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DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO (1)

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DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO – AULA 1 –
DEFINIÇÃO E NATUREZA JURIDICA
Direito Processual do trabalho é o ramo da ciência jurídica, dotado de normas e princípios próprios para a atuação do direito do trabalho e que disciplina a atividade das partes, juízes e auxiliares, no processo individual e coletivo do trabalho.
Carlos Henrique Bezerra Leite , Curso de direito processual do trabalho, leciona que :
“ conceituamos o direito processual do trabalho como ramo da ciência jurídica , constituído por um sistema de princípios , normas e instituições próprias , que tem por objeto promover a pacificação justa dos conflitos entre empregados e empregadores, no âmbito individual ou coletivo , e entre trabalhadores e tomadores de serviço em geral, e, ainda, regular a atividade dos órgãos jurisdicionais competentes para a solução de tais conflitos. “
Pertence ao grupo das disciplinas que formam o Direito Público.
Seu objeto é a promoção da pacificação das relações de emprego e das relações de trabalho tuteladas pelo direito material.
Os conflitos a serem resolvidos pelo direito processual do trabalho são tanto individuais como coletivos.
As normas de direito processual do trabalho regulam de forma sistemática a organização, a competência e o funcionamento dos diversos órgãos da Justiça do trabalho.
FONTES 
As fontes do direito processual do trabalho são as mesmas do direito em geral : lei em sentido genérico ( atos normativos e os atos administrativos ) os costumes, a doutrina e a jurisprudência.
Para alguns doutrinadores são também a analogia, os princípios gerais do direito e a equidade.
Tendo em vista o caráter publico do direito do trabalho , a lei é a sua principal fonte. A constituição federal está no topo das fontes imediatas e contém normas e princípios gerais do processo, além de normas especificas do processo do trabalho ( art. 111 e 116 , CF )
No âmbito infra constitucional , diversas leis tratam do processo do trabalho, como, por exemplo : a CLT ; a Lei 5584/70; o CPC ( Lei 13.105/2015 ) aplicável supletiva e subsidiariamente ao processo do trabalho , nos termos previstos no art. 769 da CLT e art. 15 do CPC ; Lei 6830/80 ; Lei 7701/88 entre outras.
Aplicação do CPC no processo do trabalho IN 39/2016 dispõe sobre , de forma não exaustiva , sobre as normas do CPC aplicáveis e inaplicáveis ao Processo do Trabalho.
A ANAMATRA ajuizou a ADI 5516 alegando inconstitucionalidade formal e material da IN , se encontra conclusa desde setembro de 2016.
Integram também as fontes diretas do direito processual a Lei de Ação de Civil Pública ( Lei 7347/85) parte processual do Código de Defesa do Consumidor ( Lei 8078/90 ) o Estatuto da Criança e do Adolescente ( Lei 8069/90) Lei de Proteção à Pessoa Portadora de Deficiência ( Lei 7853/89)
Os costumes , a doutrina e a jurisprudência também desempenham um papel importante no direito processual do trabalho.
Especificamente em relação à jurisprudência , as Sumulas e as Orientações Jurisprudenciais do TST são de grande relevância na interpretação do Direito Processual do Trabalho.
 
PRINCIPIOS DE DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
Conceito de princípios: “princípios são as proposições básicas que fundamentam as ciências, informando-as e orientando-as. São as proposições que se colocam na base da ciência, informando-a. Para o Direito, o princípio é o seu fundamento, a base que irá informar e inspirar as normas jurídicas. ” (Sérgio Pinto Martins).
Princípios são proposições genéricas , abstratas, que fundamentam e inspiram o legislador na elaboração da norma.
Os princípios também atuam como fonte integradora da norma, suprindo omissões e lacunas do ordenamento jurídico.
Exercem ainda importante função, atuando como instrumento orientador na interpretação de determinada norma pelo operador do direito.
Os princípios portanto, desempenham tríplice função : informativa, normativa e interpretativa.
INFORMATIVA destinada ao legislador , que deve exercer atividade legislativa em sintonia com os princípios.
INTERPRETATIVA que se destina ao aplicador do direito e impõe a utilização dos princípios como base para a compreensão dos significados e sentidos das normas jurídicas. 
