizada fora de contexto. 
c) Para destacar palavras estrangeiras (pode ser substituído pelo itálico). 
d) Para marcar o título de uma obra. 
e) Se a frase começa e termina com aspas o ponto deve ficar dentro das aspas. 
f) Se a frase não está toda dentro das aspas a pontuação fica fora delas. 
 
1.11 NUMERAIS 
a) Escreve-se por extenso números de zero a dez, cem e mil. 
b) Em dias do mês sempre utilizar algarismos, exceto no primeiro dia do mês. 
c) Não se usa ponto para indicar o ano: A República foi proclamada em 1989. 
d) Utiliza-se algarismo para expressar valor, grandeza, idade, peso, porcentagens, unidades de medida, 
tempo e datas. Ex.: 10cm, 8km, 44 anos. 
e) Não inicie frases com algarismos, escreva por extenso ou inverta a ordem da frase: 
f) Vinte e cinco pessoas chegaram atrasadas ontem. Ontem, chegaram atrasadas 25 pessoas. 
g) Não se utiliza zero antes de horas e datas: 8h30 - 7/9/1975. 
h) Não é necessário usar m ou min. para designar minutos - 9h30 
 
13 
 
i) Hora deve ser abreviada no singular: 8h e não 8hs. 
j) Não se usa ponto em números de endereço: Av. Presidente Kennedy, 9000. 
k) Na numeração de artigos de leis, decretos e portarias usa-se o ordinal até nove e o cardinal de dez 
em diante: artigo 1º, artigo 9º, artigo 10. 
l) Quando o numeral antecede o substantivo usa-se sempre o ordinal: 20º capítulo. 
m) Algarismos de 1.000 em diante escreve-se com ponto: 15.656, 8.569, exceção dos anos e dos 
endereços. 
n) Escreva por extenso os números fracionários: um quarto, dois quintos, um terço. 
1.12 EMPREGO DAS LETRAS 
 
Palavras com E Palavras com I Palavras com EI Palavras com O 
beneficência / 
beneficente, deferir, 
(conceder), despesa, 
embutir, emergir (para 
fora), emigrar (sair do 
país), eminência (altura, 
excelência), empecilho, 
estrear, estreante, 
frear, freada, 
palavreado. 
Ansiar, anti- (prefixo = 
contra), dilatar (alargar), 
discrição (reserva), 
imergir (mergulhar), 
imigrar (entrar em país 
estrangeiro), iminente 
(próximo), meritíssimo, 
privilégio. 
Aleijado, cabeleireiro, 
desleixo, madeireira. 
Comprido, comprimento 
(extensão), costume, 
sotaque. 
Palavras com G Palavras com J Palavras com C e Ç Palavras com SS 
Agenda, auge, ferrugem, 
garagem, gíria, viagem, 
vigência. 
Gorjeta, objeção, 
projeção, rejeição, 
sujeito, ultraje. 
Acessório, acervo, 
cansaço, censo, censura, 
certidão, cessão (ato de 
ceder), cesta, concessão, 
discrição (reserva), 
distinção, distorção, 
docente (que ensina), 
incipiente (iniciante), 
inserção, intercessão, 
isenção, presunção 
(intenção). 
cessão (ato de ceder), 
comissão, compressa, 
compromisso, concessão, 
crasso, digressão, 
discussão, ingressar, 
necessidade, passeata, 
secessão (separação), 
sessão (reunião), 
sucessivo. 
 
 
 
 
 
 
14 
 
Palavras com SC Palavras com X Palavras com S 
Acrescentar, 
adolescente, consciência, 
crescer, descendência, 
descentralização, 
discente (que aprende), 
discernimento, disciplina, 
imprescindível, 
oscilar, oscilação, 
plebiscito, prescindir, 
remanescente, 
reminiscência, suscetível. 
anexar, anexo auxílio, 
contexto, deixar, 
desleixado, exagero, 
exame, examinar, 
exclusivo, expectativa, 
extraordinário, 
extrapolar, inexistente, 
taxar (impor taxa), xerox 
(ou xérox). 
adesão, adesivo, através, 
contestar, cortês, 
destreza, esclarecer, 
espectador (assistente, 
ouvinte), esplanada, 
esplêndido, estático 
(firme, contrário de 
dinâmico), estender, 
estendido, extravasar, 
imersão, insipiente 
(ignorante), intensivo, 
misto. 
seção (ou secção), 
subsidiar, subsistência, 
suspensão, teste, viés, 
visar. 
Palavras com XC (entre 
vogais e com valor de "s") Palavras com Z Palavras com CH Palavras com CC, CÇ 
Exceção, exceder, 
excelência, excelente, 
excepcional, excesso. 
Agilizar, ajuizar, 
aprendizado, atualizar, 
capaz, capitalizar, 
centralizar, condizer, 
conduzir, confraternizar, 
conscientizar, 
contradizer, prazo, 
preconizar, prejuízo, 
Sozinho. 
desfechar despachar, 
despacho, rachar, tachar 
(censurar, acusar), 
trecho. 
se(c)ção, se(c)cionar. 
 
 
1.13 FORMAS DE TRATAMENTO 
 
Autoridades Forma de Tratamento 
Vocativo (a quem se 
dirige) 
Endereçamento 
Presidente da República Vossa Excelência 
Excelentíssimo Senhor 
Presidente 
A Sua Excelência o 
Senhor (nome) 
Presidente da 
República Federativa 
do Brasil 
Governador de 
Estado/Secretário de 
Estado 
Vossa Excelência Senhor Governador 
A Sua Excelência o 
Senhor (nome) 
governador 
/secretário 
Deputado/Senador/ 
Vereador 
Vossa Excelência Senhor Deputado 
A Sua Excelência o 
Senhor (nome) 
deputado / 
senador/vereador 
 
 
15 
 
 
Autoridades Forma de Tratamento Vocativo (a quem se dirige) Endereçamento 
Prefeito/Vice-Prefeito Vossa Excelência Senhor Prefeito 
A Sua Excelência o 
Senhor (nome) 
prefeito/vice- 
prefeito 
Secretário Municipal 
Subsecretário/Diretor 
Vossa Senhoria Senhor (cargo) 
Ao Senhor (nome) 
(cargo) 
JuizVossa Excelência Senhor (cargo) 
A Sua Excelência o 
Senhor (cargo) 
Reitor de Universidade 
Vossa Magnificência ou 
Magnífico 
Reitor 
Excelentíssimo Senhor 
Reitor 
A Sua Excelência o Senhor 
(nome) Magnífico Reitor 
da Universidade 
Chefe de Gabinete, 
Departamento, Divisão 
Vossa 
Senhoria 
Senhor (cargo) 
 
Ao Senhor (nome) 
(cargo) 
Diretor 
Vossa 
Senhoria 
Senhor (cargo) 
 
Ao Senhor (nome) 
(cargo) 
Presidente 
Associação/Conselho/ 
Fundação 
Vossa Senhoria Senhor (cargo) 
Ao Senhor (nome) 
(cargo) 
Superintendente 
Vossa 
Senhoria 
Senhor (cargo) 
Ao Senhor (nome) 
(cargo) 
Demais autoridades 
oficiais 
e particulares 
Vossa 
Senhoria 
Senhor (cargo) 
Ao Senhor (nome) 
(cargo) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
16 
 
2. REDAÇÃO OFICIAL 
 
A redação oficial é um instrumento fundamental para padronizar a comunicação e os atos normativos 
emanados do Poder Público, bem como determinar a maneira pela qual devem ser redigidos. 
Na redação oficial é sempre a Administração Pública quem comunica algum assunto relativo às 
atribuições do órgão ou entidade comunicante e o destinatário é o público, o conjunto de cidadãos ou 
outro órgão da entidade pública. 
A redação oficial deve ser transparente, clara, simples e impessoal, possibilitando imediata 
compreensão pelo leitor. Além disso, o uso de papéis uniformes e a correta diagramação são 
indispensáveis para a padronização das comunicações oficiais. O texto deve ser conciso, transmitindo o 
máximo de informações com o mínimo de palavras. 
O texto também necessita de coerência, seus argumentos não podem se contradizer e o que está escrito 
não deve fugir ao tema tratado. 
Segundo o Manual de Redação da Presidência da República (2002, p. 4) 
“a redação oficial não é, portanto, necessariamente árida e infensa à 
evolução da língua. É que sua finalidade básica – comunicar com 
impessoalidade e máxima clareza – impõe certos parâmetros ao uso que se 
faz da língua, de maneira diversa daquela da literatura, do texto 
jornalístico, da correspondência particular, etc.” 
 
