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A Agenda 2030 é um plano de ação global que reúne 17 objetivos de desenvolvimento sustentável e 169 metas, criados para erradicar a pobreza e promover vida digna a todos, dentro das condições que o nosso planeta oferece e sem comprometer a qualidade de vida das próximas gerações; objetivos e metas três dimensões do desenvolvimento sustentável – social, ambiental e econômica. Esse desenvolvimento sustentável com base no espírito de solidariedade, que buscam assegurar os direitos humanos para todos e alcançar a igualdade de gêneros dando especial atenção aos mais pobres e vulneráveis, com a participação de todos os países, grupos e indivíduos interessados, se implementados poderão atingir melhoras sensíveis na vida das pessoas, da sociedade como um todo e um mundo relativamente e substancialmente melhor. O Brasil está entre os países mais desiguais do mundo e em termos de representatividade nas instituições democráticas acompanha essa tendência nacional. Por exemplo, o Brasil ocupa o 140º lugar no que se refere à participação feminina na política. Países vizinhos como Equador, Chile, Argentina, Colômbia, México, Bolívia já alcançaram a paridade de gênero na política. Nesse contexto podemos citar como um exemplo bem sucedido de projeto que aumentou a participação política, a experiência da política de cotas na Argentina, primeiro país a incorporar esse tipo de política em suas práticas. Em 1991, foi aprovada a lei 24.012 (de Cota Feminina), norma que obriga todos os partidos políticos a incluírem um mínimo de 30% de mulheres em suas listas de candidatos a legisladores nacionais, e em posições tais que lhes assegurem a possibilidade de serem eleitas. Uma precisa redação de leis, a pressão de normas para sustentar as medidas, um sistema de sanções penalizando o descumprimento das mesmas e a promoção de mecanismos para implementar dessa política, são o conjunto de fatores que permitiu uma ampliação significativa e sustentada da representação feminina na política argentina; saindo de 4,3% em 1993 para 42,3% em 2005 e sendo a cota ampliada em 2019 para 50% atingindo assim a paridade de gênero na representação na política. A gestão democrática das escolas está prevista na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional nº. 9.394/96 e na Constituição Federal de 1988. Assim a educação é um processo social e cooperativo que requer a participação de todos os profissionais existentes na escola, como também a participação das famílias e da comunidade. Uma gestão educacional baseada nos princípios da democracia proporciona uma plena participação de todos os que compõem a instituição escolar garantindo, assim, a autonomia da escola; essa gestão tem um caráter formador de cidadania já que possibilita a participação de todos na construção e gestão do projeto de trabalho escolar; essas práticas de debate e posicionamentos podem fornecer subsídios para novas políticas, repensando, as estruturas de poder autoritário que ainda existem na sociedade. Uma citação que sintetiza a importância da educação no processo de inclusão e diminuição das desigualdades no Brasil é a de Paulo Freire (2000): “Se a educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela tampouco a sociedade muda.” Em minha trajetória estudantil, da educação básica tenho pouca, se quase nenhuma recordação de oportunidade de participação enquanto aluna. Recordo-me que havia um grêmio estudantil, lembro-me de ter participado de uma chapa para eleição do grêmio, mas excetuando algumas festas e comemorações cívicas não havia efetiva participação do mesmo no cotidiano da escola. A experiência se repetiu no decorrer do meu primeiro curso superior, em que estudei em uma faculdade confessional. Havia um grêmio estudantil, do qual fiz parte, mas sua atuação se limitava à festas e outras comemorações, recordo-me de que quando havia a tentativa de reuniões para apresentar demandas dos alunos não havia acolhimento por parte da gestão, pelo contrário, alunos que tinham esse posicionamento eram mal vistos dentro do campus e a participação nos processos não era de modo algum incentivada na prática. Aqui onde vivo na cidade de Limeira, interior de São Paulo a Organização Social do Brasil - Limeira, uma instituição não governamental, sem fins lucrativos, disseminadora de uma metodologia padronizada para a criação e atuação de uma rede de organizações democráticas, iniciou no ano de 2021 um programa de Educação para a Cidadania em parceria com o Centro de Aprendizado Metódico e Prático de Limeira, onde 240 jovens e adolescentes atendidos pelo centro passaram a contar com uma atividade extracurricular voltada ao incentivo e desenvolvimento à cidadania. As aulas convidam os jovens para a reflexão, tendo como objetivos estimular a participação ativa dos adolescentes na vida política de suas comunidades, no reconhecimento de seus principais problemas e no debate público. A ideia é de que o projeto seja estendido para escolas públicas de Ensino Médio e Fundamental. Protocolo: 202205083291132470632683F9
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