FUNÇÃO NORMATIVA também destinada ao aplicador do direito e que decorre da constatação de que os princípios podem ser aplicados na solução de casos concretos.
A enumeração dos princípios não é tarefa fácil , há bastante divergência sobre o tema. Os princípios do Direito processual dividem-se em princípios constitucionais e infraconstitucionais comuns- princípios gerais do Direito Processual e princípios específicos do direito do trabalho.
PRINCIPIOS APLICÁVEIS AO PROCESSO DO TRABALHO
PRINCÍPIO DO DEVIDO PROCESSO LEGAL
O princípio do devido processo legal e, sem dúvida , um dos mais importantes princípios constitucionais, encontrando-se previsto, expressamente no art. 5º, LIV , da CF/1988 , dispondo que ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal.
O atual CPC faz referência expressa a esse princípio em seus arts. 26, I e 36.
PRINCÍPIO DA DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA
O princípio da dignidade da pessoa humana está previsto no art. 8º do CPC e impõe ao julgador o dever de resguardar e promover a dignidade da pessoa humana.
Resguardar significa aplicar adequadamente a norma jurídica e não violar a dignidade. 
Promover é que o julgador deverá agir para assegurar a dignidade da pessoa humana, como, por exemplo, determinar a tramitação preferencial do feito em processo em que seja parte “pessoa portadora de doença grave”.
PRINCÍPIO DO CONTRADITÓRIO
A CF/88 , em seu art. 5º , LV , assegura aos litigantes, em processo judicial ou administrativo ( inclusive no âmbito trabalhista ) , e aos acusados, em geral, o contraditório e a ampla defesa, com os meios e recursos a eles inerentes.
O CPC assegura o princípio do contraditório com o mesmo viés da Constituição, em seus artigos 9º , 7º e 10º.
A nova noção de contraditório distancia-se da visão simplista de que consiste apenas no direito das partes à ciência dos atos processuais e da manifestação quanto a eles.
O contraditório é a garantia de efetiva participação das partes no desenvolvimento de todo o litígio, mediante a possibilidade de influírem, em igualdade de condições, no convencimento do magistrado. O contraditório, portanto, garante às partes o direito de se manifestarem sobre qualquer questão relevante do processo, mesmo que o juiz possa conhecer de oficio. 
PRINCIPIO DA AMPLA DEFESA
O contraditório e a ampla defesa se complementam . ( art. 5º , LV da CF )
Delosmar Mendonça Junior citado por Fredie Didier bem explica essa conexão entre o contraditório e a ampla defesa : “ São figuras conexas, sendo que a ampla defesa qualifica o contraditório. Não há contraditório sem defesa. Igualmente é lícito dizer que não há defesa sem contraditório. 
O CONTRADITÓRIO É O INSTRUMENTO DE ATUAÇÃO DO DIREITO DE DEFESA, OU SEJA, ESTA SE REALIZA ATRAVÉS DO CONTRADITÓRIO.
 PRINCÍPIO DA DURAÇÃO RAZOÁVEL DO PROCESSO
O princípio da duração razoável do processo é consequência do princípio do devido processo legal. Processo devido é processo com duração razoável.
PRINCÍPIO DA PRIMAZIA DA DECISÃO DE MÉRITO
O Código de Processo Civil inova ao prestigiar a primazia da decisão de mérito, assegurando às partes o direito a solução integral do mérito e, assim, determinando ao juízo, em qualquer fase do processo, que priorize a decisão de mérito. 
Tal princípio é aplicável ao processo do trabalho e está expressamente consagrado no art. 4º do CPC. 
E repetido em outros artigos do mesmo Código , artigos 76, § 1º , 139, inciso IX , 282, § 2º , 317, 321, 485, §7º , 488, 932, parágrafo único e 1029, § 3º.
PRINCÍPIO DA IGUALDADE
O princípio da igualdade extrai-se do artigo 5º, caput, da CF, segundo o qual todos são iguais perante a lei, assegurando que às partes na relação processual , tenham as mesmas oportunidades no processo.
A igualdade não significa tratar todas as pessoas da mesma forma, mas tratar os iguais na mesma medida das suas igualdadese os desiguais na exata medida de suas desigualdades.