2.1 PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DA REDAÇÃO OFICIAL 
 
 
 
 
 
17 
 
2.1.1 LINGUAGEM CULTA 
A linguagem culta deve ser, em princípio, de entendimento geral, sem o uso de vocábulos de circulação 
restrita, como a gíria e o jargão. Além de obedecer às regras gramaticais e empregar um vocabulário 
adequado, comum ao conjunto de usuários do idioma, precisa ter caráter impessoal, transmitindo 
informações com o máximo de clareza, dando unidade e uniformidade à comunicação, através de 
diferentes mecanismos. 
 
2.1.2 PADRONIZAÇÃO E FORMALIDADE 
As comunicações oficiais devem ser elaboradas de maneira formal, obedecendo-se às regras gramaticais 
e utilizando-se um padrão adequado nas formas de tratamento, que possibilitem a uniformidade dos 
textos. Também, é indispensável o uso de papeis padronizados e a correta diagramação do texto 
definitivo. 
 
2.1.3 IMPESSOALIDADE 
Na redação oficial o tratamento deve ser impessoal, ausente de impressões individuais de quem 
comunica, evitando-se a duplicidade de interpretações e se atendo exclusivamente ao assunto relativo 
às competências do órgão de onde parte a comunicação. 
 
2.1.4 CLAREZA 
Em todo texto oficial a clareza é a qualidade básica que possibilita imediata compreensão pelo leitor. Ela 
implica tanto a coesão textual, ou seja, o encadeamento das ideias utilizando-se conjunções, pronomes, 
sinais de pontuação e referências para que o texto siga um fluxo e a leitura seja leve, como também a 
coerência, desde que os argumentos não se contradigam e o que está escrito se refira somente ao tema 
tratado. 
Basicamente, um documento para ser escrito de forma clara deverá obedecer aos seguintes pré-
requisitos: 
a) abertura: frase direta sobre o assunto, de forma que o leitor, após ler o primeiro parágrafo, tenha o 
conhecimento do conteúdo. 
b) estrutura: desenvolve a abertura e traz os detalhes necessários, disponibilizados pela ordem de 
importância, interesse ou urgência. 
 
18 
 
c) encaminhamento: a aparência do documento é de fundamental importância na exposição de uma 
mensagem. Portanto, devem-se usar parágrafos e frases curtas com uma única ideia central, verbos na 
voz ativa e palavras de uso corrente. 
 
2.1.5 CONCISÃO 
Um texto conciso transmite o máximo de informações com o mínimo de palavras. Para tanto, é 
necessário conhecer o assunto sobre o qual se escreve, eliminando palavras inúteis, redundâncias e 
passagens que nada acrescentem ao que foi escrito. Também é preciso evitar detalhes que não fazem 
diferença, como o uso de palavras difíceis que a maioria desconhece ou palavras e termos que já caíram 
em desuso. 
 
2.1.6 USO CORRETO DE PALAVRAS, PRONOMES E FECHOS 
Articular a linguagem de modo que haja perfeito entendimento do texto, sem inversão da ordem nas 
frases, neologismos e palavras de sentido ambíguo, empregando-se cuidadosamente os adjetivos e 
evitando-se exageros. 
Uniformidade do tempo verbal, especialmente nos textos de normas legais, dando-se preferência ao 
presente ou futuro do presente simples do modo indicativo. 
Uso dos recursos de pontuação e das regras gramaticais e ortográficas de forma correta e sensata, 
evitando os abusos de caráter estilístico. 
Disciplina no uso de expressões e fórmulas, desaconselhando-se a utilização de alguns fechos prolixos 
tais como: 
 Para os devidos fins 
 De ordem superior 
 Chamo a atenção de V. Sª. 
 Reporto-me ao seu ofício em referência 
 O assunto em epígrafe. 
 
2.1.7 COMO GARANTIR A QUALIDADE DO TEXTO 
Após concluir a redação, é importante responder às questões abaixo, destinadas a avaliar se ela contém 
as características citadas anteriormente (texto adaptado do Prontuário de Redação Oficial, de João Luiz 
Ney): 
 
 
19 
 
a) Está completo? 
b) Dá todas as informações necessárias? 
c) Responde a todas as indagações que se possam fazer? 
d) Contém apenas o essencial? 
e) Utiliza somente as palavras e frases indispensáveis? 
f) Está em linguagem correta? 
g) Traduz o pensamento com exatidão e simplicidade? 
h) Está estruturado com clareza? 
i) Está numa linguagem apropriada? 
j) Usa-se o tratamento adequado? 
k) Cada parágrafo contém apenas uma ideia central? 
l) As ideias estão em boa sequência e bem concatenadas? 
m) A informação é precisa? 
 
 
2.2 COMUNICAÇÃO ADMINISTRATIVA E CORRESPONDÊNCIA OFICIAL 
 
 
 
 
A comunicação administrativa está ligada aos conteúdos relativos à Administração, atendendo a 
estrutura técnica-normativa e disciplinando comportamentos através da padronização dos documentos. 
Para que ela ocorra, existem vários tipos de correspondências, em seus aspectos formais. A 
correspondência oficial faz parte da comunicação administrativa. Alguns dos documentos mais 
utilizados nesta Prefeitura são: Memorando, Ofício, Circular, Despacho, Parecer, Cota e Requerimento. 
Além desses, o Município elabora Leis, Leis Complementares, Decretos, Portarias e Ordens de Serviço, 
que também possuem uma padronização. 
 
 
20 
 
2.2.1 RECOMENDAÇÕES BÁSICAS 
Na preparação de um documento oficial, algumas recomendações devem ser respeitadas. São elas: 
 
REDAÇÃO 
Deve ser elaborada de forma clara, restrita ao assunto, com expressões simples, obedecendo às 
características da redação oficial (padrão culto de linguagem, formalidade e padronização, 
impessoalidade, clareza e concisão). 
 
PRONOMES DE TRATAMENTO 
Representam a forma de tratar as pessoas com quem se fala ou a quem se dirige a comunicação. 
Deve-se considerar não apenas a área de atuação da autoridade (universitária, judiciária, religiosa, 
etc.), mas também a posição hierárquica do cargo que ocupa. 
O vocativo é a identificação do destinatário pelo cargo que ocupa. 
 
 
a) Recomenda-se que a medida do papel a ser utilizado nos modelos constantes deste manual seja A4 
(210 x 297mm) ou tamanho ofício(216 x 340mm) tendo em vista a diversidade de tipos de impressoras 
em uso nesta Prefeitura. 
b) As fontes utilizadas devem ser Times New Roman ou Arial tamanho 12 para o texto 
em geral; 11 em citações e 10 nas notas de rodapé. Para símbolos não existentes nas fontes citadas, 
pode-se utilizar as fontes Symbol e Wingdings. 
c) A impressão dos documentos deve ser na cor preta, usando-se a impressão colorida apenas para 
gráficos e ilustrações. 
 