No processo do trabalho, podemos citar alguns exemplos de aplicação do princípio da igualdade: a) obrigatoriedade de intimação do Ministério Público do Trabalho nos casos que envolvam interesses de incapazes ; prazo em dobro para os entes públicos se manifestarem nos autos; isenção de custas processuais para os beneficiários da justiça gratuita; isenção de caução para os trabalhadores; isenção de pagamento de honorários periciais para os beneficiários da justiça gratuita; tramitação prioritária para o feito que envolva idoso, portadores de doença grave e, também, para as causas que versem apenas sobre salários e originárias da falência do empregador.
PRINCÍPIO DA BOA-FÉ PROCESSUAL
O princípio da boa-fé está expressamente previsto no atual Código de Processo Civil, em seu artigo 5º que não ocorria no Código anterior.
A boa-fé subdivide-se em objetiva e subjetiva. A boa-fé objetiva caracteriza-se pelo agir de acordo com a ética e moral, ou seja, analisam-se as suas ações, mas não a sua intenção. Já a boa-fé subjetiva é a crença do sujeito de que está agindo licitamente. Muitas vezes, o sujeito age contrário à moral, por exemplo, cobrando dívida já paga , mas porque acreditava que ainda não havia sido quitada , isto é , viola-se a boa-fé objetiva, e não a subjetiva. 
A boa-fé referida no artigo 5º do CPC é a objetiva, que dizer para a sua verificação não se investiga a intenção do sujeito, mas a sua conduta objetivamente considerada. O princípio é o da boa-fé objetiva . Não há princípio da boa-fé subjetiva.
PRINCÍPIO DA COOPERAÇÃO
O princípio da cooperação está expressamente previsto no artigo 6º do CPC .
O princípio em questão destina-se a todos os sujeitos do processo e visa torná-lo cooperativo, ou seja, em equilíbrio , criando um ambiente em que as partes atuem com lealdade.
São quatro os deveres decorrentes do princípio da cooperação , e estes se aplicam a todos os sujeitos do processo : dever de consulta, dever de prevenção, dever de esclarecimento, e dever de auxílio.
Em relação ao órgão jurisdicional , os referidos deveres podem ser compreendidos da seguinte forma :
O dever de consulta está previsto no artigo 10 do CPC, segundo o qual o juiz não pode decidir , em grau algum de jurisdição, com base em fundamento a respeito do qual não se tenha dado às partes oportunidade de se manifestar, ainda que se trate de matéria que deveria decidir de ofício.
O dever de prevenção caracteriza-se por impor ao juiz que convide as partes ao aperfeiçoamento de suas petições ou alegações sempre que o uso inadequado do processo possa frustrar suas pretensões.
Por sua vez, o dever de esclarecimento por um lado impõe ao juízo o dever de proferir uma decisão clara e, por outro lado, determina ao mesmo esclarecer-se junto às partes quando não compreender suas postulações.
O dever de auxílio institui ao juiz afastar os obstáculos que impeçam a parte do exercício de um direito ou faculdade.
PRINCIPIO DO JUIZ NATURAL
O princípio do juiz natural , aplicável ao processo do trabalho, está previsto em dois incisos do artigo 5º da CF, quais sejam XXXVII e LIII.
Este principio impede que seja conferida competência não prevista na CF a quaisquer órgãos julgadores, ou mesmo que seja estabelecido um juiz ou tribunal de exceção, devendo ser respeitadas as regras objetivas de determinação de competência , prestigiando-se , assim, a independência e a imparcialidade da autoridade julgadora.
De acordo com o que salienta Bezerra Leite , “ o principio do juiz natural deve ser observado principalmente na distribuição dos processos , que deve ser pautada em critérios objetivos e aleatórios , impedindo que a parte escolha propositalmente o juiz que irá julgar a sua causa , salvo em situações objetivamente previstas em lei. 
No art. 5º , LIII encontramos o fundamento do princípio promotor natural, ao estabelecer que ninguém será processado senão pela autoridade competente, impedindo, assim, designações arbitrárias.
PRINCÍPIO DA MOTIVAÇÃO DAS DECISÕES
Este princípio tem como fundamento legal o art. 93, IX da CF , com redação dada pela EC 45 / 2004.