21 
 
d) Os documentos do tipo ofício, memorando, circular, etc., de modo geral, devem ser impressos em 
uma única face do papel. 
e) O espaçamento é simples entre as linhas e com uma linha em branco entre os 
parágrafos; (exceto no requerimento, onde o espaçamento deve ser de 1,5cm). 
f) A margem lateral esquerda deve ter 3cm de largura e a margem lateral direita deve ter 1,5cm. A 
margem superior 3,5cm e a inferior deve ter 1,5cm, conforme modelos. 
g) O início de cada parágrafo do texto, deve ter 2,5cm a partir da margem (totalizando 5,5cm). 
h) Não deve haver abuso no uso de negrito, itálico, sublinhado, letras maiúsculas, sombreado, sombra, 
relevo, bordas ou qualquer outra forma de formatação que afete a elegância e a sobriedade do 
documento. 
i) Quando se tratar de papel para informação incorporado a algum processo, a informação, impressa ou 
manuscrita com letra legível, deverá ser feita na frente e no verso da folha, utilizando-se todos os 
espaços existentes, sempre que possível, observando-se o princípio da economicidade. 
j) Nos papéis para informação ou papéis internos diversos que não estiverem apensados a nenhum 
processo, a informação poderá ser feita no verso destes, em até duas colunas. 
k) Todos os documentos elaborados devem ter uma cópia em arquivo para consulta. 
l) Casos omissos e documentos específicos de uma determinada área como convênios, contratos, 
editais e outros não contemplados neste manual também deverão seguir os padrões aqui estabelecidos. 
 
2.2.2 ELEMENTOS DA ESTRUTURA BÁSICA DOS DOCUMENTOS: 
Cabeçalho - Quando se tratar de Ofício, deve-se utilizar papel timbrado contendo o brasão da cidade e o 
nome da Prefeitura ou Câmara Municipal. 
a) Data - Com alinhamento à direita, grafando o nome do mês em letra minúscula e por extenso, 
conforme exemplo abaixo: 
Em XX de janeiro de 20XX. 
(Não precisa registrar o nome da cidade por se tratar de redundância) 
b) Tipo, número e ano do documento e iniciais da unidade expedidora 
Exemplos: 
MEMORANDO nº 137/2015/SEAD-7323 OFÍCIO nº 3/2015/SEAD-7 
c) Vocativo - Destinatário alinhado à esquerda 
Encabeça a folha e é feito mediante a indicação do título do cargo da autoridade a quem se dirige o 
requerimento e deve ser feito por extenso, em letras iniciais maiúsculas. 
 
22 
 
Ex.: Senhor Secretário, (com vírgula e não dois pontos). 
d) Texto - Desenvolvimento do assunto, contendo introdução, desenvolvimento e conclusão. 
Obs.: Quando se tratar de mero encaminhamento de documentos esta estrutura é dispensada. Informar 
apenas o motivo da comunicação relacionando detalhadamente os documentos enviados e a razão pela 
qual estão sendo encaminhados. 
e) Fecho - O texto deverá ser finalizado de maneira formal e simples. 
Exemplos: Respeitosamente - para autoridade superior. Atenciosamente – autoridade do mesmo nível 
ou hierarquicamente inferior. 
f) Assinatura - Nome e cargo do autor da comunicação. 
g) Iniciais - Se o Memorando, a Circular e o Ofício não forem redigidos/digitados pela mesma pessoa que 
irá assinar, deverá conter no canto inferior esquerdo (fonte 10) as iniciais de quem está assinando 
(maiúsculas) e de quem o digitou (minúsculas), utilizando a pontuação parênteses. Ex.: (ABC/xyz) - (vide 
modelos) 
 
 
2.3 DOCUMENTOS ADMINISTRATIVOS DIVERSOS 
 
PROCESSO 
Unidade documental que tramita no âmbito da Administração e que contém pareceres, anexos, 
despachos e demais informações que contemplam o objeto inicial, ou seja, a proposição que deu origem 
ao documento, formando um conjunto materialmente indivisível, com vistas à obtenção de uma decisão 
final. 
Em todo processo, ao se anexar folhas diversificadas, se faz indispensável numerá- las através de 
carimbo próprio no canto superior direito, devendo constar, também, o número do processo, do ano e a 
assinatura de quem a inseriu. 
Antes de juntar algum documento é obrigatório eliminar quaisquer possibilidades de inserções de textos 
estranhos, através de um traço totalmente na diagonal, informando, ainda, no verso da folha anterior 
ao início da juntada dos novos papéis, quantos documentos estão sendo anexados. 
Para enviar o processo, é indispensável a tramitação correta, via Intranet <serviços on-line> - protocolo, 
utilizando o login e senha de quem está enviando e inserindo no campo próprio a sigla do destinatário. É 
importante que este receba o processo no sistema no momento da entrega. 
 
 
23 
 
INFORMAÇÃO/COTA 
É o meio pelo qual o servidor se manifesta acerca de um assunto a ele posto para apreciação. 
Normalmente, na informação, o servidor presta esclarecimentos quanto às rotinas necessárias para o 
andamento eficiente da documentação sob análise ou, ainda, esclarece pontos necessários para a 
tomada de decisão do gestor. 
A cota consiste em observações e comentários curtos, que resolvem parcialmente questões 
apresentadas em informações anteriores. É emitida ao se elaborarem minutas ou quando se torna 
necessário acrescentar pormenores ou explicações. Utilizada também para devolver ou encaminhar 
processos (tramitação do documento), devendo seguir a mesma forma de diagramação do padrão 
ofício. 
 
OFÍCIO 
Objetiva uma comunicação, geralmente sobre assuntos de serviço, entre os diferentes órgãos da 
Administração Pública ou entre a Administração Pública e particulares. 
Como sua finalidade é o tratamento de assuntos oficiais, é usado quase que exclusivamente para 
comunicações externas. 
Constam do ofício os seguintes elementos: cabeçalho, número de ordem, data, destinatário, vocativo, 
texto e assinatura. No nosso caso específico, também deve ser informado o nome da Secretaria, logo 
após o cabeçalho. (Anexo V) 
 
MEMORANDO 
Documento que estabelece a comunicação interna dos órgãos do Serviço Público, que podem estar 
hierarquicamente em mesmo nível ou em nível diferente. É utilizado para comunicações simples e 
breves, de maneira clara e direta, sem muitas formalidades. 
Componentes: cabeçalho, número de ordem, data, destinatário, assunto, texto, fecho e assinatura. 
 
CIRCULAR 
Usada quando um mesmo assunto deve ser transmitido concomitantemente para vários destinatários. 
Na circular todas as vias funcionam como se fosse a via original, tendo idêntica numeração e igual teor, 
embora expedidas a diferentes pessoas, órgãos ou entidades. 
 
 
 
24 
 
CERTIDÃO 
Declaração feita por escrito, objetivando comprovar ato ou registro constante de processo, livro ou 
documento que se encontre em órgãos públicos. Podem ser de inteiro teor - transcrição integral, ou 
resumidas, desde que exprimam fielmente o conteúdo do original. 
 
ATESTADO 
Documento firmado por servidor em razão do cargo que ocupa, ou função que exerce, declarando um 
fato existente, do qual tem conhecimento, a favor de uma pessoa. 
Componentes: título, texto constando de um parágrafo, indicando a quem se refere, local e data por 
extenso e assinatura, nome e cargo de quem expedir o Atestado. 
 
REQUERIMENTO 
Documento através do qual o interessado solicita a uma autoridade da Administração Pública algo a que 
se julga com direito, ou para se defender de ato que o prejudique. Pode ser requerido tanto pelo 
particular como pelo próprio servidor público. Quando se tratar de requerimentos rotineiros, como 
pedidos de licenças, de férias, etc., utiliza-se um modelo padrão. 
 
DECLARAÇÃO 
É um documento de manifestação administrativa, informando a existência ou não de um direito ou de 
um fato. 
 
PARECERÉ o pronunciamento por escrito de uma opinião técnica a respeito de um tema ou ato realizado, 
contendo apontamentos de soluções favoráveis ou desfavoráveis objetivando um despacho decisório de 
procedimento jurídico, oficial ou particular sobre algum assunto. 
 
E-MAIL 
O correio eletrônico, por seu baixo custo, rapidez e flexibilidade, é cada vez mais utilizado pelas 
instituições que buscam comunicar-se com menos burocracia. Sua estrutura deve ser elaborada de 
maneira adequada, proporcionando legibilidade e impacto ao texto. Não possui uma forma rígida, mas 
deve ter a linguagem compatível com uma comunicação oficial. 
Regras para se escrever corretamente um correio eletrônico (e-mail) corporativo: 
 
25 
 
a) Preencher o campo assunto do formulário de correio eletrônico de modo a facilitar a organização 
documental tanto do destinatário quanto do remetente. 
b) A mensagem que encaminha algum arquivo deve trazer informações mínimas sobre seu conteúdo. 
c) Avisar sempre no corpo do e-mail o envio de documentos anexados. 
d) Quando disponível, utilizar o recurso de confirmação de leitura. Caso não possua, fazer constar da 
mensagem pedido de confirmação de recebimento. 
e) Lembrar que e-mail é um documento, por isso, tudo que for redigido fica registrado e pode ser usado 
a favor ou contra a pessoa que redigir o texto. 
f) Ao começar, escrever o assunto de forma clara, objetiva e concisa. 
g) Não escrever palavras em caixa alta, pois essa formatação pode dar a impressão de que o emissor 
está “gritando”. Para destacar alguma ideia, usar negrito, cor de destaque, sublinhado, mas apenas 
quando necessário. 
h) Escrever sempre a saudação inicial e final, com a formalidade adequada. “Senhor, Senhores, 
Senhora”, “Atenciosamente", são maneiras bem formais de iniciar e terminar um e-mail. Os termos 
“Prezado” e “Senhorita” estão em desuso. 
i) Deixar claro o objetivo da mensagem e escrever uma frase final para retomá-lo. Por exemplo, se 
solicitar uma ação ou informação, encerrar o e-mail com a frase “aguardo seu retorno”; se informou 
algo, finalizar com “qualquer dúvida, estou à disposição”. 
j) Sempre usar sua assinatura do e-mail, constando nome, empresa, cargo e telefone para contato. 
 
ATA 
Documento que apresenta, resumidamente, todas as ocorrências e assuntos tratados numa reunião, 
assembleia ou convenção. Não pode ter rasuras, entrelinhas ou parágrafos e sua linguagem deve ser 
clara, concisa e objetiva. 
Algumas regras para elaboração de uma ata: 
a) Deve ser lavrada em livro próprio ou em folhas soltas, as quais deverão ser arquivadas em pasta 
destinada a este fim. Todas as folhas deverão ser rubricadas por todos os presentes. 
b) O texto poderá ser manuscrito, digitado ou datilografado, devendo seguir uma sequência, sem 
espaços em branco. Se isto ocorrer preencher com um traço ( ______________________________). 
c) Não pode conter abreviaturas e os números devem ser grafados em numerais e por extenso. 
d) A redação deve ser feita por um(a) secretário(a) efetivo(a) e, na sua falta, por um(a) secretário (a) 
nomeado (a) especificamente para a ocasião. 
 
26 
 
e) Em caso de erro não rasurar e usar uma expressão corretiva que pode ser: isto é, ou seja, melhor 
dizendo, etc. 
f) Fazem parte da ata os seguintes elementos: título, data, local, relação dos presentes, contendo, 
ainda, identificação e cargo, teor, fecho e assinaturas. 
 
FAX 
Forma abreviada de fac-símile, usado na transmissão, por telefone, de mensagens ou para envio 
antecipado de documentos urgentes. 
 
RELATÓRIO 
É um relato de ocorrências e fatos averiguados que servirá para análise e tomada de decisões pelo 
gestor. A linguagem precisa ser objetiva e clara, visando sempre fornecer informações ou pormenores 
que sirvam de subsídios ao solicitante do trabalho. 
Não deve conter opiniões pessoais, salvo se for solicitado. Neste caso, registrar no relatório: conforme 
pedido verbal ou escrito manifestamos nossa opinião quanto ......... 
Usar sempre que possível termos que tornem impessoal a linguagem do relatório: 
segundo consta, conforme informações, há indícios, parece-nos, observamos, etc. 
O relatório deve ter introdução, desenvolvimento e final, após o que, deverá constar localidade, data, 
nome e assinatura do relator. 
 
 
 
27 
 
 
3. REDAÇÃO LEGISLATIVA 
 
 
LEI 
A lei é um preceito, um princípio que estabelece normas, visando controlar as ações e comportamentos 
dos indivíduos, de acordo com os princípios daquela sociedade. No âmbito municipal, as leis são 
elaboradas pelo Poder Executivo ou pelo Poder Legislativo, a quem cabe a sua promulgação. Elas não 
podem contradizer a Lei maior que é nossa Constituição Federal. 
 
LEI COMPLEMENTAR 
Tem como objetivo integrar a uma lei já existente. Ela explica ou adiciona algo à Lei que a antecede. 
 
DECRETO 
Segundo Hely Lopes Meirelles em seu Direito Administrativo Brasileiro, " decretos, em sentido próprio e 
restrito, são atos administrativos da competência exclusiva dos chefes do Executivo, destinados a prover 
situações gerais ou individuais, abstratamente previstas de modo expresso, explícito ou implícito pela 
legislação." É usado para fazer nomeações e regulamentações de leis, entre outras coisas. 
 
PORTARIA 
Ato pelo qual a autoridade pública determina providências de caráter administrativo, visando 
estabelecer normas de serviço e procedimentos, bem como definir situações funcionais e medidas de 
ordem disciplinar. Através da portaria a autoridade expede instruções sobre a organização, 
recomendações de caráter geral, nomeações, demissões, punições ou qualquer outra determinação de 
sua competência. 
 
 
 
 
 
28 
 
3.1 ESTRUTURA BÁSICA DE UM TEXTO LEGAL 
 
A elaboração de um texto legal exige certas regras adotadas nas técnicas legislativas, que devem ser 
seguidas, padronizando e organizando o texto. A seguir apresentaremos a diferenciação de artigos, 
parágrafos, incisos e alíneas. 
 
ARTIGO 
É a unidade básica da lei, ordenado em tópico para facilitar a interpretação e a localização de alguma 
informação, não sendo repetido. É representado pela abreviatura "art.", seguido de numerais ordinais 
até o 9º e após, por números cardinais. Ao dispositivo inicial, que contém a ideia central do artigo, dá-se 
o nome de "Caput" (cabe a). 
PARÁGRAFOS 
São usados para expandir, restringir ou detalhar a ideia enunciada no caput do artigo. Quando um artigo 
possui apenas um parágrafo, ele é identificado grafando-se por extenso parágrafo único. Quando possui 
mais, utiliza-se a numeração ordinal com o símbolo §, antes do número, do 1º até o 9º e os demais 
seguem a numeração cardinal. Todo parágrafo deve ser vinculado a determinado artigo. 
INCISOS 
São usados para exprimir enumerações relacionadas ao caput do artigo ou ao parágrafo e consistem no 
desdobramento destes. São representados por algarismos romanos e são encerrados, geralmente, por 
ponto e vírgula, salvo se for o último inciso do artigo ou parágrafo ou se o inciso se desdobrar em 
alíneas. 
ALÍNEAS 
Compreendem o desdobramento dos incisos ou dos parágrafos. São representadas por letras 
minúsculas, acompanhadas de parênteses. 
ITENS 
São desdobramentos da alínea, representados por algarismos arábicos seguidos de ponto Final. 
 
 
 
29 
 
 
3.2 CRITÉRIOS DE SISTEMATIZAÇÃO 
Embora o legislador disponha de margem para eleger os critérios de sistematização da Lei, não podem 
existir dúvidas de que esses critérios devem guardar adequação com a matéria regulada. Algumas regras 
básicas podem ser enunciadas: 
a) matérias que guardem afinidade objetiva devem ser tratadas em um mesmo contexto; 
b) os procedimentos devem ser disciplinados segundo uma ordem cronológica; 
c) a sistemática da Lei deve ser concebida de modo a permitir que ela forneça resposta à questão 
jurídica a ser disciplinada e não a qualquer outra indagação; 
d) deve-se guardar fidelidade básicacom o sistema escolhido, evitando a constante mistura de critérios; 
e) institutos diversos devem ser tratados separadamente. 
 