Portanto, sob pena de nulidade processual, as decisões judiciais devem ser fundamentadas, motivadas.
No mesmo sentido, o artigo 770 da CLT , menciona que os atos processuais serão públicos, salvo quando o contrário, determinar o interesse social.
De igual sorte o artigo 832 da CLT esclarece que da decisão deverão constar o nome das partes, o resumo do pedido e da defesa, a apreciação das provas, os fundamentos da decisão e a respectiva conclusão.
O art. 489 § 1º , I e VI , retrata o princípio da motivação das decisões aos instituir nesses incisos os casos em que não se consideram fundamentadas as decisões judiciais , sejam elas interlocutória, sentença ou acórdão.
PRINCÍPIO DO DUPLO GRAU DE JURISDIÇÃO
O princípio do segundo grau de jurisdição implica a possibilidade do reexame de uma demanda administrativa ou judicial, pela instância superior , mediante interposição de recurso em face da decisão do órgão de instância inferior. 
Em outras palavras , o princípio do duplo grau de jurisdição impõe a obrigatoriedade , pelo menos, de duas instâncias, bem como o atinente recurso que garanta às partes a devolução da matéria apreciada à instancia superior.
Todavia, nada impede que as leis infraconstitucionais prevejam a possibilidade do duplo grau de jurisdição, disponibilizando ao interessado o atinente recurso que garanta o reexame da decisão pela instância superior, ou seja, nada obsta que o legislador ordinário, por opção normatize o duplo grau de jurisdição em demandas judiciais ou administrativas.
No processo trabalhista há um exemplo da não aplicação do princípio do duplo grau de jurisdição.
Trata-se dos denominados dissídios de alçada ( demandas submetidas à Justiça do Trabalho que não ultrapassam a dois salários mínimos ) previstos no art. 2º §§ 3º e 4º da Lei 5584/ 1970.
Os dissídios de alçada serão julgados em uma única instancia pelas Varas do Trabalho, não sendo admitido qualquer recurso , salvo se envolver matéria constitucional. 
Além disso , frise-se que o art. 496 do CPC estabelece o duplo grau de jurisdição obrigatório ( chamado reexame necessário ) nos casos de sentença proferida em face de pessoas jurídicas de direito público ( União, Estados , Distrito Federal , Municípios , Autarquias e Fundações Públicas ) , bem como a sentença que julgar procedente, no todo ou em parte, os embargos à execução de dívida ativa da Fazenda Pública.
Exceção artigo 496 do CPC estabelece o duplo grau de jurisdição obrigatório ( reexame necessário ) nos casos de sentença proferida em face de pessoas jurídicas de direito público, bem como a sentença que julgar procedente, no todo ou em parte, os embargos à execução de dívida de dívida ativa da Fazenda Pública.
Também não se aplica o disposto no art. 496, § 4º do CPC quando a sentença estiver fundada em a) sumula de tribunal superior, b) acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça em julgamento de recursos repetitivos , c) entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de assunção de competência , d) entendimento coincidente , com orientação vinculante firmada no âmbito administrativo do próprio ente público com solidada em manifestação, parecer ou sumula administrativa.
PRINCÍPIO DA INAFASTABILIDADE DE JURISDIÇÃO
O princípio da inafastabilidade de jurisdição, também conhecido como princípio da tutela jurisdicional ou sistema de jurisdição única, está previsto na CF de 88 , no art. 5º XXXV , que institui que a lei não excluirá da apreciação do poder Judiciário lesão ou ameaça a direito.
PRINCIPIO DA CONCENTRAÇÃO DOS ATOS PROCESSUAIS
Em verdade , o principio da concentração dos atos processuais objetiva que a tutela jurisdicional seja prestada no menor tempo possível , concentrando os atos processuais em uma única audiência.
Dispõe o art. 849 da CLT que a audiência de julgamento será contínua . Todavia , se não for possívelconcluí-la no mesmo dia, caberá ao juiz designar nova data para o seu prosseguimento.
Em verdade os juízes do trabalho vêm adotando a praxe, no procedimento comum, de dividir a audiência em três sessões ( audiência de conciliação, audiência de instrução e audiência de julgamento ), somente realizando audiência única quando o feito envolver matéria exclusivamente de direito, ou quando a comprovação dos fatos depender apenas de prova documental , esta já esgotada com a apresentação da peça vestibular e defesa.
Em relação ao procedimento sumaríssimo , o art. 852-C determina que as demandas sujeitas ao rito sumaríssimo serão instruídas e julgadas em audiência única, consagrando o princípio da concentração dos atos processuais em audiência.
A concentração dos atos processuais em audiência , sem dúvida, objetiva prestigiar o princípio da celeridade processual, mais evidenciada pela CF , que, no art. 5º , LXXVIII, com a redação dada pela EC 45 de 2004 , assegura a todos , no âmbito judicial e administrativo, a razoável duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação.
PRINCÍPIO DA CELERIDADE PROCESSUAL
Uma das marcas do processo do trabalho. Por versarem sobre verbas de natureza alimentar, justifica-se a necessidade da celeridade. 
Embora não seja uma característica exclusiva do Direito Processual do Trabalho, nele tal característica se mostra mais acentuada, uma vez que o trabalhador postula um crédito de natureza alimentar.
PRINCÍPIO DA ORALIDADE
Princípio da oralidade consubstancia-se na realização de atos processuais pelas partes e pelo próprio magistrado na própria audiência, de forma verbal, oral. Todos os processos têm audiência. Em audiência, o processo pode ser resolvido por completo. 
Exemplos :
a) Leitura da reclamação – art. 847
b) Defesa oral 20 minutos – art. 847
c) 1º e 2º tentativas de conciliação – 846 e 850 
d) Interrogatório das partes – art. 848
e) Oitiva das testemunhas – art. 848 § 2º da CLT
f) Razões finais em 10 minutos – art. 850 
g) Protesto em audiência – art. 795 
O Processo do Trabalho é essencialmente um procedimento oral. Embora este princípio também faça parte do Direito Processual Comum, no Processo do Trabalho ele se acentua, com a primazia da palavra; concentração dos atos processuais em audiência; maior interatividade entre juiz e partes; irrecorribilidade das decisões interlocutórias e identidade física do juiz.
(...) constitui um conjunto de regras destinadas a simplificar o procedimento, priorizando a palavra falada, concentração dos atos processuais, com um significativo aumento dos poderes do Juiz na direção do processo, imprimindo maior celeridade ao procedimento e efetividade da jurisdição, destacando o caráter publicista do processo. 
O princípio da oralidade relaciona-se com os princípios : prevalência da palavra oral sobre a escrita; concentração dos atos processuais; imediatidade; irrecorribilidade das decisões interlocutórias. Relacionava-se, também, com o princípio da identidade física do juiz , entretanto, este não foi repetido pelo atual CPC.
PRINCIPIO DA IDENTIDADE FISICA DO JUIZ 
O principio da identidade física do juiz não tem mais aplicação desde que entrou em vigor o atual CPC, já que a redação do art.132 do antigo CPC não foi repetida neste diploma processual, logo deixou de ser também aplicável no processo do trabalho.
PRINCÍPIO DA IMEDIATIDADE OU DA IMEDIAÇÃO
O princípio da imediação ou da imediatidade permite um contato direto do juiz com as partes, testemunhas, peritos, terceiros e com a própria coisa litigiosa, objetivando firmar o seu convencimento, mediante a busca da verdade real.
O processo do trabalho aplica amplamente o princípio da imediação , principalmente tendo em vista que a prova oral é a mais utilizada na esfera laboral. 
O art. 820 da CLT identifica o princípio da imediação , ao afirmar que as partes e as testemunhas serão inquiridas pelo juiz , podendo ser reinquiridas , por seu intermédio , a requerimento das partes , seus representantes ou advogados.
PRINCIPIO DA IRRECORRIBILIDADE IMEDIATA DAS DECISÕES INTERLOCUTÓRIAS
Consoante previsto no art. 203, § 2º : “ decisão interlocutória é todo pronunciamento judicial de natureza decisória que não se enquadre no § 1º “ , ou seja, que não se encaixe no conceito de sentença.