3.3 PROJETO DE LEI 
Ao elaborar um Projeto de Lei, devem ser observados todos os itens referentes a estrutura da Lei. 
A fonte a ser utilizada na redação do texto do Projeto de Lei é do tipo Courier New. 
Partes: 
a) timbre: centralizado na margem superior; 
b) epígrafe: PROJETO DE LEI (em letras maiúsculas e centralizadas sobre o texto); 
c) ementa: é a parte do ato que sintetiza o conteúdo da Lei, a fim de permitir, de modo imediato, o 
conhecimento da matéria legislada; 
d) texto ou corpo: contém a matéria legislada (títulos, capítulos, seções, artigos, etc); 
e) vigência: dispõe sobre o prazo para entrar em vigor; 
f) revogação: é específica, tem a finalidade de marcar o encerramento do texto legislativo, remete com 
precisão aos dispositivos revogados. Assim, atualmente é incorreto o uso de cláusula revogatória do tipo 
“Revogam-se as disposições em contrário”; 
g) local e data: xxxxxxxxxx, em _____ de _____________ de __________; 
h) nome e cargo da autoridade competente. 
O Projeto de Lei deve ser encaminhado à Câmara Municipal juntamente com a Mensagem. 
 
 
 
 
 
 
30 
 
Modelo de Projeto de Lei 
 
 
 
3.4 LEI 
A Lei somente é publicada após aprovação do Projeto de Lei pela Câmara Municipal e sancionada pelo 
Prefeito. 
Na Lei devem ser alteradas e incluídas as seguintes partes em relação ao Projeto de Lei: 
a) epígrafe: LEI Nº XXXXX (em letras maiúsculas e centralizadas sobre o texto); 
b) preâmbulo: contém a declaração do nome do cargo da autoridade em que se acha investida e da 
atribuição em que se funda para sancionar a Lei. 
Ex.: “O Prefeito Municipal de Curitiba, Capital do Estado do Paraná, faço saber que a Câmara Municipal 
aprovou e eu sanciono, na forma do Art. 113, inciso III da Lei Orgânica do Município de Curitiba, a 
seguinte Lei:” 
 
31 
 
c) local e data: Curitiba, em ____ de ___________ de ______; 
d) nome, cargo e assinatura da autoridade competente; 
e) citar no final da Lei o nº do processo de referência. 
 
MODELO DE LEI 
 
 
 
32 
 
3.5 ALTERAÇÃO E/OU REVOGAÇÃO 
Considera-se alteração, qualquer modificação a ser processada, em atos oficiais, que destacamos: 
Portarias, Resoluções, Decretos e Leis; devendo ser observados os seguintes critérios: 
a) reprodução integral em novo texto, quando se tratar de alteração considerável; 
b) por meio de substituição, no próprio texto, do dispositivo alterado, ou acréscimo de dispositivo novo, 
observando as regras: 
 Não poderá ser alterada a numeração dos seus dispositivos; 
 Caso necessário o acréscimo de dispositivos ao texto, serão conservados estes a forma do inciso 
anterior, seguidos de letras maiúsculas; 
 É vedado o aproveitamento de número de dispositivo revogado; 
 É admissível a reordenação interna das unidades em que desdobra o artigo, identificando-se o artigo 
assim modificado por alteração de redação, supressão ou acréscimo com as letras “NR” maiúsculas, 
entre parênteses, uma única vez ao seu final. 
 
MODELO 
 
 
33 
 
As alterações de Portarias e Resoluções deverão ser efetuadas pelos Secretários e Presidentes dos 
Conselhos, respectivamente. 
Os Decretos serão alterados pelo Chefe do Poder Executivo. 
As alterações das Leis serão propostas pelo Chefe do Poder Executivo, através de Projeto de Lei, que 
será avaliado pelo Poder Legislativo, processando os mesmos trâmites que uma Lei comum. 
 
3.6 SITUAÇÕES A SEREM EVITADAS 
 
a) Redundância ou excesso de palavras, explicando várias vezes uma ideia. 
Ex.: Vimos por intermédio do presente comunicar a Vossa Senhoria... 
Sintetize: Comunicamos a Vossa Senhoria ......... 
b) Uso de detalhes que não fazem a diferença. 
Ex.: Em mãos seu prestigioso ofício datado de 30 de setembro de 2015 e por nós recebido em ........ 
Melhor escrever: Recebemos seu ofício de 30 de setembro....... 
c) Palavras desconhecidas da maioria das pessoas ou que caíram em desuso. 
Ex.: delongas, doravante, alcaide. 
d) Inversão da ordem das frases. 
Ex.:O termo de posse dos novos servidores foi assinado pelo Secretário. 
Prefira a ordem direta e a voz ativa (sujeito - verbo - complementos): O Secretário assinou o termo de 
posse dos novos servidores. 
e) Ambiguidade, dando à frase mais de um sentido. 
Ex.: O Secretário comunicou ao seu Chefe de Gabinete que ele tiraria férias. (quem irá tirar férias? o 
Secretário ou o Chefe de Gabinete?) 
Eis as duas formas corretas: 
O Secretário comunicou as férias dele ao Chefe de Gabinete. 
O Secretário comunicou ao Chefe de Gabinete as férias deste. 
f) Uso do verbo no gerúndio com o verbo auxiliar para indicar ações futuras. 
Ex.: Vou estar encaminhando o ofício para o Departamento de Pessoal que vai estar recebendo e estará 
enviando para o Gabinete do Secretário que vai estar assinando. 
Uma das formas correta será: O ofício será encaminhado para o Departamento de Pessoal que, após o 
recebimento, o enviará ao Gabinete do Secretário para assinatura. 
g) Frases muito longas, com excesso de pontuação. 
h) Introdução extremamente longa 
 
34 
 
Ex.: A par de nossos cordiais cumprimentos, vimos por intermédio deste levar ao conhecimento dessa 
conceituada entidade de ensino .... 
i) Frases fragmentadas 
Ex.:Informamos que os materiais solicitados foram enviados ontem. A entrega ficou a cargo da empresa 
Transportes S/A. A entrega deverá chegar ao destino por volta das 13 horas. Fica mais claro escrito 
assim: Informamos que os materiais solicitados foram enviados ontem pela empresa Transportes S/A., 
devendo chegar ao destino por volta das 13 horas. 
j) Erros de concordância 
Durante o evento foi assinado vários convênios. 
Durante o evento foram assinados vários convênios. (forma correta) 
k) Novas ideias no mesmo parágrafo Comunicamos que o servidor Fulano de Tal encontra-se em licença 
médica prolongada desde o ano passado e que a compra dos materiais para escritório será feita na 
próxima semana. 
l) Termos técnicos específicos de uma área de atuação inseridos no texto sem qualquer explicação. 
 
3.7 USO CORRETO DAS PALAVRAS 
 
PALAVRAS MAIÚSCULAS E MINÚSCULAS 
 
MAIÚSCULAS MINÚSCULAS 
 No início de frases 
 Parágrafos e palavras que vêm depois do ponto 
final 
 Nomes próprios 
 Altos cargos (Presidente da República) 
 Expressões de Tratamento 
 Vocativos 
 Nomes de leis/decretos 
 Nomes de instituições, empresas (Palácio das 
Artes, Fundação Casa) 
 Nome de festividade ou comemoração cívica 
(Natal, Sete de Setembro) 
 Nome de período e de episódio histórico 
(Ditadura Militar, Monarquia) 
 Pontos cardeais quando designam regiões 
(Região Sudeste) 
 Corpos celestes, vias e lugares públicos (Marte, 
Praça da Árvore) 
 Meses 
 Dias da semana 
 Estações do ano 
 Pontos cardeais 
 Na palavra governo 
 Gentílicos (franceses, paulistas, brasileiros) 
 Cargos e títulos nobiliárquicos (rei, dom) 
dignitários (comendador, cavaleiro) 
 Expressões de tratamento correntes (você, 
senhor) culturais (reitor, bacharel) profissionais 
(ministro, médico, general, presidente, diretor) 
eclesiásticos (papa, pastor, freira) 
 Palavras depois de dois pontos quando não for 
citação direta 
 
35 
 
 
FORMAS DE TRATAMENTO 
 Os pronomes de tratamento referem-se à pessoa com quem se fala (segunda pessoa), porém, a 
concordância gramatical é feita com a terceira pessoa.
 Quando se fala da pessoa, utiliza-se "Sua". Ex.: Sua Excelência, o Senhor Governador, ficou de enviar 
hoje a cópia do discurso. Sua Excelência, o Senhor Prefeito, aprovou o Manual de Redação.
 Embora os pronomes de tratamento sejam aparentemente femininos, usam-se adjetivos e 
particípios concordantes com o sexo da pessoa a quem nos dirigimos: Ex.: Vossa Excelência está 
disposto a conceder a liminar (homem). Vossa Excelência está resolvidaa autorizar o ponto facultativo 
(mulher).
 Não abreviar os pronomes de tratamento em correspondências dirigidas às principais autoridades.
 Jamais usar crase antes dos pronomes de tratamento.
 Quando quem assina representa o órgão em que exerce suas funções, costuma-se usar a primeira 
pessoa do plural: Ex.: Convidamos Vossa Senhoria para... / Encaminhamos a Vossa Excelência... / 
Comunicamos a Vossa Excelência...
 Quando a responsabilidade é exclusiva de quem assina o documento, usa-se a primeira pessoa do 
singular. Ex.: Atesto, Certifico que...
 