O processo do trabalho traz consigo uma peculiaridade ao informar , no art. 893,§ 1º , da CLT , que as decisões interlocutórias não são recorríveis de imediato, somente permitindo-se a apreciação do seu merecimento em recurso de decisão definitiva.
O TST entende que em alguns casos é cabível recurso de imediato das decisões interlocutórias – Súmula 214 do TST.
PRINCÍPIO DA IMPARCIALIDADE DO JUÍZ
O principio da imparcialidade do juiz está intimamente ligado ao principio do contraditório e da ampla defesa, pois a imparcialidade do magistrado na direção e condução do processo certamente assegurará a igualdade de tratamento das partes e, principalmente , a garantia de justiça.
Para o exercício livre, independente e imparcial de suas funções jurisdicionais , o art. 95 da CF assegurou aos magistrados as garantias de vitaliciedade, inamovibilidade e irredutibilidade de subsídio. 
PRINCÍPIO DA CONCILIAÇÃO
O art. 794 da CLT contempla de forma explicita , o principio da conciliação, ao dispor que os dissídios individuais ou coletivos submetidos à apreciação da Justiça do Trabalho serão sempre sujeitos à conciliação.
Neste contexto os juízes e tribunais do trabalho empregarão sempre os seus bons ofícios e persuasão no sentido de uma solução conciliatória dos conflitos. 
art. 764 § 1º , § 3º da CLT
art. 846 da CLT
art. 850 da CLT 
art. 852-E da CLT
Sumula 418 , TST 
Aceita a conciliação proposta , será lavrado o respectivo termo de conciliação , valendo como decisão irrecorrível para as partes , salvo para a Previdência Social , quanto às contribuições que lhe forem devidas.
PRINCÍPIO DO JUS POSTULANDI DA PARTE
O princípio do jus postulandi da parte está consubstanciado no art. 791 da CLT, o qual estabelece que os empregados e os empregadores poderão reclamar pessoalmente perante a Justiça do Trabalho e acompanhar as suas reclamações.( art. 839 , a , da CLT )
Todavia , em caso de recurso extraordinário endereçado ao Supremo Tribunal Federal, ou mesmo recurso encaminhado ao Superior Tribunal de Justiça e ao Tribunal Superior do Trabalho, deverá ser subscrito por advogado, sob pena de o apelo não ser conhecido. ( sumula 425 do TST) 
PRINCÍPIO DA LEALDADE PROCESSUAL
O art. 5º do CPC expressa que todo aquele que de qualquer forma participa do processo deve comporta-se com boa-fé , devendo agir com probidade.
Neste contexto, o próprio CPC traz dispositivos que visam inibir ou punir a parte que aja com má fé ou falta de lealdade processual, conforme se verifica, conforme se verifica , exemplificativamente, nos arts. 79 a 81 , art. 142 , art. 1026 § 2 º , art. 792 e art. 774 . 
PRINCÍPIO DA EVENTUALIDADE
O princípio da eventualidade determina que as partes aduzam, de uma só vez, todas as matérias de ataque e de defesa , objetivando resguardar seu próprio interesse, sob pena de operar-se a denominada preclusão.
Em outras palavras , o autor deverá alegar e requerer todo o seu direito na peça vestibular e o réu deve esgotar, na peça de resistência , toda a matéria de defesa. ( art. 336 do CPC )
PRINCÍPIO DA PRECLUSÃO E DA PEREMPÇÃO
Preclusão é a perda da possibilidade da pratica de um ato processual seja pelo seu não exercício no momento oportuno, seja pela total incompatibilidade entre o ato realizado e o posterior , ou mesmo seja pelo fato de o ato já ter sido validamente praticado.
Os atos processuais são ordenados por meio de fases que se sucedem na tramitação do processo.
Perempção consiste na perda pela parte do direito de praticar determinado ato processual ou mesmo de prosseguir com a demanda em função de sua própria inércia, ao deixar expirar o prazo legal para o exercício do direito.
O Código de Processo Civil consagrou o instituto da perempção nos arts. 485, III e 486,§ 3º do CPC .