SIGLAS 
Ao utilizar siglas deve-se colocar o significado por extenso e a sigla entre parênteses apenas na primeira 
vez em que ela for citada. A partir daí, utilizar somente a sigla. 
Usar só maiúsculas se cada letra corresponder a uma palavra e seja composta por, no máximo, quatro 
letras, seja a sigla pronunciável ou não: Ex.: ABI - Associação Brasileira de Imprensa; CBF - Confederação 
Brasileira de Futebol. 
Se a sigla tiver mais de quatro letras somente a primeira letra será maiúscula: Ex.: Usiminas - Usinas 
Siderúrgicas de Minas Gerais S.A; Petrobras - Petróleo Brasileiro S/A.Nunca se deve usar ponto entre as 
siglas: Ex.: IBGE. 
Para o plural acrescenta-se 's' jamais usando-se apóstrofo: Ex.: ONGs. 
 
 
 
 
 
 
36 
 
4. COMUNICAÇÃO PÚBLICA ESTRATÉGICA 
 
Esse tema tem como principal objetivo refletir 
sobre o conceito de comunicação e o processo 
de comunicação nas organizações, 
principalmente no contexto do setor público. 
A palavra Comunicação significa trocar, 
compartilhar, ou seja compartilhar uma espécie 
de conexão entre as pessoas, que envolve a 
troca de informações entre dois ou mais 
interlocutores. Tem sua origem do latim 
(communicationis, que significa “ação de 
participar”). 
 
Tanto a comunicação como a comunicação interpessoal nasceram com a própria humanidade, desde os 
primórdios quando os homens se agrupavam com qualquer objetivo. 
Com o passar do tempo, a comunicação vem se desenvolvendo e se alterando como um processo 
contínuo, considerando que os canais para a transmissão dos conteúdos ou mensagens se multiplicam a 
cada dia. A comunicação não possui um princípio e um fim totalmente definidos uma vez que os atos 
comunicativos são parcialmente indetermináveis e infinitos e ainda implicam em uma interação social, 
portanto podemos falar que existem formas de comunicação entre as pessoas: 
1) Comunicação Intrapessoal – é a comunicação que fazemos com nós mesmos, por meio de 
mecanismos conscientes (pensamentos, planos...) ou inconscientes (sonhos). Diz respeito ao nível 
básico de comunicação humana e se refere ao processo interno de pensamento. 
É produzida para dar sentido a nossa própria existência; para 
refletir sobre os outros, o mundo e elas mesmas, normalmente 
em ordem a aperfeiçoar o seu papel social nas interações que 
estabelecem com os outros, nos relacionamentos, nas 
comunidades e na sociedade de que fazem parte. 
Ocorre sempre em um contexto ou plano articulado no sistema 
psicológico do indivíduo. Por exemplo, frases introspectivas e 
formas de pensamentos automáticos; 
 
37 
 
2) Comunicação Interpessoal – é aquela que se produz entre dois indivíduos dentro de um mesmo 
grupo ou entre pequenos grupos informais de indivíduos. Se estabelece entre duas ou mais pessoas e 
consiste na externalização de pensamentos, o que permite o desenvolvimento das relações humanas. 
 
Por exemplo, telefonar ou enviar um e-mail, este tipo de 
comunicação é interpessoal direta com componentes não 
verbais (gestos, posição do corpo, expressões faciais, etc), 
porém é tão importante quanto a comunicação verbal 
(palavras em si). 
Esse tipo de interação interfere direta, imediata e 
processualmente no ato comunicativo interpessoal direto, por 
meio das percepções, distâncias, entonação, entre outros, 
pois adaptam-se às diferentes situações comunicacionais interpessoais que encontramos 
quotidianamente; 
3) Comunicação Grupal – geralmente é realizada em grupos “formais”, não dos grupos maiores como de 
grandes organizações, mas de grupos menores, como as famílias, grupos de amigos ou pequenas 
associações que se formam de várias maneiras. Por exemplo, a família, que forma-se com base em 
relações de consanguinidade, parentesco ou similares. Grupo de amigos, formam-se por afinidades; 
 
4) Comunicação Social – é a referida aos meios organizados de comunicação aberta, à distância e em 
curto espaço de tempo, em grande escala e que é usada para benefício de um anônimo e heterogêneo 
número de receptores de forma simultânea. 
 
 
38 
 
As interações e feedbacks do receptor para o emissor são menores nesse tipo de comunicação. Os 
primeiros meios de comunicação, o jornal, revistas, cinema e rádio, foram desenvolvidos de forma 
rápida, de maneira que alcançaram formatos que ainda são amplamente reconhecidos, assim como a 
aparição da televisão no início do século XX. 
Este tipo de comunicação, no sentido de comunicação orientada para um público massivo, mas 
heterogêneo, está, usualmente associada ao jornalismo, à indústria de entretenimento, à publicidade e 
a propaganda, assim como as relações-públicas 
5) Comunicação Organizacional – é a comunicação desenvolvida em organizações, como as empresas e 
destas para o exterior. 
Está relacionada com algumas funções 
administrativas das organizações 
(planejamento, organização, direção e 
controle), pois estabelece as relações 
para a compreensão das pessoas para 
que possam interagir com outros 
grupos organizados. 
 
Esse tipo de comunicação pode ainda ser dividido em duas perspectivas: 
a) comunicação interna, que ocorre entre as pessoas que fazem parte da hierarquia da organização. 
Nessa comunicação é preciso coordenar as atividades e obter as informações necessárias ao 
desempenho da organização a fim de atingir os objetivos estabelecidos. Necessário saber quem e o que 
comunicar. Diz respeito essencialmente, as realidades, devendo ser bem explicadas para se evitarem 
distorções que podem danificar o clima interno e criar uma cultura organizacional desmotivadora. 
b) comunicação externa, que diz respeito à interação com os públicos externos. Devemos saber que 
uma organização não se dissocia de seu ecossistema. A percepção pública da organização (dos seus 
colaboradores, produtos, serviços, marcas, etc.), depende, necessariamente, da comunicação que a 
organização estabelece com o exterior. Assim, é melhor que a informação seja programada por meio de 
técnicas como o marketing, publicidade ou relações-públicas. 
 
 
 
 
 
39 
 
4.1 IMPORTÂNCIA DA COMUNICAÇÃO NAS ORGANIZAÇÕES 
Nas evoluções das empresas tanto do setor privado como no público, os processos comunicacionais e 
informacionais estiveram sempre presentes e continuam sendo necessários num cenário de rápidas 
transformações sociais. 
Nesse sentido, as organizações precisam 
buscar novos mecanismos para enfrentar 
as dificuldades e demandas. Os processos 
de comunicação podem servir como 
instrumentos para a realização das 
potencialidades estratégias e de 
integração nas organizações. 
As organizações devem se preocupar 
cada vez mais com a comunicação, uma 
vez que as interações dentro e fora das 
organizações aumentaram devido ao 
crescente trabalho em grupo e a gestão compartilhadas das atividades e projetos. A cada dia 
aumentam-se as interações, os relacionamentos e as necessidades comuns da sociedade. 
Com uma comunicação adequada, os gestores podem desenvolver funções, tomar decisões e 
estabelecer um melhor contato com os cidadãos, fornecedores e parceiros. Isso deve ocorrer de forma 
estratégica, levando-se em conta processos comunicacionais eficazes e competentes, construindo 
cenários para um planejamento adequado, considerando-se as mudanças necessárias para o alcance de 
melhores resultados, inclusive da própria comunicação. 
Nessecontexto, uma comunicação estratégica se torna algo intrínseco à estratégia global da 
organização. 
Comunicação estratégica é aquela que tem o papel de auxiliar internamente, motivando os 
empregados/servidores, ajudando a posicionar a organização junto aos públicos externos (Corrado, 
1994). A comunicação estratégica envolve: 
 Identificação dos públicos prioritários da organização; 
 Criação de canais de comunicação com os stakeholders; 
 Máxima integração com a comunidade; 
 Relacionamento transparente com as mídias e a sociedade; 
 Cuidado permanente com a imagem organizacional; 
 
40 
 
 Comunicação eficaz; 
 Responsabilidade social. 
Para estruturar de forma estratégica e eficiente a comunicação, o gestor deve realizar um trabalho com 
o entendimento que a comunicação deve ir além da transmissão de informação, ou seja, deve 
estabelecer uma relação entre interlocutores. Portanto, a discussão não deve ser limitada ao fluxo de 
informação, é preciso também inserir a comunicação em conjunto. 
Não se pode isolar o fluxo de informações do processo de gestão. Podemos dizer, então que a 
comunicação é uma ferramenta de gestão que muito contribui para o processo de inter-relação 
profissional no ambiente de trabalho. 
O gestor público no desempenho de seus papéis profissionais e em específico o de facilitar a 
comunicação e as relações interpessoais, sofre influência da cultura organizacional vigente. 
Essa influência poderá contribuir ou não para o efetivo exercício da comunicação e integração 
interpessoal com foco nos resultados. 
Entretanto, cabe-nos ressaltar que a conduta pessoal do gestor pode influenciar positivamente ou 
negativamente maneira peculiar em lidar com seus colegas de trabalho, equipe, assim como com o 
cidadão. 
Quando não há uma boa comunicação estabelecida ou a mesma está sendo mal realizada, dizemos que 
há barreiras, ou falhas na comunicação. 
Segundo Robbins (2009) “diversas barreiras podem identificar ou distorcer a comunicação eficaz” 
ressalta como as mais importantes: filtragem, percepção seletiva, sobrecarga de informações, estilo de 
comunicações de homens e mulheres, emoções e linguagem. 
 
As organizações estão fazendo uso de várias estratégias unificadas com as TIC’s 
(Tecnologias de Informação e Comunicação) para facilitar tanto o processo de 
comunicações internas, com o uso da internet, aplicativos, e-mail, whatsapp, 
Twitter e outras redes sociais, como para facilitar a comunicação com o cidadão, 
como os acessos eletrônicos que possibilitam maior agilidade na prestação de 
serviços. Vale lembrar que quanto ao serviço público temos, ainda, como meio de 
comunicação, documentos um pouco mais formais como as portarias, pareceres, 
apostilas, exposição de motivos, instruções normativas, ordens de serviço, 
memorandos, convocações, ofícios, editais, protocolos, circulares, até as próprias 
leis e decretos. 
 
 
41 
 
4.2 PROCESSOS DE COMUNICAÇÃO E CULTURA ORGANIZACIONAL 
A cultura organizacional é uma área temática da administração consolidada, recebendo contribuições 
das mais diversas ciências e áreas de conhecimento, particularmente da antropologia cultural. 
O termo cultura organizacional popularizou-se como resultante da combinação do conceito de cultura 
com outros oriundos do universo organizacional e de negócios na busca de chamar a atenção para a 
importância da esfera simbólica do mundo organizacional (Barbosa, 2002). 
Entre as muitas noções de cultura empregadas desde a década de 1960, a principal referência no 
universo da administração é a de cultura organizacional como um conjunto de valores e significados que 
fornecem uma base comum compartilhada para entender e explicar processos, valores e práticas que 
ancoram a atuação das pessoas nas organizações. 
Assim é que aparecem, no mesmo caldeirão, por exemplo, formalismo e lealdade pessoal, paternalismo 
e flexibilidade, nepotismo e critérios de qualificação profissional, sem que as políticas oficialmente 
adotadas os legitimem (Barbosa, 2009). 
O aspecto mais intrigante da cultura como conceito é que ela nos aponta os fenômenos que estão 
abaixo da superfície, que são poderosos em seu impacto quase invisível e comportam um grau 
considerável de inconsciência. 
Por isso, afirma Schein (2009), podemos ver os comportamentos resultantes, mas, frequentemente, não 
conseguimos depreender as forças internas que provocam certos tipos de comportamento. Apesar da 
cultura, como conceito, ser uma abstração, suas conseqüências comportamentais e atitudinais são 
fortemente concretas. 
Qualquer decisão por reformar ou modernizar o Estado conduz necessariamente, argumenta Bertero 
(1976), a uma mudança na organização, afeta seu processo decisório e desenvolve duas perspectivas 
que devem ser complementares – de um lado a alteração na estrutura e de outro as modificações de 
cunho comportamental. 
O desafio proposto para o setor público passa a ser, segundo o autor, o de promover mudanças que 
abranjam ao mesmo tempo as diversidades internas e o dinamismo organizacional, e adotem como 
pressuposto a relação de complementaridade existente entre estrutura e comportamento. Segundo 
Cavalcanti (1979), quaisquer que sejam os formatos de transformação das organizações, os mesmos só 
terão os seus “por quês”, “o que” e “como” respondidos se observarem e entenderem as modificações 
ambientais (valores, produtos, relações, demandas sócio-econômicas, tecnologias e anseios). 
 
42 
 
Compreender os processos de comunicação através dessa lógica sociocultural ajuda a iluminar a 
complexidade que perpassa as organizações, identificando as hierarquias de valores e as lógicas que 
atuam tanto no nível das representações quanto das operações práticas desses sistemas. Ajuda a 
entender também os múltiplos sentidos que as organizações assumem para diferentes grupos sociais, 
como estes se relacionam e se justificam perante as bases que sustentam a vida organizacional 
(Barbosa, 2009). 
Nessa perspectiva, a adoção e utilização de novas ferramentas de comunicação interna deverão ser 
fortemente impactadas pela cultura organizacional. No entanto, em um ambiente onde há necessidade 
de mudança no modelo de gestão pública, novos canais de comunicação, mais flexíveis e transparentes, 
podem ser utilizados como motor para impulsionar ou mesmo para fornecer condições para as 
transformações desejadas. Isto porque, uma vez que a comunicação organizacional compreende todo o 
fluxo de mensagens que compõem a rede de relações da organização (Marín, 1997), ela fornece as 
bases para o estabelecimento de novas relações interpessoais e funcionais no ambiente de trabalho. 
 
4.3 A COMUNICAÇÃO ORGANIZACIONAL E COMUNICAÇÃO INTERNA 
Comunicação interna é o mesmo que comunicação organizacional? 
Independente das discussões teóricas internacionais que cercam o tema pode-se afirmar, com Deetz 
(como citado em Welch & Jackson, 2007), que ambas tratam de descrever e explicar organizações na 
perspectiva da “comunicação como um “fenômeno” em organizações. 
Assim, a comunicação pode ser vista como processo que serve de base para quase todas as atividades 
nas organizações. A comunicação organizacional, por sua vez, “engloba os dispositivos, as práticas e os 
processos de comunicação que constituem as dinâmicas de construção social de uma organização”. 
(Andonova, 2008, p.32) Ela integra múltiplos modos de comportamento, consistindo em um todo 
integrado e multidisciplinar. 
Para Torquato (2004, p.34), a comunicação organizacional engloba outras três formas de comunicação, 
podendo ser estas definidas como comunicação cultural (que comporta os climas internos); 
comunicação administrativa (que reúne os papéis, as cartas internas, os memorandos); comunicação 
social (envolvendo as áreas de jornalismo, relações públicas, publicidade, editoração e marketing). 
Torquato cita ainda uma quarta forma de comunicação, que seriamos sistemas de informação (que 
agrega as informações armazenadas em bancos de dados). 
Em Kunsch (1996), encontra-se um discurso alinhado à idéia de Torquato. A autora defende que "a 
comunicação organizacional compreenderia o conceito amplo do conjunto das diferentes modalidades 
 
43 
 
de comunicação que ocorrem dentro das organizações, a saber: a comunicação institucional, a 
comunicação mercadológica ou comunicação de marketing, a comunicação interna e a comunicação 
administrativa." Kunsch (1996, p.75). 
A comunicação interna pode ocorrer, conforme ressaltam Dasi (1996) e Marín (1997), através de três 
tipos de fluxo de informação: 
a) Descendente (a partir dos níveis hierárquicos, ou seja, dos superiores para posições inferiores); 
b) Ascendente (ocorre dos níveis hierárquicos inferiores para os superiores); 
c) Horizontal (ocorre entre departamentos, num mesmo nível hierárquico). 
 