No campo do Direito Processual do Trabalho apenas encontramos a figura da perempção provisória , previstas nos artigos 731 e 732 da CLT , que impedem, temporariamente ( pelo prazo de seis meses ) , a parte de ajuizar reclamação trabalhista em face do mesmo reclamado , envolvendo o mesmo objeto.
PRINCÍPIO DA IMPUGNAÇÃO ESPECIFICADA
Pelo princípio da impugnação especificada, o reclamado deve manifestar-se precisa e especificadamente, sobre os fatos narrados na petição inicial, não se admitindo defesa por negação geral.
Assim , o reclamado , ao impugnar os pedidos elencado na peça inaugural pelo reclamante, deverá contestar cada parcela individualmente. ( art. 341 do CPC )
A defesa por mera negativa geral não produz qualquer efeito jurídico, equivalendo à própria inexistência de contestação.
PRINCÍPIO DA PROTEÇÃO
 Considerando-se a natureza do direito processual do trabalho, que é instrumental, destinado à aplicação das normas trabalhistas em um caso concreto, muitos autores defendem a existência do princípio protetor no Processo do Trabalho, como sendo, na verdade, o pilar da sustentação das normas processuais trabalhistas.
Argumentam os doutrinadores que o trabalhador, quando vai à Justiça postular seus direitos, se encontra em posição desfavorável em face do tomador de seus serviços, nos aspectos econômico, técnico e probatório, pois o empregado dificilmente consegue pagar um bom advogado, não conhece as regras processuais, e tem maior dificuldade em produzir provas em juízo.
Princípio da compensação das desigualdades, princípio da isonomia sob o aspecto real ou substancial, considerando que o trabalhador, como regra, é o litigante mais fraco no Processo do Trabalho.
O Processo do Trabalho tem característica protetiva ao litigante mais fraco, que é o trabalhador, mas sob o aspecto da relação jurídica processual (instrumental) a fim de assegurar-lhe algumas prerrogativas processuais para compensar eventuais entraves que enfrenta devido à sua hipossuficiência econômica e, muitas vezes, à dificuldade em provar suas alegações, pois, via de regra, os documentos da relação de emprego ficam na posse do empregador.
Pelo principio da proteção, o caráter tutelar , protecionista , tão evidenciado no direito material do trabalho, também aplicável no âmbito do processo do trabalho o qual é permeado por normas, que em verdade, objetivam proteger o trabalhador, parte hipossuficiente da relação jurídica laboral. 
Por meio dele, busca-se compensar a desigualdade existente na realidade socioeconômica (entre empregado e empregador) com uma desigualdade jurídica em sentido oposto.
A gratuidade da justiça ( isenção de pagamento de custas e despesas processuais ) e a assistência judiciária na Justiça do Trabalho são destinadas exclusivamente , aos trabalhadores e não aos empregadores.
O impulso oficial nas execuções trabalhistas ( art.878 da CLT ) , em que o juiz do trabalho pode, de ofício , impulsionar a execução, favorece , evidentemente , ao credor trabalhista.
A ausência do reclamante à audiência importa tão somente no arquivamento da reclamação trabalhista ( art. 844 da CLT ) evitando a apresentação de defesa e possibilitando o obreiro ajuizar nova ação trabalhista.
A obrigatoriedade do depósito recursal em caso de eventual recurso objetivando garantir futura execução ( art. 899 § 1º da CLT ) é comando exclusivamente destinado ao reclamado.
O art. 651 da CLT determina que a reclamação trabalhista deve ser proposta na localidade em que o empregado efetivamente prestou serviços, protegendo o obreiro .
PRINCÍPIO DA BUSCA DA VERDADE REAL
Direito material: Princípio da primazia da realidade. A verdade se sobrepõe à forma.
No direito processual, se vai em busca da verdade dos fatos e não da forma.
Princípio da busca da verdade real
Este princípio processual deriva do princípio do direito material do trabalho conhecido como princípio da primazia da realidade.