Pode-se identificar ainda mais dois tipos de comunicação interna: 
a) A comunicação formal, que se dá por meio de documentos oficiais e publicações institucionais, 
b) A comunicação informal, que engloba o contato e as conversas informais entre colegas de trabalho, 
ou a denominada “rádio peão”, por exemplo. 
 
Nesse sentido, a comunicação interna formal tem por objetivos principais gerar consentimentos e 
produzir aceitação, gerando a manutenção de um clima positivo, propício ao cumprimento das metas 
estratégicas da organização. É utilizada também para que a filosofia da empresa, os serviços que 
oferece, assim como os objetivos que persegue se tornem conhecidos. (Torquato, 1987). 
É focada no público interno da organização, que, no caso dos setores públicos podem se dividir em 
servidores públicos federais, empregados públicos, funcionários terceirizados e contratados. 
Em termos estratégicos, a comunicação interna pode ser considerada uma ferramenta útil por permitir a 
evolução do engajamento individual para o engajamento coletivo em ocasiões de mudança nas 
organizações, afetando, conseguintemente, os parâmetros já estabelecidos da cultura organizacional. 
Em linha com esta visão, Ellwanger et all (2009) obtiveram resultados significativos no contexto 
brasileiro, por meio de um estudo experimental, sobre a efetividade da aplicação de técnicas de 
comunicação interna e de endomarketing para se obter o comprometimento dos clientes internos da 
organização para na adoção de políticas de segurança da informação. 
 
4.4 CANAIS DE COMUNICAÇÃO INTERNA 
Segundo a tipologia estabelecida por Torquato (1987, p.65), as ferramentas ou canais de comunicação 
interna podem ser classificados como visuais, auditivos, simbólicos e audiovisuais. 
 
44 
 
Apesar de transcorridos mais de 20 anos, a seleção elaborada pelo autor, apresentada na figura 1, se 
mantém atual por englobar um número considerável de veículos que, mesmo não estando vinculados às 
tecnologias atuais, ainda podem – ou mesmo ainda são – utilizados por muitas organizações, inclusive as 
públicas. 
 
Além dos veículos tradicionais de comunicação interna, existe atualmente uma série de novas 
ferramentas utilizadas pelas organizações no processo de comunicação interna. 
Graças ao desenvolvimento tecnológico das últimas décadas, uma nova maneira de se comunicar 
ganhou espaço em praticamente todos os locais de trabalho. 
O crescimento destas novas mídias internas está diretamente relacionado ao crescimento mundial da 
internet e dos meios digitais de armazenamento de dados. 
Segundo Hargie (2007), a nova comunicação interna é mediada por computador e pode ocorrer através 
de ferramentas como e-mail, intranet, videoconferencia, mensagem instantânea, entre outras. Terra 
(2005) se refere a essas ferramentas como Veículos de Comunicação Digital, onde devem ser ainda 
incluídas inovações como os Blogs e podcasts. 
São muitas as vantagens dos novos canais de comunicação, como, por exemplo, é o caso da Intranet: 
a) segurança - canal mais seguro para transmissão de informações sigilosas como relatórios gerenciais e 
pesquisas de mercado; 
b) velocidade - transmissão de informações com maior velocidade de navegação; 
c) colaboração - comunicação melhor e mais rápida entre empregados e entre equipes; 
d) atualização - informação atualizada e disponível a qualquer hora; 
e) redução de custos – redução de despesas com produção e impressão dos tradicionais newsletters, 
manuais, listas de telefones internos, entre outros. 
 
 
45 
 
Estudo realizado com as 500 maiores empresas listadas pela revista Fortune (2006) mostrou que: 
 O e-mail é o veículo de comunicação mais frequentemente usado dentro das organizações; 
 Mais de 25% das empresas usam ferramentas on-line para compartilhar informações e para 
promover boas práticas, sendo a intranet o canal mais usado; 
 Aproximadamente 30% dos respondentes declararam que sua organização hospeda, produz ou 
dá suporte a blogs; 
 Mais de 30% dos relatórios corporativos em suas organizações se utilizam de podcasts; 
 Aproximadamente 10% se utilizam de wikis; 
 Quase todas as organizações pesquisadas usam Intranet e 75% usam portais de tecnologia; 
 Organizações líderes estão mais inclinadas a usar novos canais de comunicação com funcionários 
do que com outros públicos. 
 
Segundo Gomes (2008) empresas estão usando cada vez mais a Internet e Intranet em sua a 
comunicação interna no Brasil. Isto se deve a diminuição de custos que estes canais oferecem, além da 
rapidez que os mesmos proporcionam. 
Uma pesquisa realizada pela Associação Brasileira de Comunicação Empresarial com 117 companhias 
classificadas entre as 500 maiores empresas do Brasil, segundo a revista Exame, mostrou que o meio 
digital é o mais usado na comunicação interna. 
De acordo com a mesma pesquisa, os newsletters impressos perderam força e importância. 
 
4.5 GESTÃO DA COMUNICAÇÃO INTERNA 
Há um consenso entre acadêmicos e profissionais sobre a necessidade de que as organizações elaborem 
planos detalhados de comunicação interna, visando garantir a aplicação adequada das muitas 
ferramentas de comunicação disponíveis e da especificidade de cada uma delas. 
Em geral, quando não há gestão sobre as ferramentas de comunicação elas tendem a desenvolver-se de 
forma desorganizada e desalinhada em relação ao planejamento estratégico da organização. Além disso, 
com as novas tecnologias disponíveis, há necessidade de preparação adequada do ambiente de trabalho 
e das pessoas envolvidas. 
Segundo Mayer e Mariano (2008), um plano de comunicação interna deve contemplar os seguintes 
aspectos: avaliação da cultura interna, compreensão dos públicos internos, seleção dos meios de 
comunicação, suporte tecnológico e operacional e formulação da mensagem. 
 
46 
 
Dessa forma, fica claro que um plano de comunicação deve contemplar a situação atual da empresa ou 
organização, sua cultura e capacidades técnicas e humanas, bem como as ferramentas mais adequadas 
ao meio e o tipo de mensagem que deve ser veiculado em cada uma delas. 
A análise e consequente identificação dos elementos que compõem a cultura interna devem ser 
acompanhadas da identificação das barreiras que impedem uma comunicação interna bemsucedida. 
Dessa forma, o conhecimento da cultura interna permite que a estratégia de comunicação adapte-se a 
diferentes percepções, necessidades, culturas e idiomas, e que contemple a criação canais de 
comunicação adequados a cada situação e objetivo organizacional. 
A compreensão sobre as características e necessidades dos diferentes públicos, por sua vez, permite 
uma escolha mais acertada quanto aos veículos/meios utilizados para o processo de comunicação, bem 
como quanto ao conteúdo das mensagens. Os públicos internos podem ser divididos em: 
 Acionistas; 
 Diretores; 
 Supervisores; 
 Especialistas; 
 Tecnólogos; 
 Níveis intermediários; 
 Pessoal de campo; 
 Força de vendas; 
 Funcionários administrativos;

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