Corrobora tal assertiva o disposto no art. 765 da CLT, que confere aos Juízos e Tribunais do Trabalho ampla liberdade na direção do processo. Para tanto, os magistrados do trabalho “velarão pelo andamento rápido das causas, podendo determinar qualquer diligência necessária ao esclarecimento delas”. A jurisprudência tem acolhido o princípio em tela no campo da prova, mas sob a roupagem do princípio da primazia da realidade:
SALÁRIO EXTRA FOLHA. INVALIDADE DA PROVA DOCUMENTAL. PRINCÍPIO DA PRIMAZIA DA REALIDADE. No processo do trabalho vigora o princípio da primazia da realidade, que invalida os recibos de pagamento formais, quando estes são desconstituídos pelo restante da prova dos autos. Demonstrado, pela prova testemunhal, firme e idônea, o pagamento de prêmios em dinheiro, não contabilizados com o salário mensal, são devidas as diferenças correspondentes à integração dos primeiros na remuneração do autor, porque evidenciada a quitação de salário extra folha (RO 7025/03, 2ª Turma do TRT da 3ª Região, Sabará, Rel. Alice Monteiro de Barros, j. 24-6-2003, unânime, DJMG 2-7-2003)
PROVA TESTEMUNHAL. No Processo do Trabalho, vigora o princípio da primazia da realidade, que faz com que a prova documental ceda espaço à testemunhal, quando esta se mostra firme no sentido da desconstituição daquela (RO 00599.401/98-2, 5ª Turma do TRT da 4ª Região, Caxias do Sul, Rel. Francisco Rossal de Araújo. j. 20-3-2003, unânime, DJ 12-5-2003)LEITE, CARLOS HENRIQUE BEZERRA. CURSO DE DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
PRINCÍPIO DA INDISPONIBILIDADE OU IRRENUNCIABILIDADE
Os direitos trabalhistas são irrenunciáveis. Eles não pertencem ao trabalhador. Transcendem o particular. Interessam à sociedade, não somente ao particular. Quando é interesse da sociedade, é irrenunciável, indisponível.
Se fizer acordo: pode, porque em juízo ele está assistido e está perante o juiz.
PRINCIPIO DA NON REFORMATIO IN PEJUS 
Pelo princípio da non reformatio in pejus, é vedado ao tribunal, no julgamento de um recurso, proferir decisão mais favorável ao recorrente , do que aquela recorrida.
A sentença pode ser impugnada total ou parcialmente , devolvendo o recurso ao tribunal o conhecimento da matéria impugnada. Portanto, se a sentença for objeto de recurso por uma das partes, o julgamento pelo tribunal não pode agravar a condenação que não foi objeto de recurso. (Art. 1008 do CPC)
Logo , a parte da sentença que não foi objeto de recurso transitou em julgado, sendo irreformável pelo tribunal, não podendo ser atingida pelo julgamento de outra parte, que foi devolvida, no recurso, à instancia superior .
PRINCIPIO DA INSTRUMENTALIDADE OU DA FINALIDADE
O princípio da instrumentalidade ou da finalidade está consubstanciado nos art. 188 e 277 , ambos do CPC.
O princípio em comento, de aplicabilidade subsidiária no processo do trabalho ( art. 769 da CLT), determina que serão válidos os atos que, embora realizados de outra forma alcançarem a sua finalidade, desde que a lei não preveja a sua nulidade, pois o processo não é um fim em si mesmo , mas tão somente um instrumento para que o Estado preste jurisdição.
PRINCÍPIO DA PERPETUATIO JURISDICTIONIS
 Esse princípio está consagrado no art. 43 do CPC ao fixar que a competência é fixada no momento do registro ou da distribuição da petição inicial , sendo irrelevantes as modificações do estado de fato ou de direito ocorridas posteriormente , salvo quando suprimirem órgão do judiciário ou alterarem a competência absoluta.
PRINCIPIO DA ESTABILIDADE DA LIDE
O princípio da estabilidade possibilita que o autor , até a citação , possa aditar ou alterar o pedido ou a causa de pedir , independentemente do consentimento do réu.
Transportando o princípio em comento para o processo do trabalho , respeitadas suas peculiaridades, e considerando que a defesa pelo demandado somente é apresentada em audiência , nada obsta que o reclamante, na própria audiência , antes da apresentação da resistência do reclamado , adite ou modifique sua peça vestibular , desde que sejam respeitados os princípios do contraditório e da ampla defesa , tendo do réu prazo para manifestar-sesobre o aditamento.

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